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DIREITO PENAL
Professora: Paula Regina P. de A. Martins
Direito Penal
NOÇÕES BÁSICAS DO DIREITO 
1) CONCEITO.
DIREITO: (latim) DIRECTUM
Aquilo que é reto.
Num sentido figurado, DIREITO passou a ser sinônimo: de regra, de norma, de lei.
Leis físicas indicam aquilo que, na natureza, necessariamente é.
Leis jurídicas indicam apenas aquilo que na sociedade deve ser.
Direito é a ciência do deve ser.
A sociedade é o berço do Direito: Onde está o homem, está o Direito.
Conceito de Direito Penal: “é a parte do ordenamento jurídico que define as infrações penais (crimes e contravenções) e comina as respectivas sanções (penas e medidas de segurança) ” (QUEIROZ).
Sempre que a norma venha a disciplinar algum aspecto do ius puniendi, será de Direito penal. 
Ela pode ser primária ou secundária.
Norma primária é a que cuida do âmbito do proibido (quais condutas são proibidas, quais são determinadas);
Norma secundária é a que norteia o castigo (a sanção).
Direito Penal
A norma primária, por seu turno, possui dois aspectos muito relevantes: o valorativo e o imperativo.
Toda norma penal primária existe para a tutela de um bem jurídico (de um valor) e, ao mesmo tempo, exige um determinado comportamento de todos (comportamento de respeito ao bem protegido).
Exemplo: da lei penal (art. 121 do CP: "Matar alguém") extraímos duas normas penais a primária: é proibido matar; e a secundária: pena de seis a vinte anos de reclusão). A norma primária (é proibido matar) possui dois aspectos (valorativo e imperativo): protege o valor vida e exige um determinado comportamento de todos (de respeito a esse valor, que não pode ser afetado desarrazoadamente, sob pena de incidência do castigo cominado).
Direito Penal
Ciência do Direito penal é a disciplina que tem por objeto o estudo do ordenamento penal positivo (das normas penais). A Ciência do Direito penal tem como função clássica conhecer, interpretar, sistematizar e criticar o Direito positivo, contemplando as normas já não do ponto de vista de sua estrutura formal externa, senão especialmente do seu conteúdo e fins que pretendem alcançar.
Direito Penal
O ilícito jurídico: o fato que contraria norma do Direito, que ofende ou coloca em perigo um bem jurídico alheio (patrimônio, moral, liberdade, vida, etc.), é um ilícito jurídico;
Classificação dos ilícitos jurídicos: civil, administrativo, tributário, eleitoral, penal etc. Quando as sanções civis, administrativas, dentre outras, se demonstrarem insuficientes para coibir a prática de ilícitos jurídicos graves, aplicam-se sanções mais severas por meio das normas do direito penal.
Direito Penal
Classificação do Direito Penal: Direito público ou privado?
Público, porque os cidadãos devem obedecer aos comandos imperativos penais do Estado, não tem escolha. 
Direito penal objetivo: é o direito positivo; 
Direito penal subjetivo: é o direito de punir do Estado – jus puniendi; Legislação penal comum e especial: a comum consta no Código Penal a especial em lei especial, ou seja, fora do Código Penal.
Direito Penal – Criminologia 
É o segmento do ordenamento Jurídico que detêm a função de selecionar comportamentos humanos mais graves e perniciosos à coletividade capaz de colocar em risco valores fundamentais para a convivência social
Conceito: A criminologia é a ciência que estuda o crime e analisa a situação e a personalidade do delinquente, da vítima e os fatores que influenciam na ocorrência da criminalidade. É uma ciência interdisciplinar, que relaciona saberes de outras áreas, como sociologia, biologia, psicopatologia, política e direito.
Finalidade: estuda a causa da criminalidade e as medidas recomendadas para evitá-lo, a pessoa do delinquente e os caminhos para sua socialização.
Como seu próprio nome indica, a criminologia estuda os crimes, especialmente suas causas e os meios para combatê-los.
