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2
	EXPANSÃO URBANA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
	Acadêmico1
Tutor Externo2
	
1. INTRODUÇÃO
	 Este artigo tem por finalidade as consequências da expansão não controlada como a desigualdade, tensões econômicas para a cidade inteira, problemas ambientais. 
O aprofundamento das fases da expansão urbana brasileira;
 O planejamento urbano deve ir além dos aspectos físicos e territoriais, encarando o ordenamento do território como um meio para cumprir objetivos maiores.
A introdução de um plano diretor como ferramenta central do planejamento de cidades.
A plataforma on-line Atlas da Expansão Urbana demonstra por meio de mapas, imagens de satélites e dados sobre mudanças espaciais o crescimento de centenas de cidades do mundo.
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
		
 Com o crescimento da expansão urbana não controlada, muitas consequências surgem e muitas irreversíveis, assim mostraremos a necessidade de um plano e formas de controle.
1.2 OBJETIVO GERAL
		A importância de um plano de expansão, para que não haja tantas consequências e assim um desenvolvimento urbano e ambiental. 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
	
Fases da expansão urbana brasileira;
Consequências da expansão não controlada;
A introdução de um plano diretor, como necessidade de um plano de expansão.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
	
No decorrer deste artigo, foram realizadas diversas pesquisas entre sites, artigos, blogs; buscando informações relevantes para poder analisar a expansão urbana, auxiliando no processo de conhecimento sobre as consequências de uma expansão não controlada e a introdução de um plano diretor. 
 	Empregou uma pesquisa Bibliográfica, com o intuito de obter mais dados e conhecimento sobre o assunto para poder desenvolver, analisar, avaliar e compreender melhor nossos objetivos. 
2.1 CONSEQUÊNCIAS DA EXPANSÃO NÃO CONTROLADA
As falhas no gerenciamento adequado da expansão do território não apenas exacerbam as desigualdades urbanas, mas também contribuem para maiores riscos econômicos e ambientais para a cidade como um todo. De Mumbai à Cidade do México, é muito comum vermos favelas lotadas crescerem em tamanho e densidade ao lado de empreendimentos de edifícios altos, inacessíveis e frequentemente vazios. As redes de serviços municipais fracassam em acompanhar o crescimento urbano, e as cidades com recursos limitados tendem apenas a reagir às tendências de desenvolvimento em vez de as agências de desenvolvimento territorial planejarem proativamente o crescimento.
O processo de crescimento da urbanização consiste em várias ações de caráter insustentáveis, como o desmatamento que provoca o desaparecimento de espécies da fauna e flora; o aterramento dos corpos hídricos, que culmina com a extinção dos organismos aquáticos; a disposição de resíduos sólidos em locais inadequados, causando a contaminação do solo, ar e água, entre outras ações.  Os igarapés, nome regional para rios de pequena ordem, são componentes importantes da floresta (LIMA; GASCON, 1999). Eles mantêm uma fauna diversa que é sustentada principalmente pelo material orgânico proveniente das florestas adjacentes (HENDERSON; WALKER, 1986)  
           
 2.1.1 DESIGUALDADE
Muitas cidades já estão sofrendo com desigualdades existentes, fornecimento inadequado dos serviços básicos e capacidades municipais sobrecarregadas. A expansão não controlada do território exacerba essas dificuldades. Famílias de baixa renda tipicamente se mudam para a periferia das cidades na busca por habitações acessíveis. No entanto, quanto mais longe eles ficam da região central, mais difíceis suas vidas podem se tornar. Famílias nas margens das cidades irão gastar o dobro do dinheiro e o triplo de tempo para se deslocar do que famílias próximas aos locais de trabalho, escolas e lazer no centro da cidade. À medida que uma cidade se espalha, as agências locais frequentemente têm dificuldades para fornecer água, saneamento e eletricidade. Os cidadãos dependem, então, do fornecimento informal de serviços – como caminhões-pipa e coletores de lixo privados, que podem cobrar até 30 vezes mais do que as agências municipais – ou ficam sem esses serviços, afetando sua saúde e a qualidade de vida em geral. Somente os mais ricos podem pagar por essas estratégias, deixando muitos moradores urbanos mal atendidos. Uma vez que esses tipos de padrões de desenvolvimento territorial urbano são iniciados, eles têm efeitos de longo prazo no acesso a oportunidades, produtividade e qualidade de vida.
	
