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Aula disturbios renais e urinarios pdf

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DISTÚRBIOS UROLÓGICOS E 
RENAIS
Prof.ª Msc. Enf.ª Mariane Dantas
2018.1
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO BAHIA
Disciplina: Ensino Clínico Saúde do Adulto e Idoso
Anatomia do sistema urinário
URETERES, BEXIGA E URETRA
• Ureteres são longos tubos fibromusculares que
conectam cada rim à bexiga. Medem,
aproximadamente, 24 a 30 cm de comprimento;
• A urina formada nos rins, através dos néfrons, flui
para dentro da pelve renal e, em seguida, para
dentro dos ureteres;
• A bexiga é um saco muscular e oco. Sua
capacidade é de aproximadamente 300 a 500ml de
urina;
• A uretra origina-se na base da bexiga. No homem,
ela atravessa o pênis; na mulher ela desemboca
anterior à vagina.
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO URINÁRIA
• EXAME DE URINA
• CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICA
COR
Amarelo claro 
ao âmbar
DENSIDADE
1003 a 1030m 
Osm/kg
pH
4,5 a 8,0
PROTEÍNAS
150 a 200 
mg/24h
GLICOSE CETONA
HEMOGLOBINA NITRATO
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO URINÁRIA
• EXAME DE URINA
• EXAME MICROSCÓPICO DO SEDIMENTO URINÁRIO
CILINDROS
(Proteína de Tamm-
Horsfall)
LEUCÓCITOS
HEMÁCEAS
BACTÉRIAS
>10.000 UFC
Cálculo do trato urinário-Urolitíase
Definição:
Acúmulo de substâncias (ácido úrico e cálcio) que
se cristalizam, depositando-se em alguma parte do
sistema urinário, formando os cálculos renais ou
urolitíases.
Causas:
Desconhecida, porém alguns fatores favorecem a
formação de cálculos, como infecção das vias
urinárias, estase urinária, períodos prolongados de
imobilização no leito, ingestão excessiva de cálcio e
baixa ingesta hídrica.
FISIOPATOLOGIA
Cálculo do trato urinário-Urolitíase
Sintomas:
Podem aparecer na forma indolor;
Cólicas renais caracterizadas por dor intensa e
profunda na região lombar;
Disúria;
Hematúria;
Urgência urinária;
Distensão abdominal, diarreia, náuseas e vômitos;
Febre.
Cálculo do trato urinário-Urolitíase
Diagnóstico (exames complementares):
RX de abdome;
USG de vias urinárias;
Exame de urina (EAS);
Tratamento:
Administração de líquidos EV;
Eliminação de excessos dietéticos (cálcio);
Adm de analgésicos, anti-inflamatórios e
antibióticos;
Litotripsia (ondas de choque que destroem os
cálculos)
Cálculo do trato urinário-Urolitíase
Cuidados de Enfermagem:
Alívio da dor pode ser facilitado por meio de banhos
quentes ou aplicação de calor úmido na região do
flanco;
Uma ingestão elevada de líquidos deve ser
mantida, pois os cálculos se formam mais
facilmente em uma urina concentrada;
.
No que se refere à dieta, a pessoa deve ser
encorajada a seguir um regime para evitar a
formação de outros cálculos, evitando alimentos
ricos em cálcio.
Infecção do trato urinário-ITU
São infecções
causadas por
microorganismos
patogênicos que
envolvem o trato
urinário superior
ou inferior;
A E. coli é o
microorganismo
causador mais
comum.
Infecção do trato urinário-ITU
Grupo de Risco:
• Hospitalizados;
• Mulheres;
• Idosos (institucionalização);
• Imunodeprimidos;
• Pacientes com AVC;
• Pacientes com hiperplasia prostática ou carcinoma, 
estenose da uretra e bexiga neuropática;
• Pacientes com confusão mental e demências.
Infecção do trato urinário-ITU
Causas:
•Cateterismo vesical;
•Incapacidade ou falha em esvaziar a bexiga por completo;
•Fluxo urinário obstruído (anormalidades congênitas,
estenoses uretrais, tumores, cálculos, anormalidades
neurológicas);
•Imunodepressão;
•Condições contribuintes: diabetes melitus, gravidez,
distúrbios neurológicos, gota;
•Imobilidade no leito;
•Uso frequente de agentes antimicrobianos;
•Úlceras de pressão infectadas.
Infecção do trato urinário-ITU
Manifestações clínicas:;
• Urina de odor fétido;
• Sensação de queimação (ardência) à micção (Disúria);
• Frequência (micção mais frequente);
• Urgência;
• Noctúria (despertar à noite para urinar);
• Incontinência;
• Dor suprapúbica ou pélvica;
• Hematúria, piúria;
• Dor lombar;
• Febre.
Infecção do trato urinário-ITU
Prevenção: *Tratamento
• Higiene íntima; Antibióticos
• Higiene das mãos;
• Ingestão adequada de líquidos;
• Hábitos de micção.
Diagnóstico:
Clínico;
Hemograma;
Urocultura.
