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Noções de Administração Conhecimentos Específicos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 1MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS 
ESPECÍFICOS 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 2MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 3MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
ALMOXARIFADO E GESTÃO DE ESTOQUES 
 
Almoxarifado 
O almoxarifado é uma das áreas mais 
importantes de uma empresa, já que garante o bom 
andamento da logística, essencial para conquistar 
agilidade e produtividade nas vendas. 
Mas infelizmente, esta área é um pouco esquecida 
e quase nunca entra no planejamento da empresa 
desde o começo. Na grande parte das vezes, escolhe-
se um lugar qualquer e vão se acumulando os 
produtos de acordo com o espaço, sem muito 
cuidado. 
Este erro pode ser fatal, tanto para a agilidade das 
entregas, quanto para o crescimento da empresa. 
Afinal, um almoxarifado desorganizado e mal 
planejado pode levar facilmente à falhas graves, como 
por exemplo a perda de produtos devido ao 
esquecimento, validades vencidas e muito mais. 
 
Como montar um almoxarifado eficiente: 
Escolha o espaço ideal 
1. O primeiro passo para ter eficiência na logística 
é planejar o espaço. O local para o almoxarifado deve 
escolhido de acordo com a quantidade de produtos a 
serem armazenados, o tamanho deles e claro, qual é 
o nível de rotatividade. 
Leve em consideração também o crescimento da 
empresa, afinal, quanto mais as vendas aumentarem, 
maior deverá ser a capacidade de armazenamento. 
Será preciso também lembrar-se de separar um 
espaço para o manuseio, divisão e embalagem. 
 
2. Posicione os produtos de acordo com a porta de 
carga e descarga 
Este detalhe é essencial para conseguir agilidade 
na entrega. É preciso planejar qual será o local de 
carga e descarga e deixar este espaço em aberto para 
facilitar o recebimento, separação e a saída. 
 
3. Instale prateleiras inteligentes 
Instale prateleiras para facilitar e aumentar a 
capacidade de armazenamento do seu almoxarifado, 
mas tenha cuidado. Elas devem ser dimensionadas de 
acordo com o produto que receberão, levando em 
consideração o quanto de peso que suportam, 
tamanho e profundidade. 
A altura máxima das prateleiras também deve ser 
pensada com cuidado, já que se ficarem altas demais, 
necessitarão de equipamentos para facilitar a retirada 
e a inserção de novos produtos. 
Se possível, pense também na possibilidade de 
instalar mezaninos, rampas e escadas, para facilitar o 
acesso e aumentar a capacidade do espaço. 
 
4. Garanta a temperatura ideal 
Alguns tipos de produto não podem ficar expostos 
ao calor extremo e nem ao sol. Isso deve fazer parte 
do planejamento de seu almoxarifado, instalando ar 
condicionado, ventiladores, janelas ou cobrindo 
possíveis fontes de luz direta. 
Agora que você já sabe algumas dicas de como 
montar seu almoxarifado de forma inteligente, é 
chegada a hora de aprender sobre como manter tudo 
em ordem, organizar e o mais importante: controlar 
tudo que acontece por lá. 
Acompanhe as informações que separamos 
especialmente para você controlar melhor seu 
almoxarifado. 
 
Como controlar melhor um almoxarifado: 
1. Mantenha a limpeza em dia 
Antes de tudo, mantenha tudo limpo e no seu 
devido lugar. Todos os dias, ao final de um dia 
movimentado de trabalho, dedique um tempo para 
guardar as caixas em seu espaço destinado e fazer 
aquela geral na limpeza. 
Isso ajuda não só a deixar o trabalho mais fácil e o 
ambiente mais agradável, como aumenta a disposição 
para deixar tudo em ordem. 
 
2. Cadastre todos os materiais e etiquete antes de 
armazenar 
Pode parecer óbvio, mas muitas empresas erram 
na hora de cadastrar e etiquetar. É preciso fazer isso 
antes dos materiais chegarem, garantindo que sempre 
seguirão um padrão, para facilitar que sejam 
encontrados. 
Escolha códigos inteligentes que separem por 
categoria, tipo de produto e até validade. Deixe o 
máximo de informações referente a cada produto, 
salvo em um computador, sistema automatizado ou 
até na caderneta. 
Anote peso, tamanho, cor, tipo de produto, prazo 
de validade, dia que chegou ao almoxarifado. Isso vai 
facilitar na hora de escolher onde colocar o produto e 
qual deve ser entregue antes. 
EGestor - Software online de gestão empresarial 
para pequenas empresas 
 
3. Coloque o mais novo sempre por trás do mais 
antigo 
O produto mais antigo deve sair antes que o novo. 
Este tipo de controle ajuda que a entrega seja feita 
corretamente e que não ocorra desperdício de 
materiais que já venceram e não poderão ser 
comercializados. 
 
4. Sinalize tudo com cuidado 
Sinalize cada uma das prateleiras indicando qual é 
o produto armazenado ali, seu código e categoria. 
Isso facilita na hora da venda, e ainda possibilita um 
controle maior do que foi recebido e do que realmente 
está nas prateleiras. 
 
5. Equipe seu almoxarifado 
Quanto maior for o almoxarifado, mais complicado 
fica o seu controle manual. Por isso, equipe seu 
espaço com um software de gestão que ajude a 
otimizar o este processo. 
Providencie também carrinhos para os produtos 
mais pesados, leitores de códigos de barras e afins. 
Isso ajuda no cotidiano do trabalho e diminui o número 
de erros de entregas e armazenamento. 
 
6. Treine sua equipe constantemente 
O segredo de qualquer departamento é o trabalho 
das pessoas. Por isso, mantenha a equipe do 
almoxarifado sempre muito bem treinada, indicando 
qual é o passo a passo de cada atividade, deixando 
os processos bem alinhados e garantindo que todos 
estão agindo de acordo com o planejamento. 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 4MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
7. Atenção total à saída dos materiais 
É no almoxarifado que ocorrem erros de entrega 
de material errado, esquecimento de envio de nota 
fiscal e etc. Por isso, fique atento a como estes 
processos estão sendo realizados. 
Certifique-se que tudo está saindo conforme o 
planejado e crie mecanismos de checagem. Os 
profissionais devem estar preparados para esta 
situação recebendo instruções de como proceder. 
 
8. Prepare-se para receber devoluções e trocas 
O controle de devoluções e trocas de produtos é 
essencial para o bom funcionamento do almoxarifado. 
Neste sentido, os sistemas automatizados ajudam e 
fazem tudo ficar ainda mais fácil. 
Lembre-se que é preciso avaliar a mercadoriaque 
retornou, se deve ser enviada para a fábrica, para o 
descarte ou pode voltar para a prateleira. 
E não se esqueça de atualizar o sistema indicando 
o retorno do material para evitar que fique esquecido. 
De forma geral, o controle e cuidado com o 
almoxarifado é um trabalho diário que necessita de 
total atenção da empresa. Por isso, conte sempre com 
profissionais capacitados e que de preferência tenham 
experiência e uma formação nesta área. 
 
