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UPFUNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL PROJETO DE CONTENÇÕES Disciplina: Geotecnia III Professor: Márcio Felipe Floss Acadêmicos: Cristina Izotton Lívia Carrard Sauro Matias Casteli Tobias Perin Vanessa De Carli Zanotto Passo Fundo, Dezembro de 2014 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 1 DADOS DO PROBLEMA E ESTUDO DAS SOLUÇÕES ............................... 4 1.1 Análises do solo ......................................................................................... 5 2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCOLHA DA CONTENÇÃO ....................... 7 3 GEOMETRIA DAS CONTENÇÕES ................................................................ 8 4 MEMORIAL DE CÁLCULO .......................................................................... 18 CONCLUSÂO .................................................................................................. 26 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 27 3 INTRODUÇÃO Há obras em que se faz necessária a realização de escavações, sendo que em tais casos deve-se sempre analisar a estabilidade do solo. Se tal solo for considerado instável, é de extrema importância que seja realizada uma obra de contenção a fim de assegurar que esse solo não ceda, proporcionando a garantia da estabilidade geral da obra. Há a disposição diversos tipos de contenções que podem ser aplicadas, tais como muros de arrimo, cortinas de estacas-prancha, cortinas atirantadas, estacas justapostas, entre outras. A escolha do tipo de contenção depende do engenheiro que realizará a obra. Cabe a tal profissional avaliar as condições do solo, bem como questões de viabilidade econômica, a fim de escolher o tipo de contenção que mais se adapta ao suporte do solo apresentado. Para a realização deste projeto, o grupo analisou os dados do ensaio SPT do terreno, as dimensões do mesmo e as características do solo. Com isso, foram estudadas as possibilidades para a realização de uma contenção, sendo definidas as soluções, as quais serão apresentadas no decorrer do trabalho. 4 1. DADOS DO PROBLEMA E ESTUDO DAS SOLUÇÕES Você foi contratado para projetar uma estrutura de contenção em um terreno de 12m x 30m na cidade de Passo Fundo. A face de 12m está paralela a Rua Vivente da Glória, que passa em frente do terreno. A cota da frente do terreno está no nível da rua e é de 28m. A cota de fundos é 35m. As curvas de níveis (de metro em metro) são aproximadamente paralelas a menor dimensão do terreno e estão equidistantes. O terreno está no meio da quadra. Sobre o terreno será construído um edifício de 8 pavimentos, com projeção em planta de 12m de frente e 25m até os fundos. Serão construídos dois níveis de subsolo para garagens. O pavimento térreo é comercial e estará no nível da rua. Figura 01: Projeção do terreno com a área ocupada para execução do edifício. 5 1.1. Análises do solo Foi realizado um ensaio SPT, que está mostrado na figura abaixo. Não foi verificado água até a profundidade de 16m. Foram obtidas amostras para realização de ensaios triaxiais (consolidado e não drenado). Os resultados dos ensaios apresentarem parâmetros de resistência efetivo c’= 8 kPa e f’= 26°. Ensaios UU apresentaram Su= 76 kPa. Por medida de segurança os ensaios foram realizados com amostra saturada. Figura 02: Relatório do ensaio SPT. 6 Além disso, foi adotado um valor de peso específico natural do solo de 17 KN/m³, este valor foi encontrado através da análise do ensaio SPT, conforme demonstrado na tabela 01. Tabela 01: Determinação do peso específico através do ensaio SPT. 7 2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCOLHA DA CONTENÇÃO Para escolher o tipo de contenção responsável pela segurança da construção da edificação foram levadas em conta muitas informações. A geometria do terreno, 12 metros de frente e 30m de fundo, com a edificação utilizando os 12m da sua largura e 25 metros de fundo, fez com que optássemos por fazer o corte máximo em todas as faces do terreno, garantindo um excelente aproveitamento de todo o espaço disponível. Nos fundos do terreno optou-se