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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 1MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 2MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 3MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL ALMOXARIFADO E GESTÃO DE ESTOQUES Almoxarifado O almoxarifado é uma das áreas mais importantes de uma empresa, já que garante o bom andamento da logística, essencial para conquistar agilidade e produtividade nas vendas. Mas infelizmente, esta área é um pouco esquecida e quase nunca entra no planejamento da empresa desde o começo. Na grande parte das vezes, escolhe- se um lugar qualquer e vão se acumulando os produtos de acordo com o espaço, sem muito cuidado. Este erro pode ser fatal, tanto para a agilidade das entregas, quanto para o crescimento da empresa. Afinal, um almoxarifado desorganizado e mal planejado pode levar facilmente à falhas graves, como por exemplo a perda de produtos devido ao esquecimento, validades vencidas e muito mais. Como montar um almoxarifado eficiente: Escolha o espaço ideal 1. O primeiro passo para ter eficiência na logística é planejar o espaço. O local para o almoxarifado deve escolhido de acordo com a quantidade de produtos a serem armazenados, o tamanho deles e claro, qual é o nível de rotatividade. Leve em consideração também o crescimento da empresa, afinal, quanto mais as vendas aumentarem, maior deverá ser a capacidade de armazenamento. Será preciso também lembrar-se de separar um espaço para o manuseio, divisão e embalagem. 2. Posicione os produtos de acordo com a porta de carga e descarga Este detalhe é essencial para conseguir agilidade na entrega. É preciso planejar qual será o local de carga e descarga e deixar este espaço em aberto para facilitar o recebimento, separação e a saída. 3. Instale prateleiras inteligentes Instale prateleiras para facilitar e aumentar a capacidade de armazenamento do seu almoxarifado, mas tenha cuidado. Elas devem ser dimensionadas de acordo com o produto que receberão, levando em consideração o quanto de peso que suportam, tamanho e profundidade. A altura máxima das prateleiras também deve ser pensada com cuidado, já que se ficarem altas demais, necessitarão de equipamentos para facilitar a retirada e a inserção de novos produtos. Se possível, pense também na possibilidade de instalar mezaninos, rampas e escadas, para facilitar o acesso e aumentar a capacidade do espaço. 4. Garanta a temperatura ideal Alguns tipos de produto não podem ficar expostos ao calor extremo e nem ao sol. Isso deve fazer parte do planejamento de seu almoxarifado, instalando ar condicionado, ventiladores, janelas ou cobrindo possíveis fontes de luz direta. Agora que você já sabe algumas dicas de como montar seu almoxarifado de forma inteligente, é chegada a hora de aprender sobre como manter tudo em ordem, organizar e o mais importante: controlar tudo que acontece por lá. Acompanhe as informações que separamos especialmente para você controlar melhor seu almoxarifado. Como controlar melhor um almoxarifado: 1. Mantenha a limpeza em dia Antes de tudo, mantenha tudo limpo e no seu devido lugar. Todos os dias, ao final de um dia movimentado de trabalho, dedique um tempo para guardar as caixas em seu espaço destinado e fazer aquela geral na limpeza. Isso ajuda não só a deixar o trabalho mais fácil e o ambiente mais agradável, como aumenta a disposição para deixar tudo em ordem. 2. Cadastre todos os materiais e etiquete antes de armazenar Pode parecer óbvio, mas muitas empresas erram na hora de cadastrar e etiquetar. É preciso fazer isso antes dos materiais chegarem, garantindo que sempre seguirão um padrão, para facilitar que sejam encontrados. Escolha códigos inteligentes que separem por categoria, tipo de produto e até validade. Deixe o máximo de informações referente a cada produto, salvo em um computador, sistema automatizado ou até na caderneta. Anote peso, tamanho, cor, tipo de produto, prazo de validade, dia que chegou ao almoxarifado. Isso vai facilitar na hora de escolher onde colocar o produto e qual deve ser entregue antes. EGestor - Software online de gestão empresarial para pequenas empresas 3. Coloque o mais novo sempre por trás do mais antigo O produto mais antigo deve sair antes que o novo. Este tipo de controle ajuda que a entrega seja feita corretamente e que não ocorra desperdício de materiais que já venceram e não poderão ser comercializados. 4. Sinalize tudo com cuidado Sinalize cada uma das prateleiras indicando qual é o produto armazenado ali, seu código e categoria. Isso facilita na hora da venda, e ainda possibilita um controle maior do que foi recebido e do que realmente está nas prateleiras. 5. Equipe seu almoxarifado Quanto maior for o almoxarifado, mais complicado fica o seu controle manual. Por isso, equipe seu espaço com um software de gestão que ajude a otimizar o este processo. Providencie também carrinhos para os produtos mais pesados, leitores de códigos de barras e afins. Isso ajuda no cotidiano do trabalho e diminui o número de erros de entregas e armazenamento. 6. Treine sua equipe constantemente O segredo de qualquer departamento é o trabalho das pessoas. Por isso, mantenha a equipe do almoxarifado sempre muito bem treinada, indicando qual é o passo a passo de cada atividade, deixando os processos bem alinhados e garantindo que todos estão agindo de acordo com o planejamento. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 4MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL 7. Atenção total à saída dos materiais É no almoxarifado que ocorrem erros de entrega de material errado, esquecimento de envio de nota fiscal e etc. Por isso, fique atento a como estes processos estão sendo realizados. Certifique-se que tudo está saindo conforme o planejado e crie mecanismos de checagem. Os profissionais devem estar preparados para esta situação recebendo instruções de como proceder. 8. Prepare-se para receber devoluções e trocas O controle de devoluções e trocas de produtos é essencial para o bom funcionamento do almoxarifado. Neste sentido, os sistemas automatizados ajudam e fazem tudo ficar ainda mais fácil. Lembre-se que é preciso avaliar a mercadoriaque retornou, se deve ser enviada para a fábrica, para o descarte ou pode voltar para a prateleira. E não se esqueça de atualizar o sistema indicando o retorno do material para evitar que fique esquecido. De forma geral, o controle e cuidado com o almoxarifado é um trabalho diário que necessita de total atenção da empresa. Por isso, conte sempre com profissionais capacitados e que de preferência tenham experiência e uma formação nesta área. GESTÃO DE ESTOQUES A GESTÃO DE ESTOQUE A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organização. Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas e em equipamentos destinados ao aumento da produção e, consequentemente, das vendas. Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre estes estão as inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias imprevisíveis e de solução imediata. É o caso dos investimentos em estoque, que evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente. Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de vendas, a paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam, em importância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos investimentos ditos diretos. Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais rentáveis uma organização industrial ou comercial. Numa organização pública, a privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de utilidade pública. A gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e necessárias para manter o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo. NATUREZA DOS ESTOQUES Estoque é a composição de materiais - materiais em processamento, materiais semiacabados, materiais acabados - que não é utilizada em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades. Assim, o estoque constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de seus produtos/serviços. Os estoques podem ser entendidos ainda, de forma generalizada, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços. São lucros provenientes das vendas e serviços, por permitirem a continuidade do processo produtivo das organizações. Representam uma necessidade real em qualquer tipo de organização e, ao mesmo tempo, fonte permanente de problemas, cuja magnitude é função do porte, da complexidade e da natureza das operações da produção, das vendas ou dos serviços. A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas vezes elevados. Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em número reduzido de itens e em quantidades mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários ou dos consumidores em geral, representa um ideal conflitante com a realidade do dia-a-dia e que aumenta a importância da sua gestão. A acumulação de estoques em níveis adequados é uma necessidade para o normal funcionamento do sistema produtivo. Em contrapartida, os estoques representam um enorme investimento financeiro. Deste ponto de vista, os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a empresa possa produzir e vender com um mínimo risco de paralisação ou de preocupação. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e podem alcançar uma respeitável parcela dos ativos totais da empresa. A administração dos estoques apresenta alguns aspectos financeiros que exigem um estreito relacionamento com a área de finanças, pois enquanto a Administração de Materiais está voltada para a facilitação do fluxo físico dos materiais e o abastecimento adequado à produção e a vendas, a área financeira está preocupada com o lucro, a liquidez da empresa e a boa aplicação dos recursos empresariais. A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período de planejamento; da disponibilidade imediata de material nos fornecedores e do cumprimento dos prazos de entrega; da necessidade de continuidade operacional e da remuneração do capital investido, são as principais causas que exigem estoques permanentemente à mão para o pronto atendimento do consumo interno e/ou das vendas. Isto mantém a paridade entre esta necessidade e as exigências de capital de giro. É essencial, entretanto, para a compreensão mais nítida dos estoques, o conhecimento das principais funções que os mesmos desempenham nos mais variados tipos de organização, e que conheçamos as suas diferentes espécies. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 5MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL Ter noção clara das diversas naturezas de inventário, dentro do estudo da Administração de Material, evita distorções no planejamento e indica à gestão a forma de tratamento que deve ser dispensado a cada um deles, além de evitar que medidas corretas, aplicadas ao estoque errado, levem a resultados desastrosos, sobretudo, se considerarmos que, à vezes, consideráveis montantes de recursos estão vinculados a determinadas modalidades de estoque. Cada espécie de inventário segue comportamentos próprios e sofre influências distintas, embora se sujeitando, em regra, aos mesmos princípios e às mesmas estruturas de controle. Assim, por exemplo, os estoques destinados à venda são sensíveis às solicitações impostas pelo mercado e decorrentes das alterações da oferta e procura e da capacidade de produção, enquanto os destinados ao consumo interno da empresa são influenciados pelas necessidades contínuas da produção, manutenção, das oficinas e dos demais serviços existentes. Já outras naturezas de estoque podem apresentar características bem próprias que, não estão sujeitas a influência alguma. É o caso dos estoques de sucata, não destinada ao reprocessamento ou beneficiamento e formados de refugos de fabricação ou de materiais obsoletos e inservíveis destinados à alienação e outros fins. Em uma indústria, estes estoques podem vir a formar-se aleatoriamente, ao longo do tempo, caracterizando-se como contingências de armazenagem. Acabam representando, mesmo, para algumas organizações, verdadeiras fontes de receitas (extra-operacional), enquanto os estoques destinados ao consumo interno constituem-se, tão somente, em despesas. Entretanto, esta divisão por si só, pode trazer dúvidas a partir da definição da natureza de cada um destes estoques. Se entendermos por produto acabado todo material resultante de um processo qualquer de fabricação, e por matérias-primas todo elemento bruto necessário ao fabrico de alguma coisa, perdendo as suas características físicas originais, mediante o processo de transformação a que foi submetido, podemos dizer, por exemplo, que a terra adubada, o cimento, a areia de fundição preparada com a bentonita, o melaço e outros produtos que são misturados a ela para dar maior consistência aos moldes que receberão o aço derretidopara a confecção de peças constitui-se em produtos acabados para seus fabricantes, e em matérias- primas para seus consumidores que os utilizarão na fabricação de outros produtos. Do mesmo modo, a terra, a argila, o melaço e a areia, em seu estado natural, podem constituir-se em insumos básicos de produção ou em produtos acabados, dependendo da finalidade ou do uso destes itens para a empresa. As porcas, as arruelas, os parafusos etc., empregados na montagem de um equipamento, por exemplo, são produtos semiacabados para o montador, mas, para o fabricante que os vendeu, trata-se de produtos-finais. Diante dos exemplos apresentados, surge, naturalmente, outra classificação: estoques de venda e de consumo interno. Para uma indústria, os produtos de sua fabricação integrarão os estoques de venda e, para outra, que os utilizará na produção de outro bem, integrarão os estoques de material de consumo. Por sua vez, o estoque de venda pode desdobrar- se em estoque de varejo e de atacado. O estoque de consumo pode subdividir-se em estoque de material específico e geral. Este último pode desdobrar-se, ainda, em estoque de artigos de escritório, de limpeza e conservação etc. Temos assim, diferentes maneiras de se distinguir os estoques, considerando a natureza, finalidade, uso ou aplicação etc. dos materiais que os compõem. O importante, todavia, nestas classificações, que procuram mostrar os diferentes tipos de estoque e o que eles representam para cada empresa, é que elas servem de subsídios valiosos para a (o): configuração de um sistema de material; estruturação dos almoxarifados; estabelecimento do fluxo de informação do sistema; estabelecimento de uma classificação de material; política de centralização e descentralização dos almoxarifados; dimensionamento das áreas de armazenagem; planejamento na forma de controle físico e contábil. FUNÇÕES DO ESTOQUE As principais funções do estoque são: a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de: - demora ou atraso no fornecimento de materiais; - sazonalidade no suprimento; - riscos de dificuldade no fornecimento. b) Proporcionar economias de escala: - através da compra ou produção em lotes econômicos; - pela flexibilidade do processo produtivo; - pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades. Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda - no processo de comercialização em empresas comerciais - e entre as etapas de compra, transformação e venda - no processo de produção em empresas industrias. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes da organização empresarial. CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUES Estoques de Matérias-Primas (MPs) Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo da empresa. São os ítens iniciais para a produção dos produtos/serviços da empresa. Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias Os estoques de materiais em processamento - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 6MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL também denominados materiais em vias - são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado - por não serem mais MPs iniciais - nem no depósito - por ainda não serem Pas. Mais adiante serão transformadas em Pas. Estoques de Materiais Semiacabados Os estoques de materiais semiacabados referem- se aos materiais parcialmente acabados, cujo processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados ou em PAs. Estoques de Materiais Acabados ou Componentes Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes - referem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constituirão o PA. Estoques de Produtos Acabados (Pas) Os Estoques de Pas se referem aos produtos já prontos e acabados, cujo processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e já passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamento, materiais semiacabados, materiais acabados e Pás. CONTROLE DE ESTOQUES O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta diligência resulte em estoque excessivo às reais necessidades da empresa. O controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes. Para mantermos este nível de água, no tanque, é preciso que a abertura ou o diâmetro do ralo permita vazão proporcional ao volume de água que sai pela torneira. Se fecharmos com o ralo destampado, interrompendo, assim, o fornecimento de água, o nível, em unidades volumétricas, chegará, após algum tempo, a zero. Por outro lado, se a mantivermos aberta e fecharmos o ralo, impedindo a vazão, o nível subirá até o ponto de transbordar. Ou, se o diâmetro do raio permite a saída da água, em volume maior que a entrada no tanque, precisaremos abrir mais a torneira, permitindo o fluxo maior para compensar o excesso de escapamento e evitar o esvaziamento do tanque. De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas etc. Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as necessidades do estoque, poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento dos seus níveis em relação à demanda real, com prejuízos para a circulação de capital. O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material, onde atua, sobretudo, o controle de estoque, é um dos objetivos da gestão. FUNÇÕES DO CONTROLE DE ESTOQUE Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos descrever suas funções principais que são: a) determinar "o que" deve permanecer em estoque. Número de itens; b) determinar "quando" se devem reabastecer os estoques. Periodicidade; c) determinar "quanto" de estoque será necessário para um período predeterminado; quantidade de compra; d) acionar o Depto de Compras para executar aquisição de estoque; e) receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades; f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer informações sobre a posição do estoque; g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; h) identificar e retirar do estoqueos itens obsoletos e danificados. CLASSIFICAÇÃO ABC A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a sequência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas, conforme a importância dos itens. A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa. Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma atenção especial pela administração. Classe B: Grupo intermediário. Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo de manter estoque. MONTAGEM DA CURVA ABC - Relacionar os itens analisados no período que estiver sendo analisado; - Número ou referencia do produto; CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 7MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL - Nome do produto; - Preços unitário atualizado; - Valor total do consumo; - Arrume os itens em ordem decrescente de valor; - Some o total do faturamento; - Defina os itens da classe "A" = 80% do faturamento; - Fat. Classe "A" = Fat. Total x 80; - Defina os itens da classe "B" = 15% do faturamento; - Defina os itens da classe "C" = 5% do faturamento; - Após conhecidos esses valores define-se os itens de cada classe. NÍVEIS DE ESTOQUES CURVA DENTE DE SERRA A apresentação da movimentação (entrada e saída) de uma peça dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico. TEMPO DE REPOSIÇÃO; PONTO DE PEDIDO a) emissão do pedido - Tempo que se leva desde a emissão do pedido de compras até ele chegar ao fornecedor; b) preparação do pedido - Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados. c) Transportes - Tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais encomendados. DETERMINAÇÃO DO PONTO DE PEDIDO (PP). PP = C x TR + E.min Onde: PP = Ponto de pedido C = Consumo médio mensal / dia TR = Tempo de reposição E.min = Estoque mínimo Q PP C x TR Tempo TR ESTOQUE MÍNIMO Emin = Er + C x TR Onde: d = consumo médio do material; t = tempo de espera médio, em dias, para reposição do material; ESTOQUE MÍNIMO COM VARIAÇÃO. E.min = T1 x (C2 - C1) + C2 x T4 Onde : T1 = Tempo para o consumo. C1 = Consumo normal mensal C2 = Consumo mensal maior que o normal T4 = Atraso no tempo de reposição Exemplo: Um produto possui um consumo mensal de 55 unidades. Qual deverá ser o estoque mínimo se o consumo aumentar para 60 unidades, considerando que o atraso de reposição seja de 20 dias e o tempo de reposição é de 30 dias. E.min = 1 x (60 - 55) + 60 x 0,67 E.min = 45,2 unidades ou seja 46 unidades SISTEMA DE MÁXIMOS MÍNIMOS: É utilizado quando há muita dificuldade para determinar o consumo ou quando ocorre variação no tempo de reposição. Esse sistema consiste em estimar os estoques máximos (Emax) e mínimo (Emin) para cada ítem, em função de uma expectativa de consumo previsto para determinado período de tempo. A partir daí, calcula-se o ponto de pedido (PP). Estoque mínimo é uma quantidade em estoque que, quando atingida, determina a necessidade de encomendar um novo lote de material. O Emin é igual ao estoque de reserva (Er) mais o consumo médio do material multiplicado pelo tempo de espera médio, em dias, para sua reposição. Emin = Er + dt Onde: d = consumo médio do material; t = tempo de espera médio, em dias, para reposição do material; O Er, ou de segurança, é uma quantidade morta em estoque que somente é consumida em caso de extrema necessidade. Destina-se cobrir eventuais atrasos e garantir a continuidade do abastecimento da produção, sem o risco de falta de material, que provoca o custo da ruptura, isto é, o custo de paralisação da produção. Emax = Emin + lote de compra Ponto de pedido (PP) é uma quantidade de estoque que, quando atingida, deverá provocar um novo pedido de compra. Intervalo de reposição (IR), é o período de tempo entre duas reposições de material. È o intervalo de tempo entre dois PPs. Para representar os sistema máximos-mínimos, utilizamos a chamada curva dente de serra. CUSTO DE ARMAZENAGEM (I) Para calcular o custo de armazenagem de determinado material, podemos utilizar a seguinte expressão: Custo de armazenagem = Q/2 x T x P x I Onde: Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado P = Preço unitário do material I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de porcentagem do custo unitário. T = Tempo considerado de armazenagem TAXA DE ARMAZENAMENTO a) Taxa de retorno de capital Ia = 100 x lucro Valor estoques b) Taxa de armazenamento físico Ib = 100 x S xA C x P Onde: S = área ocupada pelo estoque A = custo anual do m² de armazenamento CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 8MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL C = consumo anual P = preço unitário c) Taxa de seguro Ic = 100 x custo anual do seguro Valor estoque + edifícios d) Taxa de transporte, manuseio e distribuição Id = 100 x depreciação anual do equipamento Valor do estoque e) Taxa de obsolescência Ie = 100 x perdas anuais por obsolescência Valor do estoque f) Outras taxas (água, luz...) If = 100 x despesas anuais Valor do estoque Conclui-se então, que a taxa de armazenamento é: I = Ia + Ib + Ic + Id + Ie + If Obs: Esses valores acima devem ser facilmente encontrados no setor contábil da empresa. LOTE ECONÔMICO O Lote Econômico ( Le ) é o resultado de um procedimento matemático, através do qual a empresa adquire o material necessário às suas atividades pelo seu custo mais baixo. Essa prática torna possível diluir os custos fixos entre muitas unidades e portanto, reduzir o custo unitário. Isso, porém, não se consegue de graça: - estoques são criados e custam dinheiro. Portanto, não se deve levar tal procedimento muito longe, pois se as ordens de reposição se tornam muito grandes, os estoques resultantes crescem além de certos limites e, os custos tanto de capital como de manuseio, excedem as possíveis economias em custos de transporte, produção e administração. Deve-se procurar um tamanho de lote que minimize o custo total anual. Os elementos que influenciam essa determinação são: I- Taxa de custo ou de posse A - Custo de aquisição ou de compra P- Preço unitário do item D- Demanda anual A fórmula, a seguir, se encontra deduzida em vários livros: Exemplo: O consumo de determinada peça é de 20.000 unidades por ano. O custo de armazenagem por peça e de $ 1,90 por ano e o custo de pedido é de $ 500,00. Q = √ 2 BC = √ 2 x 500,00 x 20,000 = √ 10,5260315 = 3.245 peças I 1,90 RESTRIÇÕES AO LOTE ECONÔMICO Espaço de Armazenagem - uma empresa que passa a adotaro método em seus estoques, pode deparar-se com o problema de falta de espaço, pois, às vezes, os lotes de compra recomendados pelo sistema não coincidem coma capacidade de armazenagem do almoxarifado; Variações do Preço de Material - Em economias inflacionarias calcular e adquirir a quantidade ideal ou econômica de compra, com base nos preços atuais para suprir o dia de amanhã, implicaria, de certa forma, refazer os cálculos tantas vezes quantas fossem as alterações de preços sofridas pelo material ao longo do período, o que não se verifica , com constância, nos países de economia relativamente estável, onde o preço permanece estacionário por períodos mais longos; Dificuldade de Aplicação - Esta dificuldade decorre, em grande parte, da falta de registros ou da dificuldade de levantamento dos dados de custos. Entretanto, com referência a este aspecto, erros, por maiores que sejam na apuração destes custos não afetam de forma significativa o resultado ou a solução final. São poucos