GESTÃO DE ESTOQUES 
A GESTÃO DE ESTOQUE 
A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir 
recursos ociosos possuidores de valor econômico e 
destinado ao suprimento das necessidades futuras de 
material, numa organização. 
Os investimentos não são dirigidos por uma 
organização somente para aplicações diretas que 
produzam lucros, tais como os investimentos em 
máquinas e em equipamentos destinados ao aumento 
da produção e, consequentemente, das vendas. 
Outros tipos de investimentos, aparentemente, não 
produzem lucros. 
 Entre estes estão as inversões de capital 
destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias 
imprevisíveis e de solução imediata. 
 É o caso dos investimentos em estoque, que 
evitam que se perca dinheiro em situação potencial de 
risco presente. Por exemplo, na falta de materiais ou 
de produtos que levam a não realização de vendas, a 
paralisação de fabricação, a descontinuidade das 
operações ou serviços etc., além dos custos 
adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, 
igualam, em importância estratégica e econômica, os 
investimentos em estoque aos investimentos ditos 
diretos. 
Porém, toda a aplicação de capital em inventário 
priva de investimentos mais rentáveis uma 
organização industrial ou comercial. Numa 
organização pública, a privação é em relação a 
investimentos sociais ou em serviços de utilidade 
pública. 
A gestão dos estoques visa, portanto, numa 
primeira abordagem, manter os recursos ociosos 
expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em 
relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. 
 E isto é obtido mantendo estoques mínimos, sem 
correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes 
e necessárias para manter o fluxo da produção da 
encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo. 
NATUREZA DOS ESTOQUES 
Estoque é a composição de materiais - materiais 
em processamento, materiais semiacabados, 
materiais acabados - que não é utilizada em 
determinado momento na empresa, mas que precisa 
existir em função de futuras necessidades. 
 Assim, o estoque constitui todo o sortimento de 
materiais que a empresa possui e utiliza no processo 
de produção de seus produtos/serviços. 
Os estoques podem ser entendidos ainda, de 
forma generalizada, como certa quantidade de itens 
mantidos em disponibilidade constante e renovados, 
permanentemente, para produzir lucros e serviços. 
São lucros provenientes das vendas e serviços, por 
permitirem a continuidade do processo produtivo das 
organizações. 
Representam uma necessidade real em qualquer 
tipo de organização e, ao mesmo tempo, fonte 
permanente de problemas, cuja magnitude é função 
do porte, da complexidade e da natureza das 
operações da produção, das vendas ou dos serviços. 
A manutenção dos estoques requer investimentos 
e gastos muitas vezes elevados. 
Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em 
número reduzido de itens e em quantidades mínimas, 
sem que, em contrapartida, aumente o risco de não 
ser satisfeita a demanda dos usuários ou dos 
consumidores em geral, representa um ideal 
conflitante com a realidade do dia-a-dia e que 
aumenta a importância da sua gestão. 
A acumulação de estoques em níveis adequados é 
uma necessidade para o normal funcionamento do 
sistema produtivo. 
Em contrapartida, os estoques representam um 
enorme investimento financeiro. 
Deste ponto de vista, os estoques constituem um 
ativo circulante necessário para que a empresa possa 
produzir e vender com um mínimo risco de 
paralisação ou de preocupação. 
Os estoques representam um meio de 
investimento de recursos e podem alcançar uma 
respeitável parcela dos ativos totais da empresa. A 
administração dos estoques apresenta alguns 
aspectos financeiros que exigem um estreito 
relacionamento com a área de finanças, pois 
enquanto a Administração de Materiais está voltada 
para a facilitação do fluxo físico dos materiais e o 
abastecimento adequado à produção e a vendas, a 
área financeira está preocupada com o lucro, a 
liquidez da empresa e a boa aplicação dos recursos 
empresariais. 
A incerteza de demanda futura ou de sua variação 
ao longo do período de planejamento; da 
disponibilidade imediata de material nos fornecedores 
e do cumprimento dos prazos de entrega; da 
necessidade de continuidade operacional e da 
remuneração do capital investido, são as principais 
causas que exigem estoques permanentemente à 
mão para o pronto atendimento do consumo interno 
e/ou das vendas. Isto mantém a paridade entre esta 
necessidade e as exigências de capital de giro. 
É essencial, entretanto, para a compreensão mais 
nítida dos estoques, o conhecimento das principais 
funções que os mesmos desempenham nos mais 
variados tipos de organização, e que conheçamos as 
suas diferentes espécies. 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 5MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Ter noção clara das diversas naturezas de 
inventário, dentro do estudo da Administração de 
Material, evita distorções no planejamento e indica à 
gestão a forma de tratamento que deve ser 
dispensado a cada um deles, além de evitar que 
medidas corretas, aplicadas ao estoque errado, levem 
a resultados desastrosos, sobretudo, se 
considerarmos que, à vezes, consideráveis montantes 
de recursos estão vinculados a determinadas 
modalidades de estoque. 
Cada espécie de inventário segue 
comportamentos próprios e sofre influências distintas, 
embora se sujeitando, em regra, aos mesmos 
princípios e às mesmas estruturas de controle. 
Assim, por exemplo, os estoques destinados à 
venda são sensíveis às solicitações impostas pelo 
mercado e decorrentes das alterações da oferta e 
procura e da capacidade de produção, enquanto os 
destinados ao consumo interno da empresa são 
influenciados pelas necessidades contínuas da 
produção, manutenção, das oficinas e dos demais 
serviços existentes. 
Já outras naturezas de estoque podem apresentar 
características bem próprias que, não estão sujeitas a 
influência alguma. É o caso dos estoques de sucata, 
não destinada ao reprocessamento ou beneficiamento 
e formados de refugos de fabricação ou de materiais 
obsoletos e inservíveis destinados à alienação e 
outros fins. 
 Em uma indústria, estes estoques podem vir a 
formar-se aleatoriamente, ao longo do tempo, 
caracterizando-se como contingências de 
armazenagem. Acabam representando, mesmo, para 
algumas organizações, verdadeiras fontes de receitas 
(extra-operacional), enquanto os estoques destinados 
ao consumo interno constituem-se, tão somente, em 
despesas. 
Entretanto, esta divisão por si só, pode trazer 
dúvidas a partir da definição da natureza de cada um 
destes estoques. Se entendermos por produto 
acabado todo material resultante de um processo 
qualquer de fabricação, e por matérias-primas todo 
elemento bruto necessário ao fabrico de alguma coisa, 
perdendo as suas características físicas originais, 
mediante o processo de transformação a que foi 
submetido, podemos dizer, por exemplo, que a terra 
adubada, o cimento, a areia de fundição preparada 
com a bentonita, o melaço e outros produtos que são 
misturados a ela para dar maior consistência aos 
moldes que receberão o aço derretidopara a 
confecção de peças constitui-se em produtos 
acabados para seus fabricantes, e em matérias-
primas para seus consumidores que os utilizarão na 
fabricação de outros produtos. 
Do mesmo modo, a terra, a argila, o melaço e a 
areia, em seu estado natural, podem constituir-se em 
insumos básicos de produção ou em produtos 
acabados, dependendo da finalidade ou do uso destes 
itens para a empresa. 
As porcas, as arruelas, os parafusos etc., 
empregados na montagem de um equipamento, por 
exemplo, são produtos semiacabados para o 
montador, mas, para o fabricante que os vendeu, 
trata-se de produtos-finais. 
Diante dos exemplos apresentados, surge, 
naturalmente, outra classificação: estoques de venda 
e de consumo interno. 
Para uma indústria, os produtos de sua fabricação 
integrarão os estoques de venda e, para outra, que os 
utilizará na produção de outro bem, integrarão os 
estoques de material de consumo. 
Por sua vez, o estoque de venda pode desdobrar-
se em estoque de varejo e de atacado. 
O estoque de consumo pode subdividir-se em 
estoque de material específico e geral. 
 Este último pode desdobrar-se, ainda, em estoque 
de artigos de escritório, de limpeza e conservação etc. 
Temos assim, diferentes maneiras de se distinguir 
os estoques, considerando a natureza, finalidade, uso 
ou aplicação etc. dos materiais que os compõem. O 
importante, todavia, nestas classificações, que 
procuram mostrar os diferentes tipos de estoque e o 
que eles representam para cada empresa, é que elas 
servem de subsídios valiosos para a (o): configuração 
de um sistema de material; estruturação dos 
almoxarifados; estabelecimento do fluxo de 
informação do sistema; estabelecimento de uma 
classificação de material; política de centralização e 
descentralização dos almoxarifados; 
dimensionamento das áreas de armazenagem; 
planejamento na forma de controle físico e contábil. 
 
FUNÇÕES DO ESTOQUE 
As principais funções do estoque são: 
a) Garantir o abastecimento de materiais à 
empresa, neutralizando os efeitos de: 
- demora ou atraso no fornecimento de materiais; 
- sazonalidade no suprimento; 
- riscos de dificuldade no fornecimento. 
b) Proporcionar economias de escala: 
- através da compra ou produção em lotes 
econômicos; 
- pela flexibilidade do processo produtivo; 
- pela rapidez e eficiência no atendimento às 
necessidades. 
Os estoques constituem um vínculo entre as 
etapas do processo de compra e venda - no processo 
de comercialização em empresas comerciais - e entre 
as etapas de compra, transformação e venda - no 
processo de produção em empresas industrias. 
Em qualquer ponto do processo formado por 
essas etapas, os estoques desempenham um papel 
importante na flexibilidade operacional da empresa. 
Funcionam como amortecedores das entradas e 
saídas entre as duas etapas dos processos de 
comercialização e de produção, pois minimizam os 
efeitos de erros de planejamento e as oscilações 
inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em 
que isolam ou diminuem as interdependências das 
diversas partes da organização empresarial. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES 
 Estoques de Matérias-Primas (MPs) 
Os estoques de MPs constituem os insumos e 
materiais básicos que ingressam no processo 
produtivo da empresa. 
São os ítens iniciais para a produção dos 
produtos/serviços da empresa. 
 
Estoques de Materiais em Processamento ou 
em Vias 
Os estoques de materiais em processamento - 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 6MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
também denominados materiais em vias - são 
constituídos de materiais que estão sendo 
processados ao longo das diversas seções que 
compõem o processo produtivo da empresa. Não 
estão nem no almoxarifado - por não serem mais MPs 
iniciais - nem no depósito - por ainda não serem Pas. 
Mais adiante serão transformadas em Pas. 
 
 Estoques de Materiais Semiacabados 
Os estoques de materiais semiacabados referem-
se aos materiais parcialmente acabados, cujo 
processamento está em algum estágio intermediário 
de acabamento e que se encontram também ao longo 
das diversas seções que compõem o processo 
produtivo. Diferem dos materiais em processamento 
pelo seu estágio mais avançado, pois se encontram 
quase acabados, faltando apenas mais algumas 
etapas do processo produtivo para se transformarem 
em materiais acabados ou em PAs. 
 
Estoques de Materiais Acabados ou 
Componentes 
Os estoques de materiais acabados - também 
denominados componentes - referem-se a peças 
isoladas ou componentes já acabados e prontos para 
serem anexados ao produto. São, na realidade, partes 
prontas ou montadas que, quando juntadas, 
constituirão o PA. 
 
Estoques de Produtos Acabados (Pas) 
Os Estoques de Pas se referem aos produtos já 
prontos e acabados, cujo processamento foi 
completado inteiramente. Constituem o estágio final 
do processo produtivo e já passaram por todas as 
fases, como MP, materiais em processamento, 
materiais semiacabados, materiais acabados e Pás. 
 
