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1 Direito Penal I – Estácio Sá –- 2012 Apresentação Bibliografia Básica: (livros biblioteca): Código Penal – (Seco) César Roberto Bitencourt – Ed. Saraiva – Trat. Dir. penal. Curso de Direito Penal – Fernando Capez – 2005 Curso de Direito Penal – Rogério Greco Direito Penal I – ESTÁCIO DE SÁ – Programa do livro universitário Complementar: Direito Penal – Damásio. Edições mais recentes (didático) Manual Direito Penal – Guilherme de Souza Nucci Manual Dir. Penal – Mirabete – Vol. I. Curso Dir. Penal – Luiz Regis Prado – (leitura mais complexa). Avaliação – 10 pontos – 8 pontos de prova e 2 pontos de exercícios (caderno de exercícios.) Noções Preliminares: O homem, ao agrupar-se, já necessitou estabelecer regras de convivência – tribos, Estados. Vida em sociedade – complexa – exige obediência ao conjunto de regras, comportamento, em tudo que fazemos. Família (casamento, filhos, separação) trabalho, vida, liberdade, ecologia, propriedade. Ex. ao acendermos a luz em casa – estamos consumindo e estabelecendo uma relação jurídica com alguém. Ao conjunto de normas estabelecidas, chamamos de direito positivo. As condutas que transgridam estas normas são ilícitos jurídicos. (Estes, por sua vez, podem ser ilícitos civis e penais, devendo corresponder uma SANÇÃO imposta pelo Estado visando restabelecimento do equilíbrio social). CIVIL – indenização, prestações pecuniárias, obrigação de fazer e não fazer, dar e entregar algo, etc. PENAL – ultima ratio – condutas mais graves tipificados como crimes/contravenções – com sanção penal. Dir. Penal: Ao mesmo tempo em que serve de controle da sociedade, é forma de garantia de respeito à liberdade, na medida em que limita, pela lei, as condutas a serem punidas e quem será punido. Finalidade: prevenção – antes de punir, ou com o punir, o direito penal busca evitar o crime, tipificando as condutas proibidas. Ex.: art. 121, 155, 157 Código Penal. A imposição de sanção penal visa a intimidação. Prevenção geral e especial. 2 Direito Penal como ultima ratio – só quando outros ramos do direito não puderem resolver as questões. Bens Jurídicos (todo valor da vida humana protegida pelo Direito). Assegurar validade valores ético-sociais. Direito penal mínimo – abolicionismo. Direito positivo – reflexo forma governo – opção política – bens tidos como fundamentais para época – necessidade análise crítica legislações de acordo com a época e realidades em que foram criadas. Ex.: crimes hediondos, lei Maria da Penha (11.340/06). Infração penal (gênero) Crime – crime ou delito (espécie); Contravenção penal. (espécie). Ex. porte de arma de fogo já foi Contravenção Penal (art. 19) hoje é crime (lei 10826/03) Maior diferença – LICP art. 1º reclusão /detenção com ou sem multa. Prisão simples com ou s/ multa. - Direito penal como ramo do direito público interno. Visa atender ao interesse geral e estabelece as relações jurídicas entre o estado e o individuo, os quais devem obedecer aos comandos imperativos daquele. Os bens tutelados pelo Dir. Penal interessa antes à coletividade e subsidiariamente ao indivíduo. O Estado detém o ius puniendi - as normas penais devem ser estabelecidas pelos particulares, que não podem se submeter a qualquer composição, como ocorre no direito privado. Interno – destinado a viger nos limites territoriais como direito positivo de determinado Pais, mesmo que possam ser alcançados fatos praticados no exterior. O DP tem a função ético-social – proteção dos valores fundamentais da vida social, bens tidos como indispensáveis ao convívio social – bens fundamentais do individuo. O DP tem a função preventiva – reação diante de um caso concreto - contra a violação do ordenamento jurídico/social com a imposição da pena correspondente. FINALMENTE: construir um conceito do DP. O que é? Conjunto de normas fundamentais Feito por quem? Estado Para que? Combater o crime (leia-se contravenções penais também) Como? Impondo penas e medidas de seguranças. 3 CONCEITO: Conjunto normas jurídicas que têm por objeto a determinação de infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes – penas e medidas de segurança. (Bitencourt) Como dito, os bens protegidos pelo DP interessam a toda a coletividade. A relação entre criminoso e vítima é secundária porque esta não tem direito punir. Características: Caráter retributivo – expiação pela pena. Finalidade preventiva (ao estabelecer crimes e cominar penas) prevenção geral. Falhando a prevenção geral, há a prevenção especial – sobre o indivíduo – infrator. 1) Objetivo geral da disciplina: - Proporcionar formação crítica e interdisciplinar, que possibilite aos alunos a compreensão de que a disciplina é um saber jurídico a ser dominado, pois ele é um instrumento que serve para fazer a subsunção de um FATO (mundo do ser) à NORMA PENAL (mundo do dever ser), sendo utilizado por todos os integrantes do sistema penal. Outros objetivos: - reconhecer a inconstitucionalidade das normas penais; - analisar o delito a partir de seus elementos constitutivos, concluindo pela sua ocorrência ou não; - identificar se o crime se consumou ou não; - Afastar a visão do senso comum teórico baseado no direito penal do autor. 2) Importância da matéria Importância do DP atualmente; Carência e profissionais – opções de trabalho. 3) Divisão da matéria - teoria geral do DP - aplicação da lei penal (art. 1º) – título I - do crime – título II - da imputabilidade penal – título III Relação com outras disciplinas: Dir. Penal – estudo da norma penal, do conjunto de preceitos legais e as consequências de seu descumprimento, muito embora modernamente ele se preocupe também com as causas do fenômeno criminal. Criminologia - estuda a gênese do crime, o criminoso, causas da criminalidade, numa interação entre crime, homem e sociedade. Estudo por meio de observação e experimentação. Sociologia Criminal – Estudo das funções que o direito cumpre dentro de uma sociedade 4 Política criminal – conjunto de princípios e recomendações para a reforma e transformação da legislação criminal e dos órgãos encarregados de sua aplicação. Processo mudança social – descobertas criminologia. Ex.: Dir. penal mínimo – fracasso, em muitos casos, da pena privativa de liberdade. Dir. penal (Cód. Penal) x Dir. Criminal (Império – Cód. Criminal). Dir. Penal Comum x Dir. Penal Especial (Militar Eleitoral). Dir. penal (dir. material/substantivo) x Dir. Proc. Penal (conj. Normas de aplicação dir. penal – antigamente denominado dir. penal adjetivo, hoje disciplina independente). Dir. Penal (conj. de normas e sanções) – Sistema Penal (grupo de Instituições que se incumbem de realizar o direito penal). Este é constituído pelos aparelhos policial, judicial e prisional e representam um sistema garantidor de uma ordem social justa. BREVE HISTÓRICO Dir. penal – instituto jurídico apto a punir condutas reprováveis pela comunidade. Não é Instituto novo na história. Homem desde que passou a viver em Sociedade – passou estabelecer condutas permitidas e/ou proibidas. Sistemas e formas de punição – variaram – de acordo com a evolução. Tempos primitivos – Quando não existia sistematização do direito, os homens acreditavam que os eventos catastróficos (peste, seca, etc...) eram ocasionados pela conduta humana. Visando diminuir a ira dos deuses – estabeleciam condutas sociais,culturais, relig., quando alguém violava as normas – p escapar da raiva divina – puniam infrator – ofertavam bens valiosos aos seres superiores – vida de moça virgem ou do pp. Infrator. Vingança privada – Toda coletividade ou parte dela agia contra o ofensor (e seu grupo social) – ex. tribo Membro tribo – invadisse – área do território de caça de outras tribos – surgiam guerras. Quando mesmo grupo social – expulso/agredido. Muitas injustiças - as tribos eram dizimadas por pequenas coisas e o mais fraco não conseguia punir os mais fortes. Ex.: Lei Talião – “olho por olho, dente por dente...” à época foi considerado um avanço porque delimitava o castigo. Vingança divina – poder coerção – mãos Sacerdotes – penas: intimidação condutas indesejáveis e purificação alma. Penas severas e cruéis p satisfazer deuses. Foram base Cód. Manu – Índia. Vingança Pública – imposição de penas – passaram p/ Estado – ainda desumanas e cruéis. Nas mãos dos Senhores Feudais – reis e príncipes. Castigos corporais e morte – execução em praça pública p servir de exemplo. Período Humanitário – Séc. XVIII – influência Iluminismo – voltou-se p/ humanização das penas. Em 1764 – Beccaria – publicou “Dos delitos e das penas” – marco mudança pensamento direito punitivo: é fundamento dir. penal moderno – impossibilita as aplicações penas cruéis e degradantes, inclusive a pena de morte; 5 imposição penas com base legisl. Preexistente e de conhecimento todos – proibição de tortura, dentre outras. Pena deixando de ser só punitiva, passando a promover a recuperação social agente. Período Científico: As ideias iluministas fortaleceram a necessidade de tratar o direito como ciência. Muitas discussões e estudos foram feitos, com a evolução do pensamento, no sentido do encontro das soluções