Buscar

EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO EM SAÚDE
A educação em saúde é reconhecida como um processo de responsabilidade dos serviços de saúde, das instituições sociais e da população a que se destina. Por conta disso, faz- -se necessário considerar a opinião da população sobre as suas necessidades reais e aquelas sentidas, as quais podem ser distintas das percebidas pelos profissionais de saúde. É imprescindível conhecer e respeitar os valores, as tradições e os estereótipos, bem como fomentar a responsabilidade individual e comunitária por meio de métodos participativos de educação. Intervenções educativas melhoram, inclusive, os índices de massa corpórea dos indivíduos com diabetes. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
A ênfase em estratégias participativas, a valorização dos saberes populares e a atuação de equipe multiprofissional nos grupos tendem a impactar positivamente, tornando a educação em saúde mais eficaz. Deve ser evitado, de todas as formas, o recurso da “palestra” que o paciente muitas vezes se obriga a assistir para poder receber os medicamentos. É mais do que comprovado que o paciente pouco adere às estratégias que o encerram em um indivíduo passivo que deve unicamente ser “instruído” quanto aos malefícios do diabetes. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
Estudos comprovam que a realização de encontros educativos possibilita modificações significativas no estilo de vida, contribuindo, assim, para a promoção da saúde e do bem-estar. Muitas vezes, a difícil adaptação do indivíduo com diabetes tem como base a falta de motivação, relacionada com o desconhecimento das complicações. Mudanças no estilo de vida são difíceis de implementar, mas muitos hábitos podem ser modificados com estimulação constante ao longo do acompanhamento interdisciplinar. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
 Dos anos 1980 aos dias atuais, o tratamento do diabetes mellitus torna-se cada vez mais complexo, com a incorporação de novas classes terapêuticas, além de uma série de novas tecnologias ao alcance do paciente para uso no dia a dia. Tanto profissionais de saúde como pacientes (e seus familiares) são instigados, desde o início do diagnóstico, a lidar com essas informações e compartilhar conhecimentos para melhor gerenciamento do diabetes, a fim de promover as habilidades necessárias para o autocuidado. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
 Denomina-se educação em diabetes o processo de desenvolvimento dessas habilidades, com a incorporação das ferramentas necessárias para atingir as metas estabelecidas em cada etapa do tratamento. Ela é, portanto, a principal ferramenta para a garantia do autocuidado que permitirá o autocontrole por parte do paciente. A educação em diabetes evoluiu muito nos últimos anos. As técnicas atuais de estímulo e treinamento para o autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente, buscando promover mudanças de comportamento positivas. Só se pode considerar a educação em diabetes efetiva se ela resultar em mudanças e/ou aquisição de comportamentos; caso contrário, somente se transmite informações. Ela também pode ser a interface entre a prática clínica e a pesquisa, já que deve incorporar as necessidades, os objetivos e as experiências de vida do indivíduo, levando em consideração as evidências científicas. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
Os principais objetivos da educação em diabetes são, remover as barreiras de acesso e aumentar os cuidados no atendimento podem ser atitudes viáveis pela utilização de dados para coordenar a assistência e a capacitação da força de trabalho. Estudos têm demonstrado a eficácia da implementação de programas de educação em diabetes que se conectam diretamente com a atenção primária, com melhora dos resultados clínicos e comportamentais relacionados com a doença e prevenindo e retardar o diabetes e as suas complicações agudas e crônicas, proporcionar qualidade de vida. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
 Para o alcance desses objetivos, profissionais e equipes qualificadas em educação em diabetes devem capacitar e motivar o indivíduo a fazer escolhas adequadas diante de diversas situações, a fim de que ele desenvolva comportamentos de autocuidado e solucione problemas mais comuns do dia a dia. Caso o indivíduo com diabetes não tenha condição de realizar o autocuidado, o educador em diabetes deve providenciar um cuidador e treiná-lo para essa finalidade. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) para a educação em diabetes têm como objetivo orientar os profissionais de saúde a incorporar e a utilizar essa ferramenta m todas as práticas que envolvem indivíduos com diabetes, considerando toda a especificidades de cada grupo de paciente. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
Dinâmicas de grupo são um forte incentivo para a educação em diabetes. Por serem interativas, valorizam o relato de experiências dos próprios participantes, permitindo um processo integrador. Os resultados de alguns estudos confirmam que a atuação da equipe multidisciplinar no processo ensino -aprendizagem favorece a efetivação de um trabalho grupal, estimulando a socialização e a consequente troca de experiências entre o grupo, aumentando, desse modo, o conhecimento do indivíduo acerca da própria doença, tornando-o mais consciente. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
A educação em diabetes passa, então, a ser conceituada como um processo sobre condições de vida e saúde, alterando a qualidade de vida e propiciando mudanças individuais, coletivas e institucionais. É um dos mais importantes investimentos a longo prazo, já que os custos de saúde dos indivíduos com diabetes e os gastos sociais decorrentes das complicações da doença são altos. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018).
 O educador em saúde necessita conhecer o indivíduo com diabetes; saber ouvi-lo é uma das melhores estratégias para isso. A problematização depende da compreensão dos questionamentos pessoais e das atividades diárias, contextualizando, assim, a realidade do educando com as mudanças necessárias para o bom controle do diabetes e a convivência com a doença. O educador não deve impor conceitos e rotinas, mas, sim, ouvir o educando para que, juntos, decidam a melhor maneira de introduzir hábitos saudáveis, realizar cuidados básicos e estabelecer terapêuticas. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018)
 Para compreender melhor o momento do educando, sugere-se que o educador conheça o Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento, proposto por Prochaska et al.,3 o qual define cinco estágios de mudança percorridos pelo indivíduo ao alterar o próprio comportamento. O educando não tem consciência de determinado problema ou não lhe dá importância suficiente para que se inicie uma tentativa de mudança de atitude. Pessoas do seu convívio podem enxergar a necessidade de mudança, mas ele mesmo não se dispõe a mudar e, normalmente, não quer lidar com o problema. (Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 pág:132 Brasil 2018).

Continue navegando