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31 uJa\k&'&jdnilO fut.olcg'~ 1. PARIS,CAPITAL DO SÉCULOXIX :I< Os magasillsde rJollvealltés,os primeirosestabelecimentosa manterem grandesestoquesde mercadorias,começama aparecer.São os precur- soresdasgrandescasascomerciais,};:a épocasobrea qualBalzaces- creveu: "O grandepoemada(estaiageni1cantaassuasestrofesdecores;desdea Madeleineatéa portaSaint-Dénis"3.- As galeriassãocentroscomerciaisde mercadoriasde luxo. Em suade- coração,a artepõe-sea serviçodo comerciante.Os contemporâneosnão se cansamde admirá-Ias,Por longotempocontinuarama serumlocal deatraçãoparaos forasteiros.Um GuiailustradodeParisafirma: "Estasgaleriassãoumanovainvençãodo luxoindustrial,sãoviasco- berlasdevidroe como pisodemármore,passandoporblocosdepré- dios,cujosproprietáriosse reuniramparataisespeculações.Dos dois ladosdessasruas,cujailuminaçãovemdoalto,exibem-seaslojasmais elegantes,de modotal queumadessaspassagensé umacidadeem miniatura,é atémesmoummundoemminiatura", "As águassãoazuise as plantassãoróseas; doceé contemplaro enturdcccr. Passeia-se.As grandesdamasvãopnsscar; atrásdelaspequenasdamasvãosepassando."1 NGUYEN-TRoNG-Hmp,Paris capitalede Ia France. Rec/lei!de versoHanói,1897.PoésieXXV. As galeriassãoo cenáriodasprimeirasiluminaçõesa gás. A segundacondição parao surgimentodasgaleriasé dadapelospri- mórdiosdaconstruçãocomferro. Nessatécnica,o Empireviu limacon- tribuiçãoparaa renovaçãoda arteno antigosentidogrego.Boelticher, o teóricoda arquitetura,expressaumaconvicçãogeneralizadaquando afirmaque"o princípioformalda sabedoriahelênicahá de entrarem vigoremfunçãodasformasartísticasdo novosistema".O Empireé o estilodo terrorismorevolucionário,parao qualo Estadoé um fim em si mesmo.AssimcomoNapoleãoreconheceubempoucoa naturezafun- cional doEstadoenquantoinstrumentodedominaçãodaclasseburguesa, tampoucoos arquitetosdaquelaépocareconhecerama naturezafuncional do ferro,como qualo princípioconstrutivoprincipiaa suadominação naarquitetura.Nasvigasdesustentaçãoessesconstrutoresimitamcolu- naspompeianase nas fábricaselesimitammoradias,assimcomomais tardeasprimeirasestaçõesferroviáriastomampor modeloos chalés,"A construçãoadotao papeldesubconsciente."Nempor issodeixade co- meçara se imporo conceitode engenheiro,do engenheirooriundodas guerrasdarevolução,começandoentãoas lutasentreconstrutoredeco- rador,J::colePolytechniquee J::coledesBeaux-Arts, Com o ferroaparece,pelaprimeiravezna históriada arquitetura, ummaterialartificial.A istosubjazumaevoluçãocujoritmoseacelera no decorrerdo século.Istorecebeo decisivoimpulsoquandofica claro quea locomotiva,coma qualse faziamexperiênciasdesdeo final dos I. Fourierouaspassagens "As mágicascolunasdessespalácios moslramaoamador,portodososlados. nosobjetosqueexpõemseusportais: a indústria,rival dasartesmortais."2 NOllvea/lrtableallxde Paris.Paris.1828.I, p. 27. A maioriadasgaleriasdeParis surgeno decênioe meioapós 1822. A primeiracondiçãoparao seuflorescimentoé a altado comérciotêxtil. · Reproduzidode BENJAMIN.Waher.Paris,die HallptstadtdesXIX. lahrhunderts. en: -. GesallllllelteScllriftell.v. V, t. 1. Org. por Rolf Tiedemann.Frankfurt a.M., SuhrkampVcrlag,1982.p. 45-59. J ["DieWassersindblallund dieGewachsesindrosa;derAbendist süssanzus- chauen;/Mangehtspazieren.Die grossenDamengehenspazieren;hinterihnen ergehrl!sic:hkleineDamen."] 2["De cespalaisles colonnesmagiques/A I'amateurmontren!de toutesparts,! /D9I1Sles objetsqu'étalen!leursportiques,lQueI'industrieest rivaledesarts,"] 8[ULegrandpoemedeI'étalagechantesesstrophesdecouleuTsdepuisIa Madeleine jusqu'àIa porteSaint-Denis."] 32 33 "Cadaépocasonhaa seguinte."4 MICHBLET.Avenirl Avenir! originariamenteelasserviama finalidadescomerciais,comelesetornam moradias.O phalall.l'teresetomaumacidadefeitadegalerias.No rigo- rosomundodasformasdo Empire,Fourierestabeleceo coloridoidíHo do BiedermeierG. O seubrilhose mantém,aindaquemaispálido,até Zola. Esteacolheas idéiasdeFourierno seuTravail,assimcomoem Tllére.