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Romantismo na Arte Europeia

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DEFINIÇÃO
Romantismo enquanto escola, tendência, fenômeno histórico e estado de espírito. Romantismo enquanto emergência histórica e
evento sociocultural na Europa. O epicentro do Romantismo na produção pictórica francesa. A cor, a forma e os modos de narrar os
episódios da história da humanidade nas pinturas dos séculos XVIII e XIX. A pintura do cotidiano, dos movimentos, das vontades
coletivas, das cenas urbanas, dos sonhos, do grotesco, do delírio e das paixões.
PROPÓSITO
Compreender a emergência histórica e as questões socioculturais presentes na produção artística do Romantismo é uma etapa
importante na formação do conhecimento humanístico, principalmente para o entendimento desse movimento artístico no contexto
das modificações ocorridas nas narrativas visuais dos séculos XVIII e XIX na Europa.
MÓDULO 1
Reconhecer os fundamentos essenciais relativos ao contexto histórico e sociocultural do Romantismo
MÓDULO 2
Identificar os princípios estéticos e filosóficos que marcaram a produção artística do Romantismo
MÓDULO 3
Identificar os princípios estéticos e filosóficos que marcaram a produção artística do Romantismo
PROVAVELMENTE, VOCÊ ESTUDOU ROMANTISMO NA ESCOLA,
MESMO QUE TENHA SIDO EM SUA VERSÃO LITERÁRIA, NÃO É
VERDADE?
No campo da História da Arte, o Romantismo é um movimento europeu do século XIX, que, por força da colonização, disseminou-se
mundo afora sem perder a sua essência tradicional. Afinal, o mundo era dominado pelos europeus, social e economicamente.
NESTE TEMA, VOCÊ SERÁ
CONDUZIDO POR TRÊS
DIMENSÕES BÁSICAS DO
MOVIMENTO: 
Contexto que leva ao Romantismo;
Fundamentos franceses que marcam essa escola;
Compreensão de como a arte visual, além de apreciada,
precisa ser percebida. 
É importante que você não perca a relação de texto e contexto. O Romantismo é um movimento burguês relacionado ao
êxtase da burguesia; logo, abraça a negativa do que era associado ao Antigo Regime. Toma para si o discurso de liberdade
e os estereótipos negativos, assumindo-se como cômico, livre e apaixonado. O Romantismo é uma exaltação do homem
burguês, e esse é o caminho que deve nortear seu olhar.
RECONHECER OS FUNDAMENTOS ESSENCIAIS RELATIVOS AO CONTEXTO
HISTÓRICO E SOCIOCULTURAL DO ROMANTISMO
Para iniciar este módulo, assista ao vídeo em que serão apresentados os contextos históricos do Romantismo e suas
características.
CONTEXTO DO ROMANTISMO – PARADIGMAS ESTÉTICOS
DE UMA SOCIEDADE SEM MOBILIDADE SOCIAL
MOBILIDADE SOCIAL
Mobilidade social faz referência ao conceito de forma ampliada, e não somente à mobilidade econômica. Estamos pensando em
uma mobilidade de elites do mundo inteiro que iam até a Europa para estudar e retornar a seus locais de origem. Falamos de
mobilidade de ideias, com intelectuais se digladiando nas academias europeias. Falamos da mobilidade econômica de uma
burguesia que busca se afirmar pelos novos padrões estéticos.
O primeiro módulo é dedicado às questões essenciais do contexto desse movimento artístico. Nosso objetivo é embasar a
compreensão das narrativas visuais organizadas a partir de práticas pictóricas, como a pintura e a escultura desse período. Assim,
será possível verificar como a produção dos artistas nos informa sobre os diferentes temas que permeavam a Europa desde
meados do século XVIII até a primeira metade do século XIX.
Vale destacar, inicialmente, que os acontecimentos históricos que marcaram o período entre os séculos XVIII e XIX são
fundamentais para a compreensão dos princípios estéticos do ideário artístico do Romantismo e para compreender sua
extraordinária repercussão e suas consequências socioculturais.
Não seria exagero afirmar que certos atributos da concepção romântica de arte se prolongam até hoje, como a valorização da
espontaneidade criativa, a liberdade de criação, o sentido e o valor da obra de arte e o papel e a imagem social do artista.
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VALE LEMBRAR COMO A IMAGEM DO GÊNIO ARREBATADO,
ASSALTADO PELA INSPIRAÇÃO E COMPLETAMENTE
ABSORVIDO POR SUA CRIAÇÃO, É BASTANTE CONHECIDA
E DIFUNDIDA ENTRE NÓS.
Amy Winehouse
Andy Warhol
Van Gogh
Frida Kahlo
Kurt Cobain
Em vários aspectos, nossa “consciência” e sensibilidade artística ainda são tributárias da extraordinária renovação estética
promovida pelos seus artífices. Assim, não seria equivocado flagrar a ressonância de temas, imagens e conceitos elaborados por
artistas românticos, como veremos nos casos exemplares das obras selecionadas para análise detalhada em movimentos artísticos
posteriores.
Mais que um estilo ou uma escola, o Romantismo consiste em uma visão de mundo mais ampla, que emerge com os processos de
mudança desencadeados no final do século XVIII.
Muitos autores vão interpretar o Romantismo como uma nova sensibilidade artística, que procura dar conta da dupla transformação
que convulsiona o mundo europeu:

A PARTIR DE 1760
Revolução Industrial
1789
Revolução Francesa

Seu advento traz também rupturas profundas no âmbito das práticas e representações artísticas prevalecentes na chamada
sociedade de corte. Assim, para que se possa ter uma ideia mais nítida da ruptura e transgressão provocada pelo
Romantismo, é necessário averiguar as engrenagens sociais, políticas e ideológicas sobre as quais ele floresceu e certas
particularidades da estrutura do universo artístico contra o qual ele se lançou.
Quando a Modernidade chegou – no século XIV –, a estética medieval foi negada, pois era entendida como uma tradição de atraso.
O mundo primeiro renasceu (Renascimento) e depois foi iluminado (Iluminismo). No entanto, as disputas das nações do século
XIX e as convulsões sociais produzidas pelas grandes revoluções citadas geraram questionamento sobre os avanços dos
momentos anteriores.
PRIMEIRO RENASCEU (RENASCIMENTO) E DEPOIS FOI ILUMINADO
(ILUMINISMO)
Renascimento e Iluminismo são movimentos intelectuais diferentes, mas entendidos como subsequentes. O primeiro fala de um
retorno das tradições gregas e romanas – na arte, traz os parâmetros do Neoclassicismo – e o segundo, de como a razão deveria
ser a base do pensamento humano.
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A BUSCA DA VERDADE SOBRE A ALMA DO HOMEM, SUA
FORÇA, PASSA A SER A TÔNICA DE UM NOVO MOVIMENTO
INTELECTUAL E ARTÍSTICO CONHECIDO COMO
ROMANTISMO.
DA ARTE DOS REIS À ARTE BURGUESA
Desde fins da Idade Média, com a crise do mundo feudal, ocorreu, em boa parte da Europa, uma progressiva concentração das
atribuições e funções estatais na figura dos grandes monarcas.
“O ESTADO SOU EU”
Célebre frase de Luís XIV, que revela com
nitidez a centralização de poderes nas mãos
dos soberanos.
LUÍS XIV
Governante da França entre
1715 e 1774.
Nos séculos XVII e XVIII, as monarquias absolutistas europeias, fundadas no direito divino dos reis e asseguradas, em seus
privilégios, pelo monopólio fiscal e militar e pela estrita etiqueta, constituíram o verdadeiro centro da vida social. Nos salões das
residências reais e da nobreza, integrantes dos três estados ou estamentos (nobreza, clero e membros enriquecidos da burguesia)
circulavam e conviviam entre si, em relações marcadas por forte hierarquia e correlação desigual de forças.
ETIQUETA
Conjunto de normas a serem observadas na corte. Tais códigos de comportamento, inicialmente informais, ganharam manuais.
Perucas exageradas, rostos empoados, mesuras excessivas, tudo era estritamente observado em uma vida marcada pelo luxo,
refinamento e pela dissipação.
Já no âmbito da vida artística, com exceção da produção literária, que dispunha, desde a difusão da prensa móvel, de um mercado
editorial autônomo, as demais práticas artísticas dependiam do mecenato privado ou público para sua execução ou realização.
MECENATO
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Valores pagos a artistas por pessoas que desejavam e impulsionavam sua arte. Fortemente presente na transição entre a arte para
espaços privados e a arte construída para espaços públicos.
Em consequência disso, quase toda a produçãoartística do período estava subordinada ao padrão de gosto e consumo da nobreza
e aos seus princípios estéticos e padrões clássicos, que diferenciavam a arte das demais manifestações. O teatro clássico
francês (século XVII) é um exemplo dessa submissão. Luís XIV e a Academia Francesa converteram-se em árbitros absolutos da
linguagem literária.
PADRÕES CLÁSSICOS
Relacionados aos ideais greco-romanos.
