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Morfologia Externa dos insetos

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CENTRO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE 
MACHADO 
 
 
 
 
CURSO AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 ENTOMOLOGIA GERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neyla Cristina Ferreira do Prado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACHADO-MG 
 2008 
 2 
CENTRO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE 
MACHADO 
 
 
 
 
Morfologia Externa 
 
 
 
 
 
 
Neyla Cristina Ferreira do Prado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao 
curso de Agronomia ao 
Profº Renildo Felix à 
disciplina de Entomologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACHADO-MG 
2008 
 
 3 
ÍNDICE 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 4 
MORFOLOGIA EXTERNA ............................................................................................................................ 6 
CABEÇA ........................................................................................................................................................... 6 
OLHOS COMPOSTOS E OCELOS .................................................................................................................... 7 
ANTENAS ....................................................................................................................................................... 7 
ESTRUTURAS DE UMA ANTENA TÍPICA .......................................................................................................... 8 
TIPOS DE ANTENAS ....................................................................................................................................... 8 
DIMORFISMO SEXUAL NAS ANTENAS .......................................................................................................... 11 
PEÇAS BUCAIS ............................................................................................................................................ 12 
CLASSIFICAÇÃO DOS APARELHOS BUCAIS ................................................................................................. 15 
APARELHO BUCAL NAS FASES IMATURA E ADULTA ................................................................................... 20 
DIREÇÃO DAS PEÇAS BUCAIS ..................................................................................................................... 21 
TÓRAX ............................................................................................................................................................ 23 
CONSTITUIÇÃO DE UM SEGMENTO TORÁCICO ............................................................................................ 24 
APÊNDICES TORÁCICOS .......................................................................................................................... 26 
PERNAS ......................................................................................................................................................... 26 
ESTRUTURAS DE UMA PERNA TÍPICA .......................................................................................................... 28 
TIPOS DE PERNAS ........................................................................................................................................ 30 
ASAS ............................................................................................................................................................... 35 
ESTRUTURAS DE UMA ASA .......................................................................................................................... 35 
CÉLULAS ..................................................................................................................................................... 36 
REGIÕES DA ASA ......................................................................................................................................... 37 
MARGENS OU BORDOS ................................................................................................................................ 37 
ESTRUTURAS DE ACOPLAMENTO ................................................................................................................ 38 
TIPOS DE ASAS ............................................................................................................................................ 39 
ABDOME ........................................................................................................................................................ 43 
CARACTERÍSTICAS DOS SEGMENTES ABDOMINAIS .................................................................................... 43 
APÊNDICES ABDOMINAIS ............................................................................................................................. 44 
TIPOS DE ABDOME ....................................................................................................................................... 47 
CONCLUSÃO ................................................................................................................................................ 48 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 50 
 
 4 
 
Introdução 
 
Os insetos ou insectos são animais invertebrados da classe Insecta, o maior e, 
na superfície terrestre, mais largamente distribuído grupo de animais do filo 
Arthropoda, são caracterizados pela divisão do corpo em três partes: cabeça, 
tórax e abdome. 
Os insetos são o grupo de animais mais diversificado existente na Terra, 
possuem mais de 800 mil espécies descritas, mais do que todos os outros 
grupos de animais juntos. Os insetos podem ser encontrados em quase todos 
os ecossistemas do planeta, mas só um pequeno número de espécies se 
adaptaram à vida nos oceanos. Existem aproximadamente 5 mil espécies de 
Odonata (libelinhas), 20 mil de Orthoptera (gafanhotos), 170 mil de Lepidoptera 
(borboletas), 120 mil de Diptera (moscas e mosquitos), 82 mil de Hemiptera 
(percevejos e afídeos), 350 mil de Coleoptera (besouros) e 110 mil de 
Hymenoptera (abelhas, vespas e formigas). 
Alguns grupos menores, com uma anatomia semelhante, como os colêmbolos, 
eram agrupados com os insetos no grupo Hexapoda, mas atualmente seguem 
um grupo parafilético Ellipura, tendo discussões filogenéticas relevantes no 
campo da biologia comparativa. Os verdadeiros insetos distinguem-se dos 
outros artrópodes por serem ectognatas, ou seja, com as peças bucais 
externas e por terem onze segmentos abdominais. 
Os insetos são geralmente pequenos e têm o corpo segmentado e protegido 
por um exosqueleto de quitina. O corpo é dividido em três tagmas: cabeça, 
tórax e abdómen. Na cabeça encontram-se um par de antenas sensoriais, um 
par de olhos compostos, dois ou três olhos simples ou ocelos e as peças 
bucais: um par de mandíbulas, um par de maxilas e a hipofaringe. Outras 
estruturas que fazem parte do aparelho bucal dos insetos são o lábio, o labro, 
um par de palpos labiais, um par de palpos maxilares e o clípeo. Essas peças 
são modificadas em cada grupo para atender aos diferentes hábitos 
alimentares, formando diversos tipos de aparelho bucal (sugador, mastigador e 
lambedor). 
Podem ser caracterizados como animais de simetria bilateral e segmentados 
como os demais artrópodes e também com os anelídeos.São, porém, os 
únicos artrópodes que possuem asas, que são finas expansões do 
exoesqueleto, possibilitando a dispersão por distâncias maiores. 
O tórax é dividido em três segmentos: protórax, mesotórax e metatórax cada 
um com um par de patas e, nos alados (Pterygota), um ou dois pares de asas, 
um no mesotórax e outro no metatórax. 
O abdómen em geral apresenta onze segmentos, mas em muitos esse número 
é reduzido. Podem ser encontrados apêndices no 11° segmento, estes são 
chamados cercos. Além disso, é no abdómen que se encontram as estruturas 
reprodutivas. Nos machos o segmento genital é o 9°, onde há a abertura 
genital. Nas fêmeas são os segmentos 8° e 9°. Os machos de algumas 
espécies podem apresentar um par de ganchos no segmento genital que 
auxilia na cópula como nos percevejos (Hemiptera), outros insetos possuem 
estilos (par de pequenos prolongamentos) como baratas e louva-a-deus. As 
 5 
fêmeas de muitos insetos possuem ovopositores, apêndices dos segmentos 
genitais adaptados a postura de ovos. São compostos de três pares de valvas, 
um no 8° segmento e dois no 9° segmento. 
 6 
 Morfologia Externa 
 
 
Estuda exteriormente as partes do corpo dos insetos. As características 
morfológicas serão apresentadas para as três regiões do corpo de um inseto: 
cabeça, tórax e abdome. 
 
