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TITULOS DE CRÉDITO

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CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Para o estudo dos títulos de crédito, mostra-se fundamental a análise da cartularidade ou incorporação, da literalidade, da autonomia, da abstração e da independência, isto é, dos princípios dos títulos de créditos.
Para Neil MacCormick:“formular os princípios de um sistema jurídico com o qual a pessoa está comprometida envolve uma tentativa delhe dar coerência em termos de um conjunto de normas gerais que expressamvalores justificatórios e explanatórios do sistema”
DISCIPLINA PELO DIREITO COMERCIAL/EMPRESARIAL
Os títulos de crédito nasceram de necessidades dos comerciantes para o exercício de sua atividade. Em razão disso, eles foram moldados para satisfazer essas necessidades, isto é, as regras que permeiam a disciplina dos títulos de crédito foram criadas para melhor atender aos direitos e interesses dos comerciantes.
Na órbita do direito comercial, a tutela do crédito é um dos princípios fundamentais. Em função disso, é certo que nos títulos de crédito haverá essencialmente, mas não exclusivamente, uma proteção ao credor.
Em regra, quando houver um conflito entre interesse de um credor de boa-fé e um devedor de boa fé, a solução será dada a favor do credor.
O título de crédito é um bem móvel e como tal está sujeito aos princípios gerais que regem os bens móveis.
Essa natureza móvel simplifica a circulação dos títulos de crédito, agilizando a transmissão das riquezas, o que é essencial para os títulos de crédito.
A emissão do título de crédito é pro solvendo, isto é, a simples entrega do título ao credor não significa a efetivação do pagamento.19 Em outras palavras, a emissão do título não extingue a obrigação que lhe deu origem, de modo que as duas, a obrigação cambial e a originária, coexistem.
o STJ afirma que “O cheque, ordem de pagamento à vista, tem por função extinguir a obrigação causal que ensejou sua emissão; sendo, em regra, pro solvendo, de modo que, salvo pactuação em contrário, só extingue a dívida, isto é, a obrigação que a cártula visa satisfazer consubstanciada em pagamento de importância em dinheiro, com o efetivo pagamento”.
CIRCULAÇÃO
Quem recebe os títulos é protegido e, por isso, pode realizar tais operações com mais tranquilidade, isto é, com menos riscos. Daí falar-se na cambiariedade dos títulos de crédito, entendida como a possibilidade de mudança do credor, a possibilidade de transferência do crédito.
Os títulos de crédito são títulos de apresentação, desse modo, “sem a posse do título ou da legitimação judicial em casos de amortização não é possível exercer-se o direito cambiário”. Para o exercício do direito representado no título, seu titular deve demonstrar esta condição, apresentando o título ao devedor.
A necessidade de apresentação do título decorre, dentre outros motivos, da possibilidade de circulação simplificada do título. Como o título de crédito pode circular, o devedor só saberá quem é o atual credor com a apresentação do próprio documento.
Obrigação Quesível: Diante da necessidade de apresentação do documento ao devedor, é óbvio que o título de crédito contém uma obrigação quesível, no sentido de que cabe ao credor dirigir-se ao devedor para exigir o cumprimento da obrigação
Título de resgate
Uma vez apresentado o título ao devedor, deve haver, a princípio, o pagamento. Ao realizar esse pagamento, o devedor deve ter o cuidado de exigir a entrega do título (LUG – art. 39; CC – art. 901, parágrafo único), para evitar que o título volte a circular e, chegando às mãos de um terceiro de boa fé, a obrigação lhe seja novamente exigida. Em razão disso, diz-se que o título de crédito é um título de resgate.
Há sempre uma obrigação a ser cumprida nos títulos de crédito. Cumprida a obrigação, de nada mais deveriam servir os documentos, uma vez que seu objetivo final já se cumpriu. Em razão disso, os títulos de crédito não são títulos permanentes, isto é, eles são títulos que nascem para ser extintos e não para se manter indeterminadamente, como as ações de sociedades anônimas.
Executividade
Não havendo o pagamento voluntário de uma determinada obrigação, compete ao credor recorrer ao Poder Judiciário para buscar o pagamento desse crédito. Em determinadas situações, o credor terá que obter primeiramente o reconhecimento judicial desse crédito com a consequente condenação do devedor ao pagamento, para só então lançar mão das medidas satisfativas do seu crédito.