2.1.2 TENSÔES ECONOMICAS PARA A CIDADE INTEIRA
Pesquisas mostram que à medida que as cidades se expandem para fora e as densidades populacionais declinam, os custos municipais da provisão de serviços públicos aumentam. Em cidades indianas e africanas, serviços como estradas pavimentadas, drenagem e água encanada caem drasticamente a apenas cinco quilômetros da cidade. Os investimentos associados a novas infraestruturas e os custos sociais da falta delas continuam a aumentar à medida que novas áreas urbanas são adicionadas. Além disso, a expansão significa mais congestionamentos, poluição e viagens mais longas. O ar poluído, impulsionado principalmente pelo uso de carros particulares e caminhões, gera imensos custos sociais e econômicos, como impactos na saúde e danos às colheitas. Em Chengdu, na China, a perda econômica gerada pela poluição do ar relacionada ao transporte registrou US$ 3 bilhões em 2013.. 
2.1.3 PROBLEMAS AMBIENTAIS
A alta concentração de lixo, muito comum nas áreas de expansão urbana, além de oferecer riscos ao meio ambiente, expõe a população a doenças de natureza gastrointestinais, como diarreias, cólera, hepatite A, dengue febre amarela entre outras. A concentração de roedores também se constitui um fator de risco para a saúde humana.
 O chorume produzido por esses lixões é levado diretamente para os leitos de rios, lagoas e igarapés pela ação das enxurradas, provocando a contaminação desses corpos hídricos. O solo, as plantas e os lençóis freáticos também sofrem danos pela ação do chorume.
 Segundo Tucci (1995), os principais impactos provocados pela urbanização nas redes de drenagem são o aumento do escoamento superficial, redução da evapotranspiração, do escoamento subterrâneo e o consequente rebaixamento do lençol freático.
  A ausência das ações de saneamento básico, como o meio-fio e galerias subterrâneas, por exemplo, dificultam o escoamento das águas das chuvas. Isto provoca alagamentos e riscos de doenças causadas por esse processo, como a leptospirose, transmitidas pela urina do rato.
  Nessas áreas não há abastecimento de água, por isso costuma-se construir poços comuns no quintal das residências. Alguns desses poços são construídos próximos a sanitários, o que possibilita a contaminação de suas águas ocasionando a ação de doenças intestinais.
Globalmente, a taxa de crescimento do território urbano ultrapassa largamente o crescimento da população. Isso muitas vezes tem um custo para as terras agrícolas, os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade, que contribuem para a produção de alimentos e a resiliência climática. Já estamos vendo algumas das áreas urbanas que mais crescem em zonas costeiras de baixa altitude, planícies de inundação, em locais de elevada biodiversidade e áreas com problemas de água.
 O desenvolvimento desenfreado desses ecossistemas sensíveis pode forçar ainda mais os recursos naturais e levar a inundações desastrosas de monções sazonais em muitas cidades do sul da Ásia. O desmatamento não regulamentado em cidades como Bangalore, Jacarta e Cidade do México, que estão crescendo rapidamente e têm pouca água encanada e alto estresse hídrico, está fazendo com que bairros inteiros afundem. A situação é particularmente preocupante em Jacarta, onde especialistas dizem que, com o aumento do nível do mar, a cidade tem apenas uma década para parar de afundar antes que milhões de lares acabem submersos. 
 2.2 FASES DA EXPANSÃO URBANA BRASILEIRA
1ª fase | 1875 - 1930 | Planos de embelezamento
Planosbaseados na tradição europeia, que tinham como objetivo o dito “embelezamento” das cidades. Na prática, isso significava ruas mais largas e a população e as habitações de baixa renda sendo empurradas para áreas distantes da região central. Geralmente as intervenções ficavam restritas a áreas específicas da cidade, como o centro.
A fase foi marcada pela chamada política de “higienismo” – acabar com os cortiços e deixar a cidade mais “bela” com base em modelos europeus. No Rio de Janeiro, por exemplo, a referência era a Paris de Haussmann, e o processo deu início ao crescimento da cidade informal, com a ocupação dos morros pela população mais pobre. Nessa época, ainda não havia uma denominação formal de “planejamento urbano” ou estruturas formais com esse fim na administração pública – o período foi marcado pela necessidade de rompimento com o passado colonial e a adesão ao “moderno”.
2ª fase | 1930 - 1965 | Planos de conjunto
Os planos passam a olhar para a cidade de forma mais ampla, preocupando-se com diretrizes válidas para todo o território e não apenas determinadas regiões. Entram aqui os zoneamentos, a legislação sobre uso e ocupação do solo e a articulação dos bairros com o centro a partir de sistemas de transporte.
É quando começa a se falar em “caos urbano”, crescimento desordenado e a necessidade de planejar as cidades de forma mais consistente. Surgem iniciativas como o Plano de Avenidas, de São Paulo, e o Plano Agache, no Rio de Janeiro, que abordam diversos aspectos do ambiente urbano, como legislação urbanística, habitação, ordenamento territorial.
3ª fase | 1965 - 1971 | Planos de desenvolvimento integrado