Cabeça 
 
Apresenta os apêndices fixos (olhos compostos e ocelos) e os móveis 
(antenas e peças bucais). Além desses apêndices existem, ainda, suturas e 
carenas (cristas), que, por sua posição e forma, têm valor taxonômico. As 
subiras são sulcos ou linhas marcadas na superfície externa do tegumento 
resultantes da invaginação deste ou da justaposição de escleritos. As carenas 
são resultantes da evaginaçào do tegumento. 
A invaginação do tegumento na cabeça pode levar à formação de 
processos internos chamados de apódemas que, quando unidos, formam o 
tentório. Este funciona como “endoesqueleto” da cabeça em alguns insetos. 
Em insetos com a cápsula cefálica bastante dura como nos besouros, a maioria 
das suturas e o tentório estão ausentes. 
Com exceção da sutura pós-occipital, que provavelmente marca a 
separação entre a maxila e o lábio inferior primitivos, as demais suturas não 
têm nenhum significado na metamerização da cabeça. As principais suturas 
cefálicas (Fig. 4.1) são: 
• Epicranial - Na parte frontal da cabeça, em forma de um Y invertido: o ramo 
único denomina-se sutura coronal e os ramos da bifurcação constituem as 
suturas frontais. É a partir da sutura epicranial que o inseto 
imaturo inicia o rompimento do velho tegumento na ecdise. 
• Epistomal ou clipeal - Separa o clípeo da fronte. É também denominada 
fronto-clípeal ou clípeo-frontal. 
• Labro-clipeal ou clípeo-labral. Separa o clípeo do lábio superior. 
• Subgenais - Uma de cada lado da cabeça, próximas às articulações das 
mandíbulas. 
• Oculares - Circundam os olhos compostos. 
• Suboculares - Na parte inferior dos olhos até a base das mandíbulas. 
• Antenais - Circundam a base das antenas. 
• Subantenais - Na base das antenas e orientam-se para as mandíbulas. 
• Occipital - Na parte posterior da cabeça. 
• Pós-occipital - Atrás da occipital. 
 7 
 
 
 
Essas suturas delimitam áreas da cabeça, as quais são chamadas áreas 
inter-suturais. As principais áreas são: 
• Frontal - Área delimitada pela ramificação das suturas frontais. 
• Fronto-clipeal - Área mediana da cabeça entre as antenas ou suturas 
frontais até a base do lado superior, abrangendo, portanto, a fronte e o clípeo. 
• Parietais - Na parte superior da cabeça entre os olhos compostos, separadas 
pela sutura coronal. 
• Vértice - Porção mais elevada da cabeça, também chamada de epicrânio. 
• Genais - Abaixo e atrás dos olhos, estendendo-se até as mandíbulas. 
• Subgenais - Duas áreas estreitas entre as áreas genais e a articulação das 
peças bucais. 
• Pós-genais - Na base do arco occipital. 
• Occipital - Entre as suturas occipital e pós-occipital, em forma de um arco. 
• Pós-occipital - Entre a sutura pós-occipital e o cérvice (“pescoço”). 
 
 
 
 
Olhos compostos e ocelos 
 
Antenas 
 8 
 São apêndices móveis da cabeça embriologicamente originários do 
segundo segmento da cabeça (antenal), inseridos na cavidade antenal. Todos 
os insetos adultos possuem um par de antenas (díceros). São apêndices 
sensoriais (olfato, audição, tato e gustação e, desse modo, apresentam 
inúmeras modificações e estruturas para desempenhar essas funções. As 
antenas podem também desempenhar funções de equilíbrio e auxiliar o macho 
a segurar a fêmea durante a cópula. 
 
Estruturas de uma antena típica 
 
A antena é formada por uma série de artículos ou antenômeros e 
apresenta três partes distintas: escapo, pedicelo e flagelo (Fig. 42). O escapo é 
o primeiro artículo, em geral o mais desenvolvido, e articula-se à cabeça por 
meio de uma parte basal mais dilatada (bulbo), O pedicelo é o segundo 
antenômero, geralmente curto, porém às vezes pode ser dilatado para abrigar 
o órgão de Johnston função auditiva), O flagelo é formado pelos demais 
artículos, e varia muito quanto ao número e à forma. E a parte mais distinta da 
antena, sendo que os variados aspectos de seus antenômeros podem ser de 
importância para a taxonomia dos insetos. 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de antenas 
 