Há uma opção do legislador para uma solução mais pronta e rápida de certos direitos. Essa é a hipótese dos títulos de crédito, daí falar-se em eficácia processual abstrata dos títulos, na medida em que eles permitem a realização da execução, sem a necessidade de qualquer nova demonstração da existência do crédito.
Os títulos de crédito são títulos executivos extrajudiciais (Ex: novo CPC – art. 784) e, por isso, eles não precisam de confirmação judicial. 
Quem tem um título de crédito pode requerer de imediato a adoção das medidas satisfativas do seu crédito, isto é, pode ajuízar diretamente um processo de execução.
O artigo 783 do novo CPC (Lei no 13.105/2015) exige que a execução seja fundada em título líquido, certo e exigível. Assim, qualquer título só poderá ser executado se atender a esses três pressupostos.
Formalismo
Um documento só vale como título de crédito se obedecer aos requisitos legais previstos para tanto. A não observância dos requisito não gera a nulidade do documento, mas apenas não se reconhece ao documento os efeitos de um título de crédito (art. 888 do novo CPC).
O formalismo dá a natureza do título, transformando o escrito de um simples documento de crédito em um título que se abstrai de sua causa, que vale por si mesmo.
A irregularidade da forma afeta os efeitos do documento como título de crédito. Eventual correção desses vícios de nada adianta, pois uma vez promovidas as medidas para o exercício do direito de crédito com um título incompleto, fica afastada a condição de título de crédito que não poderá ser adquirida posteriormente.
Nesse sentido, o STJ já afirma que “A execução anteriormente proposta com base em promissória contendo omissões nos campos relativos à data da emissão, nome da emitente e do beneficiário, além da cidade onde foi sacada, foi extinta por desistência. Descabe agora ao credor, após o preenchimento dos claros, ajuizar novo processo executório, remanescendo-lhe apenas a via ordinária.
Solidariedade Cambiária
Há nos títulos de crédito uma solidariedade entre os vários obrigados (LUG – art. 47), de modo que o credor pode exigir de um, alguns ou de todos eles a obrigação constante do documento. A solidariedade cambiária é específica, não se confundindo com a solidariedade civil, embora ambas representem a obrigação de cada um dos codevedores de honrar a integralidade da dívida.
Na solidariedade civil há uma causa comum, na cambiária a obrigação de cada devedor decorre de uma causa distinta. Além disso, na solidariedade civil há uma unidade de prestação, ao passo que na cambial existe uma pluralidade de prestações, tantas quantos forem os devedores do título.
PRINCÍPIOS 
Cartularidade ou Incorporação:o documento é imprescindível para o exercício do direito, o que traduz a ideia essencial do princípio da cartularidade ou incorporação.
O título incorpora de tal forma o direito creditício mencionado, que a sua entrega a outra pessoa significa a transferência da titularidade do crédito. A aquisição da propriedade do documento representaria a aquisição do próprio direito de crédito.
Desmaterialização do Título
O próprio Código Civil (art. 889, § 3º) admite a criação do chamado título eletrônico criado a partir de caracteres gerados em computador, desde que contenha a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere e a assinatura do emitente.
Diante dessa evolução, chegamos a três possíveis conclusões: (a) tal princípio não existe mais para os títulos de crédito; (b) tais títulos eletrônicos não são títulos de créditos, valendo a cartularidade ou incorporaçãoapenas para os títulos de crédito; e (c) a cartularidade ou incorporação adquiriu novos contornos, continuando a valer para os títulos em papel e para os títulos eletrônicos.
Os títulos eletrônicos podem ser entendidos como “toda e qualquer manifestação de vontade, traduzida por um determinado programa de computador, representativo de um fato, necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”.
Diante desse conceito, ainda se vê “algo” necessário para o exercício do direito. Contudo, esse “algo” não é mais um papel, mas uma manifestação de vontade traduzida por um programa de computador. 
Esta manifestação ainda é um documento e ainda será um título de crédito obediente ao princípio da cartularidade ou incorporação.
No documento devem ser distinguidos a matéria, o meio e o conteúdo. Este último é o próprio fato que se quer representar, como, por exemplo, uma obrigação de pagar determinada quantia.