\'{!Raqllillsedespededasgrandesgalerias.Contrapondo-sea CarI Grün,Marx defendeuFourier,destacandoa sua"colossalvisãodosho- mens".Tambémfoi elequemchamoua atençãoparao humordeFou- der. Em seuLe'faJla,leal! Paul é defato tão afinadocomo pedagogo FourierquantoScheerbartemseuGlasarcllitektllr[Arquiteturado vidro] como utopistaFourier. anos20,sóerautilizávelsobretrilhosdeferro.O trilhosetomaa pri- meirapeçamontáveldeferro,sendoo precursordavigadesustentação. Evita-seo ferronasmoradias,maseleé empregadonasgalerias,salas de exposiçõese estaçõesde trem- construçõesqueserviamparafins detrânsito.Simultaneamenteseampliao campode aplicaçãoarquitetõ- nica do vidro. Os pressupostossociaispara o seucrescenteemprego comomaterialde construçãosó sãodescobertos,no entanto,100anos depois.Ainda na Glasarchitektur[Arquiteturado vidro]de Scheerbart (1914)eleapareceemtermosdeutopia. A formadeummeiodeconstruçãoque,no começo,aindaé domi- nadapeladomodoantigo(Marx), correspondemimagensnaconsciência coletivaemqueo novoseinterpenetracomo antigo.Essasimagenssão imagensdo desejoe, nelas,a coletividadeprocuratantosuperarquanto transfigurarascarênciasdo produtosocial,bemcomoasdeficiênciasda ordemsocialdaprodução.Alémdisso,nessasimagensdesiderativasapa- recea enfáticaaspiraçãodesedistinguirdo antiquado- masistoquer dizer:do passadorecente.Tais tendênciasfazemretroagiratéo passado remotoa fantasiaimagéticaimpulsionadapelonovo.No sonho,emque anteos olhosdecadaépocaapareceemimagensaqnelaque a seguirá, estaúltimacomparececonjugadaa elementosda prato-história,ou seja, a elementosdeumasociedadesemclasses.Depositadasno inconsciente da coletividade,tais experiências,interpenelradaspelo novo, gerama utopiaquedeixao seurastroemmil configuraçõesda vidq,desdecons- truçõesduradourasatémodasfugazes. Tais circunstânciastornam-serecognoscíveisna utopiade Fourier. Seuimpulsobasilarresideno surgimentodasmáquinas.Mas isto não seexpressademodoimediatoemseustextos:elespartemtantoda imo- ralidadeda atividadecomercialquantoda falsamoralpostaa seuser- viço. O phalansteredeveriareconduzirhomensa condiçõesde vidaem que a moralse tornassedesnecessária.Sua organizaçãoextremamente complexaaparececomo maquinaria.As engrenagensdas passiolls,a intrincadainteraçãodaspassionsmécallistescoma passioftcabalistesão primitivaselaboraçõesteóricasfeitas,por analogiacom a máquina,no ~mbitodapsicologia.Essamaquinariafeitadesereshumanosproduz Cocagne,o paísondecorreleitee mel,o primevosímbolodo desejo a quea utopiade Fourierdeuum novoalento. Nas passagensFourierviu o cânonearquitetõnicodo phalarzstere. A suareestruturaçãoreacionáriapor Fourier é significativa:enquanto 11. Daguerreou os panoramas "Sol, tomacuidado!"o A. J. WIERTZ.OC'/lvreslittéraires.Paris,1870.p. 374. Assimcomoa arquiteturacomeçaa seemanciparda arte coma construçãoemferro,assimpor suaveza pinturao fezcomos panora- mas.O apogeunadifusãodospanoramascoincidecomo surgimentodas galerias.Era incansávelo empenhode,medianteartifíciostécnicos,fazer dospanoramaspontosdeumaimitaçãoperfeitada natureza.Procurava- -sereproduzira alternânciadashorasdo dia na paisagem,o surgimento da lua, o fragar dascascatas.Davidaconselhaseusdiscípulosa dese- nharemos panoramassegundoa natureza.A medidaqueos panoramas procuramreproduzirna naturezarepresentadaalteraçõesenganosamente similares,elesprenunciam,paraalémdafotografia,o cinemamudoe o cinemasonoro. Contemporâneaaospanoramas,há umaliteraturapanoramática.A elapertencem:Le fillre desCent-et-UII,LesFrançaispeilltspareux- -mêmes,Le diableà Paris,La grandeville. Nesseslivrosprepara-seo coletivotrabaUlobeletrísticoparao qualGirardincriouumespaçocomo folhetimdosanos30. Eles secompõemdeváriosesboços,cujorevesti- mentoanedóticocorrespondeàs figurasplasticamentesituadasno pri- meiroplanodospanoramase cujo fundo informativocorrespondeaos cenáriospintados.Mesmodopontodevistasocial,essaliteraturaépano- GEstilo burguêsda primeirametadedo séculoXIX,à épocada monarquia.Foi umaformade"evasionismoromântico",numestiloidílicoe culto,masrespeitando a vigilânciapolicialdo absolutismo,Contrárioao estilo"império",ficouconhecido na Françacomoestilo"restauração",noqualvoltamaslinhascurvas,desaparecem osadornosdebronzee sebuscaa comodidadee a descontrnção.