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Questão aberta

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Questão aberta
A Constituição Federal de 1988, nos artigos 182 e 183, apresentam informações referentes à política urbana, como as apresentadas a seguir:
 Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
 A partir desses artigos, a União começou a apresentar medidas, diretrizes e instrumentos legais para realizar a reforma urbana no país, de modo a garantir melhorias na qualidade de vida da população.
Em relação à reforma urbana realizada no país, após a instituição da Constituição Federal, identifique o período do planejamento urbano em que esse contexto está inserido, apontando suas principais características.
Para iniciar a resposta vamos entender o que é reforma urbana e planejamento urbano.
A Reforma Urbana é, basicamente, a promoção de uma série de políticas públicas para reordenar a lógica das cidades, democratizando suas estruturas e garantindo o seu acesso para as camadas economicamente inferiores da sociedade.Trata-se de uma perspectiva de melhorar a forma com que a cidade funciona para disponibilizar estruturas básicas em regiões periféricas, reaproveitar espaços subutilizados e ampliar as políticas de mobilidade urbana. 
O planejamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana ou do planejamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida. 
A luta pela reforma urbana inicia-se nos anos 1960, época que os segmentos progressistas da sociedade brasileira demandavam reformas estruturais na questão fundiária, tendo como principal bandeira a realização da Reforma Agrária no campo, que já integrava o plano das “Reformas de Base”. A proposta de uma reforma urbana nas cidades brasileiras foi inicialmente formulada no Congresso de 1963, promovido pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil, mas com o golpe militar a proposta ficou inviabilizada até o ano de 1984. Em 1988, após a promulgação da Constituição Federal, os movimentos sociais iniciaram a pressão para a articulação de suas reivindicações por meio da organização do Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU). Com isso, importantes avanços foram alcançados, com destaque para a criação do Estatuto das Cidades, oficialmente sancionado em 2001, legislação que regulamenta e ratifica a nova ordem jurídico-urbanística no país, e afasta qualquer dúvida, até então existente, sobre a validade e/ou aplicabilidade das diretrizes desta nova ordem, que até então, tinha como seu marco legal mais representativo os artigos 182 e 183 da Constituição Federal. Apesar disso, ainda não houve no país uma verdadeira política que permitisse a integral ou relativa aplicação dos termos necessários para a Reforma Urbana no Brasil e o desenvolvimento das cidades ou espaços através do planejamento urbano.
Assim, podemos enumerar os objetivos da reforma urbana da seguinte forma: a) combate à especulação imobiliária; b) diminuição do número de grandes propriedades pouco ou não utilizadas; c) combate a práticas de especulação, sobretudo através da diminuição do número de lotes vagos; d) contenção do crescimento desordenado das áreas urbanas; e) ampliação das condições de infraestrutura para áreas periféricas e com pouca atenção do Estado; f) facilitar o deslocamento, melhorando as condições de trânsito e, principalmente, a qualidade do transporte público. 
Os objetivos da reforma urbana culminaram em legislações locais para o planejamento urbano, onde os municípios criaram seus planos diretores e definem o desenvolvimento urbano, dentro dos limites estabelecidos em lei e conforme o real crescimento do local. Atualmente temos como características do planejamento urbano a construção de imóveis residenciais e comerciais, com estruturas de saneamento, pavimentação, facilidade de mobilidade, acessos diversos, espaços físicos necessários, cidades/bairros planejados, planejamento de expansão, dentre outros.

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