pelo corte de apenas 7 metros, de modo que o arquiteto responsável pelo projeto arquitetônico pudesse usar esta área como um local de lazer para o edifício. Na estrutura de contenção da frente e dos fundos do terreno optou-se pela não utilização de tirantes, pois somente as cortinas de estaca-prancha são suficientes para suporte do solo. O perfil SPT realizado no terreno foi até a profundidade de 16m, limitando as decisões para uma contenção de no máximo 16 metros, pois não se sabe ao certo que tipo de solo estaria abaixo dessa cota, e se existiria presença de lençol freático. Optamos o uso de tirantes, a fim de garantir que a contenção ficasse entre os 16 metros de escavação conhecidos do perfil SPT. Vale lembrar que como o tirante vai entrar muito no solo da vizinhança foi pedido uma autorização para poder executar o tirante utilizando o subsolo dos vizinhos, a autorização foi concedida e a contenção pode ser realizada. 8 3. GEOMETRIA DAS CONTENÇÕES As contenções laterais do terreno foram feitas de maneira escalonada, por causa da inclinação do terreno. Os 74 metros de contenção, que compreendem o perímetro da projeção da edificação, foram divididos em 17 cortinas, com larguras dos panos e alturas livres, bem como as demais características, mostradas a seguir. As cortinas laterais possuem as mesmas dimensões tanto para o lado esquerdo quanto para o direito do terreno. Na frente do terreno foi feito apenas uma cortina, já no fundo, optou-se por fazer duas. Nas tabelas abaixo se pode ver melhor as dimensões e características de cada uma delas. Cortina de Estacas Prancha Frente do Terreno Estaca 0 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 82,93 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 518,07 Ep= 799,03 Altura livre: 6 m y= 4,16 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 2157,55 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 12 m FS= 1,05 Cortina de Estacas Prancha Lado Esquerdo do Terreno Estaca 1 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 89,57 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 604,32 Ep= 799,03 Altura livre: 7 m y= 4,50 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 2718,19 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,32 m FS= 0,83 9 Cortina de Estacas Prancha Lado Esquerdo do Terreno Estaca 2 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 96,21 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 697,21 Ep= 799,03 Altura livre: 8 m y= 4,83 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 3368,40 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,67 Cortina de Estacas Prancha Lado Esquerdo do Terreno Estaca 3 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 102,85 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 796,73 Ep= 799,03 Altura livre: 9 m y= 5,16 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 4114,81 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,55 10 Cortina de Estacas Prancha Lado Esquerdo do Terreno Estaca 4 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 109,48 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 902,90 Ep= 799,03 Altura livre: 10 m y= 5,50 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 4964,08 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,46 Cortina de Estacas Prancha Lado Esquerdo do Terreno Estaca 5 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 116,12 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 1015,70 Ep= 799,03 Altura livre: 11 m y= 5,83 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 5922,82 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,38 Cortina de Estacas Prancha Lado Esquerdo do Terreno Estaca 6 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 122,76 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 1135,14 Ep= 799,03 Altura livre: 12 m y= 6,16 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 6997,69 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 3,56 m FS= 0,32 11 Cortina de Estacas Prancha Lado Esquerdo do Terreno Estaca 7 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 121,43 THD= 582,89 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 