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Disciplina: ELE0217 – Conversão de Energia Professor: Guilherme Homrich TRANSFORMADORES: CIRCUITOS EQUIVALENTES E DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS VARIAÇÕES DO MODELO EQUIVALENTE • O modelo equivalente apresentado anteriormente é o modelo completo por fase de um transformador de potência que operar em frequência na ordem de 50-60Hz. 1R Rc mX 2R Z 1V 2V 2X1X 1 : a • Existem, no entanto, simplificações deste modelo que podem ser aplicadas dependendo do grau de exatidão que se pretende obter na análise. As simplificações mais comuns do modelo são mostradas abaixo: VARIAÇÕES DO MODELO EQUIVALENTE • A primeira simplificação, conhecida como modelo L, apenas desloca o ramo série do lado primário para somar-se ao lado secundário refletido conforme figura Rc mX 1 2 'eqR R R 1V 2V • A simplificação se aplica, pois a queda de potencial no ramo série pouco influencia a tensão aplicada ao ramo de magnetização e ainda assim permite considerar a impedância série do circuito. 1 2 'eqX X X VARIAÇÕES DO MODELO EQUIVALENTE O modelo L permite a reflexão também para o lado secundário, se este for o interesse, conforme figura. Rc mX 1 2'eqR R R 1V 2V • Esta simplificação permite determinar perdas no transformador, deslocamento angular, e regulação de tensão e rendimento. • Uma aplicação típica deste modelo é para a determinação dos parâmetros do circuito equivalente por meio de ensaios. 1 2'eqX X X VARIAÇÕES DO MODELO EQUIVALENTE • Uma outra simplificação possível e aceitável é desconsiderar o ramo de magnetização, conforme figura. 1 2 'eqR R R 1V 2V • Essa simplificação é aplicável, sem gerar erros significativos, em transformadores de grande porte (centenas de kVA), nos quais a corrente de magnetização é muito menor que a corrente de carga. • Esse modelo permite determinar as perdas por condução, o defasamento angular e a regulação de tensão. É comumente aplicado em análise de sistemas de distribuição de energia. 1 2 'eqX X X VARIAÇÕES DO MODELO EQUIVALENTE • Na análise de sistemas elétricos de potência é comum empregar uma simplificação que considera somente a reatância série do transformador. 1V 2V • Essa simplificação é aplicável, sem gerar erros significativos, em transformadores de grande porte (ordem de MVA), nos quais a corrente de magnetização é muito menor que a corrente de carga, e a resistência série é muito menor que a reatância série. • Esse modelo permite determinar o defasamento angular inserido pelo transformador e permite determinar de forma aproximada a regulação de tensão. Esse modelo é amplamente aplicado na análise de sistemas de transmissão de energia. 1 2 'eqX X X DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DO CIRCUITO EQUIVALENTE A determinação dos parâmetros pode ser realizada por meio de dois ensaios: 1 – ensaio de curto-circuito; 2 – ensaio a vazio ou de circuito aberto. O ensaio de curto-circuito consiste em curto-circuitar o primário ou secundário e aplicar uma tensão no lado oposto até que seja atingida a corrente nominal. Neste ensaio são medidas: a corrente do lado onde foi aplicada a tensão, a tensão aplicada e a potência ativa. O ensaio a vazio ou de circuito aberto consiste em abrir os terminais do primário ou do secundário e aplicar a tensão nominal no lado oposto. Neste ensaio são medidas: a corrente do lado onde foi aplicada a tensão, a tensão aplicada e a potência ativa. IMPORTANTE: Para determinação dos parâmetros, em geral é considerado o modelo equivalente do tipo L. ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO Ligação e medidas: Circuito equivalente T Circuito equivalente L 1R 1X cR mX 2 'R 2 'X cR mX eqR eqX ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO O ensaio de curto circuito permite determinar a impedância equivalente série, pois o ramo de magnetização pode ser desprezado. As equações abaixo são aplicáveis: É possível determinar individualmente R1 e R2’ a partir da medida das resistência dos enrolamentos; no entanto, não existem um ensaio que permite determinar de forma isolada X1 e X2’ sem uma análise detalhada e complexa da distribuição do campo nos enrolamentos sob condições de carga. Se for necessário obter os parâmetros isolados é comum fazer a aproximação: cc eq cc V Z I 2 cc eq cc P R I 2 2 eq eq eqX Z R 1 2 ' 0,5 eqR R R 1 2 ' 0,5 eqX X X ENSAIO A VAZIO (CIRCUITO ABERTO) Ligação e medidas: Circuito equivalente T: Circuito equivalente L: eqR eqX cR mX 1R 1X 2 'R 2 'X cR mX ENSAIO A VAZIO • O ensaio de curto circuito permite determinar a impedância do ramo de magnetização, pois a impedância série pode ser desprezada. As equações abaixo são aplicáveis: • A determinação de Rc e Xm permite conhecer as perdas ferromagnéticas no núcleo e permite determinar a potência aparente necessária para magnetizar o mesmo. • Se uma maior precisão na determinação deste parâmetros for desejável, pode-se fazer inicialmente a determinação de R1 e X1 e considerar estes para determinação de Rc e Xm, mas raramente isso é