Nesta fase, os planos começam a incorporar outros aspectos além dos relacionados ao território, como os econômicos e sociais. Tornaram-se documentos cada vez mais densos e complexos, tocando em questões sociais distantes dos interesses da classe dominante, o que passou a dificultar o processo de aprovação.
Nesse momento, entram em jogo as questões metropolitanas e o planejamento não restrito somente aos limites de um município. O que acontecia, porém, é que muitas vezes acabavam surgindo planos descolados da realidade, excessivamente técnicos e longos.
4ª fase | 1971 - 1992 | Planos sem mapas
Como resposta à fase anterior, aqui os planos passam a abrir mão de diagnósticos técnicos muito extensos e até mesmo dos mapas que ilustravam as medidas propostas. Apresentam apenas diretrizes e objetivos gerais, ocultando conflitos de interesses em relação ao espaço urbano. A busca por simplificar o conteúdo errou a mão, e os planos acabaram reduzidos quase a cartas de intenções.
5ª fase | 1992 – 1988/2001 | Constituição de 1988 e Estatuto da Cidade
Com a democratização do país, o processo de planejamento urbano deixa de ser tratado como “neutro” e passa a ser visto como um processo político e de participação social. A Constituição de 1988 reconhece os planos diretores como principal instrumento de implementação da política de desenvolvimento e expansão urbana municipal. E o Estatuto da Cidade, instituído em 2001, estabelece o “direito à cidade sustentável”, elencando princípios e diretrizes que devem ser adotados nos planos diretores, obrigatórios para cidades com mais de 20 mil habitantes.
As novas legislações estabelecem uma nova fase na história do planejamento urbano brasileiro, com o objetivo de construir territórios que promovam ao mesmo tempo justiça social, desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente. Mas ainda há chão pela frente – e as cidades podem e devem se valer de seus planos diretores para construírem um ambiente urbano eficiente, inclusivo e sustentável.
Atualmente, temos 18 anos de planos diretores, e muitos estão entrando agora em processo de revisão. Estaríamos, com isso, iniciando uma sexta fase na história do planejamento urbano no Brasil? É possível.
A elaboração, a implementação e a efetividade dos planos sempre estarão sujeitas à conjuntura de cada momento, ao contexto e às disputas políticas, aos atores e interesses envolvidos, à situação econômica e ao nível de envolvimento da sociedade nas discussões. De qualquer forma, as cidades têm nesses instrumentos uma ferramenta para promover a transformação de que precisam.
2.3 PLANEJAMENTO URBANO
O planejamento urbano deve ir além dos aspectos físicos e territoriais, encarando o ordenamento do território como um meio para cumprir objetivos maiores, a citar:
· Garantia do direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
· Oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;
· Evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente.
É nesse contexto que se introduz o plano diretor como ferramenta central do planejamento de cidades no Brasil. Conforme os artigos 39º e 40º do Estatuto da Cidade, o plano diretor é “o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana”. É ele quem deve promover o diálogo entre os aspectos físicos/territoriais e os objetivos sociais, econômicos e ambientais que temos para a cidade. O plano deve ter como objetivo distribuir os riscos e benefícios da urbanização, induzindo um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.
Fica ainda mais nítida a importância legal atribuída a esse instrumento uma vez que consideramos três fatores:
a) Legalidade: o plano diretor é um instrumento estabelecido na Constituição Federal de 1988, regulamentado pelo Estatuto da Cidade. Os demais instrumentos de planejamento de governo – o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual – devem incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.
b) Abrangência: o plano diretor deve abranger o território do município como um todo. Não está restrito a bairros ou partes específicas da cidade.
c) Obrigatoriedade: sua realização é obrigatória para municípios com mais de 20 mil habitantes, o que significa afirmar que para quase ⅓ (31,6%) dos municípios brasileiros o plano diretor não é uma opção, é uma obrigação. Mais importante ainda, significa afirmar que pelo menos 84,2% da população do país vive em municípios que (em tese) deveriam ter seu desenvolvimento econômico, social e ambiental regido por um plano diretor.
Por fim, cabe destacar que o Estatuto da Cidade mantém a divisão de competências entre os três níveis de governo (Federal, Estadual, Municipal), concentrando na esfera municipal as atribuições de legislar em matéria urbana.
2.4 PLANO DIRETOR
O plano diretor é uma lei municipal, elaborada pelo poder executivo (Prefeitura) aprovada pelo poder legislativo (Câmara de Vereadores), que estabelece regras, parâmetros, incentivos e instrumentos para o desenvolvimento da cidade. Ele atua em sentidos distintos, porém complementares:
· Obrigando aos privados (empresas, cidadãos) o cumprimento de certas exigências (por exemplo, restringindo os usos permitidos para os terrenos ou imóveis).
· Incentivando ou induzindo os privados a tomarem certas ações (por exemplo, estabelecendo incentivos tributários para a instalação de empresas em certos locais).
· Comprometendo o poder público municipal a realizar investimentos, intervenções urbanas e afins (por exemplo, ampliando a infraestrutura urbana ou a oferta de equipamentos públicos em determinadas regiões).