(N. doT.) o["So!eil,prendsgardeà toi!"]'["ChnqneépoquerêveIa suivante,"] 34 35 ramica.Pelaúltimavez,ooperárioaparecenelaforadesuaclasse,como umfigurantedeumidílio. Ospanoramasanunciamumarevoluçãonorelacionamentodaarte comatécnicaesão,aomesmotempo,aexpressãodeumnovosentimento devida.O moradordacidade,cujasupremaciapolíticasobreo mora- dordocampotantasvezessemanifestaaolongodoséculo.tentatrazer o campoparaacidade.Nospanoramas,acidadeseabreempaisagem. comomaistardeelao fará,demaneiraaindamaissutil,parao flânellr. DaguerreéumdiscípulodePrévost,o pintordepanoramas.cujoestabe- lecimcntoseenconlranaPnssagcmdosPanoramas.Descriçãodospnno- ramasdePrévosteDaguerre.Nomesmoanoeletornapúblicaa invenção dadaguerreotipia. AragoapresentaafotografianumdiscursonaCâmara,Prenunciao seulugarn8históriadatécnica,Profetizaassuasaplicaçõescientíficas. Os artistascomeçam,contudo,a debatero seuvalorartístico,A foto- grafialevaaoaniquilamentodagrandecorporaçãodospintoresderetra- tosminiaturais.Issonãoaconteceapenaspormotivoseconômicos.Em seusprimórdios,afotografiaeraartisticamentesuperioraoretratominia- turalpintado.A razãotécnicadissoresidenolongotempodeexposição, queexigiaa máximaconcentraçãodo retratado.A razãosocialdisso residenacircunstânciadequeosprimeirosfotógrafospertenciamà van- guardae delaé queprovinhaemgrandepartea suaclientela.A dian- teiradeNadaremrelaçãoaosseuscolegasdeprofissãocaracteriza-se emseuprojetodefotografaro sistemadecanalizaçãodeParis, Com isso,pelaprimeiravez,a objetivaousafazerdescobertas.Suaimpor- tânciasetornatantomaiorquanlomaisproblemáticasepercebesero carátersubjetivoda informaçãopictóricae gráficaemrelaçãoà nova realidadetécnicae social. A ExposiçãoUniversalde1855dedica,pelaprimeiravez,umaapre- sentaçãoespecialà "fotografia".No mesmoano,Wierlzpublicao seu grandeartigosobrea fotografia,atribuindoa elaa funçãodeiluminar filosoficamentea pintura.Comoseusprópriosquadrosmostram,eleen- tendiatal"iluminação"nosentidopolítico.Wiertzpodeserconsiderado o primeiroque,senãoa previu,aomenospostuloua montagemcomo umautilizaçãoda fotografiaparafinsdeagitação.Como desenvolvi. mentodosmeiosdecomunicação,diminuio significadoinformativoda pintura.Reagindocontraa fotografia,elacomeçaporenfatizarosele- mentosdocoloridodaimagem,Quandoo expressionismocedelugarao cubismo,apinturasearranjouumnovodomínioemqueafotografiaini- cialmentepôdesegui-Ia.A fotografiaamplia,porsuavez,a partirda metadedo século,consideravelmentea esferamercantil,lançandono mercadoumaquantidadeimensadefiguras,paisagense eventosquenão eramsequerutilizáveisouenlãosóserviamparailustrarumamensagem. Paraaumentarasvendas,temrenovadoos seusobjetosalterandoa téc- nicadastomadas,o queacabadeterminandotodaa posteriorhistóriada fotografia. lU. Grandvilleouasexposiçõesuniversais "Sim,quandoo mundointeiro,deParisatéa China, Estiver,6 divinoSaint-Simon,emtuadoutrina, A id;ldedeouroháderenascercomtodoo esplendor. Os riosmlnriiochá,rulnriíoaléchocolate, Suculentoscarneirosencheriioasplanícies E solhasazuisnadarãopelorioSena; Osespinafresvirãoaomundojá guisados, Comgostosospãestorradospostosaoredor; As árvoresproduzirãoosfrutosjá emcompota, Açafrãoe lemperosverdespoderãoserceifados; Vinhohádenevar,galinhaatéhádechover, E docéuospaioscairãoemnossopapo."7 LANOLBet VANDERDURCH,Louis-Bronzeet le Saint. -Simonien(ThéâtreduPalais-Royal27février1832). Exposiçõesuniversaissãocentrodeperegrinaçãoao fetichemerca- doria. "A Europa se deslocoupara ver mercado!;ias"8, afirmaTaine em 1855.As exposiçõesuniversaisforamprecedidaspor exposiçõesna- cionaisda indústria,a