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Resumo: O contrato nada mais é do que uma convenção livre de negócios entre duas ou mais partes, sendo que todas as suas cláusulas ou condições são regidas de forma consensual, e ao final as partes formalizam o negócio com a assinatura do documento, gerando efeitos jurídicos a partir deste momento. Sendo em alguns casos admitido pelo direito a contratação na forma verbal. Com a evolução do consumo em massa nos países capitalistas a partir do século XX, a elaboração de contratos individuais com negociação de cláusulas inviabilizaria a demanda que só cresceria ao longo do tempo, e diante desta realidade do mundo moderno pós-Revolução industrial da Europa, foi implantado um modelo de contrato padronizado, com cláusulas pré-definidas pelo vendedor, onde bastava o consumidor aderir àquelas condições com a sua assinatura para formalizar o negócio. Para evitar abusos da indústria e o comércio em relação os consumidores, como também para ter um maior controle de economia, o Estado passou a intervir nestas relações, já que o consumidor não poderia alterar as cláusulas do contrato de adesão e as vendas desenfreadas e sem controle poderiam desencadear um colapso no sistema capitalista. Já no Brasil, os contratos de adesão foram surgindo de forma discreta a partir dos anos de 1950 com a expansão da economia e a implantação do Crédito Direto ao Consumidor, mas foi a partir da Constituição Federal de 1988 é que surgiu a real necessidade de criar um Código de Defesa do Consumidor para regular de forma clara a demanda de consumo e criar garantias ao consumidor final por ser o hipossuficiente da relação. Introdução. Com o surgimento da produção em massa, veio a necessidade de se elaborar um contrato modelo para todos os consumidores adquirentes de determinados produtos ou serviços. Para não haver nenhum tipo de prejuízo aos fornecedores no caso de cada consumidor querer negociar as cláusulas contratuais foi criado o contrato de adesão. O conceito de contrato de adesão está transcrito no artigo 54, caput, da Lei n°8.078/90,Código de Defesa do Consumidor. Art.54°. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente o conteúdo. Uma das diferenças entre o contrato de adesão e os contratos comuns é que nos contratos comuns há a autonomia da vontade, conhecida também como “pacta sunt servanda”, ou seja, há a possibilidade de os contratantes negociarem minunciosamente todas as cláusulas que serão inseridas em determinado instrumento contratual. No entanto, no contrato de adesão é contraditório se falar no “pacta sunt servanda” já que nessa modalidade não existe um acerto prévio entre as partes, conforme explicitado no art.54, as cláusulas do contrato de adesão devem ter sido estipuladas pela autoridade competente ou unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços. Assim, tem-se que nos contratos de adesão encontra-se de um lado o fornecedor e de outro o consumidor, este, que somente poderá aderir ao conteúdo posto no contrato. Conclusão O contrato de adesão surgiu decorrente da produção em massa durante a pós-Revolução Industrial devido a necessidade de padronizar a forma contratual a fim de evitar prejuízos aos fornecedores com a possibilidade de negociação de cláusulas e condições provinda dos consumidores e assim dando uma maior praticidade na forma contratual, uma vez que antes era levado em conta os aspectos pessoais do consumidor ( quem era, se poderia pagar mais, qual o prazo para entrega, se pararia tudo para agradar esse cliente, etc.), fato que não poderia ocorrer em vendas de massa, produção em larga escala. Com isso, nos contratos de adesão as cláusulas são padronizadas, fixas, independentemente de quem vai comprar o que e sem possibilidade de negociação, limitando o consumidor a aderir ou não aos seus termos. No art.54,caput do CDC está definido o que é um contrato de adesão e quem pode formulá-lo, sendo que em seus parágrafos 3° e 4° a lei estabelece regras para que fique claro ao consumidor as condições do contrato, a clareza e a informação, assim protegendo o consumidor uma vez que o mesmo não poderia negociar com o fornecedor. Outra garantia que o CDC fornece ao consumidor caso o contrato de adesão lhe prejudique está presente no Art.51 e seus incisos que garantem ao consumidor a nulidade contratual ainda que o contrato esteja obedecendo a formatação legal (fonte, forma, linguagem). Então o contrato de adesão deve obedecer regras impostas pelo Código de Defesa do Consumidor.
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