2.4.1 COMO SE FAZ UM PLANO DIRETOR?
O próprio Ministério das Cidades publicou um guia basilar para elaboração dos planos diretores que estabelece uma série de etapas para sua elaboração, priorizando a participação social em todo o caminho. Ele começa com o estabelecimento de um núcleo gestor com participação de lideranças dos diferentes segmentos da sociedade (governo, empresas, sindicatos, movimentos sociais), segue com a realização de uma leitura (tanto da perspectiva técnica quanto da perspectiva comunitária) da cidade comoé hoje, passa à elaboração e discussão de uma minuta de lei e, finalmente, a aprovação na Câmara Municipal.
Nesse aspecto, apontamos dois aspectos centrais do plano diretor:
Político: é necessário equilibrar aspectos técnicos e políticos, pois planejar é fazer política. Um plano tecnicamente bom pode ser politicamente inviável, e um plano politicamente justo pode ser tecnicamente impraticável. Vivemos em uma democracia, onde aspectos técnicos sempre precisam passar por uma discussão política.
Democrático: o plano diretor se estabelece como um instrumento (em tese) democrático, uma vez que pressupõe a realização de audiências públicas abertas, com ampla participação. Os moradores devem ser chamados a participar do debate sobre a cidade que eles mesmos querem.
Essa abordagem vem ao encontro da diretriz do próprio Estatuto da Cidade, que pressupõe a gestão democrática, com participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.
2.4.2 PARA QUE SERVE UM PLANO DIRETOR?
Conforme já apontado, cabe ao plano diretor criar as bases para uma cidade inclusiva, equilibrada, sustentável, que promova qualidade de vida a todos os seus cidadãos, reduzindo os riscos do crescimento desenfreado e distribuindo de forma justa os custos e benefícios da urbanização. Além disso, o plano diretor fornece transparência para a política de planejamento urbano, ao instituí-la em forma de lei. Diretrizes urbanas sempre existirão, a diferença é que com o plano diretor elas ficam explícitas, disponíveis ao cidadão para criticar, compreender e atuar sob “regras do jogo” bem definidas. Com ele, o cidadão pode decidir melhor ao escolher onde comprar uma casa para morar, o empresário pode escolher melhor onde investir em um novo negócio.
2.5 PLATAFORMA ‘ATLAS DA EXPANSÃO URBANA’ MAPEIA O CRESCIMENTO DAS CIDADES
 O Programa de Expansão Urbana da NYU no Marron Institute of Urban Management e na Stern School of Business da Universidade de Nova York, em parceria com a UN-Habitat e o Lincoln Institute of Land Policy , iniciou um esforço de pesquisa em várias fases para monitorar o quantitativo e aspectos qualitativos da expansão urbana global. Esse esforço é a continuação de um projeto anterior dos autores e de seus colegas que resultou no Atlas de Expansão Urbana (Cambridge MA: Instituto Lincoln de Política Territorial, 2012). O programa de monitoramento concluiu a coleta de dados e iniciou a interpretação e análise dos dados em três fases interdependentes em uma amostra representativa global de 200 cidades:
FASE I: O mapeamento e medição da expansão urbana global - focado no mapeamento e medição de vários atributos-chave da expansão urbana global - a extensão urbana geral das cidades, a densidade populacional média dessa extensão, a fragmentação da área construída dentro dela por espaços abertos, a compactação de sua forma geográfica geral e as parcelas de preenchimento, extensão, salto e inclusão nas áreas construídas em novas extensões urbanas - em três períodos: por volta de 1990, por volta de 2000 e por volta de 2014. Essa fase exigiu a classificação e análise de imagens de satélite Landsat de média resolução, bem como dados censitários associados a zonas de enumeração que continham as extensões urbanas dessas cidades.
FASE II: O mapeamento e a medição de layouts urbanos - concentrou-se em duas questões-chave: Quão bem definidas foram as periferias urbanas recém-construídas (áreas construídas entre 1990 e 2014) em comparação com as áreas urbanas construídas antes de 1990 na amostra global de cidades? e quão bem definidas foram as áreas das cidades construídas em cinco períodos diferentes - antes de 1900, entre 1900 e 1930, entre 1930 e 1960, entre 1960 e 1990 e entre 1990 e 2014 - em uma amostra representativa de 30 cidades. Essa fase exigiu digitalizar e analisar imagens de alta resolução do Bing e do Google Earth.
FASE III: A Pesquisa de Terrenos e Habitações em uma Amostra Global de Cidades - incluiu duas pesquisas separadas. A primeira, uma Pesquisa do Regime Regulatório que rege a terra e a habitação, buscou capturar padrões de propriedade da terra, práticas de planejamento do uso da terra e o desenvolvimento de novas subdivisões nas áreas de expansão das cidades. A segunda, a Pesquisa de Acessibilidade, procurou medir os preços, bem como os principais atributos de diferentes tipos de lotes residenciais, casas e apartamentos disponíveis para venda ou aluguel nas 200 cidades da amostra global e compará-los com a renda das famílias. essas cidades. Essa fase requer o envolvimento de pesquisadores de cidades nessas cidades, bem como de coordenadores regionais da NYU.
Imagem da plataforma (http://atlasofurbanexpansion.org/)
 