De acordo com o aspecto dos antenômeros do flagelo, podem ser 
reconhecidos os seguintes tipos de antenas: 
• Filiforme - Todos os artículos são semelhantes em tamanho, ligeiramente 
alongados, formando uma seqüência que se assemelha a um fio. É 
 9 
considerado o tipo mais primitivo. É a antena encontrada nas esperanças, 
baratas etc. 
• Moniliforme - Segmentos arredondados, semelhantes às contas de um colar. 
Encontrada em cupins e algumas espécies de besouros 
• Clavada - O flagelo termina em uma dilatação semelhante a uma dava, não 
muito pronunciada. Essa dava ou massa apical pode ser constituí da de 
apenas um articulo ou de vários. E a antena típica das borboletas. 
• Capitada - É uma antena semelhante à clavada, porém com a dava apical 
bastante dilatada. Encontrada em várias espécies de besouros, por exemplo, 
na broca-do-café. 
• Imbricada - Artículos em forma de taças, com a base de cada um encaixada 
no ápice do outro. Encontrada em besouros, por exemplo, espécies de 
Calosoma (Carabidae). 
• Fusiforme - Artículos medianos algo dilatados dando à antena aspecto de 
fuso. Típica das espécies da família Hesperiidae (lepidópteros de hábitos 
crepusculares). 
• Serreada - Artículos com expansões em forma pontiaguda em um ou ambos 
os lados, semelhantes aos dentes de uma serra. E a antena dos besouros da 
família Buprestidae. Quando as expansões ocorrem nos dois lados, a antena é 
denominada bisserreada 
• Denteada - Artículos com expansões arredondadas, com conformações de 
dentes. Essa antena é encontrada em espécies de vaga-lumes. Quando as 
dilatações estão em ambos os lados, a antena é denominada bidenteada. 
• Estiliforme - Extremidade apical do flagelo em forma de estilete, recurvado 
ou reto. E a antena típica de algumas espécies de dípteros (por exemplo, 
mutucas) e das espécies de Sphingidae (mariposas). 
• Plumosa - Flagelo com inúmeros pêlos que circundam todos os artículos, 
assemelhando-se a uma pluma ou pena. E a antena típica dos machos de 
pernilongos. 
• Flabelada - Expansões laterais em forma de lâminas ou folhas, como em 
algumas espécies de besouros e de microimenópteros. 
• Setácea - Antenômeros diminuem de diâmetro da base para extremidade da 
antena; a separação entreos artículos é evidente. E comumente encontrada 
em gafanhotos e serra-paus. 
• Furcada - Antenômeros do flagelo dispostos em dois ramos, tomando a forma 
da letra Y. E encontrada nos machos de alguns microimenópteros. 
•Pectinada - Artículos com expansões laterais, longas e mais ou menos finas, 
assemelhando-se a um pente. Quando as expansões encontram-se nos dois 
lados do flagelo, é denominada bipectinada. Comuns em mariposas, 
principalmente nos machos. 
• Lamelada - Os três últimos antenômeros são expandidos lateralmente; juntos 
formam lâminas que se sobrepõem. Antenas típicas dos besouros da família 
Scarabaeidae. 
 10 
• Geniculada - Escapo longo; pedicelo e artículos do flagelo dobrados em 
ângulo, assemelhando-se a um joelho. Encontrado em formigas, abelhas, 
vespas e mamangavas. 
• Aristada - Flagelo com um único artículo globoso e com uma cerda (pêlo) 
denominada arista. E a antena típica das moscas. 
• Composta - Formada pela combinação de uma antena geniculada (dobrada; 
escapo longo) com um outro tipo, por exemplo, genículo-clavada, 
genículo-capitada, genículo-moniliforme etc. 
 
 
 11 
 
 
 
Dimorfismo sexual nas antenas 
 
 12 
É possível o reconhecimento do sexo de algumas espécies por meio das 
antenas, com base em; 
• Tamanho - As antenas dos machos geralmente são mais desenvolvidas. 
• Tipo - Machos e fêmeas têm antenas de tipos diferentes. Por exemplo, os 
machos de pernilongos têm antenas plumosas e as fêmeas, filiformes. 
• Inserção - Machos de alguns besouros têm antenas inseridas na extremidade 
do prolongamento cefálico, enquanto nas fêmeas localizam-se no meio desse 
prolongamento. 
• Número de antenômeros - Machos de alguns himenópteros aculeados têm 
13 antenômeros e as fêmeas, 12. 
 
Peças bucais 
 
 O aparelho bucal é composto de apêndices móveis, embriologicamente 
originários do 3º, 4º, 5º e 6º segmentos cefálicos. Compõe-se, primitivamente, 
de um conjunto de peças, em número de oito, sendo duas, muitas vezes, 
atrofiadas. Essa atrofia pode ocorrer em todas as peças bucais, havendo assim 
insetos agnatos, isto é, não possuem aparelho bucal funcional, como no caso 
de muitas espécies de efeméridas na fase adulta. A morfologia das peças varia 
de espécie para espécie principalmente devido às adaptações alimentares. 
Assim há insetos que se alimentam de nutrientes sólidos e outros de líquidos; 
há aqueles que encontram seu alimento facilmente na superfície, e outros que 
precisam introduzir o aparelho bucal para a retirada do alimento, como no caso 
da sucção de seiva das plantas ou do sangue dos animais. São as seguintes 
as peças bucais (Fig. 4.3): 
 
 13 
 
 
• Labro ou lábio superior (LS) É uma peça articulada ao clípeo (epistoma) 
pela sutura clípeo-labral. Sua forma é bastante variável (retangular, bilobada ou 
triangular). Pode movimentar-se para baixo e para cima, com função de 
proteção e manutenção dos alimentos, que são triturados pelas mandíbulas. 
• Mandíbulas (MD). Duas peças localizadas lateralmente ao labro, articulando-
se por meio de côndilos na parte lateral da cabeça. Têm função trituradora, 
cortadora, moedora, perfuradora, modeladora e transportadora, além de defesa 
muitas vezes são extremamente modificadas na sua morfologia, em razão das 
exigências alimentares. 
 
 14 
 
 
• Maxilas (MI). Duas peças auxiliares das mandíbulas durante a alimentação. 
Cada maxila é formada por várias peças, algumas com função tátil e gustativa 
ou função mastigadora ou, quando extremamente modificadas, perfuradora. 
Essas peças são denominadas cardo (peça basal, que faz articulação da 
maxila à cabeça), estipe (peça mais ou menos quadrangular que suporta duas 
peças laminares, gálea, externa e lacínia interna). Há ainda os palpos 
maxilares, com função tipicamente sensorial, que se articulam lateralmente à 
estipe, por meio de um esclerito chamado palpífero. 
 
 
• Lábio ou lábio inferior (LI). Peça ímpar, constituída pela fusão de duas 
maxilas nos artrópodes primitivos, havendo portanto uma homologia entre as 
 15 
peças constituintes do lábio e as das maxilas. Apresenta função tátil e de 
retenção de alimentos. O lábio é composto de uma parte basal chamada de 
pós-mento ou pós-lábio, e uma parte distal que é o pré-mento ou pré-lábio. O 
pós-mente compreende duas partes achata das e alargadas, o submento e o 
menta. Os palpos labiais articulam-se lateralmente ao pré-monto, por meio de 
um esclerito chamado palpígero. Os palpos labiais apresentam normalmente 3 
segmentos e têm função sensorial. Estão ainda inseridos no pré-mento 4 lobos: 
as glossas (2 lobos menores e internos; e as paraglossas (2 lobos externos). 
Quando essas 4 peças acham-se fundidas em uma só, formam um apêndice 
bilobado chamado de lígula. 
 
 
 
• Epifaringe (EP). Localizada na parte interna ou ventral do labro. É constituída 
por uma dobra membranosa recoberta por pêlos sensoriais, com função 
gustativa. 
• Hipofaringe (HP). Inserida junto ao lábio. Possui função gustativa e tátil, 
sendo mais ou menos quitinizada, apresentando função de canal salivar em 
muitos insetos. 
Os insetos apresentam as peças bucais livres e salientes na cavidade bucal 
(ectógnatos). Portanto, a mastigação é feita fora da cavidade bucal. A boca” 
recebe o nome de cibário ou cavidade pré-oral. 
 
