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UMA ANÁLISE DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS SOCIAIS

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UMA ANÁLISE DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS SOCIAIS, POLÍTICAS E JURÍDICAS DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
 Andressa Stephanie
 Ariana Cardoso França
 Emerson Pimentel Portela
 Henrique
 Hyago Costa
 Inglte
 Larissa Jacarandá
 Vinicius Portela
RESUMO:
O presente artigo tem por objetivo realizar uma análise do desenvolvimento das Constituições Brasileiras no decorrer da história, em seus escopos sociais, políticos e jurídicos. Para isso, serão analisadas cada uma das constituições (desde a primeira, que foi a imperial em 1824 até a que se encontra em vigor no Brasil de 1988, chamada Constituição Cidadã). Foram analisados os contextos em que se inseriram, bem como as influências externas que as inspiraram, os impactos da transição de Estado Absoluto para Estado liberal, marcada pelas Revoluções burguesas, inaugurando o Constitucionalismo, que transformaria todo o Ocidente. A metodologia utilizada quanto a abordagem foi qualitativa, uma vez que se buscou compreender o universo dos significados, estabelecer relações e identificar contextos sociais e históricos.Além disso, faz mister demonstrar as transições ocorridas no período entre guerras, com o surgimento da ideia de Estado Social, e pós Segunda Guerra, com o chamado Neoconstitucionalismo, e seus impactos na Constituição Cidadã. Falta incluir uma conclusão. 
1 INTRODUÇÃO
2. A CONSTITUIÇÃO IMPERIAL DE 1824
O século XVIII foi marcado pelas revoluções burguesas que introduziram uma nova concepção da relação sociedade e Estado, ocasionando grandes transformações no Ocidente. Os ideais liberais dominantes produziram efeitos no Brasil ainda na regência de D. João VI, podendo-se citar revoltas armadas que, mesmo não tendo logrado êxito, possuíram como base ideais liberais. (BASTOS, 1999)
2.1 Fatores Antecedentes
Em razão de sua longa aliança com a Inglaterra, Portugal não aderiu o bloqueio continental imposto por Napoleão Bonaparte em 1806. Com a ocupação das terras portuguesas pelas tropas napoleônicas, a Família Real foi transferida para o Brasil em 1808, período em que o Brasil passou a ser chamado de Reino Unido a Portugal e Algarves. (LENZA, 2012) 
Após isso, em 1817, ocorre a Revolta Pernambucana, de grande importância para o constitucionalismo no Brasil. Conforme Paulo Bonavides:
“Se as raízes do constitucionalismo português estavam na “Súplica” a Bonaparte, as nossas se entranhavam no solo da Revolução Pernambucana de 1817, de marcante inspiração republicana. Tinham, aliás, um significado constitucional mais profundo, colocando diretamente em pauta a questão do poder constituinte com extrema clareza e determinação. Tanto pela natureza do movimento, confessadamente separatista e emancipativo, quanto pelos princípios que o inspiravam, todos derivados da ideologia revolucionária solapadora das monarquias absolutas, a Lei Orgânica da nova república era um projeto superior em substância e qualidade à “Súplica” portuguesa de 1808”
	Nesse sentido, a Revolução Pernambucana representou um grande impulso para o movimento constitucionalista no Brasil, reivindicações para o nascedouro de uma constituição, momento em que Portugal também era acometida dos mesmos sentimentos, todavia, advindas da ‘súplica’ a Bonaparte. 
Com a vinda da família real para o Brasil, os portugueses se encontravam insatisfeitos por diversas razões, como por exemplo a necessidade de restaurar o governo de Portugal, uma vez que Napoleão acabara de ser derrotado e os países europeus estavam se reestruturando. Em 1820 ocorreu a revolta do Porto fazendo com que o Rei Dom João VI retorne a Portugal em 1822, deixando Dom Pedro I Príncipe Real do Reino Unido e Regente brasileiro. (LENZA, 2012)
Em 9 de janeiro de 1822, desrespeitando ordem da Corte portuguesa que pretendia transformar o Brasil em colônia novamente, exigindo seu retorno, D. Pedro I, que havia recebido diversas assinaturas coletadas pelos “liberais radicais”, disse: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. (LENZA, 2012)
Sobre este acontecimento, Celso Ribeiro Bastos aponta que a volta da família real e a regência de D. Pedro I ocasionaram a precipitação do movimento, dotando o Brasil de uma Constituição. A convocação da Assembleia ocorre até mesmo antes da Proclamação da Independência e em maio de 1823 ela já estava em funcionamento. (BASTOS, 1990)
 Era necessário, portanto, uma forma de legitimar a independência brasileira e conduzir a nova forma de governo que haveria de ser estabelecida. Após ter declarado a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, em 1823 Dom Pedro I convoca uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa para formular uma constituição, todavia, Dom Pedro I a dissolveu e convocou um Conselho de Estado para tratar dos “negócios de maior monta” e elaborar um novo projeto de constituição em consonância com a vontade de Dom Pedro I. (LENZA, 2012)
