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GADO DE LEITE - PROVA 2 [ZOO 436 - UFV]

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GADO DE LEITE – ZOO 436
PROVA 2
05/09/2018
RECRIA
(Começa no slide 225)
A fase de recria ocorre após o desmame. Um holandês nasce com 40kg em média. 
GMDcria = 100-40 = 60kg / 80d = 0,75 kg/dia.
A fase de recria dura um tempo consideravelmente maior (fase da novilha). Animais começam com 100 kg e terminam por volta dos 82% do peso à maturidade (PM), que para a raça holandesa é 650 kg. 650 x 0,82 = 533 kg. Ou seja, é uma fase na qual o animal precisa ganhar muito peso (433 kg). Em quanto tempo? O que seria ideal? Vamos estimar até 3 meses. Emprenha a novilha com 15 meses, com mais 9 meses (tempo de gestação) ela irá parir aos 24 meses. Isso seria em um sistema ideal. Mas para emprenhar aos 15 meses não é só a idade que manda, o peso também conta, que é de 330 a 350 kg. Você desmamou o animal com 100kg aos 3 meses. O objetivo é emprenhar, que é por volta dos 15 meses. Então o objetivo é 330 kg, ela tem que ganhar 230 kg nessa primeira fase. Em quanto tempo? 15 meses – 3 meses = 12 meses/um ano. Então divide-se 230 kg / 365 d = 0,63 kg/d. Com 330 kg você pode começar o processo de inseminação com o sêmen sexado. A recomendação (NRC) é que o peso seja 82% do PM. Pode ter mais que isso, mas nunca menos. Então de 330 a 533 kg, ela precisa ganhar 200 kg em 9 meses (270 dias): 200 kg / 270 d = GMD = 0,74 kg/d. 
 
A primeira etapa, até emprenhar a novilha, é a RECRIA 1, que nesse exemplo estaria ganhando 0,63 kg/dia. A segunda etapa, até o parto, é a RECRIA 2, que no exemplo equivale a 0,74kg/d. Nesse caso o valor da IPP é igual a 24 meses. IPP é o índice zootécnico que se trata da eficiência em fazer o animal ganhar peso e emprenhar. Esse intervalo pode ser passado para 20 meses. Assim como a cria, a recria é uma fase de investimento, o retorno financeiro não é rápido. Tem que ter uma qualidade sanitária, genética e qualidade alimentar muito boa, então dificilmente se consegue resultados superiores ao calculado na RECRIA 1 (R1). Encurtando a R1 você consegue fazer o animal emprenhar aos 11 meses em vez de 15 meses. Então agora que encurtou 4 meses, não se divide por 365 dias, e sim por 240 dias. Por isso o GMD passa a ser 0,95 kg para a R1. 
Se há interesse de IPP = 20 meses, qual o manejo nutricional que deve ser feito? Na fase de R1. Em vez de dar um alimento X, você terá que dar o dobro disso. E o GMD alto tem um problema (isso é o foco da prova) que precisa ser discutido.
O levantamento da Alta Cria tem as seguintes informações: o peso que as principais fazendas utilizam para fazer a IA é de 350kg. É um valor bem seguro porque o animal já deu provavelmente 2 cios. Lembrar que 24 meses é o padrão das fazendas altamente tecnificadas. E o NRC (2001) diz que se deve limitar o ganho a 700 g/dia ou 0,7kg/dia. No caso de reduzir a IPP para 20 meses o GMD está muito acima do que é recomendado pelo NRC. Por que?
O custo médio a nível da realidade brasileira é 0,3kg/dia a R$. (CONTA NO SLIDE 229). Quando você formula uma dieta para ganhar em torno de 1kg por dia seu custo com alimentação dobra, porém o tempo diminui. No fim das contas, o custo vai de 2000 para 1200, porque os dias reduziram. Mostrar ao produtor que apesar de gastar mais com alimentação, no fim das contas isso é bom porque sai mais barato. Ela coloca dois extremos nas contas no primeiro caso (230 [peso que ela precisa ganhar] / - 0,3 [GMD da realidade brasileira] = 766 d. Ela arredonda pra 800 dias. Seria o tempo que ela levaria para chegar no peso necessário.
Por que o GMD é questionável? Por causa da tabela do slide 231. Quando o holandês ganha muito peso, a produção de leite cai em 10% (produziu 90% da capacidade potencial da raça). Por isso o NRC fixou em 0,7; acima disso passa a prejudicar o potencial produtivo. Slide 231: mostra que não existe relação entre GMD e produção de leite. Slide 232: vamos para a glândula mamária. Ela é formada por parênquima (onde tem os ductos e alvéolos), estroma e fat pad (gordura). Mostra que não há relação. Agora, no slide 233, há uma relação estabelecida entre quanto mais gordura corporal, menos DNA parenquimal. Quando você tem muita gordura no corpo, há muita gordura na glândula, então passa a ocupar o espaço parenquimal (menos ductos e alvéolos, menos leite produzido).
A gente pode concluir que não é o ganho de peso, e sim o tipo de ganho (é em gordura ou é em massa muscular?). O animal pode ganhar muito peso, desde que o peso seja em massa muscular. NÃO É O GMD QUE INTERFERE NA LACTAÇÃO, É O TIPO DE GMD.
O que define o tipo de ganho de peso? Nível de PB e NDT. E relação entre PM (proteína metabolizada)/EM (energia metabolizável).
NDT = PBd (proteína) + CNFd (carboidrato não fibroso) + FDNd (carboidrato fibroso) + EEd (gordura) x 2,25
Quando for > 41g de PM por Mcal de EM o animal vai depositar músculo e não gordura. Isso corresponde a uma dieta com 16-17% de PB. O que vocês precisam saber? Que se novilha ganhar até 700g não vai haver nenhum prejuízo para glândula dela, mas se ela ganhar mais você precisa checar a dieta dela (quando o produtor quer encurtar a IPP). O importante é ter o valor de PB da dieta na cabeça, isso é o básico. Essa complicação ocorre na fase de crescimento alométrico (quando a glândula cresce em uma proporção maior que o corpo – quatro vezes mais), que é dos 3 aos 9 meses de idade da novilha. 
O estudo compara 3 dietas, dietas com pouca, média e muita energia. Não encontrou nenhum efeito para quantidade de parênquima e gordura na primeira fase. Comprovação científica de que não há efeito. Agora o trabalho feito na UFV mostra que existe uma relação entre 3 e 9 meses que interfere. Isso foi feito para traçar uma relação que não provocasse prejuízo ao produtor. E para girolando? É diferente. Holandês você pode colocar 1kg de ganho que não tem problema desde que você ajuste a dieta. Mas no caso de Girolando ocorre alta deposição de gordura na glândula. Nesse caso mesmo respeitando a relação PM/EM o animal não pode ganhar 1kg/dia nessa fase. Girolando ainda necessita de maiores estudos, então ter cuidado nessa fase alométrica para girolando (3 a 9 meses). No caso deles é recomendado que o GMD fique em torno de 0,5 kg/dia. 