primeiradasquaisocorreem 1798no Campode Marte. Ela decorreudo desejode"divertirasclassestrabalhadoras,tor- nando-seumafestadeemancipaçãoparaelas". Aí, o operariadotemo primadoenquantofreguesia.Ainda nãose formarao quadroda indús- triada diversão.Essccspaçoé ocupadopelafestapopular.A referida exposiçãofoi inauguradacomo discursode Chaptalsobrea indústria. - Ossaint-simonianos,queplanejavamaindustrializaçãodetodoo pla- neta,acolherama concepçãodasexposiçõesuniversais.Chevalier,a pri- meiraautoridadenessenovosetor,é discípulodeEnfantine editordo jornalsail1t~simonianoGlobe.Ossaint-simonianosprevirama evolução econômicamundial,masnãoa lutadeclasses.Participaramnosem- preendimentosindustriaise comerciaisporvoltademeadosdo século, masnadafizeramnasquestõesconcernentesaoproletariado. As exposiçõesuniversaistransfiguramo valordetrocadasmerca- dorias.Criamumamolduraemqueo valordeusodamercadoriapassa 7["Oui, quandle mondeentier,de Parisjusqu'enChine,/OdivinSaint-Simon,sera dansIa doctrine,lL'âged'ordoitrenaitreavectoulsonéclat,/Lesfleuvesrouleront duthé,duchocolat;/LesmoutonstoutrôtisbondirontdansIa plaine,lEtlesbrochets au bleunagerontdonsIa Seine;/Lesépinardsviendrontau mondefricassés,/Avec descroulonsfrits tout autourconcassés;/Lesarbresproduirontdespommesen compotes,lEtI'on moissonneradescarrickset dcs boltes;/Ilneigerndu vio, il pleuvradespoulets./Etdu ciel lescanardstomberontauxnavets."] 8[UL'Europes'estdéplncépour voir desmerchandises."] 36 37 parasegundoplano. Inauguramumafantasmagoriaa queo homemse entregaparasedistrair.A indústriadediversõesfaciJitaisso,elevando-o ao nívelda mercadoria.O sujeitoseentregaàssuasmanipulações,des- frutandoa suaprópriaalienaçãoe a dosoutros. A entronizaçàodamercadoriaedaauradedissipaçãoquea envolve, eiso secretotemac!aartedeGrandville,A issocorrespondeadefasagem entreo seuelementoutópicoe o seuelementocínico. As suassutilezas na representaçãode objetosmortoscorrespondemao queMarx chamou de "argueirosteológicos"da mercadoria.Eles se sedimentammarcada- mcntena "specialité"- designaçãodeumaespéciedemercadoriasur- gidaaessaépocanaindústriadeluxo. Sobo lápisdeGrandville,a natu- reza todase transformaem "cspecialidades",cm especiarias.Ele as apresentadentrodo mesmoespíritocomqueo reclame- tambémesta palavrasurgiunaquelaépoca- começaa apresentaros seusartigos. Ele acabademente. IV. Luís Filipeouo intel'ieur "A cabeça.. . Comoum ranúnculo,repousa Na mesada noite."o BAUDI!LAIRI!. "Une martyre". "Moda:DonaMortelDonaMorte'" LI!OPARDI.Dialog1.IVischenderModeunddetnTod. SobLuísFilipe,o homemprivadopisao palcodahistória.A am- pliaçãodoaparelhodemocráticoatravésdajustiçaeleitoralcoincidecom a corrupçãoparlamentarorganizadapor Guizot.Protegidapor ela,a classedominantefazhistóriafazendoosseusnegócios.Estimulaa cons- truçãodeferroviasparabeneficiarasaçõesquepossui.Apóiao governo desseLuísFilipecomoo governodoempresário.Coma Revoluçãode Julho,a burguesiarealizouseusobjetivosde1789(Marx). Pelaprimeiravez,o espaçoemqueviveOhomemprivadosecon- trapõeaolocaldetrabalho.Organiza-senointeriordamoradia.O es- critórioé seucomplemento.O homemprivado,realistano escritório, querqueo interieursustenteassuasilusões.Estanecessidadeé tanto maisagudaquantomenoselecogitaestenderosseuscálculoscomerciais àssuasreflexõessociais.Reprimeambasao confirmaro seupequeno mundoprivado.Dissoseoriginamasfantasmagoriasdo "interior",da interioridade.Parao homemprivado,o interiordaresidênciarepresenta o universo.Nelesereúneo longínquoe o pretérito.O seusaloné um camarotenoteatrodomundo. DigressãosobreJugefldstil(artnouveau)10.O abalodo interieur ocorreporvoltadaviradadoséculocomo artllOUI'eall.Deacordocom a suaideologia,eleparece,noentanto,representara plenitudedo inte- riellr. A transfiguraçãodaalmasolitáriaseapresentacomosuameta. Em Van deVelde,a casaaparececomoexpressãoda personalidade. Paraessacasa,o ornamentoé o quea assinaturaé paraumquadro.O