 Após esses fatores, a Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada em 25 de março de 1824 e foi a que mais teve tempo de vigência, tendo sofrido grande influência da francesa de 1814. Uma de suas principais características foi o forte centralismo político-administrativo, como será observado, em razão da figura do Poder Moderador e do unitarismo e absolutismo. (LENZA, 2012)
2.2 Características:
	O governo era monárquico, hereditário, constitucional representativo, era uma forma unitária de Estado. As capitanias hereditárias passaram a ser chamadas de províncias, estas tinham um “presidente” nomeado pelo Imperador. A religião oficial era Católica Apostólica Romana, mas as outras religiões eram permitidas desde que não houvesse manifestações externas para isso, com casas destinadas para isso ou culto doméstico. A capital do Império era o Rio de Janeiro e foi transformada, com o Ato Adicional n. 16 de 12.08.1834, em Município Neutro ou Município da Corte. (LENZA, 2012)
O regime de governo estabelecido possuía Quatro poderes: Poder Executivo, exercido pelo Imperador através de seus Ministro de Estado; Poder Legislativo, composto pela Câmara dos Deputados, que era eletiva e temporária, e Senado, que era vitalícia, sendo seus membros nomeados pelo Imperador; Poder Judiciário, denominado “Poder Judicial”, este era independente, composto por juízes, que aplicavam a lei, sendo-lhes assegurados a vitaliciedade, mas não a inamovibilidade, e jurados, que se pronunciavam sobre os fatos. Para as causas de segunda e última instância, foram criadas nas Províncias as chamadas “Relações”. Já na capital, o Supremo Tribunal Federal era o órgão de cúpula do Judiciário, seus juízes eram nomeados pelo critério da antiguidade. (LENZA, 2012)
2.2.1 Controle de constitucionalidade da constituição imperial
Ivo Dantas afirma que: 
[...]a Carta Política de 25 de março de 1824, também neste ponto sob a influência do constitucionalismo francês e discrepando do modelo que seria entre nós acatado a partir da República, confiou a missão de garantia da superioridade da norma constitucional, ao Poder Legislativo e não ao Supremo Tribunal de Justiça, permitindo a afirmativa de inexistência do controle jurisdicional que, desta forma, limitava-se a um controle político, durante a vigência daquele texto. (O valor da Constituição, p. 80)
Nesse sentido, no que concerne ao controle de constitucionalidade, a Constituição imperial seguiu o modelo francês e concedeu amplos poderes ao Poder Legislativo,divergindo do modelo americano. Conforme a constituição de 1824: Art. 15:
 E' da attribuição da Assembléa Geral
 VIII. Fazer Leis, interpretal-as, suspendel-as, e rovogal-las. 
IX.Velar na guarda da Constituição, e promover o bem geral do Nação.
O poder legislativo, portanto, fiscalizava a constitucionalidade das leis que ele mesmo fazia.
2.3 Antagonismos 
Segundo Paulo Bonavides e Paes de Andrade, a Constituição teve um alcance incomparável, através da força de equilíbrio e compromisso, possuindo o elemento liberal, descendente da Revolução Francesa, que iria acelerar a caminhada para o futuro, e o elemento conservador, descendente da Santa Aliança e do absolutismo, que tornava indefinida a mudança que deveria trazer. Pelo seu conteúdo, a Constituição mostrava duas faces, a do liberalismo, que fora completa no Projeto de Antônio Carlos, mas que sequer sobrevivia com o texto outorgado, em razão da declaração de direitos e funções atribuídas ao Legislativo, e do absolutismo, estampada na competência deferida ao Imperador, titular constitucional de poderes concentrados em violação dos princípios mais almejados pelos adeptos do liberalismo. (2006)
Nesse sentido, ao constitucionalizar o Poder Moderador, sucedia-se o modelo absolutista que era propriamente o que a Europa visava superar. Os princípios trazidos pelo constitucionalismo, advindos da cobrança de direitos considerados inerentes aos humanos, não foram devidamente estabelecidos na constituição de 1824 em razão das contradições encontradas no conteúdo da constituição, no que se refere a esses dois lados antagônicos, acabando por não estabelecer uma sólida base para os princípios liberais almejados.
 O poder moderador situava-se acima dos demais poderes e possibilitava que o Imperador, no âmbito do Legislativo, nomeasse os Senadores, convocasse a Assembleia Geral extraordinariamente, sancionasse e vetasse proposições do Legislativo, dissolvesse a Câmara dos Deputados, convocando imediatamente outra, que a substituía. No âmbito do Executivo, podia nomear e demitir livremente os Ministros de Estado. E no âmbito do Judiciário, podia suspender os Magistrados. (LENZA,2012)
O Poder Moderador era exercido unicamente pelo Imperador e este estava acima dos outros três poderes, a definição desse poder se encontra no art. 98 da Constituição de 1824:
“O Poder Moderador é a chave de toda organização política, e é delegado privativamente ao imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos mais Poderes Políticos”.