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11/09/18
MANEJO DE VACAS EM CONFINAMENTO
Quando a gente fala em confinamento a gente tá falando de um sistema que é mais caro. A instalação, a estrutura requer um tratamento maior. Em geral a gente sempre vai falar da Holandesa. No sistema de confinamento eu coloquei um sistema bem complicado propositalmente. Figura 2: é onde vaie star a cama, as vacas vão estar deitadas aqui. Essa estrutura no meio é para a vaca não ficar em pé e passar para o outro lado. Isso é feito para limitar o espaço de cada vaca na sua cama. Se você tiver construído essa estrutura de confinamento pro holandês grande e agora você tem o holandês médico a vaca consegue ficar em pé e virar, considerando que a parte traseira deve ficar virada para pista para ela defecar. Se ela vira, acaba defecando na própria cama. Então o ambiente de confinamento é muito poluído, enquanto no pasto é muito grande e as fezes não se concentram no mesmo local. Um grande problema para aumentar a CCS e índice de mastite na fazenda. Então esse é um exemplo de cama por colchão, do que é feito esse colchão? Areia, pneu triturado e uma lona por cima. Geralmente vem um funcionário retirar as fezes, joga cal dia sim e dia não para fazer uma desinfecção e lá no estabulo vocês vão ver que além da cal em baixo a gente jogar maravalha, que é uma serragem. Isso serve para manter os animais mais limpos. Se o animal defecar, a maravalha se adere nas fezes, ajudando a manter os animais mais limpos, reduzindo a CCS e índice de mastite. Na pista a gente tem o flushing, que é uma água suja que vai limpando enquanto vem uma pessoa com o rodinho empurrando as fezes para retirar o excesso. Há fazendas onde esse sistema é automático, realizado por uma máquina. O objetivo é manter a cama da vaca limpa. Qual a primeira coisa que você faz quando o CCS e índice de mastite é alto? Ver a cama da vaca.Existem basicamente 4 tipos de instalação: Free Stall, Compost Barn, Tall Stall e Loose Housing. 
Free Stall
Free Stall significa estábulo livre, o animal está solto e levanta quando quer. Existem as grades delimitando o local das vacas. A pista possui ranhuras para evitar escorregões e quedas. Um dos maiores problemas do Free Stall é o que acontece com o casco das vacas, o animal não era pra pisar nisso, e sim andar no pasto. O piso da construção é muito abrasivo para as vacas. Principalmente quando o animal está no cio os problemas acontecem, uma começa a montar na outra e ocorrem as quedas, gerando fraturas e outras lesões. A cama de areia é melhor ou pior? Melhor, mas tem um grande problema. Porque é um material inorgânico, então você precisa ter um separador de areia, já que não pode cair areia na chorumeira. E esse equipamento é caro, além da necessidade de ter que repor areia constantemente. Tem que ser uma areia limpa e de qualidade, não é algo fácil de encontrar. No caso da cama com lona, a durabilidade gira em torno de 3 anos, além da facilidade de encontrar o pneu para triturar. Lembrar que no Free Stall então existem duas camas: a de lona e a de areia. 
Loose Housing
A ideia dele é muito parecida com o Compost. A cama é feita de um capim passado, seco e de má qualidade para as vacas deitarem nele. A pista é onde tem o cocho, então nessa região se concentram as excretas dos animais. No Compost a diferença é que a gente revolve a cama duas vezes ao dia com um implemento, além de fazer uma compostagem de cama. Mas o material precisa ser maravalha ou casca de café, que gera um adubo de excelente qualidade. Isso funciona muito bem no pré-parto ou pós-parto de 7 dias no máximo. Mas principalmente pré parto, piquete de maternidade. Porque as bactérias que fazem a compostagem da cana são bactérias diferentes das bactérias que causam mastite. 
Tie Stall
	
Tie de gravata, porque os animais ficam amarrados, existe uma vaca para cada baia e elas não se movimentam. Qual a vantagem desse sistema? Por ela fica parada, você tem maior controle do consumo de alimento. Então é muito utilizada em torneios leiteiros e pesquisas. Não é o tipo de instalação que você vê a nível de produção.
Compost Barn (Compost Bedded Pack)
É a sensação do momento. Muitos produtores chamam de composto ou barracão. Observe que é uma estrutura toda fechada geralmente, com uma cama normalmente feita da serragem maravalha. O principal limitante é conseguir a cama, então é necessário o produtor fazer uma avaliação antes de implantar o sistema, para saber se ele vai conseguir a maravalha. E reposição da cama é de acordo com a necessidade, vou mostrar pra vocês qual o critério para uma boa cama. A cama que precisa ser reposta começa a formar placas, mostrando que existe muita matéria orgânica e umidade. Uma cama boa você tem a sensação de que ela está soltinha, fofa. O bem-estar das vacas é muito preconizado nesse caso e aumenta muito. Se a cama for bem manejada a CCS e índice de mastite é baixa, mas com um manejo ruim esses índices vão ser piores que em qualquer outro sistema. Ao contrário do Loosing House, no qual não se mexe nunca na cama, é feito o revolvimento da cama em dois momentos: manhã e tarde (os momentos em que as vacas foram para a ordenha), e aí o trator passa fazendo a incorporação do material já presente com o material novo. De acordo com a imagem (slide) deve ter 7,44 m2 por vaca, no Free Stall preconiza-se 8 m2 por vaca. Esse valor encontrado na imagem está errado, serve para os EUA onde tem regiões frias e secas. Quando a gente está em janeiro, período chuvoso, a cama no Compost (principalmente se não for fechado, a maioria dos Compost tem aberturas laterais) fica uma meleca por causa da umidade. A recomendação para o Brasil é de 12-20m2. Quanto mais quente e úmido o local, maior espaço a vaca precisa. Se a gente pega a região de MG, na época do inverno, a gente poderia até trabalhar com um valor de 8-10 m2, mas a gente recomenda 12 m2. No verão você coloca menos vacas e no inverno coloca mais, uma vez que o espaço é fixo. A gente vai ver que um dos pontos mais importantes do manejo é o loteamento, colocar vacas similares em produção de leite agrupadas. 4 vacas = produzindo 20kg / 3 (proporção 3:1, para cada 3 kg de leite, 1 kg de ração) = 7 kg de concentrado. Então cada vaca deve consumir 7 kg de concentrado por dia x 4 vacas = 28 kg. Então 14 kg em um momento do dia e depois mais 14 kg no outro. Aí se a média de produção de uma vaca for discrepante para a outra, você está alimentando incorretamente. O certo é ir refazendo o loteamento das vacas a cada 15 dias, porque a produção varia com o tempo, pode aumentar ou cair. Então quando a gente fala em Compost, a gente quer animal limpo. Primeira coisa pra ver se está tudo bem em uma fazenda é ver se os animais estão limpos. A ventilação é muito importante, por isso não existe Compost sem ventilador. O ventilador seca a cama da vaca. 
MANEJO DA CAMA: 0,5 a 0,6 m de cama para o início, e a nova cama de 5-20 cm para fazer o reajuste dela, quando começar a acumular umidade. E a limpeza do Stall é feita de 1 a 2 vezes no ano. Então o adubo que está sendo produzido será retirado de 1 a 2 vezes no ano. 
AERAÇÃO DA CAMA: fazer quando os animais estão na ordenha. Começar junto comum a nova cama, de 25-30cm, misturando nas duas direções. Cultivador, sub-solador e enxada rotativa são equipamentos necessários. É necessário um equipamento pesado e compactação. Mas depois da compactação tem que fazer a descompactação para aerar de fato a cama. 
> Por que não funciona sempre? A posição tem que ser leste-oeste, então na posição errada o sol bate em locais ruins para os animais. Problemas comuns: regiões sem vento, pé direito baixo, lanternim amplo que permite entrada de chuva, densidade de vacas, o material da cama (o melhor é maravalha, o segundo casca de café, e terceiro o bagaço de cana – que é evitado ao máximo), mistura inadequada, compactação excessiva, regiões muito úmidas e frias. 