DEMAIS MANIFESTAÇÕES
Estamos falando em determinação de forma. Se você quiser fazer arte, tem de seguir exatamente esses padrões. Se não o fizer,
não é arte. Essa concepção, muito comum na França, remetia à ideia da arte ser fruto da razão. Já para ingleses, a forma
verdadeira vinha do domínio da técnica.
Preocupados em restaurar os ideais clássicos greco-romanos, os dramaturgos franceses do século XVII consideravam que uma
peça teatral deveria respeitar a unidade de tempo, espaço e ação para garantir sua eficácia e seu valor. Além disso, foi
estabelecida uma hierarquia implacável e uma separação radical entre os gêneros.
UNIDADE DE TEMPO, ESPAÇO E AÇÃO
A duração de uma peça e o seu espaço cênico ficariam circunscritos ao período de 24 horas e a apenas um cenário. A ação deveria
conter uma única trama central, com começo, meio e fim, e nunca uma sequência de episódios, a fim de prender a atenção da
plateia e provocar a sensação de imediatismo.
HIERARQUIA IMPLACÁVEL
Seguiram quase fielmente as regras estabelecidas pela Poética de Aristóteles. Herdeira das regras e normas poéticas, a produção
teatral dessa época espelhava a rígida hierarquia social que caracterizava a sociedade de corte.
NO TOPO, AS TRAGÉDIAS, PEÇAS DE CARÁTER ELEVADO E LINGUAGEM
ORNAMENTADA, SUSCITANDO O TERROR E A PIEDADE, COM O OBJETIVO DE
PURIFICAR AS EMOÇÕES (CATARSE).
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NO EXTREMO OPOSTO, AS COMÉDIAS, PEÇAS DE CARÁTER BURLESCO E
LINGUAGEM INFORMAL, COM O OBJETIVO DE PROVOCAR O RISO E CRITICAR
OS COSTUMES SOCIAIS.
A produção e as encenações teatrais francesas do período eram essencialmente absolutistas, destinadas – com rígidas regras,
cerimoniais solenes e decoro da corte – a glorificar o mundo rarefeito dos reis e da aristocracia.
Existiam outras formas de arte, como o teatro bufão e a poética de escárnio. Ações baixas – o espetáculo do erro
grosseiro, que provoca o riso franco, ou as ações que mesclam a seriedade e a brincadeira, despertando o prazer sério –
não podiam ser tratadas em registro trágico, mas em um gênero específico, a comédia, no qual Molière (1622-1673) foi
insuperável. Já as tragédias, das quais sobressaem os nomes de Corneille (1606-1684) e Racine (1639-1699), escritas em
versos alexandrinos, primavam pela harmonia, simplicidade e elegância, com personagens e enredos inspirados em
episódios e passagens extraídos da tradição greco-romana.
A tradição a que fazemos referência é aquela fundada pelo
Renascimento, intelectualmente baseada na razão e nas artes,
que tem como um de suas principais referências o neoclássico.
Esta dinâmica urbana da modernidade constitui a arte deste
momento como a da perfeição, da valorização da técnica e da
capacidade do homem, a arte dos reis e da nobreza.
A contradição deste contexto se dá pela chamada ascensão da
burguesia, quando as bases do velho mundo são vencidas – com
o corte de cabeça do rei ou dos poderes constitucionais. A
burguesia entende a sua chegada heroica ao poder como uma
vitória contra esse passado. Ainda que fossem influenciados pelas
tradições do Antigo Regime, a arte passa a expressar uma nova
estética
Precisamos entender a chegada da burguesia ao poder.
A ARTE DA CRISE: ROMANTISMO E AS REVOLUÇÕES
Em fins do século XVIII, no entanto, o modelo de sociedade
vigente sob o Antigo Regime, que parecia eterno, começou a
desmoronar – e, com ele, desabavam também seus paradigmas
estéticos.
A crise do Antigo Regime foi produto das próprias contradições
internas do sistema, que se originaram da profunda inadequação
entre a crescente importância econômica da burguesia e a
posição secundária ocupada por ela na rígida estrutura da
sociedade estamental.
A alta carga tributária, os obstáculos à livre circulação de mercadorias e os privilégios legais se tornaram, gradativamente,
empecilhos para a expansão das atividades comerciais e o aumento da produtividade. Na França, em razão dessas contradições,
setores burgueses começaram a contestar as bases ideológicas do Antigo Regime fundamentados nas ideias veiculadas de
intelectuais, filósofos e economistas, que, em meados do século XVIII, deram origem a uma poderosa corrente de pensamento
conhecida como Iluminismo.
Contra o absolutismo monárquico, os pensadores sustentavam a existência de um governo representativo, na forma de uma
monarquia constitucional e parlamentar ou mesmo de uma república democrática.
Paralelamente à crise do Antigo Regime na Europa, iniciou-se o processo de independência colonial. Nas Américas, por exemplo, a
agitação pública ocasionada pelas ideias iluministas foi assimilada segundo as aspirações próprias dos países colonizados, sendo
difundidas e interpretadas em seu potencial emancipador. A primeira ruptura aconteceu nos Estados Unidos, que foram à luta por
sua independência após as imposições tributárias da Inglaterra. Sua repercussão se fez sentir não apenas em toda a América, mas
também na Europa, ao concretizar parte dos ideais iluministas.
ILUMINISMO OU ILUSTRAÇÃO
Movimento intelectual do século XVIII que preconizava a razão e a liberdade como centro e autoridade social. Entre seus mentores,
destacam-se Montesquieu (1689-1755), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Diderot (1713-1784) e d’Alembert (1717-1783).
Apesar de seus alicerces se encontrarem bastante desgastados, em razão da progressiva crise econômica e da
mobilização da opinião pública em seu contrário, o Antigo Regime não foi abalado até a Revolução Francesa. Com efeito,
em nenhum outro país as contradições eram tão graves como na França.
Cada vez mais, ficava patente a discrepância de estatuto, atribuições e privilégios entre os três estados que definiam a sociedade
francesa.
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Ao mesmo tempo, o desenvolvimento industrial era amortecido pelos excessivos impostos e pelas regulamentações, decorrentes da
extrema intervenção estatal na vida econômica.
O alto custo de manutenção da sociedade de corte, somado ao crescente déficit financeiro e ao dispêndio com a Guerra dos Sete
Anos (1756-1763), agravaram a situação do país. Em que pesem as propostas de reforma defendidas por ministros
(estabelecimento de um imposto único; liberação do comércio interno, bloqueado pela presença de aduanas nas províncias; reforma
fiscal, estendendo os impostos ao clero e à nobreza) e a convocação das Assembleias, a agitação revolucionária se precipitou com
a queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789.
Nos dez anos seguintes, a França passou por um período revolucionário de grande turbulência social e política, nos quais várias
medidas foram tomadas, como a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), a elaboração de uma
constituição que consagrava a doutrina de Montesquieu sobre a separação dos três poderes, a extinção da escravidão. A
progressão dos acontecimentos que marcaram tal época, tingidos de massacres e expectativas, será estancada com o golpe de 18
de Brumário, em 1799, comandado por Napoleão Bonaparte.
GUERRA DOS SETE ANOS
Conjunto de conflitos entre as novas nações europeias no século XVIII protagonizado pelas disputas da casa de Habsburgo. O
objetivo dos conflitos era definir fronteiras, algo fundamental aos novos estados, e acabaram por envolver quase todas as casas
nobres europeias, além de fragilizar seus domínios e favorecer os processos de independência nas Américas.
MONTESQUIEU (1689-1755)
Filósofo francês que exerceu influência muito forte sobre a Revolução Francesa.
SEPARAÇÃO DOS TRÊS PODERES
Montesquieu defendia a separação dos trêspoderes em Executivo, Legislativo e Judiciário.
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A partir de então, o mundo nunca mais seria o mesmo. Além disso, os ideais encampados pela Revolução Francesa suscitaram
grande apelo em outras partes da Europa e do mundo. Como consequência dessa conjuntura de profundas transformações,
instaura-se uma nova consciência artística, que se identifica completamente com as palavras de ordem brandidas pelos
revolucionários: liberdade, igualdade e fraternidade.
Esses movimentos são conhecidos como a consolidação da
sociedade burguesa. Foram os burgueses que lideraram diversos
movimentos que causaram o fim do Antigo Regime. Eles
representavam a figura de um novo dominante, de um novo
conjunto que a lideraria.
Porém, para os membros da nobreza que lutavam contra eles,
eram bárbaros, selvagens que queriam romper com a ordem do
mundo.
A ARTE EXPRESSA A SOCIEDADE. LOGO, A CRIAÇÃO DE
UMA ARTE QUE ROMPESSE COM OS IDEAIS DA NOBREZA
ERA FUNDAMENTAL. 
Como abandonar os reis e sua estética perfeita, precisa, grega e, ainda assim, permitir o retorno do herói, da donzela, do exagero?