O Atlas fornece dados sobre o crescimento, desde o século 20 até os anos 2000, da população; extensão urbana; densidade (número de habitantes por hectare) e áreas adicionadas à extensão das cidades. A plataforma também informações sobre o desenvolvimento das estradas, estradas arteriais e aglomerados residenciais das áreas analisadas.
Análise da expansão urbana da cidade de São Paulo. Em 2014, a extensão era de 211,908 hectares, aumentando em uma taxa anual de 0.6% desde 2000. Foto: Atlas da Expansão Urbana
Até o momento, plataforma contém amostras de 200 cidades. O foco do monitoramento são cidades com mais de 100 mil habitantes. O projeto considera toda a região metropolitana como uma mesma cidade, não só o município, e define seus limites pela área construída, e não pelo limite administrativo ou jurisdicional.
 
Análise da evolução da densidade de Ilhéus, na Bahia. Em 2013, a densidade populacional de área construída era de 65 habitantes por hectare, diminuindo em uma taxa de -3.2% desde 2001. No mesmo ano, a densidade da extensão urbana era de 47 pessoas por hectare, diminuindo em uma taxa anual de -2.7% desde 2001. Foto: Atlas da Expansão Urbana.
As análises podem ser exploradas no site e também são detalhadas em uma publicação de dois volumes, inteiramente disponibilizada pelo site do Instituto Lincoln, em inglês.
 