significadorealdoartnOllveallnãoencontrasuaexpressãonessaideolo- gia. Representaa últimatentativadefugadeumaartesitiadaemsuatorredemarfimpelatécnica.Mobilizatodasasreservasdainterioridade. Expressa-senalinguagemmediúnicadaslinhas,nasflorescomosímbolo concretodadesnudanaturezavegetativa,quesecontrapõeaumambiente tecnicamentearmado.Os novoselementosda construçãocomferro, formasdesustentação,interessama esseestilomodernista.Eleprocura As exposiçõesuniversaisconstroemo universodasmercadorias.As fantasiasdeGrandvilletransferemparao universoo caráterdamerca- doria.Elaso modernizam.O aneldeSaturnosetornaumterraçometá- lico,noqualosmoradoresdeSaturnoespairecemaoanoitecer.A antí- teseliteráriadessautopiagráficaé representadapeloslivrosdoseguidor d3Fourier,o naturalistaToussenel.- A modaprescreveo ritualse- gundoo qualo fetichemercadoriapretendeservenerado.Grandville estendetalpretensãoaosobjetosdeusocotidianoe inclusiveaocosmos. Ao levá-Iasatéosseusextremosdescobrea suanatureza.Ela consiste nacontraposiçãoaoorgânico.Relacionao corpovivoaomundoinor- gânico.Percebenoservivoosdireitosdocadáver.Seunervovitalé o fetichismo,subjacenteaosex-appealdoinorgdnico.O cultoà mercado- riacoloca-oa seuserviço. Paraa ExposiçãoUniversaldeParisde1867,VietorHugoredige ummanifesto"AospovosdaEuropa".Os interessesdelesforamdefen- didosantes,edeummodomaisclaro,pelasdelegaçõesdetrabalhadores franceses,dasquaisa primeirafoi enviadaparaa ExposiçãoUniversal deLondresde1851e a segunda,com750membros,paraa de1862. Estaúltimafoi importante,poiscontribuiuindiretamenteparaqueMarx fundassea AssociaçãoInternacionaldeTrabalhadores.- A fantasma- goriadaculturacapitalistaalcançao seudesdobramentomaisbrilhante na ExposiçãoUniversalde 1867.O Impérioestáno apogeudo seu podt:r.Parisseafirma"comoa capitaldo luxoe damoda.Offenbach prescreveo ritmodavidaparisiense.A operetaéa irônicautopiadeum duradourodomíniodo capital. o["La tête.. .ISur Ia tablede nuit,commeunerenoncule,/Repose."] 10Ar/ lIou\'eau - estilo desenvolvidona Europa e EUA entre 1890-1910.Inicial- mentedenominados/ylemodemena França,a partirde 1895,coma inauguração em Parisde umaloja de objetosdecorativos,passaa ser divulgadoo nomeart nouveau.Na Alemanhafoi chamadoJugends/il(eslilojovem),devidoà revista Jugend.fundadaemMuniqueem1896.Caracteriza-sepelaexuberânciadadecoração vegetal(Cloral),formasondulantes,contornossensuaise requintados,ritmogra. cioso,linhasfinase contínuas.(N. do T.) 38 39 atravésdoornamentorecuperaressasformasparaa arte.D cimentolhe acenaa perspectivadenovasconfiguraçõesplásticaspotenciaisna arqui- tetura.Por essaépoca,o centrode gravidadedo espaçoexistencialse deslocapara o escritório.O seucontraponto,esvaziadode realidade, constróiseu refúgiono lar. O supra-sumodo Jllgelldstilé dadopelo BallmeisterSo/ness:a tentativado indivíduono sentidoderivalizar,com suainterioridade,a técnica,o queo acabalevandoao naufrágio. Essapoesianãoé nenhumaartenacionale familiar;pelocontrário,o olhardoalegóricoa perpassara cidadeé o olhardoestIanhamento.:s o olhardof/ânellr,cujaformadevidaenvolvecomumhaloreconcilia- dora desconsoladaformadevidavindouradohomemdacidadegrande. O f/âneuraindaestánolimiartantodacidadegrandequantodaclásse burguesa.Nenhumadelasaindao subjugou.Em nenhumadelaselese senteemcasa.Ele buscao seuasilonamultidão.Em Poee Engels encontram-seasprimeirascontribuiçõesparaa fisionomiadamultidão. A multidãoé o véuatravésdoqualacidadecostumeiraacenaaofldneur enquantofantasmagoria.Na multidão,a cidadeé ora paisagem,ora ninhoacolhedor.A casacomercialconstróitantoumquantooutro,fa- zendocomquea j/âlleríesetorneútilà vendademercadorias.A casa comercialé a últimagrandemolecagemdo fIdnellr. Como jlânellr,a intelectualidadeparteparao mercado.Pensaque é paradarumaolhadanele;naverdade,porém,já paraencontrarum comprador.Nessafaseintermediária,emqueaindatemummecenas, masjá começaasefamiliarizarcomomercado,elaaparececomoboheme. À indefiniçãodesuaposiçãoeconômicacorrespondea