para os problemas que vem sendo conhecidos. Com as ideias de grandes pensadores após o Renascimento (Maquiavel, Descartes), é que finalmente as limitações impostas pela Igreja chegam ao fim. No universo jurídico penal, os novos tempos registraram a existência de novas ideias aceitas por um grande número de penalistas e estudiosos, os quais fizeram surgir as “Escolas Penais”. Escola Clássica – método lógico e não experimental típico das ciências naturais – o crime seria violação direito ameaçado. Livre-arbítrio (a responsabilidade penal funda-se na liberdade do homem, pois só pode ser punido quem agiu livremente). Escola Positiva – AUGUSTO COMTE – método calcado em investigação experimental – crime como fato humano e social. Indagava sobre os motivos que cada indivíduo rumar para a delinquência. CESARE LOMBROSO – psiquiatra italiano – obra O Homem Delinquente – antropologia criminal – formulou teoria do criminoso nato. A criminalidade seria proveniente de fatores meramente biológicos. Características. Físicas – exe.: orelhas em asa, cabelos alongados, crânio pequeno assimétrico, insensibilidade física (analgesia) e psíquica (senso moral). ENRICO FERRI – para entender a causa crime – devia ser considerado os aspectos antropológicos (Lombroso), fatores sociais (meio em que vivem). Opunha-se ao livre arbítrio dos clássicos. Classificou o criminoso como: nato, louco, habitual, ocasional e passional. Escola Moderna Alemã –. Combate à ideia de Lombroso sobre o criminoso nato, mas aceita que são motivos para formação delinquente os fatores individuais e externos (físicos e sociais), com ênfase para os fatores econômicos. VON LISZT –é dele a teoria de que a pena se presta como – prevenção Geral – (todos) e prevenção especial – (criminoso). DIR. PENAL BRASIL Antes da chegada dos Portugueses – Tribos indígenas – dir. não escrito – semelhante ao Talião. Brasil como colônia portuguesa - Ordenações Afonsinas (Rei Afonso V) – de 1500 até 1512. Ordenações Manuelinas (D. Manoel I) - 1512 a 1569. Ordenações Filipinas (Felipe II) Brasil Imperial – 1822 – Independência. Brasil – Nova Constituição 1824 instituído Cód. Criminal Império em 1830. Foi considerado um dos melhores códigos penais do mundo, inspirando C. Penal da Bélgica. Período republicano 1889 – Proclamação. República 6 1890 – Novo Cód. Penal – muito criticado, mal elaborado, com dúvidas e impunidade gerando muitas leis esparsas, mas aboliu a pena morte. 1932 – Consolidação. Leis penais. 1937 – Estado Novo – instituída comissão p/ elaboração. Novo Cód. Nelson Hungria e Roberto Lyra – cód. de 1940 (atual) entrou em vigor em 1942. Também considerado moderno a época. 1984 – reforma cód. penal, s: erro (tipo/proibição, conc. agentes, extinção penas principais e acessórias e criação de penas rest. Direitos. Funções declaradas e não declaradas do Direito Penal Declaradas: p legalidade; Crime – sanção correspondente; Aumento criminalidade – construção de mais presídios. Não declaradas: Sistema não está em crise - Criminalidade visível e invisível Seletividade – Parlamentares (quantitativa) Agencias de Poder (polícia e Ministério Público). PRINCÍPIOS Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas subsequentes, sendo os alicerces, os fundamentos da ciência. José Crettela Júnior “Direito Punir Estado deve possuir freios/limites que resguardem os invioláveis direitos do cidadão”. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Todo princípio constitucional possui a função de orientar o legislador ordinário. O controle penal hoje é voltado para os direitos humanos – D. Penal mínimo garantista. Por isso, ouviremos falar muito em GARANTISMO PENAL. CF – base – alicerce – outros princípios de Dir. Civil, Tributário, Princípios de Dir. Penal. Leis ordinárias em dissonância com princípios constitucionais – serão inconstitucionais – (invalidadas). Artigo 5º CF 7 P. Legalidade – XXXIX; P. extra atividade lei penal mais benéfica XL; P. Individualização Pena XLVI; P. responsabilidade pessoal XLV; P. limitação penas XLVII; P. respeito ao preso XLIX; P. presunção inocência LVII. Princípio da Humanidade – (princípio ínsito à CF/88) – Dignidade da pessoa humana O Estado não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III CF/88), através da imposição de penas cruéis, infamantes, tortura/maus-tratos. Ao revés, deve haver previsão de reeducação e reinserção social. Art. 5º XLIX e XLVII vedam tais situações. Ex.: BITENCOURT – RDD (Lei 10792/03) previsão isolamento por 360 dias, prorrogáveis por igual período (punição cruel e desumana???) – viola objetivo ressocializador do sentenciado – vigente desde o Iluminismo (vide art. 1º da lei de Execução Penal) – representa, para este autor, autêntica vingança social, portanto, lei inconstitucional. P. LEGALIDADE - CF, art. 5º, XXXIX Passou por um longo processo até ser reconhecido. Hoje, só os regimes totalitários o têm negado. Dir. Romano – aceitou aplicação de penas sem prévia definição legal Idade Média – havia pleno arbítrio dos juízes, embora houvesse raízes do princípio no Dir. ibérico (1186) – não se fazia nada contra pessoas e propriedade enquanto não chamados perante a Cúria. Inglaterra – constou 1ª vez – Magna Carta de 1215 – João Sem Terra – proibindo analogia para crimes e penas. Revolução Francesa (1789) - adotou-o entre direitos fundamentais do homem. Brasil – antiga tradição constitucional, desde 1824. Só o Poder Legislativo – vontade geral povo – contrato social – separação de poderes – Montesquieu. BECCARIA – filósofo italiano pai pensamento penal liberal, já defendia o p. legalidade.“Nullum crimen, nulla poena sine lege” Significado: mais importante princípio de Dir. Penal – sustentação ordenamento jurídico-penal. Pode uma conduta ser imoral, mas se não for definido como infração penal (crime ou contravenção) – não haverá sanção. Ex.: incesto – prática atos sexuais entre pais/filhos sem violência – Visa garantir (anteparo) a liberdade individual – em face da expansividade autoridade Estado. Só lei ordinária – obedecido processo legislativo – Congresso Nacional. 8 Lei Estadual, Distrital ou Municipal não pode versar sobre infrações penais (crimes e contravenções) e penas, nem tampouco medidas de segurança. Nem por medida provisória e /ou lei delegada, nem analogia. A medida provisória retrata a vontade pessoal e exclusiva do Pres. Rep. – se pudesse criar crimes e penas, aproximaria da tirania. Analogia/Costumes – não se aplicam para incriminar condutas. Ex. Art. 168-A do CP “... contribuições do empregador...”. Ou seja, não se admite analogia in malam partem (para prejudicar o réu). Mas para beneficiar, pode. Tanto analogia, como costumes e até mesmo medida provisória (já que se admite até causas supralegais para excluir culpabilidade: inexigibilidade de conduta diversa, a ser estudada). Para alguns seria um princ. concreto dir. natural – inviolabilidade dignidade pessoa humana. Diferença: P. legalidade – p. reserva legal. Para maioria, são sinônimos, mas p. legalidade (gênero), p. reserva legal (espécie) e p. anterioridade (espécie). Artigo 1º Código Penal. Legalidade formal - procedimento legislativo constitucional Legalidade material - lei deve ser justa, razoável e de acordo com dir. fundamentais. Ex.: se uma lei diz que furto praticado por mulher será punido com pena maior, estará despida de legalidade material. A lei penal proíbe, na medida do possível (bom senso, já que existe a necessidade de se estabelecer conceitos de complementação mediante juízos valorativos) leis vagas, imprecisas e indeterminadas. Mas nem sempre é possível antever todas as situações, por isto às vezes é dada ao juiz a possibilidade de fazer uma valoração normativa, bastando indicar o núcleo fundamental da matéria de proibição. A norma incriminadora visa limitar o máximo a discricionariedade do juiz, mas há dispositivos que necessitam da valoração complementar do juiz – Ex.: “negligência” nos crimes culposos; art. 233 “ato obsceno” – forma aberta que é diferente do art. 121 § 2º II e IV do CP – que é caso de interpretação analógica. Novamente, BITENCOURT cita a Lei 10792/03 – RDD – como exemplo de lei que estabelece sanção sem definir crime... art. 52: “...alto risco para a ordem e segurança do estabelecimento prisional....e fundadas suspeitas de envolvimento ou participação....” sem explicar o que seriam “tais suspeitas”. P. EXTRA-ATIVIDADE LEI PENAL MAIS FAVORÁVEL – art. 5º XL. A lei não retroagirá, salvo p beneficiar o réu. (repete p. legalidade) – não podem ser aplicados fatos anteriores à sua vigência, salvo para beneficiar o réu. A Sociedade – constante movimento – importa mudanças ordem jurídica – criação novas leis. Objetivo: não é reafirmação do p. legalidade, mas visa construir outro pilar – D. Penal – a lei penal retroagirá – ultra-agirá. REGRA GERAL: aplicação lei – prevalência lei do tempo do fato, decorrência p. legalidade. “TEMPUS REGIT ACTUM”. Ex. Lei 9437 e 10826. Lei mais grave não retroage logo lei mais branda retroage. 