CONTROLE DE ESTOQUES 
O objetivo básico do controle de estoques é evitar 
a falta de material sem que esta diligência resulte em 
estoque excessivo às reais necessidades da empresa. 
O controle procura manter os níveis estabelecidos 
em equilíbrio com as necessidades de consumo ou 
das vendas e os custos daí decorrentes. Para 
mantermos este nível de água, no tanque, é preciso 
que a abertura ou o diâmetro do ralo permita vazão 
proporcional ao volume de água que sai pela torneira. 
Se fecharmos com o ralo destampado, interrompendo, 
assim, o fornecimento de água, o nível, em unidades 
volumétricas, chegará, após algum tempo, a zero. Por 
outro lado, se a mantivermos aberta e fecharmos o 
ralo, impedindo a vazão, o nível subirá até o ponto de 
transbordar. 
Ou, se o diâmetro do raio permite a saída da água, 
em volume maior que a entrada no tanque, 
precisaremos abrir mais a torneira, permitindo o fluxo 
maior para compensar o excesso de escapamento e 
evitar o esvaziamento do tanque. 
De forma semelhante, os níveis dos estoques 
estão sujeitos à velocidade da demanda. Se a 
constância da procura sobre o material for maior que o 
tempo de ressuprimento, ou estas providências não 
forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a 
interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a 
situação de ruptura ou de esvaziamento do seu 
estoque, com prejuízos visíveis para a produção, 
manutenção, vendas etc. 
Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as 
necessidades do estoque, poderemos chegar ao 
ponto de excesso de material ou ao transbordamento 
dos seus níveis em relação à demanda real, com 
prejuízos para a circulação de capital. 
O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de 
material, onde atua, sobretudo, o controle de estoque, 
é um dos objetivos da gestão. 
 
FUNÇÕES DO CONTROLE DE ESTOQUE 
Para organizar um setor de controle de estoques, 
inicialmente devemos descrever suas funções 
principais que são: 
a) determinar "o que" deve permanecer em 
estoque. Número de itens; 
b) determinar "quando" se devem reabastecer os 
estoques. Periodicidade; 
c) determinar "quanto" de estoque será necessário 
para um período predeterminado; quantidade de 
compra; 
d) acionar o Depto de Compras para executar 
aquisição de estoque; 
e) receber, armazenar e atender os materiais 
estocados de acordo com as necessidades; 
f) controlar os estoques em termos de quantidade 
e valor, e fornecer informações sobre a posição do 
estoque; 
g) manter inventários periódicos para avaliação 
das quantidades e estados dos materiais estocados; 
h) identificar e retirar do estoqueos itens obsoletos 
e danificados. 
 
 CLASSIFICAÇÃO ABC 
A curva ABC é um importante instrumento para o 
administrador; ela permite identificar aqueles itens que 
justificam atenção e tratamento adequados quanto à 
sua administração. 
Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos 
itens conforme a sua importância relativa. 
Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a 
sequência dos itens e sua classificação ABC, disso 
resulta imediatamente a aplicação preferencial das 
técnicas de gestão administrativas, conforme a 
importância dos itens. 
A curva ABC tem sido usada para a administração 
de estoques, para definição de políticas de vendas, 
estabelecimento de prioridades para a programação 
da produção e uma série de outros problemas usuais 
na empresa. 
Após os itens terem sido ordenados pela 
importância relativa, as classes da curva ABC podem 
ser definidas das seguintes maneiras: 
Classe A: Grupo de itens mais importante que 
devem ser trabalhados com uma atenção especial 
pela administração. 
Classe B: Grupo intermediário. 
Classe C: Grupo de itens menos importantes em 
termos de movimentação, no entanto, requerem 
atenção pelo fato de gerarem custo de manter 
estoque. 
 
MONTAGEM DA CURVA ABC 
- Relacionar os itens analisados no período que 
estiver sendo analisado; 
- Número ou referencia do produto; 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 7MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
- Nome do produto; 
- Preços unitário atualizado; 
- Valor total do consumo; 
- Arrume os itens em ordem decrescente de valor; 
- Some o total do faturamento; 
- Defina os itens da classe "A" = 80% do 
faturamento; 
- Fat. Classe "A" = Fat. Total x 80; 
- Defina os itens da classe "B" = 15% do 
faturamento; 
- Defina os itens da classe "C" = 5% do 
faturamento; 
- Após conhecidos esses valores define-se os 
itens de cada classe. 
 
 NÍVEIS DE ESTOQUES 
 CURVA DENTE DE SERRA 
A apresentação da movimentação (entrada e 
saída) de uma peça dentro de um sistema de estoque 
pode ser feita por um gráfico. 
 
TEMPO DE REPOSIÇÃO; PONTO DE PEDIDO 
a) emissão do pedido - Tempo que se leva desde 
a emissão do pedido de compras até ele chegar ao 
fornecedor; 
b) preparação do pedido - Tempo que leva o 
fornecedor para fabricar os produtos, separar, emitir 
faturamento e deixá-los em condições de serem 
transportados. 
c) Transportes - Tempo que leva da saída do 
fornecedor até o recebimento pela empresa dos 
materiais encomendados. 
 
DETERMINAÇÃO DO PONTO DE PEDIDO (PP). 
PP = C x TR + E.min 
Onde: 
PP = Ponto de pedido 
C = Consumo médio mensal / dia 
TR = Tempo de reposição 
E.min = Estoque mínimo 
Q 
PP 
C x TR 
Tempo 
TR 
 
ESTOQUE MÍNIMO 
Emin = Er + C x TR 
Onde: 
d = consumo médio do material; 
t = tempo de espera médio, em dias, para 
reposição do material; 
 
ESTOQUE MÍNIMO COM VARIAÇÃO. 
E.min = T1 x (C2 - C1) + C2 x T4 
Onde : 
T1 = Tempo para o consumo. 
C1 = Consumo normal mensal 
C2 = Consumo mensal maior que o normal 
T4 = Atraso no tempo de reposição 
 
Exemplo: 
Um produto possui um consumo mensal de 55 
unidades. Qual deverá ser o estoque mínimo se o 
consumo aumentar para 60 unidades, considerando 
que o atraso de reposição seja de 20 dias e o tempo 
de reposição é de 30 dias. 
E.min = 1 x (60 - 55) + 60 x 0,67 
E.min = 45,2 unidades ou seja 46 unidades 
 
SISTEMA DE MÁXIMOS MÍNIMOS: 
É utilizado quando há muita dificuldade para 
determinar o consumo ou quando ocorre variação no 
tempo de reposição. Esse sistema consiste em 
estimar os estoques máximos (Emax) e mínimo 
(Emin) para cada ítem, em função de uma expectativa 
de consumo previsto para determinado período de 
tempo. A partir daí, calcula-se o ponto de pedido (PP). 
Estoque mínimo é uma quantidade em estoque 
que, quando atingida, determina a necessidade de 
encomendar um novo lote de material. O Emin é igual 
ao estoque de reserva (Er) mais o consumo médio do 
material multiplicado pelo tempo de espera médio, em 
dias, para sua reposição. 
 
Emin = Er + dt 
Onde: 
d = consumo médio do material; 
t = tempo de espera médio, em dias, para 
reposição do material; 
 
O Er, ou de segurança, é uma quantidade morta 
em estoque que somente é consumida em caso de 
extrema necessidade. Destina-se cobrir eventuais 
atrasos e garantir a continuidade do abastecimento da 
produção, sem o risco de falta de material, que 
provoca o custo da ruptura, isto é, o custo de 
paralisação da produção. 
Emax = Emin + lote de compra 
 
Ponto de pedido (PP) é uma quantidade de 
estoque que, quando atingida, deverá provocar um 
novo pedido de compra. 
Intervalo de reposição (IR), é o período de tempo 
entre duas reposições de material. È o intervalo de 
tempo entre dois PPs. 
Para representar os sistema máximos-mínimos, 
utilizamos a chamada curva dente de serra. 
 
CUSTO DE ARMAZENAGEM (I) 
Para calcular o custo de armazenagem de 
determinado material, podemos utilizar a seguinte 
expressão: 
Custo de armazenagem = Q/2 x T x P x I 
Onde: 
Q = Quantidade de material em estoque no tempo 
considerado 
P = Preço unitário do material 
I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente 
em termos de porcentagem do custo unitário. 
T = Tempo considerado de armazenagem 
 
TAXA DE ARMAZENAMENTO 
a) Taxa de retorno de capital 
Ia = 100 x lucro 
Valor estoques 
b) Taxa de armazenamento físico 
Ib = 100 x S xA 
C x P 
Onde: 
S = área ocupada pelo estoque 
A = custo anual do m² de armazenamento 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 8MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
C = consumo anual 
P = preço unitário 
c) Taxa de seguro 
Ic = 100 x custo anual do seguro 
Valor estoque + edifícios 
d) Taxa de transporte, manuseio e distribuição 
Id = 100 x depreciação anual do equipamento 
Valor do estoque 
e) Taxa de obsolescência 
Ie = 100 x perdas anuais por obsolescência 
Valor do estoque 
f) Outras taxas (água, luz...) 
If = 100 x despesas anuais 
Valor do estoque 
Conclui-se então, que a taxa de armazenamento 
é: 
I = Ia + Ib + Ic + Id + Ie + If 
Obs: Esses valores acima devem ser facilmente 
encontrados no setor contábil da empresa. 
 