 
O meio é a forma pela qual se faz presente o conteúdo, isto é, a forma pela qual o fato se faz presente, podendo ser verbal (palavras) ou figurativo (fotografias). Por fim, a matéria é a “via representativa do documento”, isto é, onde está representado o fato. A matéria mais comum é o papel, mas ela não é a única, podendo ser uma parede, uma pedra, metal e também a via cibernética
Literalidade: “ele existe segundo o teor do documento”. O teor literal do título é relevante para definir a existência, o conteúdo e a modalidade do direito.
Gladston Mamede assevera que “na face do papel estão inscritos, nos limites disciplinados pela lei, todos os elementos indispensáveis à compreensão jurídica do problema”. 
Em síntese, a literalidade dá a certeza quanto à natureza, ao conteúdo e a modalidade da prestação prometida ou ordenada.
Fonte da Obrigação Cambiária dos devedores
Teorias Contratualistas: quem emitisse um título de crédito estaria celebrando um contrato cambiário com o tomador ou beneficiário do título. Tal contrato, contudo, não se confundiria com o negócio jurídico subjacente ao título de crédito, uma vez que o título constituiria um direito novo e autônomo
Contradições: O contrato pressupõe o encontro de duas vontades; o contrato só seria concluído com a entrega do título ao beneficiário.
Teoria da Aparência:a obrigação cambiária nasceria da aparência de vontade do devedor, independentemente da vontade efetiva.
A simples aparência de emissão de uma nota promissória não torna o emitente devedor daquele título. A obrigação do emitente só irá surgir diante de uma vontade validamente manifestada.
Teoria do duplo sentido da vontade: Vivante reconhece que a fonte das obrigações é a vontade. Todavia, essa vontade não poderia ser interpretada de uma única maneira. 
Duplo sentido na vontade do emitente do título, uma vez que o subscritor assumiria posições jurídicas diversas em relação ao seu contratante e em relação às pessoas que receberam o título do seu contratante.
Teoria da declaração unilateral de vontade: para surgir a obrigação cambiária é necessária uma vontade e apenas uma vontade, especialmente em razão da autonomia e da abstração que regem os títulos de crédito.
Tal teoria defendia que a letra de câmbio seria o papel moeda dos comerciantes, o que não se sustenta diante da realidade econômica atual. 
Sustenta que o título de crédito não é um simples documento probatório, mas é o portador da própria obrigação. 
Teoria da criação: os títulos de crédito representariam obrigações abstratas, na medida em que a causa não seria essencial na formação do título.
Seria um documento dispositivo e não um simples meio de prova, de modo que a obrigação fica orgânica e idealmente vinculada ao documento. 
Além disso, seria um título de apresentação e seria também destinado à circulação. 
Em tal teoria o credor assume um papel apenas passivo na formação da obrigação cambiária.
Teoria da Emissão: reconhece a vontade unilateral como fonte da obrigação cambiária. Todavia, nesta teoria, a obrigação cambiária só se concretizaria no momento da emissão, entendida como a entrega voluntária do título.
A simples assinatura do título não representaria a vontade de se obrigar. Só a vontade concreta de entregar o título é que aperfeiçoaria a obrigação.
 O título de crédito representaria um negócio jurídico composto, na medida em que dependeria de dois atos: a assinatura do documento e sua entrega voluntária.
Teoria dos três momentos: Há três períodos inconfundíveis na vida das cambiais: o das promessas, sem qualquer relação jurídica de dívida até a posse de boa-fé pelo alter; o que vai daí até a apresentação; o da relação jurídica de obrigação após essa.” Pontes de Miranda.
1) Existência e Validade;
2) Eficácia;
3) Relação obrigacional.
Em suma, os três momentos são: o da subscrição (perfeição do negócio jurídico), o do contato com o credor de boa-fé (eficácia – surgimento do crédito) e o da apresentação
A Lei Uniforme de Genebra (aplicada as letras de câmbio e as notas promissórias), adota a teoria da criação em detrimento da teoria da emissão.
A LUG protege o credor que recebe de boa-fé o título de crédito, ou seja, ainda que haja um vício na emissão (na saída do título das mãos do devedor), o credor estará protegido. Resguarda-se, assim, a circulação cambial, privilegiando o tráfico jurídico e, consequentemente, protegendo a aquisição de títulos de crédito.