Classificação dos aparelhos bucais 
 
 16 
• Triturador ou mastigador - Apresenta todas as 8 peças bucais: labro, 2 
mandíbulas, 2 maxilas, lábio, epifaringe e hipofaringe. Algumas peças podem 
ser levemente modificadas, mas isso não afeta suas funções, ou seja, a 
trituração ou mastigação de alimentos. Está presente na maioria das ordens. E 
considerado o mais primitivo. 
 
• Sugador labial - É também chamado picador-sugador. Apresenta as peças 
bucais modificadas em estiletes ou atrofiadas, com exceção do labro, que é 
normal e pouco desenvolvido. O lábio transforma-se num tubo, denominado 
haustelo, rostro ou bico, que aloja os demais estiletes. O lábio não tem função 
picadora. A sucção do alimento é função das mandíbulas, epifaringe e 
hipofaringe. As maxilas, que possuem extremidades serreadas, têm função 
perfuradora. De acordo com o número de estiletes abrigados pelo lábio, tem-se 
os subtipos: 
— hexaqueta - 6 estiletes (2 MD, 2 MX. EP e HP. Ocorre nos dípteros 
(pernilongos, mutucas e borrachudos) (Fig. 4.4). 
 
 
 
 17 
 
 
 
 
— tetraqueta - 4 estiletes (2 MD e 2 D A epifaringe e hipofaringe são 
atrofiadas. Somente nos hemípteros (cigarras, cigarrinhas, percevejos, 
pulgões, cochonilhas e moscas-brancas. 
 
 
 
— triqueta - 3 estiletes. Em tripes (MD esquerda, a direita é atrofiada e 2 MX), 
piolhos hematófagos (MX unidas, Li e HIP) e pulgas (2 MX e EP). 
 
 18 
 
 
— diqueta – 2 estiletes (Díptera). Nas moscas-dos-estábulos, os estiletes são 
representados pela fusão do LS com o EP (labro-epifaringe) e HIP, tendo 
função de picar. Nas moscas-domésticas, esses 2 estiles são rudimentares. As 
peças bucais transformam-se numa probóscida, adaptada para lamber. 
 
 
 
 
 
• Sugador maxilar - A modificação ocorre somente nas maxilas, sendo as 
demais peças atrofiadas. As gáleas das maxilas transformam-se em duas 
peças alongadas e internamente sulcadas, de modo que, quando justapostas, 
originam um canal por onde o alimento é ingerido por sucção, O conjunto 
assume o aspecto de um tubo longo e enrolado (em repouso) denominado 
espirotromba. Encontrado somente nas borboletas e mariposas. 
 
 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Lambedor - Labro e mandíbulas normais. As mandíbulas estão adaptadas 
para furar, cortar, transportar ou moldar cera. As maxilas e o lábio inferiorsão 
alongados e unidos, formando o órgão lambedor. As glossas são 
transformadas numa espécie de língua com a qual os insetos retiram o néctar 
das flores, possuindo a extremidade dilatada (flabelo). Em abelhas e 
mamangavas. 
 20 
 
 
 
 
 
Aparelho bucal nas fases imatura e adulta 
 21 
 
• Menorrincos - Aparelho bucal sugador labial tanto na forma jovem como no 
adulto. Ex.: tripes, percevejos, cigarras, pulgões, cochonilhas, moscas-brancas 
etc. 
• Menognatos - Aparelho bucal mastigador nas larvas e adultos. Ex.: besouros, 
gafanhotos, baratas, cupins, louva-a-deus etc. 
• Metagnatos - Aparelho bucal mastigador na fase imatura e sugador maxilar 
(borboletas e mariposas), lambedor abelhas, mamangavas ou sugador labial 
moscas, pernilongos etc, na fase adulta. 
 
 
Direção das peças bucais 
 
• Hipognata - Peças bucais dirigidas para baixo e cabeça vertical em relação 
ao eixo do corpo (90º) Ex.: gafanhotos, baratas, louva-a-deus, abelhas, 
libélulas etc. 
 
 
 
 
• Prognata - Peças bucais dirigidas para a frente e cabeça horizontal em 
relação ao eixo do corpo (180º). Ex.: tesourinhas, cupins etc. 
 
 22 
 
 
 
 
 
• Opistognata - Peças bucais dirigidas para baixo e para trás, formando um 
ângulo menor que 90°. Ex.: cigarras, percevejos, pulgas etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax 
 
É a segunda região do corpo do inseto e apresenta os apêndices locomotores 
(pernas e asas). E derivado dos três segmentos torácicos embrionários que per 
manecem na fase adulta; portanto o tórax é formado por três segmentos, cada 
um derivado do respectivo segmento embrionário. 
O primeiro segmento é o protórax, que está unido à cabeça; o mesotórax é o 
mediano e o metatórax é o terceiro e liga-se ao abdome. Somente o protórax é 
desprovido de asas, todavia apresenta o primeiro par de pernas; mesotórax e 
metatórax possuem cada um, geralmente, um par de asas e um par de pernas. 
Na fase adulta, todos os insetos possuem seis pernas (hexápodes). Com 
relação ao número de asas, podem ser ápteros (sem asas), dípteros (duas 
asas) e tetrápteros (quatro asas — maioria das espécies). O dorso de um 
segmento torácico alado é inteiramente ocupado por uma placa tergal, na qual 
se articulam as asas. Porém, no segmento com asas mais desenvolvidas, há 
outra placa posterior chamada pós-noto. Essas placas aladas formam a alinoto. 
Em alguns himenópteros, aparentemente o tórax tem 4 segmentos, porém o 
“quarto segmento” é na realidade o primeiro segmento abdominal (propódeo ou 
epinoto), que está intimamente unido ao metatórax. 
 
