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Inquérito Policial

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MATERIAL	
  DE	
  APOIO	
  
AULA	
  –	
  PROCESSO	
  PENAL	
  –	
  ARQUIVAMENTO	
  DE	
  INQUÉRITO	
  POLICIAL	
  
	
  
	
  
	
  
1.	
  CARACTERÍSTICAS	
  DO	
  INQUÉRITO	
  POLICIAL	
  	
  
Macete:	
  SEIO	
  DOIDO	
  	
  S:	
  Sigilosidade	
  E:	
  Escrito	
  I:	
  Inquisitivo	
  O:	
  Oficialidade	
  	
  D:	
  Dispensável	
  O:	
  Obrigatoriedade	
  I:	
  Indisponibilidade	
  D:	
  Discricionariedade	
  O:	
  Oficiosidade	
  	
  
2.	
  PRAZOS	
  DO	
  INQUÉRITO	
  POLICIAL	
  	
  	
   RÉU	
  PRESO	
   RÉU	
  SOLTO	
  REGRA	
  GERAL	
   10	
  DIAS	
   30	
  DIAS	
  (PRORROGÁVEL)	
  JUSTIÇA	
  FEDERAL	
   15	
   DIAS	
   (PRORROGÁVEL	
  POR	
  MAIS	
  15	
  DIAS)	
   30	
  DIAS	
  JUSTIÇA	
  MILITAR	
   20	
  DIAS	
   40	
  DIAS	
  LEI	
  DE	
  DROGAS	
  	
   30	
   DIAS	
   (PRORROGÁVEL	
  POR	
  MAIS	
  30	
  DIAS)	
   90	
  DIAS	
  	
  
3.	
  STF	
  -­‐	
  AÇÃO	
  DIRETA	
  DE	
  INCONSTITUCIONALIDADE	
  :	
  ADI	
  2886	
  RJ	
  	
  Ementa:	
   Ação	
   direta	
   de	
   inconstitucionalidade.	
   Incisos	
  IV	
  e	
  V	
  do	
   art.	
  35	
  da	
   Lei	
  Complementar	
  nº	
  106/2003,	
  do	
  Estado	
  do	
  Rio	
  de	
  Janeiro.	
  Necessidade	
  de	
  adequação	
  da	
  norma	
   impugnada	
   aos	
   limites	
   da	
   competência	
   legislativa	
   concorrente	
   prevista	
   no	
  art.	
  24	
  da	
  Constituição	
   Federal.	
   Ação	
   julgada	
   parcialmente	
   procedente	
   apenas	
   para	
  declarar	
  a	
  inconstitucionalidade	
  do	
  inciso	
  IV	
  do	
  art.	
  35	
  da	
  Lei	
  Complementar	
  Estadual.	
  A	
  legislação	
  que	
  disciplina	
  o	
  inquérito	
  policial	
  não	
  se	
  inclui	
  no	
  âmbito	
  estrito	
  do	
  processo	
  penal,	
   cuja	
   competência	
   é	
   privativa	
   da	
   União	
   (art.	
  22,	
  I,	
  CF),	
   pois	
   o	
   inquérito	
   é	
  procedimento	
  subsumido	
  nos	
  limites	
  da	
  competência	
  legislativa	
  concorrente,	
  a	
  teor	
  do	
  art.	
  24,	
  XI,	
   da	
  Constituição	
   Federal	
  de	
   1988,	
   tal	
   como	
   já	
   decidido	
   reiteradamente	
   pelo	
  Supremo	
   Tribunal	
   Federal.	
   O	
   procedimento	
   do	
   inquérito	
   policial,	
   conforme	
   previsto	
  pelo	
   Código	
   de	
   Processo	
   Penal,	
   torna	
   desnecessária	
   a	
   intermediação	
   judicial	
   quando	
  ausente	
  a	
  necessidade	
  de	
  adoção	
  de	
  medidas	
  constritivas	
  de	
  direitos	
  dos	
   investigados,	
  razão	
   por	
   que	
   projetos	
   de	
   reforma	
   do	
  CPP	
  propõem	
   a	
   remessa	
   direta	
   dos	
   autos	
   ao	
  Ministério	
   Público.	
   No	
   entanto,	
   apesar	
   de	
   o	
   disposto	
   no	
   inc.	
  IV	
  do	
   art.	
  35	
  da	
  LC	
  106/2003	
  se	
  coadunar	
  com	
  a	
  exigência	
  de	
  maior	
  coerência	
  no	
  ordenamento	
  jurídico,	
  a	
  sua	
  inconstitucionalidade	
  formal	
  não	
  está	
  afastada,	
  pois	
  insuscetível	
  de	
  superação	
  com	
  base	
  em	
  avaliações	
  pertinentes	
  à	
  preferência	
  do	
  julgador	
  sobre	
  a	
  correção	
  da	
  opção	
  feita	
  