Essas mudanças se manifestaram na ópera, nas letras e nas poesias, passando das estéticas precisas dos salões da nobreza para
um movimento que permitiu ao homem recuperar aquilo que seria chamado de verdadeira essência, o que foi muito valorizado pelos
artistas românticos. Eles buscavam o seguinte:
Liberdade criativa e expressão dos sentimentos sobre as convenções artísticas.
Rejeição ao gosto clássico e defesa do individualismo.
Abandono das formas estéticas fixas e a retomada das lendas, das histórias e de autores que ficaram esquecidos no período
medieval.
PERÍODO MEDIEVAL
Exemplo: O retorno das crônicas arturianas. Podemos dizer que o Romantismo devolveu Rei Artur para a História.
COMO O SONHO DOS NOVOS BURGUESES DE UM NOVO MUNDO,
O ROMANTISMO DÁ ÊNFASE À IMAGINAÇÃO, AO SONHO E À
EVASÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO, À DEVOÇÃO À RELIGIOSIDADE
CRISTÃ E À EMERGÊNCIA DE UMA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA
Todos esses preceitos serão detalhadamente analisados a partir da produção pictórica de artistas emblemáticos, como:
Ferdinand Victor Eugène Delacroix e Théodore Géricault (franceses)
William Turner e John Constable (ingleses)
Caspar David Friedrich (alemão)
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UMA NOITE MUITO BELA
MUITOS NOMES E MUITOS CONTEXTOS, NÃO É MESMO? VAMOS
TENTAR FACILITAR SUA COMPREENSÃO, OK?
Lembre-se de que estamos falando do auge da Europa. Nos séculos XVI e XVII, os europeus consolidaram domínios e se tornaram
ricos explorando as Américas. Com esse dinheiro, a nobreza criou salões e palácios que ofereciam muita dança, música e pinturas,
mudando, assim, o papel da arte em relação a períodos anteriores. A partir da festa da corte, outro grupo cresceu e passou a exigir
cada vez mais: burguesia. Com isso, os dois grupos se misturaram:
Nobres se aproximavam e queriam dinheiro dos burgueses e ofereciam status, modo de vida, casamentos etc.

Burgueses queriam o domínio político, governos que atendessem suas demandas e, se possível, um pouco de status.
COMO FICAVAM OS POBRES?
São sempre os pobres! Explorados por um ou por outro, eles viram nas lutas burguesas uma oportunidade. Consegue notar o
tamanho dessa contradição? A arte burguesa precisa do novo velho glamour, mas, ao mesmo tempo, de um bravo com a espada
desembainhada que derrubasse reis, tomasse as donzelas e mudasse o mundo.
A Modernidade trouxe reis absolutos e a idealização do mundo grego, com a criação de ordens precisas e formas definidas como
exigências para que uma obra pudesse ser considerada arte de verdade. Quando os burgueses rompem com essa nobreza, a nova
estética precisa de um padrão diferente: os heróis – representados por cavaleiros medievais.
ATÉ AQUI, SÓ FALAMOS DE EUROPA. SERÁ QUE NÃO
EXISTIA MOVIMENTO ROMÂNTICO NO BRASIL E NAS
AMÉRICAS?
As Américas eram periferias. Seus jovens eram filhos da elite que iam aos centros europeus estudar e traziam essas influências,
gerando sempre um “atraso” nas manifestações de arte. Nosso movimento romântico é muito mais presente na segunda metade do
XIX do que na primeira.
Mesmo nas independências mais antigas, como a norte-americana, era mais comum, em um primeiro momento, a valorização e
construção de prédios neoclássicos do que uma estética romântica. Precisamos reforçar a questão das independências, pois a
grande maioria foi influenciada pelos ideais burgueses – presentes na Revolução Francesa – e no racionalismo do Iluminismo. O
Romantismo vem misturado a essas concepções. As Américas precisavam se modernizar e chegar ao Iluminismo. Dessa forma,
lentamente chegamos à idealização heroica romântica como ideal.

Na primeira parte do século XIX, o Brasil vivia ainda uma forte presença do movimento neoclássico. Porém, é preciso entender que,
assim como aconteceu com os burgueses, que romperam com a estética do Antigo Regime, aqui, nas Américas, a importação dessa
negação acaba criando a arte das independências.
Na segunda metade do século XIX, o Romantismo brasileiro se torna mais presente, porém com a mesma forma: uma estrutura
europeia que passa a ser adaptada às necessidades de nossa idealização. No Brasil, o Índio vira herói com O guarani. Nos Estados
Unidos, com Sakagawea e Pocahontas (a adaptação clara). Todos querem um herói que se identifique com a luta contra o colosso e
vença epicamente.
A IDADE MÉDIA DEIXA DE SER O PERÍODO DA DOR PARA SER O PERÍODO
DO HOMEM DE VERDADE. SE A DOENÇA CHEGAR, É PARA QUE EU VIVA
INTENSAMENTE! QUE VENHA A TUBERCULOSE, QUE VENHA O QUE FOR,
POIS, COM MINHA LANÇA, LUTAREI!
ISSO É ROMANTISMO, A ESTÉTICA ROMÂNTICA! É ISSO
QUE PRECISAMOS QUE VOCÊ APRENDA UM POUCO MAIS!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
IDENTIFICAR OS PRINCÍPIOS ESTÉTICOS E FILOSÓFICOS QUE MARCARAM A
PRODUÇÃO ARTÍSTICA DO ROMANTISMO
CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS DO MOVIMENTO
ROMÂNTICO
Começamos o segundo módulo considerando, novamente, alguns aspectos de ordem contextuais, organizados a partir da
construção de uma cronologia. Os aspectos históricos e socioculturais dialogam com as características estilísticas, especialmente os
aspectos formais, temáticos e simbólicos das obras, que serão analisados no módulo 3.
É objetivo ainda compreender a “geografia da arte” desse período, uma vez que nenhuma obra é desprovida de “intenções”,
inclusive todas possuem fortes ligações com o espaço/território e/ou lugar em que se encontra (ou que foi produzida).
O Romantismo é marcado por diferentes e contraditórias tendências internas. Assim, seria mais correto pluralizar o termo: em lugar
de Romantismo, Romantismos.
É POSSÍVEL DESTACAR TRÊS CENTROS SUCESSIVOS DE
IRRADIAÇÃO DO MOVIMENTO.
Alemanha e Inglaterra em fins do século XVIII.
Em seguida, passa à França, já no começo do século XIX.
E se espalha por toda a Europa e suas áreas de influência.
A situação das Américas no século XIX, é importante notar, era de quadros de independências, formulação de fronteiras e
construção de identidades. Dessa forma, há traços do Romantismo incorporados nos processos de luta e consolidação
das independências.
MANIFESTAÇÕES NA ALEMANHA
Comecemos pelo seu primeiro ponto de origem: a Alemanha, no final do século XVIII. Suas primeiras manifestações se prendem ao
movimento filosófico e artístico do Sturm und Drang, formado ao redor dos seguintes nomes:
STURM UND DRANG
O epíteto Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto) foi extraído da obra dramática homônima de Friedrich Maximilian de Klinger
(1752-1831), representada em Leipzig, em 1777.
JOHANN GOTTFRIED HERDER
(1744-1803)
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FRIEDRICH SCHILLER
(1759-1805)
GOTTHOLD EPHRAIM LESSING
(1729-1781)
JOHANN WOLFGANG VON GOETHE – PRINCIPAL EXPOENTE
(1749-1832)
Do ponto de vista estético e filosófico, o grupo representou uma veemente reação contra o racionalismo do Iluminismo (Aufklärung)
e contra a influência dos preceitos artísticos do Classicismo francês, predominantes nascortes e nos principados alemães. Os
românticos exaltavam o papel da intuição e dos sentidos; a originalidade e liberdade absoluta do artista, cuja produção deveria ser
expressão do seu poder criador, e não fruto da obediência a técnicas formais preestabelecidas; as experiências místicas e da fé
contra o predomínio da razão sobre os demais valores do homem e do mundo.
Inspirados em princípios da filosofia alemã e nos escritos de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), a obra desses autores
apresentou, em seu conjunto, uma série de traços recorrentes.
FILOSOFIA ALEMÃ
Na Alemanha, surgiram as primeiras iniciativas de levantamento
sistemático de tradições e costumes populares, concebidas como
um repositório genuíno da alma alemã. Pelos esforços do filósofo
e escritor Herder e dos irmãos [Jacob e Wilhelm] Grimm, são
coletados contos, lendas, canções e poesia populares. Ao
contrário da predisposição negativa, que até então prevalecia em
relação às manifestações populares, surge a valorização de sua
contribuição à formação da cultura nacional. São sobejamente
conhecidos os volumes de contos de fadas organizados pelos
irmãos Grimm, que são traduzidos, adaptados e recontados até
hoje.
Vale destacar os seguintes:
Intenso sentimentalismo;
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Idealização do amor e da mulher;
Evasão do real e do presente, buscando refúgio em lugares
intocados pela civilização;
Mergulho na nostalgia medieval;
Repúdio contra a vida convencional burguesa;
Exaltação da cultura popular e forte pessimismo em relação
à sociedade e à própria civilização.