327,75 3566,65 3894,40 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 1110,72 Ep= 1947,20 Altura livre: 7 m y= 6,10 y= 4,45 Ficha: 16 m Ma= 6773,11 Mp= 8657,65 D': 12,8 m Largura do pano 5 m FS= 1,28 Cortina de Estacas Prancha Lado Direito do Terreno Estaca 8 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 89,57 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 604,32 Ep= 799,03 Altura livre: 7 m y= 4,50 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 2718,19 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,32 m FS= 0,83 Cortina de Estacas Prancha Lado Direito do Terreno Estaca 9 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 96,21 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 697,21 Ep= 799,03 Altura livre: 8 m y= 4,83 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 3368,40 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,67 12 Cortina de Estacas Prancha Lado Direito do Terreno Estaca 10 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 102,85 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 796,73 Ep= 799,03 Altura livre: 9 m y= 5,16 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 4114,81 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,55 Cortina de Estacas Prancha Lado Direito do Terreno Estaca 11 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 109,48 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 902,90 Ep= 799,03 Altura livre: 10 m y= 5,50 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 4964,08 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,46 Cortina de Estacas Prancha Lado Direito do Terreno Estaca 12 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 116,12 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 1015,70 Ep= 799,03 Altura livre: 11 m y= 5,83 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 5922,82 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 4,28 m FS= 0,38 13 Cortina de Estacas Prancha Lado Direito do Terreno Estaca 13 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 122,76 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 1135,14 Ep= 799,03 Altura livre: 12 m y= 6,16 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 6997,69 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 3,56 m FS= 0,32 Cortina de Estacas Prancha Lado Direito do Terreno Estaca 14 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 121,43 THD= 582,89 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 327,75 3566,65 3894,40 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 1110,72 Ep= 1947,20 Altura livre: 7 m y= 6,10 y= 4,45 Ficha: 16 m Ma= 6773,11 Mp= 8657,65 D': 12,8 m Largura do pano 5 m FS= 1,28 Cortina de Estacas Prancha Fundo do terreno Estaca 15 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 121,43 THD= 582,89 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 327,75 3566,65 3894,40 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 1110,72 Ep= 1947,20 Altura livre: 7 m y= 6,10 y= 4,45 Ficha: 16 m Ma= 6773,11 Mp= 8657,65 D': 12,8 m Largura do pano 12 m FS= 1,28 14 Cortina de Estacas Prancha Fundo do terreno Estaca 16 Dados Peso Espe.: 17 KN/m³ THA = -10,00 THC= 25,61 Âng, Atrito: 26 ° THB = 82,93 THD= 373,91 Coesão: 8 Kpa Fig. 1 Fig. 2 Ka 0,39 Z0= 1,51 Ep= 204,84 1393,22 1598,07 Kp 2,56 Cs: 2 o.p. Ea= 518,07 Ep= 799,03 Altura livre: 6 m y= 4,16 y= 2,84 Ficha: 10 m Ma= 2157,55 Mp= 2267,32 D': 8 m Largura do pano 12 m FS= 1,05 Figura 03: Perspectiva da contenção em 3D – lateral esquerda. 15 Figura 04: Perspectiva frontal da contenção em 3D. Figura 05:Perspectiva da contenção em 3D – vista superior do terreno. 16 Figura 06: Perspectiva da contenção em 3D – contenção lateral e fundos. Figura 07: Perspectiva da contenção em 3D – localização do terreno. 