pelo	
  legislador	
  dentro	
  do	
  espaço	
  que	
  lhe	
  é	
  dado	
  para	
  livre	
  conformação.	
  Assim,	
  o	
  art.	
  35,	
  IV,	
  da	
  Lei	
  Complementar	
  estadual	
  nº	
  106/2003,	
  é	
   inconstitucional	
  ante	
  a	
  existência	
  de	
  vício	
   formal,	
   pois	
   extrapolada	
   a	
   competência	
   suplementar	
   delineada	
   no	
   art.	
  24,	
  §	
   1º,	
  da	
  Constituição	
   Federal	
  de	
   1988.	
   Já	
   em	
   relação	
   ao	
   inciso	
   V,	
   do	
   art.	
   35,	
   da	
   Lei	
  complementar	
   estadual	
   nº	
   106/2003,	
   inexiste	
   infração	
   à	
   competência	
   para	
   que	
   o	
  estado-­‐membro	
   legisle,	
   de	
   forma	
   suplementar	
   à	
   União,	
   pois	
   o	
   texto	
   apenas	
   reproduz	
  norma	
   sobre	
   o	
   trâmite	
   do	
   inquérito	
   policial	
   já	
   extraída	
   da	
   interpretação	
   do	
  art.	
  16	
  do	
  Código	
   de	
   Processo	
   Penal.	
   Ademais,	
   não	
   há	
   desrespeito	
   ao	
   art.	
  128,	
  §	
   5º,	
  da	
  Constituição	
   Federal	
  de	
   1988,	
   porque,	
   além	
   de	
   o	
   dispositivo	
   impugnado	
   ter	
   sido	
  incluído	
   em	
   lei	
   complementar	
   estadual,	
   o	
   seu	
   conteúdo	
   não	
   destoou	
   do	
   art.	
  129,	
  VIII,	
  da	
  Constituição	
   Federal	
  de	
   1988,	
   e	
   do	
   art.	
  26,	
  IV,	
   da	
   Lei	
   nº	
  8.625/93,	
   que	
   já	
   haviam	
  previsto	
   que	
   o	
   Ministério	
   Público	
   pode	
   requisitar	
   diligências	
   investigatórias	
   e	
   a	
  instauração	
   de	
   inquérito	
   policial.	
   Ação	
   direta	
   julgada	
   parcialmente	
   procedente	
   para	
  declarar	
   a	
   inconstitucionalidade	
   somente	
   do	
   inciso	
  IV	
  do	
   art.	
  35	
  da	
   Lei	
   Complementar	
  nº	
  106/2003,	
  do	
  Estado	
  do	
  Rio	
  de	
  Janeiro.	
  	
  	
  
4.	
   HIPÓSTESES	
   DE	
   ARQUIVAMENTO	
   DO	
   INQUÉRITO	
   POLICIAL	
   E	
   COISA	
  
JULGADA	
  	
  	
  
MOTIVO	
  DO	
  ARQUIVAMENTO	
   FAZ	
   COISA	
   JULGADA	
   FORMAL	
   OU	
  
MATERIAL?	
  FALTA	
  DE	
  PROVAS	
   FORMAL	
  ATIPICIDADE	
   FORMAL	
  E	
  MATERIAL	
  EXCLUDENTE	
  DE	
  ILICITUDE	
   STJ:	
   FORMAL	
   E	
   MATERIAL	
   /	
   STF:	
  FORMAL	
  (2015)	
  EXCLUDENTE	
  DE	
  CULPABILIDADE	
   FORMAL	
   E	
   MATERIAL,	
   salvo	
   a	
  inimputabilidade.	
  EXCLUDENTE	
  DE	
  PUNIBILIDADE	
   FORMAL	
  E	
  MATERIAL,	
  exceto	
  em	
  caso	
  de	
  certidão	
  de	
  óbito	
  falsa.	
  	