necessário. ca m ca V Z I 2 ca c ca V R P 2 2 1 1 1 m m cX Z R ASPECTOS PRÁTICOS REFERENTES AOS ENSAIOS • O lado cujos ensaios são realizados pode variar de acordo com a conveniência e de acordo com a disponibilidade de equipamentos para realização do ensaio. • O ensaio a vazio geralmente é realizado aplicando tensão nominal no lado de baixa tensão, por conveniência. Como neste ensaio são determinadas características do núcleo independe o lado que é referido para o ensaio pois o resultado será o mesmo. • O ensaio de curto-circuito geralmente é realizado fazendo o curto no lado de baixa tensão, pois o valor nominal de corrente no lado de alta é menor e a tensão que se precisa aplicar geralmente não passa de 10-15% do valor nominal do lado da alta tensão. • Importante: é preciso tomar cuidado na hora de montar o circuito equivalente se o ensaio foi realizado em lados opostos. Deve-se fazer a reflexão de impedâncias se este for o caso! ASPECTOS DE QUALIDADE DO TRANSFORMADOR Com base no circuito equivalente do transformador é possível determinar aspectos de qualidade do mesmo, como por exemplo: rendimento, defasamento angular e regulação de tensão. Importante: os aspectos de qualidade mencionados geralmente são conhecidos para a condição nominal. Mas todos os parâmetros variam para diferentes condições de carga. Rendimento Regulação de tensão Defasamento angular Diferença de ângulo entre a tensão de entrada V1 e a tensão de saída V2. saída saída perdas P P P vazio carga nominal carga nominal Vs Vs RT Vs AUTOTRANSFORMADOR Um transformador comum, de dois enrolamentos pode ser conectado com os seus enrolamentos em série, conforme abaixo. A configuração com os enrolamentos em série é conhecida como autotransformador. Esta configuração apresenta algumas particularidades: - Não fornece isolação elétrica entre primário e secundário; - É facilmente adaptável para configurações onde tensão AC ajustável é necessária; - Apresenta reatâncias de dispersão menores, perdas menores, menores correntes de excitação e custam menos que transformadores de dois enrolamentos quando a relação é próxima de 1:1. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DOAUTOTRANSFORMADOR • Autotransformador variável (Varivolt, Variac) • Regulador de tensão em redes de distribuição AUTOTRANSFORMADOR • A parte do enrolamento comum ao primário e ao secundário é denominado enrolamento comum e suas variáveis são denotadas pelo subscrito “C” e o outra parte do enrolamento é denominada enrolamento sériee suas variáveis são denotadas pelo subscrito “SE”. Equacionamento básico: CC SE SE V N V N L C H C SE V V V V V C SE SE C I N I N SE L C E H SI I I I I AUTOTRANSFORMADOR Manipulando as equações básicas anteriores é possível estabelecer relações entre os lados de alta e baixa tensão: e e Potência nominal e potência nos enrolamentos Entrada Saída H H L LS S V I V I SE SE C C N I I N L C SEII I H C SEVV V C SE SE C V N V N SE C H L C N V N V N C H L SE C I N I N N ( ) ( ) ENR SE SE C C ENR C C C L H L L H L L L L H C L L L C SE S V I V I S V I V I I V I I V I V I N V I V I N N SE SEENR L L C SE Saída C SE N N S V I S N N N N AUTOTRANSFORMADOR • A relação abaixo de fato representa uma vantagem interessante do transformador quando a relação entre o número de espiras do primário e do secundário é próxima. • Essa relação mostra que a potências dos enrolamentos não precisam ser iguais as potências nominais do transformador. Isso ocorre porque parte da potência é transferida sem concatenar o núcleo. • Desta forma, autotransformadores podem apresentar uma densidade de potencia maior que transformadores convencionais. • A vantagem é tanto maior quanto menor a diferença entre a tensão de primário e secundário. C SE ENR Saída SE S N N S N SISTEMA POR UNIDADE (PU) As especificações de transformadores frequentemente são dadas em função de seus valores de base no sistema por unidade, ou simplesmente p.u.. A rigor o sistema p.u. é simplesmente uma normalização, dada por: Em sistemas elétricos geralmente se escolhem duas grandezas de base, e as demais ficam dependentes dessas grandezas. Geralmente as bases são a tensão e a potência aparente. Sendo este o caso, tem-se, para sistemas monofásicos, as bases: Sbase e Vbase, logo: Grandeza real Grandeza p.u. Valor de base da grandeza base base base S I V 2( )base base base V Z S SISTEMA POR UNIDADE Em sistemas trifásicos, em geral a potência de base é a aparente trifásica e tensão de base é a tensão de linha, logo as variáveis dependentes, por fase, são: Quando se desejar fazer a conversão entre bases diferentes pode-se aplicar as equações: 1 , 3 base base S S pu na base 2 pu na base 1 b base 1 ase 2 S ( , , ) =( , , ) S P Q S P Q S, ,3 base base base S I V 2 , , 3( )base base base V Z S pu na base 2 pu na b base 1 ase 1 base 2 V = V V V 2 base 1 pu na base 2 pu na base base 2 base 1 1 2 base 2 (V ) S ( , , ) =( , , ) (V ) S R X Z R X Z b base 1 p ase 2 u na base 2 pu na base 1 base 2 base 2 V S =I V S I
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