17 Figura 08: Perspectiva da contenção em 3D – vista frontal do terreno. Figura 09: Perspectiva superior da contenção em 3D. 18 4. MEMORIAL DE CÁLCULO Para dimensionar a estrutura de contenção, foi necessário uma série de passos, para que se garantisse a estabilidade e economia da mesma. Com base nas resoluções vistas em aula, pode-se realizar o processo de dimensionamento. O primeiro passo para a verificação da sustentabilidade foi o cálculo da ficha. Para isso, optou-se por iniciar pela frente do terreno, onde está localizada a cortina de número zero. Nesta área de estudo, foi calculado os devidos coeficientes de empuxo ativo e passivo, que levam em consideração o ângulo de atrito do solo, que serão utilizados no decorrer do dimensionamento. Na sequência, as fórmulas utilizadas para os devidos coeficientes de empuxo: Empuxo ativo (Ka) = Tan²(45º - (ϴ/2)) Empuxo passivo (Kp) = 1/Ka Com os coeficientes calculados, partiu-se para a determinação das tensões atuantes no estado passivo e ativo. Com as tensões, traçaram-se os gráficos para que se pudessem determinar as áreas de cada figura, bem como os respectivos empuxos e seus pontos de aplicação. Para o cálculo das tensões, utilizou-se o peso específico adotado, bem como as alturas de cada situação. Os cálculos foram realizados em planilha de Excel e os resultados podem ser conferidos no capítulo anterior, onde estão especificadas as características geométricas da contenção. Os passos feitos na frente do terreno foram repetidos e testados nos demais lados, para que se conseguissem os resultados de cada situação. Sempre se buscou analisar a situação, para adotar as medidas corretas e fazer com que o dimensionamento proporcionasse um resultado real e satisfatório. Após constatar que a ficha disponível era insuficiente, de acordo com o limite do solo analisado pelo SPT, optou-se por utilizar tirantes para alcançar a estabilidade da contenção. A cabeça dos tirantes foram posicionadas a uma altura h’ de 2,5 metros da superfície, e a uma inclinação de 20º. Com os empuxos de todas as cortinas conhecidos, encontrou-se os momentos ativos e passivos, e após a diferença entre o empuxo ativo e o passivo, para chegar ao T calculado. Depois de conhecer o T calculado, foi multiplicado este valor pelo espaçamento entre tirantes e dividido pelo cosseno da inclinação, a fim de conhecermos o T de projeto, que é a força que o 19 tirante deverá suportar. Foi projetado um tirante a cada 2,00 metros, e nas laterais, conforme mencionado, manteve-se uma largura de panos de 4,28 metros. A pressão de injeção de nata de cimento, que pode variar de 5 a 10, foi adotada 5 (cinco), para que a contenção trabalhasse em favor da máxima segurança possível. O comprimento do trecho livre, cujo mínimo é 3,00 metros, foi adotado valores variáveis, explícitos nas planilhas. A seguir, apresentaremos tabelas com os valores encontrados para cada tirante. As tabelas foram geradas no Excel, local onde se desenvolveu a maior parte dos cálculos. Tirante para a estaca 1 Ea= 604,32 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 194,71 KN T projeto= 414,42 KN F= 414,42 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 5,5 m h'= 2,5 m h''= 1,88 m h= 4,38 m ∆p= 372,39 Ls= 5,84 m Ls adotado= 6,00 m Tirante para a estaca 2 Ea= 697,21 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 101,83 KN T projeto= 216,72 KN F= 216,72 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m 20 Lv= 7,75 m h'= 2,5 m h''= 2,65 m h= 5,15 m ∆p= 437,81 Ls 2,61 m Ls adotado= 3,00 m Tirante para a estaca 3 Ea= 796,73 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 2,30 KN T projeto= 4,89 KN F= 4,89 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 6,55 m h'= 2,5 m h''= 2,24 m h= 4,74 m ∆p= 402,92 Ls= 0,06 m Ls adotado= 2,00 m Tirante para a estaca 4 Ea= 902,90 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 103,87 KN T projeto= 221,06 KN F= 221,06 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 9,1 m h'= 2,5 m h''= 3,11 m h= 5,61 m 21 ∆p= 477,05 Ls= 2,45 m Ls adotado= 2,45 m Tirante para a estaca 5 Ea= 1015,70 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 216,67 KN T projeto= 461,15 KN F= 461,15 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 8,35 m h'= 2,5 m h''= 2,86 m h= 5,36 m ∆p= 455,25 Ls= 5,35 m Ls adotado= 5,35 m Tirante para a estaca 6 Ea= 1135,14 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 336,11 KN T projeto= 715,36 KN F= 715,36 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 