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Minuta Parte Geral Direito Penal I - Formatada

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1 
 
Direito Penal I – Estácio Sá –- 2012 
 
Apresentação 
 
Bibliografia Básica: (livros biblioteca): 
 
 Código Penal – (Seco) 
 César Roberto Bitencourt – Ed. Saraiva – Trat. Dir. penal. 
 Curso de Direito Penal – Fernando Capez – 2005 
 Curso de Direito Penal – Rogério Greco 
 Direito Penal I – ESTÁCIO DE SÁ – Programa do livro universitário 
 
Complementar: 
 
 Direito Penal – Damásio. Edições mais recentes (didático) 
 Manual Direito Penal – Guilherme de Souza Nucci 
 Manual Dir. Penal – Mirabete – Vol. I. 
 Curso Dir. Penal – Luiz Regis Prado – (leitura mais complexa). 
 
Avaliação – 10 pontos – 8 pontos de prova e 2 pontos de exercícios (caderno de 
exercícios.) 
 
Noções Preliminares: 
 
O homem, ao agrupar-se, já necessitou estabelecer regras de convivência – tribos, 
Estados. 
Vida em sociedade – complexa – exige obediência ao conjunto de regras, 
comportamento, em tudo que fazemos. Família (casamento, filhos, separação) trabalho, 
vida, liberdade, ecologia, propriedade. Ex. ao acendermos a luz em casa – estamos 
consumindo e estabelecendo uma relação jurídica com alguém. 
Ao conjunto de normas estabelecidas, chamamos de direito positivo. 
 
As condutas que transgridam estas normas são ilícitos jurídicos. 
 
(Estes, por sua vez, podem ser ilícitos civis e penais, devendo corresponder uma 
SANÇÃO imposta pelo Estado visando restabelecimento do equilíbrio social). 
 
CIVIL – indenização, prestações pecuniárias, obrigação de fazer e não fazer, dar e 
entregar algo, etc. 
PENAL – ultima ratio – condutas mais graves tipificados como crimes/contravenções – 
com sanção penal. 
 
Dir. Penal: 
Ao mesmo tempo em que serve de controle da sociedade, é forma de garantia de 
respeito à liberdade, na medida em que limita, pela lei, as condutas a serem punidas e 
quem será punido. 
 
Finalidade: prevenção – antes de punir, ou com o punir, o direito penal busca evitar o 
crime, tipificando as condutas proibidas. Ex.: art. 121, 155, 157 Código Penal. A 
imposição de sanção penal visa a intimidação. Prevenção geral e especial. 
2 
 
 
Direito Penal como ultima ratio – só quando outros ramos do direito não puderem 
resolver as questões. Bens Jurídicos (todo valor da vida humana protegida pelo Direito). 
Assegurar validade valores ético-sociais. 
Direito penal mínimo – abolicionismo. 
 
Direito positivo – reflexo forma governo – opção política – bens tidos como 
fundamentais para época – necessidade análise crítica legislações de acordo com a 
época e realidades em que foram criadas. Ex.: crimes hediondos, lei Maria da Penha 
(11.340/06). 
 
Infração penal (gênero) 
Crime – crime ou delito (espécie); 
Contravenção penal. (espécie). 
Ex. porte de arma de fogo já foi Contravenção Penal (art. 19) hoje é crime (lei 
10826/03) 
 
Maior diferença – LICP art. 1º reclusão /detenção com ou sem multa. 
 Prisão simples com ou s/ multa. 
 
- Direito penal como ramo do direito público interno. 
Visa atender ao interesse geral e estabelece as relações jurídicas entre o estado e o 
individuo, os quais devem obedecer aos comandos imperativos daquele. 
 
Os bens tutelados pelo Dir. Penal interessa antes à coletividade e subsidiariamente 
ao indivíduo. 
 
O Estado detém o ius puniendi - as normas penais devem ser estabelecidas pelos 
particulares, que não podem se submeter a qualquer composição, como ocorre no 
direito privado. 
 