> Como você checa se está bom? Verificando a temperatura da cama, numa profundidade de 10-15 cm: deve ser entre 43 – 65 ºC. Você vê até saindo fumaça, que é algo positivo, significa que está de fato elevada a temperatura. Não pode estar frio, porque senão não está tendo a compostagem da matéria orgânica pelas bactérias. A maciez (“fofinhez”) da cama é essencial também. A distribuição das vacas é importante, se você vê várias vacas acumuladas em uma mesma região é sinal de que a cama está ruim em outros pontos. Checar CCS (300-400.000 para baixo) e mastite subclínica (teste da raquete, análise subjetiva da mastite subclínica). A gordura e CCS ficam na parte superficial de glândula, então você precisa retirar todo o leite para depois tirar a alíquota para realizar o teste. 
Free Stall x Compost: ainda não há estudos conclusivos sobre Compost (CB) versus Free Stall (FS). Um estudo com produtores que fizeram a transição do FS para CB nos EUA foi feito, e muitos não viram mudanças. Por mais que se venda a ideia de que o Compost vai reduzir CCS e mastite, não necessariamente, porque o manejo é muito complicado. No final das contas a vaca está deitando nas próprias excretas, então quando você tem uma cama de muito tempo de uso por exemplo, é muita sujeira. O que fica de informação é que só melhora de Free Stall para Compost quando a cama é muito bem manejada. Na segunda pesquisa, foi feita com a CCS em ambiente controlado. No terceiro estudo avaliou-se a PL e CCS, foi feito com mais de 300 vacas. A diferença de PL foi de 1,6 litros. Multiplicando 1,6 x 300 vacas x 305 dias de lactação, quanto foi o ganho dessa fazenda? 146.400 L/leite a mais. Multiplicando isso pela média de valor do leite (R$ 1,50), dá um lucro de R$ 210.000 por ano. Em 10 anos, a conta se paga porque custa 2 milhões aproximadamente para fazer a transição para um Compost Barn para esse número de vacas. O custo para construir um Compost é menor que o Free Stall, porém o custo de manutenção é superior. 146.400L x R$ 0,03 (bonificação pela CCS menor, é de 3 centavos a mais por litro de leite) dá R$ 4.380 a mais, juntando com o lucro de R$ 210.000. Dá muito pouca coisa essa conta. 
Motivos para descarte: vaca que não emprenha, baixa produção, vaca com mastite, problemas locomotores. [GRÁFICO NO SLIDE] antes do Compost e depois do Compost. Pela melhora nas condições de locomotor e reprodução (piso abrasivo, bem-estar), esses motivos de descarte diminuem quando é feita a transição para o Compost. Então o motivo de descarte passa a ser pelo que tem que ser mesmo, que é baixa produção de leite e perfil leiteiro. 
Cochos: vocês vão ver cochos de tudo quanto é tipo. O cocho tem que ser na mesma altura ou um pouco acima do que está na pista. Há locais em que se coloca azulejo por ficar mais liso, mais fácil de limpar e por questões estéticas. A vaca tem o hábito de empurrar a comida, porque ela seleciona as partes melhores. O X da questão é você passar com o rodinho levando a comida de volta pra ela. Se você não quiser ter esse trabalho constrói um murinho, a dificuldade nisso é ter que tirar a sobra, que o murinho dificulta. Você não pode misturar comida velha com comida nova! As vacas rejeitam. 
* Detalhes: o posicionamento da comida, se você não usa todo o espaço e concentra o alimento em uma área só, apenas a vaca dominante vai comer e as outras são vão se alimentar quando ela terminar. Tem que distribuir a comida, esse é um grande erro. 	
CONTINUAÇÃO
18/09
Escore de Higiene
No sistema de confinamento a gente trabalha com 4 tipos de instalações que já vimos em aula, e o mais abordado foi o Compost Barn. Escore de higiene é uma nota que a gente dá pra higiene da vaca, observando que é importante a cama estar limpa. A partir do 3 já merece atenção, no escore 3 ela está suja, com pequenas pontuações de esterco. Qual o problema disso? É que essa vaca suja na hora da ordenha é um risco de mastite, quanto maior esse escore, maior o risco. Se ela está com escore 4 o ordenhador vai querer lavar a vaca no momento de ordenha, vocês acham isso correto? Não é o que deveria ser feito. A gente pode lavar a vaca, mas não dessa forma. Aí coloca a ordenhadeira, a água escorrendo pelo corpo da vaca vai entrar dentro da teteira, contaminando o leite e gerando uma CBT muito alta. Então jamais devemos lavar a vaca no momento da ordenha. 
Escore de cocho
 dieta das vacas é ad libitum (à vontade). O escore de cocho nada mais é que avaliar quanto sobrou de alimento de um dia pro outro. O escore 0 é sinal de que as vacas provavelmente passaram fome. Até 2,5% de sobra é escore 1. Lembrando que é uma análise subjetiva e deve ser, portanto, feita pela mesma pessoa. No escore 2 é quando sobra até 5%, que seria o ideal: não sobrou muito, mas uma quantidade a ponto de ter certeza de que a vaca não passou fome. Você pode reaproveitar a silagem que sobrou, lembrando que se deve analisar para que a silagem não esteja muito quente, porque se estiver pode já estar acontecendo fermentação. Mas se estiver fresca, você pode oferecer por exemplo para novilhas que estão em crescimento. Um escore 3 significa que provavelmente há um excesso de alimentação, pois está sobrando muita comida (até 10% das sobras). Para vacas de alta produção em lactação devemos ter um escore 2. Eu queria que vocês gravassem três: o escore 0, que para vaca é ruim. O escore 2, que é o ideal. E o escore 5, que é o alimento intacto. No caso do 5, mostra que o animal pode estar doente. 
Agrupamento
Qual é principal razão de eu colocar seis vacas em um mesmo lote? Nível de produção de leite, considerando que o alimento dado varia conforme essa produção. Vamos supor que temos vacas que produzem 20, 30, 40, 10, 20, 50 litros. Isso divido por 6 (número de vacas), dá uma média de 28,33 L/dia. Dividindo por 4, que é a proporção*. Então 28/4 dá 7 kg de ração. A que produz 10 L está recebendo mais do que merece, enquanto a de 50 L está recebendo menos do que precisa. 
* Existem as proporções 3:1 ou 4:1, para cada 3 ou 4 litros de leite, você dá 1 kg de ração.
O primeiro critério então é a produção de leite. Mas é interessante ver o reprodutivo também, para não misturar as vacas gestantes. Se todas as não gestantes puderem ficar no mesmo lote é o ideal, aí você pode analisar o cio dos animais. Quando você tem uma vaca não gestante e uma gestante, o animal que entrar no cio vai atrapalhar a vaca em gestação. De 15 em 15 dias em média ou a cada mês é feito esse loteamento das vacas. Mas você tem que fazer o controle leiteiro, que é ver quanto a vaca está produzindo. Se a fazenda tem um medidor automático de produção, faz a cada 15 dias. Se a fazenda é menor e não possui esse recurso, a cada mês. Vai ter vaca comendo mais que a outra? Sim. Outro critério que podemos adotar então é o tamanho da vaca, porque você pode ter uma vaca de 700 kg produzindo 30 litros de leite e uma de 500kg produzindo 28 litros. Então é um lote não homogêneo quanto a tamanho. Outra estratégia: quando a gente faz um lote, vocês viram lá no estábulo, repararam quantas camas tem? São seis de um lado e seis de um outro, cabendo 12 animais. Se eu coloco 12 animais nesse mesmo espaço tem chance de dar conflito? Sim, porque a briga vai acontecer na hora que elas vão comer, uma empurra a outra. Então é interessante trabalhar com um número menor de vacas, 8 seria um tanto ideal para esse espaço. Outro critério é o DEL (dias em lactação/período de lactação), até os 100 dias de DEL a produção de leite está só aumentando na curva de lactação. Ela vai parir com produção de 15 L mais ou menos, aí chega em 40-50 L e depois vai caindo. Para esses animais a gente costuma fazer uma ração chamada desafio, que significa que você está desafiando a vaca nesse período de aumento de produção, em vez de trabalhar com a proporção 4:1 você trabalha com a proporção 3:1. Então ela come mais ração, você está dando uma melhor condição para ela produzir mais. Ou seja, aqui ela come mais ração e de maior qualidade em relação a outras categorias. Dieta com mais nutrientes, aminoácidos, etc. Então você pode usar o DEL como um critério de ajuste, dividindo de 0-100 (desafio), de 100-200 (intermediário) e de 200-300 (gestantes, queda da produção de leite). 