 
 
 
 
 
 24 
 
 
 
Constituição de um segmento torácico 
 
 O corpo dos insetos é revestido por uma substância quitinosa que forma o 
exoesqueleto, porém, essa camada protetora não sofre solução de 
continuidade. Assim, torna-se fina, membranosa e flexível nas articulações e 
espessa nas demais partes, devido à maior concentração de quitina. Essas 
placas de quitina, constituintes dos segmentos ou metâmeros torácicos e 
abdominais, são chamadas escleritos (grego skleros = duro). 
Um segmento típico, por exemplo, o mesotórax (Fig. 4.8), apresenta sempre o 
mesmo número de escleritos. O metâmero típico é constituído por dois semi-
arcos, um superior e outro inferior, O semi-arco superior ou dorsal é o tergo ou 
noto e os seus escleritos são chamados tergitos. O semi-arco inferior ou ventral 
é o esterno, formado pelos esternitos. Esses semi-arcos são ligados 
lateralmente por áreas membranosas denominadas pleuras, e seus escleritos 
são chamados pleuritos. 
 
 25 
 
 
O tergo é constituído por oito tergitos: 2 prescutos, 2 escutos, 2 escutelos e 2 
pós-escutelos; o esterno é formado por dois esternitos, para cada metade do 
semi-arco. Cada pleura é constituída por dois pleuritos: epímero (em contato 
com o tergo) e episterno (relacionado com o esterno). Portanto, considerando-
se o tergo formado por oito tergitos (4 pares simétricos), o esterno por 2 
esternitos, e cada pleura por 2 pleuritos, tem-se que uni segmento típico é 
formado por 14 escleritos. Dependendo do segmento torácico no qual 
determinado esclerito se localiza, empregam-se os prefixos pra, meso ou meta, 
em sua nomenclatura. Assim, tem-se, por exemplo, pronoto, proepímero, 
propleura, mesoesterno, mesoescuto, metapleura, metaepisterno etc. Essa 
nomenclatura é empregada nos estudos de morfologia externa e taxonomia. 
 
 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apêndices torácicos 
 
Pernas 
 
 São apêndices locomotores terrestres ou aquáticos. Os insetos, no estado 
adulto, apresentam 6 pernas (hexápodes) e um número variável nas larvas. 
Além da locomoção, as pernas são também adaptadas para escavar o solo 
 27 
coletar alimentos, capturar presas etc. Há um par de pernas em cada segmento 
torácico isto é, pernas protorácicas ou anteriores, mesotorácicas ou medianas 
e metatorácicas ou posteriores. As pernas estão articuladas, na parte posterior 
de cada segmento torácico, entre o epímero e o episterno. 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
 
Estruturas de uma perna típica 
 29 
 
 
 
• Coxa (cx). Normalmente curta e grossa; articula-se ao tórax por meio da 
cavidade coral. 
• Trocanter (tr). Segmento curto entre a coxa e o fêmur, freqüentemente fixo a 
este. As vezes pode estar dividido em duas partes (dítroca), não-articuladas 
entre si. 
• Fêmur (fm). Parte mais desenvolvida; fixa-se ao trocanter e às vezes 
diretamente à coxa, deslocando o trocanter lateralmente. 
• Tíbia (tb). Segmento delgado e quase tão longo quanto o fêmur; pode 
apresentar espinhos e esporões. 
• Tarso (ts). Porção articulada, constituída por artículos denominados 
tarsômeros, que variam de 1 a 5. De acordo com o número de tarsômeros, 
os insetos podem ser agrupados em: 
• Homômeros - Mesmo número de tarsômeros nos 3 pares de pernas. Os 
insetos homômeros podem ser monômeros, dímeros, trímeros, tetrâmeros e 
pentâmeros, quando possuem, respectivamente, 1, 2, 3, 4, ou 5 artículos nos 
tarsos de todas as pernas. Podem ser ainda criptotetrâmeros quando 
aparentam ter apenas 3 tarsômeros, mas na realidade possuem 4, pois o 3º 
articulo fica embutido entre o 2º e o 4º, e criptopentâmeros quando o 4° 
tarsômero está oculto entre o 3° e o 5°, aparentando apenas 4 artículos, em 
vez de 5. 
• Heterômeros - Diferente número de tarsômeros em pelo menos um par de 
pernas, como nas formulas tarsais: 3-5-5, 4-5-5, 54-4, 5-5-4 (cada número 
indica os tarsômeros existentes em um par de pernas). 
• Pós-tarso (pt). Parte distal da perna, também chamada de pré-tarso (Fig. 
4.10). As garras tarsais são estruturas do pós-tarso presentes na extremidade 
apical de todas as pernas; geralmente são duplas, mas em alguns grupos de 
insetos só há uma garra (ou unha) apical. Entre as garras pode haver uma 
expansão membranosa, que é o arólio. Alguns dípteros apresentam, entre as 
garras, uma estrutura bilobada, denominada pulvilo e pode ocorrer também um 
processo mediano conhecido por empódio em forma de espinho ou de uma 
expansão membranosa semelhante ao pulvilo. O pós-tarso tem a função de 
auxiliar a fixação, quer pelas garras (em superfícies ásperas), quer por meio do 
arólio (em superfícies lisas). 
 30 
 
 
 
Tipos de pernas 
 
Conforme a função a ser exercida, as pernas podem apresentar modificações 
em suas partes que as tomam mais adaptadas para o desempenho daquela 
função. Essas modificações são adaptações dos insetos de acordo com o meio 
onde vivem e podem ocorrer nos três pares de pernas ou somente no primeiro 
ou último par. Assim, tem-se os diferentestipos de pernas, sendo os principais: 
 
• Ambulatórias - Sem modificação especial em nenhuma de suas partes; é o 
tipo fundamental, próprio de quase todos os insetos, e são adapta das para 
andar ou correr. Geralmente as pernas protorácicas são mais curtas, as 
mesotorácicas, de tamanho intermediário, e as metatorácicas, mais longas. E o 
tipo de pernas das baratas, moscas, muitos besouros, borboletas, mariposas, 
formigas etc. 
 
 
 
 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Saltadoras ou saltatórias - Pernas posteriores dos gafanhotos, grilos, 
esperanças pulgas e alguns besouros. Fêmur e a tíbia bastante desenvolvidos 
e alongados, funcionando como uma alavanca que impulsiona o inseto para a 
frente aos saltos, que podem alcançar 100 vezes o tamanho do inseto (pulgas). 
 