Quando acontece um crime, coloca-se em prática uma série de atuações: a polícia judiciária se encarrega de buscar testemunhas relacionadas ao crime; a polícia analisa a cena do delito e recolhe provas; e o médico legista foca no levantamento do cadáver e do seu posterior estudo científico.
A Criminologia visa explicar e prevenir o crime através de estudos válidos sobre o crime e seus motivos, como as formas de intervenção estatal ou social. Explicar a intervenção na pessoa do infrator através da educação do criminoso, da inserção no meio social afastando a ideia clássica somente do castigo como forma educadora.
Ou seja, se a prisão sempre será a melhor solução, quais as intervenções estatais são mais eficazes e analisar os fatos da realidade daquele contexto.
De modo geral a Criminologia é o diagnóstico do crime junto com a prevenção do crime, pois através do cruzamento de informações válidas e confiáveis chega-se ao mapeamento do problema criminal de determinada sociedade.
Métodos de estudo da Criminologia: uma ciência sem sombra de dúvidas, empírica pois analisa sempre os fatos reais e concretos através de meios de observação da realidade dos fatos, é chamada de ciência plural pois é interdisciplinar com pressupostos objetivos de relacionamento com outras modalidades e recebendo influência de outras ciências fazendo a cooperação integrada no objetivo de desenvolver perspectivas sobre o crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
Medicina legal: aplicação de conhecimentos médicos para esclarecimento do fato criminoso (exames de lesão corporal, necroscópicos, exame de conjunção carnal);
Criminalística: usa várias ciências para realização de investigação criminal (Polícia Científica);
Psiquiatria forense: ciência que estuda os distúrbios mentais dos indivíduos, para fins de aplicação da lei penal
Direito Penal e Sistema Penal .
Conjunto de normas jurídicas que preveem os crimes e lhes cominam sanções.
Direito Penal, Direito Processual Penal, Lei de Execução Penal, regulamentos penitenciários.
Sistema Penal
Grupo de instituições que, segundo as regras jurídicas pertinentes, se incumbe de realizar o direito penal.
Instituição policial, instituição judiciária e a instituição penitenciária. 
Diferença entre direito penal, ciência penal e poder punitivo.
Direito Penal
Conjunto de normas penais em vigor que se impõem coercitivamente por meio de uma legislação escrita (forma de exteriorizar o direito penal).
Ciência Penal
Estudar, sistematizar e buscar aprimorar as disposições penais, assim como as opiniões cientificas do campo penal sem perder de vista a referência normativa (Leis , Constituição e Tratados Internacionais).
(Estudiosos e Interpretes do Direito Penal).
Poder Punitivo
O poder do estado de perseguir e punir quem viola uma norma penal incriminadora. O exercita por meio de seus vários órgãos.
Evolução Histórica e Doutrina do Direito Penal
Direito Penal Primitivo
Não havia um Direito Institucionalizado, não havia proporcionalidade entre o crime cometido e a pena aplicada.
1- Período da vingança
Períodos da evolução Histórica do Direito Penal
1- Período da vingança surge desde as origens da humanidade.
Prolonga-se até o século XVIII.
Tendo início nos tempos primitivos, nos primórdios da humanidade, o Período da Vingança prolonga-se até o século XVIII.
Nos tempos primitivos não se admitia a existência de um sistema orgânico de princípios gerais, já que grupos sociais dessa época eram envoltos em ambientes mágicos e religiosos. Fenômenos naturais como a peste, a seca, e erupções vulcânicas eram consideradas castigos das divindades, pela prática de fatos que exigiam reparação.
Podem-se distinguir as diversas fases de evolução da vingança penal, como a seguir:
. Fase da vingança privada;
· Fase da vingança divina; e
· Fase da vingança pública.
 
	Entretanto, essas fases não se sucedem umas às outras com precisão matemática. Uma fase convive com a outra por largo período, até constituir orientação predominante, para, em seguida, passar a conviver com a que lhe se segue. Assim, a divisão cronológica é meramente secundária, já que a separação é feita porideias.