Em contraponto, Gilmar Ferreira Mendes aponta:
“[...] mas, o que singularizava esse texto, no panorama constitucional do seu tempo? Por que, passados mais de cento e oitenta anos da sua entrada em vigor, até hoje nos voltamos para ele com admiração e respeito? Simplesmente porque, apesar de não se tratar de nada original – até porque nosso pensamento político apenas refletia o que nos vinha de fora, numa espécie de “fatalismo intelectual” que subjuga as culturas nascentes –, mesmo assim foi um grande estatuto político, uma lei fundamental que logrou absorver e superar as tensões entre o absolutismo e o liberalismo, marcantes no seu nascimento, para se constituir, afinal, no texto fundador da nacionalidade e no ponto de partida para nossa maioridade constitucional.” (Curso de direito constitucional, p. 162-163)
Nesse sentido foi também moderna, uma vez que possuiu caráter liberal e constitucionalizou direitos fundamentais como a inviolabilidade dos direitos civis e políticos, o conceito de cidadania, a liberdade de expressão e de religião (esta desde que fossem cultos domésticos ou particulares, ou seja, casas designadas para isso, não podendo ter qualquer manifestação externa), entre outras garantias. A primeira Constituição do Brasil tem uma grande importância. Como toda primeira obra, possuiu seus defeitos no que se refere ao modelo ideal que o Constitucionalismo veio estabelecer, entretanto, buscou romper com uma tradição de controle absoluto do poder, o que já é um primeiro passo, mesmo com suas contradições no que se refere a amplitude do poder moderador, além disso, inseriu o império recém-criado em um regime constitucional. 
A Constituição de 1824 durou 65 anos e salvo o Ato Adicional de 1834 não foram introduzidas nenhuma alteração que tenha sido significativa no texto desta Constituição.
3. CONSTITUIÇÃO DE 1891: REPÚBLICA
3.1 Antecedentes
	Durante o Império, ocorreram diversos movimentos populares que tinham por base ideais separatistas, destacando-se a Cabanagem no Pará em 1835, Farroupilha no Rio Grande do Sul em 1815, Sabinada na Bahia em 1837, entre outros. (LENZA, 2012)
	A partir de 1860 percebe-se um enfraquecimento da monarquia. Durante a Guerra do Paraguai, em 1868, os militares encontravam-se insatisfeitos com a Monarquia. Tal descontentamento foi intensificado pela “marginalização política”, redução do orçamento dos militares, o Manifesto do Centro Liberal de 1869 e o Republicano de 1870, abalando a Monarquia. Além disso, a Igreja Católica e a Monarquia, em 1874, tiveram fortes contendas. (LENZA, 2012)
	Nesse ínterim, a República é proclamada por Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889. Dom Pedro II e a dinastia de Bragança se afastam do poder, de maneira que não houve muita movimentação popular, uma vez que tratava-se mais de um golpe militar e armado do que qualquer movimento do povo. (LENZA, 2012)
	A república nasceu, portanto, sem legitimidade. Com o enfraquecimento da monarquia e o descontentamento de diversos grupos, observa-se que o grupo dos militares acabou por se aproveitar do momento de fraqueza e instaurar este momento sem legitimidade popular.
Entre 1889 e 1891 é instaurado o Governo Provisório presidido por Deodoro da Fonseca. (LENZA, 2012) 
3.2 Promulgação da primeira Constituição da República
Para organizar esse novo momento de um diferente governo, é promulgada a Constituição em 1891, que teve como relator Rui Barbosa e teve forte influência da constituição norte americana de 1787. Estabeleceu-se como sistema de governo o presidencialismo e declarou-se um estado federal. Em seu texto, a Constituição apresentava uma perspectiva de um Brasil novo: assegurava a separação dos três poderes estabelecida por Montesquieu – Legislativo, Executivo e Judiciário, sendo estes independentes e harmônicos entre si (art. 2° da Constituição de 1891) –, autonomia de estados e municípios, fim do poder Moderador, abolição da escravatura e a garantia de direitos individuais. (LENZA, 2012)
Conforme Celso Bastos:
Com a Constituição Federal de 1891, o Brasil implanta, de forma definitiva, tanto a Federação quanto a República. Por esta última, obviam-se as desigualdades oriundas da hereditariedade, as distinções jurídicas quanto ao status das pessoas, as autoridades tornam-se representativas do povo e investidas de mandato por prazo certo.
Nesse sentido, a Constituição de 1891, mesmo tendo se estabelecido sem legitimidade popular, trouxe diversos avanços no que se refere a constitucionalização de princípios, fundamentos, atribuições, que até hoje permanecem no conteúdo da constituição. Rompendo, assim, com o antigo modelo monárquico e trazendo consigo avanços importantes no desenvolver do constitucionalismo na história do Brasil.
3.3 Características da Constituição de 1891
		A constituição era rígida e adotou como forma de governo a República Federativa sob o regime representativo, transformou as Províncias em Estados Unidos do Brasil, sem possibilidade de secessão. A capital era a cidade do Rio de Janeiro, transformado em Distrito Federal. O Brasil se constitucionalizou como país laico, havendo proibição do ensino religioso, e com isso separa-se o Estado da Igreja. Foi fixado o “bicameralismo federativo” com a Câmara dos Deputados, eleitos por sufrágio direto, exercendo mandato de 3 anos, e Senado Federal, que representava os Estados e o Distrito Federal, sendo eleitos 3 senadores por Estadoe Distrito, com mandato de 9 anos renovando-se o Senado pelo terço trienalmente. O poder executivo era exercido pelo Presidente da República com mandato de 4 anos. No Poder Judiciário o órgão máximo passou a ser o Supremo Tribunal Federal, composto por 15 juízes, foi estabelecido a hipótese dos crimes de responsabilidade. Houve expressa previsão da garantia da vitaliciedade para os Juízes Federais (art. 57) e para os membros do Supremo Tribunal Militar (art. 77,§ 1.º). Para os Juízes Federais, houve expressa previsão da garantia da irredutibilidade de “vencimentos” (art. 57, § 1.º). (LENZA, 2012)
		A Constituição de 1891 estabeleceu grandes avanços para a sociedade, garantidos em seu art. 70 e SS, como o sufrágio direto, com muitas exceções, como diz em seu texto:
Art. 70- São eleitores os cidadãos maiores de 21 annos, que se alistarem na fórma da lei. 