Em função da situação política do país à época, um conjunto disperso de principados e ducados, cuja unificação territorial ocorreria
somente em 1871, constata-se também a importância de questões ligadas à identidade e ao idioma nacional e a preocupação em
consolidar uma produção artística local, prestigiando a própria língua alemã.
Um dos pontos altos do movimento foi a publicação de Os sofrimentos do jovem Werther, escrito por Goethe, em 1774, que
causou grande comoção em toda a Europa. O romance reunia parte das ideias e da sensibilidade artística da produção alemã. Para
além desse título, o autor também deixou registrada sua posição diante das normas e dos modelos estéticos do seu tempo,
ponderando que, por vezes, as regras poderiam destruir o verdadeiro sentimento da natureza.
GOETHE
Goethe, um dos principais nomes do romantismo alemão, sinaliza que, se a Idade Média é a Idade das Trevas, nenhuma teve uma
lua tão bela.
OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER
Romance epistolar em que o jovem Werther noticia ao amigo
Wilhelm suas desventuras amorosas e sua paixão impossível pela
bela Charlotte. De temperamento sensível e decidido, Werther
não consegue esquecer a amada, já comprometida com outro, e,
desesperado, acaba se suicidando com um tiro de pistola na
cabeça. Os leitores da época, impressionados pelo ato extremo
do personagem principal, passaram a se vestir como ele. O livro
inspirou uma onda de suicídios idênticos em várias localidades do
continente.
Embora a predominância da literatura no movimento alemão fosse, sem dúvida alguma, notável, não significa que suas
manifestações se limitassem a esse espaço. Um excelente exemplo vem do Romantismo manifestado na música, que se torna um
meio de comunicação de pensamentos, sentimentos e ideais. Sua forma é chamada de sinfonismo.
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BEETHOVEN
SCHUBERT
Um dos primeiros nomes é Beethoven, considerado um classicista na forma, mas um romântico pela valorização da emoção. No
entanto, Schubert é considerado um dos maiores nomes da estética romântica representada na música.
ROMANTISMO NO REINO UNIDO
Passamos agora para o segundo ponto de irradiação do movimento romântico: o Reino Unido. A Inglaterra de John Locke e Adam
Smith é o local de nascimento do Liberalismo. A burguesia e o ideal de valorização do sujeito, em especial de sua liberdade,
dialogavam com a valorização da arte inglesa e sua base de valor técnico na precisão da forma. Some a esses eventos o fato de a
Inglaterra ser o local de nascimento da Revolução Industrial e o fortalecimento do processo de metrópoles urbanas. Essa mistura
criou uma arte nacionalista, urbana e que valorizava a liberdade e a escolha do sujeito.
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MARCA O INÍCIO DAS TENDÊNCIAS ROMÂNTICAS NO PAÍS
1798
A publicação de Lyrical ballads (1798), dos poetas William Wordsworth (1770-1850) e Samuel Taylor Coleridge (1772-1834).
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1800
Na sua segunda edição, Wordsworth redige um prefácio que é considerado por muitos como um verdadeiro manifesto do
Romantismo. A poesia, segundo o manifesto, é o “fluir espontâneo dos sentimentos poderosos” e não deve se submeter ao filtro do
intelectualismo, sendo expressão das emoções e dos sentimentos do poeta, e não emulação de modelos já consagrados.
Como no caso alemão, a antiguidade clássica deixa de ser a
principal fonte de inspiração, sendo superada pela experiência do
poeta e da cultura de seu país. Em termos literários, propunha
ainda uma poesia sem convenções rígidas, inspirada na vida
simples do campo e nos habitantes das comunidades rurais,
semelhantes àquelas em que Wordsworth viveu na fronteira da
Inglaterra com a Escócia.
A poesia deveria ser pautada por uma linguagem simples e direta,
mais próxima do homem comum. Sua acuidade na descrição de
paisagens isoladas e contemplação do mundo natural
influenciaram não apenas os literatos que o seguiram, mas
também os pintores ingleses, como retratam as obras analisadas
mais adiante.
Embora o reconhecimento de sua obra e reputação sejam maiores fora da Inglaterra, George Byron (1788-1824), mais
conhecido como Lord Byron, figura entre os grandes nomes do Romantismo inglês. Sua vida libertária e aventureira
encarnava, com eloquência, os postulados defendidos pelos escritores românticos. Com o gosto pelo mórbido e o
desencantamento pelo mundo, sua produção poética foi uma das responsáveis pelo mal-du-siècle (mal do século),
sentimento que tanto influenciou, entre outros, a segunda geração de românticos brasileiros.
Desde meados do século XVIII, o gênero romântico, cujas origens remontam à Idade Média e ao Renascimento – como dito no
módulo anterior –, afirmou-se na Europa como a plataforma privilegiada para a narrativa do herói burguês, a ponto de o crítico
húngaro György Lúkacs (1885-1971) designá-lo como a “epopeia da burguesia”.
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 Na Inglaterra, os sucessos de Robinson Crusoé (1719), escrito por Daniel Defoe (1660-1731), de As viagens de Gulliver (1726), de
Jonathan Swift (1667-1745), e dos romances sentimentais de Samuel Richardson (1689-1761) promoveram a constituição de um
público fiel de leitores, escolarizado e de classe média, que passou a consumi-los em grande escala.
Com o advento do Romantismo, o gosto pela evasão e pela história impulsionou a carreira de Walter Scott (1771-1832), que se
consagrou como o iniciador do romance histórico, gênero que produziria grandes frutos por toda a literatura europeia. Escocês de
nascimento, Scott escreveu vários romances sobre a história de seu país, dos quais se destaca Ivanhoe (1820), ambientado na
Idade Média inglesa.
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Devemos ainda destacar a escritora Jane Austen, dona de um estilo irônico e uma das precursoras do romance baseado em
espaços urbanos, com os problemas das novas dinâmicas sociais. Suas primeiras obras, Razão e sensibilidade e Orgulho e
preconceito, foram escritas em 1797, mas os romances foram recusados pela editora e só puderam ser publicados em 1811 e 1813,
com o pseudônimo “uma senhora”. Suas obras são consideradas precursoras deste estilo urbano e vinculado à modernidade da
dinâmica burguesa.
ROMANTISMO FRANCÊS
Agora, chegamos ao terceiro ponto de referência, a partir do qual as ideias românticas se difundiram para o restante da Europa e
para a América. Por força do cataclismo sociocultural e político provocado pela Revolução Francesa, assim como pela presença
mais intensa e opressora dos princípios estéticos neoclássicose seus correspondentes padrões de gosto e cânones artísticos, a
explosão do movimento romântico foi mais ruidosa e vibrante.
Os autores românticos na França tiveram de enfrentar condições mais adversas do que seus companheiros de jornada na Alemanha
e Inglaterra.
De um lado, os adeptos do estilo neoclássico controlavam as posições-chave (comissões, júris, cadeiras etc.) das principais
instâncias de legitimação e consagração artísticas do país – Academia Francesa de Letras, Real Academia de Pintura e Escultura,
Ópera Nacional de Paris
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De outro, houve o impacto causado pela agitação revolucionária. Em seguida, as imposições da Era Napoleônica (1799-1815)
significaram uma descontinuidade que seria progressivamente preenchida pela chegada de novos artistas.
ERA NAPOLEÔNICA
A França tinha forte tradição neoclassicista. Os salões dos reis eram verdadeiras galerias de arte e o modo de vida da família real
era icônico. Com a crítica forte do Iluminismo e a Revolução Francesa, durante um momento, viveu-se um clima de destruição de
tudo que remetesse ao Antigo Regime, inclusive a arte. Depois de anos em governo revolucionário sem conseguir um consenso, foi
escolhido um general para dar continuidade aos ganhos da Revolução. Falamos de Napoleão Bonaparte. Napoleão é uma
contradição. Governou abaixo das leis, valorizando ideais da Revolução Francesa, usou a guerra em prol da Revolução Francesa, e
obteve expansões gigantes. Por outro lado, se intitulou imperador, construiu palácios e mandou organizar a arte. Foi iniciativa dele a
criação de museus como o Louvre, em uma clara popularização da arte, ainda que valorizasse os antigos valores. Em um primeiro
momento defendeu a continuidade da estética clássica, que representava o belo da razão pura. Mas, com o sucesso dos quadros e
valores heroicos e sua própria construção como herói, trabalhou o culto à sua imagem com características românticas, tornando-se
um incentivador deste movimento.
Já nos escombros da revolução, jovens artistas se dedicaram a imprimir novos rumos à produção artística para adequá-la
aos tempos presentes. Na literatura, as obras de François-René de Chateaubriand (1768-1848) e Madame de Staël (1766-
1817) apontavam os caminhos que seriam seguidos: a grandiloquência na descrição das paisagens, a exaltação da fé
religiosa cristã.