9 A pena é medida reprovação comportamento humano – se diminui, não justifica aplicar a pena mais severa. Se a lei atual mais justa, porque aplicar a lei mais injusta? Ex.: Lei 9437 pena menor – se à época do fato era essa em vigor, a pena será com base nessa lei. LEI MAIS FAVORÁVEL É, PORTANTO, EXTRA-ATIVA. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO PENA – art. 5º XLVI Lei deverá levar em conta características do agente e do fato para adaptar pena ao homem. Cominação, Aplicação, Execução. Cominação – legislador – comportamento humano – definem quais serão crimes e as penas – com base no bem jurídico protegido e a gravidade do ataque. Diferença: vida – lesão corporal – menos grave. Dolo e culpa – culpa menos grave Liberdade sexual mulher – mais grave – pena maior. Particularização: estabelece pena mínima e pena máxima Aplicação: Nem além, nem aquém – Ex. circ. atenuantes, sempre atenuam. Tem que ser suficiente para reprovação e prevenção crime 1. Art. 59 – circ. homem e do fato (tendência para o mínimo) 2. Após agravantes e atenuantes – 61 e 62 e 65/66 CP. 3. Depois causas especiais de aumento e diminuição pena. Regime e substituição Ex.: mesmo crime – duas pessoas – condenações diferentes. Por isso reg. Integralmente fechado é inconstitucional. Execução: XLVII CF Art. 5º Lei Execução Penal – condenado será classificado de acordo– antecedentes/personalidade. Art. 6º - Classif p/ comissão técnica – elaboração. Programa individualizador (exame criminológico – técnico-pericial). STF – Lei 8072/90 – Inconstitucional. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL OU DA PERSONALIDADE PENA XLV a pena não passará da pessoa do condenado. Garantia individual sucessores condenado de que a pena é somente para quem praticou o fato criminoso. Garantia civil – titular bem lesado – de executar – sucessores a obrigação de reparar o dano. (não tinha status constitucional). Ex.: Sentença Tiradentes (1792) – declararam o réu infame e seus filhos e netos, confiscando os bens e a casa, etc. Direito vítima passou a ser lembrado – há muito esquecido p/ D. Penal. § 1º art. 45 CP. Lei 9099 – rep. Dano – tb. – transação penal art. 76. 10 Prestação Pecuniária – em favor da vítima lei 9714/98. PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENAS Proíbe 5 espécies de pena – está no rol dos direitos e garantias fundamentais – não pode mudar – cláusulas pétreas – art. 60 § 4º IV do CF – se não houver limitação de pena, estar-se-á ferindo o princípio de humanidade – Dignidade da pessoa humana - (art. 1º III CF) e o interesse social. ...com evolução....talvez até a pena privativa ???? por outras sanções.... objetivo sociedade – eliminar o crime e não o criminoso. Pena Morte – Constou no Código Criminal de 1830, mas desde o Código Penal de 1890 não consta, salvo em caso de guerra declarada – art. 56 CPM (perigo para soberania do país, traição, auxílio ao inimigo)... Até aqui devemos pensar se seria o caso de pena de morte... Penas perpétuas – expectativa de sair... por isso progressão de regime... máximo 30 anos – unificada. Trabalhos Forçados – dá ideia escravidão – agora trabalhos em Presídios – educando, incentivando, produzindo – com remuneração é salutar. Banimento – existiu no Império e foi ressuscitado na ditadura militar – privação para sempre de direito à cidadania e de retorno ao território. Penas Cruéis – o condenado deve sofrer apenas os efeitos da perda da liberdade. Ex. mais de 20 presos em uma cela??? PRINCÍPIO RESPEITO AO PRESO - XLIX Art. 38 CP e art. 45 Lei Execução Penal. (art. 41 enumera direitos e art. 88 sobre a cela) Abrange condenados e presos provisórios... Sociedade deve mobilizar-se para garantir os direitos do preso, voltando para ressocialização e reinserção social. (Direito Penal Inimigo – cerceamento das garantias individuais). PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA – LVII. Estado de Inocência ou não culpabilidade. 1ª vez na CF/88 – uma das maiores conquistas cidadão brasileiro. Surgiu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (art. 9º) e já constava na Declaração Universal dos Direitos Humanos– ONU, 1948 e no Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos, 1992). 11 Projeta-se mais no direito processual penal – direito ao silêncio, ônus da prova pela acusação, etc. Reflexo Direito Penal: “Nenhuma norma penal poderá estabelecer a responsabilidade com base em fatos presumidos, pois ninguém pode ser punido por presunção e somente por fatos reais”. In dúbio Pro Reo – exceção: Tribunal do Júri Liberdade “provisória” – termo do Código que data de 1941. Outros princípios (informadores do Direito Penal) a serem estudados Princípio da Insignificância, da Intervenção Mínima, Fragmentariedade, adequação social, culpabilidade, ofensividade, proporcionalidade, dentre outros. PRINCÍPIOS INFORMADORES DO DIEITO PENAL Princípio da Intervenção Mínima: APLICAÇÃO NO CAMPO ABSTRATO Direito penal como ultima ratio. Orienta e limita o poder incriminador do Estado. O DP deve ser utilizado somente quando resultar INDISPENSÁVEL para manutenção da ordem jurídica. Antes, devem ser utilizados meios extrapenais de controle social. A inflação legislativa leva o DP ao descrédito, que perde a sua força intimidativa. Presta- se a fazer com que ocorra a descriminalização, em razão das mutações da sociedade. Ex.: crime de adultério – ação indenização – prejuízo moral – civil. Não é aplicável no caso concreto, mas é termômetro para o legislador identificar quais os bens devem ser protegidos pelo direito penal. Ex. Emissão de cheques sem fundos – execução da quantia não paga e impedimento para não ser correntista resolveria o problema? Contravenções penais – pena multa – descriminalização LUIGI FERRAJOLI – Direito e razão. P. Insignificância: APLICAÇÃO NO CAMPO CONCRETO. Princípio de “bagatela”. Alguns denominam “crime de bagatela”, com certa impropriedade, posto que quando tratar-se de bagatela, não será crime. Há condutas que se amoldam ao tipo penal do ponto de vista formal, mas não apresentam relevância material (significativa). Nesses casos, pode-se afastar a tipicidade (logo, o crime) porque o bem jurídico não chegou a ser lesado. 12 Diferença de infração penal de menor potencial ofensivo (art. 98, I CF), estas já foram valoradas pelo legislador. Irrelevância da conduta – modo de aferição: a) importância do bem jurídico protegido; b) grau de sua intensidade – extensão da lesão produzida. Ex: maus-tratos – não é qualquer tipo de lesão – mas uma lesão relevante. Ex: Art. 129 CP – pena de 3 M a 1 ano detenção. Lesão culposa (§ 6º) – pena de 2 M a 1 ano – detenção. (neste caso, preocupou-se o legislador em punir as lesões à integridade física de forma abrangente, mas toda e qualquer lesão???). Ex – carro garagem – atinge perna alguém, produzindo-lhe um pequeno arranhão. Crime – FT + IL + CULP. O Fato Típico, por sua vez, (conduta, resultado, nexo e tipicidade). A tipicidade penal será Tipicidade Formal (legal) + Tipicidade Conglobante (Tipicidade Formal + antinormatividade + Tipicidade Material). Outro ex.: volume ínfimo de maconha – insuficiente até para um “fininho” (TJRS 686018489). O Princípio da Insignificância revela a natureza subsidiária e fragmentária do DP. Auxilia o intérprete na análise do tipo penal, para excluir do âmbito de incidência da lei, situações de “bagatela” – o DP só deve ir aonde seja necessário para proteção do bem jurídico. JUSTIÇA NO CASO CONCRETO – postulado de política criminal. Princípio da Adequação Social Concebida por HANS WELZEL, preconiza que a conduta, embora se subsome ao modelo legal não será típica se for socialmente adequada. Logo, orienta o legislador, pois se a conduta que está em vias de se tornar um crime for socialmente aceita, não deverá ser reprimida. Presta-se também a retirar do bojo das normas penais incriminadores, aquelas já aceitas pela sociedade. Contudo, NÃO tem o condão de REVOGAR tipos penais incriminadores. Ex. jogo do bicho – apontador e banqueiro. Princípio da Ofensividade ou Lesividade Orienta no sentido de saber quais são as condutas que NÃO PODERÃO sofrer os rigores da lei penal. Enuncia que não há crime sem lesão ou perigo concreto de lesão a um bem jurídico penalmente protegido. Impede a punição de condutas imorais. Principais funções do principio da lesividade: Proibir a incriminação de uma atitude interna do agente; 13 - Não há punição por pensamentos, sentimentos pessoais, ou cogitação de delitos. Ex. punir a ira do agente, se sentimentos não forem exteriorizados e não produzirem lesão. Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor; - Autolesão (tentativa de suicídio), atos preparatórios. Em discussão: uso de drogas. Nilo Batista: crime impossível. Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais. - O agente não pode ser punido por aquilo que é. Contravenção penal de vadiagem, art. 59. Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico; - Condutas desviadas, por vezes não toleradas socialmente, mas que não repercutem sobre qualquer bem de terceiros. Ex: não tomar banho regularmente, Tatuagem. Princípio da Fragmentariedade. Determina que o direito penal deve limitar-se a castigar as ações mais graves praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, devendo se ocupar somente de uma parte dos bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica, pois que “de toda a gama de ações proibidas e bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico, o DP só se ocupa de uma parte, de fragmentos”, dos bens mais importantes, daí seu caráter fragmentário. 