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Federação brasileira

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Federação Brasileira
Constituição 1824 
Quando o Brasil ficou independente, nós nos formamos como um Estado unitário.
A nossa primeira constituição foi outorgada por Dom Pedro I, ela dispôs que o Brasil seria um Estado unitário, portando o poder era centralizado. 
Existiam as províncias, mas elas não possuíam autonomia, o poder era todo centralizado, a gente era uma monarquia constitucional.
 No entanto mesmo durante esse período (período do império) a gente teve algumas rebeliões no Brasil porque já havia um desejo de que nós fossemos uma federação.
Um exemplo é a Confederação do Equador de 1824.
E depois durante o período da regência nós tivemos várias rebeliões, a sabinada, a balaiada, a cabanagem e a revolução farroupilha. Nessas rebeliões se pedia mais autonomia para as províncias. 
No entanto, durante todo o período do império nós permanecemos sendo um Estado unitário.
República
O primeiro decreto da republica transformou as províncias em Estado.
Constituição de 1891 
Ela é uma constituição que foi totalmente inspirada na constituição dos Estados Unidos. 
A gente trouxe como forma de Estado a federação, como forma de governo a república, como sistema de governo o presidencialismo e na separação de poderes a gente passou a ter 3 poderes.
Nessa constituição eu tenho dois entes da federação. União e os Estados.
Constituição de 1934 
Ela estabelecia bastante centralização no governo federal 
Aumentou as matérias de competência privativa da união. 
E previa 2 senadores 
Os entes eram: União, Estados, Distrito Federal e os Territórios.
Constituição de 1937
É aquela que foi outorgada pelo Getúlio Vargas. 
É chamada de constituição polaca, porque foi inspirada na constituição nazista. 
Essa constituição embora tenha estabelecido a federação, os direitos e garantias, ela dizia que no Estado de emergência tudo podia ser suspenso - os direitos poderiam ser suspensos, o congresso podia ser fechado, podia ter intervenção nos Estados...E aí ela decretava o Estado de emergência.
 É uma constituição bem simbólica, uma constituição semântica. Porque na verdade ela servia de instrumento de dominação por parte do Getúlio Vargas. 
Ela estabeleceu um sistema permanente de intervenção. 
Embora que nós tivéssemos ali os 4 entes, na prática era a união que mandava. 
Getúlio Vargas nomeava os interventores dos Estados, não tinha eleição para governador. Portanto autonomia zero. 
Federalismo totalmente de fachada. Na prática a gente teve ali bem aquela ideia de federalismo orgânico, ou seja, que o poder central é que vai prevalecer, ou aquele cooperativo autoritário.
Constituição de 1946
Ela mantém como entes da federação a União, Estados, Distrito Federal e os Territórios.
Ela foi a constituição mais municipalista...
Embora o Municípios não fosse colocado como ente da federação, foi dado aos municípios uma dose grande de atribuições e algumas competências. 
Constituição de 1967/ emenda de 69
Constituição outorgada pelos militares.
É uma constituição autoritária, com bastante centralização União. 
Entes: União, Estados, Distrito Federal e os Territórios.
Nós tínhamos não efetivamente uma intervenção. A gente tinha os governadores biônicos, que eram escolhidos pelo poder central. Isso era uma forma de intervenção. 
Bastante concentração de poderes na mão da União.
Constituição de 1988
4 entes: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Os territórios não são mais considerados entes da federação, ele não tem autonomia, eles são uma mera descentralização administrativa da união, também chamados de autarquia territorial. Atualmente nós não temos nenhum território.
14. Organização do Estado
Estados: São entes da federação, dotados de autonomia, eles possuem tríplice capacidade, auto-organização, auto- normatização, auto-governo e auto-administração.
A nossa constituição trata da criação de Estados, isso está no §3º do artigo 18.
Para a gente falar de criação de Estado a gente tem que saber que existem 4 possibilidades para a formação de Estados. A criação pode se dar pela incorporação entre si (fusão), ela pode se dar pela cisão ou pela subdivisão ...ela pode se dar pelo desmembramento anexação ou ela pode se dar pelo desmembramento formação. 
Incorporação: Eu tenho dois Estados e decide-se então que esses Estados vão formar um único Estado. Isso acontecendo, o que vai ter como consequência? Os dois Estados originais deixam de existir e eu passo a ter um único Estado completamente novo.