Os artigos 896,901 e 905, parágrafo único, do Código Civil, filiam-se à teoria da criação, protegendo o portador de boa-fé do título de crédito, na medida em que ele teria seus direitos resguardados. 
De outro lado, o artigo 909 do Código Civil filia-se claramente à teoria da emissão, uma vez que visa a proteger quem for injustamente desapossado do título. Por esse dispositivo, um credor de boa-fé poderia não receber o crédito, caso quem tiver sido injustamente desapossado do documento assim o queira.
Tal conflito existe especialmente em relação aos títulos ao portador, cuja criação depende de lei específica, uma vez que os artigos 905 e 909 se referem a esses títulos.
 Em relação aos demais títulos, prevalece a teoria da criação, tendo em vista o disposto nos artigos 896 e 901 do Código Civil, bem como a legislação especial sobre o assunto.
Classificação
Quanto ao modelo, podem ser: 
a) de modelo livre: não precisa seguir nenhuma formalidade previamente estabelecida, a exemplo da nota promissória e letra de câmbio; 
b) de modelo vinculado: devem seguir um padrão previamente fixado no ordenamento jurídico, a exemplo do cheque e da duplicata. 
Quanto à estrutura, podem ser: 
a) ordem de pagamento: há três figuras: quem dá a ordem, quem recebe e quem paga – 
ex: cheque, letra de câmbio e duplicata mercantil; 
b) promessa de pagamento: é o exemplo da nota promissória, em que há duas figuras: quem paga e quem recebe. 
Quanto à circulação, podem ser: 
a) ao portador: não há identificação de quem será beneficiário do título; ela se dá pela simples tradição – está vedado no nosso ordenamento jurídico, sob pena de nulidade, com exceção de cheques com valor igual ou inferior a R$ 100,00 (cem reais); 
b) nominativo: há a identificação do credor, de quem irá recebê-lo, de forma que se aperfeiçoa com a tradição e o endosso ou cessão de crédito. 
No endosso, o endossante garante o título e transmite à ordem; na cessão civil de crédito, o cessionário não garante o título e a transmissão não é à ordem .
- Endosso: 
É a forma de transmissão dos títulos de crédito, na qual o endossante lança no verso do título sua assinatura. O endosso só pode ser feito de forma total, no valor total da dívida (o endosso parcial é nulo). 
O endosso realizado após o protesto do título ou no prazo do protesto é chamado endosso tardio/póstumo e serve apenas pra transmitir o título (efeitos de cessão civil, o endossante não garante o título). 
O endosso pode ser: 
o endosso em branco: há assinatura do endossante, mas não há identificação do beneficiário; 
endosso em preto: há assinatura do endossante e identificaçãodo beneficiário; 
o endosso-mandato: o endossante outorga poderes ao endossatário para que ele posa realizar a cobrança, o endossatário-mandatário tem que que restituir o valor ao endossante; 
o endosso- caução: o título é utilizado como garantia de uma obrigação assumida pelo endossante – deve conter no verso “valor em garantia”. 
- Aval: 
O aval é uma garantia pessoal de pagamento do título dada por terceiro, na qual o avalista traz pra si a obrigação, comprometendo –se a satisfazê-la de forma solidária. 
O aval é uma obrigação autônoma e por isso não se confunde com fiança, que é uma obrigação acessória e é via de regra, subsidiária, salvo estipulação em contrário no contrato. 
Para garantir o aval, é também necessário a vênia conjugal, salvo se o regime de casamento for o da separação total de bens. 
O aval pode ser simultâneo, em que é dado por mais de uma pessoa simultaneamente e, nesse caso, o avalista tem direito de regresso somente pela parte que adimpliu; ou pode ser sucessivo, em que é dado aval sobre o aval, e o que pagou a dívida tem direito de regresso do valor total contra o devedor principal e aqueles que haviam garantido a dívida antes dele. 
O aval pode ser em preto ou em branco, conforme identificado ou não o avalizado. 
O aval pode ser parcial somente para letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque e cédula de crédito bancário; para os demais títulos, ele somente pode ser total. 