Infecção do trato urinário-ITU
Intervenções de Enfermagem:
• Verificação de sinais vitais;
• Observar estado clínico do paciente;
• Proporcionar repouso no leito;
• Monitorizar temperatura corporal (febre);
• Administrar terapêutica prescrita;
• Oferecer e orientar higiene pessoal e íntima;
• Fornecer apoio e orientação ao paciente e familiares em
relação à doença e ao tratamento.
Lesão Renal Aguda (LRA)
e 
Doença Renal Crônica (DRC)
Regulação do equilíbrio hídrico e eletrolítico;
 Eliminação de excretas metabólicas (UREIA, CREATININA, ÁCIDO ÚRICO);
 Excreção de substâncias bioativas (hormônios, cristais e muitas substâncias
nocivas, especialmente fármacos) que afetam as funções do organismo;
 Regulação da pressão sanguínea arterial (SRAA);
 Estimula a produção de células vermelhas do sangue (ERITROPOIESE);
 Síntese da vitamina D;
Formação de urina;
Secreção de prostaglandinas;
Regula o equilíbrio de cálcio e fósforo;
Ativa o hormônio do crescimento.
FUNÇÕES DOS RINS
Conceito: Insuficiência Renal
 A Insuficiência Renal se estabelece quando os rins são
incapazes de remover escórias metabólicas do corpo ou
realizar suas funções reguladoras.
Lesão Renal Aguda (LRA)
-Consiste em rápida deterioração da função renal com
acúmulo de escórias nitrogenadas;
-Caracterizada como uma perda súbita da filtração
glomerular, havendo disfunção glomerular ou tubular;
-Manifesta-se por anúria (menos de 50ml/dia), oligúria
(menos de 500 ml/dia);
-Dificuldade de manter o balanço de K, Na, Mg, Ca e P;
-Rápida = evolui de horas a dias;
-Deterioração = piora de um patamar prévio.
Epidemiologia da LRA
A IRA pode acometer em até 5% da população
internada em um hospital geral, dependendo da
definição que se utiliza, percentual que não é nada
desprezível.
Pacientes críticos, incidência de 20%;
Pacientes com choque séptico, incidência de 50%
ou mais.
CLASSIFICAÇÃO DE LRA DE ACORDO 
COM A ETIOLOGIA
Pré-renal - A causa mais comum de dano tubular é de origem isquêmica ou
tóxica resultando principalmente de uma redução na perfusão renal, causada
por uma série de eventos que culminam principalmente com diminuição do
volume circulante.
Renal ou intra-renal - causada por fatores intrínsecos ao rim, sendo
classificada de acordo com o principal local afetado: túbulos, interstício, vasos
ou glomérulo.
Pós-renal - ocorre na vigência de obstrução do trato urinário.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA LRA
Digestivas Inapetência, náuseas, vômitos incoercíveis, sangramento
digestivo
Cárdio-
respiratório
Dispnéia, edema, hipertensão arterial, insuficiência
cardíaca, edema agudo de pulmão, arritmias, pericardite,
pleurite
Neurológico Sonolência, tremores, agitação, torpor, convulsão, coma
Hematológico Sangramentos, anemia, distúrbios plaquetários
Imunológico Depressão imunológica com tendência a infecções
Nutricional Catabolismo aumentado, perda de massa muscular
Cutâneo Prurido
Diagnóstico da LRA
EXAMES DE SANGUE:
-Bioquímica;
-Gasometria arterial
EXAMES DE URINA:
-EAS;
-Clearance de creatinina;
-Proteinúria de 24 horas.
EXAMES DE IMAGEM:
USG renal;
Tomografia;
Ressonância magnética;
ECO doppler de artérias renais
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Achados Laboratoriais
Ureia
Creatinina
Potássio
Fósforo
Ácido úrico
Tempo de coagulação
Bicarbonato
Sódio
Magnésio
Cálcio
Hemoglobina
Complicações da LRA
 Principal complicação  Desenvolver
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA;
 A hipercalemia poderá ocasionar arritmias e/ou
parada cardíaca;
 Anemia: devido a reduçãoda eritropoetina,
redução da vida das hemácias.
Complicações da LRA
-Metabólicas: distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-
básicos;
-Hematológicas: anemia, trombocitopenia e disfunção
do fator VIII;
-Cardiovasculares: hipertensão, congestão pulmonar;
-Trato gastrointestinal: sangramento, úlcera e
pancreatite;
Tratamento-IRA
CORREÇÃO DA CAUSA : ao mesmo tempo, restaurar a perfusão renal, assegurando um
bom fluxo renal, independente da causa; Estabelecer um diagnóstico etiológico;
Eliminar as causas potenciais e tratar a doença de base;
CONTROLE DAS MANIFESTAÇÕES
Correção da hipercalemia (adm. de gluconato de cálcio em bolus,
solução polarizante);
Correção da acidose (administração de bicarbonato de sódio a 8,4%;
VNI, VM);
Controle do edema (restrição hídrica, adm de diurético - furosemida);
Manutenção da perfusão sanguínea (drogas vasoativas –
noradrenalina);
Controle da hipertensão arterial (droga vasodilatadora –
nipride/nitroprussiato de sódio);
Proteção de vias aéreas (IOT);
DIÁLISE.