Outro critério, fazer ajuste da produção de leite corrigida para 4% de gordura. Por que isso? Ao longo da lactação, o teor de gordura varia mesmo com a mesmo volume de leite produzido (PL). Então existe essa fórmula (slide), vocês não precisam saber ela, só entender o que é levado em conta para calcular. Outra forma é o Mérito Leiteiro (ML), que é uma fórmula mais simples, que considera o peso corporal do animal. A gente teme também o Método Cluster, que é um software que permite refinar ainda mais o critério de agrupamento. Quem faz isso? Fazendas com 300 a 400 vacas em lactação. Assim o sistema computadorizado te acha um lote ideal. O escore corporal (ECC) é outro critério como estratégia para tirar um animal muito gordo de um lote que está recebendo muita ração, para um lote que está recebendo 5 kg de ração em vez de 7kg, assim ela vai perder peso. Há também a ordem de lactação, separando as vacas em primíparas e pluríparas. 
(Na prova geralmente a gente dá uma lista de animais - uns 40 - com a produção de leite, escore corporal, dias em lactação, se é primípara ou plurípara. E a gente pede para dividir em lotes esses animais. Primeiro, você deve fazer uns 3 ou 4 lotes na prova. 40 animais em 4 lugares diferentes. Primeiro pela produção de leite, depois você vê o que dá ajustar melhor com as características.) 
O CCS é outro critério, deixa-se as vacas com CCS alto para serem ordenhadas por último. E não coloca o leite no tanque, dá ele para fêmeas acima de 30 dias de vida e para machos. Abaixo de 30 dias o animal está mais susceptível a diarreias. Se sua fazenda não tem problema com CCS alto, você não usa esse critério para agrupar, desconsidera ele. Essa também é uma questão interessante para a prova. Staphilococcus aureus é o maior problema para a CCS alta, mas isso ficapara outra aula. 
Transferência de grupo
Quando você muda os animais? Após a ordenha, na volta você os coloca em um novo lote se for necessário, assim reduz o stress.
Importância de misturar a ração (TMR – total mixed ration) 
Tudo que está em vermelho mostra que quando misturou a ração e o volumoso as vacas comeram mais (slide), apenas no primeiro caso não se viu muita diferença porque o tipo de forragem era polpa de abacaxi, que é muito palatável por si só. Todos os outros em vermelho são trabalhos que acharam uma relação positiva entre misturar ração e volumoso e aumento na produção de leite. Agora vamos entender a questão do pH ruminal, se eu deixar separado o volumoso da ração, qual ela vai preferir? A ração/concentrado. Então imaginar um gráfico de pH variando em função das horas.
O ruminante tem que comer volumoso, o pH ruminal não pode se manter em uma variação tão baixa (entre 4 e 5). Considerar a FDN, composta de celulose, hemicelulose e lignina, sendo as duas primeiras as que podem ser aproveitadas. Elas só podem ser aproveitadas se as bactérias celulolíticas que degradam a fibra estiverem trabalhando, que é em torno de 6). Se você não tem degradação de fibra porque não tem esse pH, ocorre um enchimento ruminal (a fibra está ocupando espaço no rúmen) e reduz a taxa de passagem, a comida fica mais tempo no rúmen e passa mais devagar, então chegam menos nutrientes no intestino e a produção de leite cai. Também tem a questão do valor nutricional do leite, o acetato é o precursor da gordura do leite, que é produzido quando o animal come volumoso. Então quanto mais volumoso eu dou, mais C2 (acetato) é produzido. E quanto mais concentrado eu dou, mais C3 (propionato) é produzido. Para o volumoso virar C2 ele precisa ser quebrado, então nesse caso de separar os dois componentes você também tem uma menor quantidade de gordura no leite. Logo, quando você dá a ração separada do volumoso ela come menos, produz menos e esse leite tende a ter menos gordura. 
Agora no caso da produção de leite em geral: a lactose é um fator limitante da produção de leite, quanto maior lactose, mais leite. O rúmen produz propionato (C3, da produção de concentrado) que no fígado vai ser convertido em glicose. Considerando que a lactose é composta por glicose e galactose (composta por dois dímeros de glicose), o propionato é o precursor direto do leite propriamente dito. 
Frequência de fornecimento
Lembrar que estamos falando aqui de confinamento, e que a frequência de fornecimento depende da quantidade de ordenhas. 
Segundo a tabela (slide) quando eu dou mais tratos (trator no silo, buscando silagem, etc) estimula a vaca a comer mais, quanto mais ela come mais ela produz. Mas será que é vantajoso do ponto de vista financeiro? A gente não tem uma resposta pra isso, porque cada fazenda tem um custo de produção, mas geralmente não vale a pena fazer mais tratos que o número de ordenhas. Nas regiões mais frias do Brasil, com o uso de produtos para evitar as micotoxinas, faz apenas um trato por dia, fica mais em conta. E na hora da ordenha alguém vai lá e empurra a comida. Push up é o nome disso. Sim, fornecer mais tratos aumenta o consumo, que aumenta a produção de leite. Mas vale a pena? Depende. Do custo de mão de obra, de equipamentos, etc. 
Efeitos da frequência sobre o pH ruminal
[gráfico slide]
Se você dá menos tratos o pH varia muito, cai demais e demora a voltar ao pH da atividade das bactérias celulolíticas. Ou seja, menos produção de leite por causa da taxa de passagem reduzida (como explicado no gráfico de TMR).
Espaço de cocho
Se eu falar pra você construir um Compost Barn com uma metragem X, aí você construiu de um jeito (1) e seu amigo fez de outro (2). Esse espaço tem que ser em torno de 80 centímetros, porque o animal precisa de um mínimo de área para alimentação visando fornecer espaço para o maior número de animais. Se você não faz isso apenas as vacas dominantes comem (no caso 1, construção com área de alimentação estreita), e a outras vão comer só depois. 
Frequência de ordenha
Limita-se a permeabilidade da membrana em passar nutrientes (glicose, aminoácidos, β-hidroxibutirato, glicerol) pela glândula mamária. Se eu fizer ordenha a cada 5 horas, é quando a permeabilidade está maior, então os nutrientes passam mais. O interessante seria nesse intervalo, mais do que isso a permeabilidade de membrana cai e a quantidade ordenhada diminui. Foi esse estudo (slide) que estipulou 5 horas, após isso a PL cessa. Por isso surgiu a ordenha robótica, você coloca um chip na vaca e ela vai ser ordenhada quatro, cinco vezes ao dia, que vai estar dentro das 5 horas estipuladas (não é uma realidade no Brasil ainda, chegou tem pouco tempo).
Exemplo clássico: se eu tenho duas ordenhas (é o que ocorre normalmente, 6h e 16h, para o funcionário acabar até 18:30h) e passo para três, eu aumento cerca de 20% na produção de leite (para vacas holandesas confinadas). Uma vaca produz 20 L de leite, mudando para três ordenhas passa a produzir 24 L. Mas talvez isso não se pague, considerando que será necessário pagar um funcionário para fazer essa terceira ordenha, custo do pré dipping e pós dipping, e custo de ligar os equipamentos da ordenha. A gente recomenda a terceira ordenha para fazendas com produção de 30 e 40 L, que em vez de produzir 40 passa para 48, em vez de 30 passa para 36. Nesse caso a conta se paga considerando esse funcionário que terá que ser contratado. Em quais horários? 6h, 13h, 20h. 