14 Bens fundamentais – lesividade e inadequação social comprovadas – pequena parcela protegida pelo direito penal. Concretização da adoção dos princípios da intervenção mínima, da lesividade e da adequação social. Princípio da Culpabilidade A culpabilidade é o juízo de censura e de reprovabilidade que se faz de uma conduta típica e ilícita praticada pelo agente. O agente teria a possibilidade de ter agido de outra forma. Inimputabilidade penal. O princípio da culpabilidade tem três sentidos fundamentais: 1 – culpabilidade como elemento do crime: fato típico – antijurídico e culpável (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato, exigibilidade de conduta diversa); 2 – como elemento medidor da pena; 15 Art. 59 do CP. 3 – como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva – sem culpa; CP – responsabilidade penal subjetivo – para que um resultado seja atribuído a um agente – conduta dolosa ou culposa – impede que o agente seja punido por um resultado absolutamente imprevisível a que deu causa – caso fortuito. P. proporcionalidade Já na obra “Dos Delitos e Das Penas” BECCARIA aduziu que as penas devem ser proporcionadas ao delito e determinada pela lei. Juízo de ponderação entre o bem que é lesionado ou posto em perigo (gravidade do fato) e o bem de que alguém pode ser privado (gravidade da pena). Tem duplo destinatário: o legislador (plano abstrato) e o juiz (plano concreto). A lei Talião seria quase proporção se não ofendesse o princípio da humanidade, que tem em mira a dignidade da pessoa humana. Implícito no p. individualização pena. Ex: Não pode o juiz, após analisar as condições do artigo 68 do CP, e se favoráveis ao agente, impor pena no máximo ou próxima dela. FONTES De onde se origina o Direito Penal. Lugar de origem, gênese normasjurídicas. 16 HANS KELSEN, em sua obra Teoria Pura do Direito, aduz que fonte é o fundamento de validade jurídico-positiva das normas de Direito. Podem ser materiais (ou de produção) e formais (de conhecimento). MATERIAIS (ou de produção): Pergunta-se: Quem pode produzir legislação referente ao Direito Penal? A própria vontade da população, deve ser captada pelos legisladores. O art. 1º parágrafo único da Constituição da República, fonte produção DP, artigo 22, I CR. Cabe à União legislar sobre matéria penal. Aos Estados, só no caso do parágrafo único do referido artigo, porém não houve qualquer lei complementar. FORMAIS (ou de conhecimento) – maneira de exteriorização do DP. Pergunta-se: Como o direito penal se exterioriza formalmente? Forma imediata: LEI. (leia-se também Tratados e Convenções Internacionais devidamente ratificados). Elas PODEM CRIAR CRIMES E PENAS. Forma mediata: COSTUMES. Prática reiterada pela comunidade como práticas “usuais”; normas de comportamento que as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante, com convicção de obrigatoriedade. Sem esta convicção, o costume é reduzido a simples uso social, sem exigibilidade. Por exemplo, o Tribunal do Júri – “apartes” – que não está contido no CPP. O costume NÃO REVOGA a lei, embora possa ser contrário à lei (contra legem), segundo a lei ou além do que dispõe a lei. Vale como elemento interpretativo ao orientar nas definições de honra, decoro, mulher honesta, ato obsceno, etc... - PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO – orientam a compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração. Caráter genérico. Refere-se à ética, valores sociais para aplicação Direito. - JURISPRUDÊNCIA – Decisão reiterada de Juízes (a quo) e Tribunais (ad quem). Às vezes, funciona não só como fonte formal mediata, mas como fonte verdadeiramente criadora do Direito. Ex.: crime continuado (infrações não podem distanciar mais de 01 mês). Aceita só no âmbito do vazio legislativo (para suprir lacunas); Súmulas Vinculantes. OBS.: As fontes formais mediatas não criam crimes e penas (Princípio da Legalidade). Art. 1º CP (Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal). Elas servem SOMENTE para ORIENTAR/ INTERPRETAR certos tipos penais. Ex: ato obsceno (art. 233), escândalo (art. 62 Lei das Contravenções Penais). NORMA PENAL (fonte formal imediata) Diferença entre NORMA e LEI Teoria Binding – jurista alemão que obteve a adesão de VON LISZT. Para ele, o agente não infringia a lei, mas realizava o que ela previa. Violava algo por trás dela, a norma jurídica. Ex.: art. 121, CP: o crime não é violação da lei, mas da norma que o dispositivo legal contém. 17 Prevaleceu o entendimento de que LEI é a fonte da norma penal, enquanto NORMA é o conteúdo da lei. Logo, podemos dizer que a “norma” é a “regra de conduta”. Ela define os crimes e comina as penas. Está contida na lei, que é o instrumento de manifestação da norma. Ex. Código de Defesa do Consumidor (CDC): possuem normas penais. Dotadas de: Exclusividade: só a lei prevê crimes e penas. Imperatividade: todos que infringirem a conduta típica, incorrerão em penas. Generalidade: “erga omnes”. Impessoalidade: todos em todas as situações. Classificação: Incriminadoras: descrevem os tipos penais proibindo (crimes comissivos) ou impondo (crimes omissivos) a prática de condutas, sob ameaça de pena. Ex.: Art. 121 (preceito primário) e as penas (preceito secundário). Permissivas (Justificantes/Exculpantes): não incriminadoras. As Justificantes tornam lícitas as condutas. Ex.: art. 25 do CP: Legítima Defesa e art. 128 do CP: aborto legal. As Exculpantes: art. 26 do CP: embora ilícita, a conduta fica ISENTA DE PENA. Afasta a culpabilidade. Explicativas – art. 14 e 327 do CP. Normas penais em branco: a definição legal crime vem incompleta. Ex:Art. 33 da Lei nº 11343/06 (Lei de Drogas): o conceito de droga é definido pelo Ministério da Saúde, através de Portaria da ANVISA que também define as substâncias químicas envolvidas. Podem ser de 2 formas: Sentido amplo (fontes homogêneas). Ex: art. 237 do CP: “impedimento”/lei civil. Sentido estrito (fontes heterogêneas). Ex: lei de drogas e portaria. OBS: As normas penais heterogêneas não afrontam o Princípio da Legalidade (art. 1º do CP). A infração é descrita na lei, que só é complementada. A norma complementa, mas não define crime algum, só especifica um ou outro elemento do fato típico. Normas Penais incompletas ou imperfeitas: é completa quanto ao preceito primário e incompleta quanto ao preceito secundário. Ex. art. 304 do CP (norma penal em branco no preceito primário e norma penal incompleta no preceito secundário). 18 Norma penal complementar: são as que fornecem princípios gerais para a aplicação lei. Ex: art. 59 do CP. Analogia: forma de auto integração e não interpretação da norma. Serve para suprir omissões legislativas. No Direito Penal, diante do princípio da reserva legal, não se aplica, só se for in bonam partem. Ex: médico que realiza aborto em caso de ato violento ao pudor e não estupro (coito inter-femural). Interpretação Analógica: art. 121, § 2º, IV; ou outro recurso (espécie de interpretação). Na analogia há ausência de norma específica, enquanto a interpretação analógica é vista na norma existente. DIFERENÇAS: Analogia Interpretação analógica Forma auto integração Espécie de interpretação Ausência de norma específica É vista na norma existente Não pode ser usada para prejudicar (só in bonam partem) Possui caráter incriminador Visa suprir a vontade da lei Visa encontrar a vontade da lei Interpretação da lei penal: visa descobrir o real sentido e o verdadeiro alcance da norma jurídica. A lei, dentro da possibilidade, deve ser sempre precisa, mas normalmente ocorrem ambiguidades, obscuridade e precisa ser ajustada ao caso concreto. Toda aplicação literal da lei tem o inconveniente de reproduzir suas eventuais injustiças, daí a importância da interpretação em seus mais variados modos. Até a lei clara necessita de interpretação, só que dispensa as interpretações mais complexas. Quanto às fontes: Autêntica ou legislativa: fornecida pelo próprio Poder Legislativo para não ter conteúdo dúbio. O legislador edita nova lei para esclarecer o conteúdo e o significado de outra já existente (norma interpretativa), às vezes no próprio texto legal. Ex: definição de “casa” – art. 150, § 4º e 5º do CP. E art. 327 CP. Presta-se ainda a demonstrar a finalidade – Ex. Furto – proteção do patrimônio. Doutrinária: interpretação produzida pelos doutrinadores à luz de seus conhecimentos técnicos. Também não tem força vinculante, mas indica um caminho, serve de base para a fundamentação das decisões. Muito importante. Ex: Nelson Hungria, Aníbal Bruno, Frederico Marques, etc. Obs.: Segundo Luiz Flávio Gomes, a Exposição de Motivos é interpretação doutrinária e não autêntica e também não é vinculante. 