	29
Fases e Influência da Vingança Penal
Vingança Privada
Neste período histórico na vingança privada, cometido um crime, ocorria a reação da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo), que agiam sem proporção a ofensa, atingindo não só o ofensor, como todo o seu grupo. A inexistência de limites (falta de proporcionalidade) imperava no revide à agressão.
Duas grandes regulamentações, com o evoluir dos tempos, encontraram-se fundadas na vingança privada: a lei de talião e a composição.
Apesar de se dizer comumente pena de talião, não se tratava propriamente de uma pena, mas de um instrumento moderador da pena, o qual consistia em aplicar ao delinquente ou ofensor o mal que ele causou ao ofendido, na mesma proporção.
Posteriormente, origina-se a composição, através do qual o ofensor comprava sua liberdade, com dinheiro, gado, armas, etc. Adotada, também, pelo Código de Hamurabi (Babilônia), pelo pentateuco (Hebreus) e pelo Código de Manu (Índia), foi largamente aceita pelo Direito Germânico, sendo a origem remota das indenizações cíveis e das multas penais.
Fases e Influência da Vingança Penal vingança divina
Nesta era, a religião atinge influência decisiva na vida dos povos antigos.
A repressão ao delinquente nessa fase tinha por fim aplacar a "ira" das divindades ofendidas pela prática do crime, bem como castigar ao infrator.
A administração da sanção penal ficava a cargo dos sacerdotes que, como mandatários dos deuses, encarregavam-se da justiça.
Aplicavam-se penas cruéis, severas, desumanas. A "vis corpolis" era usa como meio de intimidação.
No Oriente Antigo, pode-se dizer que a religião confundia-se com o Direito, e, assim, os preceitos de cunho meramente religioso ou moral, tornavam-se leis vigentes.
A legislação típica dessa fase era o Código de Manu, mas esses princípios foram adotados na Babilônia, no Egito (Cinco Livros), na China (Livro das Cinco Penas), na Pérsia (Avesta) e pelo povo de Israel.
Fases e Influência da Vingança Penal
Vingança pública
Com uma sociedade um pouco mais organizada, especialmente no que tangia ao desenvolvimento do poder político, surge, no seio das comunidades, a figura do chefe ou da assembleia.
	A pena, portanto, perde sua índole sacra para transformar-se em uma sanção imposta em nome de uma autoridade pública, a qual representava os interesses da comunidade em geral.
	
	
	
Não era mais o ofendido, ou mesmo os sacerdotes, os agentes responsáveis pela sanção, mas sim o soberano (rei, príncipe, regente). Este exercia sua autoridade em nome de Deus e cometia inúmeras arbitrariedades.
A pena de morte nesta época era uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos que hoje são considerados insignificantes. Usava-se mutilar o condenado, confiscar seus bens e estender a pena além da pessoa do apenado, geralmente atingia-se até os familiares do delinquente.
Embora a criatura humana vivesse aterrorizada nesse período da história, devido à falta de segurança jurídica, verificou-se um grande avanço no fato de a pena não ser mais aplicada por terceiros, e sim pelo Estado.
Período Humanitário
O denominado Período Humanitário transcorre durante o lapso de tempo compreendido entre 1750 e 1850.
Tendo seu apogeu no decorrer do Humanismo, esse período foi marcado pela atuação de pensadores que contestavam os ideais absolutistas.
Pugnava-se nesta época pela reforma das leis e da administração da justiça penal no fim do século XVIII.
Os povos estavam saturados de tanta barbárie sob pretexto de aplicação da lei. Por isso, o período humanitário surgiu como uma reação as arbitrariedades praticadas pela administração da justiça penal e contra o caráter real das sanções.
Os escritos de Montesquieu, Voltaire, Rousseau, D’Alembert e o Cristianismo foram de suma importância para o humanismo, uma vez que construíram o próprio alicerce do período humanitário.