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POR VOLTA DE 1820
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surgem as principais obras e os autores mais conhecidos do Romantismo francês. Nesse ano, Alphonse de Lamartine (1790-1869)
publicou, com grande sucesso, uma coletânea de poesias intitulada Méditations, em que se destacam a melancolia, o amor
idealizado e a fé religiosa cristã.
EM 1828
É a vez de Victor Hugo publicar o volume Odes et ballades, no qual se manifestam o lirismo pessoal e certos temas constantes na
obra do autor, como, por exemplo, o fascínio pelas tradições populares da Idade Média e pelas ruínas isoladas.
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No entanto, foi no teatro, o campo de luta pela hegemonia da nova arte, que ocorreram as batalhas mais acaloradas. Isso aconteceu
por uma razão bastante simples:
Foi no terreno teatral que a arte clássica do século XVII e começo do XVIII alcançou sua mais alta expressão, com Corneille,
Molière e Racine. Em 1823, o escritor Stendhal (1783-1842) publicou o ensaio Racine et Shakespeare, no qual contestava a
rigidez e a artificialidade do teatro clássico francês, exigindo a ruptura com as regras das três unidades em favor da obra
de Shakespeare.
Anos depois, é a vez de Victor Hugo defender com fervor, no prefácio de Cromwell (1827), o rompimento total da regra de
separação de estilos.
O que é mais nobre, elevado e sublime encontra-se no baixo, simples, humilde e comum. Como veremos à frente, Hugo, em
prefácio escrito à sua peça, exalta a liberdade do artista e preconiza o tratamento de temas históricos modernos,
abandonando os padrões da Antiguidade, até então enredo obrigatório da tragédia e da epopeia. Para o escritor francês, o
drama deveria evidenciar a realidade que congregasse elementos opostos (o sublime e o grotesco; o belo e o feio). Nega,
assim, a chamada “lei do decoro” estabelecida pelos gramáticos e retóricos do século XVI, segundo a qual coisas que
desagradam ou repugnam não devem ser temas de composições literárias.
O romance despontou como um gênero privilegiado durante o Romantismo, alcançando grande prestígio literário. 
Na França, surgiu, a partir dos anos 1830, uma geração de escritores notáveis responsável pela escrita de clássicos da
literatura universal. Stendhal, Honoré de Balzac (1799-1850), Alexandre Dumas (1802-1870) e Victor Hugo retrataram não
apenas os grandes temas que emergiam com a sociedade burguesa (a carreira social e ascensão pelo talento; a força
dissolvente do dinheiro; os embates entre a aristocracia e a vida burguesa; o antagonismo entre o amor e a conveniência),
como também retomaram à tradição dos romances históricos, inaugurada na Inglaterra por Walter Scott. Surgiram, assim,
obras-primas como O vermelho e o negro (1830), de Sthendal; Notre-Dame de Paris (1831), de Hugo; Os três mosqueteiros
(1844), de Dumas, e os sucessivos tomos que compõem a Comédia Humana, de Balzac.
ROMANTISMO COMO ÍCONE DE UM MUNDO EM
MOVIMENTO
Mais que um movimento artístico, o Romantismo foi um movimento cultural e social de âmbito bastante amplo. Sua atitude e
atuação promoveram a superação dos parâmetros gerais que orientavam a produção artística neoclássica. Pensando nisso, os
princípios gerais que caracterizam o ideário estético romântico são:
O Romantismo combateu qualquer forma de limitação à liberdade de criação e experimentação, vistos como valores supremos e
inegociáveis.
Os artistas românticos defendiam – e exerceram – o direito de não aceitar outras regras que não fossem a própria inspiração e a
capacidade de se expressar com todas as suas vibrações mais íntimas, tanto na contestação aos rígidos modelos e convenções
literárias impostas pela arte neoclássica quanto no esforço de mesclar gêneros artísticos que, até então, não poderiam se
contaminar.
Essas são as características do Romantismo que romperam
fronteiras e ofereceram sentido a movimentos ao redor do mundo.
De um lado, a Europa avançava para África e Ásia em sua
dominação, e os heróis eram os novos conquistadores.
Em Portugal, por exemplo, o Romantismo ganhou ares de crítica
à família real, que estava no Brasil, e de defesa do Liberalismo,
ainda que com a utilização dos antigos heróis.
ROMANTISMO NORTE-AMERICANO
No Romantismo norte-americano, sobressaía a valorização do self, a autorrealização do sujeito e sua capacidade de transformar
seu mundo e sua realidade.
ENTRE OS ENSAÍSTAS E POETAS, DESTACAM-SE:
RALPH WALDO EMERSON
WALT WHITMAN
ESSES HOMENS BUSCARAM DEMONSTRAR A FORÇA
NORTE-AMERICANA EM UMA MISTURA DE ELEMENTOS
DIVINOS COM O DESEJO HUMANO PARA TRANSFORMAR A
PRÓPRIA VIDA.
NA FICÇÃO, TEMOS A PRIMEIRA GRANDE GERAÇÃO DE ESCRITORES
NORTE-AMERICANOS.
HERMAN MELVILLE
EDGAR ALLAN POE
ELES CONSTRUÍAM HISTÓRIAS EM QUE AS PESSOAS
PODIAM SE IDENTIFICAR E, MESMO QUANDO RETRATAVAM
SITUAÇÕES IMPROVÁVEIS, VALORIZAVAM UM IDEAL DE
HOMEM AMERICANO E SUA CAPACIDADE DE AÇÃO.
ROMANTISMO E SEUS CENÁRIOS
Este passeio visa dar percepção da amplitude da presença do Romantismo, destacando suas múltiplas formas, mas sempre fiel ao
seu princípio.
Para que você tenha uma ideia mais concreta dessas proposições, veja alguns trechos de Do grotesco e do sublime, prefácio da
peça Cromwell (1827) escrito pelo poeta, romancista, dramaturgo e intelectual público Victor Hugo (1802-1885). Nas páginas desse
texto, Hugo proclamou:
Destruamos as teorias, as poéticas e os sistemas. Derrubemos este velho gesso que mascara a fachada da arte! Não há regras
nem modelos; ou antes, não há outras regras senão as leis gerais da natureza que plainam sobre toda a arte, e as leis
especiais que, para cada composição, resultam das condições de existência próprias para cada assunto [...] O poeta,
insistimos neste ponto, nãodeve, pois, pedir conselho senão à natureza, à verdade, e à inspiração, que é também uma verdade e
uma natureza. (p. 57, grifo nosso).
Se tivéssemos o direito de dizer qual poderia ser, em nosso gosto, o estilo do drama, quereríamos um verso livre, franco, leal, que
ousasse tudo dizer sem hipocrisia, tudo exprimir sem rebuscamento e passasse com um movimento natural da comédia à tragédia,
do sublime ao grotesco [...]. (p. 68).
Nesses trechos, vemos que o escritor estimula a ruptura com as regras e convenções poéticas universais do teatro clássico francês,
impostas pelos modelos greco-romanos, acusadas de excessivo artificialismo e rigidez.
Segundo o autor, as poéticas, os sistemas, os modelos, o “velho gesso que mascara a fachada da arte” petrificavam a expressão
artística e deveriam ser descartados. Além disso, defende a mescla de gêneros, nas quais a tragédia e a comédia, as ações
elevadas e baixas, a seriedade e a brincadeira se integrariam. Daí sua defesa apaixonada, a exemplo do que se deu entre os
românticos alemães, das obras do dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616), que, de modo pioneiro, não observava as
regras que definiam a tragédia como gênero e afrontava as conveniências com suas cenas brutais e cheias de sangue,
confundindo ilegitimamente os tons, passando do riso às lágrimas, misturando o alto e o baixo.
Como consequência dessa postura estética, a concepção romântica de arte enfatiza com vigor o impulso subjetivo do artista no
processo de criação. O artista neoclássico desaparecia por trás de sua obra, tornando-a objetiva, impessoal e racional, depurando-a
de qualquer traço de espontaneidade. A obra deveria primar pelo equilíbrio, pela harmonia e pela proporção. O artista romântico, ao
contrário, extravasa seus instintos e suas emoções para expressar os aspectos tumultuosos e pessoais da existência, como a
paixão, o devaneio, o delírio, o sonho e a loucura.
De acordo com Victor Hugo, a criação artística não dependia, pelo menos primordialmente, da razão, mas originava-se dos
subterrâneos da subjetividade: a emoção, o sentimento, a imaginação. Além disso, o processo criativo estaria subordinado ao
trabalho objetivo e consciente. A produção artística só se torna possível pela força transbordante da inspiração e do ímpeto criativo.
Outro ponto que merece destaque no âmbito da produção artística romântica é a evasão e a predileção por localidades
isoladas e imaculadas pela civilização, lugares exóticos ou épocas históricas pretéritas. Para os escritores românticos, as
paisagens naturais não são cenários bucólicos, mas acompanham os estados de espírito do autor ou de seus
personagens.