§ 1º Não podem alistar-se eleitores para as eleições federaes, ou para as dos Estados:
1º Os mendigos;
2º Os analphabetos;
3º As praças de pret, exceptuando os alumnos das escolas militares de ensino superior;
4º Os religiosos de ordens monasticas. companhias, congregações, ou communidades de qualquer denominação, sujeitas a voto de obediencia, regra, ou estatuto, que importe a renuncia da liberdade individual.
	A declaração de direitos foi aprimorada, abolindo-se a pena de galés (que já havia sido extinta pelo Dec. n. 774, de 20.09.1890), a de banimento e a de morte, ressalvando as disposições da legislação militar em tempo de guerra. Além disso, houve prevalência de proteção às liberdades privadas, civis e políticas. No tocante às garantias constitucionais, houve expressa previsão do remédio constitucional do habeas corpus. (LENZA, 2012)
3.4 Coronelismo
Conforme José Afonso, o coronelismo fora o poder real e efetivo. O poder que os coronéis que decidia os governadores, que impunham o presidente da República, os deputados e os senadores que dependiam da liderança dos governadores. Esse conjunto de fatores tornou a Constituição material divergente do esquema normativo da Constituição em vigor, muito bem estruturada formalmente (Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo,2001)
Nesse sentido, havia uma desconformidade da realidade do funcionamento do poder com o texto constitucional. Esse abuso de poder foi grande ímpeto para a continuação daquele governo, uma vez que instituía implicitamente arbitrariedades no poder, interferindo no bom funcionamento dos próprios princípios constitucionais. Quem na verdade colocavam os que estavam no poder eram os coronéis. Esses fatores estimularam insatisfações que clamavam por uma mudança.
4. CONSTITUIÇÃO DE 1934
 Após a revolução constitucionalista de 1932 motivada pelo golpe de estado por Getúlio Vargas, nasce a constituição de 1934 que é considerada uma das mais avançadas da época, vista que ela continha direitos de segunda geração, sendo essa a primeira constituição brasileira a ter importantes disposições sócias inspiradas na constituição de Weber e na Guerra Paulista. 
 4.1 Contexto histórico:
A constituição de 1934 nasce em um momento turbulento da história do país em meio a golpe de estado e agitações populares; a política varguista de nomear interventores nos estados do Brasil, contribuiu para a eclosão da revolução constitucionalista de 1932 em São Paulo que exigia o fim do governo provisório e a convocação de uma assembleia constituinte e mesmo a revolução de 1932 ter sido sufocado pelo governo federal em apenas três meses, os paulista conseguiram alcançar o seu principal objetivo que foi a convocação de uma assembleia constituinte em 1933 e por conseguinte a promulgação da Carta constitucional de 1934.
 4.2 Características
 A nova constituição continha relevantes avanços sociais, como o sufrágio universal, obrigatório para maiores de 18 anos e secreto, um importante aperfeiçoamento da democracia, que é perfeitamente exposta pelo jurista Paulo Bonavides ao proferir que “a soberania popular, o sufrágio universal, a observância constitucional, o princípio da separação dos poderes, a igualdade de todos perante a lei, a manifesta adesão ao princípio da fraternidade social, a representação como base das instituições políticas, limitação de prerrogativas dos governantes, Estado de Direito, temporariedade dos mandatos eletivos, direitos e possibilidades de representação, bem como das minorias nacionais, onde estas porventura existirem”
 Demais, a criação da Justiça do Trabalho, do salário mínimo e férias remuneradas são uma das características mais marcantes da constituição de 1934, pois a parti desta os trabalhares passaram a gozar de direitos trabalhistas que regulamentassem as relações de trabalho, de forma a obterem um maior amparo legal, tal como de defendia Getúlio Vargas ao locucionar que "Todo o Homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social".
 Além disso, foi concebido mandato de segurança, um mecanismo legal de extrema relevância para a democracia brasileira, já que este comporta-se como um remédio subsidiário constitucional que garante direitos liquido e certo, não aparado por Habeas corpus ou Habeas data, ou seja, este visa combater atos autoritários por parte de autoridade pública ou por uma pessoa que esteja na atribuição de um poder público, assim tendo o instituto de integrar o rol dos Direitos e das Garantias Individuais, constante no Capitulo II da referida Carta. Tal qual expressas pelo doutrinador Paulo Bonavides: "fazer na cabeça do magistrado a ratio das decisões judiciais com mais sensibilidade para os direitos fundamentais e para o quadro social da ordem jurídica, a que se prende, doravante, a dimensão nova, concreta e objetiva daqueles direitos".