CONTINUAÇÃO
19/09
Tipos de ordenha
1. Balde ao pé
Sistema rústico muito encontrado em Minas, geralmente tem uma linha de vácuo, acopla uma mangueira conectando ao balde, posiciona a teteira e após peiar a vaca (contenção com laço nos membros pélvicos). O funcionário deve ficar abaixado para fazer o procedimento, algo muito cansativo e que causa problemas de saúde nos ordenhadores. Eu não vou falar da ordenha manual porque a NRC não recomenda, quanto menos contato manual, menos contaminação.
2. Espinha de peixe
O ordenhador se posiciona no fosso, abaixo do nível do solo onde as vacas se encontram. A teteira é posicionada. Recomendada para rebanhos menores, 100 a 200 vacas em lactação.
3. Em paralelo
Ocorre de maneira análoga ao tipo espinha de peixe (ordenhador no fosso), porém é recomendado para rebanhos maiores. 
4. Carrossel
Vacas são ordenhadas simultaneamente, sistema extremamente caro, porém requer pouca mão de obra. Presente em fazendas altamente tecnificadas. 
5. Ordenha robótica 
Nesse sistema a vaca tem um chip e entra na máquina para ser ordenhada na hora que quiser. É possível cadastrar para cada vaca um número máximo de vezes para ir na ordenha. 
Sistemas automáticos de ordenha
A gente passa por um momento onde precisa de mão de obra no campo e não encontra. A partir de então as empresas passaram a estudar e desenvolver equipamentos automáticos para não precisar de mão de obra extra. 
Vamos fazer uma conta de exemplo, se eu tiver 60 vacas em lactação (com média 30 L/dia) que é o que o robô atende, vamos precisar de quantos ordenhadores? Vamos colocar 3 pessoas. Vai sair pra mim a R$2.400 porque tem 13º, férias, salário, etc. Com você tem 3 funcionários, 2400 x 3 = 7200 x 12 (meses) = R$86.400. Se eu colocar 6 anos, quanto vai dar? R$ 518.400. 
Aí você vê que vale apena, no sistema automático existe um aumento médio de 3,5 kg/d na lactação para vacas que produzem cerca de 30 kg. (Nessa parte aqui eu me perdi, nessas contas também, na hora parecia fazer sentido, mas depois entendi vários nada.)
180 * 365 = 65.700 
98 550 + 86.400 = 190.000 (aprox.) x 3 (anos) = 550.000
O ajuste do arraçoamento (quantidade a mais que você vai fornecer pra vaca) é feito pela própria máquina. 
Curva de lactação
A vaca vai estar parindo produzindo em média 20 litros de leite, a partir dos 50 dias vai chegando ao seu limite produtivo, apensar de que isso varia de vaca para vaca. 
Estudo da curva de lactação: melhor entendimento do sistema produtivo. Uma vaca com boa persistência é uma vaca quenão cai tanto sua produção depois do pico (persistência acima de 90%). Exemplo: a vaca produzia 40 L no pico (90 dias), então quando ela tiver 120 dias vou mensurar de novo, se ela continua com 40 L a persistência foi de 100% a persistência. Se caiu para 36 L foi 90% de persistência. O pico de lactação acontece normalmente nas vacas holandesas de 60-80 dias pós-parto. Em torno de 20 L é a produção inicial. E produção total (caiu na P1 inclusive), quando falo que a vaca produziu 10.000 kg de leite na lactação, sendo o período de 305 dias. Vocês já sabem que uma vaca de 10.000 kg é uma vaca holandesa boa, se fosse 4.000 kg seria uma vaca holandesa ruim. A lactação da vaca pode durar até 600 dias, porque só vai cortar o leite quando ela estiver perto do parto (60 dias antes), então se você demora a emprenhar a vaca ela vai continuar produzindo leite. Por isso é feito nas contas uma correção para 305 em vez de 365 dias. Na prova quando isso cai eu paço para fazer as curvas de lactação colocando essas informações e colocando as raças, isso costuma cair. (Ela fez no quadro direitinho, mas o que eu fiz ficou meio merda)
HOLANDÊS
JERSEY
GIR
GIROLANDO
 
O que você tem que botar na hora de fazer o gráfico? A produção inicial, a produção total que é a área do gráfico, o pico de lactação e a persistência é mais difícil de demonstrar graficamente. Se você vai mostrar outra raça o pico é diferente (60 dias) pra uma Jersey, por exemplo, enquanto pra Holandesa era 80 dias. No caso de Girolando e Gir não tem pico, porque raças zebuínas já vão parir produzindo muito leite e depois vão só reduzindo. 
Curva de lactação
Fatores que influenciam as características da curva de lactação (slide). A duração da lactação (voltada pra a questão genética), a gestação (e a vaca tem que ser secada), período de serviço (a vaca pariu, quantos dias serão necessários para ela emprenhar de novo?).
Uso de bST
bST é somatotropina bovina, ou seja, hormônio do crescimento. Qual argumento você daria pra uma pessoa que diz que você não pode beber leite porque tem hormônio nele? Se tiver o hormônio bST no leite ele não é absorvido, é uma substância proteica que será desnaturada em pH ácido do estômago. Além disso o b é de BOVINO, a sequência de aminoácidos é diferente do hormônio de crescimento humano, os nossos receptores não entendem o bST como similar, não há reação com os receptores. 
Por que a gente aplica? A gente tem uma maior captação de glicose pela glândula mamária por meio do bST, a vaca produz mais leite. Quando usar? Após o pico de lactação. Economicamente falando, só é viável para vacas que só produzem acima de 20 L por dia, então não são todas as vacas do rebanho que vão receber bST, e o escore corporal precisa estar adequado (2,75 a 2,25). Como a girolando não tem pico específico, a gente espera uns 10 dias e aplica o bST. A ideia do bST é aumentar a persistência, em vez de fazer uma queda brusca na curva de lactação, que seja mais suave (parte em verde escuro). Recomendações: 500 mg a cada 14 dias e por 6 doses, e você teoricamente não pode dar bST a vida inteira.
Marcas: o Lactotropin tem veículo oleoso, então a liberação é lenta e contínua, enquanto no Boostin o veículo é aquoso, o efeito é muito rápido. Não há diferença até então na produção de leite por lactação. O trabalho publicado que mostra que o Lactotropin é mais eficiente que o Boostin é financiado pela própria empresa que o produz, então não é muito confiável isso. 
Manejo da vaca seca
A gente precisa de um cuidado especial com elas. Geralmente as vacas secas ficam no pasto, porque é mais barato, para otimizar o sistema é isso que faz geralmente. 60 dias de período seco é o período ideal para a involução de toda a estrutura alveolar para gerar posteriormente a formação de novos alvéolos. Porém há produtores que querem reduzir o período seco para menos de 60 dias. Se você tiver que recomendar menos de 60 dias, o que fazer? Pode haver vacas excelentes que não tiveram mastite, com escore ideal, que já estão preparadas de fato para uma nova lactação. Como isso é difícil acontecer, a gente não aconselha essa recomendação. Mas quando as vacas estão boas a gente até recomenda 50 dias de período seco em vez de 60. Se a vaca estiver produzindo MUITO, por exemplo. O que é esse muito? Se ela estiver produzindo 20 litros e eu ordenhá-la por mais 10 dias, vou ter 200 L de leite a mais. Por que 10 dias? Porque o normal de período seco é 60. Então você seca com 50, aproveitando 10 dias essa produção de 20 L (200L). Para secar você provoca um stress nutricional, você modifica a alimentação dela. Vou fazer o processo de stress: vou cortar todo o concentrado por 2 dias até ela ir reduzindo a produção, se assim ela cair de 20 L pra 5 L, tudo bem. Mas se ela mesmo assim continuar produzindo, eu corto o volumoso dela.
