Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Departamento de Química Analítica e Físico-Química Refratometria PRÁTICA Nº3 Aluno: Pedro Nonato da Silva Júnior Matrícula: 367522 Professor(a): Adriana Nunes Correia Curso: Farmácia Data da prática: 20 de março de 2015 FORTALEZA 2015 1. INTRODUÇÃO O índice de refração é a medida de quanto à luz se desvia de um meio para o outro, sendo diretamente influenciada pelas diferentes velocidades que a luz apresenta nos meios em que ela descreve sua trajetória. Por sua vez, a velocidade da luz sofre essa alteração no seu curso devido às diferentes concentrações de átomos presentes nos meios, bem como a forma em que eles se organizam em suas respectivas moléculas. Essa medida depende do comprimento de onda e da temperatura, assim como também varia de acordo com a concentração do soluto. O índice de refração é proporcional à concentração em porcentagem de sólidos dissolvidos em soluções aquosas, medida em graus Brix (ºBrix), cuja escala é calibrada pelo número de gramas de açúcar contidos em 100 g de solução. Para determinar o índice de refração faz-se uso de um refratômetro de ABBÉ, um aparelho de fácil manuseio que além de fornecer esse valor, permite a determinação da temperatura da amostra, bem como observar o percentual de sólidos totais dissolvidos dela. Este é o refratômetro mais comum e usado, detectando índices de refração entre 1,3 a 1,7 com uma precisão de ±0, 0003 unidades. Figura 1 - Caminho da luz em um refratômetro de ABBÉ 2. OBJETIVO Identificar, através de teores de sólidos totais dissolvidos, amostras de soros fisiológico, caseiro e para reidratação oral, por refratometria 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL As quatro amostras a serem analisadas e identificadas deveriam estar dispostas na bancada, porém não foi possível organizar as amostras da forma apropriada a tempo e então as análises foram feitas já tendo o conhecimento da natureza das amostras. Inicialmente, o prisma de medição e a parte interior do bloco foram limpos com água e devidamente enxutos. Então, uma pequena quantidade de soro fisiológico foi colocada sobre toda a superfície do prisma de medição para análise. A temperatura foi anotada e foi possível determinar o índice de refração bem como o teor de sólidos totais dissolvidos, com base nas escalas presentes no próprio refratômetro. Esse procedimento foi repetido com as outras duas amostras de soro disponíveis na bancada. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados obtidos foram organizados na seguinte tabela: Amostra Índice de Refração Percentual de sólidos totais dissolvidos (considerando equivalentes a Graus Brix - ºBx) Temperatura ambiente Água 1,3333º - 24,4 ºC Soro fisiológico 1,3340º 0,75% 24,4 ºC Soro para reidratação oral 1,3370º 2,75% 24,0 ºC Soro caseiro 1,3490º 4,25% 23,4 ºC Tabela 1 - Índices de Refração e percentual de sólidos totais dissolvidos das amostras analisadas. A quantidade de compostos solúveis corresponde ao total de todos os compostos dissolvidos em água, começando com açúcar, sal, proteínas, ácidos e etc e os valores de leitura medido é a soma de todos eles. A quantidade de açúcar mensurada diretamente pelo refratômetro somente representará a quantidade de açúcar seca dissolvida na solução medida se ela contiver somente açúcar puro. Por exemplo, uma solução de 25 °Bx tem 25 gramas do açúcar da sacarose por 100 gramas de líquido. Ou, para colocar de outra maneira, são 25 gramas do açúcar da sacarose e 75 gramas da água nos 100 gramas da solução. O índice de refração apresentado pelo soro fisiológico deveria ser igual ao previsto para água, porque esse tipo de soro não apresenta substâncias que contém carbonos quirais em suas moléculas, sendo constituído unicamente por cloreto de sódio, o qual se dissocia completamente no meio aquoso, se apresentando na forma de Na+ e Cl-. Por não apresentar açúcares em sua composição, o soro fisiológico deveria apresentar um porcentual igual a zero, considerando isso equivalente em graus Brix. O valor apresentado, portanto, constitui um erro experimental. Os soros caseiro e para reidratação oral apresentaram índices de refração e percentual de sólidos totais dissolvidos diferentes devido às suas diferentes composições e concentrações, o que influencia diretamente nos valores apresentados. O soro para reidratação oral apresenta glicose em sua composição, um carboidrato com menos carbonos assimétricos que a sacarose, que por sua vez é o principal constituinte do soro caseiro. Dessa forma a sacarose desvia mais a luz que a glicose, por ter mais carbonos quirais em sua composição estrutural, o que justifica seu índice de refração (1,3490º) ser superior ao do soro para reidratação oral (1,3370º). Figura 2 – A formação da sacarose. Nessa imagem pode-se notar que a sacarose apresenta mais carbonos assimétricos que uma molécula de glicose. O índice de refração é diretamente proporcional ao percentual de sólidos dissolvidos porque quanto maior essa porcentagem, maior é a presença de carbonos quirais e consequentemente maior o desvio sofrido pela luz. Este é o motivo pelo qual o soro caseiro apresentou um percentual superior (4,25%) ao do soro para reidratação oral (2,75%). 5. CONCLUSÃO Com base nos resultados, pôde-se notar que a refratometria é uma técnica simples e eficiente, que não necessita de tantos recursos para determinar o índice de refração e o percentual de sólidos dissolvidos das substâncias. Foi possível determinar os índices de refração e o percentual de sólidos dissolvidos dos soros fisiológico, para reidratação oral e caseiro, bem como relacionar os valores obtidos baseado na composição e concentração de cada um deles. Finalmente, pôde-se concluir que o índice de refração é diretamente proporcional a percentagem de sólidos dissolvidos e foi possível entender porque esse método é tão importante para o controle de qualidade tanto na indústria alimentícia como na farmacêutica, já que é possível determinar o teor de açúcar presente na substância analisada. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MANUAL de práticas: Disciplina: Físico - Química aplicada à Farmácia. Ceará: Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Departamento de Química Analítica E Físico- Química, 2009. 41 p. LEHNINGUER, A.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Principios de Bioquimica 5a Ed. Sao Paulo: Sarvier, 2011. 1304p. .
Compartilhar