 Também, a Carta constitucional de 1934 apresenta alguns aspectos bem significativos, tais como a nacionalização de recursos minerais presente no solo brasileiro, monopólio estatal em alguns setores da economia considerados estratégicos para o país, o órgão judiciário responsável por proferir decisões em última instância passou a ser chamado de Corte Suprema, a criação da Justiça Eleitoral, proibiu o trabalho infantil e a reeleição para governador; contudo se manteve a separação dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), a laicidade do estado, manutenção do sistema republicano com princípios federativos (com redução da autonomia dos estados) e ela apresentava um caráter democrático no sentido liberal, vista que ela defendia direito individuais ,como à segurança individual, à liberdade e à propriedade privada, sendo essa última não mais um direito pleno, estando sujeita a desapropriação quando tiver motivações sociais mediante a indenização em dinheiro ao proprietário.
6. CONSTITUIÇÃO DE 1946
A Constituição de 1946 foi decretada pela Assembleia Nacional Constituinte no dia 18 de setembro de 1946. Ela obteve fortemente uma influência de ideias liberais da Carta de 1981 e de ideais sociais na Carta de 1934. Pode-se dizer que foi a carta mais liberal do Brasil e conhecida por vários doutrinadores como uma das melhores Cartas do Brasil.
Durante o decreto, algumas conjunturas políticas significativas decorreram no país, a queda do governo autoritário de Getúlio Vargas, no comando desde 1930, foi o principal. Por ser clara a forma política e contraditória da gestão de Vargas que ao mesmo tempo em que lutava contra aos governos autoritários no prado estrangeiro, internamente mantinha ele próprio um regimento autoritário. Diante desse pretexto e por múltiplas críticas, o conceito do governo de Vargas acabou decaindo, ele tentou se reeleger nas eleições para Presidente da República no ano de 1945, mas à frente de tantas pronunciações políticas nada democráticas para que ele pudesse perpetuar-se no governo, ele acaba fundando o seu regime, com isso, colocando a frente ao poder as forçasarmadas, tendo como no comando o General Eurico Gaspar Dutra.
Com o novo presidente da República Federativa do Brasil, a Carta de 1946 restaurou a forma republicana de gestão e a forma federativa de estado, depois de restaurada a democracia no Brasil, tornando-se conhecida como a Constituição dos Estados Unidos do Brasil, pois retomou as liberdades que existiam na Constituição de 1934, mas haviam sido retirados em 37.
Observa-se que a Carta de 18 de setembro de 1946 reintegrou o avanço do controle judicial de constitucionalidade assinalando a volta da exigência da maioria absoluta dos votos nas decisões assertivas de inconstitucionalidade, bem como a responsabilidade ao Senado Federal para suster a consumação de lei relatada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Com a nova estandardização trouxeram diversos privilégios para a nação Brasileira, tais como: A igualdade de todos perante a lei, a liberdade de associação por fins lícitos, a liberdade de consciências de crenças e exercício de quaisquer cultos religiosos, a garantia de sigilo de correspondências, a liberdade de exposição sem censura, liberdade de associação, extinção da pena de morte, prisão apenas em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade, direito ao voto maior de 18 anos de ambos os sexos, porem alfabetizados, a separação dos três poderes, manutenção dos direitos trabalhistas e do direito de greve(art.158).
Mas o Presidente Gaspar Dutra desviou-se um pouco da juridicidade. Em sua gestão, apesar de dar várias garantias de direito para o povo Brasileiro, ele controlou um pouco os direitos trabalhistas, adotou regras coercitivas contra a tentativa de restruturação sindical dos trabalhadores, vedando a existência do(MUT) Movimento Unificador dos Trabalhadores. O regimento de Gaspar vetou as eleições sindicais, no último ano de gestão de Gaspar, encontravam-se na intervenção governamental cerca de 200 sindicatos trabalhistas.
 Os anos de 1946 e 1964, foi um período que o Brasil pela primeira vez vivenciou de verdade um regime democrático.Com a Carta de 1946 mostrou para a história do Brasil poder do voto, garantiu direitos individuais, buscou a legalidade dos poderes do judiciário, derrubou o Estado novo e consagrou os princípios do Estado liberal e fundamentais princípios do Estado social da Carta de 1930.
7. CONSTITUIÇÃO DE 1967 
 Essa Constituição surgiu em meio a um período complicado para o Brasil, 3 anos após a instauração do regime militar. Nesse período o congresso foi mantido, porém ausentava os opositores dos militares, sendo assim, para um congresso parcialmente ou quase totalmente aliado ao governo dos militares, coube ao poder executivo enviar uma proposta ao congresso aprovada e promulgada pelos parlamentares sob influência e interesses dos militares. 
A constituição de 1967 implementou a intuição indireta para presidente que era feita através de um colégio eleitoral, formado por delegados escolhidos pelas assembleias legislativas e membros do congresso nacional. 
Entre 1964 e 1969 foram decretados 17 atos institucionais que durante a constituição de 1967 foram reconhecidos. Esses atos que davam a eles privilegio e mais poderes aos militares, o mais conhecido de todos era o ato institucional número 5 que concedia poderes aos militares para caçar pré-mandatos de políticos e também a liberdade de legislar sobre alguns setores do país, assim o executivo também fez o papel de judiciário e legislativo. Os atos institucionais que foram expedidos nessa constituição eram representados pela grande liberdade dados aos militares através da legalização de algumas ações. Os 17 atos institucionais foram regulamentados por 104 atos complementados, durante esses 5 anos, o nome do país passou de Estados Unidos do Brasil para República Federativa do Brasil, essa constituição possuía 189 artigos e durou 21 anos.