Outra simulação: a vaca tem 62 dias, está dando 7 litros de leite. Com 2 dias de estresse ela caiu para 5L. Só vou deixar ela com leite por mais tempo se estiver produzindo muito (entre 15-20L). Mas se a vaca tiver histórico de mastite você não faz isso! Ela precisa de um tempo para se recuperar.
Período seco
Período de repouso: regeneração da glândula mamária, involução e remodelação. Fazer o tratamento da vaca seca e observar o escore corporal. 
Período de transição: adaptação a dieta pós parto, visando prevenir distúrbios metabólicos. 
Manejo de secagem:
Vacas com PL < 5 L/dia: normal. 
Vacas entre 5 a 10 L/dia: cortar o concentrado.
Vacas com mais de 10 L/dia: cortar também o volumoso
Terapia da vaca seca
Usar o “antibiótico da vaca seca”, para vaca com CCS alta o momento de tentar curar é na secagem. Usa-se o Cepravin com o Micotil. Ao secar uma vaca a gente coloca uma bisnaga em cada teto (R$8 cada bisnaga, aproximadamente R$40 para tratar cada vaca), esse antibiótico vai sair lá no colostro. No Brasil a gente aplica o antibiótico vaca seca em todas as vacas, agora só que isso está começando a mudar por causa dessa questão de resistência com antibiótico. Mas aí você precisa monitorar cada vaca, verificando a CCS delas individualmente. 
Uso de selantes
Não é antibiótico, faz uma proteção para evitar a entrada de microbiota pelo esfíncter. Ele forma uma camada que faz bloqueio para os microrganismos, e ela vai sair quando? Junto com o colostro, recomenda-se retirar essa camada do leite, dizem que não tem problema o bezerro consumir esse selante misturado no colostro, mas é melhor não confiar e retirar. 
MANEJO DE VACAS A PASTO
25/09
É um sistema muito mais complexo em relação ao confinamento. 
Se eu quiser trabalhar com animais mais holandesados no pasto, é necessário investir em mais espaços com áreas sombreadas, seja plantando árvores ou fazendo sombrites. Os produtores gostam de integrar com o eucalipto porque podem vender a madeira depois. A pasto a gente tem raças mais “giradas”. Girolando, pode ser meio sangue, 2/4, ¾, etc. Se eu colocar muitos animais na área de pastagem não vai produzir muito leite, porque vai faltar alimento. O custo de 1 kg de pasto gira em torno de 3 centavos, enquanto 1 kg de silagem de milho no cocho custa 10-15 centavos. Se a gente analisar todos os custos para implantar um sistema de pastejo, vamos ver esses valores:
0,03 kg/pastagem -> produção média de 15 L/dia
0,10-0,15 kg/sm -> 30 L/dia
O custo é menor, e a intensividade também é menor (baixo desempenho produtivo). Há características favoráveis ao desempenho desse sistema no Brasil, há temperatura adequada para o crescimento de gramíneas do tipo C4 (regiões tropicais, enquanto C3 é de regiões mais frias, de clima temperado, que tem maior qualidade apesar da menor produção), que possuem maior produção e menor qualidade em comparação com a C3. Exemplos de C4: Brachiaria, Panicum (Mombaça). Quando eu falo de qualidade eu me refiro a dois pontos principais: proteína bruta (PB) e digestibilidade (menor que C3). Figura mostrando área de pasto não piqueteado. Quando a gente fala de vacas de leite, a primeira coisa que a gentedeve fazer é piquetear. O que é isso? Fazer divisões. Porque se você não faz isso dá muitas opções para a vaca se deslocar e pastejar, a distribuição das gramíneas fica irregular, o que para um sistema a pasto não é o ideal comercialmente. O principal manejo dessa foto então é dividir a área em piquetes. Na segunda foto é mais um exemplo do que não fazer, na terceira também. Não adianta você colocar um animal solto e falar que isso é manejo no pasto, é preciso fazer certos manejos, disponibilizar alimento o suficiente para garantir o bem-estar. Quando aparece várias “casas” de cupim é sinal de solo acidificado, você precisa corrigir o pH do solo. Qual a melhor maneira de evitar a degradação do solo? Plantar gramínea, a Brachiaria é muito recomendada no Brasil por sua facilidade no manejo. 
1 há = 10.000 m2. Eu tinha essa área, em vez de deixar essa área assim eu faço divisões, piqueteando. Colocando divisórias de pequenas estatuas, e o que delimita essas regiões são cercas que dão choque. Em um dia você põe o animal em uma subárea, depois na outra, e assim por diante. Altura da entrada é de 70-80 cm. Onde tiver de 70-80 eu pinto de verde. O vermelho é altura de saída do Mombaça (saída dos animais, metade da entrada: 35-40 cm). E pinto de amarelo quando a altura é X (não peguei). Por que a saída tem que ser 40 cm? Porque se sobrar tipo 10 cm, não existe área foliar para que ocorra a fotossíntese da planta, e aí vai demorar cerca de 2 meses para voltar ao que era. Com 35 a 40 cm tem área foliar para que ocorra a fotossíntese e em 20-30 dias vai ter crescido. Se você deixa com 60 cm você está subaproveitando o material. 
Sistema sertanejo: PL = 55 L/d. PL/V = 5L/vaca/d
Sistema Família do Leite: PL = 250 L/d. PL/V = 13L/vaca/d
Isso com as mesmas vacas, quase 5 vezes o aumento da produção de leite. Em uma área de 2 ha, ou seja, pequena produção. 
Gráfico de produção de matéria seca (Brachiaria) em kg/mês, observa que chegando em julho tem menor produção, em agosto começa a aumentar de novo e dezembro volta a ficar alta. Ou seja, existe uma sazonalidade da Brachiaria. O que acontece em boa parte do ano em relação ao Brasil? Estamos próximos da linha do equador, a gente não sofre tanto com o efeito de variação de luminosidade e temperatura com a mudança das estações, no inverno a temperatura não cai tanto. A chuva é fator limitante para o crescimento da Brachiaria, então para compensar nos meses onde não chove, você implanta um sistema de irrigação. Outra alternativa é ter uma outra área alternativa com gramínea C3. Mas de qualquer forma, se você quiser ter pasto nessa área mais seca do ano (para região sudeste, estado de SP para cima) vai demandar uma irrigação. 
simplificando: 1 vaca tem PL = 13 kg/d e o CMS = 12 kg MS/dia. De acordo com esses dados eu consigo verificar quantas vacas colocar no pasto em cada época do ano.
Então passos importantes: correção do solo, piquetear pasto, controlar altura de entrada e saída, irrigar.
Exemplo: o produtor tem 20 ha de pasto, com 7 vacas/ha. Então 7 x 20 = 140 vacas no total. Mas ao mudar a época do ano há uma necessidade de 4 vacas/ha em vez de 7 vacas/ha. Ou seja, 4 x 20 = 80 vacas. Qual a opção nisso, e as 60 vacas que sobraram? Suplementar, ter áreas alternativas com capim-elefante por exemplo. A recomendação é você explorar o máximo no verão com as 140 vacas, e no inverno o que faltar você suplementa com volumoso e concentrado. Opções de volumoso: silagem de milho, cana ou capineira (capim de cana). Qual dá mais leite? Está na ordem certa do que foi citado, o primeiro é silagem de milho, e assim por diante. Se o produtor tiver áreas diferentes com esses três tipos, dar o de maior qualidade para as vacas de maior produção. 
