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Teoria Geral do Direito Mauricio Sampaio


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Mauricio Sampaio 			Relação Jurídica (Conceitos)
Norma Jurídica – Qualquer fato regulado por norma, que adquiri direitos e contrai obrigações.
Norma Jurídica – É o vínculo Jurídico entre pessoas, em que uma delas pode exige da outra determinada obrigação.
Norma Social – Não estabelece norma jurídica, que exija algum direito para contrai alguma obrigação.
Sujeito da Relação:
Sujeito Ativo – É o portador do direito subjetivo que tem o poder de exigir do sujeito passivo o cumprimento do dever jurídico.
Sujeito Passivo – É ele o responsável pela obrigação principal.
Pessoa Física ou Natural - O ser humano dotado de aptidão de adquirir direito e contrair obrigações. Possui três tipos:
Personalidade Natural – Complexo físico e psíquico da pessoa física. Cada pessoa física têm o seu próprio complexo é diferente de indivíduo para indivíduo.
Personalidade Jurídica – É a aptidão que todos têm de adquirir direitos e contrair obrigações. É idêntico a todos os indivíduos, não varia.
Capacidade Jurídica – É a medida limitadora ou delineadora da aptidão de adquirir direitos e contrair obrigações. Possuem dois tipos:
De Direito - Também chamada de Capacidade de Gozo, consiste na possibilidade que toda pessoa tem de ser sujeito de Direito, isto é, figurar num dos polos da Relação Jurídica. É característica inerente ao ser humano, e nenhum pode ser privado dessa capacidade pelo ordenamento jurídico, como está no Art. 1º do Código Civil: "Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil".
De Fato - Já a Capacidade de Fato consiste na possibilidade de estar à frente de seus direitos e deveres (é o que os incapazes não podem fazer). Ou seja, é a aptidão que o ser humano tem ou não de exercer os seus direitos, o que relaciona a Capacidade de Fato com a de Direito e, ao contrário desta, pode ser retirada caso seja entendido que a pessoa não possui discernimento o suficiente para tal.
MACETE:
Tudo que é "de Direito" é algo que está escrito na lei. E tudo que é "de Fato" precisa de uma ação, de algo para existir. A Capacidade de Direito está na lei, por isso não se pode impedir ninguém de tê-la. Já a Capacidade de Fato precisa que exista na pessoa discernimento o suficiente para isso.
A Pessoa Física ou Pessoa Natural - É o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações.  
Personalidade Jurídica - Aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações.
Capacidade Jurídica - Medida jurídica das atribuições da personalidade jurídica. 
Tal capacidade subdivide-se em:
a) Capacidade de fato e de direito: Exercida pessoalmente pelo titular do direito ou dever subjetivo.
b) Capacidade apenas de direito: Aquela que o titular não pode responder pessoalmente, necessitando de substituição ou assistência de um terceiro.
Pessoa Jurídica – É a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídica para adquirir direitos e contraí obrigações.
Pessoa Jurídica de Direito Público – é aquele que nasce diretamente da Lei que a cria. Lei no sentido restrito da palavra, ou seja, aquela que passa pelo processo legislativo formal, dentro do Poder Legislativo, por exemplo. (Caixa Econômica Federal, União, Municípios.
Pessoa Jurídica de Direito Privado – é aquela que nasce de um instrumento formal e escrito que a cria, ou seja, criada por documento que, embora seja considerado lei, este não se enquadra no seu sentido técnico, podendo ser um contrato ou um estatuto, por exemplo. (Associações, Sociedades, Fundações Privadas).
A Pessoa Jurídica: "Entidade ou Instituição que, por força das normas jurídicas são criadas, tem personalidade e capacidade Jurídicas para adquirir direitos e contrair obrigações." (p.164)
De Direito Pública: Quando nasce de uma lei que a institui. 
De Direito Privada: quando nasce de instrumento formal e escrito que a constitui. Uma vez constituída adquire personalidade jurídica. Sua capacidade jurídica decorre a estrutura disposta no instrumento ou lei que a constitui: Varia de acordo com a finalidade específica de sua atividade.
Os Entes Despersonalizados
Tudo aquilo que embora capaz de adquirir Direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como Pessoa Jurídica, por falta de requisitos ou pela situação Jurídica, SUI GENERIS (sem classificação).
A Pessoa Jurídica de Fato – São geralmente pequenos comerciantes que compram e vendem produtos, sem terem uma sociedade comercial regularmente constituída, como inscrição em junta comercial ou em órgãos adequado.
Massa Falida – É aquilo que surge a partir da declaração Judicial de insolvência de alguma sociedade comercial, sendo constituída do patrimônio arrecadado pelo Juízo Falimentar (Vara de Falência). Esse patrimônio arrecadado é administrado por pessoa estabelecida pelo Juiz de Direito, o síndico da Massa Falida, com a obrigação de cuidar do processo de falência e de responder em nome da massa falida, podendo-se configurar nos dois polos da relação jurídica, como titular de direitos e obrigações. 
