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Conceitos Fundamentais do Direito

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INTRODUÇÃO
No “mundo” acadêmico de Direito, alguns conceitos são fundamentais para o entendimento e compreensão de determinado instituto ou tema. Nesse sentido, é necessário conhecermos algumas terminologias e seus preceitos para a consecução das atividades, em qualquer que seja área. No presente caso, temos a incumbência de pormenorizar o nosso conhecimento e entendimento acerca dos seguintes tópicos: “Jusnaturalismo”, “Três Concepções sobre o Direito Natural ao longo da Historia” e “Aspectos comuns às diferentes concepções”, como passamos a “dissertar”:
DESENVOLVIMENTO
É importante notar que, no que tange ao Direito Natural, várias são as opiniões quando este entra em comparação ao Direito Positivo; nesse sentindo alguns juristas e teóricos que defendem àquele merecem ser destacados, a saber: Aristóteles, Tomás de Aquino, Jean-Jacques Rousseau, John Locke, entre outros. Para o Jusnaturalismo (que nada mais é do que uma corrente de pensamentos desencadeada ao longo da historia em defesa do Direito Natural) é concebida a ideia de que este instituto fundado na razão da natureza humana deve se sobrepor ao Direito Positivo ou, pelo menos que haja por parte do legislador a observância aos princípios oriundos do Direito Natural, como por exemplo: o “conjunto de princípios e concepções de ordem moral” para, conforme, possam instituir suas normatividades Estatais.
“Os principais jusnaturalistas modernos, Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau, também chamados de contratualistas, fazem parte de uma doutrina que reconhece o "direito natural" (ius naturale) e a necessidade de um Estado natural por parte dos homens. Porém, as ideias desses filósofos, apesar de terem pontos de concordância, se diferem em alguns aspectos.
Os contratualistas, Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau, acreditavam que o Estado teria surgido através de um contrato onde os homens estabeleceram regras para o convívio social e subordinação política. Anterior à origem desse contrato, todos os três afirmavam que o homem vivia naturalmente, sem poder e sem organização, constituindo o estado de natureza. Entretanto, os três contratualistas apresentam pontos de divergência na definição desse estado de natureza.
Para Hobbes, o homem, no seu estado de natureza, vivia num verdadeiro estado de guerra. Na falta de um Estado controlador e absolutista, o homem tende a atacar o próprio homem. Tentando subjugá-lo na luta pelos interesses comuns, o homem torna-se lobo do próprio homem.
O estado de tensão era constante e os conflitos iminentes, pois os homens, disputando seus interesses, desejavam as mesmas coisas. Ele definiu direito natural como sendo a liberdade que cada homem possui para usar seu próprio poder de acordo à sua vontade. Uma consequência desse estado de natureza hobbesiniano é a dificuldade do homem em gerar riquezas: ocupa-se primordialmente em atacar os outros ou proteger-se contra ataques alheios.
Para Locke, os homens viviam originalmente num estágio pré-social, pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado estado de natureza. Locke afirmava que o estado de natureza era uma situação real pela qual passara a maior parte da humanidade ao longo da história. O estado de natureza de Locke diferencia-se do estado de natureza de Hobbes por ser um estado de paz e harmonia, onde o homem já era dotado de razão, ao contrário de Hobbes, que dizia que os homens no estado natural agem como animais.
Rousseau afirmava que os homens nascem livres, felizes e iguais. Porém, num determinado momento, a civilização corrompeu esse homem e ele perdeu a liberdade natural, sendo necessário o estabelecimento de um pacto social que o aproximaria do estado natural. Esse pacto não seria legitimado na força nem em um chefe nascido naturalmente para governar, mas sim na convenção estabelecida entre todos os membros do corpo social. Dessa forma, Rousseau aponta para um Estado Democrático onde a soberania pertenceria tão somente ao povo, e a este Estado caberia conciliar a vontade individual e o bem coletivo.
Para Rousseau, antes de mais nada, impõe-se definir o governo, o corpo administrativo do Estado, como funcionário do soberano, como um órgão limitado pelo poder do povo e não como um corpo autônomo.
Segundo Hobbes, é preciso que exista um Estado dotado de espada, armado, para forçar os homens ao respeito. Desta maneira haverá, de acordo com Hobbes, mais equidade, pois cada um receberá o que o soberano determinar. Mas o poder do Estado tem que ser pleno. Hobbes desenvolve essa ideia e monta um Estado.”