Taxa de lotação: quantas vacas eu consigo colocar a cada hectare (ha). Geralmente a lotação é dada em UA (unidade animal), onde 1 UA = 450 kg. Se você estiver numa fazenda com gado girolando ele vai ter uma média de peso em torno de 450-500 kg. Durante as águas (de SP pra cima) a gente consegue colocar 8 vacas/há, na transição água seca (TAS) eu coloco 6. E na seca você coloca 4, enquanto na TSA (transição seca água) eu coloco 6 novamente. Os dois que serão cobrados pra vocês: Brachiaria e Panicum (Mombaça). 
No caso do gráfico da produção de MS para Panicum, a primeira informação que a gente tem é que a produtividade é superior. Só que chega perto de maio e até julho, o valor está negativo (modelagens estatísticas usada para experimento), mas vamos considerar que esse negativo é igual a 0 de produção. A gente consegue colocar menos vacas nesse período de seca. Você consegue colocar até 13 vacas em janeiro, por exemplo. Onde tem valor negativo (julho) considerar que são 0 animais também (slide 12, tabela 2). A taxa de lotação já muda:
A lignina tem baixa digestibilidade, quanto o pasto começa a ficar muito alto ele começa a lignificar, dessa forma o material vai ter uma alta concentração de FDN (principalmente lignina, não aproveitada pelo animal, diferente da celulose e hemicelulose que são parcialmente reaproveitadas). Além disso, a lignina se complexa junto com a proteína quando o pasto está “passando”, então mesmo que você tem uma análise boa de PB (aproximadamente 17%), essa proteína vai estar lignificada, então essa porcentagem não corresponde ao que vai ser disponibilizado para o animal. Mombaça e Brachiaria são perenes, pode durar 40 anos dependendo, desde que você corrija o pH do solo e faça o manejo correto. As gramíneas C3 são anuais, você planta e no outro ano tem que plantar tudo de novo. 
Brachiaria x Panicum: comparação entre as forrageiras (tabelas slide 13). O perigo em achar que Mombaça é melhor, é que a Mombaça cresce toda de uma vez, então se você tiver uma pluviosidade alta e condições bem favoráveis, pode ser que ele passe da altura porque cresceu demais. E aí você tem que entrar um uma roçadeira para fazer um rebaixamento desse pasto, o que é um desperdício de tempo. Enquanto a Brachiaria cresce em tempo mais lento, você tem mais tempo para colocar os animais nos piquetes sem que ela cresça tanto e passe dos limites. 
Principais espécies forrageiras tropicais
Agora vocês conseguem entender melhor porque o preço do leite sobe tanto no inverno. O nosso consumo de produtos lácteos aumenta nessa época e quando chega no momento de seca, o produtor não faz esse sistema que comentamos certinho. Então falta comida para os animais, tem menos produção de leite, chega menos no laticínio e provoca essa alta nos valores. 
Fatos
Panicum tem maior produtividade, maior taxa de lotação. Brachiaria sofre menos o efeito da sazonalidade. E quanto a qualidade? Qual o verdadeiro potencial da produção de leite? Pela tabela dá pra perceber que a variação na PL varia de 8,1 (Brachiaria bizanta) até 19,9 (Tifton-85). Mas todos esses sistemas dão ração pra vaca. Pensa no confinamento, a gente dá ração e volumoso. Porque no pasto a gente não tem tanta produção assim? Pensar nos aspectos fisiológicos, no rúmen a forragem vai ser convertida nos ácidos graxos voláteis: acetato (C2), propionato (C3) e butirato (C4). 
Na forragem o C2 fica em torno de 70% para forragem, 20% para C3 (propionato), C4 (butirato), 10%. É possível sim você colocar uma vaca vivendo no pasto com média de 20 kg/dia. Porém você precisa caprichar na suplementação. 
Experimento
Mostrando sistema rotativo com e sem suplementação. Quanto custa um kg de ração? Em média R$ 1,50. Eu dei 2 kg, gastei R$3,00. A vaca produziu 1,5 kg a mais, que dá R$ 2,25. Então eu gastei R$ 3 e ela retornou R$ 2,25. 
Quizz da mimosa: compensou dar os 2 kg de concentrado para a vaca produzir 1,5 kg de leite a mais? Sim. Por que? A vaca tem que dar leite e emprenhar. Aqui nesse experimento não avalia a taxa de prenhez. Quando você suplementa você fornece maiores nutrientes para ter uma taxa de prenhez maior. Então tenham uma mente bem aberta em relação a isso, ela tem que comer pra dar leite, manter a reprodução e crescer caso não tenha atingido seu máximo.Então a gente nunca pode esquecer da reprodução. 
CONTINUAÇÃO
26/09
(Começa no slide 24)
Primeiro passo no manejo de pastagens:
Três premissas básicas: 
Grande quantidade de forragem deve ser produzida. Para isso, piquetear, corrigir o solo, adubar e se possível irrigar, faz parte da conduta necessária. 
Grande parte da forrageira produzida deve ser colhida pelos animais. A raça girolando aproveita melhor o pasto que a vaca holandesa, mas existem exceções. Se você estiver em uma região fria ou de altitude muito elevada, você pode ter holandesas no pasto. Mas geralmente as raças que aproveitam melhor o pasto são gir ou girolando (raças zebuínas).
A forragem colhida pelos animais deve ser convertida em produto animal. Para ter uma forragem de boa qualidade, além de adubar, a gente tem que cuidar da altura de entrada nos piquetes. Por que? Se tiver em uma altura que passou de 1 m por exemplo, a parte colhida vai estar muito lignificada. Além de ter uma digestibilidade baixa, a lignina se complexa com a proteína e assim o animal não conseguirá, portanto, converter essa forragem em leite. 
Exemplo: gramínea muito alta, então tem baixa qualidade nutricional.
Exemplo: holandês pequeno não tem habilidade de pastejo, é muito reduzida. 
Se você quiser colocar novilhas, devem ser maiores, acima de 350 kg. Nesse caso da foto a gente tem uma novilha muito jovem, de cerca de 150 kg. Não é o mais adequado para o sistema de pasto. (Se fosse uma novilha girolando, aí seria diferente porque eles comem mais). A gente coloca uma estaca no meio do piquete e pinta as diferentes alturas de vermelho, verde e amarelo. O verde é a altura de 70-80cm, significa que o pasto está em uma altura boa.
A ideia é que o piquete tenha acesso a um corredor que dê para uma “praça de alimentação”, onde são colocados água e suplementos. 
Gravem sempre que a saída é metade da entrada. 90 cm é quando for vaca, se for novilha é 70 cm.
Pastejo rotativo
Como ele consegue com essa gramínea de produção inferior colocar tantos animais? Suplementando no cocho o volumoso e o concentrado. Se você tiver que colocar volumoso a mais, pode trabalhar com uma taxa de rotação maior do que a gente falou. Caso contrário, você tem que trabalhar com uma taxa de rotação menor. E é usado Azevém, que é uma gramínea C3 de alta qualidade. Quando for colocar o segundo grupo, coloca um grupo de novilhas ou cavalos. Primeiro você coloca apenas as vacas que estão dando leite. Aí ainda vai estar alto o pasto, então você coloca esse segundo grupo para rebaixar. Se o primeiro grupo for suficiente para rebaixar, aí não precisa desse manejo. 