Os artistas românticos foram buscar nos países distantes ou nas regiões esquecidas da Idade Média a inspiração para a produção.
Embora o elemento medieval tenha surgido de modo mais pronunciado entre os alemães, sua presença é também importante no
romance histórico inglês e no francês.
OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER
Basta lembrar que um dos maiores romances da história
universal, O Notre Dame de Paris (também conhecido como O
corcunda de Notre Dame), publicado em 1831 por Victor Hugo,
retrata a agitação da vida popular na Paris medieval e a presença
do povo na história da França. Alguns críticos chamam a atenção
para a centralidade da catedral, personagem principal do
romance.
ROMANTISMO NO BRASIL
E QUE TAL UM HERÓI MEDIEVAL
NA FLORESTA?
O Romantismo chega ao Brasil tardiamente, pois não tivemos
efetivamente uma revolução burguesa. Nossa independência foi
imperial e visava manter nossas fronteiras e representações de
poder. Nossa herança era, então, muito mais neoclássica. No
entanto, na segunda metade do século XX, já sob a influência do
imperador D. Pedro II, um incentivador da arte e suas
representações, uma mudança significativa começou a ser
operada.
Essa mudança pôde ser percebida com a ampliação de um
cenário urbano – principalmente nas grandes capitais – formado
por uma forte influência francesa, que marcou nossa moda, o uso
de roupas e a arte.
A arte burguesa do Romantismo surgiu no Brasil a reboque de um momento que ampliou o debate sobre a identidade nacional.
Foram feitas novas escolas, foi proposta a organização de uma história nacional, e muitos intelectuais começaram a criticar a nossa
condição social e a forma como lidávamos com o passado.
No campo da História, por exemplo, Capistrano de Abreu passou a defender a valorização dos índios, e não dos
colonizadores. Na literatura, o movimento de valorização da tradição indígena aparece nos romances O guarani e Iracema,
a virgem dos lábios de mel. Em ambos, José de Alencar utiliza todos os artifícios e as tradições do movimento, aprendido
em sua formação tradicional, mas adapta o cenário que pode ser lido em Notre Dame para as florestas tropicais.
O Romantismo no Brasil deve ser entendido como um movimento
transportado. Apesar de apresentar características de exaltação
nacional, temos uma reprodução da estética romântica
disseminada de forma tardia. Sua funcionalidade é vinculada ao
fato de romper com as idealizações do passado colonial
brasileiro. Sua primeira manifestação é entendida de forma
consensual quando Gonçalves Magalhães publica Suspiros
poéticos e saudades, em 1836.
Não é possível perceber uma dinâmica viva de valorização do
Romantismo como um movimento defendido por autores
brasileiros, mas, sim, diante da estética valorizada, uma
adaptação às necessidades brasileiras. Notamos a disseminação
de práticas do Romantismo no Brasil, principalmente na literatura,
em três fases distintas.
1
O primeiro movimento é o que tem como expoentes Gonçalves Dias e José de Alencar, valorizando o papel do indígena. Podemos
reconhecer a valorização e continuidade do movimento quando notamos a ópera O Guarani, de Carlos Gomes.
2
A segunda fase, chamada de ultrarromântica, é uma importação ainda mais clara e mais descolada do Brasil. Ainda que temáticas
como a saudade da terra e as lembranças façam parte do repertório, a base é o sofrimento, a expectativa da morte pela tuberculose.
A donzela idealizada, inatingível, representava uma ruptura estética do casamento cristão e, nesse sentido, um rompimento com a
dinâmica local.
3
A terceira fase brasileira é a mais política e ligada às demandas locais. Vinculado à crítica social aos moldes de Vitor Hugo na
França, Castro Alves utilizou sua poesia para denunciar, para chamar a atenção para a realidade da escravidão no Brasil.
Para saber mais sobre essas três fases do Romantismo, acesse o Explore +, onde indicamos vários livros para ajudar no
seu conhecimento.
VALE RESSALTAR QUE O ROMANTISMO NO BRASIL NÃO SE
MANIFESTOU SOMENTE NA LITERATURA. 
A pintura romântica feita no Brasil foi marcada por nomes como Felix Taunay, Pedro Américo, Rugendas e Rodolfo de Amoedo. Um
dos temas mais trabalhados foi a representação da natureza, com possível inspiração da Missão Francesa.
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MISSÃO FRANCESA
Grupo de artistas que, diante da crise na Europa, foram trazidos por D. João VI. Um dos maiores nomes é Jean Baptiste Debret.
A segunda grande temática foi a valorização religiosa, marcada por Rodolfo de Amoedo (O último tamoio) e Vitor Meirelles (A
primeira missa no Brasil).
Um dos pintores mais importantes é, sem dúvida, Pedro Américo. O artista mistura estilos, mas traz fortes tradições
românticas. O jovem pernambucano recebeu uma bolsa concedida pelo próprio Pedro II para estudar na França.
Ao retornar e ficar mais próximo do imperador, ofereceu a ele uma série de quadros que exploravam a beleza nua, as formas físicas,
típica de outro movimento artístico, o que não agradou o pudico imperador. Porém, as influências românticas marcaram algumas
das principais obras de Pedro Américo, como, por exemplo, a sua Independência ou morte (conhecida como Grito do Ipiranga):
ESSE QUADRO FOI PINTADO COMO UM PRESENTE PARA SEU
MECENAS E REPRODUZ O IDEAL HEROICO ROMÂNTICO.
A obra é claramente baseada nasobras de Meissonier e Venet – chamadas de Batalha de Friedland –, o que não era incomum e
visava criar a iconografia do líder, do salvador, marcando elementos da estética romântica. Esse quadro foi pintado como um
presente para seu mecenas e reproduz o ideal heroico romântico.
Assista ao vídeo a seguir e continue seu estudo sobre o Romantismo. O especialista falará sobre Fundamentos da Estética
Romântica nos países que estudamos até aqui e nos países nórdicos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
ANALISAR AS PRINCIPAIS OBRAS PICTÓRICAS E ESCULTÓRICAS DO
ROMANTISMO À LUZ DOS PRINCÍPIOS ESTÉTICOS, TEÓRICOS E
HISTORIOGRÁFICOS DA ARTE
ANÁLISE TEMÁTICA, ESTÉTICA E TÉCNICA DE OBRAS-
PRIMAS DO ROMANTISMO
Concluídos os dois primeiros módulos do tema do nosso estudo,
que foram dedicados às questões contextuais – históricas e
socioculturais –, daremos início ao terceiro objetivo: compreender
a produção artística, especialmente visual, a partir dos preceitos
apresentados anteriormente e dos lugares/territórios definidos na
cronologia do segundo módulo.
Salientamos que faz parte dos questionamentos e desafios dos historiadores e estudiosos da arte desvendar a “gramática”
de um objeto artístico visual, tentando imaginar como seria viver na época de sua concepção/construção, que mãos o
fizeram, por que são feitos de maneiras distintas na mesma época ou semelhantes em épocas diferentes, quais materiais e
técnicas eram usados e quais eram as referências, motivações e intenções para sua elaboração.
Vamos analisar cinco casos exemplares de obras de arte do período e dos países estudados, para compreendermos as premissas
estéticas, históricas e socioculturais que traçamos até aqui.
O Romantismo ganhou força na França, especialmente a partir de artistas como Ferdinand Victor Eugène Delacroix (1798-1863),
um dos principais nomes em termos de representatividade desse movimento na pintura, e Jean-Louis André Théodore Géricault
(1791-1824).
Começaremos pelos exemplares franceses, epicentro do movimento romântico. Analisaremos duas pinturas emblemáticas nos
quesitos composição, cores, tema, historicidade e estilo. Ambas já figuraram em inúmeros livros de História e de História da Arte,
particularmente por representarem episódios importantes da história político-social e religiosa.
DELACROIX
A primeira pintura de Eugène Delacroix, óleo sobre tela, intitulada
A liberdade guiando o povo (figuras 1 a 4), de 1830, foi pintada
em comemoração à Revolução de Julho de 1830. Atualmente,
encontra-se exposta no Museu do Louvre, em Paris.
A LIBERDADE GUIANDO O POVO,
DE DELACROIX
Um dos célebres artistas românticos. Delacroix, por vezes,
afirmou não ser preciso um tema para realizar uma grande obra,
mas sentimento e inspiração (motivação, intenção). Trouxe, com
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essa pintura, grandes emblemas (emergências; bandeiras)
relativos ao período do Romantismo, particularmente no que se
refere à prática pictórica.
REVOLUÇÃO DE JULHO DE 1830
Conhecida como Três Gloriosas, trata-se de uma série de
levantes contra Carlos X, que culminaram em sua renúncia e no
fim do período da Restauração Francesa.
Vamos analisá-la à luz das premissas traçadas nos módulos anteriores e, sobretudo, observando detalhadamente toda
composição/repertório.