Massa Falida de uma empresa é formada no momento da decretação de sua falência, e consiste no acervo do ativo e passivo de bens e interesses do falido, que passam a ser administrados e representados pelo síndico. Segundo boa doutrina, a massa falida divide-se em massa ativa (créditos e haveres) e massa passiva (débitos exigíveis pelos credores). 
O que restou foi só a massa falida.
Espólio significa patrimônio, isto é, todos os bens, direitos e obrigações deixadas por alguém que veio a falecer.
É chamado juridicamente pelo termo “de cujus”. O espólio irá responder por todas as dívidas do falecido e até por alguma condenação anterior a sua morte, ou por qualquer ação, mas que seja de sua responsabilidade civil.
Os entes "despersonalizados": Embora capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais para serem considerados Pessoas Jurídicas. Estão entre eles:
A Pessoa Jurídica "de fato": Qualquer pessoa que exerça alguma atividade econômica e que não tenha constituído adequada e legalmente o seu negócio.
A Massa Falida: Que surge a partir da declaração judicial de falência de alguma sociedade. É constituída do patrimônio arrecadado pelo juízo falimentar.
Espólio: Composto do patrimônio oriundo da arrecadação dos bens, direitos e obrigações de pessoa falecida.
Objetos da relação jurídica
Aquilo que vai motivar a relação entre os sujeitos, a razão da existência do vínculo, o porquê da relação pode ser de duas espécies:
Objeto Imediato: (A Prestação) obrigação de fazer, de dar e de não fazer: É o que toca imediatamente o sujeito da relação. É chamado de Prestação. É a ação praticada pelo sujeito da relação para cumprir o que ficou preestabelecido. Essa ação consiste em certo ato, ou em sua abstenção, que o sujeito ativo da RJ tem direito de exigir do sujeito passivo. Pode, portanto, a prestação ser uma ação comissiva (de fazer) ou uma ação omissiva (de não fazer). O objeto está dividido em:
Positivo – Prática de um ato comissivo imputado ao sujeito passivo. Esse ato pode ser o de fazer, entregar, dar alguma coisa, é a chamada obrigação de fazer.
Negativo – é uma abstenção (ato omissivo) por parte do sujeito passivo que pode ser exigida pelo sujeito ativo. Esse ato pode ser o de não fazer, o de não entregar ou de não dar, é a chamada obrigação de não fazer.
Objeto Mediato (Bens Jurídicos) - é tudo aquilo que é tutelado (protegido pelo Direito), porquê tocam o sujeito de maneira indireta, são chamado os bens jurídicos
Mediato coisa - 
Objeto Mediato pessoa física – quanto na espiritual ou moral (pessoa física, pessoa jurídica, entes despersonalizados). Nesse caso, os bens jurídicos são a vida, a integridade física, a liberdade, a honra, a imagem, o nome.
Classificação Fundada no Objeto da Relação
Existe uma classificação que se funda na existência, na relação jurídica, dos objetos imediato (prestação) e mediato (bens jurídicos), ou seja, caso a relação tenha uma prestação,uma coisa ou uma pessoa como objeto, os direitos ali envolvidos são caracterizados de maneiras diferentes, como:
Os Direitos Obrigacionais, ou Direitos Pessoais, ou Direitos de Crédito – São os direitos que nascem caso o objeto seja imediato (prestação). Sendo aqueles que o titular tem em relação as prestações.
Os Direitos Reais ou Direitos Coisa – São os direitos que nascem caso o objeto seja mediato (bem jurídico) coisa. Direitos que o sujeito tem sobre as coisas.
Os Direitos de Personalidade – São aqueles que existem quando o objeto da relação for mediato (bem jurídico) pessoa. Podem ser:
- Quanto a pessoa física (direito a vida, à integridade física, à honra, à segurança) etc.
- Quanto as pessoas em geral (física, jurídica e entes despersonalizados), como o direito ao nome, à imagem, à associação, à reputação etc.
- Quanto o da pessoa jurídica, como o da liberdade comercial, o da clientela etc.
O Nascimento da Relação Jurídica (FATOS JURIDICOS):
Fatos Jurídicos – São os acontecimentos previstos em normas de direito, através dos quais as relações jurídicas nascem, modificam-se ou extingue-se:
Classificação dos Fatos Jurídicos:
Fato Natural – São aqueles alheio a ação humana, ou a ela apenas indiretamente relacionados.
Fato Natural Ordinário (esperados) – É aquele que se apresentar sobre a forma de prazo, dependendo apenas da passagem do tempo cronológico: o nascimento, a morte, a maioridade, o decurso de tempo (usucapião, prescrição e decadência).