8,35 m h'= 2,5 m h''= 2,86 m h= 5,36 m ∆p= 455,25 Ls= 8,30 m Ls adotado= 8,30 m 22 Tirante para a estaca 8 Ea= 604,32 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 194,71 KN T projeto= 414,42 KN F= 414,42 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 5,5 m h'= 2,5 m h''= 1,88 m h= 4,38 m ∆p= 372,39 Ls= 5,84 m Ls adotado= 6,00 m Tirante para a estaca 9 Ea= 697,21 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 101,83 KN T projeto= 216,72 KN F= 216,72 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 7,75 m h'= 2,5 m h''= 2,65 m h= 5,15 m ∆p= 437,81 Ls= 2,61 m Ls adotado= 3,00 m 23 Tirante para a estaca 10 Ea= 796,73 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 2,30 KN T projeto= 4,89 KN F= 4,89 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 6,55 m h'= 2,5 m h''= 2,24 m h= 4,74 m ∆p= 402,92 Ls= 0,06 m Ls adotado= 2,00 m Tirante para a estaca 11 Ea= 902,90 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 103,87 KN T projeto= 221,06 KN F= 221,06 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 9,1 m h'= 2,5 m h''= 3,11 m h= 5,61 m ∆p= 477,05 Ls= 2,45 m Ls adotado= 2,45 m 24 Tirante para a estaca 12 Ea= 1015,70 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 216,67 KN T projeto= 461,15 KN F= 461,15 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 8,35 m h'= 2,5 m h''= 2,86 m h= 5,36 m ∆p= 455,25 Ls= 5,35 m Ls adotado= 5,35 m Tirante para a estaca 13 Ea= 1135,14 KN/m Ep= 799,03 KN/m T calculado= 336,11 KN T projeto= 715,36 KN F= 715,36 KN Dd= 0,1 m c'= 8 Kpa ϒ= 17 KN/m³ Φ= 26 ° Inclinação= 20 ° Espaçamento= 2 m Lv= 8,35 m h'= 2,5 m h''= 2,86 m h= 5,36 m ∆p= 455,25 Ls= 8,30 m Ls adotado= 8,30 m 25 Como a força que o tirante deveria suportar era conhecida e calculada anteriormente, a incógnita que se estava procurando era o comprimentodo bulbo. Tomando posse das fórmulas e equações matemáticas fornecidas em aula e dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas, conseguiu-se calcular todos os fatores necessários para o dimensionamento dos tirantes. 26 CONCLUSÃO Ao término do trabalho, podemos concluir que conseguimos assimilar as instruções fornecidas em aulas teóricas e aplicarmos na prática, mesmo que com pequenas dificuldades que foram superadas no decorrer. Podemos ter uma superficial noção de como proceder mediante um projeto de contenções e quais os principais problemas, tendo em vista que este foi o primeiro dimensionamento feito pelo grupo. Para que se alcançassem os resultados apresentados, foi preciso muito estudo e diversas revisões, levando em consideração que o problema nos foi fornecido e cabia ao grupo a solução do mesmo, exatamente como acontece na vida profissional, onde cada um precisa buscar bases e fundações para resolver seus empecilhos. Outro fator que deve ser salientado, é que não se pode pensar em soluções isoladas, pois a profissão exige uma globalização de conhecimentos e ideias, e por isso, buscou-se a união de dois métodos de contenção para que se conseguisse a solução do problema. Desta forma, tirantes e cortinas de estacas- prancha trabalharam perfeitamente juntos, possibilitando o sucesso no projeto. Portanto, com o empenho do grupo, busca por informações e assessoramentos dados pelo professor, conseguiu-se chegar ao objetivo. Com a escavação estabilizada, conclui-se mais um ciclo da formação e cabe a cada um aplicar os conhecimentos na prática, sempre visando a segurança e economia do conjunto como um todo. De agora em diante, tem-se plena capacidade de dimensionar estruturas de contenção, além de avaliar as já existentes e poder fornecer nossos pareceres, sempre bem fundamentados e argumentados, nas bases teóricas fornecidas. 27 REFERÊNCIAS BRAJA, Das M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 1941. 6. ed. rev. Tradução All Tasks; - São Paulo: Thomson Learning, 2007. TABELA PRÁTICA PARA DOBRAMENTO E DETERMINAÇÃO DA BITOLA. Disponível em : <https://www.belgo.com.br/produtos/construcao_civil/ tabelas_praticas_de_dobramento/pdf/tabelas_praticas_de_dobramento.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2014.
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