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1. O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela miséria condição de guerra que é a conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza (...) (Hobbes, T. "Das causas, geração e definição de um Estado". In: Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 2. ed.,1979, p. 103.) Considerando o fragmento anterior, podemos dizer que Thomas Hobbes, pensador inglês do séc.XVII, defende a noção de que Quest.: 1 apenas um Estado democrático, surgido de um ato de liberdade dos cidadãos, teria legitimidade para criar leis e zelar pela segurança e demais necessidades sociais. o Estado resulta do desejo dos indivíduos de garantir a propriedade privada, para deixar de ter uma condição mísera e participar ativamente do pacto social. o homem é naturalmente bom, mas a vida social o corrompe, fazendo com que passe a querer dominar a liberdade dos outros; o nascimento do Estado é diretamente responsável por essa corrupção. os homens são naturalmente inaptos para a vida social, a menos que constituam uma autoridade à qual entreguem sua liberdade em troca de segurança. certos indivíduos, extraordinariamente, quando apaixonados, amam dominar os outros e é preciso forçá-los, através do castigo, a manter o respeito; essa seria a função do Estado. 2. De acordo com Renato Janine Ribeiro (Hobbes: o medo e a esperança in WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política, Ed. Ática), o homem em estado de natureza de Hobbes não é um selvagem, mas sim o mesmo homem que vive em sociedade, sendo que a natureza deste homem não mudaria conforme o tempo, ou a história, ou a vida social, ao mesmo tempo em que este "homem hobbesiano" é o indivíduo que, mais que a fortuna, almeja a honra. Assim, no que se refere à natureza humana, sob a ótica hobbesiana, podemos afirmar que: I- Tal concepção desempenha papel secundário na maneira como Hobbes constrói / propõe uma explicação para a superação do "estado de natureza" e para o surgimento da sociedade política. II - A maneira como Hobbes entende a natureza humana encontra-se claramente referenciada à concepção aristotélica do homem como uma criatura que já nasceria apta para a vida em sociedade. III - Em virtude do egoísmo que caracterizaria a natureza humana, não seria a boa vontade recíproca que os homens demonstrariam uns em relação aos outros que estaria na origem das sociedades mais importantes e mais duradouras, mas sim o medo recíproco que os homens teriam uns em relação aos outros. Quest.: 2 As afirmativas II e III estão corretas Somente a afirmativa I está correta Somente a afirmativa III está certa Somente a afirmativa II está correta As afirmativas I, II e III estão corretas 3. O Despotismo Esclarecido, regime de governo adotado em alguns países da Europa no século XVIII, caracterizava-se por: Quest.: 3 equilibrar o poder da burguesia financeira com a nobreza feudal. impor o poder parlamentar sobre o poder monárquico. difundir monarquias constitucionais em todos os reinos europeus, segundo os princípios liberais. atribuir ao povo a participação no poder político. tentar conciliar os princípios do absolutismo com as idéias iluministas. 4. "Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas(...)." (MAQUIAVEL, N., "O Príncipe". 2a ed., Trad., Mira-Sintra - Mem Martins, Ed. Europa-América, 1976, p.89.) A respeito do pensamento político de Maquiavel, é correto afirmar: Quest.: 4 Servia de base para a ofensiva da Igreja em confronto com os poderes civis na Itália. Sustentava que o objetivo de um governante era a conquista e a manutenção do poder. Censurava qualquer tipo de ação violenta por parte dos governantes contra seus súditos. Mantinha uma nítida vinculação entre a política e os princípios morais do cristianismo. Apresentava uma clara defesa da representação popular e dos ideais democráticos. 5. Em termos gerais, a LEGITIMIDADE não se constitui como uma noção de pertencimento exclusivo ao domínio político, ainda que o Estado seja o ente a que tal conceito mais se refere. Assim, no que se refere à relação que pode ser estabelecida entre os conceitos de LEGITIMIDADE, AUTORIDADE, CREDIBILIDADE e SOBERANIA, é possível afirmar que: I - Levando-se em consideração que a LEGITIMIDADE possa ser entendida como resultado de um reconhecimento, por parte dos outros, daquilo que dá poder a alguém de fazer ou de dizer em nome de um determinado estatuto, de um determinado saber, em nome de um saber-fazer, ela (a legitimidade) acaba se confundindo com a CREDIBILIDADE, já que ambas tratam da capacidade do sujeito de dizer aquilo o que fazer. II - A LEGITIMIDADE não deve ser confundida com AUTORIDADE ¿ isto porque, enquanto a LEGITIMIDADE se configura como um direito resultante de um reconhecimento, a AUTORIDADE confere ao sujeito a condição de fazer com que os outros tenham um determinado comportamento, incorporem pensamentos e concepções que não teriam sem sua intervenção. III - Existe uma íntima relação entre a LEGITIMIDADE e a SOBERANIA, uma vez que, sendo o poder soberano um poder que tutela e que, ao mesmo tempo está sob tutela (ou seja, tem que prestar contas), tal condição somente se dá por meio de delegação da instância cidadã, delegação esta que é sempre provisória e elemento essencial de legitimação do poder de uma determinada entidade (como por exemplo, o Estado). Após analisar cada uma das afirmativas acima (verificando se elas estão CORRETAS ou ERRADAS), assinale qual das alternativas apresentadas abaixo que melhor reflete o resultado de sua análise: Quest.: 5 A - Somente a afirmativa I está ERRADA. E - Todas as afirmativas estão ERRADAS. C - Somente a afirmativa III está ERRADA. B - Somente a afirmativa II está CORRETA. D - Todas as afirmativas estão CORRETAS.
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