faltadedefinição de suaposiçãopolítica. Isto se expressade modomaispalpávelnos conspiradoresprofissionais,quepertencemde modototale completoà boheme.O seucampoinicialde trabalhoé o exército,maistardeseráa pequenaburguesia,ocasionalmenteo proletariado.Mas essacamadaen- contraos seusadversáriosentreos autênticoslíderesdo proletariado.O Manifestocomunistaacabacoma suaexistênciapolítica.A poesiade Baudelaireextraia suaforçado pathosdarebeliãodessacamada.Ali- nha-seno ladodo associa!.A suaúnicacomunhãosexualele a realiza com umaprostituta. "Creio '" emminh'alma:a Coisa."11 LÉONDEUBEL.Oeuvres.Paris,1929.p. 193. O interiorda residênciaé o refúgioda arte. O colecionadoré o verdadeirohabitantedesseinterior.Assumeo papelde transfigurador dascoisas.Recai-lhea tarefade Sísifode, pela suaposse,retirardas coisaso seucaráterdemercadorias.No lugardovalordeuso,empresta- -lhe tão-somenteum valorafetivo.O colecionadorsonhanão s6 estar nummundolongínquooupretérito,mastambémnummundomelhor,em queoshomensestejamtãodespojadosdaquiloquenecessitamquantono cotidiano,estandoas coisas,contudo,liberadasda obrigaçãode serem úteis.12 O interiornão é apenaso universodo homemprivado,mastam- bémo seuestojo.Habitarsignificadeixarrastros.No interior,elessão acentuados.Colchase cobertores,fronhase estojosemqueos objetos deusocotidianoimprimama suamarcasãoimaginadosemgrandequan- tidade.Tambémos rastrosdo moradorficamimpressosno interior.Daí nascea históriadedetetive,quepersegueessesrastros.A "Filosofiado mobiliário",bemcomoasnovelasdedetetiveapontamPoe comoo pri- meirofisionomistade tal interieur.Os criminososdasprimeirasnovelas dedetetivenãosãocavalheirosnemapaches,maspessoasprivadasper- tencentesà burguesia. "~ fácil descero Averno."14 VlRofuo.Eneida. "Tudoparamimsetornaale~oria."13 BAUDELAIRI!. "Le cygne". O típicodapoesiadeBaudelaireé queasimagensdamulhere da morteseinterpenetramnumaterceira,adeParis.A Parisdeseuspoemas éumacidadesubmcrsa,maissubmarinadoquesubterrânea.Aí estãobem marcadosos elementosprimevosda cidade- a suaformaçãotopo- gráfica,o antigoleitoabandonadodo rio Sena.O decisivoemBaude- laireé,noentanto,umsubstratosocial,no"idíliofúnebre"dacidade: o moderno.O modernoé umacentoprimordialdesuapoesia.Como sp/ee1leledeixao idealempedaços("SpleenetIdéal"). Masé exata- menteomodernoquesemprecitaahistóriaprimeva.Issoocorreaí atra- vésdaambigüidadeinerenteàsrelaçõese aoseventossociaisdaépoca. Ambigüidadeé a imagemvisívele aparentedadialética,a leidadialé- ticaemestadodeparalisação.Essaparalisiaé utópicae, por isso,a v. BaudelaireouasruasdeParis , O engenhodeBaudelaire,nutrindo-sedamelancolia,é alegórico. Pelaprimeiravez,comBaudelaire,Parissetornaobjetodapoesialírica. 11["1ecrois... àmonãme:IaChose."] . 12Benjaminoperacionalizaaquia categoriada "aura".O estudodestetemaestá desenvolvidoem KOTIlE,Flávio R. Benjamin& Adorno:confrontos.São Paulo, Ática,1978.p. 33etseqs.(N. do T.) 18["TOlltpourmoi devientallégorie."] 14["Facilis descensusAverno."] 40 41 imagemdialéticaéumaquimera,a imagemdeumsonho.Tal imagemé presentificadapelamercadoriaenquantofetichepurorisimples.Tal ima- gemépresentificadapelaspassagensegalerias,quesãotantocasaquanto rua. Tal imagemé presentificadapelaprostituta,que,emhipostáticaunião,é vendedoraemercadoria. querela encanteos ouvidosou agradeo olhar; tenhoo amorda primaveraemflor: fêmease rosas'"18 BARONHAUSSMANN."Confessiond'un lion devenu vieux", "Viaio paraconhecera minhageografia."I~ Apontamentosde um louco.