Sistema de pastejo
A gente pode concluir que no sistema a pasto o objetivo principal é o lucro, e o que chama a atenção do produtor no sistema a pasto é o baixo custo (lembrar dos R$0,03/kg). Mas não tem como trabalhar com o pasto de forma extensiva, precisa intensificar: pastejo rotativo, irrigação, adubação, controle de altura de entrada e saída. 
O método de pastejo deve ser operacional e flexível, a gente tem produtores de leite que não conseguem manejar os animais em sistema rotacionado. Esse produtor consegue aproveitar o pasto para os animais, mas não de modo intensivo e aí precisa suplementar. Nessa questão de você mudar o sistema de pastejo rotativo para extensivo, é complicado. Se você achar que o produtor não vai conseguir implantar o sistema de rotação, você sugere esse sistema extensivo, já sabendo que não é a melhor produção. 
Podem acontecer duas situações, uma é o superpastejo. Nesse caso o pasto sai com 20 cm em vez de 40 cm, porque você colocou mais animais do que deveria. E o subpastejo, onde deveria ter colocado por exemplo 12 animais e colocou 8 animais, então não houve consumo adequado e o pasto fica alto. 
Esse gráfico basicamente significa que se pastejar de menos, está sobrando pasto. Se pastejar demais, está faltando.
Quanto mais animais, maior o ganho por área. Quanto menos ha, maior o ganho por animal. O certo é ficar no meio do caminho, você tem uma amplitude ótima e o pasto vai voltar a crescer a tempo.
Consumo de matéria seca (CMS)
Como eu vou saber quanto eu vou suplementar? Primeiro eu preciso saber quanto o animal come. De modo geral, um animal a pasto girolando consome 2,5% do seu peso corporal (PC) em pasto. Se o animal pesa 500 kg, a gente multiplica 500 por 0,025 = 12,5 kg MS/dia. 0,2 é a matéria seca do pasto (20%), dividindo 12,5 / 0,2 = 62,5 kg. Uma vaca por dia consegue comer esse tanto de pasto, é bastante coisa. No caso da silagem de milho tem 35% de MS, então o consumo seria diferente. Para holandesa, é de 1,5 a 2,0% do PC.
Então se a gente pegar as informações das equações do slide (que vocês não precisam saber), uma vaca de 450 kg produzindo 12 L de leite na 10ª semana e lactação, pelo NR consumiria 13,2 kg/dia. Mas pela equação de Santos para girolando, é de 9,7 kg/dia. 
VOCÊS PRECISAM DISSO PRA PROVA, PORQUE CAI ESSE CÁLCULO:
*Cálculo para saber quantas vacas a gente coloca em 1 ha: 
Se eu der pra vocês que o pasto é Mombaça. Qual a produção/ha do Mombaça? Olhar a tabela acima (slide 17). Se você colocar que a produção é 30 ton/há/ano, está certo. Tem que ser na faixa de 30-40.
Outra informação que eu vou dar pra vocês: são vacas girolando de 500 kg. Agora vou falar pra vocês que a eficiência de uso do pasto é de 80%. Também vou informar pra vocês que sazonalidade do Mombaça é de 90%. Lembra que eu falei que braquiária é menos sazonal que o Mombaça? Com essas informações: quantas vacas eu coloco por hectare no verão? Vocês já têm uma noção porque sabem a taxa de lotação, é cerca de 9, 10. Então se der algo muito diferente disso a conta vai estar errada. Mas a primeira pergunta é: quanto a vaca come de pasto? É para fazer a regra de 2,5% do PC. Então:
500 kg X 0,025 = 12,5 kg MS/dia
Já descobri quanto cada vaca tem que comer.
Agora eu tenho que descobrir quanto tem disponível: 30 toneladas (não ponho na prova, você escolhe 30-40 toneladas), só que essas 30 ton não serão utilizadas o ano todo. São 6 meses (verão-primavera). Então:
30 toneladas / 6 meses = 5 ton/mês
Só que essas 5 toneladas não estão totalmente disponíveis, porque o produtor ao mudar as vacas de lote, aumentando ou reduzindo, ele erra. E uma eficiência de 80% tem a ver com a eficiência do produtor em manejar o sistema. Então disso aí, só 0,8 vai ser aproveitado.
0,8 (80%) x 5 ton = 4 ton
Sobra então 4 toneladas. Mas agora você tem que considerar a sazonalidade:
4 toneladas x 0,9 (90%) = 3,6 ton/mês (3600 kg)
Voltando pro cálculo de quanto a vaca come:
12,5 (MS/kg) x 30 (dias) = 375 kg
3600 kg/375 = 9,6 animais
Fiz 30 piquetes. Se eu tenho 30 piquetes, eu vou ter um período de descanso = 29 dias e um período de ocupação = 1 dia.
Então deu 9,6 animais: trabalhe para menos, esses 9 animais no piquete vão ser transferidos para o outro no próximo dia, depois outro, e assim por diante. Mas não necessariamente segue a ordem, pode ser que tem um piquete que está na altura e outro não. Ou então a irrigação é irregular. No caso da Brachiaria é diferente, daria entre 7 e 6 animais. 
Suplementação
Vai depender de dois fatores principais: qualidade da forragem e do potencial do animal. Se o pasto estiver de baixa qualidade eu invisto em mais suplemento, e vice-versa. 
Efeitos associativo de suplementação (adição): em azul eu tenho apenas o pasto, sem suplemento. Esses 100 é a porcentagem. Ao fornecer o concentrado ela come a mais, cabe mais concentrado porque é mais palatável e digestivo, já que existe potencialização de digestão da fibra associando concentrado e volumoso.
Em outro caso a gente tem a substituição: Então o animal comia 100%, mas depois da suplementação, ele continua com o mesmo tanto de consumo, mas substituiu o consumo do volumoso pelo do concentrado. Ele vai dar mais leite com o suplemento? Sim, mas não mais que o primeiro. O mais vantajoso então até agora é o efeito de adição. 
Depois a gente tem substituição/adição: a gentevai ter um pouco de substituição, mas no final vai comer mais. Vai dar mais leite que o segundo, mas não mais que o primeiro. 
E gente tem o efeito de depressão, que é o pior. O animal reduz o que já estava consumindo por comer concentrado. E aí eu não vou entrar nos porquês, porque cada tipo de suplemento que a gente formula existe uma variação: com ureia, sem ureia, com soja, etc. Por que estão acontecendo esses efeitos? Porque são suplementos diferentes. Quer dizer então que o suplemento fornecido foi tão ruim que ele consumiu menos tudo. Geralmente é uma ração com muita ureia, aí vou estar intoxicando o animal, colocou mais do que ele consegue aproveitar. 
O melhor de todos é o estímulo: observem que eu dei menos ração (cerca de metade em relação aos outros gráficos), e o animal foi estimulado a comer mais volumoso. Ocorreu uma potencialização no consumo em 40%, esse animal produz mais leite a um custo mais baixo: você gastou menos com concentrado em relação aos outros, e ele come mais volumoso que é barato. 
Lembram daquela vaca do quizz? Da mimosa? Além da reprodução ter melhorado, olha como o peso corporal aumentou demais, então essa vaca pariu próxima de 500. Aquela vaca que você deu concentrado (CC), ela voltou para 520 kg e conseguiu emprenhar de novo mais rápido. No caso de sem concentrado (SC), levou mais tempo para ganhar o peso adequado para conseguir emprenhar novamente. 
Slide 55
Considerações finais sobre manejo a pasto:
É um potencial, mas é difícil. A tecnologia a pasto é uma das mais complexas, pra fazer o piquete funcionar bonitinho. E esse manejo depende do conhecimento e da experiência do produtor, não há espaço para amadorismo no pasto. E existe a necessidade de comprometimento técnico e acompanhamento constante.

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