LOTE ECONÔMICO 
O Lote Econômico ( Le ) é o resultado de um 
procedimento matemático, através do qual a empresa 
adquire o material necessário às suas atividades pelo 
seu custo mais baixo. 
Essa prática torna possível diluir os custos fixos 
entre muitas unidades e portanto, reduzir o custo 
unitário. Isso, porém, não se consegue de graça: - 
estoques são criados e custam dinheiro. 
Portanto, não se deve levar tal procedimento muito 
longe, pois se as ordens de reposição se tornam muito 
grandes, os estoques resultantes crescem além de 
certos limites e, os custos tanto de capital como de 
manuseio, excedem as possíveis economias em 
custos de transporte, produção e administração. 
Deve-se procurar um tamanho de lote que 
minimize o custo total anual. 
Os elementos que influenciam essa determinação 
são: 
I- Taxa de custo ou de posse 
A - Custo de aquisição ou de compra 
P- Preço unitário do item 
D- Demanda anual 
A fórmula, a seguir, se encontra deduzida em 
vários livros: 
 
Exemplo: 
O consumo de determinada peça é de 20.000 
unidades por ano. O custo de armazenagem por peça 
e de $ 1,90 por ano e o custo de pedido é de $ 
500,00. 
Q = √ 2 BC = √ 2 x 500,00 x 20,000 = √ 
10,5260315 = 3.245 peças 
I 1,90 
 
RESTRIÇÕES AO LOTE ECONÔMICO 
Espaço de Armazenagem - uma empresa que 
passa a adotaro método em seus estoques, pode 
deparar-se com o problema de falta de espaço, pois, 
às vezes, os lotes de compra recomendados pelo 
sistema não coincidem coma capacidade de 
armazenagem do almoxarifado; 
Variações do Preço de Material - Em economias 
inflacionarias calcular e adquirir a quantidade ideal ou 
econômica de compra, com base nos preços atuais 
para suprir o dia de amanhã, implicaria, de certa 
forma, refazer os cálculos tantas vezes quantas 
fossem as alterações de preços sofridas pelo material 
ao longo do período, o que não se verifica , com 
constância, nos países de economia relativamente 
estável, onde o preço permanece estacionário por 
períodos mais longos; 
Dificuldade de Aplicação - Esta dificuldade 
decorre, em grande parte, da falta de registros ou da 
dificuldade de levantamento dos dados de custos. 
Entretanto, com referência a este aspecto, erros, 
por maiores que sejam na apuração destes custos 
não afetam de forma significativa o resultado ou a 
solução final. São poucos sensíveis à alterações 
razoáveis nos fatores de custo considerados. Estes 
são, portanto, sempre de precisão relativa; 
Natureza do Material - Pode vir a se constituir em 
fator de dificuldade. O material poderá tornar-se 
obsoleto ou deteriorar-se; 
Natureza de Consumo - A aplicação do lote 
econômico de compra pressupõe, em regra, um tipo, 
de demanda regular e constante, com distribuição 
uniforme. Como isto nem sempre ocorre com relação 
à boa parte dos itens, é possíveis que não 
consigamos resultados satisfatórios ou esperados 
com os materiais cujo consumo seja de ordem 
aleatória e descontínua. 
Podemos, nestas circunstâncias, obter uma 
quantidade pequena que inviabilize a sua utilização. 
 
 NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE COMPRAS 
"A arte de comprar está se tornando cada vez 
mais uma profissão e cada vez menos um jogo de 
sorte". 
"Em muitos casos não é o custo que determina o 
preço de venda, mas o inverso. O preço de venda 
necessário determina qual deve ser o custo. Qualquer 
economia, resultando em redução de custo de 
compra, que é uma parte de despesa de operação de 
uma indústria, é 100% lucro. Os lucros das compras 
são líquidos". (HENRY FORD) 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Embora todos saibamos comprar, em função do 
cotidiano de nossas vidas, é imprescindível a 
conceituação da atividade, que significa procurar e 
providenciar a entrega de materiais, na qualidade 
especificada e no prazo necessário, a um preço justo, 
para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação 
da empresa. 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO 
E DESCENTRALIZAÇÃO 
 
Departamentalização 
A forma de dividir as tarefas entre os 
departamentos depende de princípios chamados 
critérios de departamentalização. 
Por exemplo, pode-se atribuir a cada 
departamento a tarefa de atender a um tipo 
específico de cliente, ou de produzir um tipo 
específico de produto, ou de cuidar de determinada 
área geográfica. 
Esses e outros critérios de departamentalização 
definem as responsabilidades especializadas das 
unidades da estrutura organizacional. 
O modo mais simples de departamentalização é o 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 9MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
que se baseia no critério funcional, que tanto pode ser 
usado pelas organizações de grande como de 
pequeno porte. 
A partir de uma departamentalização funcional, a 
estrutura pode evoluir para outras formas mais 
complexas, como nos diversos tipos de organização 
de projeto, que funcionam como departamentos 
temporários. 
De modo geral, as organizações utilizam uma 
combinação de critérios de departamentalização. 
Os mais importantes critérios de 
departamentalização são apresentados em seguida. 
 
a) Departamentalização funcional 
As funções organizacionais são conjuntos de 
tarefas interdependentes, orientadas para um objetivo 
singular. 
Cada uma das funções contribui para a realização 
da missão, propósito ou tarefa total de uma 
organização. 
Todas as organizações de um mesmo ramo de 
atividades têm aproximadamente as mesmas funções. 
A figura a seguir exemplifica esse tipo de 
departamentalização: 
 
b) Departamentalização territorial ou 
geográfica 
Quando se usa o critério geográfico de 
departamentalização, cada unidade de trabalho 
corresponde a um território ou região. 
O critério geográfico ou territorial pode ser utilizado 
quando a organização opera numa área grande, ou 
em locais diferentes, e em cada local é necessário 
disponibilizar certo volume de recursos ou certa 
autonomia. 
Desde que seja possível promover algum tipo de 
agregação dentro dos territórios, o critério geográfico 
torna-se a base da divisão do trabalho. 
A figura a seguir exemplifica este tipo de 
departamentalização: 
 
c) Departamentalização por produto 
Quando a empresa trabalha com vários produtos 
ou serviços que apresentam diferenças importantes 
entre si, pode ser melhor administrar cada um 
individualmente. 
Essa escolha resulta em uma estrutura 
organizacional em que a responsabilidade é dividida, 
usando o produto ou serviços como critério. Cada 
unidade de trabalho tem responsabilidade e autoridade 
sobre um grupo de operações ou sobre a totalidade das 
operações relativas a um produto ou serviço. 
 
d) Departamentalização por cliente 
O critério do cliente é apropriado quando a 
organização atende a diferentes tipos de cliente, com 
necessidades muitos distintas ou quando os clientes 
são iguais, mas têm necessidades diferentes. 
Esse tipo de departamentalização é uma forma 
segura de garantir a satisfação dos clientes. 
São usuários tradicionais do critério de 
departamentalização por cliente: as lojas de 
departamentos e as agências de propaganda. 
 
e) Organização por projetos 
As atividades temporárias, chamadas projetos, são 
realizadas por estruturas organizacionais temporárias. 
São exemplos de projetos: projetar e construir 
instalações, como aeroportos e rodovias, organizar 
eventos e fornecer serviços, como congressos e 
competições. 
Uma organização de projeto é uma estrutura 
temporária, alocada dentro da organização funcional. 
Para cada projeto é necessário criar uma organização 
temporária, que usa os recursos das unidades 
funcionais. 
Na prática as organizações assumem uma 
estrutura combinando dois ou mais critérios. 
A estrutura organizacional deve também apresentar 
flexibilidade necessária para ser modificada sempre 
que as condições externas à empresa, ou seja, as 
variáveis ambientais, sofram grandes mudanças, 
impactando no desempenho da organização. 
 
Descentralização 
Entendida como uma forma de administração em 
que todos os agentes envolvidos participam das 
soluções dos problemas, desde a detecção, até as 
tomadas de decisões que vão culminar em melhorias 
dentro de empresas. 
Sua principalmente característica é que mesmo 
continuando havendo hierarquias, elas se apresentam 
muito mais nas funções exercidas do que no 
autoritarismo ou na submissão que são impostas na 
gestão centralizada. 
Essa nova forma de gestão para empresas tem se 
propagado cada vez mais, pois se encaixa muito bem 
em empreendimentos que prezem pela inovação e 
tecnologia como valores principais. 
Entre as vantagens que podemos enumerar estão 
a maior autonomia de gerentes; agilidade na toma de 
decisões; competição positiva entre setores; 
otimização de recursos; maior retenção de talentos; 
utilização de conhecimentos específicos; maior 
assertividade em entregar com maior qualidade e 
celeridade a demanda dos clientes, além da menor 
dependência da cúpula para colocar em práticas as 
ações do cotidiano do trabalho.Ao enxergar as novas conjunturas empresariais 
que estão se consolidando no meio empresarial, 
percebemos facilmente como a forma de gestão 
descentralizada encontra um campo fértil para atingir 
cada vez mais empresas. Atualmente temos as 
startups como exímios exemplos desse tipo, já muito 
bem estruturadas em várias regiões do Brasil, 
principalmente nas capitais, modelos esses que já 
adotam em muito a gestão descentralizada. 
Porém, não só de vantagens traz a escolha para o 
modo descentralizado. Entre suas desvantagens 
podemos citar: falta de uniformidade nas decisões; 
tendência ao desperdício e à duplicação de 
informações eficientes e comunicação menos 
eficiente. 
 