Figura 1: A liberdade guiando o povo (1830), Delacroix, óleo sobre tela. Fonte: Web Gallery of Art
Figura 2: A liberdade guiando o povo (1830) (detalhe da figura feminina central da obra), Delacroix, óleo sobre tela. Fonte: Web
Gallery of Art
Figura 3: A liberdade guiando o povo (1830) (detalhe da figura masculina do lado esquerdo da tela), Delacroix, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
Figura 4: A liberdade guiando o povo (1830), Delacroix, óleo sobre tela. Fonte: Web Gallery of Art
Ao final deste módulo, assista ao vídeo e entenda melhor a análise mais detalhada desse quadro e de outros exemplos.
Por essa imagem, podemos nos lembrar das premissas contextuais sobre a importância da conquista da liberdade e de como o
tema esteve presente nesse período histórico a partir das novas organizações sociais, políticas e artísticas. Vemos ainda que
Delacroix soube explorar minuciosamente o espaço pictórico, ao centralizar a alegoria da liberdade, com os braços esticados para o
alto e segurando a bandeira francesa, assim todos os personagens ao seu redor também estão convergindo para o alto, seja pelo
apontamento das armas, seja pela posição corporal.
É possível verificar ainda que a maneira como os corpos estão dispostos na horizontalidade, uns sobre os outros ou próximos,
contribui para a sensação da captação de uma ação e de movimentos, que servem de pedestal para a intenção do artista, a
liberdade.
VALE AINDA DESTACAR QUE MONUMENTOS IMPORTANTES – E
QUE MARCARAM EPISÓDIOS E ROMANCES DESSE PERÍODO –
TAMBÉM APARECEM PINTADOS, COMO É O CASO DA CATEDRAL
DE NOTRE DAME, SINALIZADA NA IMAGEM COM O USO DE UM
CÍRCULO VERMELHO. NO QUE TANGE AO USO DAS CORES, ALÉM
DA PALETA COM VÁRIAS TONALIDADES PARA COMPOSIÇÃO DE
CLAROS E ESCUROS, VEMOS O USO DAS CORES DA BANDEIRA
FRANCESA – VERMELHO, BRANCO E AZUL –, QUE SÃO
UTILIZADAS NA TELA COMO RECURSOS PARA CRIAR PONTOS DE
ILUMINAÇÃO, COMO É O CASO DAS ROUPAS DOS PERSONAGENS
QUE ESTÃO CAÍDOS.
Ainda sobre Delacroix, outro exemplo importante de sua prática pictórica e da maneira como ele expressa os sentimentos, a partir
de determinados temas desse período ou da Antiguidade, é a tela O massacre de Chios, de 1824, um óleo sobre tela que se
encontra no Museu do Louvre.
Figura 5: O massacre de Chios (1824), Delacroix, óleo sobre tela. Fonte: Web Gallery of Art
A obra retrata a cena do massacre na cidade grega de Chios, em 1822, que buscava se libertar dos turcos. Observe que, à
semelhança do que foi feito posteriormente na tela A liberdade guiando o povo, Delacroix busca construir uma narrativa visual de
episódios históricos e políticos de sua época.
O autor imprime uma gama de sentimentos e expressividades a partir das cores e da composição, como a divisão e subdivisões da
tela entre os personagens vencidos e vencedores; uma obra simbólica com cenas de violências advindas da guerra.
THÉODORE GÉRICAULT
O segundo exemplo, também francês, é a obra A balsa da
Medusa (figura 1), de Théodore Géricault. Artista contemporâneo
de Delacroix, eles eram amigos, possui uma produção artística
que merece destaque pela relevância do tema e da composição.
A obra, executada entre 1818 e 1819 em óleo sobre tela, mede
4,91 x 7,16m, e também se encontra exposta no Museu do
Louvre, na mesma sala da obra A liberdade guiando o povo.
Inspirado no trágico naufrágio da fragata de nome Medusa, que se dirigia para o Senegal, em 1816, a pintura conta com a cena dos
sobreviventes que vagavam pelo oceano ao mesmo tempo em que capta o momento em que os náufragos avistam uma possível
vela no horizonte (ver círculo vermelho em destaque na obra), embora eles não sejam vistos. 
Figura 1: A balsa da Medusa (1818-19), Géricault, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
É na maneira como os corpos estão dispostos, na intensidade das cores – como o uso de tonalidades de marrom, sépia e ocre para
o escuro e de amarelo e branco para o claro –, que o artista nos proporciona essa sensação de estar à deriva ao mesmo tempo
em que lança para o alto, com braços esticados e tecidos esvoaçantes – um deles a bandeira francesa –, a esperança (figura 2).
Figura 2: A balsa da Medusa (1818-19), Géricault, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
São sentimentos que se misturam em uma obra carregada de simbologia e de expressividade. Géricault, que tinha interesse por
temas políticos e diversos aspectos humanos, fez vários esboços e estudos (figura 3) sobre a história da Medusa, visitou necrotérios
e pesquisou a documentação disponível à época sobre o naufrágio.
Figura 3: A balsa da Medusa (1818-19), Géricault, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
Na figura 4, com as marcações em vermelho, vemos que a pinturafoi estruturada em duas pirâmides, ou seja, dois grupos de
composições ligados à tentativa de salvamento quando a vela é avistada e outro pelos corpos que, já sem forças ou mortos, estão
esticados na balsa.
Figura 4: A balsa da Medusa (1818-19), Géricault, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
Com uma paleta de cor mórbida, vemos um turbilhão de realidade em que Géricault representou de maneira ímpar a história da
fragata que havia partido da França com a finalidade de colonizar algum país africano. No quesito da recepção da obra, esta
recebeu diversas críticas à época, especialmente pelo fato de o artista ter colocado no centro da tela (imagem 1, círculo vermelho)
um homem negro – o soldado Jean Charles – segurando a bandeira da França.
Além disso, a obra foi avaliada, em território francês, como uma afronta ao governo de Napoleão Bonaparte, pois este apoiava
abertamente o tráfico de negros e o trabalho escravo. A obra foi exposta pela primeira vez no Salão de Paris, em 1819, sob o título
de Cena de um naufrágio e, posteriormente às críticas, foi exposta na Inglaterra e na Irlanda. Atualmente, ocupa a sala de pintura
francesa do Museu do Louvre e é considerada uma das obras-primas da pintura ocidental.
CASPAR DAVID FRIEDRICH
Nosso terceiro caso exemplar é uma obra do alemão Caspar
David Friedrich (1774-1840), considerado um grande artista
romântico, especialmente paisagista. Diferentemente das
abordagens temáticas que vimos nos exemplos franceses,
veremos, com o caso alemão, os princípios da estética romântica
de paisagem. A pintura a óleo Viajante sobre o mar de névoa
(figura 1), de 1818, encontra-se, desde 1970, no acervo da
Kunsthalle de Hamburgo.
KUNSTHALLE DE HAMBURGO
Famoso museu alemão.
Considerada um ícone do indivíduo romântico, essa pintura é um bom exemplo sobre as premissas elencadas nos módulos
anteriores sobre as mudanças do período, especialmente na relação entre indivíduo e sociedade, e o papel da natureza ou do
mundo natural na reapreciação do interno e externo.
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O personagem solitário está em cima de um pico enquanto contempla a paisagem imponente. Vemos que o nevoeiro denso cria a
sensação de mistério. É na forma como o indivíduo está representado, o local, a composição e as cores, que vemos a utilização da
natureza como instrumento de contemplação e mistério, em uma dupla relação de poder entre o personagem e a natureza.
Se tomarmos os recursos utilizados nos casos anteriores como exercício de compreensão da construção pictórica, veremos que,
para a pintura de paisagem no movimento romântico, alguns preceitos técnicos também foram utilizados, como é o caso da
centralidade da figura e do uso da mancha pictórica em formato de triângulo, que contribuem para a convergência do olhar do
espectador e do foco que se pretende dar ao tema central da obra, que nesse caso, é o viajante e a sua relação com a
natureza/paisagem.
O uso de claros e escuros também é uma técnica importante para a criação de camadas da cena ou ilusão de profundidade, como
podemos observar nas marcações em vermelho feitas na figura 1.
Figura 1: Viajante sobre o mar de névoa (1818, óleo sobre tela. Fonte: Web Gallery of Art), Caspar David Friedrich
Figura 2: Viajante sobre o mar de névoa (1818, óleo sobre tela. Fonte: Web Gallery of Art), Caspar David Friedrich
WILLIAN TURNER
O quarto exemplo é uma obra do inglês Willian Turner (1775-
1851), pintor considerado excelente colorista, com cenas e
pinturas marítimas turbulentas, além de paisagens imaginativas e
de suas viagens para estudo. Na obra Vista de Roma do Monte
Aventin, de 1836, pertencente a uma coleção particular, Turner
nos mostra suas habilidades com relação às cores e à
intensidade/projeção da luz. Seu principal objetivo enquanto pintor
foi apresentar, o mais próximo do real, a incidência das cores, a
partir da observação de aspectos da paisagem. A obra em
questão foi realizada após a viagem que ele realizou pela Itália,
quando aprofundou seus estudos sobre a importância da cor.