Características da constituição de 1967
A carta constitucional foi promulgada legalmente (sob interesse dos militares), chamava-se “República Federativa do Brasil”, o congresso nacional era ausente de opositores dos militares, a eleição indireta era feita através do colégio eleitoral, houve a aplicação dos atos institucionais, desses o mais conhecido foi o AI-5, que restringia muitos direitos. A Constituição foi composta de 189 artigos e durou 21 anos.
7.2 Breve Relato sobre o período Ditatorial do Brasil
Em 1964, os militares tomaram o poder e implantaram uma ditadura no Brasil, muitos dos direitos constitucionais foram suspensos e substituídos por uma série de medidas de exceção. Os golpistas procuram definir esse assalto à democracia como revolução. Com essa expressão puderam legitimar o golpe de Estado que depusera um presidente eleito democraticamente pelo voto popular. Logo depois que o presidente Joao Goulart foi deposto, os chefes militares ignoraram a existência do Poder Legislativo e da Constituição e passaram a emitir decretos, chamados Atos Institucionais (AI), para regulamentar o novo regime.
O primeiro deles, o AI-1, foi introduzido no dia 9 de abril de 1964. O principal objetivo deste ato institucional era de aumentar o poder do presidente da República, que a partir da vigência do Ato Institucional, cassar mandatos de parlamentares e suspender os direitos políticos dos cidadãos pelo prazo de dez anos. Os ex-presidentes João Goulart, Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek, por exemplo perderam seus direitos de cidadão
O congresso Nacional continuou aberto, embora desfalcado pelas cassações de diversos parlamentares, também o poder judiciário seguiu funcionando e a imprensa ainda manteve certa liberdade de expressão. E no dia 11 de abril de 1964 o Congresso Nacional votou o nome do novo presidente da República, o general Humberto de Alencar Castelo Branco, um dos principais articuladores do golpe militar. Em outubro de 1965, realizaram-se eleições para governador em vários Estados país. Em alguns, como Rio de Janeiro e Minas e Gerais, foram eleitos candidatos da oposição, o que desagradou aos militares, sobretudo um grupo mais radical, que começava a ser conhecido como “linha dura”. O governo reagiu rapidamente, baixando dois novos atos institucionais. O primeiro, o AI-2, estabeleceu eleições indiretas para presidente e para o vice-presidente, a serem realizadas pelo Congresso Nacional, além disso, extinguiu os partidos existentes e implantou o bipartidarismo, com duas novas agremiações: a Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
O outro ato, o AI-3, foi decretado em janeiro de 1966, entendia o princípio da eleição indireta também aos governadores, nas respectivas assembleias estaduais, e determinava que os prefeitos das capitais fossem nomeados pelos governadores. Dos 17 atos institucionais o mais duro e que teve maior repercussão foi o AI-5.
O AI-5 foi responsável pelo endurecimento da censura do Regime Militar, estendendo a fiscalização prévia aos artigos e reportagens da imprensa, às letras de músicas, às peças teatrais e às cenas de filmes. Ele só foi revogado constitucionalmente exatos dez anos depois, no governo de Ernesto Geisel, que impedia que “todos os atos institucionais e complementares (…) fossem contrários à Constituição Federal de 1967”. Foi durante o AI-5 que a ditadura mostrou sua faceta mais cruel contra os dissidentes e contrários ao Regime Militar. Ao todo no período da ditadura Militar exerceram o governo presidencial cinco generais militares, Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo.
Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação era alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos. Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente naqueleano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.
No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal. Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.
7.3 O Contexto Histórico da Constituição de 1967
Logo que os militares assumiram o poder no Brasil através de um Golpe de Estado, medidas foram tomadas para que o exercício do regime que estabeleciam fosse viabilizado através de aparatos legais. A Constituição de 1967 foi uma das medidas do novo governo, a qual reuniu todos os outros decretos do regime militar iniciado em 1964. O respaldo jurídico utilizado pelos militares no exercício da nova forma de governo aplicada no Brasil se deu através dos famosos Atos Institucionais. Nos primeiros anos com os militares no comando do país foram eles que determinaram as novas leis e as condições para que a oposição não conseguisse se organizar e oferecer ameaça ao novo sistema. Já no ano de 1964 foi publicado o Ato Institucional Número Um, que a princípio não recebia determinação numérica, pois acreditavam que seria o suficiente para controlar as movimentações da oposição. O tempo mostrou que não, e os Atos Institucionais foram se somando e ficando cada vez mais autoritários e opressores.
O Congresso Nacional foi transformado então em Assembleia Nacional Constituinte e teve os membros da oposição afastados, os militares pressionaram para que uma nova Carta Constitucional fosse elaborada para definitivamente legalizar o Golpe Militar de 1964.