sensíveis à alterações razoáveis nos fatores de custo considerados. Estes são, portanto, sempre de precisão relativa; Natureza do Material - Pode vir a se constituir em fator de dificuldade. O material poderá tornar-se obsoleto ou deteriorar-se; Natureza de Consumo - A aplicação do lote econômico de compra pressupõe, em regra, um tipo, de demanda regular e constante, com distribuição uniforme. Como isto nem sempre ocorre com relação à boa parte dos itens, é possíveis que não consigamos resultados satisfatórios ou esperados com os materiais cujo consumo seja de ordem aleatória e descontínua. Podemos, nestas circunstâncias, obter uma quantidade pequena que inviabilize a sua utilização. NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE COMPRAS "A arte de comprar está se tornando cada vez mais uma profissão e cada vez menos um jogo de sorte". "Em muitos casos não é o custo que determina o preço de venda, mas o inverso. O preço de venda necessário determina qual deve ser o custo. Qualquer economia, resultando em redução de custo de compra, que é uma parte de despesa de operação de uma indústria, é 100% lucro. Os lucros das compras são líquidos". (HENRY FORD) CONSIDERAÇÕES INICIAIS Embora todos saibamos comprar, em função do cotidiano de nossas vidas, é imprescindível a conceituação da atividade, que significa procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação da empresa. DEPARTAMENTALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO Departamentalização A forma de dividir as tarefas entre os departamentos depende de princípios chamados critérios de departamentalização. Por exemplo, pode-se atribuir a cada departamento a tarefa de atender a um tipo específico de cliente, ou de produzir um tipo específico de produto, ou de cuidar de determinada área geográfica. Esses e outros critérios de departamentalização definem as responsabilidades especializadas das unidades da estrutura organizacional. O modo mais simples de departamentalização é o CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 9MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL que se baseia no critério funcional, que tanto pode ser usado pelas organizações de grande como de pequeno porte. A partir de uma departamentalização funcional, a estrutura pode evoluir para outras formas mais complexas, como nos diversos tipos de organização de projeto, que funcionam como departamentos temporários. De modo geral, as organizações utilizam uma combinação de critérios de departamentalização. Os mais importantes critérios de departamentalização são apresentados em seguida. a) Departamentalização funcional As funções organizacionais são conjuntos de tarefas interdependentes, orientadas para um objetivo singular. Cada uma das funções contribui para a realização da missão, propósito ou tarefa total de uma organização. Todas as organizações de um mesmo ramo de atividades têm aproximadamente as mesmas funções. A figura a seguir exemplifica esse tipo de departamentalização: b) Departamentalização territorial ou geográfica Quando se usa o critério geográfico de departamentalização, cada unidade de trabalho corresponde a um território ou região. O critério geográfico ou territorial pode ser utilizado quando a organização opera numa área grande, ou em locais diferentes, e em cada local é necessário disponibilizar certo volume de recursos ou certa autonomia. Desde que seja possível promover algum tipo de agregação dentro dos territórios, o critério geográfico torna-se a base da divisão do trabalho. A figura a seguir exemplifica este tipo de departamentalização: c) Departamentalização por produto Quando a empresa trabalha com vários produtos ou serviços que apresentam diferenças importantes entre si, pode ser melhor administrar cada um individualmente. Essa escolha resulta em uma estrutura organizacional em que a responsabilidade é dividida, usando o produto ou serviços como critério. Cada unidade de trabalho tem responsabilidade e autoridade sobre um grupo de operações ou sobre a totalidade das operações relativas a um produto ou serviço. d) Departamentalização por cliente O critério do cliente é apropriado quando a organização atende a diferentes tipos de cliente, com necessidades muitos distintas ou quando os clientes são iguais, mas têm necessidades diferentes. Esse tipo de departamentalização é uma forma segura de garantir a satisfação dos clientes. São usuários tradicionais do critério de departamentalização por cliente: as lojas de departamentos e as agências de propaganda. e) Organização por projetos As atividades temporárias, chamadas projetos, são realizadas por estruturas organizacionais temporárias. São exemplos de projetos: projetar e construir instalações, como aeroportos e rodovias, organizar eventos e fornecer serviços, como congressos e competições. Uma organização de projeto é uma estrutura temporária, alocada dentro da organização funcional. Para cada projeto é necessário criar uma organização temporária, que usa os recursos das unidades funcionais. Na prática as organizações assumem uma estrutura combinando dois ou mais critérios. A estrutura organizacional deve também apresentar flexibilidade necessária para ser modificada sempre que as condições externas à empresa, ou seja, as variáveis ambientais, sofram grandes mudanças, impactando no desempenho da organização. Descentralização Entendida como uma forma de administração em que todos os agentes envolvidos participam das soluções dos problemas, desde a detecção, até as tomadas de decisões que vão culminar em melhorias dentro de empresas. Sua principalmente característica é que mesmo continuando havendo hierarquias, elas se apresentam muito mais nas funções exercidas do que no autoritarismo ou na submissão que são impostas na gestão centralizada. Essa nova forma de gestão para empresas tem se propagado cada vez mais, pois se encaixa muito bem em empreendimentos que prezem pela inovação e tecnologia como valores principais. Entre as vantagens que podemos enumerar estão a maior autonomia de gerentes; agilidade na toma de decisões; competição positiva entre setores; otimização de recursos; maior retenção de talentos; utilização de conhecimentos específicos; maior assertividade em entregar com maior qualidade e celeridade a demanda dos clientes, além da menor dependência da cúpula para colocar em práticas as ações do cotidiano do trabalho.Ao enxergar as novas conjunturas empresariais que estão se consolidando no meio empresarial, percebemos facilmente como a forma de gestão descentralizada encontra um campo fértil para atingir cada vez mais empresas. Atualmente temos as startups como exímios exemplos desse tipo, já muito bem estruturadas em várias regiões do Brasil, principalmente nas capitais, modelos esses que já adotam em muito a gestão descentralizada. Porém, não só de vantagens traz a escolha para o modo descentralizado. Entre suas desvantagens podemos citar: falta de uniformidade nas decisões; tendência ao desperdício e à duplicação de informações eficientes e comunicação menos eficiente. NOÇÕES DE POLÍTICAS E PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS O termo pessoal ou recursos humanos refere-se a todas as pessoas que trabalham para determinada empresa. As grandes empresas têm departamentos especiais de pessoal, que são responsáveis pela relação empregador/empregado. O departamento de CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 10MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL pessoal é um departamento de assessoria. Isso significa que ele não está diretamente envolvido com a produção, não agrega valor, mas é um provedor de serviços para os gerentes e chefias. A função administração de pessoal tem adquirido várias denominações. Em algumas empresas, ela é realizada pelo Departamento de Recursos Humanos; em outras, pelo Departamento de Pessoal ou Departamento de Relações Industriais. Diferentes denominações da função devem-se ao nível de desenvolvimento de cada empresa e também à falta de conhecimento de muitos administradores. A administração de pessoal deve recrutar, selecionar, desenvolver, utilizar, avaliar e manter uma força de trabalho motivada para a atividade produtiva. Para executar seu papel, ela precisa satisfazer a múltiplos objetivos. Estes são alcançados por meio de uma variada gama de atividades. Embora sejam de responsabilidade de todos na empresa, grande parte delas é delegada ao departamento de pessoal. As atividades de um departamento de pessoal são um conjunto de ações em que cada uma acaba afetando às demais. Profissionais que atuam nessa área recebem informações de recursos humanos como insumos básicos e desempenham diversas atividades com os mesmos para atingir os objetivos