(MARCI!LRÉ.1A.L'art chezlesfOI/s.Paris,1907.p. 131.) O últimopoemadasFloresdo mal: "Levoyage"."6 morte,velha capitã,já é tempo!Alcemosa âncora/"16A derradeiraviagemdo flil- neur:amorte.Suameta:onovo."Ao fundododesconhecidoparaen- contraro novo!"17O novoé umaqualidadequeindependedo valorde usodamercadoria..ea origemdafalsaaparência,quepertencedemodo inalienávele intransferívelàs imagensgeradaspeloinconscientecoletivo. .e a quintessênciada falsaconsciência,cujo incansávelagenteé a moda. Essafalsaaparênciade npvidadesereflete,comoumespelhoemoutro, nafalsaaparênciadosempre-igual,doeternoretornodomesmo.O pro- dutodesseprocessode"reflexão"é a fanta~magoriada "históriada cul- tura",emquea burguesiasaboreiaa suafalsaconsciência.A arte,que começaa pôremdúvidaa suatarefae deixadeser"i/lséparabledef'uti- lité"[inseparáveldautilidade](Baudelaire),precisafazerdo novoo seu valormáximo.O seuarbiterrerumnovarum[árbitrodascoisasnovas]é osnobe.Eleéparaaarteo queodalldyéparaamoda. ' Assimcomono séculoXVII a alegoriase tornao cânonedasima- gensdialéticas,no séculoXIX é a nOllveaU/équeexerceo mesmopapel. Do ladodos magasinsde nOllvealltéssecolocamosjornais.A imprensa organizao mercadodosvaloresespirituais,provocandologoumaalta. Osinconformadosprotestamcontraa entregadaarteaomercado.Eles seagrupamemtomodabandeirade ['artpour ['arf. Dessapalavrade ordemseoriginaaconcepçãodeobradeartetotal,quetentaimpermea- bilizaraartecontrao desenvolvimentodatécnica.Osritosdeconsagra- çãocomquea arteé celebradasãoo contrapesodadispersãoqueca- racterizan mercadoria.Ambasfazemabstraçãodaexistênciasocialdo homem.Baudelairesucumbeà seduçãodeWagner. "O reino florescentedasdecorações,. O encantoda paisagem,da arquitetura E detodoo cfeitodocenáriorepousam Sobrea lei da perspectivapura."10 FRANZBI:IIILI!.Tlleater.Katechisrnus.MUnchen,p. 74. "Tenhoo cultodo Belo,do Bom,dascoisasgrandiosas, da belanaturezainspirandoa grandearte, O idealurbanfsticode Haussmanneramasvisõesemperspectiva atravésdelongassériesderuas. Issocorrespondeà tendênciaquesempre denovosepodeobservarnoséculoXIX, nosentidodeenobrecerneces- sidadestécnicasfazendodelasobjetivosartísticos.As instituiçõesda do- minaçãolaicadeveriamencontrara suaapoteoseno traçadodasaveni- das;antesdesereminauguradaseramrecobertasporumalonae depois desencobertascomomonumentos.J ' A atuaçãode Haussmanninsere-seno imperialismonapoleônico. Este favoreceo capitalfinanceiro.Paris vivenciaum florescimentoda especu}ação.EspecularnaBolsaocupao lugardosjogosdeazarherda- dosda sociedadefeudal.Às fantasmagoriasdo espaçoa queo fldneur seentregacorrespondemasfantasmagoriasdo tempopelasquaiso joga- dor sedeixalevar. O jogotransformao tempoemópio.Lafargueexplica o jogocomoumaimitaçãominiaturaldosmistériosda conjunturaeconô- mica. As expropriaçõesfeitasporHaussmanndãovida a umaenganosa especulação.As sentençasdaCortedeCassação,inspiradapelaoposição burguesae orleanista,aumentam.0riscofinanceiroda haussmannização. Haussmanntratade encontrarapoioparaa suaditadurae colocar Paris sobum regimede exceção.Em 1864,numdiscursona Câmara, expressao seuódio contraa desarraigadapopulaçãoda grandemetró- pole. Esta aumentaconstantementeatr~vésdos seusempreendimentos. A elevaçãodosaluguéisempurrao proletariadoparaosarrabaldes.Atra- vésdisso,osbairrosperdema suafisionomiaprópria.Surgeo cinturão vermelho.Haussmanndeua si mesmoo nomede "artistedémolissellr" [arlistademolidor].Sentia-secomoquechamadoparaa suaobra,o que enfatizaemsuasmemórias.Assim,elefaz comqueParis se torneuma cidadeestranhaparaos própriosparisienses.Não se sentemmaisem casanela.Começa-seatomarconsciênciado caráterdesumanodagrande VL Haussmannou as barricadas la.["J'aile cultedu Beau,du Bicn,desgrandeschoses,/DeIa bellenatureInspirant le grandart,lQu'iIenchantel'orcilleoucharmele rcgard;/J'aiI'amourduprintcmps cn fleurs:femmeset roses!"1 10["DasBllithenreichderDekorationem,lDerReizderLandschaft,derArchltekturl /Und allcrSzeneric-ECCektberuhenlAuf demOesetzderPerspektivenur."