Interno – destinado a viger nos limites territoriais como direito positivo de 
determinado Pais, mesmo que possam ser alcançados fatos praticados no exterior. 
 
O DP tem a função ético-social – proteção dos valores fundamentais da vida 
social, bens tidos como indispensáveis ao convívio social – bens fundamentais do 
individuo. 
 
O DP tem a função preventiva – reação diante de um caso concreto - contra a 
violação do ordenamento jurídico/social com a imposição da pena correspondente. 
 
FINALMENTE: construir um conceito do DP. 
 
O que é? Conjunto de normas fundamentais 
Feito por quem? Estado 
Para que? Combater o crime (leia-se contravenções penais também) 
Como? Impondo penas e medidas de seguranças. 
 
3 
 
CONCEITO: Conjunto normas jurídicas que têm por objeto a determinação de 
infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes – penas e medidas de 
segurança. (Bitencourt) 
 
Como dito, os bens protegidos pelo DP interessam a toda a coletividade. A relação 
entre criminoso e vítima é secundária porque esta não tem direito punir. 
 
Características: Caráter retributivo – expiação pela pena. Finalidade preventiva 
(ao estabelecer crimes e cominar penas) prevenção geral. Falhando a prevenção 
geral, há a prevenção especial – sobre o indivíduo – infrator. 
 
1) Objetivo geral da disciplina: 
 
- Proporcionar formação crítica e interdisciplinar, que possibilite aos alunos a 
compreensão de que a disciplina é um saber jurídico a ser dominado, pois ele é um 
instrumento que serve para fazer a subsunção de um FATO (mundo do ser) à 
NORMA PENAL (mundo do dever ser), sendo utilizado por todos os integrantes do 
sistema penal. 
 
Outros objetivos: 
 
- reconhecer a inconstitucionalidade das normas penais; 
- analisar o delito a partir de seus elementos constitutivos, concluindo pela sua 
ocorrência ou não; 
- identificar se o crime se consumou ou não; 
- Afastar a visão do senso comum teórico baseado no direito penal do autor. 
 
2) Importância da matéria 
 
Importância do DP atualmente; 
Carência e profissionais – opções de trabalho. 
 
3) Divisão da matéria 
 
- teoria geral do DP 
- aplicação da lei penal (art. 1º) – título I 
- do crime – título II 
- da imputabilidade penal – título III 
 
Relação com outras disciplinas: 
 
 Dir. Penal – estudo da norma penal, do conjunto de preceitos legais e as 
consequências de seu descumprimento, muito embora modernamente ele se 
preocupe também com as causas do fenômeno criminal. 
 Criminologia - estuda a gênese do crime, o criminoso, causas da 
criminalidade, numa interação entre crime, homem e sociedade. Estudo por meio 
de observação e experimentação. 
 Sociologia Criminal – Estudo das funções que o direito cumpre dentro 
de uma sociedade 
 
4 
 
Política criminal – conjunto de princípios e recomendações para a reforma e 
transformação da legislação criminal e dos órgãos encarregados de sua aplicação. 
Processo mudança social – descobertas criminologia. Ex.: Dir. penal mínimo – fracasso, 
em muitos casos, da pena privativa de liberdade. 
 
 Dir. penal (Cód. Penal) x Dir. Criminal (Império – Cód. Criminal). 
 Dir. Penal Comum x Dir. Penal Especial (Militar Eleitoral). 
 Dir. penal (dir. material/substantivo) x Dir. Proc. Penal (conj. Normas de 
aplicação dir. penal – antigamente denominado dir. penal adjetivo, hoje 
disciplina independente). 
 Dir. Penal (conj. de normas e sanções) – Sistema Penal (grupo de 
Instituições que se incumbem de realizar o direito penal). Este é constituído 
pelos aparelhos policial, judicial e prisional e representam um sistema garantidor 
de uma ordem social justa. 
 