da empresa e de todo o coletivo de trabalhadores. As principais atividades da Administração de Pessoal ou da área encarregada dos Recursos Humanos da empresa são: - estruturar e analisar cargos; - planejar os Recursos Humanos; - realizar o recrutamento e a seleção de pessoal; - implementar programas de treinamento e desenvolvimento; - planejar a carreira e avaliar o desempenho; - administrar os salários e os benefícios; e - buscar a motivação e satisfação do empregado. Para que a empresa atue de forma eficiente, faz- se necessário desenvolver o profissionalismo entre seus membros. O papel que o departamento de pessoal e seus integrantes desempenham nas empresas modernas exige uma abordagem profissional e pessoas profissionalmente treinadas. Um departamento de pessoal administrado de forma profissional precisa desenvolver e manter uma base ampla de dados e informações referentes ao ambiente interno e externo da empresa. Esta base de dados deve prioritariamente envolver os cargos e funções necessários para o bom andamento dos negócios. Cargo nada mais é que determinada posição na hierarquia de atividades ou funções da empresa. Dessa forma, supervisor, chefe, gerente, diretor ou mesmo presidente são cargos projetados para que determinadas pessoas exerçam atividades ou funções relativas ao quotidiano da empresa. Elas precisam produzir, vender, controlar, planejar, entre outras atividades que compõem o conteúdo dos cargos. Para se conseguir estruturar uma hierarquia de cargos coerente é necessário projetá-la de maneira efetiva, buscando sempre uma permuta entre a eficiência esperada de determinado cargo com os muitos elementos comportamentais dos que devem exercê-lo e dos que com ele interagem. Quando os cargos são muito especializados é comum serem projetados com um número menor de atividades ou tarefas. Em outros casos, precisam de descrições minuciosas. Devem, em qualquer situação, permitir posterior avaliação do desempenho de seus ocupantes. Profissionais da área de pessoal desenvolvem questionários de análise de cargos para coletar dados específicos a respeito dos cargos, de seus detentores e dos padrões de desempenho esperados dos mesmos. Uma vez coletados os dados através dos questionários ou entrevistas, os mesmos são utilizados para a descrição, especificação e exigências do cargo. Esta atividade é de extrema importância porque informa quais os deveres e responsabilidades de cada membro da empresa no exercício de suas atividades. A sistematização da estrutura de cargos da empresa possibilita melhor planejamento dos recursos humanos. Dado um nível de demanda, os planejadores verificam a disponibilidade atual de trabalhadores e as necessidades futuras. Procuram suprir as carências com o pessoal interno à empresa quando possível e sinalizar a busca de trabalhadores no mercado de trabalho quando da expansão da demanda, ou da redução do efetivo de trabalhadores devido a demissões, aposentadorias, licenças ou mesmo morte. Para suprir os cargos, a área de pessoal desenvolve o recrutamento. Este processo nada mais é que encontrar e atrair candidatos para trabalhar na empresa. Depois que a administração tiver determinado os objetivos da empresa e o quadro de cargos, cabe ao departamento de pessoal encontrar pessoas qualificadas para preencher aqueles cargos. Dependendo das políticas administrativas e da natureza dos postos, o recrutamento pode ser feito dentro ou fora da empresa. O recrutamento interno acontece quando a pessoa escolhida para o posto é selecionada entre os atuais empregados da empresa. Isso também é chamado de promoção ou transferência. Promoção significa que um trabalhador recebeu uma nova incumbência que lhe exige autoridade e maior responsabilidade que suas funções atuais. Uma transferência sem promoção é um deslocamento lateral. Ela pode envolver diferentes condições de trabalho ou diferentes horários. As empresas que recrutam internamente frequentemente promovem o funcionário. A busca externa acontece quando a empresa está procurando novos trabalhadores fora de seu quadro funcional. Todas fazem algum tipo de recrutamento externo. Se elas estiverem procurando empregados com conhecimentos técnicos ou educação especial, o recrutamento é geralmente feito nas universidades. Algumas empresas, quando necessitam de gerentes ou executivos para cargos de direção, fazem o recrutamento entre os altos escalões de outras firmas, normalmente entre seus principais concorrentes. Outros tipos de recrutamento se baseiam em anúncios em jornais e/ou em publicações especializadas. Contratar escritórios de consultoria também é uma prática comum de muitas empresas para realizar esta atividade. Neste último caso, para o recrutamento de altos executivos, as empresas contratam head hunters, ou caçadores de talentos, CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 11MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL que são profissionais especializados em selecionar candidatos mais capacitados. Após todo o esforço de recrutamento, desenvolve- se a seleção dos mais aptos a preencherem as vagasexistentes. O processo de seleção procura candidatos e os coloca em uma série de passos para avaliar seu potencial. Em geral, o procedimento de seleção confia em testes para muitos empregos de horistas e em entrevistas para cada uma das vagas a serem preenchidas em funções mais importantes. Cartas de referência de empregadores anteriores e a solicitação de vários exames médicos que atestem as boas condições dos futuros empregados também são solicitações comuns. Após a seleção dos trabalhadores mais aptos a preencherem determinado cargo, os mesmos são submetidos a um processo de orientação, visando a sua integração ao ambiente social da empresa. Eles precisam ser socializados com relação às regras e normas de conduta da empresa e do contexto de trabalho em que passarão a atuar. Para um desempenho eficaz de suas novas atividades, faz-se necessário, muitas vezes, o desenvolvimento de aptidões, atitudes e conhecimentos específicos de determinado cargo ou função. Todas as deficiências de desempenho podem ser amenizadas através de programas de treinamento que começam com o diagnóstico das necessidades, o estabelecimento de objetivos, sua execução propriamente dita e, ao término dela, sua avaliação. Essas atividades são desenvolvidas não só para o suprimento de possíveis carências profissionais, mas também para a boa condução do planejamento e desenvolvimento da carreira dos membros da empresa. O planejamento de carreira não garante sucesso; na maioria das vezes, as atividades de desenvolvimento são individuais e voluntárias. Os esforços individuais estão relacionados ao bom desempenho no cargo, trabalho proativo, busca de sinergia entre diferentes atividades, formação de alianças e outras ações que visem à melhoria contínua de seu desempenho no trabalho. Tudo é feito para que as mudanças tanto na vida profissional quanto na da empresa sejam realizadas de maneira a aumentar os benefícios e reduzir os custos. Nesse sentido, a avaliação de desempenho é um instrumento crítico da administração de pessoal. Para avaliar o desempenho passado e projetar o futuro, são estabelecidos padrões e critérios relacionados ao cargo. Centros de avaliação empregam diversos métodos para verificação do desempenho do empregado. Entre eles, temos o método do incidente crítico, da avaliação grupal, de escolha forçada entre outros. Após as avaliações, é indispensável retro informar os resultados e as necessidades de melhoria neste ou naquele aspecto do desempenho do empregado. Para que a remuneração seja apropriada, ela precisa ser equitativa interna ou externamente à empresa, ou seja, de acordo com o mercado de trabalho da região ou país. Quando bem administrados, esses programas reduzem o absenteísmo, isto é, as faltas ou atrasos ao trabalho, e a rotatividade, que é a troca frequente de emprego. Muitos são os fatores que envolvem o estabelecimento de um “salário justo”. Nele estão presentes não só as leis da oferta e demanda, mas também a pressão dos sindicatos e todo um aparato legal de regulamentação do trabalho. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), no Brasil, é o principal dispositivo legal que afeta a administração da remuneração na forma de salários, benefícios, pensões, etc. Ela regula as relações trabalhistas, procurando proteger os direitos dos trabalhadores, bem como as prerrogativas do empregador. Sendo um instrumento subsidiário da Constituição Federal, também proíbe a discriminação social por motivo de cor, raça, credo religioso ou sexo. Além dos salários, a legislação exige, e várias empresas incentivam, o pagamento de benefícios aos empregados. Normalmente, as empresas pagam seguros, garantias, folgas, assistência médica e auxílios diversos, como refeição, transporte e educação. Os empregadores têm procurado expandir os benefícios e serviços aos empregados a fim de desencorajar a constante inquietação da força de trabalho e as pressões dos empregados na busca contínua de melhor qualidade de vida no trabalho. A melhor qualidade de vida no trabalho está diretamente associada com o clima organizacional, a motivação e satisfação no exercício das atividades de negócios. O clima organizacional é a situação favorável ou desfavorável do ambiente para as pessoas na organização. O clima está fortemente relacionado com a motivação que nada mais é que o impulso de uma pessoa em agir da maneira que desejar. As principais teorias da motivação são aquelas vistas anteriormente, como a hierarquia de necessidades, fatores motivacionais e de manutenção, teoria da expectativa, entre outras. Para o bom funcionamento das atividades desenvolvidas pela área de pessoal, muita comunicação entre os trabalhadores é necessária. O objetivo da transferência de informação e compreensão da mesma é manter todos os empregados conscientes do processo de desenvolvimento de negócios da empresa. Manter todos os empregados informados estimula a comunicação mais aberta, melhora o entendimento e é uma ação eficaz na solução de desentendimentos e incompreensões entre os próprios trabalhadores e entre estes e a administração da empresa. Vários são os canais de comunicação existentes nas empresas. Revistas dos empregados, brochuras informativas, quadros de aviso, circuitos internos de televisão, reuniões formais com os trabalhadores, programas de perguntas e respostas e programas de sugestões são os principais meios de se incrementar a troca de informações entre os membros da empresa em qualquer parte do mundo. Em todas essas atividades, a preocupação central da área de administração de pessoal é com a eficiência administrativa de toda a empresa. Muitas pessoas acreditam que a mais importante função do departamento de pessoal ou de recursos humanos é estabelecer políticas da empresa no tocante à administração de sua força de trabalho. Visando à maior eficiência e justiça, as empresas devem elaborar por escrito seus procedimentos para as negociações com os empregados. Esses procedimentos podem estabelecer as condições de trabalho, as escalas de salários, os CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 12MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL benefícios, o pagamento de férias, o seguro em grupo e a pensão ou plano de aposentadoria. Parte desses relatórios pode também incluir avisos aos empregados sobre a existência de novos cargos e oportunidades de promoção. Muitos dos itens podem fazer parte de negociações coletivas e de acordos entre empregados e empregadores. Negociações sindicais, relações com outras empresas e com associações de classe ou órgãos governamentais são normalmente desempenhadas por profissionais que atuam na área de pessoal. CONTRIBUIÇÃO PARA POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS De acordo com os tipos de problemas identificados, a avaliação de desempenho pode colaborar na determinação e no desenvolvimento de uma política de RH às necessidades da organização. A avaliação de desempenho só será satisfatório se não se restringir ao julgamento superficial e unilateral do chefe a respeito do comportamento funcional do subordinado, é preciso descer a um nível maior de profundidade, localizar causas e estabelecer perspectivas de comum acordo com o avaliado. A avaliação de desempenho não é um fim em si mesma, mas um instrumento um meio ferramenta para melhorar os resultados dos recursos humanos da organização. Para alcançar esse objetivo básico, melhorar os resultados dos recursos humanos da organização, a avaliação de desempenho procura alcançar uma variedade de objetivos intermediários. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS1 - Recrutamento e Seleção de Pessoal: 1.a – Recrutar e selecionar profissionais deve servir para a empresa como função estratégica do seu objetivo final. O ato em si é uma ferramenta importante, que pode direcionar o segmento da empresa para o sucesso ou fracasso, podendo essa avaliação variar dentro de um departamento ou setor. 1.b – Se temos um posto de trabalho disponível na empresa, devemos avaliar e classificar suas funções. Essa avaliação estará mensurada em relação ao salário versos o nível de atividades a serem desenvolvidas. É importante destacar que para esse fim já deveríamos ter pronto o parâmetro de cargos e salários da organização. 1.c – O recrutamento e seleção de profissional devem ser seguidos com eficiência, pois seu direcionamento ineficiente é consequência de resultados negativos como: a) alto índice de giro de pessoal; b) aumento substancial dos custos de recrutamento; c) baixa qualidade de nível profissional. 1.d – Para se atingir um nível de qualidade no recrutamento e seleção deve-se seguir um acompanhamento dos meios pelos quais se busca contratar um profissional, assim destacamos: a) a fonte – empresas de consultoria, anúncio (aberto ou fechado), interno; b) a forma – testes, psicotécnico, dinâmica de grupo, entrevista; c) o tempo – urgente, breve, médio prazo, longo prazo; d) custo – disponibilidade financeira para a contratação. 1.e – É importante considerar que a área de RH desenvolve suas atividades em função do que o mercado de trabalho fornece naquele momento. Essa consideração leva-se em conta a situação econômica, política, social e educacional pela qual o país se encontra naquele exato momento. 2 – Treinamento e Desenvolvimento: 2.a – Treinamento e desenvolvimento na organização empresarial é equivalente a aperfeiçoamento. Esse aperfeiçoamento baseia-se na ideia de que o profissional teve sua formação acadêmica, mas no dia-a-dia da empresa novas experiências vão se agregando, de forma a trazer informações que devem ser organizadas num processo cognitivo de produção positiva. 2.b – Capacitar um profissional nas necessidades da empresa busca atingir um aperfeiçoamento adequado do subsistema, visando atender o objetivo maior que é o complexo funcionamento do sistema organizacional. 2.c – Saber quando aplicar o aperfeiçoamento é tão importante quando à sua efetiva aplicação. Se determinado num momento impróprio, os resultados poderão ser desanimadores e o projeto desenvolvido pode ficar comprometido com a confiança. 2.d – Dessa forma o RH deve acompanhar a trajetória dos profissionais através de pesquisas junto ao grupo (relatório, entrevista, questionário, etc), detectando evolução ou monotonia técnica que existam. Também deve pesquisar os objetivos da empresa, sua forma e campo de atuação naquele momento, disponibilidade financeira, etc. Com esses dados colhidos o RH deve cruzar as informações e extrair qual o ponto de aperfeiçoamento a ser trabalhado, o tempo que dispõe e a forma como vai realizar. Ex.: Uma empresa com atividade desenvolvida em fabricação de telefone resolve informatizar o seu departamento de pedidos. Deve-se extrair um relatório com as variações que determinam a capacidade interna para treinar e o tempo que se disponibilizará para isto. 2.e – O treinamento poderá se dar na própria dependência da empresa ou de forma terceirizada, com a contratação de empresas que atuam especificamente naquela área a ser aperfeiçoada, com programas fora do nicho da empresa. 3 – Avaliação de Desempenho: 3.a – Avaliar o desempenho de um profissional requer um aprofundamento das necessidades da organização e o potencial apresentado pelo avaliado. Nas palavras de Peter F. Drucker “o segredo da grandeza é procurar os potenciais das pessoas e dedicar tempo a desenvolve-los” 3.b – Importante é interpretar em que momento a avaliação deve ser feita. A organização deve atribuir valores ao trabalho, caracterizar a importância de cada atividade, bem como definir o valor do profissional que ira executar essa atividade. 3.c – Dessa forma passamos a perceber que uma boa avaliação de desempenho terá sua consideração na qualificação do trabalho e profissional. 3.d – “Performance” de um profissional deve ser entendida com o objetivo de enquadrar as atividades desenvolvidas com o custo, visando atender o complexo sistema da organização que, dentre outras, é adaptar a necessidade de produzir com a CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 13MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL capacidade do profissional. 3.e – Vinculado à avaliação do desempenho estará a conceituação de cargo e salário, a qual é usada com pano de fundo para uma perfeita conclusão. 