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Responsabilidade Tributária

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Responsabilidade Tributária:
Em direito tributário, a responsabilidade tributária define quem é responsável pelo pagamento do tributo. Essa responsabilidade pode ter dois sentidos, um amplo e um restrito. No sentido amplo, é a submissão de determinada pessoa ao direito do fisco de exigir a prestação da obrigação tributária
 Responsabilidade por substituição: 
Na responsabilidade por substituição, o indivíduo que pratica o fato gerador jamais chega a ser, realmente, sujeito passivo da obrigação – tendo em vista a existência prévia de dispositivo legal, atribuindo a responsabilidade a uma terceira pessoa. Desta forma, diferente do que ocorre na responsabilidade por transferência, na responsabilidade por substituição a dívida é – desde sua origem, em decorrência de previsão legal – do próprio responsável, muito embora este não tenha realizado o fato gerador.
- Trata-se de norma aplicável no campo da tributação plurifásica, típica de impostos como o ICMS e IPI. Há uma responsabilidade pelas obrigações tributárias subsequentes, também conhecida como substituição tributária para frente ou progressiva. - Ex.: ICMS: a indústria de bebidas é responsável por todo o imposto devido em todas as etapas de circulação das mercadorias.
Existem, basicamente, duas espécies de substituição tributária: a “para frente” (ou progressiva) e a “para trás” (ou regressiva).
Substituição Tributária Progressiva
Além de seu próprio tributo, o substituto deve arcar, desde já, com o tributo referente ao substituído – previamente à própria ocorrência do fato gerador.
Em regra, esse tipo de substituição “envolve impostos sobre a produção e a circulação, ou seja, impostos plurifásicos que incidem sobre várias operações dentro de uma cadeia econômica. Mas pode, também, ser aplicado em outras espécies de tributos
Substituição Tributária Regressiva
A substituição tributária regressiva, por sua vez, está regrada no artigo 128 do Código Tributário Nacional e se opera após a ocorrência do fato gerador, não provocando, assim, quaisquer discussões acerca de sua constitucionalidade. Neste caso, ocorre basicamente o oposto do que se dá na substituição progressiva, ou seja: o pagamento do tributo é efetuado posteriormente à ocorrência do fato gerador.
Nessa espécie de substituição tributária, também conhecida como “diferimento”, “o ressarcimento financeiro do substituto se dá imediatamente na nota fiscal, descontando-se do valor da mercadoria a ser paga ao substituto, a quantia referente ao tributo recolhido ao Fisco.
Responsabilidade por transferência
A responsabilidade por transferência se dá após a ocorrência do fato gerador, em razão de circunstâncias posteriores previstas em lei, provocando uma transferência da responsabilidade para um terceiro, podendo o contribuinte permanecer ou não no pólo passivo da obrigação. Em outras palavras, “o dever jurídico se transfere, migra, total ou parcialmente, da pessoa do contribuinte para o responsável. Há, em verdade, uma sub-rogação.
A responsabilidade por transferência pode se dar por : Solidariedade, sucessão e terceiros.
Solidariedade:
A responsabilidade solidária fundamenta-se na culpa in vigilando e está prevista no artigo 134 do CTN
- Para ser responsável, deve haver algum vínculo com o fato gerador. - Imperiosa a necessidade de LEI. Responsabilidade não se presume. - A responsabilidade pode ser:
 a) Pessoal: a responsabilidade do contribuinte é excluída. Ex.: art. 131 e 135, do CTN – com a morte do devedor, ele desaparece, tornando a sua reponsabilidade inexistente. b) Subsidiária supletiva: há uma ordem de preferência; cobra-se do contribuinte e de forma supletiva, do responsável. Difere da solidariedade pois lá não cabe benefício de ordem. –
 Nos termos do art. 129 do CTN, a responsabilidade abarcará:
 a) Créditos definitivamente constituídos, ou seja, o lançamento tributário já se realizou;
 b) Créditos em procedimento de constituição, ou seja, o lançamento está em fase de realização; c) Créditos ainda não constituídos, porém, correspondentes a fatos geradores ocorridos antes da realização dos atos ou fatos determinantes da sucessão, ou seja, o lançamento ainda não se realizou. - O sucessor responde por todos os débitos tributários do sucedido, relativos aos fatos geradores ocorridos antes da data do ato ou fato que demarcou a sucessão, sendo irrelevante o andamento da constituição do crédito. - O que importa é o momento da ocorrência do fato gerador e não o do lançamento tributário.
Sucessores:
- Ocorre o desaparecimento do devedor originário.: Os arts. 129 a 133 do CTN tratam da chamada “responsabilidade de sucessores”, ou seja, daquelas pessoas que passam a ocupar a posição do contribuinte na condição de proprietário de bens tributados, de sujeito de direitos e obrigações em geral, ou de titular da atividade tributada. Não são, propriamente, “substitutos tributários”, ou “terceiros” (pessoas distintas do contribuinte, às quais a lei atribui a responsabilidade), mas sim pessoas que passam a ocupar a posição do contribuinte, assumindo seu lugar. 
- Duas situações:
 a) Transferência causa mortis;
 b) Transferência inter vivos: a. Transmissão de imóveis; b. Transmissão de bens móveis; c. Transmissão de estabelecimento comercial, industrial ou profissional (sucessão comercial); d. Transmissão decorrente de fusão, incorporação, transformação ou cisão (sucessão empresarial).
TERCEIROS:
Responsabilidade de terceiros – divide-se em responsabilidade solidária e responsabilidade pessoal.
ART, 108 CTN
A Integração é o método utilizado para suprir lacunas legais, ou seja, é utilizado quando a norma for omissa. Os arts. 107 a 112 do CTN dispõem sobre a interpretação e integração da legislação tributária.  Por um simples leitura do Código, precebe-se que o legislador buscou escalonar e disciplinar os métodos de integração e interpretação. Ocorre que tal posicionamento do Código merece reparo, adoção de métodos de interpretação compete ao intérprete, aplicador da norma. §1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. Regra que não pode ser esquecida é o que dispõe o art. 108, inciso I e § 1º do CTN, ao dispor que admite-se o emprego da analogia desde que tal uso não resulte “na exigência de tributo não previsto em lei”; esta restrição deve-se ao fato de o CTN acatar, no art. 97, o princípio da tipicidade, este de todo incompatível com a analogia. Assim, resta claro que a analogia é um dos métodos mais importantes para a integração da norma tributária, mas pela analogia, não pode o Estado cobrar tributo do contribuinte. Sobretudo, em razão do princípio da legalidade, insculpido nos arts. 150, I da CRFB e 97 do CTN, que dispões que o tributo somente pode ser criado, majorado, reduzido ou extinto por lei. §2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. O outro lado da moeda, está na regra do art. 108, § 2º do CTN.  Por esse dispositivo, o contribuinte não poderá deixar de pagar o tributo alegando critérios de equidade, na integração da norma tributária. Todavia, pela regra prevista no art. 172, inciso IV do mesmo diploma legal, na concessão da remissão deverão ser atendidos critérios de equidade. Como se pode ver, o contribuinte poderá obter o perdão do crédito se atendida a eqüidade.

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