Em 1966, no dia 6 de dezembro, ficou pronto um projeto de constituição que foi redigido por Carlos Medeiros Silva, Ministro da Justiça, e por Francisco Campos. O tal projeto foi criticado pela oposição, como era de se esperar, mas também por alguns membros do próprio partido do governo, a ARENA. O impasse foi resolvido através do Ato Institucional Número Quatro (AI-4), no dia 7 de dezembro, que convocou o Congresso Nacional para debater e votar a nova Constituição entre 12 de dezembro de 1966 e 24 de janeiro de 1967. O AI-4 determinou a função de poder constituinte originário, o qual é “ilimitado e soberano”, ao Congresso Nacional. A formulação de uma nova Constituição para o Brasil prosseguiu, já que a Constituição de 1946 não era julgada mais como compatível para a nova fase pela qual o país passava. Enquanto a nova Constituição era debatida no Congresso Nacional, o governo tinha o poder de legislar através de Decretos-Lei para comandar a segurança nacional, a administração e as finanças do Estado. Para elaborar o texto da nova Carta Constituinte foram contratados por encomenda do presidente Castelo Branco juristas nos quais o regime militar depositava confiança, entre eles estavam: Levi Carneiro, Miguel Seabra Fagundes, Orosimbo Nonato e Temístocles Brandão Cavalcanti. O texto incorporava medidas já estabelecidas pelos Atos institucionais e por Atos Complementares utilizados no regime militar. No dia 24 de janeiro de 1967 foi votada a nova Constituição que, aprovada, entrou em vigor no dia 15 de março de 1967 estabelecendo a Lei de Segurança Nacional.
A sexta constituição brasileira institucionalizou o regime militar, deixando o Poder Executivo em posição soberana em relação aos outros poderes e transformando-os junto com a população brasileira em meros espectadores das medidas tomadas pelos militares. Como foi debatida e votada pela Assembleia Nacional Constituinte, a Constituição de 1967, muito embora tenha sido amplamente elaborada de acordo com os interesses de quem estava no poder, pode ser considerada uma Carta Constituinte semi-outorgada. Desta forma, os militares garantiam a imagem na política internacional de um país de certo modo democrático, mas a prática mostraria que o regime estabelecido no Brasil se tratava mesmo de uma ditadura.
7. A CARTA DITATORIAL OU EMENDA Nº01 DE 1969
No contexto histórico o Brasil era controlado pela ditadura militar. O estado de polícia tomava conta do país e a população brasileira convivia com o fim de seus direitos e garantias civis com a apreciação do poder judiciário, que tinha como embasamento o Estado de Direito. Nunca se viu tamanha liberdade no exercício do poder e a Constituição vigente(1967) já não era mais levada em consideração, embora usassem a mesma para dar legitimidade aos atos do Poder Executivo.
Em 17 de outubro de 1969, foi publicado a Emenda Constitucional nº01, que definitivamente mudou todo o texto da Constituição de 1967 em muitos aspectos, tornando-a emenda mais autoritária.
Surgi opiniões se a nova emenda era ou não uma nova Constituição, pois a mesma modificou todo o texto da Carta Política.
José Afonso da Silva argumenta que não se tratava de uma emenda, e sim de uma nova Constituição. Pois a mesma serviu como outorga para promulgar o texto integralmente formulado, denominada Constituição da República do Brasil (enquanto a de 1967 apenas se chamava Constituição do Brasil), assim chamando-a de Carta Ditatorial.
Já para Celso Ribeiro Bastos, que por mais que havia o desprezo total da Constituição vigente, a mesma era muito usada para legitimar os embasamentos das emanações de força dos militares. Assim, para Celso, a publicação da emenda nº01, no contexto histórico, só aumentava o poder e exercício sem limites da ditadura militar.
As características da Emenda nº01 davam ao Poder Executivo total supremacia e centralização de poderes, conferindo-lhe enorme autoridade, assumindo diversas vezes a função legislativa e criando leis flagrantemente inconstitucionais. Ressalta-se que naquela época, o Procurador-Geral da República era o único que podia impetrar ação direta de inconstitucionalidade, assim, o PGR podia pelo seu poder de discricionariedade ou obrigatoriedade, deixar passar todas as leis criados pelo Executivo.
Nas eleições diretas pra Governador em 1982, PMDB (Partido da Mobilização Democrática do Brasil) tem uma vitória expressiva, mostrando o quão impopular era o Governo Militar. Dois anos mais tarde ocorrem as eleições para à Presidência da República, no qual, Tancredo Neves do PMDB ganha a eleição junto com seu Vice José Sarney.
Com o atual presidente, a esperança tomou conta da população, pois a mesma esperava a redemocratização, a abertura política e a convocação de nova constituinte que elaborasse uma Constituição que atendesse o anseio de todos. No mesmo ano, Tancredo Neves adoece e falece fazendo um país inteiro chorar pela morte daquele que trouxe a esperança do retorno da democracia. Assim, assume o Vice José Sarney, cumprindo com as promessas da campanha de Tancredo, convocando o Congresso Nacional, revertendo-o em Assembleia Nacional Constituinte, com a finalidade de elaborar uma Constituição que refletisse a própria democracia e liberdade, surgindo mais tarde a atual Constituição vigente de 1988.
8. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Logo após uma ditadura militar, responsável por inúmeras injustiças e desrespeitos aos direitos humanos, a priori o de ir e vir, de expressão, de voto, de medidas apropriadas para o trabalho. Este modo autocrático de governo se fez presente por 21 anos em nossa nação, o Brasil se viu imerso em revoluções e mudanças sociais, políticas e jurídicas, tendo em vista uma das suas principais reformas, o novo ordenamento jurídico brasileiro. No dia 05 de outubro, promulgava-se pela Assembleia Nacional Constituinte a Constituição Cidadã de 1988, convocada pela emenda constitucional n° 26/1985, nossa carta magna vigente. 