3.f – A forma como apurar o desempenho pode variar através dos instrumentos utilizados. Podemos citar: a) observação com relato; b) pesquisa de campo; c) questionário; d) entrevista. 3.g – O gerente imediato é o responsável por avaliar o desempenho do profissional, sendo também atribuição da chefia próxima delegar as respectivas atividades, devendo ser orientado pelo coordenador geral a avaliação da organização. Evitando assim distorções de um padrão para outro de avaliação na mesma organização. 4 – Administração de Cargos e Salários 4.a - A mercê da prática na administração de cargos e salários, vemos que atualmente as empresas vêm procurando desenvolver com mais técnica a referida prática. Observa-se que as empresas de qualquer segmento econômico ou porte adotam de uma forma ou de outra o controle de cargos e salários, pois é efetivamente necessário para a boa administração. 4.b – Entretanto, em virtude de diversos fatores, surge ao longo do tempo um descompasso entre as necessidades da empresa, a realidade de mercado e a capacidade de resolução do problema. 4.c – A visão que se deve ter dessa administração deve acompanhar a evolução econômica, social e tecnológica que o mercado de trabalho oferece. Sendo importante integrar os meios de liderança interna da organização, participando inclusive da previsão orçamentária. 4.d – Integrar também inclui conhecer a filosofia e os objetivos que estarão envolvidos na organização. 4.e - Essa harmonia se traduz no equilíbrio da relação capital/trabalho, ou seja, a cada cargo ou determinado conjunto de cargos compete uma remuneração justa em contrapartida aos trabalhos realizados na empresa. 4.f – Importante relação entre cargos e salários é interpretar o significado no contexto da organização. É bem comum confundir função e cargo, mas a condição entre as duas colocações é bem diversa, temos que a função é singular da qual o cargo é plural. 4.g – Descrever um cargo é atribuir as diversas funções executadas por um ou mais profissionais. Ex.: Cargo: Gerente administrativo – Funções: 1) controlar a logística, 2) administrar o pessoal; 3) atendimento aos fornecedores, etc. 4.h – Salário é o valor devido pelo conjunto das funções exercidas na organização. 4.i – Como descrever o cargo? Esta é uma questão que deve ser analisada com cautela. Na atividade dos recursos humanos temos disponíveis os instrumentos que são utilizados para atingir a finalidade do trabalho. Também ao descrever os cargos podemos nos valer da: a) observação com relato; b) pesquisa de campo; c) questionário; e d) entrevista. 4.j – O cargo a ser desenvolvido na empresa segue uma relação impessoal com o profissional. Além das funções que ele desenvolve, devem-se adaptar aquelas que seriam necessárias à competência daquele cargo. 4.k – De posse das informaçõesa administração dos cargos e salário será transformado num manual que servirá de parâmetro para conduzir o desenho ideal da estrutura da organização no que tange à referida administração. 4.l – Com esse desenho podemos conduzir as alterações, definir plano de carreira, estimar custo, avaliar a equivalência no mercado, traçar estratégias no quadro de pessoal, entre outras. 5 – Fornecimento de Benefícios 5.a – Os benefícios como conhecemos hoje não é uma tradução de algo que tenha evoluído a partir da origem de outro, eles são a conquista da classe dos trabalhadores através da concorrência que o mercado de trabalho criou ao longo dos anos, são visionários do mercado externo e instigados pelos incentivos fiscais. 5.b – Hoje temos diversas formas de benefícios que visam atrair a atenção do profissional, e quando os novos benefícios vão se tornando hegemonia nas organizações, outros vão sendo criados. 5.c – Podemos destacar alguns: a) Décimo quarto salário; b) Décimo quinto salário; c) Bônus mensal em dinheiro; d) Distribuição de lucro (Lei 10.101/2000); e) Prêmio (viagens, títulos, cursos, bens móveis ou imóveis, dinheiro, etc.); f) Vale combustível, refeição, desconto, transporte; g) Pagamento de faculdade; h) Entre outros 5.d – Junto aos benefícios é importante considerarmos qual é a função que eles exercem na organização. Podendo ser motivadora, concorrência, melhor remuneração, participativa. 5.e – É cediço que a forma direta de pagamento para o profissional tem sua carga tributária muito alta, inibindo que as empresas possam elevar o pagamento ao patamar merecido pelo trabalhador, em razão disso criou-se um sistema indireto de retribuição ao trabalhador, que são os benefícios. 5.f – O governo por seu turno procurou impedir que essa prática se tornasse um hábito que desvirtuasse o que na verdade seria salário, editando leis que proíbem forma indireta de fornecimento de benefícios, caracterizando o chamado salário “in natura”. 5.g – A justiça por diversas vezes definiu que certos benefícios fornecidos de forma habitual ou irregular são na verdade salários e integram a remuneração do empregado para todos os fins. 5.h – Fornecer benefícios requer observar a lei, atender às exigências do mercado de trabalho e as condições da organização. É uma grande jogada de marketing mercadológico, que deve ser conduzida com cautela, pesquisa, simulação e avaliação da necessidade. 5.i – Uma organização que resolve incentivar o fornecimento de determinado benefício e não tem condição de guarnecer o futuro, poderá ter surpresa desagradável junto aos seus profissionais, que poderão interpretar com um sinal negativo e bem CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 14MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL provável, por mais explicação que haja, que será traduzido com a posição na empresa de cada um; ou seja, haverá várias interpretações. NOÇÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Teoria da Constituição. Conceito, classificação, objeto e elementos da Constituição A palavra constituição vem do latim cum + stituto, constitutio, constituere (constituir, construir, edificar, formar, organizar). Tem como sinônimo o vocábulo compleição, que também dá ideia de um todo formado, estruturado, ordenado, isto é, de unidade na multiplicidade. O corpo humano tem uma constituição, uma compleição; não é ele, porventura, um organismo? Não nos referimos, às vezes, ao vocábulo constituição como a ordenação que preside a organização dos corpos físicos? Assim, a palavra constituição apresenta sentidos análogos: ela pode ser tomada num sentido amplo e em outro, estrito. Tomada num sentido amplo, pode- se dizer que todos os seres apresentam uma constituição que os identifica. Tomada em sentido estrito, a palavra constituição vai revelar o modo pelo qual uma sociedade se estrutura basicamente. Aristóteles conceituava a politéia (constituição) como a ordem da vida em comum naturalmente existente entre os homens de uma cidade ou de um território, ou simplesmente, a ordenação dos poderes do Estado. Em termos jurídico-políticos, a constituição é a lei fundamental do Estado, lei que um povo impõe aos que o governam, para se garantir contra o despotismo destes, conforme doutrina Romagnosi. Rodrigo Octávio define a constituição como um corpo de regras e princípios em conformidade com os quais são normalmente exercidos os poderes públicos do Estado e asseguradas as liberdades e direitos individuais. Para García Pelayo, a constituição é um processo de racionalização e planificação da vida estatal. Para Ferreira Filho, a constituição em sentido jurídico pode ser entendida como o conjunto de regras concernentes à forma de Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos, aos limites da sua ação. Ou seja, a base, fixada juridicamente, da organização política. Preâmbulo Quanto ao preâmbulo das constituições, vejamos, inicialmente, a etimologia do vocábulo preâmbulo. Ele vem do latim pre + ambulare, vale dizer, que precede, que vem antes. O preâmbulo de um contrato ou de uma lei, também chamado exposição de motivos, ou de uma constituição, destina-se a explicar seu conteúdo, revelando a posição ideológica do legislador e orientando o intérprete do texto legal. Com efeito, como dissemos, até um contrato entre particulares apresenta um preâmbulo, ou seja, o nome das partes, sua identificação, os esclarecimentos indispensáveis à formalização do pacto configuram um preâmbulo. Nas constituições, o preâmbulo aparece com as constituições escritas, consistindo numa declaração preliminar, na qual o legislador constituinte esclarece a origem do documento e seus princípios informadores. Via de regra, o preâmbulo apresenta três dados básicos: a) declaração referente à origem da constituição; b) definição de seus princípios públicos; c) invocação divina. Da declaração referente à origem da constituição, o legislador esclarece a fonte da qual emana a lei magna, se esta é fruto de uma vontade unipessoal, autocrática ou se acha fundamentada numa assembleia popular. Na definição de seus princípios políticos, o legislador esclarece suas ideias políticas, inspiradoras do próprio conteúdo da constituição. Como exemplo, poderíamos mencionar o seguinte trecho do preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos da América do Norte: “Nós, o povo dos Estados Unidos, com o propósito de formar uma união mais perfeita, estabelecer a Justiça, garantir a tranquilidade interior, atender à defesa comum, fomentar o bem-estar geral e assegurar para nós os benefícios da liberdade, bem assim de nossa propriedade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição...”