Consiste na perda progressiva e irreversível da função
renal, na qual os rins não conseguem manter a
homeostase do organismo.
Poderá ser acometido rapidamente após uma agressão
renal aguda.
Causas principais 
Glomerulonefrite crônica Pielonefrite crônica
Doenças policísticas do rim Diabetes Mellito
Hipertensão Lupus Eritematoso Sistêmico
Doença Renal Crônica-DRC
História Pregressa
Procura-se investigar a história familiar de hipertensão
arterial, diabetes mellitus e doenças congênitas como rins
policísticos, e também as neoplasias etc.
Exame Físico
Respiratório – pode apresentar
EAP, derrame pleural.
Cardiovascular – ICC, HAS
Sistema nervoso – Encefalopatia, convulsão, irritabilidade, depressão
Doença Renal Crônica-DRC
Débito urinário: Oligúria ou
anúria + alteração de cor da
urina;
Pele: prurido, rachaduras,
ressecamento+ escurecimento
Gastrointestinais: anorexia,
náuseas, vômitos, inapetência;
Manifestações clínicas da DRC
 Alteração na cor da urina (cor de coca-cola ou
sanguinolenta);
 Disúria;
 Levantar mais de uma vez à noite para urinar (noctúria);
 Inchaço dos tornozelos ou ao redor dos olhos;
 Dor lombar (lombalgia);
 Pressão arterial elevada;
 Anemia (palidez anormal) e coceira no corpo (uremia);
 Fraqueza, desânimo constante e emagrecimento;
 Náuseas e vômitos freqüentes pela manhã;
 Halitose importante;
 Nas mulheres, abortamento fácil e sangramentos
constantes.
Diagnóstico Laboratorial
Ureia Valor normal: 16 a 40 (até 60) mg/dl
Creatinina Valor normal: 1 a 1,2 mg/dl
Método de coleta urina de 24 horas
Diagnóstico por Imagem
Quando o paciente apresenta IRC, os rins tornam-se
pequenos e retraídos, diminuem de tamanho e ficam
atrofiados.
Doença Renal Crônica-DRC
Doença Renal Crônica-DRC
Prevenção das doenças renais
 Evitar uso/ Usar cautelosamente drogas
nefrotóxicas como antimicrobianos;
 Qualquer agente que reduza fluxo sanguíneo
renal (AINES);
 A idade avançada, doenças renais existentes e a
administração simultânea de vários agentes
nefrotóxicos aumentam o risco de lesão renal.
Tratamento-IRC
• Controle da PA, glicemia e colesterol;
• Inibidores da enzima conversora de angiotensina
(IECA);
• Eritropoietina humana (EV) e reposição de Fe;
• Carbonato de Ca, reposição de vit D;
• Poliestirenossulfonato de Ca (SORCAL) VO;
• Diálise;
• Transplante (se atividade funcional renal menor
que 10%).
Orientações Nutricionais
Incluem controle de ingestão de líquidos
A dieta deve ser:
Hipossódica
Hipoprotéica
Pouco potássio
Na presença de acidose metabólica, administra-se
bicarbonato de sódio por via oral.
Doença Renal Crônica-DRC
Intervenções de Enfermagem
• Manter a integridade cutânea (hidratação da pele);
• Manter o equilíbrio hidroeletrolítica;
• Manter o estado nutricional adequado;
• Administrar medicações CPM;
• Preparar o paciente para diálise;
• Ficar atento aos resultados de exames;
• Aumentar a compreensão e aceitação do esquema de 
tratamento.
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Indicações de Diálise
SBN, 2009
Hemodiálise
Fistula arteriovenosa (FAV) antebraço
Fistula arteriovenosa (FAV) antebraço
Dinâmica do Sistema
Tratamento dialítico
 Diálise peritoneal - processo
utilizado para remover líquido e
produtos do metabolismo do corpo
quando os rins são incapazes de
fazê-lo.
 Moléculas do soluto passam do
lado de maior concentração para o
de menor concentração (osmose)
Atravessam a membrana
semipermeável (peritônio).
CICLOS EM DIÁLISE PERITONEAL
INFUSÃO DRENAGEMDIFUSÃO
PROBLEMAS DO RENAL CRÔNICO
 COMPLICAÇÕES METABÓLICAS CORRIGÍVEIS COM DIÁLISE
– ACIDOSE
– HIPERCALEMIA
– ANEMIA
 COMPLICAÇÕES DA DIÁLISE
– HIPOCALCEMIA E HIPERFOSFATEMIA, DOENÇA ÓSSEA
– INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
– INFECÇÕES EM CATETER PERITONEAL & PERITONITES
 COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES-
– ACESSO VASCULAR – infecção, trombose, sangramento, baixo fluxo
– EDEMA, CONGESTÃO PULMONAR, HIPERTENSÃO ARTERIAL
– IAM, AVC, ICC

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