19 Jurisprudencial (ou Judicial): produzida pelos juízes e Tribunais, através da reiteração de decisões. Processa-se através do exercício da jurisdição. A lei encontra seu destino no caso concreto e com a realidade da vida. Não tem coercibilidade genérica. Quando unânimes nos Tribunais Superiores – Súmulas. (exceção Súmula Vinculante). Quanto aos meios: Ponto de partida de toda interpretação é a Literal. Se fixa no significado das palavrascontidas no texto legal; procura o sentido da lei através da função gramatical. Teleológico: o intérprete vai descobrir vontade lei pesquisando seus objetivos/ finalidade (fins da lei – razão de ser). Ex. art. 155 bens materiais de valor econômico (bem jurídico protegido patrimônio), remoção de órgãos (Lei nº 9434/97): não será furto, bem jurídico protegido pela integridade, saúde; e art. 14 – 3 a 10 anos. Sistemático (lógico-sistemática): análise da norma no conjunto ordenamento jurídico, forma harmônica. Procura superar as possíveis contradições entre os diversos preceitos penais, investigando o sentido global do direito. Ex: art. 342 CP e se não atentar para o § 2º. Histórico: história lei, o contexto em que foi determinada, sua gênese, transformação. É importante para entendermos o sentido e a razão de determinada política criminal, incluindo a tramitação legislativa. Quanto ao resultado da Interpretação: Declarativa – quando letra lei corresponder vontade do legislador, sem necessidade de restringir ou estender. Restritiva –procura reduzir ou limitar o alcance do texto – é quando a lei diz mais do que quer - art. 28, I quer dizer emoção e paixão não patológicas – porque quando o for será art. 26 CP. Ex: como vimos, coisas insignificantes não fazem parte da literalidade do art. 155 do CP. Extensiva – as palavras do texto legal dizem menos do que a sua vontade. raro. Ex. bigamia – não proibir só o 2ª casamento, mas o 3º, 4º, etc...(poligamia) – doutrina art. 130 CP não só expor a perigo, mas o próprio contágio. Neste último caso, a doutrina prevalente é de que será lesão corporal, pois a lei quis proteger apenas a exposição ao perigo. Esta última de modo reservado e sempre para beneficiar o réu. DICA: “Em caso de dúvida insuperável no momento da interpretação, aplica-se a lei mais favorável ao réu (princípio do favor rei // in dúbio pro libertate) . CONFLITO APARENTE DE NORMAS Quando duas ou mais leis vigentes são aparentemente aplicáveis à mesma infração penal, ou seja, quando um mesmo fato concreto, parece ajustar-se a dois tipos legais de crime. 20 Logo, haverá conflito aparente de normas quando houver um só fato e “aparentemente” duas normas a ele se ajustando. Requisitos: Fato único (simples ou complexo). Duas ou mais leis vigentes aparentemente aplicáveis. Ex.: agente – bicicleta – atropelamento – morte pedestre. Art. 121 § 3º do CP ou art. 302 Código Trânsito ? – Resposta: CTB só veículo automotor, logo aplica-se C. Penal. DICA: Difere do concurso crimes que exige pluralidade de infrações. No conflito aparente – fato único. Difere ainda do conflito de leis penais tempo em que há sucessão de leis (uma em vigor, outra não, como veremos adiante). EVITA-SE: Princípio ne bis in idem. (Filme “Risco duplo” - Ocorrência no Brasil – responderá o agente pelo segundo fato, com direito a indenização pelo erro judiciário, se for o caso). Aplicação de penas exacerbadas. Para resolver estes conflitos a doutrina elaborou 4 princípios, a saber: P. Especialidade (princípio fundamental)– lei especial afasta a geral – Será especial relativamente a outra quando contiver todos os elementos objetivos/subjetivos/normativos da NG + alguns elementos que a tornam especial, ou seja, CONTÉM UM PLUS, DADOS EXTRAS, elementos ESPECIALIZANTES. Ex.: Hom Doloso Simples (tipo geral) – Hom Qual/Privil. (especial). // Infanticídio - elementares – condição mãe – seria 121, mas em razão da especialidade aplica-se 123.//. Art. 302 x 121 § 3º CP atropelamento com bicicleta, ausente a elementar específica (acidente automobilístico). Artigo 176, ao invés do art. 171 do C.Penal e art. 47 Lei Contravenções x 282 C.Penal. Assim, “ LEX SPECIALIS DERROGAT GENERALI” . P Subsidiariedade – norma subsidiária é aquela que descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico. O tipo penal principal afasta o subsidiário. (Lex primaria derrogat subdisiariae). Exemplo extraído da obra de Fernando Capez: “A” efetua disparos de arma de fogo sem atingir a vítima. Havendo intenção de matar art. 121 c/c art. 14, II do C. Penal; ou crime de disparo (art. 15 Estatuto do Desarmamento , que é mais grave do que a figura do art. 132 do C. Penal) Pode ser expressa ou tácita: Expressa: Ex.: Art. 132 C. Penal , só terá incidência se o fato não constitui crime mais grave. Ex. Art. 238, 239 e 307. Diante do aparente conflito, verifica as duas normas, se a conduta tiver violado em maior grau o bem jurídico, a norma primária é que vai ajustar-se ao tipo. Se mais leve, a subsidiária. Ex. Júri x desclassificação art. 132. HUNGRIA chamava o tipo penal subsidiário de “soldado de reserva” – ex. art. 311 e 302 do CTB. Tácita: quando um delito (menor) integrar a descrição típica de outro (mais grave). Ex.: art. 155 e 157 e 157 e latrocínio. Quando um tipo constituir circunstância de outro – art. 146 e 147 do CP. Art. 147 está contido no artigo 158 e 213 do C.Penal. 21 Diferença da especialidade: na especialidade a norma especial é aplicada, ainda que mais branda. Na subsidiariedade, a norma subsidiária é sempre excluída pela genérica (mais graves). DICA: Podemos exemplificar da seguinte maneira: na especialidade, é como se tivéssemos duas caixas, cuja diferença seria algum detalhe existente em uma e não constante na outra, como um laço vermelho ou um desenho qualquer; na subsidiariedade, há duas caixas idênticas, só que uma, menor, cabe na outra. P Consunção / Absorção – Aplicável quando a norma plena for preponderante sobre a que contempla parcialmente o valor do injusto. // Quando o tipo penal é parte integrante outro ou meio para a sua realização – crime-meio/crime-fim.// princípio “major absorbet minorem (crime maior absorve o menor). A comparação inicial é entre fatos e não entre normas. Ex. furto de casa habitada x violação domicílio (este último fica absorvido) // Homicídio absorve porte ilegal de arma (em alguns casos) // Súmula 17 do STJ – falsidade fica absorvida pelo estelionato// Art. 297/304 e 171 CP. O crime consumado absorve a tentativa (tenta p/ manhã – só consuma à tarde – mesma vítima); Crime de dano absorve o crime de perigo; A autoria (ou co-autoria) absorve a participação precedente (quem inicialmente apenas empresta o revólver p/ terceiros praticarem o roubo e depois vem participar da execução, responde como co-autor e não mais como partícipe; Crime progressivo: quando um agente p/ alcançar resultado mais gravoso, passa por um crime de menor gravidade. Ex: art. 121 passa necessariamente pela lesão corporal. A lesão será somente “CRIME DE PASSAGEM”. DICA: O crime progressivo difere-se da progressão criminosa, pois esta requer dois atos, duas condutas. Ex: agente lesiona alguém (129 CP) depois resolve matá-la (121 CP). Responde só p maior, pois os bens jurídicos afetados estão mesma linha desdobramento ofensa. O princípio da consunção resolve também os ante-fatos impuníveis e os pós-fatos impuníveis. Um fato típico pode não ser punível quando anterior ou posterior a outro mais grave, ou quando integrar a fase executória de outro crime. Vejamos: ANTE-FATO IMPUNÍVEIS – (simples preliminares) Cheque achado rua - preenchimento – crime de falso e estelionato –(ante-fato não punível). Toques corporais anteriores no crime de estupro não configura o crime de atentado violento ao pudor. Já o coito anal configura. Furto qualificado emprego chave falsa – 155 § 4º III C. Penal. Absorve (art. 25 LCP) posse chave falsa. PÓS-FATOS IMPUNÍVEIS – (meros complementos) Ocorre quando o agente incrementaa lesão precedente. Aquele que destrói a coisa subtraída não responde por furto e dano, mas só pelo furto. Falsificação moeda – introduzir circulação – (pós-fato impunível) – o agente responderá somente pelo art. 289 do CP. 22 Falsidade + uso – STF entende que o agente responde só pela falsidade. Dissenso: Heleno Fragoso - venda pelo ladrão de coisa furtada como própria não constitui estelionato – R. Greco – a venda será mero EXAURIMENTO (resultado típico não é exigido para consumação crime, como por exemplo a obtenção da vantagem ilícita no crime de extorsão) do crime. Já para Assis Toledo, achava que no caso, teria sido empreendida nova lesão autônoma contra vítima diferente – não seria, portanto, conduta natural e necessária da primeira. P. Alternatividade – Os verbos nucleares dos delitos de conteúdo múltiplo (plurinucleares), frente a um único contexto fático, devem ser entendidos como alternativos. Muitos doutrinadores defendem tal princípio, mas Damásio diz não haver conflito, pois não há duas, mas apenas uma norma, um só preceito primário. Para conflito, tem de haver unidade fato – pluralidade normas. Neste caso, haverá pluralidade de fatos – unidade preceito. O tipo sendo de ação múltipla, quer dizer, mesmo realizando duas ações, estará violando a norma uma única vez. Não há, pois, conflito para o renomado jurista.. Ex. art. 33 lei 11343/06. Para BITENCOURT, haveria alternatividade quando dois tipos contivessem elementos incompatíveis entre si. Ex. furto e apropriação indébita, mas aí, por lógico, não haveria conflito. Apenas para conhecer mais sobre norma penal... ANOMIA – quando houver ausência de normas ou quando, existindo, a sociedade não der valor, continuando a praticar as condutas proibidas. Excesso leis pode conduzir à anomia, pois quanto maior nº leis, maior a sensação ausência em face a impunidade. René Ariel Dotti defende a descriminalização/despenalização p/ resgatar o prestígio perdido nas últimas décadas – muita criminalização s/ reação estatal. ANTINOMIA –– quando houver duas normas incompatíveis – pertencentes ao mesmo ordenamento jurídico – mesmo âmbito validade. Nestes casos, (BOBBIO) propõe: 4) Sist. Cronológico – 2ª (mais recente) revoga a 1ª; 5) Sist Hierárquico – CF/ lei ordinária, etc. ...