O	pensamento predominante da época ia de encontro a qualquer crueldade e se rebelava
contra qualquer arcaísmo do tipo: "Homens, resisti à dor, e sereis salvos". (Basileu Garcia).
Fases e Influências do Período Humanitário
O Direito Penal e a “Filosofia das Luzes”
O	 século XVIII é o século das luzes ou do iluminismo. Esse conceito evoca, antes de mais nada, a luz da razão, (inteligência, esclarecimento). O raciocínio humano seria o meio de atingir o progresso em todos os campos (científico, social, político, moral). Por contraposição, os autores identificavam, nessa época, a ignorância com as trevas.
Nos séculos XVII e XVIII, o pensamento que predominava era de que “o homem deveria conhecer a justiça". Esta época, porém, foi marcada pela expansão da burguesia, classe social que comandava o desenvolvimento do capitalismo. Mas nem tudo era belo e tranquilo: havia um grave conflito de interesses entre os burgueses (classe emergente) e a nobreza.
Surgiu, então, um sistema de ideias que deu origem ao liberalismo burguês, e estas ideias ganharam força através de um movimento cultural conhecido como Iluminismo ou Filosofia das Luzes.
Os pensadores iluministas, em geral, pregavam a necessidade de uma ampla reforma do ensino, criticavam duramente a intervenção do Estado na economia e achincalhavam a Igreja e os poderosos.
Deus foi encarado como expressão máxima da razão, legislador do Universo, respeitador dos direitos universais do homem, da liberdade de pensar e se exprimir. Era também o criador da "lei", a qual no sentido expresso pelo filósofo iluminista Montesquieu era a "relação necessária que decorre da natureza das coisas".
Foram, evidentemente, escritos como os de Montesquieu, Voltaire, Rousseau e D’Alembert que induziram o advento do humanismo e o início da radical transformação liberal e humanista do Direito Penal.
Os pensadores iluministas, supracitados, em seus escritos, trouxeram à tona uma nova ideologia, o pensamento moderno que repercutiria até mesmo na aplicação da justiça: à arbitrariedade se contrapôs a razão.
Os povos clamavam pelo fim de tanto barbarismo disfarçado.
Em 1764, imbuído dos princípios iluministas, Cesar Bonesana, Marquês de Beccaria, fez publicar a obra "Dei Delitti e Delle Pene", (Dos Delitos e Das Penas) que, posteriormente, foi chamada de "Pequeno Grande Livro", por ter se tornado o símbolo maior da reação liberal ao desumano panorama penal até então vigente.
Beccaria
Propunha um modelo penal que atendesse a fins utilitários e políticos, com base numa lei moral.
Buscava a formulação de leis claras e a cominação da pena para a reintegração social do criminoso.
Beccaria
Defendia a utilização de testemunhos humanos na acusação do réu.
Os juristas deviam prender-se à letra da lei e não executar interpretações arbitrarias.
Beccaria
As penas deveriam ser proporcionais e conforme a lei, a fim de se evitar a violência desenfreada contra o cidadão.
Aplicar-se-ia as penas somente quando houvesse necessidade para a manutenção da ordem social.
Beccaria
Sua obra inspirou reformas jurídicas, entre elas, a abolição da tortura e da pena capital em diversos países. Foi consagrado por suas ideias, tendo a aprovação de grandes nomes como Voltaire. Sua obra é usada até hoje para uma compreensão da história do Direito.
Beccaria
Não foi à toa que alguns autores o intitulavam de “Apóstolo do Direito”, pois o jovem marquês de Beccaria revolucionou o Direito Penal e sua obra significou um largo passo na evolução do regime punitivo.
Escola Naturalista
Durante os séculos XVI e XVIII, na denominada fase racionalista surgiu a Escola do Direito Natural, de Hugo Grócio, Hobbes, Spinoza, Puffendorf, Wolf, Rousseau e Kant. Sua doutrina apontava os seguintes pontos básicos: a natureza humana como fundamento do Direito; o estado de natureza como suposto racional para explicar a sociedade; o contrato social e os direitos naturais inatos.