  
5.	
  STF	
  -­‐	
  QUESTÃO	
  DE	
  ORDEM	
  NO	
  INQUÉRITO	
  :	
  Inq	
  2341	
  MT	
  	
  1.	
  Questão	
  de	
  Ordem	
  em	
  Inquérito.	
  2.	
  Inquérito	
  instaurado	
  em	
  face	
  do	
  Deputado	
  Federal	
  MÁRIO	
  SÍLVIO	
  MENDES	
  NEGROMONTE	
  supostamente	
  envolvido	
  nas	
  práticas	
  delituosas	
  sob	
   investigação	
   na	
   denominada	
   "Operação	
   Sanguessuga".	
   3.	
   O	
   Ministério	
   Público	
  Federal	
   (MPF),	
   em	
   parecer	
   da	
   lavra	
   do	
   Procurador-­‐Geral	
   da	
   República	
   (PGR),	
   Dr.	
  Antonio	
   Fernando	
   Barros	
   e	
   Silva	
   de	
   Souza,	
   requereu	
   o	
   arquivamento	
   do	
   feito.	
   4.	
   Na	
  hipótese	
  de	
  existência	
  de	
  pronunciamento	
  do	
  Chefe	
  do	
  Ministério	
  Público	
  Federal	
  pelo	
  arquivamento	
   do	
   inquérito,	
   tem-­‐se,	
   em	
   princípio,	
   um	
   juízo	
   negativo	
   acerca	
   da	
  necessidade	
  de	
  apuração	
  da	
  prática	
  delitiva	
  exercida	
  pelo	
  órgão	
  que,	
  de	
  modo	
  legítimo	
  e	
  exclusivo,	
  detém	
  a	
  opinio	
  delicti	
  a	
  partir	
  da	
  qual	
  é	
  possível,	
  ou	
  não,	
   instrumentalizar	
  a	
  persecução	
   criminal.	
   5.	
  A	
   jurisprudência	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
   Federal	
   assevera	
  que	
  o	
  pronunciamento	
  de	
  arquivamento,	
  em	
  regra,	
  deve	
  ser	
  acolhido	
  sem	
  que	
  se	
  questione	
  ou	
  se	
  entre	
  no	
  mérito	
  da	
  avaliação	
  deduzida	
  pelo	
  titular	
  da	
  ação	
  penal.	
  Precedentes	
  citados:INQ	
   nº	
   510/DF,	
   Rel.	
   Min.	
   Celso	
   de	
   Mello,	
   Plenário,	
   unânime,	
   DJ	
   19.4.1991;	
   INQ	
   nº	
  719/AC,	
  Rel.	
  Min.	
  Sydney	
  Sanches,	
  Plenário,	
  unânime,	
  DJ	
  24.9.1993;	
  INQ	
  nº	
  851/SP,	
  Rel.	
  Min.	
   Néri	
   da	
   Silveira,	
   Plenário,	
   unânime,	
   DJ	
   6.6.1997;	
   HC	
   nº	
   75.907/RJ,	
   Rel.	
   Min.	
  Sepúlveda	
   Pertence,	
   1ª	
   Turma,	
   maioria,	
   DJ	
   9.4.1999;	
   HC	
   nº	
   80.560/GO,	
   Rel.	
   Min.	
  Sepúlveda	
   Pertence,	
   1ª	
   Turma,	
   unânime,	
   DJ	
   30.3.2001;	
   INQ	
   nº	
   1.538/PR,	
   Rel.	
   Min.	
  
Sepúlveda	
   Pertence,	
   Plenário,	
   unânime,	
   DJ	
   14.9.2001;	
   HC	
   nº	
   80.263/SP,	
   Rel.	
   Min.	
  Sepúlveda	
  Pertence,	
  Plenário,	
  unânime,	
  DJ	
  27.6.2003;	
  INQ	
  nº	
  1.608/PA,	
  Rel.	
  Min.	
  Março	
  Aurélio,	
   Plenário,	
   unânime,	
   DJ	
   6.8.2004;	
   INQ	
   nº	
   1.884/RS,	
   Rel.	
   Min.	
   Março	
   Aurélio,	
  Plenário,	
   maioria,	
   DJ	
   27.8.2004;	
   INQ	
   (QO)	
   nº	
   2.044/SC,	
   Rel.	
   Min.	
   Sepúlveda	
   Pertence,	
  Plenário,	
  maioria,	
  DJ	
  8.4.2005;	
  e	
  HC	
  nº	
  83.343/SP,	
  1ª	
  Turma,	
  unânime,	
  DJ	
  19.8.2005.	
  6.	
  Esses	
   julgados	
   ressalvam,	
   contudo,	
   duas	
   hipóteses	
   em	
  que	
   a	
   determinação	
   judicial	
   do	
  arquivamento	
   possa	
   gerar	
   coisa	
   julgada	
   material,	
   a	
   saber:	
   prescrição	
   da	
   pretensão	
  