A paisagem passará a ser o tema explorado e extrapolado no plano e no espaço pictórico. Outro dado importante para ser
observado é que, ao colocar a paisagem natural em primeiro plano, ela ganha outras dimensões e proporções, ou seja, é como se o
pintor estivesse nos dizendo que ela ocupa um novo espaço no plano da pintura e nas produções artísticas.
Diferentemente da paisagem que vimos na obra de Caspar, Turner a coloca em primeiro plano, ou seja, o ambiente natural é visto
de imediato em relação à paisagem urbana ao fundo. Podemos concluir que, a partir de então, veremos um maior protagonismo da
paisagem na pintura, e não apenas uma paisagem representada bem distante e de fundo.
Figura 1: Vista de Roma do Monte Aventine (1836), Turner, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
Em termos de análise formal da composição, observe que as marcações em vermelho, azul e preto (figura 2) nos auxiliam no
entendimento de alguns recursos técnicos importantes para a composição plástica desse espaço.
Figura 2: Vista de Roma do Monte Aventine (1836), Turner, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
1
A árvore possui uma imponência. No entanto, não há desequilíbrio na pintura, uma vez que o artista utiliza uma tonalidade mais
escura, ou seja, o azul no lado esquerdo superior, que funciona como contraste para a luz do lado posterior e, ao mesmo tempo,
como contraponto importante na mancha mais escura proporcionada pela árvore (quadrados vermelhos em destaque na imagem).
2
A tela possui uma divisão central, sendo a parte superior tomada por um jogo de luzes e claros e escuros, com tonalidades que
variam entre o azul e o amarelo, com o objetivo de representar a luz da forma mais próxima possível do real, como vimos nas
intenções artísticas do pintor.
3
A importância da natureza pode ser observada pela escala dos elementos da composição e pela sobreposição da cor. Os indivíduos
estão em tamanho reduzido, postos no canto direito inferior.
4
Já as linhas diagonais em azul foram utilizadas para sinalizar que o final do rio é o ponto de fuga que orienta a perspectiva criada
pelo autor para dar movimento ao rio e também para a abertura da vista da cidade. Embora ela seja vista do alto de uma montanha,
a perspectiva utilizada pelo pintor centraliza a visão do espectador para toda a cena.
JOSÉ DE GOYA Y LUCIENTES
Nosso último exemplo, fora dos principais centros que iniciaram o
movimento – Inglaterra e Alemanha – ou que tiveram papel
fundamental na emergência do Romantismo – como a França –,
mas herdeiro e participante do movimento é o artista espanhol
Francisco José de Goya y Lucientes (1746-1828). Parte
importante da descoberta crítica de sua obra aconteceu na
França, onde se exilou em 1824.
A pintura Picnic (figura 1), de 1788, óleo sobre tela, que se encontra na National Gallery, em Londres, é um exemplo importante do
ponto de vista temático, além de apresentar questões ligadas a cores e composições. É nesse período que vemos que a produção
artística dedica grande parte de suas obras à apresentação de temas do cotidiano, de indivíduos desconhecidos, assim como de
costumes e culturas locais, ainda que com contornos idealizados, românticos e imaginativos.
Figura 1: Picnic (1788), Goya, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
Na figura 2, vemos que o uso do recurso dos personagens organizados em forma de triângulo funciona como uma espécie de elo
entre eles e, ao mesmo tempo, como instrumento de centralidade e equilíbrio da obra.
Figura 2: Picnic (1788), Goya, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
Charles Baudelaire escreveu, em 1857, que teria encontrado em Goya “o amor do esquivo, o sentimento dos contrastes violentos,
dos territórios naturais e das fisionomias humanas estranhamente animalizadas pelas circunstâncias” (ABRIL COLEÇÕES, 2011, p.
10). Isso porque ele seria muito conhecido por seus retratos, especialmente pelas fisionomias dos retratados. Um beloexemplo da
“singularidade/genialidade” do artista é a obra As velhas e o tempo (figura 3), de 1810-12, um óleo sobre tela que se encontra no
Museu de Belas Artes de Lille, na França.
Figura 3: As velhas e o tempo (1810-12), Goya, óleo sobre tela.
Fonte: Web Gallery of Art
Da França, vimos Géricault; da Alemanha, Caspar; da Inglaterra, Turner; da Espanha, Goya. Trata-se de nomes
relativamente famosos, embora com inúmeras obras ainda desconhecidas, especialmente no que se refere ao estudo do
papel de cada um desses artistas na disseminação do movimento e das premissas estéticas em outros países,
particularmente no que tange às inovações no âmbito do espaço pictórico.
Assista ao vídeo a seguir, que mostra mais exemplos de obras de arte do período e analise seus princípios estéticos e suas
características.
ANALISAR AS PRINCIPAIS OBRAS PICTÓRICAS E ESCULTÓRICAS DO
ROMANTISMO À LUZ DOS PRINCÍPIOS ESTÉTICOS, TEÓRICOS E
HISTORIOGRÁFICOS DA ARTE
Os casos selecionados são considerados aqui exemplares para a compreensão das principais premissas que estruturaram a
estética e o pensamento crítico da História da Arte no tema:
ROMANTISMO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, você teve a oportunidade de conhecer um movimento artístico que mostra um mundo em movimento. A ruptura entre o
Antigo Regime e a chegada ao poder da burguesia não muda somente o regime de governo ou a economia, mas também a estética.
A valorização do sujeito, os fundamentos pautados no Liberalismo e a valorização do indivíduo como transformador de sua realidade
representam um conjunto de ideais europeus (baseados em especial na Alemanha, Inglaterra e França) que acabam se
disseminando no mundo. A França e a Inglaterra são dois casos vitais para a compreensão da influência que passarão a ter – a
Inglaterra pelo Liberalismo e a França pelos ideais da Revolução Francesa. Mesmo em periferias, como o Brasil naquele momento,
suas manifestações chegaram e marcaram a nossa arte.
Para compreender essas perspectivas, no entanto, é necessário experimentar. Sendo impossível apreender todas as possibilidades,
no terceiro módulo, adotamos o uso da pintura como forma de construir de maneira mais clara o que representa a estética
romântica.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ABRIL COLEÇÕES. Goya. São Paulo: Abril, 2011.
CARPEAUX, O. M. História da literatura ocidental. Vol. III. Brasília: Edições do Senado Federal, Conselho Editorial, 2008.
CHANTAL, G. O colecionar e o museu, ou como mudar a história da arte? In: Museologia & Interdisciplinaridade. Vol. 1, n. 6,
março/abril de 2015, p. 277-286. Consultado em meio eletrônico em: 30 abr 2020.
CITELLI, A. Romantismo. Série Princípios. São Paulo: Editora Ática, 1986.
ELIAS, N. Mozart: sociologia de um gênio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995. 
ELIAS, N. A sociedade de corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
GUINSBURG, J. (org.). O Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 1993.
HUGO, V. Do grotesco ao sublime – prefácio do Cromwell. São Paulo: Perspectiva, 2004.
HUCHET, S. História da Arte, disciplina luminosa. In: Revista da Universidade Federal de Minas Gerais, v. 21, n. 1.2, 7 abr. 2016.
Consultado em meio eletrônico em: 30 abr 2020.
MESTRES DA PINTURA. Delacroix. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
ROSENFELD, A. História da literatura e do teatro alemães. São Paulo: Perspectiva, 1993.
SENA, J. de. literatura inglesa. São Paulo: Cultrix, 1963.
SANTOS, M. V. P. dos. História da Arte. São Paulo: Ática, 2012.
STRICKLAND, C. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.
EXPLORE+
Pesquise sobre os passeios virtuais em museus com obras do Romantismo:
Museu do Louvre;
Museu de Orsay;
Museu do Prado;
Museu Metropolitan de Nova Iorque;
Galeria Nacional de Londres.
Pesquise sobre a exposição realizada em 2018 pelo Museu do Louvre, em Paris, sobre o artista Eugène Delacroix.
Procure na Internet o texto chamado Por que estudar História da Arte?
Quer saber mais sobre a vida e a obra do artista Eugène Delacroix? Visite a página do Museu Nacional Eugène Delacroix
dedicado ao artista, em Paris, na França.
Faça uma busca sobre o banco de imagens comparadas Warburg. Trata-se de uma iniciativa da Universidade de Campinas
(Unicamp), que reúne muitas imagens de obras agrupadas por artistas, com o objetivo de proporcionar a pesquisadores e
estudantes um estudo comparado da produção artística em diversos períodos.
Procure o texto de Stéphane Huchet, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), A História da Arte, disciplina
luminosa. Essa é uma boa leitura para conhecer a História da Arte enquanto campo de conhecimento.
Livros: Iracema, O guarani e suspiros poéticos de saudade; O macário, A lira dos meus 20 anos e Navio negreiro.
CONTEUDISTA
Adriana Sanajotti Nakamuta
 CURRÍCULO LATTES
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