(art. 59 CF) 6) Sist Especialidade – quando houver 2 leis ordinárias: a lei especial afasta a geral. APLICAÇÃO DA LEI PENAL: (ÂMBITO DE EFICÁCIA TEMPORAL, ESPACIAL E PESSOAL DA LEI PENAL) LEI PENAL NO TEMPO: Assim como qualquer manifestação vida, a lei nasce, vive e morre. Os fatos são regidos pela lei de seu tempo. TEMPUS REGIT ACTUM. 23 Garantia cidadão para não ser surpreendido com leis “ad hoc”. Art. 1º LICC – se não mencionar de forma diferente - 45 dias – após s/ publicação oficial. Lapso entre pub-vigência “vacatio legis” (p/ conh. Norma e autoridades prepararem execução) Quanto à revogação – AB-ROGAÇÃO – total DERROGAÇÃO – parcial Expressa – nova lei menciona revogação. Tácita – quando a lei nova regula inteiramente a matéria ou é incompatível com a anterior. Processo penal – art. 2º - incidência imediata norma, não importando o tempo do crime. P. Irretroatividade da Lei Penal art. 5 XL e art. 2º e par. único CP . Conflito entre lei penal tempo: (confronto com a edição de leis): Abolitio Criminis art. 2º CP.– (abolição do delito) - nova norma exclui ilicitude – RETROAGE – I.policial /Processo – desaparecem efeitos penais principais (pena) e secundários (reincidência, rol dos culpados). Ex.: 11106/05 descriminalização sedução (art 217 CP). Efeitos civis permanecem. Causa de extinção de punibilidade – art. 107, III do C.Penal. Atingem até sentença definitivamente julgada. Retira a notação na certidão de antecedentes, mesmo após cumprimento pena. Novatio legis – passa a considerar crime o que era atípico. NÃO RETROAGE (p. legalidade) – Ex. racismo Lei 7716/89. Novatio legis in pejus – agrava condição lei penal já existente. CF art. 5º XL – NÃO RETROAGE. Ex. Lei 11106/05 revogou art. 219 (rapto) e inseriu parte conduta art. 148 § 1º V CPenal – aumentando a pena. Ex.: incisos VII e VIII do art. 107 do CPenal foram retirados – (casamento do agente com a ofendida). Novatio legis in mellius – lei posterior não descriminaliza, mas atenua. RETROATIVA. Lei 9714/98. – e art. 28 Lei Drogas – uso de subst. Entorpecente – não há mais pena privativa de liberdade. (STF – art. 28 lei drogas é crime). Aplicável mesmo na execução pena. Atinge Inquérito Policial, Processo e Execução. Fere a coisa julgada ? Não, porque “coisa julgada” protege a garantia individual e não direito de punir do Estado. Logo, a lei penal mais benéfica (lex mitior) é também ultrativa – atinge fatos ulteriores à sua vigência (inquérito policial, Processo, Execução). 24 Lei Intermediária: Aquela que surgiu após a prática do fato criminoso, mas foi revogada antes do juiz proferir a sentença. Aplica-se, QUANDO FOR a mais benéfica. MOTIVOS: razões humanitárias, de liberdade e de justiça e, como estamos estudando, a pena da lei nova e mais leve é mais justa e a pena mais severa da lei revogada é desnecessária. Ora, como vimos a lei posterior mais rigorosa não pode ser retroativa e nem tampouco pode ser aplicada a lei da época do fato, mais gravosa não pode ser aplicada, Assim, por princípio excepcional, aplica-se a intermediária (Bitencourt). Ex. Fato Criminoso................Processo....................Sentença Lei 1 Lei 2 Lei 3 Aplica-se a lei 2, mais benéfica no caso. Logo, pelo mesmo raciocínio, a sucessão leis : Várias leis – s/ mesmo fato – aplica- se a lei mais benéfica. Combinação leis – Quando, por ex., houver duas normas e então aplicar a parte que beneficia o réu em cada uma delas. p/ alguns doutrinadores juiz estaria legislando – usurpando função legislativo – N. Hungria, Heleno Fragoso, Aníbal bruno. p/ outros poderia – aplicando conj. leis existentes – R. Greco – Basileu Garcia, Assis Toledo, F. Marques, Mirabete, Damásio, Delmanto. – aplicação do p. constitucional acima da lógica formal. STF já admitiu a combinação leis. – HC 69.033-5 Não admitindo HC 68416/DF (ex. Greco). STJ não vem admitindo. 3ª possibilidade (mais coerente): Claus Roxin / Von Liszt: juiz faz uma aplicação mental das duas leis e aplica a que entender mais favorável ao acusado, mas sem combiná-las. Leis Excepcionais / Temporárias – artigo 3º do C. Penal Excepcionais – criadas em situações excepcionais, como por ex. guerras, grave crise econômica, estado de sítio. Tem vigência enquanto perdurar o fato que a originou. Não prevê o término. Temporárias – criadas em situações transitórias emergenciais, delimita o prazo de vigência. Art. 3º CP – Ultrativas. – em respeito as normas penais , senão às vésperas revogação, muitos se valeriam disso para praticá-lo. Tal ultratividade não se revela inconstitucional 25 porque, em verdade, o problema é de tipicidade, pois as condições e o tempo são elementares do tipo penal. Explica-se tal disposição porque as referidas leis são editadas para atender a circunstâncias incomuns que exigem um maior endurecimento do sistema penal, e os fatos praticados neste período excepcionais, são considerados mais graves. Mas há quem entenda que fere o art. 5º XL da CF . Rogério Greco, em sua edição mais recente citando Mauricio A. R. Lopes – afirma que o art. 3º fere o sistema art. 5º XL daCF. Outras considerações: Irretroatividade de lei mais grave x Méd Segurança – Segundo Francisco de Assis Toledo, não se aplica por possuírem caráter curativo, sendo a finalidade diferente da pena. Os remédios mais eficientes não podem deixar de serem aplicados por serem mais amargos ou dolorosos. Quando houver dúvida na apuração da lei mais benigna– Parte doutrina: ouve-se o réu, porque é ele quem vai cumprir a sanção penal. (Código Mexicano). Outros: juiz deve aplicar, porque é o encarregado pelo Estado para aplicar a lei. O réu pode recorrer, se quiser. Lex Mittior durante a vacatio legis – Possibilidade – TARS RT 667/330. Ex Est Adolescente e Cód. Menores soltando quem estava preso há mais de três anos ou que tivesse completado 21 anos. A favor: Paulo José C. Júnior, Heleno Fragoso, Cernicchiaro. Contra: Delmanto, Damásio, F. Marques. Código Penal de 1969 não entrou em vigor, apesar de uma vacatio grande. Normas penais em branco não são revogadas em conseqüência da revogação de seus complementos – tornam-se temporariamente inaplicáveis, por carecerem de elemento indispensável à configuração da tipicidade. EX. se condenado por “maconha” e a ANVISA retirar do rol das drogas, não haverá influência sobre as condenações porque não variou o objeto abstrato da tutela penal (drogas). TEMPO DO CRIME – artigo 4º do C. penal Para saber qual lei será aplicada ao fato criminoso, é necessário precisar quando se tem por ocorrido o delito, ou seja, a ocasião, o momento, a data em que se considera praticado o delito para aplicação da lei penal a seu autor. Existem três teorias: T. Atividade – momento ação/omissão Ex A – facada B dia 10 B morre dia 15 – crime 10 T. Resultado – momento resultado – Ex. delito teria ocorrido dt resultado - dia 15. T. Mista ou da Ubiqüidade – tanto ação qto resultado - dia 10 ou 15. 26 Logo, BRASIL – Adotou a T. Atividade por ser a mais plausível, , pois é no momento da ação que o agente demonstra vontade de praticar a conduta, devendo cair sobre ele o juízo de censurabilidade. Serve para: determinar imputabilidade agente, fixar circunstância tipo penal, possibilidade de aplicação eventual anistia, dar oportunidade à prescrição, etc. Ex: bomba navio dia 20/11 – explode 25/11 matando todos os ocupantes. Fixação maioridade – se em 22/11 responderá pelo ECA. Crimes permanentes: a conduta se prolonga no tempo “Todo o período é considerado crime”. Art. 148 CPenal. Crime contitnuado: (vários crimes como se fosse um só para efeito de sanção): tempo crime é o da prática de cada ação ou omissão LEI PENAL ESPAÇO: A aplicação da lei penal no espaço é regida pelo princípio da territorialidade (art. 5º CP). Aplica-se a lei brasileira aos fatos puníveis praticados em território nacional, independente da nacionalidade do agente. O Código Penal adota a territorialidade temperada, porque admite tratados e convenções internacionais. Fundamento: soberania política do Estado. Mas adota outros princípios como exceção, que veremos a seguir, logo após a compreensão de “Território” e “extensão do território”. P. TERRITORIALIDADE – art. 5º CPenal - espaço onde o Estado exerce a sua soberania. Solo, subsolo, águas interiores, jazidas minerais, rios, lagos internos, o mar e o espaço aéreo correspondente sobre o qual o Brasil exerce sua soberania. Extensão do Território Brasileiro – art. 5º §§ 1º e 2º do CPenal MAR TERRITORIAL – antigamente era o alcance tiro canhão. Atualmente 12 milhas marítimas (lei 8617/93) a partir do litoral (soberania absoluta). Obs.: De 12 às 200 milhas marítimas – ZEE – zona econômica exclusiva (exploração econômica) – Conv. Nações Unidas/ Dir. Mar – equiparado alto-mar para fins penais, ou seja, já não é extensão território brasileiro. ALTO-MAR – maiores partes oceanos que não pertencem a nenhum país. ESPAÇO AÉREO – coluna ar que sobe verticalmente desde a mais longíqua das fronteiras até 12 milhas insulares . No alto é o fim da camada atmosférica (Lei 7565/86) ESPAÇO CÓSMICO – espaço sobre o qual nenhum país exerce soberania. È de uso comum de todos os países. Impossibilidade apropriação nacional – Tratado – Dec 64362/67 NAVIOS E AERONAVES PÚBLICAS BRASILEIRAS – estejam onde estiverem – compõem o território nacional. – crime praticado – julgado Brasil. 