NOÇÕES DE POLÍTICAS E PRÁTICAS 
DE RECURSOS HUMANOS 
 
O termo pessoal ou recursos humanos refere-se a 
todas as pessoas que trabalham para determinada 
empresa. As grandes empresas têm departamentos 
especiais de pessoal, que são responsáveis pela 
relação empregador/empregado. O departamento de 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 10MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
pessoal é um departamento de assessoria. Isso 
significa que ele não está diretamente envolvido com 
a produção, não agrega valor, mas é um provedor de 
serviços para os gerentes e chefias. 
A função administração de pessoal tem adquirido 
várias denominações. Em algumas empresas, ela é 
realizada pelo Departamento de Recursos Humanos; 
em outras, pelo Departamento de Pessoal ou 
Departamento de Relações Industriais. Diferentes 
denominações da função devem-se ao nível de 
desenvolvimento de cada empresa e também à falta 
de conhecimento de muitos administradores. 
A administração de pessoal deve recrutar, 
selecionar, desenvolver, utilizar, avaliar e manter uma 
força de trabalho motivada para a atividade produtiva. 
Para executar seu papel, ela precisa satisfazer a 
múltiplos objetivos. Estes são alcançados por meio de 
uma variada gama de atividades. Embora sejam de 
responsabilidade de todos na empresa, grande parte 
delas é delegada ao departamento de pessoal. 
As atividades de um departamento de pessoal são 
um conjunto de ações em que cada uma acaba 
afetando às demais. Profissionais que atuam nessa 
área recebem informações de recursos humanos 
como insumos básicos e desempenham diversas 
atividades com os mesmos para atingir os objetivos da 
empresa e de todo o coletivo de trabalhadores. 
As principais atividades da Administração de 
Pessoal ou da área encarregada dos Recursos 
Humanos da empresa são: 
- estruturar e analisar cargos; 
- planejar os Recursos Humanos; 
- realizar o recrutamento e a seleção de pessoal; 
- implementar programas de treinamento e 
desenvolvimento; 
- planejar a carreira e avaliar o desempenho; 
- administrar os salários e os benefícios; e 
- buscar a motivação e satisfação do empregado. 
Para que a empresa atue de forma eficiente, faz-
se necessário desenvolver o profissionalismo entre 
seus membros. O papel que o departamento de 
pessoal e seus integrantes desempenham nas 
empresas modernas exige uma abordagem 
profissional e pessoas profissionalmente treinadas. 
Um departamento de pessoal administrado de forma 
profissional precisa desenvolver e manter uma base 
ampla de dados e informações referentes ao ambiente 
interno e externo da empresa. 
Esta base de dados deve prioritariamente envolver 
os cargos e funções necessários para o bom 
andamento dos negócios. Cargo nada mais é que 
determinada posição na hierarquia de atividades ou 
funções da empresa. Dessa forma, supervisor, chefe, 
gerente, diretor ou mesmo presidente são cargos 
projetados para que determinadas pessoas exerçam 
atividades ou funções relativas ao quotidiano da 
empresa. Elas precisam produzir, vender, controlar, 
planejar, entre outras atividades que compõem o 
conteúdo dos cargos. 
Para se conseguir estruturar uma hierarquia de 
cargos coerente é necessário projetá-la de maneira 
efetiva, buscando sempre uma permuta entre a 
eficiência esperada de determinado cargo com os 
muitos elementos comportamentais dos que devem 
exercê-lo e dos que com ele interagem. Quando os 
cargos são muito especializados é comum serem 
projetados com um número menor de atividades ou 
tarefas. Em outros casos, precisam de descrições 
minuciosas. Devem, em qualquer situação, permitir 
posterior avaliação do desempenho de seus 
ocupantes. 
Profissionais da área de pessoal desenvolvem 
questionários de análise de cargos para coletar dados 
específicos a respeito dos cargos, de seus detentores 
e dos padrões de desempenho esperados dos 
mesmos. Uma vez coletados os dados através dos 
questionários ou entrevistas, os mesmos são 
utilizados para a descrição, especificação e exigências 
do cargo. Esta atividade é de extrema importância 
porque informa quais os deveres e responsabilidades 
de cada membro da empresa no exercício de suas 
atividades. 
A sistematização da estrutura de cargos da 
empresa possibilita melhor planejamento dos recursos 
humanos. Dado um nível de demanda, os 
planejadores verificam a disponibilidade atual de 
trabalhadores e as necessidades futuras. Procuram 
suprir as carências com o pessoal interno à empresa 
quando possível e sinalizar a busca de trabalhadores 
no mercado de trabalho quando da expansão da 
demanda, ou da redução do efetivo de trabalhadores 
devido a demissões, aposentadorias, licenças ou 
mesmo morte. 
Para suprir os cargos, a área de pessoal 
desenvolve o recrutamento. Este processo nada mais 
é que encontrar e atrair candidatos para trabalhar na 
empresa. Depois que a administração tiver 
determinado os objetivos da empresa e o quadro de 
cargos, cabe ao departamento de pessoal encontrar 
pessoas qualificadas para preencher aqueles cargos. 
Dependendo das políticas administrativas e da 
natureza dos postos, o recrutamento pode ser feito 
dentro ou fora da empresa. 
O recrutamento interno acontece quando a pessoa 
escolhida para o posto é selecionada entre os atuais 
empregados da empresa. Isso também é chamado de 
promoção ou transferência. Promoção significa que 
um trabalhador recebeu uma nova incumbência que 
lhe exige autoridade e maior responsabilidade que 
suas funções atuais. Uma transferência sem 
promoção é um deslocamento lateral. Ela pode 
envolver diferentes condições de trabalho ou 
diferentes horários. As empresas que recrutam 
internamente frequentemente promovem o 
funcionário. 
A busca externa acontece quando a empresa está 
procurando novos trabalhadores fora de seu quadro 
funcional. Todas fazem algum tipo de recrutamento 
externo. Se elas estiverem procurando empregados 
com conhecimentos técnicos ou educação especial, o 
recrutamento é geralmente feito nas universidades. 
Algumas empresas, quando necessitam de 
gerentes ou executivos para cargos de direção, fazem 
o recrutamento entre os altos escalões de outras 
firmas, normalmente entre seus principais 
concorrentes. Outros tipos de recrutamento se 
baseiam em anúncios em jornais e/ou em publicações 
especializadas. Contratar escritórios de consultoria 
também é uma prática comum de muitas empresas 
para realizar esta atividade. Neste último caso, para o 
recrutamento de altos executivos, as empresas 
contratam head hunters, ou caçadores de talentos, 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 11MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
que são profissionais especializados em selecionar 
candidatos mais capacitados. 
Após todo o esforço de recrutamento, desenvolve-
se a seleção dos mais aptos a preencherem as vagasexistentes. O processo de seleção procura candidatos 
e os coloca em uma série de passos para avaliar seu 
potencial. Em geral, o procedimento de seleção confia 
em testes para muitos empregos de horistas e em 
entrevistas para cada uma das vagas a serem 
preenchidas em funções mais importantes. Cartas de 
referência de empregadores anteriores e a solicitação 
de vários exames médicos que atestem as boas 
condições dos futuros empregados também são 
solicitações comuns. 
Após a seleção dos trabalhadores mais aptos a 
preencherem determinado cargo, os mesmos são 
submetidos a um processo de orientação, visando a 
sua integração ao ambiente social da empresa. Eles 
precisam ser socializados com relação às regras e 
normas de conduta da empresa e do contexto de 
trabalho em que passarão a atuar. Para um 
desempenho eficaz de suas novas atividades, faz-se 
necessário, muitas vezes, o desenvolvimento de 
aptidões, atitudes e conhecimentos específicos de 
determinado cargo ou função. Todas as deficiências 
de desempenho podem ser amenizadas através de 
programas de treinamento que começam com o 
diagnóstico das necessidades, o estabelecimento de 
objetivos, sua execução propriamente dita e, ao 
término dela, sua avaliação. 
Essas atividades são desenvolvidas não só para o 
suprimento de possíveis carências profissionais, mas 
também para a boa condução do planejamento e 
desenvolvimento da carreira dos membros da 
empresa. O planejamento de carreira não garante 
sucesso; na maioria das vezes, as atividades de 
desenvolvimento são individuais e voluntárias. Os 
esforços individuais estão relacionados ao bom 
desempenho no cargo, trabalho proativo, busca de 
sinergia entre diferentes atividades, formação de 
alianças e outras ações que visem à melhoria 
contínua de seu desempenho no trabalho. 
Tudo é feito para que as mudanças tanto na vida 
profissional quanto na da empresa sejam realizadas 
de maneira a aumentar os benefícios e reduzir os 
custos. Nesse sentido, a avaliação de desempenho é 
um instrumento crítico da administração de pessoal. 
Para avaliar o desempenho passado e projetar o 
futuro, são estabelecidos padrões e critérios 
relacionados ao cargo. Centros de avaliação 
empregam diversos métodos para verificação do 
desempenho do empregado. Entre eles, temos o 
método do incidente crítico, da avaliação grupal, de 
escolha forçada entre outros. Após as avaliações, é 
indispensável retro informar os resultados e as 
necessidades de melhoria neste ou naquele aspecto 
do desempenho do empregado. 
Para que a remuneração seja apropriada, ela 
precisa ser equitativa interna ou externamente à 
empresa, ou seja, de acordo com o mercado de 
trabalho da região ou país. Quando bem 
administrados, esses programas reduzem o 
absenteísmo, isto é, as faltas ou atrasos ao trabalho, e 
a rotatividade, que é a troca frequente de emprego. 
Muitos são os fatores que envolvem o 
estabelecimento de um “salário justo”. Nele estão 
presentes não só as leis da oferta e demanda, mas 
também a pressão dos sindicatos e todo um aparato 
legal de regulamentação do trabalho. 
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), no 
Brasil, é o principal dispositivo legal que afeta a 
administração da remuneração na forma de salários, 
benefícios, pensões, etc. Ela regula as relações 
trabalhistas, procurando proteger os direitos dos 
trabalhadores, bem como as prerrogativas do 
empregador. Sendo um instrumento subsidiário da 
Constituição Federal, também proíbe a discriminação 
social por motivo de cor, raça, credo religioso ou sexo. 
Além dos salários, a legislação exige, e várias 
empresas incentivam, o pagamento de benefícios aos 
empregados. Normalmente, as empresas pagam 
seguros, garantias, folgas, assistência médica e 
auxílios diversos, como refeição, transporte e 
educação. Os empregadores têm procurado expandir 
os benefícios e serviços aos empregados a fim de 
desencorajar a constante inquietação da força de 
trabalho e as pressões dos empregados na busca 
contínua de melhor qualidade de vida no trabalho. 
A melhor qualidade de vida no trabalho está 
diretamente associada com o clima organizacional, a 
motivação e satisfação no exercício das atividades de 
negócios. O clima organizacional é a situação 
favorável ou desfavorável do ambiente para as 
pessoas na organização. O clima está fortemente 
relacionado com a motivação que nada mais é que o 
impulso de uma pessoa em agir da maneira que 
desejar. As principais teorias da motivação são 
aquelas vistas anteriormente, como a hierarquia de 
necessidades, fatores motivacionais e de 
manutenção, teoria da expectativa, entre outras. 
Para o bom funcionamento das atividades 
desenvolvidas pela área de pessoal, muita 
comunicação entre os trabalhadores é necessária. O 
objetivo da transferência de informação e 
compreensão da mesma é manter todos os 
empregados conscientes do processo de 
desenvolvimento de negócios da empresa. Manter 
todos os empregados informados estimula a 
comunicação mais aberta, melhora o entendimento e 
é uma ação eficaz na solução de desentendimentos e 
incompreensões entre os próprios trabalhadores e 
entre estes e a administração da empresa. 
Vários são os canais de comunicação existentes 
nas empresas. Revistas dos empregados, brochuras 
informativas, quadros de aviso, circuitos internos de 
televisão, reuniões formais com os trabalhadores, 
programas de perguntas e respostas e programas de 
sugestões são os principais meios de se incrementar 
a troca de informações entre os membros da empresa 
em qualquer parte do mundo. Em todas essas 
atividades, a preocupação central da área de 
administração de pessoal é com a eficiência 
administrativa de toda a empresa. 
Muitas pessoas acreditam que a mais importante 
função do departamento de pessoal ou de recursos 
humanos é estabelecer políticas da empresa no 
tocante à administração de sua força de trabalho. 
Visando à maior eficiência e justiça, as empresas 
devem elaborar por escrito seus procedimentos para 
as negociações com os empregados. 
Esses procedimentos podem estabelecer as 
condições de trabalho, as escalas de salários, os 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 12MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
benefícios, o pagamento de férias, o seguro em grupo 
e a pensão ou plano de aposentadoria. Parte desses 
relatórios pode também incluir avisos aos empregados 
sobre a existência de novos cargos e oportunidades 
de promoção. Muitos dos itens podem fazer parte de 
negociações coletivas e de acordos entre empregados 
e empregadores. Negociações sindicais, relações com 
outras empresas e com associações de classe ou 
órgãos governamentais são normalmente 
desempenhadas por profissionais que atuam na área 
de pessoal. 
 