Tal documento foi um marco para a democracia brasileira já que garantiu o estado democrático de direito e a justiça social,sendo o primeiro a primeira a permitir a influência efetiva da população para o seu desenvolvimento e criação, revolucionando a correlação política entre cidadãos e governo.
A nova constituição possuía como âmago os direitos individuais e coletivos dando atenção especial ao princípio da dignidade da pessoa humana (Art. 1º, III) e aos direitos conexos a este princípio, como a proibição da tortura (Art. 5º, III) e a prática de racismo como crime inafiançável (Art. 5º, XLII), eleições diretas, “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (art. 1°, I), liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação (fim da censura), direito ao habeas corpus e habeas data, faculdade do direito de voto ao analfabeto e jovens entre 16 a 17 anos (Art.14, II) e estabeleceu melhorias para os trabalhadores, como a diminuição da carga horária de trabalho semanal, salário mínimo, horas extras, fundo de garantia...
Damos assim um enfoque especial para a preocupação e proteção do meio ambiente (bem tutelado pelo ordenamento jurídico, tendo o meio ambiente sadio como um direito fundamental do indivíduo e instituiu a proteção do meio ambiente como princípio da ordem econômica, no art. 170, sem tirar da sociedade a influência essencial para a concretização de um ambiente harmônico e suscetível a vida de todos, tendo os princípios do Poluidor Pagador e Usuário pagador presentes no ordenamento jurídico, assim como a função social da propriedade (5º, XXIII, 170, III e 186, II.), entre outros.
Inovou também abrangendo o controle abstrato e concentrado de constitucionalidade para se tornar mais acessível a outros setores, de modo que a discussão atingisse a um número maior de pessoas, mantendo um sistema misto.
Para um avanço ainda mais propulsor, princípios foram criados para nortear o ser humano em sua vida em sociedade, para que todos desfrutem do mesmo ambiente com respeito. São um conjunto de leis, definições ou preceitos em que o homem acredita como um dos seus valores mais inegociáveis. 
8.1 Princípios Constitucionais 
São normas de conduta de um indivíduo mediante às leis já positivadas e podem até ser classificados como a base do próprio Direito. São o alicerce para qualquer cidadão.
 8.2 Princípios Político-Constitucionais
Também conhecidos como Princípios Fundamentais ou Princípios Estruturantes do Estado Constitucional, tais regras ditam a forma, estrutura e governo do Estado, etc. Tem em seu corpo estrutural as decisões políticas alicerçadas em normas do sistema constitucional. Se fazendo presentes nos artigos 1º a 4º que são: federativo, democrático de direito, separação dos poderes, presidencialista, soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, a livre iniciativa e os valores sociais do trabalho, o pluralismo político.
8.3Princípios Jurídico-Constitucionais
São os princípios informadores da ordem jurídica nacional. São emanados das normas constitucionais, como: o princípio da supremacia da Constituição Federal, o princípio da legalidade, o princípio da isonomia, dentre outros. Assim, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 apresenta um conjunto de regras e princípios básicos essenciais ao: Princípio da legalidade; liberdade, igualdade, ampla defesa, isonomia, contraditório,simetria e proporcionalidade da lei 
8.4 Princípios Tributários
Tais princípios são uma ferramenta de defesa do cidadão quando se diz respeito aos abusos do poder. Assim, existe o princípio da legalidade, da anterioridade, da irretroatividade, da igualdade ou isonomia tributária, da vedação ao confisco, da liberdade de tráfego, dentre outros.
8.5 Princípios do Direito Administrativo
A aplicação do direito administrativo abrange entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na consecução do interesse público  São os princípios da administração pública: da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
8.6 Princípios da Seguridade Social (Previdenciário)
Dentro do Direito Previdenciário, existem alguns princípios que norteiam essa área do Direto, são eles: universalidade de atendimento ou subjetiva, universalidade de cobertura ou objetiva, diversidade da base de financiamento, irredutibilidade do valor dos benefícios, dentre outros. Esses princípios estão presentes nos artigos 194 e 195 da Constituição Federal Brasileira.
8.7Princípio do Direito Penal
Dentre os princípios mais importantes do Direito Penal estão irretroatividade da regra penal, reserva legal, responsabilidade pessoal e presunção de inocência. 
Sendo a lei fundamental e suprema da República Federativa do Brasil, para Gilmar Mendes, a nova Constituição assegurou o mais longo período de estabilidade institucional da história republicana brasileira. A constituição de 1988 se encontra no topo do ordenamento jurídico, impossibilitando que qualquer lei ou pessoa, independentemente de seu prestígio e relevância social, esteja acima da mesma. Estabelecendo a estrutura e organização do estado e servindo de pagamento de validade para normas ordinárias.
Embora seja uma constituição de conteúdo formal e analítico, extenso, ainda hoje recebe críticas mediante a sua discrepância entre o conteúdo escrito para com a realidade vivida cotidianamente pelo povo brasileiro (teoria e prática). Mesmo após 30 anos desta carta magna, o Brasil continua extremamente desigual, causando insatisfação entre os cidadãos que possuem o desejo de efetividade da palavra escrita presente na Constituição Cidadã de 1988. 
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