Mário Lucas Prado Santos.
Vale ressaltar que o Direto Positivo em contraponto ao Direito Natural, merece destaque no tocante a sua necessidade nos dias atuais, notadamente, no que se refere à necessidade de um regramento para estabelecer um limite, a disciplina e um controle, face às relações na sociedade; tese esta defendida pelo renomado pensador, Hans Kelsen.
TRÊS CONCEPÇÕES SOBRE O DIREITO NATURAL AO LONGO DA HISTORIA
No que pertine às três concepções que alicerçam o Direito Natural no decorrer da historia, vale ressaltar que a corrente “Naturalista”, em debate, cogitou o entendimento na existência de um Direito Natural superior, ao qual o Direito Positivo “estar condicionado”. A partir da verificação das diversidades de experiências históricas é possível vislumbrar três prismas basilares atinentes ao Direito Natural, a saber: Concepção Teológica do Direito Natural: Esta concepção pressupõe que existe uma ordem sobrenatural que condiciona o mundo físico e o próprio agir das pessoas, sendo que os deuses são responsáveis pela instituição das diretrizes de conduta, que por sua vez irão disciplinar as relações na sociedade, posto que, segundo ainda esta concepção, as autoridades humanas são meras porta-vozes de tal vontade superior. Concepções cosmológicas do Direito Natural: O interessante dessa concepção é a universalidade do seu caráter, o qual é derivado da noção da existência de uma ordem natural das coisas, remanescente de parâmetros de valores atemporais. Trata-se da decorrência de transição das culturas míticas, para as visões laicas, alusivas à realidade, segundo as quais uma ordem moral superior deve orientar as ações humanas. Concepção Racionalista do Direito Natural: De acordo com esta concepção, parcialmente, uma lei natural é associada à própria existência humana. Por meio da sua racionalidade, o homem se vale do seu poder intelectual e da experiência da organização da sociedade política e na produção do Direito Positivo, sendo que este deve obedecer a parâmetros gerais suscitados pela natureza humana. 
ASPECTOS COMUNS ÀS DIFERENTES CONCEPÇÕES
No tocante aos aspectos comuns às concepções em tela, cabe salientar que todas possuem um juízo de valor, ou seja, diversos pontos de vista. Nesse sentido, a coincidência de pensamento no que concerne ao Direito Natural, torna-se fundamental elencarmos os pontos que foram observados pela óptica Teológica, Cosmológica e Racionalista, senão vejamos: uma leitura moral a respeito do direito; a existência de apenas um Direito Natural e, um conjunto de princípios, são pontos inerentes a cada uma das citadas concepções. Quanto ao primeiro aspecto, vale notar que os “naturalistas” defendem essas exigências com base em uma visão característica e que tal leitura deve ser feita observando-se valores previamente estabelecidos. Quanto ao segundo, a aludida corrente entende que a existência una do Direito Natural venha confirmar os valores por ele preservados e, quanto ao terceiro e ultimo ponto, mister se faz destacar que em qualquer das concepções o Direito Natural é visto como sendo orientado por um conjunto de princípios, representados por valores supremos, que sistematizam e dão coerência ao conjunto de regras e diretrizes de ordem moral estabelecidas pelo paradigma do Direito Natural, em comento.
Por fim, de acordo com o exposto acima, podemos inferir que no entendimento jusnaturalismo, os juízos de valor se sobrepõemà lei positiva, o que constitui uma premissa essencial do Direito Natural a “crença na existência de hierarquia entre a lei natural e a lei positiva”, sendo que a primeira dá validade a segunda. Segundo esse entendimento, a lei que contrariar preceitos do Direito Natural será considerada inválida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos fatos históricos, outrora citados e, sobretudo, dos motivos revolucionários do mundo Jurídico nos dias atuais, não poderíamos furtar-nos ao dever de trazer a lume o reconhecimento acerca da evolução dos fatos sociais nos seus diversos aspectos e assinalar a necessidade fenomenal de o Direito, em todas as suas acepções, evoluir na mesma velocidade em que os acontecimentos se manifestam. Aplicando-se esse raciocínio a nossa realidade de Acadêmicos de Direito, isso corresponde a dizer que, precisamos estudar de forma criteriosa e aplicada buscando aquilatar o máximo de conhecimento possível, com vista a nos preparar para o enfrentamento dos obstáculos e circunstâncias que a nossa carreira nos propõem.

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