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Curso de Engenharia de Alimentos Disciplina de Microbiologia Prof. Márcia R. F. G. Perdoncini AULA PRÁTICA n° DILUIÇÃO DE AMOSTRA INTRODUÇÂO O processo de diluição da amostra para realização de análises microbiológicas de alimentos bem como o procedimento técnico utilizado durante esse processo constitui fatores importantes de interferência nos resultados finais da análise microbiológica. Diluição é o procedimento de adição de uma substância a outra para reduzir a concentração de uma das substâncias. Expressa de outra forma, uma diluição indica a quantidade relativa de substâncias em uma solução. O uso mais comum da palavra diluição ocorre no sentido de que “tantas partes de um material estão sendo diluídas em um número total de partes do produto final (diluente + material)”. “Uma diluição é uma expressão de concentração ou proporção, não de volume”. Exemplo: “Fazer uma diluição 1 para 10 de leite em solução salina peptonada”. Esta frase poderia ser escrita de outras formas, com o mesmo significado: • “Fazer uma diluição 1 em 10, de leite em solução salina peptonada”. • “Fazer uma diluição 1 para 10, de leite com solução salina peptonada”. • “Fazer uma diluição 1/10, de leite com solução salina peptonada”. • “Fazer uma diluição 1:10, de leite usando solução salina peptonada”. • “Fazer uma diluição de 1 parte de leite e 9 partes de solução salina peptonada”. Em microbiologia de alimentos, comumente são utilizadas diluições decimais da amostra, adotando-se rotineiramente dois critérios: massa por unidade de volume (m/v) e volume por unidade de volume (v/v). Diluições decimais são diluições em que a quantidade de substância a ser diluída corresponde à unidade, ou múltiplos da unidade e o volume final da solução diluída é igual a 10 ou múltiplo de 10 (diluições de base 10). Diluições decimais seriadas são diluições decimais preparadas em série e que possuem um fator de diluição único e igual a 10. Exemplo: Preparar diluições decimais de uma cultura bacteriana em fase estacionária até 10-3: a) Preparar uma diluição 1:10 da cultura em fase estacionária em solução salina peptonada, isto é, misturar 1 mL da cultura em fase estacionária com 9 mL de solução salina peptonada (10-1). A partir da diluição 1:10 preparada e após homogeneização em agitador de tubos, tomar 1 mL e misturar com 9 mL de solução salina peptonada, de forma a obter a diluição 1:100 da cultura em fase estacionária (10-2). A partir da diluição 1:100 preparada e após homogeneização em agitador de tubos, tomar 1 mL e misturar com 9 mL de solução salina peptonada, de forma a obter a diluição 1:1000 da cultura em fase estacionária (10-3). Para preparar uma diluição 1:10 de uma amostra de queijo, pode proceder da seguinte forma: • 1g de queijo + 9mL de diluente, ou • 10g de queijo + 90mL de diluente ou • 20g de queijo + 180mL de diluente, ou • 25g de queijo + 225mL de diluente. OBJETIVO Aprender a preparar diluições seriadas para posteriores análises microbiológicas. Observações: • Com o alimento diluído, fica mais fácil encontrar uma placa ideal para se fazer a contagem de microrganismos; • A homogeneização das diluições pode ser realizada manualmente (1 minuto, mas tenta-se sempre evitar este método pela imprecisão), com agitador de tubos (até 1 minuto) ou com “stomacher” (30segundos a 2 minutos); • Não utilizar pipetas cuja capacidade for superior a 10 vezes o volume a ser medido; • Sempre utilizar uma pipeta para cada diluição; • A mesma pipeta poderá ser utilizada para semeadura de diluições de amostras, desde que se parta da maior diluição (amostra mais diluída) para a menor diluição (amostra menos diluída). MATERIAIS - Azul de metileno (corante); - Tubos com 9 ml de diluente (água destilada e solução salina peptonada 0,1%); - Tubos com 9,9 ml de diluente (solução salina peptonada 0,1%); - Frascos com 225 mL de solução salina peptonada 0,1%); - Homogeneizador de tubos e de amostra, balança; - Micropipetas de 10-100µL e 100-1000µL. PROCEDIMENTO A) Visualização de uma diluição seriada: - Preparo de diluição seriada de 10-1 até 10-4 de uma solução de azul de metileno. • Pipetar 1 mL de azul de metileno a um tubo contendo 9 mL de água destilada; • A partir deste primeiro tubo, que é a diluição1:10, após a homogeneização, pipetar 1 mL para outro tubo contendo 9mL de água destilada. Esta é a diluição 1:100 ou 10-2. • Proceder da mesma forma até a diluição 10-5. B) Preparo de amostra sólida: ASSEPTICAMENTE • Preparo de diluição seriada de 10-1 a 10- 4, de uma amostra de alimento iniciando por 25 gramas de amostra. • Pesar assepticamente 25g do alimento a ser analisado e adicionar em 225 mL de diluente. Esta é a diluição 10-1. • A partir da diluição 10-1, preparar a diluição 10-2, pipetando 1 mL deste a um tubo contendo 9mL do diluente; • Proceder da mesma forma para preparar as demais diluições, sempre de forma asséptica ( próximo ao Bico de Bunsen). C) Preparo de amostra líquida: ASSEPTICAMENTE - Preparo de diluição seriada de 100 a 10-3, sempre de forma asséptica (próximo ao bico de Bunsen). • A partir da amostra pura, que é a diluição 100, pipetar 1ml e passar para tubo contendo 9mL de diluente; • A partir da diluição 10-1, pipetar 1mL para tubo contendo 9ml do diluente. Este é o tubo 10-2; • A partir da diluição 10-2, pipetar 1mL para tubo contendo 9ml do diluente. Este é o tubo 10-3. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária (Dispoa). Instrução Normativa n° 62, de 26 de agosto de 2003, que aprova os métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para controle de produtos de origem animal e água. ANEXO 2- Diluição e soluções. Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis- consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visual izar&id=2851 . Acesso em: 02 de Novembro, 2008.
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