punitiva	
  e	
  atipicidade	
  da	
  conduta.	
  Constata-­‐se,	
  portanto,	
  que	
  apenas	
  nas	
  hipóteses	
  de	
  atipicidade	
  da	
  conduta	
  e	
  extinção	
  da	
  punibilidade	
  poderá	
  o	
  Tribunal	
  analisar	
  o	
  mérito	
  das	
   alegações	
   trazidas	
   pelo	
   PGR.	
   7.	
   No	
   caso	
   concreto	
   ora	
   em	
   apreço,	
   o	
   pedido	
   de	
  arquivamento	
  formulado	
  pelo	
  Procurador-­‐Geral	
  da	
  República	
  lastreou-­‐se	
  no	
  argumento	
  de	
   não	
   haver	
   base	
   empírica	
   que	
   indicasse	
   a	
   participação	
   do	
   parlamentar	
   nos	
   fatos	
  apurados.	
  8.	
  Questão	
  de	
  ordem	
  resolvida	
  no	
  sentido	
  do	
  arquivamento	
  destes	
  autos,	
  nos	
  termos	
  do	
  parecer	
  do	
  MPF.	
  	
  
6.	
  MS	
  21.081-­‐DF	
  (2015)	
  	
  DIREITO	
  PROCESSUAL	
  PENAL.	
  ARQUIVAMENTO	
  DO	
  INQUÉRITO	
  POLICIAL.	
  
Na	
  ação	
  penal	
  pública	
  incondicionada,	
  a	
  vítima	
  não	
  tem	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo	
  de	
  
impedir	
   o	
   arquivamento	
   do	
   inquérito	
   ou	
   das	
   peças	
   de	
   informação.	
  Considerando	
  que	
  o	
  processo	
  penal	
   rege-­‐se	
  pelo	
  princípio	
  da	
  obrigatoriedade,	
  a	
  propositura	
  da	
  ação	
  penal	
   pública	
   constitui	
   um	
   dever,	
   e	
   não	
   uma	
   faculdade,	
   não	
   sendo	
   reservado	
  ao	
  Parquet	
  um	
   juízo	
   discricionário	
   sobre	
   a	
   conveniência	
   e	
   oportunidade	
   de	
   seu	
  ajuizamento.	
  Por	
  outro	
  lado,	
  não	
  verificando	
  o	
  Ministério	
  Público	
  material	
  probatório	
  convincente	
   para	
   corroborar	
   a	
   materialidade	
   do	
   delito	
   ou	
   a	
   autoria	
   delitiva	
   ou	
  entendendo	
  pela	
  atipicidade	
  da	
  conduta,	
  pela	
  existência	
  de	
  excludentes	
  de	
   ilicitude	
  ou	
  de	
  culpabilidade,	
  ou,	
  ainda,	
  pela	
  extinção	
  da	
  punibilidade,	
  pode	
  requerer	
  perante	
  o	
  Juiz	
  o	
  arquivamento	
  do	
  inquérito	
  ou	
  das	
  peças	
  de	
  informação.	
  O	
  magistrado,	
  concordando	
  com	
  o	
   requerimento,	
   deve	
   determinar	
   o	
   arquivamento,	
   que	
   prevalecerá,	
   salvo	
   no	
   caso	
   de	
  novas	
  provas	
  surgirem	
  a	
  viabilizar	
  o	
  prosseguimento	
  das	
  investigações	
  pela	
  autoridade	
  policial	
  (art.	
  18	
  do	
  CPP).	
  Se	
  discordar,	
  porém,	
  deve	
  o	
  magistrado	
  encaminhar	
  o	
  pedido	
  de	
   arquivamento,	
   com	
   o	
   inquérito	
   ou	
   peças	
   de	
   informação,	
   à	
   consideração	
   do	
  Procurador-­‐Geral	
   de	
   Justiça,	
   o	
   qual	
   deverá:	
   a)	
   oferecer	
   a	
   denúncia,	
   ou	
   designar	
   outro	
  órgão	
   ministerial	
   para	
   fazê-­‐lo;	
   ou	
   b)	
   insistir	
   no	
   arquivamento,	
   estando,	
   nessa	
   última	
  hipótese,	
   obrigado	
  o	
   Juiz	
   a	
   atender.	
  Poderá,	
   ainda,	
   o	
  Procurador-­‐Geral	
   requerer	
  novas	
  diligências	
   investigatórias.	
   Há,	
   portanto,	
   um	
   sistema	
   de	
   controle	
   de	
   legalidade	
   muito	
  técnico	
  e	
  rigoroso	
  em	
  relação	
  ao	
  arquivamento	
  de	
  inquérito	
  policial,	
  inerente	
  ao	
  próprio	
  sistema	
   acusatório.	
   No	
   exercício	
   da	
   atividade	
   jurisdicional,	
   o	
   Juiz,	
   considerando	
   os	
  elementos	
   trazidos	
  nos	
  autos	
  de	
   inquérito	
  ou	
  nas	
  peças	
  de	
   informações,	
   tem	
  o	
  poder-­‐dever	
   de	
   anuir	
   ou	
   discordar	
   do	
   pedido	
   de	
   arquivamento	
   formulado	
   pelo	
  Ministério	
  