 
 
 32 
 
 
 
• Nadadoras ou natatórias - Pernas de insetos de hábito aquático, com 
adaptação mais acentuada nos tarsos posteriores, que assumem a forma de 
remo. Fêmur, tíbia e tarso achatados e geralmente com as margens providas 
de pêlos que auxiliam a locomoção na água. E o tipo de pernas das baratas-
d’água e besouros aquáticos. 
 
 
 
• Preensoras - Fêmur desenvolvido com um sulco, onde se aloja a tíbia 
recurvada. Servem para apreender outros animais, inclusive outros insetos, 
entre o fêmur e a tíbia. 
 
 
 
 
 
 
 
• Raptadoras ou raptatórias - Fêmur e tíbia possuem perfeita adaptação, além 
de numerosos espinhos e dentes que auxiliam na apreensão das presas, 
geralmente outros insetos. São as pernas anteriores dos louva- a-deus 
(Mantodea) e dos mantispídeos (Neuroptera). 
 33 
 
 
• Fossoriais ou escavadoras - Tarso modificado em digitus (nas paquinhas) 
ou tíbia em forma de lâmina larga e denteada (nos escaravelhos) para escavar 
o solo. Portanto, são as penas anteriores de insetos de hábito subterrâneo. 
 
 
 
 
 
 
• Escansoriais - Tíbia, tarso e garra tarsal com conformação típica para 
agarrar o pêlo (ou cabelo) do hospedeiro, para a sua fixação. São os três pares 
de pernas dos piolhos hematófagos. 
 
 34 
 
 
 
 
• Coletoras - Servem para recolher e transportar grãos de pólen. Primeiro 
segmento do tarso bastante desenvolvido, constituindo o basitarso, provido de 
pêlos e nas abelhas, a superfície externa da tíbia é lisa e com longos pêlos nas 
laterais, formando a corbícula, uma espécie de “cesto” para o transporte do 
pólen. E o terceiro par de pernas das abelhas. 
 
 
 
 
 
• Adesivas - Alguns tarsômeros das pernas anteriores são dilatados e pilosos, 
formando uma “ventosa”. São as pernas anteriores dos machos de algumas 
espécies de besouros aquáticos, que auxiliam sua fixação durante a cópula. 
 35 
 
 
 
Asas 
 
 Os insetos na fase adulta, podem possuir dois pares de asas (tetápteros), 
inseridas no mesotórax e no metatórax. Todavia, há insetos com apenas um 
par de asas (dípteros) e outros desprovidos de asas no estado adulto (ápteros). 
Há insetos que, apesar de possuírem asas, não as utilizam para vão: são os 
insetos aptésicos (mariposa do bicho-da-seda). 
 
Estruturas de uma asa 
• Articulações com tórax - Cada asa está unida ao tórax por uma porção 
membranosa que contém um conjunto de escleritos chamado de pterália. 
• Nervuras - Expansões das traquéias enrijecidas que percorrem as asas dos 
insetos, funcionando como estruturas de sustentação. As nervuras têm enorme 
importância na taxonomia dos insetos, pois variam entre os grupos e são 
constantes dentro do grupo. No sistema Comstock-Needham, são 
reconhecidas seis nervuras longitudinais, ou seja, dispostas no sentido do 
comprimento da asa. Muitas espécies apresentam uma redução no número de 
nervuras (por exemplo, dípteros, microimenópteros etc.), enquanto outras 
apresentam grande número de nervuras (libélulas, neurópteros etc.). 
• Nervuras longitudinais - (abreviaturas com iniciais maiúsculas): 
— Costal (C). Marginal sem ramificações; 
— Subcostal (Se). Logo abaixo da C, pode ramificar-se (Sc1,Sc2) 
— Radial (R). Bifurca-se em um ramo indiviso R e num segundo ramo (setor 
radial — Rs) que se divide, e cada bifurcação divide-se nova mente, 
originando-se 4 ramos terminais: R2, R3, R4 e R5. 
— Medianas (M). Situadas abaixo das radiais, iniciando-se no meio da asa, 
denominadas M1, M2, M3 e M4. 
 36 
— Cubital (Cu). Bifurca-se em Cu1, e Cu2 algumas ordens, a nervura Cu1 é 
denominada Cu e seus ramos Cu1e Cu2. 
— Anais (A). Não ramificadas, percorrem a parte inferior da asa (região anal: 
1A, 2A e 3A. 
• Nervuras transversais - (abreviaturas em letras minúsculas. Unem as 
nervuras longitudinais transversais e são denominadas de acordo com as 
nervuras que ligam. Por exemplo: radial (r) entre R1 e R2, radial- mediana (r-m) 
entre o ramo posterior da radial como primeiro da mediana; médio-cubital (m-
cu), entre o último ramo da mediana com o primeiro da cubital; cubital-anal (cu-
a) entre o último ramo da cubital com o primeiro da anal. Há ainda a umeral (h) 
entre a subcostal com a costal e a setorial (si, entre a R a R, (abreviaturas com 
a inicial minúscula). 
 
 
 
Células 
São as áreas da asa, delimitadas pelas nervuras ou por estas e as margens 
das asas. São denominadas células fechadas quando completamente circunda 
das pelas nervuras e células abertas quando se estendem até a margem da 
asa. 
As células das asas também possuem valor taxonômico e recebem o mesmo 
nome da nervura longitudinal que limita o lado anterior da célula, por exemplo, 
célula radial, célula mediana etc. Quando uma célula é circundada 
anteriormente por uma nervura fundida (R4+5) será denominada segundo o 
componente posterior daquela nervura (célula R5). Se uma célula for dividida 
por uma nervura transversal, cada célula formada é designada por um número; 
assim, a nervura transversal mediana m divide a célula M2, em duas, portanto, 
a célula basal é considerada a primeira célula M2 e a distal como segunda 
célula M2. Em Lepidoptera, há uma célula (fechada ou aberta) que atinge 
quase a metade da asa, denominada célula discal. Em Odonata, há células 
chamadas triângulo, alça anal (área formada por várias células) etc. 
 37 
 
Regiões da asa 
• Área articular - Região da asa que se articula com o t&ax e abrange a 
pterália. 
• Ala - Constitui a asa propriamente dita, também chamada remígio. Com 
preende a porção distal da asa que contém a maioria das nervuras e toma 
parte ativa durante o vôo do inseto. 
• Anal ou vanal - Região triangular separada da ala pela dobra anal ou vanal. 
• Jugal - Região pequena, nem sempre presente, separada da região anal pela 
dobra jugal. As vezes, na margem interna da asa, próximo a sua base, pode 
ocorrer um lobo, denominado álula. 
 