Fato Natural Extraordinário – São todos aqueles que independem da passagem do tempo cronológico: o terremoto, os raios, as tempestades, e todos os demais atos que se enquadram na categoria de caso fortuito ou força maior. Tem como características, a inevitabilidade do evento e ausências de culpa do agente causador do dano.
O Ato Jurídico;
Não é mero acontecimento natural, mas ao contrário algo que se prende a ação do homem, a qual a norma jurídica confere consequência de direito tais como a de construir, modificar e extinguir uma relação jurídica. Sub dividem-se em três:
Atos jurídicos Lícitos – Aquele praticado de acordo com o que a norma jurídica estabelece.
Atos Jurídicos Ilícitos – Aquele praticado em discordância com o que é estabelecido nas normas jurídicas.
Dolo – Vontade que aquilo aconteça com intenção ou vontade de causar dano a outrem.
Culpa – É o ato jurídico ilícito que causa dano a outrem, praticado sem intenção, e / ou sem assumir o risco de causa dano. Caracterizada pela pratica de ato por:
 
Imprudência – É o ato culposo que causa dano a outrem, através de uma ação comissiva (ação de fazer), Age se, e com essa ação causa se o dano.
Negligência – É o ato culposo que causa dano a outrem, através de uma ação omissiva (deixa de fazer o que deveria ser feito).
Imperícia – Ato culposo que causa dano a outrem, que recai sobre o profissional que não age com o cuidado que dele se espera durante o trabalho pode ser: comissiva ou omissiva
Responsabilidade Subjetiva;
É aquela atribuída ao agente causador do dano, mas dependendo da apuração do dolo ou da culpa.
Responsabilidade Objetiva;
É aquela que recai sobre o agente causador do dano, independentemente da apuração do dolo ou da culpa.
Abuso do Direito;
É o resultado do excesso de exercício de um direito capaz de causar dano a outrem.
Atos jurídicos Viciados
Atos Nulos. É aquele que possui vício insanável, comprometendo irremediavelmente o que a lei declara essencial.
OBS: Nulidade Absoluta é o que não pode ser consertado.
Atos Anuláveis. São aqueles que se constitui com desobediência a certos requisitos legais, mas não atingem a substância do ato, podendo ser sanados ou retificados. Ato que ainda pode ser consertado. (Nulidade Relativa).
Atos inexistentes. São aqueles que não possui significação jurídica.
Negócio jurídico
É o ato pelo qual uma ou mais pessoas, em virtude de declaração expressa da vontade, produz efeitos jurídicos de natureza patrimonial. Podem ser:
Bilateral. É aquele que para ter validade depende da declaração expressa da vontade de todos os envolvidos no negócio. (Contrato)
Unilateral. É aquele que para ter validade precisa apenas da declaração expressa da vontade de um dos envolvidos no negócio. (Doação e Testamento).
Os Direitos Subjetivos e Suas Nuanças
Dever Jurídico. Consiste na exigência que o direito objetivo(Norma) faz a determinados sujeito para que assuma uma conduta em favor de alguém.
Obrigação: É o vínculo que une duas ou mais pessoas no qual uma delas(devedor), está obrigado a uma prestação de natureza econômica a outra (credor).
De acordo com a doutrina, quando o dever jurídico tem natureza patrimonial, estamos diante de uma obrigação. Assim, toda obrigação é um dever jurídico, mas nem todo dever é uma obrigação, pois pode não ter natureza patrimonial
Os Sentidos da Lei (Formal e Material):
Lei – é a norma escrita, formalizada e legislada pelo poder Público.
Norma – é um padrão de comportamento, criado ou aceito pelo Estado.
Lei no sentido Formal – é a expressão que designa o modo de produção das normas, sendo escrita, legislada e emanada do poder Público competente, segundo a forma prescrita na constituição, tendo como características, portanto, a competência do legislador e a regularidade no processo de elaboração.
Mas, mesmo a lei tendo sentido formal, pode não ter o conteúdo de lei, não tendo, portanto, sentido material.
Lei no sentido Material – é a expressão que designa o conteúdo de lei, tendo como características a obrigatoriedade, a generalidade e a persistência.
Se uma lei formalmente elaborada não for genérica, não for obrigatória, ou não for persistente, terá sentido formal, mas não sentido material.
Controle de Constitucionalidade:
Observância da adequação das normas infraconstitucionais às constitucionais. 
Inconstitucionalidade:
O resultado dessa desobediência normas infraconstitucionais às constitucionais.
Infraconstitucionais:
Normas de escalão inferior a constituição.
Processo Legislativo: 
Conjunto de fases estabelecidas pelas normas constitucionais, que, quando chegado ao final, transformar o projeto de lei em lei vigente.
Espécies de Cessação da vigência:
Revogação – espécie de perda da vigência da lei que se dar exclusivamente com o nascimento de uma mais nova.
Perda Pelo Decurso – é aquela que já possui o seu tempo de vigência previamente determinada.
Perda Pelo Desuso -