} 15["Je voyagepour connaitre ma geographie."l 16["O Mort, vieux capitaine, iI est temps! levons I'ancrel"} 17["Ali fnlllJ de l'Inconnu pour trouver du Nouveaul"j 42 43 metrópole.Paris,a monumentalobrade MaximeDu Champs,deveo seunascimentoa essaconsciência.As lérémiadesd'un Haussmannisé dão-lhea formade umalamentaçãobíblica. A verdadeirafinalidadedasobrasdeHaussmanneratornara cidade seguraem casode guerracivil. Ele queriatornarimpossívelqueno futuroselevantassembarricadasemParis. ComessaintençãoLuís Filipe já introduzirao calçamentocommadeira.Mesmoassim,as barricadas desempenharamumpapelna Revoluçãode Fevereiro.Engelsse ocupa coma táticadaslutasdebarricada.Haussmannquerimpedi-Iasdeduas maneiras:a larguradasavenidasdeveriatornarimpossívelerguerbar- ricadase novasavenidasdeveriamestabelecerum caminhomaiscurto entreascasernase osbairrosoperários.Os contemporâneosbatizamesse empreendimentode "embelissementstratégique"[embelezamentoestraté-gico]. "Vencendo.ó República.à astúcia, Façasver,agora,a essasperversões A lua grandefaceue Medusa, Em meioa rubrosclarões."20 Cançãode operáriospor valia de 1850.(AOOLF STAHR.ZwelMonate/11Paris.Oldenburg,1851.lI,p. 199.) apontasseo caminho,assimtambémé, por outrolado,a forçaimediata e o entusiasmocomqueassumema tarefadeconstruirumanovasocie- dade.Esseentusiasmo,quealcançao seuapogeuna Comuna,conquista temporariamenteparao operariadoos melhoreselementosdaburguesia, levando-odepois,no entanto,a ficarsujeitoaospioreselementosdela. RimbaudeCourbelcolocam-sedo ladodaComuna. O incêndiodeParis é a dignaconclusãoda obrade destruiçãodeHaussmann. "MeubompaiesleveemParis." KARL GUTZKOW.Brlefeaus Paris.Leipzig,1842. I, p. 58. Balzacfoi Oprimeiroa falardasruínasdaburguesia.Mas s6o sur- realismoliberou-asà contemplação.O desenvolvimentodasforçaspro- dutivasdeixouempedaçosos símbolosdosdesejosdo séculoanterior, antesmesmoquedesmoronassemos monumentosqueos representavam. No séculoXIX, taldesenvolvimentoemancipouasformasconfiguradoras da arte,assimcomono séculoXVI asciênciasse livraramda filosofiaJ: O iníciodissoédadopelaarquiteturaenquantoconstruçãodeengenheiro.' Em seguidavema fotografiaenquantoreproduçãodanatureza.As cria- 4- çõesda fantasiasepreparamparasetomarempráticasenquantocriação publicitária.Com o folhetim,a poesiase submeteà montagem.Todos essesprodutosestãoa pontode seremencaminhadosao mercadoen- quantomercadorias.Mas elesaindavacilamno limiar. Destaépocaé queseoriginamaspassagense osinteriores,os salõesdeexposiçãoe os panoramas.Sãoreminiscênciasde ummundoonírico. A avaliaçãodos elementosoníricosà horado despertaré umcasomodelarderaciocínio dialético.Por issoé queo pensamentodialéticoé o 6rgãodo despertar hist6rico.Cadaépocanãoapenassonhaa seguinte,mas,sonhando,se encaminhaparao seudespertar.Carregaemsi o seuprópriofime- comoHegeljá o reconheceu- desenvolve-ocomastúcia.Nascomo- çõesdaeconomiademercado,começamosa reconhecercomoruínasos monumentosda burguesiaantesmesmoquedesmoronem. As barricadasressurgemcoma Comuna.Mais fortese maissegu- rasdo quenunca.Atravessamas grandesavenidas,chegandocomfre- qüênciaà alturadoprimeiroandare protegendoasfronteirasquese encontramatrásdelas.Assimcomoo Manifestocomunistaencerravaa eradosconspiradoresprofissionais,assimtambéma Comunaliquidacom a fantasmagoriaquedominaa primeiraépocado proletariado.Através deladissipa-sea ilusãode queseriatarefada revoluçãoproletáriacom- pletardebraçosdadoscoma burguesiaa obrade 1789.Tal ilusãodo- minao períodode 1831a 1871,doLevantedeLyon atéa Comuna. A burguesiajamaiscompartilhoudesseerro. A sualutacontraos direitos sociaisdo proletariadojá começana GrandeRevoluçãoe coincidecom o movimentofilantr6picoquea encobree queexperimentao seudesdo- bramentosobNapoleãoIH. Surgeentãocomele a monumentalobra dessacorrente:Ouvrierseuropéensde Le Play. Ao ladoda encoberta tomadadeposiçãoqueé a filantropia,a todo momentoa burguesia pássoua assumira abertaposiçãoda lutade classes.Já em 1831ela reconheceno loumal desDébats:"Cadafabricanteviveemsuafábrica comoos donosdasplantaçõesentreos seusescravos".Seé a desgraça dosantigoslevantesdeoperáriosquenenhumateoriada revoluçãolhes---- 20["Faisvoir, en déjouantIa ruse,lOrépubliqueà cespervers/Tagrandeface de M-'onsl'lAu milieuderougeséclairs."l
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