- Aceite: 
Aceite é o ato pelo qual o devedor principal, que não assinalou o título no ato da emissão, reconhece mediante assinatura no título, passando a ser considerado aceitante. Pode ser o aceite total ou parcial e sua recusa é provada pelo protesto. Em alguns títulos, a falta de aceite gera o vencimento antecipado do mesmo; em outros, somente o protesto tem o condão de fazer vencer o título., 
- Protesto: 
Protesto é o meio pelo qual se apresenta o título publicamente, pela falta de aceite, pela falta de pagamento ou pela devolução do título. 
Se o protesto for indevido ou abusivo, pode ser anulado por meio de ação cautelar inominada de sustação do protesto, devendo haver caução ou depósito da quantia. Mas se o protesto já ocorreu, deve-se pleitear o seu cancelamento, comprovando-se a ilegalidade do mesmo. 
O protesto é indispensável em alguns casos, como pré-requisito para propositura de ação judicial: 
para suprir o aceite, quando o mesmo é indispensável; 
no pedido de falência por impontualidade; 
na execução contra codevedores – endossantes e avalistas. 
Deve ser respeitado o prazo para protesto dos títulos, sob pena de impedir que a dívida seja cobrada dos devedores indiretos: 
Letra de câmbio e nota promissória: 01 dia útil após o vencimento (para Fábio Ulhôa, esse prazo é de 02 dias úteis); 
Cheque: mesmo da apresentação – 30 dias para praças iguais e 60 para praças diferentes;
Duplicata: 30 dias do vencimento; 
Por fim, o protesto é causa de interrupção da prescrição. 
- Ação cambial: 
É o meio pelo qual o credor do título pleiteia a solvência do mesmo, contra qualquer devedor desse título.
 
O prazo prescricional para propositura da ação cambial é de: 
Credor: 03 anos, a contar do vencimento, contra o devedor principal e o avalista; 
Credor: 01 ano, a contar do protesto, contra endossante, seu avalista e contra o sacador; 
Quem pagou: 06 meses, a contar do pagamento ou do ajuizamento da ação cambial, para exercício de regresso contra qualquer um dos coobrigados – na duplicata, o prazo é de 01 ano na ação regressiva. 
- Títulos de crédito em espécie: 
Letra de câmbio – Decreto 57.663/66 – Lei Uniforme / Decreto 2.044/08 
É uma ordem de pagamento em que o sacador (quem emite) dirige ao sacado, para que este pague a importância consignada a um terceiro, denominado tomador (que pode ser inclusive o próprio sacador). 
Há três figuras: sacador / sacado / tomador. 
São requisitos essenciais da letra de câmbio: denominação letra de câmbio/ ordem incondicional de pagamento de quantia determinada / nome do sacado/ nome do tomador / data do saque / local e data do vencimento / assinatura do sacador – artigo 1º, Lei Uniforme. 
Pode ser a letra de câmbio resgatada à vista (na data da apresentação – prazo de 01 ano, a contar da emissão); a certo termo de vista (vence a partir de determinado prazo contado da apresentação); ou a certo termo de data (vence a partir de determinado prazo da emissão). 
Para aceite na letra de câmbio, o devedor por requerer o prazo de respiro, que é de 24 horas, ocasião em que pode decidir se vai aceitar ou não o título. 
Ele não está obrigado a aceitar, mas em não o fazendo, gera o vencimento antecipado do título e a possibilidade imediata de protesto. 
Nota promissória - Decreto 57.663/66 – Lei Uniforme / Decreto 2.044/08 
A nota promissória é uma promessa incondicional de pagamento que uma pessoa faz a outra (sacador: devedor principal do título / sacado: credor, beneficiário do título). 
São requisitos essenciais: expressão nota promissória / promessa incondicional de pagar determinada quantia / nome do beneficiário da promessa / assinatura do emitente / data e local do saque e pagamento (artigo 75, Lei Uniforme). 
Não se fala em aceite ou vencimento antecipado, posto que quem a emite é o próprio devedor. 
O prazo de apresentação, se for a nota a certo termo de vista, é de 01 ano, contado da sua emissão. 
Cheque – Lei 7.357/85 
Cheque é uma ordem de pagamento à vista, sacada contra um banco e com base em suficiente provisão de fundos. Só pode ser a emissão feita em documento padronizado. 
Pela regra, o cheque deve ser nominativo, mas o artigo 69 da Lei 9.069/95 permite que ele seja emitido ao portador se o valor não ultrapassar R$ 100,00 (cem reais). 