 
 
Margens ou bordos 
 
• Margem costal ou anterior - Limita o bordo anterior da asa, ou seja, da 
articulação com o tórax até o seu ápice. 
• Lateral ou externa - Limita lateralmente a asa, do ápice ao ângulo anal. É 
também chamada posterior ou póstero-lateral. 
• Anal ou interna - Limita a asa internamente, ou seja, do ângulo anal à sua 
base. 
 38 
 
Estruturas de acoplamento 
Unem as asas de um mesmo lado entre si, dando maior eficiência ao vôo. 
 
• Jugo - Projeção do lobo jugal da asa anterior, que se encaixa na margem 
costal da asa posterior, permanecendo esta presa entre o jugo e a margem 
anal da asa anterior. Ex.: algumas espécies de mariposas. 
 
 
 
 
• Frênulo - Cerda ou várias cerdas inseridas no ângulo umeral da asa 
posterior, que se prende à asa anterior por um tufo de cerdas ou dobra, 
chamado de retináculo. Nos machos, o frênulo é constituído por uma única 
cerda, e nas fêmeas por 2 ou 3 cerdas. Ex.: muitas espécies de mariposas.39 
 
 
• Hâmulos - Diminutos ganchos da parte mediana da margem costal da asa 
posterior, que se prendem na margem anal da asa anterior. Ex.: abelhas, 
mamangavas. 
 
 
Nas borboletas, o acoplamento das asas não é feito por estruturas, mas pela 
expansão da região do ângulo umeral da asa posterior sobre a qual se apóia a 
região anal da asa anterior. Esse tipo de acoplamento é chamado de 
amplexiforme. 
 
Tipos de asas 
• Membranosa - Asa fina e flexível com as nervuras bem distintas. A maioria 
dos insetos apresenta o par posterior das asas desse tipo. Podem ser nuas ou 
cobertas por pêlos ou escamas. 
 
 40 
 
 
• Tégmina - Asa anterior de aspecto pergaminhoso ou coriáceo e normalmente 
estreita e alongada. Ex.: baratas, louva-a-deus, gafanhotos, grilos etc. 
 
 
 
 
 
 
• Hemiélitro - Asa anterior de percevejos, com a parte basal dura (cório) e 
apical flexível (membrana) onde estão as nervuras. O cório pode ser dividido 
fias áreas: clavo (área interna), embólio (área externa) e cúneo (área externa 
entre o embólio e a membrana). Na membrana podem ocorrer, em sua base, 
duas células contíguas (grande aréola e pequena aréola). 
 
 41 
 
 
 
 
• Élitro - Asa anterior dura, que recobre a asa posterior do tipo membranosa. 
Ex.: besouros e tesourinhas. Pode ser liso e brilhante ou apresentar sulcos, 
carenas, grânulos, rugosidade etc. Nas tesourinhas e em alguns besouros, não 
recobrem totalmente o abdome, sendo denominados braquiélitros. 
 
 
 
• Balancins ou halteres - Asas metatorácicas atrofiadas que possuem função 
de equilíbrio. Ex.: moscas, pernilongos, borrachudos, mutucas, varejeiras etc. 
 
 42 
 
• Pseudo-halteres - Asas anteriores atrofiadas. Provavelmente, originaram-se 
de élitros. Ex.: machos da Ordem Strepsiptera. 
 
 
 
• Franjada - Asa alongada com longos pêlos nas laterais. Ex.: tripes, 
microlepidópteros, microimenópteros. 
 
 
 43 
 
• Lobada - Margem da asa acompanha as nervuras, formando lobos, as 
semelhando-se assim a uma asa partida ou dividida. Ex.: microlepidópteros. 
 
 
 
 
 
 
Abdome 
 
É a terceira região do corpo dos insetos, que se caracteriza pela segmentação 
típica, simplicidade de estrutura e ausência geral de apêndices locomotores. 
Embriologicamente nunca ocorrem mais de 12 segmentos abdominais ou 
urômeros. Nas ordens superiores, essa segmentação se reduz a 9 ou 10 
urômeros distintos. A redução do número de segmentos ocorre, em geral, na 
parte posterior do abdome, porém em alguns insetos superiores, pode haver 
eliminação ou atrofia do primeiro urômero. 
Apesar da sua aparência simplificada, o abdome é uma região altamente 
especializada, que contém as principais vísceras; também essa é a região 
onde ocorrem os movimentos respiratórios. Cada urômero é formado por uma 
placa tergal (dorsal), mais ou menos arqueada, e outra menor e mais plana 
chamada placa esternal (ventral). Essas placas são separadas pela membrana 
pleural, que é bem desenvolvida. Desse modo, o abdome possui muita 
mobilidade e flexibilidade. 
Em alguns insetos, os 5 ou 6 primeiros urômeros são desenvolvidos e de 
aspecto globular (pré-abdome) e os segmentos restantes são de conformação 
tubular (pós-abdome), que abriga o acúleo (“ovipositor”), como nas moscas-
das- frutas. 
 