Público.	
  Não	
   há,	
   porém,	
   obrigação	
   de,	
   em	
   qualquer	
   hipótese,	
   remeter	
   os	
   autos	
   para	
  nova	
  apreciação	
  do	
  Procurador-­‐Geral.	
  Assim,	
  se	
  constatar	
  pertinência	
  nos	
  fundamentos	
  do	
  pedido	
  de	
  arquivamento,	
  o	
  Juiz	
  terá	
  o	
  poder-­‐dever	
  de	
  promover	
  o	
  arquivamento,	
  não	
  cabendo	
   contra	
   essa	
  decisão	
   recurso.	
  Ademais,	
   no	
   sistema	
  processual	
  penal	
   vigente,	
   a	
  função	
   jurisdicional	
   não	
   contempla	
   a	
   iniciativa	
   acusatória,	
   de	
  maneira	
  que,	
   do	
  mesmo	
  modo	
  que	
  não	
  poderá	
  o	
  Juiz	
  autoprovocar	
  a	
  jurisdição,	
  não	
  poderá	
  obrigar	
  o	
  Ministério	
  
Público,	
  diante	
  de	
  sua	
  independência	
  funcional,	
  a	
  oferecer	
  a	
  denúncia	
  ou	
  a	
  ter,	
  em	
  toda	
  e	
  qualquer	
  hipótese,	
  reexaminado	
  o	
  pedido	
  de	
  arquivamento	
  pela	
  instância	
  superior,	
  o	
  respectivo	
   Procurador-­‐Geral.	
   Ao	
  Ministério	
   Público	
  cabe	
   formar	
   a	
  opinio	
   delicti	
  e,	
   se	
  entender	
  devido,	
  oferecer	
  a	
  denúncia.	
  Desse	
  modo,	
  uma	
  vez	
  verificada	
  a	
  inexistência	
  de	
  elementos	
   mínimos	
   que	
   corroborem	
   a	
   autoria	
   e	
   a	
   materialidade	
   delitivas,	
   pode	
  o	
  Parquet	
  requerer	
  o	
  arquivamento	
  do	
   inquérito,	
   e	
  o	
   Juiz,	
  por	
  consequência,	
   avaliar	
   se	
  concorda	
   ou	
   não	
   com	
   a	
   promoção	
   ministerial.	
   Uma	
   vez	
   anuindo,	
   fica	
   afastado	
   o	
  
procedimento	
  previsto	
  no	
  art.	
  28	
  do	
  CPP,	
  sem	
  que,	
  com	
  isso,	
  seja	
  violado	
  direito	
  líquido	
  e	
  certo	
  da	
  possível	
  vítima	
  de	
  crime	
  de	
  ver	
  processado	
  seu	
  suposto	
  ofensor	
  (RMS	
  12.572-­‐SP,	
  Sexta	
  Turma,	
  DJ	
  de	
  10/9/2007).	
  Cumpre	
  salientar,	
  por	
  oportuno,	
  que,	
  se	
  a	
  vítima	
  ou	
  qualqueroutra	
   pessoa	
   trouxer	
   novas	
   informações	
   que	
   justifiquem	
   a	
   reabertura	
   do	
  inquérito,	
   pode	
   a	
   autoridade	
   policial	
   proceder	
   a	
   novas	
   investigações,	
   nos	
   termos	
   do	
  citado	
   art.	
   18	
   do	
   CPP.	
   Nada	
   obsta,	
   ademais,	
   que,	
   surgindo	
   novos	
   elementos	
   aptos	
   a	
  ensejar	
   a	
   persecução	
   criminal,	
   sejam	
   tomadas	
   as	
   providências	
   cabíveis	
   pelo	
   órgão	
  ministerial,	
   inclusive	
  com	
  a	
  abertura	
  de	
  investigação	
  e	
  o	
  oferecimento	
  de	
  denúncia.	
  MS	
  
21.081-­‐DF,	
  Rel.	
  Min.	
  Raul	
  Araújo,	
  julgado	
  em	
  17/6/2015,	
  DJe	
  4/8/2015.	
  	
  
Bons	
  estudos!

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