De conteúdo humanitário e influenciado pela filosofia racionalista, a Escola propagou o Direito Natural como eterno, imutável e universal.
Todavia a Escola do Direito Natural teve uma certa duração, porém a correnteque se formou, ou seja, o jusnaturalismo prolongou-se até os dias atuais.
O direito natural é a ideia universal de justiça. É o conjunto de normas e direitos que já nascem incorporados ao homem, como o direito à vida.
Pode ser entendido como os princípios do Direito e é também chamado de jusnaturalismo.
O	 jusnaturalismo atual constitui um conjunto de princípios amplos, dos quais o legislador deverá deduzir e compor a ordem jurídica. Os princípios mais citados referem-se ao direito à vida, à liberdade, à participação na vida social, à segurança, etc.
Bastante claro o elo que existiu e ainda existe entre Direito Natural e Direito Penal, pois os princípios abordados pelo jusnaturalismo, especialmente os correspondentes aos direitos naturais, estão devidamente enquadrados no rol dos bens jurídicos assegurados pelo Direito Penal.
Escola Clássica
Esta denominação foi criada pejorativamente pelos positivistas.
A Escola Clássica era formada por um conjunto de escritores, pensadores, filósofos e doutrinadores que adotaram as teses ideológicas básicas do iluminismo, que foram expostas magistralmente por Beccaria.
Há, no entanto três grandes jurisconsultos, os quais podem ser considerados os iniciadores da Escola
Clássica: Gian Domenico Romagnosi (na Itália), Jeremias Bentham (na Inglaterra) e Anselmo Von Feuerbach (na Alemanha).
No que tange à finalidade da pena, havia no âmago da Escola Clássica, três teorias:
Absoluta (que percebia a pena como uma exigência de justiça);
Relativa (que assinalava a ela um fim prático, de prevenção geral e especial); e
Mista (a qual, resultava da fusão de ambas as outras, onde visava-a como uma utilidade e ao mesmo tempo uma exigência de justiça).
Período Científico
Ou, período criminológico, como também era denominado na época. Esta fase caracterizou-se por um notável entusiasmo científico. Teve seu despertar no século XIX, por volta do ano de 1.850 e propaga-se até os dias de hoje.
Neste período, teve início a preocupação com o homem que delinquia e a razão pela qual delinquia.
Esse período, caracterizou-se pela irrupção das ciências penais no âmbito do Direito punitivo, e graças a ele se abandona o velho ponto de vista de considerar o delinquente como um tipo abstrato imaginando sua personalidade.
"A justiça deve conhecer o homem", esta expressão foi muito utilizada nas obras deste período.
O Determinismo
Durante o denominado período cientifico surgiram doutrinas que nortearam o pensamento da época, repercutindo, inclusive no âmbito criminal: a filosofia determinista.
Alvo de muitas críticas, o determinismo é uma teoria filosófica que afirma que as escolhas e ações humanas não acontecem devido ao livre-arbítrio, mas por relações de causalidade.
A teoria defende ainda, que todos os acontecimentos ocorrem devido ao decurso natural, por uma causa específica, e devem de fato acontecer.
Os Evangelistas e a Escola Positiva
Foi César Lombroso, autor do livro L’uomo Delinquente, quem determinou os novos rumos do Direito Penal após o período humanitário, através do estudo do delinquente e a explicação causal do delito.
O ponto central das compilações de Lombroso é a admissão do delito como fenômeno biológico e o uso do método experimental para estudá-lo.
Foi ele, o criador da "Antropologia Criminal". A seu lado surgem Ferri, com sua obra a "Sociologia Criminal", e Garofalo, no campo jurídico, com a obra "Criminologia", podendo os três serem considerados os fundadores da Escola Positiva.
Lombroso defendia a existência de um criminoso nato, caracterizado por determinados estigmas somato-psíquicos e cujo destino indeclinável era delinquir, sempre que determinadas condições ambientais se apresentassem de forma favorável.