Características dos segmentes abdominais 
• Segmentos pré-genitais ou viscerais - Urômeros I a VII (fêmeas) e I a VIII 
(machos), muito semelhantes entre si. O primeiro urômero está, em geral, 
amplamente unido ao metatórax, porém em alguns himenópteros (vespas, 
formigas), o primeiro urômero (propódeo ou epinoto) está fundido ao metatórax, 
e o segundo e terceiro urômeros formam uma constrição (pedúnculo ou 
pecíolo). Os espiráculos estão, normalmente, localizados nas pleuras 
abdominais, porém sua posição é muito variável. As ninfas de percevejos 
podem apresentar aberturas de glândulas odoríferas no dorso de alguns 
segmentos abdominais. Nos gafanhotos e em algumas mariposas, os tímpanos 
localizam-se lateralmente nas pleuras do 10 urômero. Os machos de cigarras 
possuem órgãos estridulatórios no esterno do 12 segmento abdominal. As 
 44 
vezes, as pleuras são achatadas lateralmente, sendo denominadas conexivo 
como nos barbeiros. 
• Segmentos genitais - Urômeros VIII e IX (fêmeas) e IX (machos 
principalmente. Estão associados às estruturas genitais. Em algumas fêmeas, 
das placas pleurais (primeiros valvíferos) do oitavo urômero origina-se o 1 par 
de valvas, que toma parte na formação do ovipositor da fêmea, sendo que o e 
3 pares dessas valvas originam-se dos escleritos pleurais do 9º segmento. 
Portanto, o ovipositor é formado por 6 lâminas, dispostas 3 a 3. Geralmente, as 
aberturas genitais femininas e masculinas ocorrem na parte posterior do 9º 
esternito abdominal. Mas fêmeas da maioria dos lepidópteros a abertura para a 
cópula localiza-se ventralmente no urômero VIII e o orifício de postura no 
urômero IX-X. 
• Segmentos pós-genitais - X e XI urômeros, principalmente. Em alguns 
casos, é difícil a separação desses segmentos, devido à fusão que pode haver 
entre eles. Os apêndices presentes no 10º segmento são denominados 
pigópodos, por exemplo, as pernas anais das lagartas e de algumas larvas etc. 
Na maioria dos insetos, o abdome termina no 10º segmento, pois normalmente 
o 11º desaparece. Em geral, o último urômero é cônico com o ânus no ápice. 
Apresenta uma placa dorsal (epiprocto) e 2 lobos ventrolaterais (paraproctos), 
cuja margem posterior prolonga-se num lobo subanal (hipoprocto). 
 
 
 
Apêndices abdominais 
Os insetos apresentam em seu desenvolvimento embrionário certos apêndices 
abdominais que, em geral, desaparecem com a eclosão da larva (ou ninfa), 
mas que em muitos casos permanecem após a eclosão para se transformar em 
estruturas funcionais . 
Alguns apêndices só ocorrem nos insetos atuais mais primitivos, por exemplo, 
as traças-dos-livros têm estilos abdominais (auxiliam a locomoção e o suporte 
ao abdome), vesículas protráteis e o filamento mediano, além de 2 cercos 
(estes presentes em outros insetos também), O filamento mediano e os cercos 
são denominados filamentos caudais. 
 45 
Os adultos de Pterygota podem apresentar os cercos que são apêndices 
abdominais pares, multissegmentados ou não, inseridos nas partes látero-
dorsais do último urômero. Sua principal função é sensorial, mas podem 
auxiliar na cópula e até exercer função preensora (tesourinhas). São 
encontrados nas traças-dos-livros, louva-a-deus, baratas, tesourinhas etc. 
Pode haver também dois Silos, articulados ventralmente nas partes laterais ou 
posteriores do último urômero. São multissegmentados, e mais curtos do que 
os cercos, com função sensorial e presentes apenas nos machos (dimorfismo 
sexual de louva-a-deus, baratas etc. Os pulgões apresentam um par de 
apêndices dorsais, denominados sifúnculos ou cornículos, os quais podem 
liberar feromônio de alarme. 
As lagartas (ordem Lepidoptera) e as larvas de alguns himenópteros 
(subordem Symphyta) possuem pernas abdominais no 3º,4º 5º e 6º urômeros 
(em algumas lagartas - curuquerês - há redução no número de pernas 
abdominais); no 10º segmento localizam-se as pernas anais. Às larvas de 
Coleoptera podem apresentar no dorso do 9º urômero uma projeção cuticular 
denominada urogonfo. Ainda como apêndices abdominais das formas imaturas, 
devem ser mencionadas as brânquias das larvas e ninfas dos insetos 
aquáticos. 
 
 
 
 
 46 
 
 
 
 
 
 47 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de abdome 
São baseados na ligação do abdome com o tórax: 
 
• Séssil ou aderente - Abdome liga-se ao tórax em toda a sua largura. Ex.: 
baratas, gafanhotos, besouros etc. 
• Livre - Constriçãopouco pronunciada na união do abdome com o tórax. Ex.: 
moscas, abelhas, borboletas etc. 
• Pedunculado - Constrição acentuada no 2º ou e 3º segmentos abdominais, o 
1º segmento abdominal está fundido ao metatórax. Ex.: formigas e vespas 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
 
 
Conclusão 
 
 
Dentre todos os grupos animais, os insetos (Classe Insecta) 
rivalizam com os seres humanos como os organismos mais bem 
adaptados à vida terrestre. Estimativas de diversidade de insetos 
variam de 1 milhão a mais de 10 milhões de espécies. Pode-se dizer 
que mais de 90% das espécies animais terrestres são insetos. Entre 
as razões para a fantástica multiplicidade de espécies de insetos 
estão: 
 tamanho reduzido 
 ciclo de vida de curta duração 
 sofisticado sistema sensorial e neuro-motor 
 interações evolutivas com plantas e outros organismos 
 metamorfose 
 presença de asas e pernas 
 baixa taxa de extinção. 
 
Essas características dão ao inseto a habilidade para explorar os 
mais diferentes habitats, com uma capacidade para responder a 
estímulos externos comparável a dos vertebrados. O tamanho 
reduzido permite que os insetos explorem diferentes nichos num 
mesmo habitat. Assim, por exemplo, uma árvore que proporcione 
algumas refeições a um grupo pequeno de mamíferos herbívoros 
pode garantir alimento para várias gerações de dezenas de espécies 
de insetos, que se alimentariam de virtualmente qualquer parte da 
planta, seja raiz, fruto, folhas, flor ou semente. 
O ciclo curto favorece mudanças genéticas de natureza adaptativa em 
reação a mudanças ambientais, sejam elas alterações de 
temperatura, exposições a inseticidas, ou outros efeitos 
desfavoráveis. Essas adaptações resultam em baixa taxa de extinção. 
O excelente sistema locomotor ajuda na notável distribuição 
geográfica dos insetos: com exceção da água salgada, os insetos 
colonizaram todo o planeta. A presença de asas certamente foi o 
fator mais importante na dispersão desses animais. 
Não é por acaso que as ordens de insetos mais numerosas contêm 
insetos alados e de metamorfose completa. Insetos que exploram 
diferentes habitats e diferentes alimentos durante seu ciclo teriam 
mais chance de sucesso, com menor exaustão dos recursos e 
(relativamente) menor exposição a inimigos naturais. Todas essas 
 49 
vantagens fazem com que insetos sejam encontrados em situações 
naturais em populações altamente numerosas. 
 50 
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