CONTRIBUIÇÃO PARA POLÍTICA DE 
RECURSOS HUMANOS 
De acordo com os tipos de problemas 
identificados, a avaliação de desempenho pode 
colaborar na determinação e no desenvolvimento de 
uma política de RH às necessidades da organização. 
A avaliação de desempenho só será satisfatório se 
não se restringir ao julgamento superficial e unilateral 
do chefe a respeito do comportamento funcional do 
subordinado, é preciso descer a um nível maior de 
profundidade, localizar causas e estabelecer 
perspectivas de comum acordo com o avaliado. 
A avaliação de desempenho não é um fim em si 
mesma, mas um instrumento um meio ferramenta 
para melhorar os resultados dos recursos humanos da 
organização. Para alcançar esse objetivo básico, 
melhorar os resultados dos recursos humanos da 
organização, a avaliação de desempenho procura 
alcançar uma variedade de objetivos intermediários. 
 
ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE 
RECURSOS HUMANOS1 - Recrutamento e Seleção de Pessoal: 
1.a – Recrutar e selecionar profissionais deve 
servir para a empresa como função estratégica do seu 
objetivo final. O ato em si é uma ferramenta 
importante, que pode direcionar o segmento da 
empresa para o sucesso ou fracasso, podendo essa 
avaliação variar dentro de um departamento ou setor. 
1.b – Se temos um posto de trabalho disponível na 
empresa, devemos avaliar e classificar suas funções. 
Essa avaliação estará mensurada em relação ao 
salário versos o nível de atividades a serem 
desenvolvidas. É importante destacar que para esse 
fim já deveríamos ter pronto o parâmetro de cargos e 
salários da organização. 
1.c – O recrutamento e seleção de profissional 
devem ser seguidos com eficiência, pois seu 
direcionamento ineficiente é consequência de 
resultados negativos como: a) alto índice de giro de 
pessoal; b) aumento substancial dos custos de 
recrutamento; c) baixa qualidade de nível profissional. 
1.d – Para se atingir um nível de qualidade no 
recrutamento e seleção deve-se seguir um 
acompanhamento dos meios pelos quais se busca 
contratar um profissional, assim destacamos: a) a 
fonte – empresas de consultoria, anúncio (aberto ou 
fechado), interno; b) a forma – testes, psicotécnico, 
dinâmica de grupo, entrevista; c) o tempo – urgente, 
breve, médio prazo, longo prazo; d) custo – 
disponibilidade financeira para a contratação. 
1.e – É importante considerar que a área de RH 
desenvolve suas atividades em função do que o 
mercado de trabalho fornece naquele momento. Essa 
consideração leva-se em conta a situação econômica, 
política, social e educacional pela qual o país se 
encontra naquele exato momento. 
 
2 – Treinamento e Desenvolvimento: 
2.a – Treinamento e desenvolvimento na 
organização empresarial é equivalente a 
aperfeiçoamento. Esse aperfeiçoamento baseia-se na 
ideia de que o profissional teve sua formação 
acadêmica, mas no dia-a-dia da empresa novas 
experiências vão se agregando, de forma a trazer 
informações que devem ser organizadas num 
processo cognitivo de produção positiva. 
2.b – Capacitar um profissional nas necessidades 
da empresa busca atingir um aperfeiçoamento 
adequado do subsistema, visando atender o objetivo 
maior que é o complexo funcionamento do sistema 
organizacional. 
2.c – Saber quando aplicar o aperfeiçoamento é 
tão importante quando à sua efetiva aplicação. Se 
determinado num momento impróprio, os resultados 
poderão ser desanimadores e o projeto desenvolvido 
pode ficar comprometido com a confiança. 
2.d – Dessa forma o RH deve acompanhar a 
trajetória dos profissionais através de pesquisas junto 
ao grupo (relatório, entrevista, questionário, etc), 
detectando evolução ou monotonia técnica que 
existam. Também deve pesquisar os objetivos da 
empresa, sua forma e campo de atuação naquele 
momento, disponibilidade financeira, etc. Com esses 
dados colhidos o RH deve cruzar as informações e 
extrair qual o ponto de aperfeiçoamento a ser 
trabalhado, o tempo que dispõe e a forma como vai 
realizar. 
Ex.: Uma empresa com atividade desenvolvida em 
fabricação de telefone resolve informatizar o seu 
departamento de pedidos. Deve-se extrair um 
relatório com as variações que determinam a 
capacidade interna para treinar e o tempo que se 
disponibilizará para isto. 
2.e – O treinamento poderá se dar na própria 
dependência da empresa ou de forma terceirizada, 
com a contratação de empresas que atuam 
especificamente naquela área a ser aperfeiçoada, 
com programas fora do nicho da empresa. 
 