São requisitos essenciais do cheque: denominação cheque no título / ordem incondicional de pagar quantia determinada / identificação do banco sacado/ local do pagamento / data e local da emissão / assinatura do sacador, bem como sua identificação civil. 
São modalidades de cheque: 
Cheque cruzado: somente pago mediante depósito em conta corrente; 
Cheque visado: o banco sacado declara a suficiência de fundos; 
Cheque administrativo: cheque do próprio banco, para a liquidação por ele mesmo. 
O prazo para apresentação para pagamento do cheque é de 30 dias, para mesma praça, e 60 dias, para praças diferentes – artigo 33 da Lei de Cheque. Passado o prazo de apresentação, o portador perde direito de crédito contra os coobrigados e também em relação ao emitente, se durante o prazo de apresentação, existiam fundos e estes deixaram de existir, por fato não imputável ao correntista. 
O prazo prescricional do cheque é de 06 meses, contados do prazo de apresentação, inclusive em relação à ação de regresso de um obrigado contra outro. Findo esse prazo, o credor somente pode cobrar o cheque por ação de cobrança ou por meio de ação monitória. 
O pagamento do cheque pode ser sustado (pode ser feito imediatamente, em caso de roubo, perda, extravio) ou revogado (quando expirado o prazo de apresentação). 
A emissão de cheque sem fundo é crime de estelionato, tipificado no artigo 171, §2º, V do Código Penal. 
Duplicata – Lei 5.474/68 
A duplicata é título de crédito causal, que tem origem de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços, sendo sempre antecedida de uma fatura comercial (conhecida como nota fiscal). 
Da fatura, o vendedor extrai uma duplicata, que deve ser apresentada ao devedor em 30 dias, sendo que este deverá devolvê-la no prazo de 10 dias, com o aceite ou justificando o porquê de não aceitá-la. 
O aceite na duplicata é obrigatório e a ausência do mesmo gera possibilidade de protesto, acompanhada do comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação do serviço e da nota fiscal. 
A Súmula 248 do STJ diz que “comprovada a prestação de serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência”. 
São requisitos essenciais da duplicata: denominação duplicata / data da emissão enúmero de ordem / número da fatura da qual foi extraída / data do vencimento ou declaração de ser à vista / nome e domicílio do credor e devedor/ importância a ser paga / local do pagamento / declaração da concordância do devedor assinada (aceite)/ cláusula à ordem. 
A falta de devolução da duplicata pelo devedor permite ao credor que emita a triplicata e possa realizar o protesto por indicações. O portador da duplicataque não protestar em 30 dias da emissão da mesma perde o direito de crédito contra os coobrigados (artigo 13, §4º, Lei da Duplicata). 
O prazo da ação cambial é o mesmo dos outros títulos de crédito, a não ser no caso do direito de regresso contra os coobrigados, que é de um ano (ao invés de 06 meses).
 
A duplicata emitida de forma ilícita, que não corresponda a compra e venda mercantil, é considerada duplicata fria ou simulada, e é crime tipificado no artigo 172 do Código Penal. 
AÇÕES PARA O RECEBIMENTO DO CRÉDITO
Depósito e warrants 
São títulos emitidos por uma empresa de armazéns gerais e são entregues ao depositante, que, com eles fica habilitado, podendo negociar a mercadoria armazenada, em que título circula, ao invés da mercadoria. O warrant é uma promessa de pagamento que é garantida pela mercadoria depositada. 
A propriedade industrial é gênero que tem como espécie a propriedade intelectual, que tem como subespécies o direito autoral e a propriedade industrial. 
Os bens protegidos pela Lei da Propriedade Industrial são: 
a) Invenção 
b) Modelo de utilidade 
c) Desenho industrial 
d) Marca 
Além disso, a propriedade industrial ainda protege a repressão à concorrência desleal e a repressão à falsa indicação geográfica. 
A finalidade dessa proteção é garantir exclusividade de uso – com isso, a garantia pode assegurar a produção própria ou a concessão de licença de uso. A remuneração decorrente da licença de uso é chamada royaltie. 
A invenção e o modelo de utilidade devem ser patenteadas; o desenho industrial e a marca devem ser registrados. Tanto a patente quanto o registro são feitos perante o INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. 
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