A Nova Agenda Urbana, documento de referência do Atlas da Expansão Urbana, foi promulgado na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, a Habitat III, realizada em Quito, no Equador, em 2016.
 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
	 Diante das informações obtidas e das análises feitas entendemos que as consequências da expansão urbana não só prejudicam o meio ambiente, como também tensões econômicas para a cidade inteira e a desigualdade que muitas cidades já vêm trazendo com o fornecimento inadequado dos serviços básicos e capacidades municipais sobrecarregadas. 
 Essa correlação as fases de expansão urbana brasileira são 5 fases a primeira com planos baseados na tradição europeia, que tinham como objetivo o dito “embelezamento” das cidades; a segunda com planos de conjuntos que passam a olhar para a cidade de forma mais ampla, preocupando-se com diretrizes válidas para todo o território e não apenas determinadas regiões; a terceira os planos de desenvolvimento integrado que começam a incorporar outros aspectos além dos relacionados ao território, como os econômicos e sociais, sua quarta fase planos sem mapas aqui os planos passam a abrir mão de diagnósticos técnicos muito extensos e até mesmo dos mapas que ilustravam as medidas propostas e assim presentam apenas diretrizes e objetivos gerais, ocultando conflitos de interesses em relação ao espaço urbano; e por ultimo a quinta fase o processo de planejamento urbano deixa de ser tratado como “neutro” e passa a ser visto como um processo político e de participação social onde a Constituição de 1988 reconhece os planos diretores como principal instrumento de implementação da política de desenvolvimento e expansão urbana municipal. 
 No mundo de hoje, o desenvolvimento de modelos sustentáveis de urbanização, que priorizem o tênueequilíbrio entre o lado social, o econômico e a preservação e conservação do meio ambiente, é de fundamental importância para que consigamos construir cidades mais inclusivas. Para tanto, o principal meio existente para implementação desse modelo de urbanização são as políticas públicas. Estas devem funcionar articulando-se os estados e municípios com a iniciativa privada, porém sempre contando com a real participação da população diretamente envolvida. 
 Os Planos Diretores se constituem como o instrumento mais importante e relevante dessas políticas. Entretanto, o domínio deste instrumento é frágil, uma vez que o encadeamento: proposta – ação – consequência, não é inteiramente previsível nem unívoco. Ao promover ou qualificar uma determinada área, se investe nela parte dos recursos, os quais estarão menos presentes nas demais áreas.
A interpretação de dados da plataforma, realizada após a coleta, foi realizada em três fases: mapeamento e mensuração de expansão global; mapeamento e mensuração da área urbana e estudos sobre terra e habitação na amostra global de cidades, assim então monitorar o quantitativo e aspectos qualitativos da expansão urbana global. 
De acordo com os dados apresentados, é possível perceber a extrema importância de um plano de expansão para que assim se desenvolva urbanamente sem danos ambientais e sem prejudicar a população.
4. REFERÊNCIAS
	
https://wribrasil.org.br/pt/blog/2019/05/historia-da-urbanizacao-brasileira
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/espaco-urbano-cidade-questao-ambiental.htm
https://wribrasil.org.br/pt/blog/2019/02/muitas-cidades-estao-crescendo-para-os-lados-em-vez-de-para-cima-3-razoes-por-que?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=cidades&gclid=CjwKCAjwr7X4BRA4EiwAUXjbtwOfWD1QMFJPcywjRY11Z0YbtyQX1FiOXzzQw5tQX3e6m5ON2yaItRoC8ZgQAvD_BwE
https://www.politize.com.br/plano-diretor-como-e-feito/
https://caubr.gov.br/plataforma-atlas-da-expansao-urbana-mapeia-o-crescimento-de-cidades/
http://atlasofurbanexpansion.org/about
https://www.webartigos.com/artigos/expansao-urbana-um-estudo-sobre-o-processo-e-suas-consequencias/97228/
1 Ingo Hilberto Fritzen, João Antônio Romão, Sofia Buss Rech e Thainá da Silva
2 Raphael Teodoro Hubert Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Gestão Ambiental (GAM 0480) – Seminário IV - 14/07/2020

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