. Na atual Constituição Brasileira, o preâmbulo esclarece que ela foi elaborada por representantes do povo brasileiro, eleitos para compor uma Assembleia Nacional Constituinte, com a finalidade de instituir um Estado Democrático de Direito, destinado a tornar efetivos, como valores supremos (mais importantes) de uma sociedade fraterna (de irmãos, com a colaboração de todos na consecução de objetivos comuns), pluralista (com livre formação de correntes políticas e ideológicas) e sem preconceitos (ideias discriminatórias, recebidas sem qualquer juízo crítico), os seguintes ideais: “exercício de direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça”. CONTEÚDO Quanto ao conteúdo daConstituição, este varia conforme as circunstâncias históricas, segundo os fatores de natureza política, ideológica e econômica. Como acentua Salvetti Netto, a uma constituição de caráter liberal-democrático, vicejante à época do apogeu do liberalismo político e econômico, jamais ocorreria declarar os direitos sociais ou disciplinar as relações entre o capital e o trabalho, hoje as grandes preocupações das constituições em vigor. Assim, uma constituição, para ser bem entendida, deve ser analisada sob dois pontos de vista: a) como ordenamento jurídico estruturador do Estado; b) como objeto das ideologias que, predominantes num dado momento histórico, são recolhidas pelo legislador constituinte. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 15MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL Qual a diferença entre uma Constituição e uma simples lei? A esta pergunta responderão: Constituição não é uma lei como as outras, é uma lei fundamental da nação. É possível, que nesta resposta se encontre, embora de um modo obscuro, a verdade que estamos investigando. Mas, a mesma, assim formulada, de forma bastante confusa, não pode deixar-nos satisfeitos. Como distinguir uma lei da lei fundamental? Como podeis ver, continuamos onde começamos. Somente ganhamos um vocábulo novo, ou melhor, um termo novo, “lei fundamental”, que de nada nos servirá enquanto não soubermos explicar qual é, repito, a diferença entre lei fundamental e outra lei qualquer. Intentemos, pois aprofundar um pouco mais no assunto, indagando que ideias ou que noções são as que vão associadas a esse nome de “lei fundamental”, ou, noutros termos, como poderíamos distinguir uma “lei fundamental” de outra lei qualquer para que a primeira possa justificar o nome que lhe foi assinalado. Para isso será necessário: 1º - Que a lei fundamental seja uma lei básica, mais do que as outras comuns, como indica seu próprio nome “fundamental”. 2º - Que constitua - pois de outra forma não poderíamos chamá-la de fundamental - o verdadeiro fundamento das outras leis; isto é, a lei fundamental, se realmente pretende ser merecedora desse nome, deverá informar e engendrar as outras leis comuns originárias da mesma. A lei fundamental deverá, pois, atuar e irradiar através das leis comuns do país. 3º - Mas, as coisas que têm um fundamento não o são assim por um capricho; existem porque necessariamente devem existir. O fundamento a que respondem não permite serem de outro modo. Somente as coisas que carecem de fundamento, que são as casuais e as fortuitas, podem ser como são ou mesmo de qualquer outra forma; as que possuem um fundamento não, pois aqui rege a lei da necessidade. CLASSIFICAÇÕES: - quanto ao conteúdo: - materiais – normas materialmente constitucionais são as que dispõe sobre os aspectos fundamentais da estrutura do Estado, assim como sobre os limites de atuação do poder estatal, estejam inseridas ou não no Texto Constitucional, tais como: forma de Estado, forma e sistema de governo, modo de aquisição, exercício e perda do poder político e direitos individuais - ex.: Constituição inglesa, justamente por não estar codificada em um texto único. - formais – normas formalmente constitucionais são as inseridas no Texto Constitucional; estas poderiam ser objeto de leis ordinárias, mas foram incluídas na Constituição para o realce de sua importância, bem como para adquirirem maior estabilidade - ex.: CF 88 (licença-paternidade etc.). - quanto à forma: - escritas – as regras estão codificadas em um texto único. - não escritas – as regras não estão codificadas em um texto único, mas resultam de leis esparsas, da jurisprudência, assim como dos próprios costumes - ex: Constituição inglesa (único ex. atual, apresenta também textos escritos). - quanto ao modo de elaboração: - dogmáticas – elaboradas por um órgão constituinte, que incorpora no Texto Constitucional os valores políticos e ideológicos predominantes em um determinado momento histórico; a Constituição escrita é sempre dogmática. - históricas (ou costumeiras) – produto de lenta evolução histórica, baseando-se em costumes, convenções, precedentes jurisprudenciais e textos esparsos; a Constituição não escrita é sempre histórica ou costumeira. Ex: Constituição inglesa. - quanto à origem: - populares, democráticas, promulgadas ou votadas – elaboradas por um órgão constituinte composto de representantes legitimamente eleitos pelo povo. - outorgadas – elaboradas sem a participação de representantes legitimamente eleitos pelo povo, sendo impostas pelo governante. - quanto à estabilidade: - rígidas – exigem um procedimento especial de alteração dos preceitos constitucionais mais rigoroso que os das demais normas infraconstitucionais - ex.: CF 88 (uma emenda constitucional para ser aprovada precisa de maioria de 3/5, enquanto um lei ordinária é aprovada por maioria simples). - flexíveis ou plástica – não exigem um procedimento especial de modificação; as normas constitucionais alteram-se com o mesmo procedimento das leis ordinárias - ex: Constituição Francesa. - semi-rígidas – contêm uma parte flexível e outra rígida; algumas normas constitucionais exigem um procedimento especial de alteração e outra não. - quanto ao modelo: - Constituições-garantia – modelo clássico; a Constituição estrutura e delimita o poder do Estado, estabelecendo a divisão de poderes e assegurando o respeito aos direitos individuais - ex.: Constituição americana. - Constituições-balanço – modelo adotado pelos juristas soviéticos; a Constituição registraria e descreveria a ordem política, econômica e social existente, refletindo a luta de classes no Estado; a cada novo estágio no rumo da construção do comunismo, uma nova Constituição seria promulgada. - Constituições-dirigentes – a Constituição, além de estruturar e delimitar o poder do Estado, inscreve um plano de evolução política, diretrizes a serem seguidas por ele. - quanto ao tamanho ou extensão: - sintéticas ou concisas – dispõem somente sobre os aspectos fundamentais da organização do Estado, bem como sobre seus limites, em poucos artigos – ex.: Constituição americana. - analíticas ou prolixas – dispõem sobre diversos CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 16MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL aspectos da organização do Estado, abrangendo questões que poderiam ser objeto de leis ordinárias, em inúmeros artigos. - quanto à dogmática: - ortodoxas ou simples – influenciadas por uma só ideologia - ex.: Constituição soviética. - ecléticas, complexas ou compromissórias – influenciadas por ideologias de tendências diversas, resultando de uma fórmula de compromisso entre as forças políticas existentes em um determinado momento histórico. ELEMENTOS: - elementos orgânicos – normas que tratam da estrutura do Estado, dispondo sobre a sua organização e modo de funcionamento. - elementos limitativos – normas que tratam dos limites da atuação do Estado, restringindo o poder de atuação de seus agentes para resguardar direitos considerados indispensáveis de cada pessoa humana. - elementos sócio ideológicos – normas que revelam o compromisso da ordem constitucional estabelecida com determinados princípios ideológicos. - elementos de estabilização constitucional – normas destinadas a garantir a solução dos conflitos
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