Discípulo dissidente de Lombroso, Henrique Ferri, ressaltou a importância de um trinômio causal do delito: os fatores antropológicos, físicos e sociais. Dividindo os criminosos em cinco categorias: criminoso o nato, louco, criminoso habitual, criminoso ocasional; e criminoso passional. Subdividindo ainda, esta categoria em paixões de cunho: social (amor, piedade, nacionalismo, etc.) e anti-social (ódio, inveja, avareza, etc.).
Outro vulto da tríade é Rafael Garofalo, o primeiro a usar a denominação "Criminologia" para as Ciências Penais, o qual realizou estudos sobre o delito, o delinquente e a pena.
Concluindo essa tríade de vigorosos pensadores que a pena não tem um fim puramente retributivo, mas também uma finalidade de proteção social que se realizava através dos meios de correção, intimidação ou eliminação.
O Direito Penal no Brasil
No Brasil Colonial, por muitos anos vigoraram as ordenações Afonsinas (até 1.512) e Manuelinas (até 1.569), as quais foram substituídas pelo código de D. Sebastião (até 1.603). Posteriormente passou-se, então, para as Ordenações Filipinas, que refletiam o Direito Penal dos tempos medievais.
Ordenações Afonsinas.
Compilação Jurídica para a legislação do Reino de Portugal. As Ordenações Afonsinas, ou Código Afonsino, são uma das primeiras coletâneas de leis da era moderna, promulgadas durante o reinado de Dom Afonso V.
Código de D. Sebastião
O sebastianismo foi uma crença ou movimento profético que surgiu em Portugal em fins do século XVI como consequência do desaparecimento em batalha do rei D. Sebastião. Uma vez que não havia um corpo, acreditava-se que D. Sebastião voltaria para salvar o Reino de Portugal de todos os problemas desencadeados após seu desaparecimento.
Ordenações Filipinas
O	sistema jurídico que vigorou durante todo o período do Brasil-Colônia foi o mesmo que existia em Portugal, ou seja, as Ordenações Reais, compostas pelas Ordenações Afonsinas (1446), Ordenações Manuelinas (1521) e, por último, fruto da união das Ordenações Manuelinas com as leis extravagantes em vigência, as Ordenações Filipinas, que surgiram como resultado do domínio castelhano.
Foi, então, publicado o Livro V das Ordenações do Rei Filipe II (compiladas, por Filipe I, e que aquele, em 11 de janeiro de 1.603, mandava que fossem observadas). Assim sendo, pode-se afirmar que o primeiro Código Penal do Brasil, foi o Código Filipino.
Fundamentavam-se especificamente nos preceitos religiosos. Onde os crimes eram confundidos com o pecado e com a ofensa moral, punindo-se severamente os hereges, apóstatas, feiticeiros e benzedores.
As penas eram severas e cruéis (tais como: açoites, degredo, mutilação, queimaduras, etc.), e visavam difundir o temor pelo castigo. Além da larga cominação da pena de morte, executada pela força, com torturas, pelo fogo, etc., eram comuns as penas infamantes, o confisco e os galés. Aplicavam-se, até mesmo, a denominada "morte para sempre", em que o corpo do condenado ficava suspenso e, putrefava-se vagarosamente, vindo ao solo, ficando ali exposto, até que o ossamento fosse recolhido pela Confraria da Misericórdia, o que se dava uma vez ao ano.
Todavia, as penas eram desproporcionais à falta praticada, não eram previamente fixadas. Eram desiguais e aplicadas com extrema perversidade.
Proclamada a independência do Brasil, previa o texto constitucional de 1.824, que se elaborasse uma nova legislação penal e, em 16 de dezembro de 1.830, D. Pedro I, sancionou o Código Criminal do Império.
Com a República foi editado, em 11 de outubro de 1.890, o Código Criminal da República, logo alvo de duras críticas pelas falhas que apresentava, as quais decorriam, evidentemente, da pressa com que o texto constitucional fora elaborado.