27 Por lógico, navios de guerra e aeronaves militares são considerados parte do território nacional, mesmo quando em Estado estrangeiro. O mesmo ocorre com estas embarcações ou aeronaves de outra nação, que mesmo em águas ou espaço aéreo brasileiro, não estarão sujeitos à lei penal pátria. (art. 3º do Código Brasileiro de Aeronáutica). Se a tripulação estiver fora de bordo, a título particular, fica sujeita a lei brasileira. NAVIOS E AERONAVES PRIVADOS BRASILEIROS – se alto-mar – extensão território nacional (§ 1º art. 5º) – regra territorialidade. Se em mar estrangeiro, submetem-se à lei do país em que estiverem, como no caso de embarcação estrangeira privada – se crime cometido no território brasileiro – julgado Brasil. PRINCÍPIO PAVILHÃO (ou de BANDEIRA) –(se em alto-mar e espaço aéreo internacional) - lei será do país onde foi efetuada a matrícula/registro da nave/aeronave. – usa-se para cassinos navios cruzeiros – o jogo será livre em alto-mar se país origem embarcação for autorizado. PRINCÍPIOS QUE REGEM A APLICAÇÃO LEI PENAL ESPAÇO: Territorialidade – (regra geral) - aplicação das leis brasileiras aos delitos praticados dentro do território nacional (art. 5º do CP)– regra não absoluta, havendo algumas exceções, a saber: - a) Convenções e tratados internacionais. Ex. Convenção de Viena que trata das imunidades diplomáticas, que veremos quando formos analisar o Lei Penal no espaço com relação às pessoas b) P. Extraterritorialidade: aplicação da lei penal nacional a delitos ocorridos mo estrangeiro - artigo 7º do CP. EXTRATERRITORIALIDADE Divide-se em: Extraterritorialidade incondicionada: significando que o interesse punitivo da justiça brasileira deve ser exercido de qualquer maneira, independentemente de qualquer condição, conforme art. 7º I, a,b,c,d. Ex.: Tortura lei 9455/97 art. 2º. Extraterritorialidade condicionada: demonstrando que só há interesse do Brasil em punir o autor de crime cometido no exterior se preenchidas as condições descritas no artigo 7º II c/c § 2º, a,b,c,d,e e § 3º do C. Penal. Ex.: cr. Praticados por brasileiros (justificativa: proibição extradição brasileiros – art. 5º LI CF). É regida pelos seguintes princípios: P. Defesa ou Proteção: A lei penal de um país deverá ser aplicada a fatos delituosos ofensivos a bens jurídicos que considera muito relevante. Art. 7º I a,b,c. 28 P. Justiça Penal Universal: tem em vista punir crimes com alcance internacional, podendo os Estados punir qualquer crime independente da nacionalidade do agente e vítima. Ex. genocídio- lei 2889/56 – (interesse da humanidade em punir) – art. 7º I d e II a. Ex.: tráfico ilícito de entorpecentes, pirataria, tráfico de mulheres, etc. Competência p/ julgamento: P Universal – Extraterritorialidade Incondicionada x Trib Internacional de Haia – Brasil signatário – julgado pelo Brasil – só diante da incapacidade ou falta de disposição – T. Haia – complementar. Nacionalidade : leva em conta a nacionalidade brasileira agente delito ou da vítima. Ativa: praticada por brasileiros. Art. 7 II b. Passiva: praticada contra brasileiros. Art. 7, § 3º. Representação ou Bandeira: bandeira Brasil embarcação/aeronaveprivada, situada em território estrangeiro. Ex. crime cometido por estrangeiro contra Estrangeiro. Aplica-se se o governo estrangeiro não tiver interesse na punição do criminoso – Art. 7º, II c. Condições: Art. 7º § 2º CP – a- instaurou o IP com a entrada no país, não necessita permanecer pode ocorrer a revelia, só que aí aplicar-se-á o art. 366 do CPP. b- dupla tipicidade; c- estar o crime incluído dentre aqueles passíveis de extradição. Pena máxima superior a um ano, pois há interesse punitivo quanto a crimes mais graves; d- consagração do p. ne bis in idem; e- não ter sido perdoado / não ter havido extinção punibilidade. Ex.: navio abortador... LUGAR DO CRIME – art. 6º do C. Penal Opção política. Se presta p/ evitar conflito negativo de jurisdição – mas eventual duplicidade – aplicação do art. 8º do CP. Art. 6º - Destina-se ao direito penal internacional, ou seja, aplicação lei penal espaço, quando um crime tiver início Brasil e terminar exterior e vice-versa (crimes à distância) Para delitos território nacional – vale art. 70 do CPP (competência onde se consuma a infração ). Teoria Ubiqüidade (de ubíquo, onipresente)– entre outras teorias, foi a adotada pelo Brasil, diversamente do que falamos tempo crime. Crime ocorreu nos dois lugares para crime não ficar impune. Mas não será punido 2 vezes – princ. geral Direito – ne bis in idem – art. 8º CP. ATENÇÃO: Serve para definir onde ocorreu crime – ou seja, será onde a conduta foi realizada ou onde o resultado aconteceu ? Ex.: 29 A em cidade Santana Livramento - RS efetua disparo arma fogo atingindo B (uruguaio) do outro lado rua – cidade Rivera – Uruguai – matando-o (cidades separadas por uma rua). Pela teoria da ubiquidade aplica-se em ambos os casos, se os dois adotarem tal teoria. Ex de impunidade: Pais A – t. atividade // Pais B – teoria resultado País B, Antonio dispara um tiro em Cláudio que ferido, é transportado para o país A, lá morrendo. Não interessa os atos preparatórios e nem tampouco o exaurimento. No caso de tentativa, só quando ela se desenvolver no lugar onde teria produzido o resultado desejado, não fosse a circunstância alheia. EXTRADIÇÃO/DEPORTAÇÃO/EXPULSÃO ... Extradição, Deportação, Expulsão Vide Estatuto do Estrangeiro – Lei 6815/80 – art. 5º LI e LII da Const. Federal. EXTRADIÇÃO - Extraditar significa entregar a outro País indivíduo que se encontra refugiado, para os fins de cumprir a pena que lhe foi imposta. “É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso à justiça de outro Estado, competente para julgá-lo e puni-lo. Obrigação resultante de solidariedade internacional e funda-se no fato de que a punição do crime deve ser feita no local em foi praticado, como resposta da comunidade ao abalo que a infração penal lhe causou. Importante - A CF/88 não permite a extradição de brasileiros, natos ou naturalizados. Os brasileiros naturalizados somente podem ser extraditados em duas hipóteses: - ter sido obtida a sua naturalização após o fato que motivou o pedido de extradição; - quando for comprovado o envolvimento com tráfico de entorpecentes e drogas afins. (art. 5º, LI da CF). DEPORTAÇÃO – medida administrativa de polícia com a finalidade comum de obrigar o estrangeiro a deixar o território nacional – saída compulsória do estrangeiro para país de sua nacionalidade ou para outro que consinta em recebê-lo (art. 58 do EE) – Verifica-se nos casos de entrada/estada irregular do estrangeiro no território nacional. O deportado pode reingressar ao território nacional desde que preenchidas algumas condições. 30 EXPULSÃO – Fundamento no legitimo direito de defesa da soberania nacional. Estrangeiro que atente, de qualquer forma, “contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou a moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. A expulsão não é pena, mas sim medida preventiva da polícia. Cabe ao Presidente da República deliberar sobre a conveniência e oportunidade da expulsão. (art. 65 do EE). LIMITES À APLICAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO ÀS PESSOAS EM RAZÃO DE SUAS FUNÇÕES Todos são iguais perante a lei, mas alguns são IMUNES à lei penal que não os alcança em razão de suas funções. Princípio da Igualdade art. 5º caput CF x imunidades FUNCIONAIS e não pessoais. O princípio da territorialidade faz ressalva com relação aos Tratados, Convenções, Regras Internacionais Direito. Ex. Convenção de Viena (1961) – que trata das imunidades diplomáticas (incorporada ao direito pátrio através do decreto 56.435/65) IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS – Imunidade – em razão de importantes funções que o representante do Estado estrangeiro exerce no Brasil. Os diplomatas devem ser processados nos Estados de origem. Princípio da Reciprocidade – Convenção de Viena - Diplomatas, membros família, funcionários administrativos embaixada e familiares (desde que os familiares não sejam brasileiros). Benefício estendido: funcionários da ONU em missão território nacional, chefes de Governo e sua comitiva, Ministro das relações exteriores. Agentes consulares não gozam de imunidade – funções de natureza privada – câmara comércio, etc. Em alguns casos, poderão ser imunes, mas tão somente por crimes em razão dos atos de ofício. A imunidade só pode ser renunciada pelo Estado creditante, mas nunca pelo próprio agente. Embaixada – não é território estrangeiro – pois está no território Nacional – elas gozam de inviolabilidade, de modo que as sedes não permitem busca e apreensão, requisição, embargo ou qualquer tipo de medida de execução de natureza penal. Mas, por exemplo, se um particular comete crime dentro de uma embaixada, responde pela lei brasileira. Natureza jurídica: exclusão jurisdição brasileira. IMUNIDADES PARLAMENTARES As exceções decorrentes de normas de Direito público interno, dão origem às imunidades parlamentares. (art. 5º do CP). – exceção regra aplicação lei penal de que todo crime ocorrido em território nacional – encontram seu nascedouro na Constituição Federal –por isso comentado em obras de Direito Constitucional – GARANTIAS INERENTES AO EXERCÍCIO MANDATO PARLAMENTAR – As imunidades podem ser divididas: I. material /absoluta – (exclui responsabilidade penal e civil) – senador, deputado federal, estadual, vereador - no exercício do mandato, por suas opiniões, palavras e votos (art. 53, “caput”, 27, § 1º, e 29, VIII, da CF). O termo inicial da imunidade ocorre com a diplomação do parlamentar e encerra-se com o término do mandato. HÁ 31 NECESSIDADE DE NEXO FUNCIONAL, MESMO QUE TENHA SIDO COMETIDO FORA DO AMBIENTE DE TRABALHO. Logo, não abrange manifestações desarrazoadas e desprovidas de conexão com seus deveres constitucionais. (AI 473.092/AC – STF). O STF tem entendido que é causa de atipicidade. I. formal/relativa – refere-se à prisão, ao processo, a prerrogativas de foro – processo e julgamento (art; 53, §§ 1º ao 5º, da CF, de acordo com EC 35/2001) – não há mais imunidade processual para crimes praticados antes da diplomação. Foi estendida aos deputados estaduais. No entanto, os vereadores somente possuem imunidade material, no exercício do mandato e na circunscrição do Município. Aplicação da lei penal Aborda a aplicação da lei penal de acordo com a territorialidade, prazos, retroatividade, princípios, entre outros. Área: Penal 1 O brasileiro quepratica crime no estrangeiro está sujeito à lei: A do país em que o ato foi praticado. B do país em que o ato produziu os seus efeitos. C brasileira, condicionada à ocorrência de certos requisitos. D brasileira, mediante aplicação do princípio da extraterritorialidade incondicionada. 2 Aos 30 minutos do dia de seu 18° aniversário, Lúcio comete crime de estupro, na modalidade de violência presumida, ao manter conjunção carnal com sua namorada menor de 14 anos. Diante desta situação, Lúcio: A é considerado imputável perante a lei penal, não importando a hora de seu nascimento. B será considerado inimputável perante a lei penal, caso tenha nascido em horário posterior ao ocorrido. 32 C não pode ser considerado inimputável perante a lei penal, eis que houve consenso da vítima. D pode ser considerado imputável perante a lei penal, desde que os pais de sua namorada assim desejem. 3 O Código Penal, em relação à aplicação da Lei Penal no tempo, determina a: A retroatividade da lei posterior mais benigna desde que o fato ainda não tenha transitado em julgado. B retroatividade irrestrita da lei posterior mais benigna. C retroatividade irrestrita apenas no caso de abolitio criminis. D irretroatividade para os fatos já transitados em julgado. 4 Vindo o Presidente da República do Brasil ser vítima de crime de homicídio quando se encontra em viagem pelo exterior: A aplica-se o princípio do lugar do crime em que ocorreu a ação ou omissão, punindo-se o agente pelas leis do país em que o Presidente foi morto. B aplica-se o princípio da territorialidade, pelo qual a lei do território estrangeiro é soberana, eis que foi lá o crime praticado. C o Presidente da República goza de prerrogativa de foro em virtude da função, portanto, aplicam-se as regras pertinentes ao Direito Penal Internacional, sendo seu julgamento realizado pelo Tribunal Penal Internacional. D aplica-se o princípio da extraterritorialidade, ficando o agente sujeito à lei brasileira, embora cometido no estrangeiro. 5 O infrator que cumpriu pena no estrangeiro, ao ingressar no Brasil, estará sujeito à punição pela lei nacional. No entanto, a pena cumprida no estrangeiro: 33 A atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. B atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando idênticas. C é computada a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas. D é computada na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou é atenuada, quando idênticas. 6 Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: I – Considera-se território brasileiro o solo, o ar que se encontra acima desse solo, e o mar na extensão de 200 milhas. II – As embarcações e aeronaves públicas brasileiras são consideradas extensões do território brasileiro. III – Em alto mar, aplica-se as regras do país cuja bandeira a embarcação represente. A as afirmações I e II estão corretas. B as afirmações II e III estão corretas. C as afirmações I e III estão corretas. D todas as afirmações estão corretas. 7 Assinale a alternativa correta: A ao crime praticado no território nacional, sempre se aplica a lei brasileira, em respeito ao princípio da isonomia. B fica sujeito à lei brasileira, embora cometido no estrangeiro, o crime praticado contra o patrimônio de sociedade de economia mista. C não previu o legislador a aplicação da lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no estrangeiro. 34 D não é possível a aplicação da lei brasileira para crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil. 8 A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: A obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis. B sujeitá-lo a medida de segurança. C a homologação depende, para obrigar o condenado à reparação do dano, de pedido da parte interessada. D todas as alternativas anteriores estão corretas. 9 O prazo penal: A é contado igualmente ao prazo civil. B é contado computando-se o dia do começo. C é contado excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do final. D é contado computando-se apenas os dias úteis. 10 A Lei Excepcional consiste: A na lei criada para viger em determinado tempo, possuindo data para seu término. B na lei criada para reger determinada classe social. C na lei editada para reger fatos ocorridos em período anormal. D na lei editada para viger durante as férias forenses. 35 11 Cessada a anormalidade regida pela lei excepcional, volta-se o direito normal. Assim: A o direito normal, mais benéfico, retroage aos fatos regidos pela lei excepcional. B a lei excepcional continua tendo aplicação aos crimes ocorridos na época ensejadora da lei. C deve ser declarada a extinção da punibilidade do condenado pela lei excepcional. D a lei excepcional, após a volta do direito normal, deverá ser considerada inconstitucional. 12 Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: I – Lei Penal em branco é aquela que necessita de um complemento normativo. II – Excluída uma droga da lista das substâncias proibidas, o crime de tráfico dessa droga deixa de ser crime. III – O juiz, ao analisar o caso concreto, pode completar a norma penal em branco de acordo com seu discernimento. A as afirmações I e II estão corretas. B as afirmações I e III estão corretas. C as afirmações II e III estão corretas. D todas as afirmações estão corretas. 13 Quais princípios exigem que a lei penal incriminadora seja editada antes da ocorrência do fato criminoso: A da extra e da ultra-atividade condicional da lei penal. B da abolitio criminis e da espacialidade. C 36 da lei anterior e da lei posterior benignas. D da legalidade e da anterioridade da lei penal. 14 Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: I – Derrogação é a revogação integral da lei. II – A revogação pode ser tácita quando a nova lei é incompatível com o texto anterior ou regula inteiramente a matéria precedente. III – Verifica-se a auto-revogação nos casos de lei temporária e lei excepcional. A As afirmações I e II estão corretas B As afirmações I e III estão corretas. C As afirmações II e III estão corretas. D Todas as afirmações estão corretas. 15 Quanto à Lei Penal no tempo, assinale a alternativa verdadeira: A muito embora ninguém possa ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, não deverão cessar os efeitos da sentença executória nem tampouco os da execução penal. B cuida-se, o instituto do artigo 2º, do Código Penal, da chamada "abolitio criminis", ou seja, é a hipótese de supressão da figura criminosa, por ter a ação, antes prevista como delituosa, deixado de ferir ao bem jurídico que pretende tutelar. C verifica-se, consoante o disposto no artigo 2º, do CP, a presença de medida descriminalizadora, também chamada de "Lex
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