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ORTOPEDIA - Dr. Henrique L. Schaffhausser – 18/10/18 URGÊNCIAS EM ORTOPEDIA Identificar e conduzir as principais urgências ortopédicas no ambiente hospitalar. CASO CLÍNICO Sexo masculino 32 anos Moto x auto (ejetado) há 01 hora Sem comorbidades Não deambulou após o trauma Exame físico: Agitado, gritando que não consegue se mexer Colar cervical e prancha rígida Ferimento na perna direita com exposição óssea Sinais vitais: FC: 123 bpm; PA: 90 x 60; FR: 14 ipm; SpO2: 98% (aa) Choque hemorrágico (grau 1, grau 2); seguir com ATLS (ordem obedece aquilo que mata mais rápido). Radiografias preconizada pelo ATLS: cervical, tórax, quadril Fazer radiografia da fratura Acidentes de trânsito 1,3 milhão de mortes/ano/mundo 40.000 mortes/ano/Brasil > Câncer > Doenças Cardiovasculares Distribuição trimodal de morte: 50% - mortes imediatas (metade das mortes) 30% - primeiros minutos – primeiras horas 20% - mortes tardias ATLS: padronização de atendimento; segura e confiável A: airway – via aérea B: breathing – respiração C: circulation – circulação D: disability – disfunção neurológica E: exposition – exposição POLITRAUMA equipe multidisciplinas Médico, Enfermagem, Nutricionista, Fisioterapia LESÕES DO ANEL PÉLVICO Alta energia, automobilístico, contra um anteparo Trauma de alta energia Alta mortalidade/morbidade – sangramento peritoneal Sangramento Lesões associadas (peritoneais e retroperitoneais) Tipos: Fraturas Disjunção Volume da esfera é proporcional ao volume do raio. Se o raio aumenta, o volume aumenta em 3x (volume de possibilidade de sangramento) Tratamento Reduzir o volume Estabilização Tratamento de lesões associadas Tratamento definitivo Cinta pneumática para manter pelve fechada (padrão ouro) ou usar lençol por baixo da cintura – identificar a altura dos trocanteres e fechar sobre a sínfise púbica Fazer a fixação da pelve (fixador externo) Paciente estável, fazer a síntese interna Paciente instável – lençol pélvico – estável – TM Estável, mas deve repor volume o tempo todo – identificar a origem do sangramento e tratar Instável - laparotomia TRAUMA RAQUIMEDULAR Trauma de alta energia Alta mortalidade/morbidade 26% agravam durante o transporte Fazer: Prancha + colar e suportes laterais Abordagem inicial: ATLS Mecanismo de trauma Equimose e/ou escoriações Exame neurológico Exames de imagem (Raio-X, TC, RM) Exame neurológico - prova Motor: 0: sem contração I: contração/fasciculação II: não vence a gravidade (contrai) III: vence a gravidade IV: movimentação efetiva porém diminuída em relação ao normal V: normal Sensitivo: T4: mamilar T7: abaixo apêndice xifoide T10: ??? T12: sínfise púbica Reflexos superficiais Bíceps (C5) Braquioestiloradial (C6) Tríceps (C7) Patelar (L4) Aquiles (SI) ASIA Score Motor: Lado Grupo Muscular Mobilidade Ativa Sensorial Lado Dermátomo Escala de Frankel A: perda total motora e sensitiva – dificilmente volta ao normal B: perda motora total e perda sensorial incompleta (perda motora incompleta sem uso prático) C: sensitivo presente, motora incompleta/inativa D: perda motora incompleta, capaz de deambular com ou sem instrumentos auxiliares E: normal Exames de imagem Radiografia cervical de perfil (C7 e T1) – se não pegar T1, não está adequado fazer tomografia Pacientes com diagnóstico – fazer RM Choque medular: interrupção fisiológica para “proteger” os nervos – pode ocorrer de acontecer uma paralisia transitória, sem necessariamente indicar trauma daqueles nervos Paralisia flácida Perda dos reflexos bulbocavernoso – é o reflexo mais distal* (ausente: sem impulso da medula; presente: já houve retorno dos reflexos mais altos) Para determinar a altura da lesão deve-se esperar 24-48h *Esfincter anal contrai quando presente quando puxado a sonda vesical Não é choque neurogênico! Choque neurogênico: perda do tônus simpático, por isso estará hipotenso mas sem taquicardia FRATURA EXPOSTA Exposição óssea ou contato do hematoma fraturário com o meio externo – ligação do foco de fratura com o meio externo (deve ter sangramento do osso – tem gotículas de gordura) Energia de trauma variável Grau de contaminação Comprometimento da vascularização Classificação (Gustilo e Anderson) – prova Quanto ao tamanho I: lesão < 1 cm II: lesão > 1 cm e < 10 cm III: lesão > 10 cm – podem ser: cobertura adequada (sem exposição de partes nobres) cobertura inadequada (exposição óssea) lesão vascular que necessita de reparo (precisa abordar, senão irá ter perda do membro) Quanto ao grau de energia I: “baixa energia” II: moderada energia III: alta energia Quando ao risco de contaminação I: baixo risco de contaminação II: risco moderado de contaminação II: alto risco de contaminação Manejo pré-hospitalar: Evitar maior contaminação Alinhamento – sem necessidade de reduzir “Imobilização” Tratamento (hospitalar): Antibiótico Tipo I: Cefalosporina 1a geração Tipo II e III: Cefalosporina de 1a geração Tipo III: Associar o aminoglicosídeo Fazer profilaxia contra tétano Limpeza cirúrgica e desbridamento Remoção de tecido desvitalizado “10 litros de SF 0,9%” Sutura sem tensão (para evitar isquemias teciduais) 2o tempo/retalhos/2a intensão Estabilização Imobilização Fixador externo (controle de danos – “damage control”) – até duas semanas para evitar infecção pelos pinos Síntese interna (no momento do trauma) (“early total care”) LUXAÇÃO Definição: perda da congruência articular Diferente de contusão/entorse Luxação do ombro é a mais frequente Perda/sofrimento da cartilagem Lesões associadas Sequelas motoras Ex.: falange, quadril, joelho – “sai do lugar” Tratamento Redução sob anestesia (sedação) Movimentos “suaves” Verificar se há estabilidade articular SÍNDROME COMPARTIMENTAL Aumento da pressão intersticial sobre o capilar dentro de um compartimento osteofacial fechado, podendo comprometer vasos, músculos, e terminações nervosas, provocando dano tecidual. Etiologia: Trauma Imobilização Fratura Queimaduras Exercício intenso Diagnóstico (teoria) Pcompartimento > 30 mmHg P (diastólica – compartimento) entre 20 e 30 mmHg Diagnóstico clínico (feito na prática) – prova Pain – dor mais precoce, já pode iniciar tratamento Paralisia Parestesia Pulso (ausência) Tratamento Precoce Fasciotomia: pele, subcutâneo e fáscia Liberação de todos os compartimentos Tratamento inadequado: Pressão permanece elevada Lesão tecidual irreversível Consequência se não tratado: contratura de Volkmann – irreversível Sobre o caso clínico... ATLS RX: cervical, torácica, pélvica Lesão de bacia: Lençol – altura do trocanter Estabilizar a fratura exposta Tomografia para lesão associada e sangramento peritoneal Centro cirúrgico
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