Em virtude desta Constituição de 1.890, houve a abolição da pena de morte, a de galés (trabalhos forçados) e a de banimento judicial.
Apesar de não ter sido bem sistematizado, dentre outros defeitos, o Código Criminal da República, constituiu um grande avanço na legislação penal da época, uma vez que, além de abolir a pena de morte, instalou o regime penitenciário de caráter correcional.
Costuma-se dizer que com o Código de 1.890 nasceu e de imediato trouxe consigo a necessidade de modificá-lo. Uma vez que não poder-se-ia transformá-lo, logo após sua publicação, surgiram,assim, várias leis para alterá-lo, que pelo grande número, acabaram gerando uma imensa confusão e incerteza na aplicação.
Coube então, ao desembargador Vicente Piragibe o encargo de consolidar essas leis extravagantes. Surgindo, então, o Decreto nº 22.213, de 14 de dezembro de 1.932, a denominada Consolidação das Leis Penais de Piragibe, que vigorou até 1.940.
A	Consolidação das Leis Penais realizada pelo Desembargador Vicente Piragibe, era composta de quatro livros e quatrocentos e dez artigos, que passaram a ser o modo mais precário, de Estatuto Penal Brasileiro.
Mesmo promulgado em dezembro de 1.940, o novo Código Penal passou a vigorar em 1º de janeiro de 1.942.
Posteriormente, várias foram as tentativas de mudança da nossa legislação penal. Em 1.963, por incumbência do governo federal, o professor e ministro Nelson Hungria, elaborou e apresentou um anteprojeto de sua autoria, o qual depois de submetido a várias comissões revisoras, foi finalmente convertido em lei pelo Decreto-Lei nº 1004, de 21 de outubro de 1.969.
A vigência do código de 1.969 foi, porém, adiada.
No ano 1.980, o Ministro da Justiça incumbiu o professor Francisco de Assis Toledo, da Universidade de Brasília, de fazer a reforma do Código, até então vigente.
Depois de discutido no Congresso, o projeto foi aprovado, sancionado e promulgado, através da Lei nº 7.209 de 11de julho de 1984.
Recentemente, foi o Estatuto Repressivo pátrio que sofreu algumas alterações através da Lei nº 9.714/98 no concernente as penas restritivas de direitos. Foram incluídos mais dois tipos de penas:
A prestação pecuniária; e
A perda de bens e valores.
Ademais, no que tange à substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos, poderá ela ocorrer quando, preenchidos os requisitos específicos – não reincidência, culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e circunstâncias do crime favoráveis – a pena aplicada não for superior a quatro anos. Vale salientar que, nos casos em que o crime for de natureza culposa, haverá a substituição, qualquer que se seja a pena aplicada.
Através desta verdadeira jornada pela História, observou-se a evolução do Direito Penal, desde os primórdios da humanidade. Ficando nitidamente demonstrado as épocas de pouca evolução, bem como aquelas em que determinadas circunstâncias impulsionaram o Direito Penal, que por sua vez deu amplos saltos rumo à modernidade.
Resumo de Direito Penal
CONCEITO: Todo o conjunto de normas jurídicas que têm por finalidade estabelecer as infrações de cunho penal e suas respectivas sanções e reprimendas. O Direito Penal é um ramo do Direito Público (que diz respeito a função ou dever do Estado). Há que se acrescentar que o Direito Penal é formado por uma descrição, em série, de condutas definidas em lei, com as respectivas intervenções do Estado (na aplicação de sanções e eventuais benefícios), quando da ocorrência do fato delituoso, concreto ou tentado.
DIVISÃO DO CÓDIGO PENAL
O Código Penal é divido em artigos, que vão do 1º ao 361. Em sua Parte Geral (artigos 1º a 120), cuida de assuntos pertinentes a aplicabilidade, características, explicações e permissões contidas na lei penal. Sua segunda parte, ou Parte Especial (artigos 121 a 361) trata dos crimes em si, descrevendo condutas e penas a serem aplicadas.

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