3 – Avaliação de Desempenho: 
3.a – Avaliar o desempenho de um profissional 
requer um aprofundamento das necessidades da 
organização e o potencial apresentado pelo avaliado. 
Nas palavras de Peter F. Drucker “o segredo da 
grandeza é procurar os potenciais das pessoas e 
dedicar tempo a desenvolve-los” 
3.b – Importante é interpretar em que momento a 
avaliação deve ser feita. A organização deve atribuir 
valores ao trabalho, caracterizar a importância de 
cada atividade, bem como definir o valor do 
profissional que ira executar essa atividade. 
3.c – Dessa forma passamos a perceber que uma 
boa avaliação de desempenho terá sua consideração 
na qualificação do trabalho e profissional. 
3.d – “Performance” de um profissional deve ser 
entendida com o objetivo de enquadrar as atividades 
desenvolvidas com o custo, visando atender o 
complexo sistema da organização que, dentre outras, 
é adaptar a necessidade de produzir com a 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
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capacidade do profissional. 
3.e – Vinculado à avaliação do desempenho 
estará a conceituação de cargo e salário, a qual é 
usada com pano de fundo para uma perfeita 
conclusão. 
3.f – A forma como apurar o desempenho pode 
variar através dos instrumentos utilizados. Podemos 
citar: a) observação com relato; b) pesquisa de 
campo; c) questionário; d) entrevista. 
3.g – O gerente imediato é o responsável por 
avaliar o desempenho do profissional, sendo também 
atribuição da chefia próxima delegar as respectivas 
atividades, devendo ser orientado pelo coordenador 
geral a avaliação da organização. Evitando assim 
distorções de um padrão para outro de avaliação na 
mesma organização. 
 
4 – Administração de Cargos e Salários 
4.a - A mercê da prática na administração de 
cargos e salários, vemos que atualmente as empresas 
vêm procurando desenvolver com mais técnica a 
referida prática. Observa-se que as empresas de 
qualquer segmento econômico ou porte adotam de 
uma forma ou de outra o controle de cargos e salários, 
pois é efetivamente necessário para a boa 
administração. 
4.b – Entretanto, em virtude de diversos fatores, 
surge ao longo do tempo um descompasso entre as 
necessidades da empresa, a realidade de mercado e 
a capacidade de resolução do problema. 
4.c – A visão que se deve ter dessa administração 
deve acompanhar a evolução econômica, social e 
tecnológica que o mercado de trabalho oferece. 
Sendo importante integrar os meios de liderança 
interna da organização, participando inclusive da 
previsão orçamentária. 
4.d – Integrar também inclui conhecer a filosofia e 
os objetivos que estarão envolvidos na organização. 
4.e - Essa harmonia se traduz no equilíbrio da 
relação capital/trabalho, ou seja, a cada cargo ou 
determinado conjunto de cargos compete uma 
remuneração justa em contrapartida aos trabalhos 
realizados na empresa. 
4.f – Importante relação entre cargos e salários é 
interpretar o significado no contexto da organização. É 
bem comum confundir função e cargo, mas a 
condição entre as duas colocações é bem diversa, 
temos que a função é singular da qual o cargo é 
plural. 
4.g – Descrever um cargo é atribuir as diversas 
funções executadas por um ou mais profissionais. Ex.: 
Cargo: Gerente administrativo – Funções: 1) controlar 
a logística, 2) administrar o pessoal; 3) atendimento 
aos fornecedores, etc. 
4.h – Salário é o valor devido pelo conjunto das 
funções exercidas na organização. 
4.i – Como descrever o cargo? Esta é uma 
questão que deve ser analisada com cautela. Na 
atividade dos recursos humanos temos disponíveis os 
instrumentos que são utilizados para atingir a 
finalidade do trabalho. Também ao descrever os 
cargos podemos nos valer da: a) observação com 
relato; b) pesquisa de campo; c) questionário; e d) 
entrevista. 
4.j – O cargo a ser desenvolvido na empresa 
segue uma relação impessoal com o profissional. 
Além das funções que ele desenvolve, devem-se 
adaptar aquelas que seriam necessárias à 
competência daquele cargo. 
4.k – De posse das informaçõesa administração 
dos cargos e salário será transformado num manual 
que servirá de parâmetro para conduzir o desenho 
ideal da estrutura da organização no que tange à 
referida administração. 
4.l – Com esse desenho podemos conduzir as 
alterações, definir plano de carreira, estimar custo, 
avaliar a equivalência no mercado, traçar estratégias 
no quadro de pessoal, entre outras. 
 
5 – Fornecimento de Benefícios 
5.a – Os benefícios como conhecemos hoje não é 
uma tradução de algo que tenha evoluído a partir da 
origem de outro, eles são a conquista da classe dos 
trabalhadores através da concorrência que o mercado 
de trabalho criou ao longo dos anos, são visionários 
do mercado externo e instigados pelos incentivos 
fiscais. 
5.b – Hoje temos diversas formas de benefícios 
que visam atrair a atenção do profissional, e quando 
os novos benefícios vão se tornando hegemonia nas 
organizações, outros vão sendo criados. 
5.c – Podemos destacar alguns: 
a) Décimo quarto salário; 
b) Décimo quinto salário; 
c) Bônus mensal em dinheiro; 
d) Distribuição de lucro (Lei 10.101/2000); 
e) Prêmio (viagens, títulos, cursos, bens móveis ou 
imóveis, dinheiro, etc.); 
f) Vale combustível, refeição, desconto, transporte; 
g) Pagamento de faculdade; 
h) Entre outros 
5.d – Junto aos benefícios é importante 
considerarmos qual é a função que eles exercem na 
organização. Podendo ser motivadora, concorrência, 
melhor remuneração, participativa. 
5.e – É cediço que a forma direta de pagamento 
para o profissional tem sua carga tributária muito alta, 
inibindo que as empresas possam elevar o pagamento 
ao patamar merecido pelo trabalhador, em razão disso 
criou-se um sistema indireto de retribuição ao 
trabalhador, que são os benefícios. 
5.f – O governo por seu turno procurou impedir 
que essa prática se tornasse um hábito que 
desvirtuasse o que na verdade seria salário, editando 
leis que proíbem forma indireta de fornecimento de 
benefícios, caracterizando o chamado salário “in 
natura”. 
5.g – A justiça por diversas vezes definiu que 
certos benefícios fornecidos de forma habitual ou 
irregular são na verdade salários e integram a 
remuneração do empregado para todos os fins. 
5.h – Fornecer benefícios requer observar a lei, 
atender às exigências do mercado de trabalho e as 
condições da organização. É uma grande jogada de 
marketing mercadológico, que deve ser conduzida 
com cautela, pesquisa, simulação e avaliação da 
necessidade. 
5.i – Uma organização que resolve incentivar o 
fornecimento de determinado benefício e não tem 
condição de guarnecer o futuro, poderá ter surpresa 
desagradável junto aos seus profissionais, que 
poderão interpretar com um sinal negativo e bem 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
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provável, por mais explicação que haja, que será 
traduzido com a posição na empresa de cada um; ou 
seja, haverá várias interpretações. 
 
NOÇÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
 
Teoria da Constituição. 
Conceito, classificação, objeto e elementos da 
Constituição 
A palavra constituição vem do latim cum + stituto, 
constitutio, constituere (constituir, construir, edificar, 
formar, organizar). 
Tem como sinônimo o vocábulo compleição, que 
também dá ideia de um todo formado, estruturado, 
ordenado, isto é, de unidade na multiplicidade. O 
corpo humano tem uma constituição, uma compleição; 
não é ele, porventura, um organismo? 
Não nos referimos, às vezes, ao vocábulo 
constituição como a ordenação que preside a 
organização dos corpos físicos? 
Assim, a palavra constituição apresenta sentidos 
análogos: ela pode ser tomada num sentido amplo e 
em outro, estrito. Tomada num sentido amplo, pode-
se dizer que todos os seres apresentam uma 
constituição que os identifica. 
Tomada em sentido estrito, a palavra constituição 
vai revelar o modo pelo qual uma sociedade se 
estrutura basicamente. 
Aristóteles conceituava a politéia (constituição) 
como a ordem da vida em comum naturalmente 
existente entre os homens de uma cidade ou de um 
território, ou simplesmente, a ordenação dos poderes 
do Estado. 
Em termos jurídico-políticos, a constituição é a lei 
fundamental do Estado, lei que um povo impõe aos 
que o governam, para se garantir contra o despotismo 
destes, conforme doutrina Romagnosi. 
Rodrigo Octávio define a constituição como um 
corpo de regras e princípios em conformidade com os 
quais são normalmente exercidos os poderes públicos 
do Estado e asseguradas as liberdades e direitos 
individuais. 
Para García Pelayo, a constituição é um processo 
de racionalização e planificação da vida estatal. Para 
Ferreira Filho, a constituição em sentido jurídico pode 
ser entendida como o conjunto de regras 
concernentes à forma de Estado, à forma do governo, 
ao modo de aquisição e exercício do poder, ao 
estabelecimento de seus órgãos, aos limites da sua 
ação. 
Ou seja, a base, fixada juridicamente, da 
organização política. 
 
Preâmbulo 
Quanto ao preâmbulo das constituições, vejamos, 
inicialmente, a etimologia do vocábulo preâmbulo. Ele 
vem do latim pre + ambulare, vale dizer, que precede, 
que vem antes. 
O preâmbulo de um contrato ou de uma lei, 
também chamado exposição de motivos, ou de uma 
constituição, destina-se a explicar seu conteúdo, 
revelando a posição ideológica do legislador e 
orientando o intérprete do texto legal. 
Com efeito, como dissemos, até um contrato entre 
particulares apresenta um preâmbulo, ou seja, o nome 
das partes, sua identificação, os esclarecimentos 
indispensáveis à formalização do pacto configuram 
um preâmbulo. 
Nas constituições, o preâmbulo aparece com as 
constituições escritas, consistindo numa declaração 
preliminar, na qual o legislador constituinte esclarece 
a origem do documento e seus princípios 
informadores. 
 