Estados: pessoa jurídica de direito público interno. 
Quando eu tenho essa incorporação - essa fusão de dois Estados- os Estados originais eles perdem a sua personalidade jurídica, eles desaparecem, eles deixam de existir. E surge um Estado completamente novo com personalidade jurídica própria. Então eu tinha dois governadores, eu tinha duas assembleias legislativas...e eu vou passar ter um governador e uma assembleia legislativa.
Subdivisão (cisão): Eu tenho um Estado, que tem personalidade jurídica própria ; esse Estado se divide em dois ou três, ele se subdivide... quando ele se subdivide o Estado que existia desaparece , perde a sua personalidade jurídica...os dois novos Estados que surgem, cada um vai ter personalidade jurídica própria e são novos Estados completamente novos.
Desmembramento formação: Eu tenho um Estado, um pedaço dele sai para formar um novo Estado. Só que o Estado origina continua a existindo. Exemplo: É o que aconteceu com Mato Grosso ...um pedaço se desmembrou e formou o Mato Grosso do Sul. Mas o Mato Grosso continuou existindo. E isso aconteceu também com Goiás, um pedaço se desmembrou e formou o Tocantins. Mas Goiás continuou existindo.
Desmembramento anexação: Um pedaço de um Estado se desmembra, ele deixa de pertencer a esse Estado e passa a pertencer a um outro Estado. Então um Estado diminui o seu território, e esse território aumenta o território do Estado do lado. 
Para que aconteça um desses fenômenos o que é necessário? 
Resposta: A aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Na verdade, existe um outro requisito que está no artigo 48. Eu tenho que ter a oitiva das assembleias legislativas. 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
Funciona da seguinte forma: Eu tenho uma intenção de criar um novo Estado, a primeira medida que eu vou tomar é realizar o plebiscito...vai realizar o plebiscito com a população diretamente interessada. 
-Se o plebiscito der negativo - não foi aprovado a criação dos novos Estados - nesse caso parou por aí. Se eu não tiver a aprovação não pode fazer mais nada.
- Se eu tiver a aprovação do plebiscito, eu nãotenho um novo Estado, eu vou ter ainda a próxima providencia que é a oitiva das assembleias e a lei complementar. Depois de ouvir as assembleias legislativas é que tem que aprovar uma lei complementar. Portanto uma lei que terá que ser aprovada pela maioria absoluta de cada uma das casas do congresso nacional. Depois de aprovada nas duas casas o projeto de lei complementar vai para o presidente da república sancionar ou vetar.
*População diretamente interessada: Os cidadãos, são os eleitores. 
Dos Estados Federados 
Os Estados se organizam pelas suas constituições estaduais. Com relação a isso a gente sabe que é poder constituinte derivado decorrente. 
Ora, com relação ao poder decorrente nós vimos que ele não é um poder constituinte originário porque ele está sujeito a certas limitações jurídicas.
Os Estados ao elaborarem as suas constituições estaduais necessariamente tiveram que observar os princípios da constituição federal. 
A doutrina costuma dividir esses princípios em: princípios estabelecidos, princípios sensíveis e princípios extensíveis. Os princípios estabelecidos que podem ser mandatórios ou vedatórios ; são aqueles princípios que estão na constituição e que o Estado é obrigado a observar. Exemplo: A constituição fala quando e como se dá a eleição do governador; o Estado não tem opção de fazer a eleição do governador em outra data . Tem que ser feito como a constituição estabelece.
Princípios sensíveis: São aqueles que uma vez violados pelo estado ensejarão a intervenção federal na modalidade de ação direta de inconstitucionalidade interventiva.
Princípios extensíveis: A doutrina diz que são certos princípios que estão previstos na constituição federal direcionados a União, mas que se estendem também aos Estados e Municípios.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. 
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.  § 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.  § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.  
Vamos imaginar um Estado que tem 8 deputados federais. Quantos deputados estaduais ele vai poder ter? Resposta: O triplo. 24 deputados estaduais. 
- Se ele tiver 9. 9x3 = 27
- Se ele tiver 10. 10x3 =30
- Se ele tiver 12 . 12x3 =36
- Dai pra diante eu não multiplico mais por 3 eu multiplico por 1.

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