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HISTÓRIA DO DIREITO PENAL

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HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
Prof. Gustavo Batista
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HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
Origens
 Sociedades Primitivas: indissociabilidade entre moral, direito e religião.
As normas têm caráter religioso, vinculadas a uma unidade mágica, que assenta sua vigência no temor de violação do sagrado, bem como sua conseqüência sobre os elementos do grupo. O hábito constrói os padrões normativos da comunidade e designa tabus.
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Como hábito construído os preceitos que regulam as regras de convivência raramente são violados nestes grupos. Entretanto, uma vez violados, a reação social coletiva invoca uma sanha punitiva excessivamente dura, quase sempre, envolvendo a morte ou a perda de paz do autor do delito.
A esta força de reação, que visa amedrontar e dissuadir novas práticas os antigos gregos denominavam timoria (terror).
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Entretanto, mesmo nas sociedades primitivas, o desenvolvimento da linguagem punitiva, envolveu a visualização de que certas violações não afrontavam a existência da sociedade, bastando a existência de uma composição por parte do desviante, observando-se uma mera restituição capaz de anular o ato (do grego a poine que deu origem ao termo latino poenae)
Vale lembrar que, nos casos de timoria a punição do desviante revelaria a destruição simbólica do crime, agradável aos deuses.
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É bom observar que o fenômeno da vingança privada não era comum nas sociedades primitivas. A reação ao delito era um fato coletivo, fundado no sagrado, e solidariamente praticada. Os gestos de vingança eram tão abomináveis e contrários a consciência do grupo, como o próprio desvio. Todavia, a vingança poderia ser comum entre tribos rivais, mas não entre elementos humanos de uma mesma tribo.
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Nas sociedades mecânicas, de coletores e extrativistas, aplicava-se ao vingador uma pena extremamente rigorosa, a perda de paz (da proteção do grupo), pelo fato de ter desrespeitado o caráter sagrado e coletivo de reação ao comportamento desviante.
Logicamente, na medida em que estas sociedades foram tornando-se mais complexas, subdividindo-se os grupos tribais em grupos familiares, é que foi surgindo a prática da vingança, empreendida para solução de conflito entre grupos familiares rivais.
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Na ausência de uma organização política central fortalecida, os grupos primitivos, subdivididos em grupos familiares, que muitas vezes rivalizavam-se, terminavam resolvendo seus litígios pela prática disseminada da vingança. Neste estágio, a sociedade encontra na vingança privada o vetor de reação aos desvios.
Todavia, esta fase, implicava sérias conseqüências para agrupamentos humanos, que se viam enfraquecidos por lutas internas perenes, num completo estado de guerra entre os homens.
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A constituição de um poder central nas primeiras sociedades, deu-se por um procedimento de sacralização, surgindo expoentes sacerdotes que invocavam uma legitimidade divina e forças mágicas ou de origem sobrenatural para exercerem poder sobre os demais membros.
A partir de então, o modelo adotado é o da vingança divina e implica o reconhecimento dos poderes divinos atribuídos aos sacerdotes que lhe permitiam aplicar sanções aos membros da sociedade.
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Após este primeiro cenário de verticalização do poder punitivo, legitimando a supremacia da casta sacerdotal, foi-se construindo um modelo institucional que levou ao reconhecimento de alguns senhores da guerra e expoentes mais fortes da sociedade, enquanto elementos de agregação social, reconhecidos como detentores de poder punitivo sobre os demais membros da sociedade.
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Neste último momento, a sociedade atinge um nível de complexidade que determina a construção de sociedades orgânicas e, com elas, níveis de institucionalização que dividem o espaço existencial dos indivíduos em privado e público. No espaço público, os expoentes sociais tornam-se uma casta de governantes que concentram poderes e aplicam punições. Na espacialidade pública, os crimes passam a ser vistos como violações que atingem o corpo do governante, suas ordens públicas, e, assim, as reações tornam-se extremamente violentas, incorporando um modelo de vingança pública.
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O Direito Penal no Antigo Oriente
1. Fundamento sagrado;
2. Regra talional: Código de Hammurábi (2.083 ac);
3. Direito hebreu: levítico; deuteronômio e talmud;
4. Código de Manu (Índia) – 1.300 ac;
5. China – li e o pha;
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Cidades Gregas
1. Ordálios (interferências dos deuses do olimpo);
2. Leis de Platão (Pena como expiação e retribuição; nas leis, instrumento de prevenção)
3. Aristóteles – Instrumento de defesa da organização política
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Direito Romano
1. Sêneca – punitur quia peccatum; punitur ne ce peccetur;
2. Crimina Publicum – perduellio (fato praticado contra a existência da Cidade) e parricidium (fato praticado contra o pater familiae)
3. Delicta Privata (entregue a iniciativa do ofendido ou a justiça civil, cabendo composição; quando no interior de um grupo familiar (domus), submetido a decisão do pater familias – jus vitae et necis sobre todos aqueles que dele dependiam)
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4. Crimina Extraordinaria (aparecem ao tempo do Império): Categoria intermediária entre os delitos públicos e os delitos privados, submetidos a apreciação dos chamados tribunais imperiais
OBS. Ao lado da Pena de Morte e do Desterro Forçado (banimento) ou Voluntário, o direito romano empregou penas corpóreas; penas infamantes e penas de perda do status libertatis, condenando a pessoa ao trabalho forçado nas minas, agrovilas e galés
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Direito Penal Germânico
No direito penal germânico primitivo, vigoravam sobretudo o modelo de vingança, entre grupos rivais (blutrache), ou a sanção da perda da paz (friedlosigkeit) dentro de um mesmo grupo. É provável que a pena de morte, nos primitivos costumes germânicos, tivesse caráter de sacrifício humano as divindades diversas, variando, conforme a divindade, o seu modo de execução. Qualquer das penas passaram a admitir a composição voluntária.
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Direito Penal Germânico
Leges barbarorum (domínio franco), tratava-se de uma verdadeira compilação de taxas penais, variáveis segundo a gravidade das lesões e também segundo a categoria do ofendido, sua idade e sexo. 
A composição deveria, segundo o direito penal germânico, determinar uma atitude de submissão do agressor em relação ao ofendido. 
O rigor do direito penal germânico era suavizado pela adoção de institutos como as tréguas de Deus e do asilo religioso, que conferiam prerrogativas ao réu.

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