Via de regra, o preâmbulo apresenta três dados 
básicos: 
a) declaração referente à origem da constituição; 
b) definição de seus princípios públicos; 
c) invocação divina. 
 
Da declaração referente à origem da constituição, 
o legislador esclarece a fonte da qual emana a lei 
magna, se esta é fruto de uma vontade unipessoal, 
autocrática ou se acha fundamentada numa 
assembleia popular. 
Na definição de seus princípios políticos, o 
legislador esclarece suas ideias políticas, inspiradoras 
do próprio conteúdo da constituição. Como exemplo, 
poderíamos mencionar o seguinte trecho do 
preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos da 
América do Norte: 
“Nós, o povo dos Estados Unidos, com o propósito 
de formar uma união mais perfeita, estabelecer a 
Justiça, garantir a tranquilidade interior, atender à 
defesa comum, fomentar o bem-estar geral e 
assegurar para nós os benefícios da liberdade, bem 
assim de nossa propriedade, promulgamos e 
estabelecemos esta Constituição...”. 
Na atual Constituição Brasileira, o preâmbulo 
esclarece que ela foi elaborada por representantes 
do povo brasileiro, eleitos para compor uma 
Assembleia Nacional Constituinte, com a finalidade 
de instituir um Estado Democrático de Direito, 
destinado a tornar efetivos, como valores supremos 
(mais importantes) de uma sociedade fraterna (de 
irmãos, com a colaboração de todos na consecução 
de objetivos comuns), pluralista (com livre formação 
de correntes políticas e ideológicas) e sem 
preconceitos (ideias discriminatórias, recebidas sem 
qualquer juízo crítico), os seguintes ideais: “exercício 
de direitos sociais e individuais, a liberdade, a 
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça”. 
 
CONTEÚDO 
Quanto ao conteúdo daConstituição, este varia 
conforme as circunstâncias históricas, segundo os 
fatores de natureza política, ideológica e econômica. 
Como acentua Salvetti Netto, a uma constituição 
de caráter liberal-democrático, vicejante à época do 
apogeu do liberalismo político e econômico, jamais 
ocorreria declarar os direitos sociais ou disciplinar as 
relações entre o capital e o trabalho, hoje as grandes 
preocupações das constituições em vigor. 
Assim, uma constituição, para ser bem entendida, 
deve ser analisada sob dois pontos de vista: 
a) como ordenamento jurídico estruturador do 
Estado; 
b) como objeto das ideologias que, predominantes 
num dado momento histórico, são recolhidas pelo 
legislador constituinte. 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 15MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Qual a diferença entre uma Constituição e uma 
simples lei? 
A esta pergunta responderão: Constituição não é 
uma lei como as outras, é uma lei fundamental da 
nação. 
É possível, que nesta resposta se encontre, 
embora de um modo obscuro, a verdade que estamos 
investigando. 
Mas, a mesma, assim formulada, de forma 
bastante confusa, não pode deixar-nos satisfeitos. 
Como distinguir uma lei da lei fundamental? 
Como podeis ver, continuamos onde começamos. 
Somente ganhamos um vocábulo novo, ou melhor, 
um termo novo, “lei fundamental”, que de nada nos 
servirá enquanto não soubermos explicar qual é, 
repito, a diferença entre lei fundamental e outra lei 
qualquer. 
Intentemos, pois aprofundar um pouco mais no 
assunto, indagando que ideias ou que noções são as 
que vão associadas a esse nome de “lei fundamental”, 
ou, noutros termos, como poderíamos distinguir uma 
“lei fundamental” de outra lei qualquer para que a 
primeira possa justificar o nome que lhe foi 
assinalado. 
 
Para isso será necessário: 
1º - Que a lei fundamental seja uma lei básica, 
mais do que as outras comuns, como indica seu 
próprio nome “fundamental”. 
2º - Que constitua - pois de outra forma não 
poderíamos chamá-la de fundamental - o verdadeiro 
fundamento das outras leis; isto é, a lei fundamental, 
se realmente pretende ser merecedora desse nome, 
deverá informar e engendrar as outras leis comuns 
originárias da mesma. A lei fundamental deverá, pois, 
atuar e irradiar através das leis comuns do país. 
3º - Mas, as coisas que têm um fundamento não o 
são assim por um capricho; existem porque 
necessariamente devem existir. O fundamento a que 
respondem não permite serem de outro modo. 
Somente as coisas que carecem de fundamento, que 
são as casuais e as fortuitas, podem ser como são ou 
mesmo de qualquer outra forma; as que possuem um 
fundamento não, pois aqui rege a lei da necessidade. 
 
CLASSIFICAÇÕES: 
- quanto ao conteúdo: 
- materiais – normas materialmente 
constitucionais são as que dispõe sobre os aspectos 
fundamentais da estrutura do Estado, assim como 
sobre os limites de atuação do poder estatal, estejam 
inseridas ou não no Texto Constitucional, tais como: 
forma de Estado, forma e sistema de governo, modo 
de aquisição, exercício e perda do poder político e 
direitos individuais - ex.: Constituição inglesa, 
justamente por não estar codificada em um texto 
único. 
- formais – normas formalmente constitucionais 
são as inseridas no Texto Constitucional; estas 
poderiam ser objeto de leis ordinárias, mas foram 
incluídas na Constituição para o realce de sua 
importância, bem como para adquirirem maior 
estabilidade - ex.: CF 88 (licença-paternidade etc.). 
- quanto à forma: 
- escritas – as regras estão codificadas em um 
texto único. 
- não escritas – as regras não estão codificadas 
em um texto único, mas resultam de leis esparsas, da 
jurisprudência, assim como dos próprios costumes - 
ex: Constituição inglesa (único ex. atual, apresenta 
também textos escritos). 
- quanto ao modo de elaboração: 
- dogmáticas – elaboradas por um órgão 
constituinte, que incorpora no Texto Constitucional os 
valores políticos e ideológicos predominantes em um 
determinado momento histórico; a Constituição escrita 
é sempre dogmática. 
- históricas (ou costumeiras) – produto de lenta 
evolução histórica, baseando-se em costumes, 
convenções, precedentes jurisprudenciais e textos 
esparsos; a Constituição não escrita é sempre 
histórica ou costumeira. 
Ex: Constituição inglesa. 
 
- quanto à origem: 
- populares, democráticas, promulgadas ou 
votadas – elaboradas por um órgão constituinte 
composto de representantes legitimamente eleitos 
pelo povo. 
- outorgadas – elaboradas sem a participação de 
representantes legitimamente eleitos pelo povo, sendo 
impostas pelo governante. 
 
- quanto à estabilidade: 
- rígidas – exigem um procedimento especial de 
alteração dos preceitos constitucionais mais rigoroso 
que os das demais normas infraconstitucionais - ex.: 
CF 88 (uma emenda constitucional para ser aprovada 
precisa de maioria de 3/5, enquanto um lei ordinária é 
aprovada por maioria simples). 
- flexíveis ou plástica – não exigem um 
procedimento especial de modificação; as normas 
constitucionais alteram-se com o mesmo 
procedimento das leis ordinárias - ex: Constituição 
Francesa. 
- semi-rígidas – contêm uma parte flexível e outra 
rígida; algumas normas constitucionais exigem um 
procedimento especial de alteração e outra não. 
 
- quanto ao modelo: 
- Constituições-garantia – modelo clássico; a 
Constituição estrutura e delimita o poder do Estado, 
estabelecendo a divisão de poderes e assegurando o 
respeito aos direitos individuais - ex.: Constituição 
americana. 
- Constituições-balanço – modelo adotado pelos 
juristas soviéticos; a Constituição registraria e 
descreveria a ordem política, econômica e social 
existente, refletindo a luta de classes no Estado; a 
cada novo estágio no rumo da construção do 
comunismo, uma nova Constituição seria promulgada. 
- Constituições-dirigentes – a Constituição, além 
de estruturar e delimitar o poder do Estado, inscreve 
um plano de evolução política, diretrizes a serem 
seguidas por ele. 
 
- quanto ao tamanho ou extensão: 
- sintéticas ou concisas – dispõem somente 
sobre os aspectos fundamentais da organização do 
Estado, bem como sobre seus limites, em poucos 
artigos – ex.: Constituição americana. 
- analíticas ou prolixas – dispõem sobre diversos 
 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
 
 16MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
aspectos da organização do Estado, abrangendo 
questões que poderiam ser objeto de leis ordinárias, 
em inúmeros artigos. 
 
- quanto à dogmática: 
- ortodoxas ou simples – influenciadas por uma 
só ideologia - ex.: Constituição soviética. 
- ecléticas, complexas ou compromissórias – 
influenciadas por ideologias de tendências diversas, 
resultando de uma fórmula de compromisso entre as 
forças políticas existentes em um determinado 
momento histórico. 
 
ELEMENTOS: 
- elementos orgânicos – normas que tratam da 
estrutura do Estado, dispondo sobre a sua 
organização e modo de funcionamento. 
- elementos limitativos – normas que tratam dos 
limites da atuação do Estado, restringindo o poder de 
atuação de seus agentes para resguardar direitos 
considerados indispensáveis de cada pessoa humana. 
- elementos sócio ideológicos – normas que 
revelam o compromisso da ordem constitucional 
estabelecida com determinados princípios ideológicos. 
- elementos de estabilização constitucional – 
normas destinadas a garantir a solução dos conflitos

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