 
BREVE HISTÓRICO 
 
Dir. penal – instituto jurídico apto a punir condutas reprováveis pela comunidade. Não é 
Instituto novo na história. Homem desde que passou a viver em Sociedade – passou 
estabelecer condutas permitidas e/ou proibidas. Sistemas e formas de punição – 
variaram – de acordo com a evolução. 
 
Tempos primitivos – Quando não existia sistematização do direito, os homens 
acreditavam que os eventos catastróficos (peste, seca, etc...) eram ocasionados pela 
conduta humana. Visando diminuir a ira dos deuses – estabeleciam condutas sociais,culturais, relig., quando alguém violava as normas – p escapar da raiva divina – puniam 
infrator – ofertavam bens valiosos aos seres superiores – vida de moça virgem ou do pp. 
Infrator. 
 
Vingança privada – Toda coletividade ou parte dela agia contra o ofensor (e seu grupo 
social) – ex. tribo Membro tribo – invadisse – área do território de caça de outras tribos 
– surgiam guerras. Quando mesmo grupo social – expulso/agredido. Muitas injustiças - 
as tribos eram dizimadas por pequenas coisas e o mais fraco não conseguia punir os 
mais fortes. 
 Ex.: Lei Talião – “olho por olho, dente por dente...” à época foi 
considerado um avanço porque delimitava o castigo. 
 
Vingança divina – poder coerção – mãos Sacerdotes – penas: intimidação condutas 
indesejáveis e purificação alma. Penas severas e cruéis p satisfazer deuses. Foram base 
Cód. Manu – Índia. 
 
Vingança Pública – imposição de penas – passaram p/ Estado – ainda desumanas e 
cruéis. Nas mãos dos Senhores Feudais – reis e príncipes. Castigos corporais e morte – 
execução em praça pública p servir de exemplo. 
 
Período Humanitário – Séc. XVIII – influência Iluminismo – voltou-se p/ 
humanização das penas. Em 1764 – Beccaria – publicou “Dos delitos e das penas” – 
marco mudança pensamento direito punitivo: é fundamento dir. penal moderno – 
impossibilita as aplicações penas cruéis e degradantes, inclusive a pena de morte; 
5 
 
imposição penas com base legisl. Preexistente e de conhecimento todos – proibição de 
tortura, dentre outras. Pena deixando de ser só punitiva, passando a promover a 
recuperação social agente. 
 
Período Científico: As ideias iluministas fortaleceram a necessidade de tratar o direito 
como ciência. Muitas discussões e estudos foram feitos, com a evolução do pensamento, 
no sentido do encontro das soluções para os problemas que vem sendo conhecidos. 
Com as ideias de grandes pensadores após o Renascimento (Maquiavel, Descartes), é 
que finalmente as limitações impostas pela Igreja chegam ao fim. No universo jurídico 
penal, os novos tempos registraram a existência de novas ideias aceitas por um grande 
número de penalistas e estudiosos, os quais fizeram surgir as “Escolas Penais”. 
 
Escola Clássica – método lógico e não experimental típico das ciências naturais – o 
crime seria violação direito ameaçado. Livre-arbítrio (a responsabilidade penal funda-se 
na liberdade do homem, pois só pode ser punido quem agiu livremente). 
 
Escola Positiva – AUGUSTO COMTE – método calcado em investigação 
experimental – crime como fato humano e social. Indagava sobre os motivos que cada 
indivíduo rumar para a delinquência. CESARE LOMBROSO – psiquiatra italiano – 
obra O Homem Delinquente – antropologia criminal – formulou teoria do criminoso 
nato. A criminalidade seria proveniente de fatores meramente biológicos. 
Características. Físicas – exe.: orelhas em asa, cabelos alongados, crânio pequeno 
assimétrico, insensibilidade física (analgesia) e psíquica (senso moral). 
ENRICO FERRI – para entender a causa crime – devia ser considerado os aspectos 
antropológicos (Lombroso), fatores sociais (meio em que vivem). Opunha-se ao livre 
arbítrio dos clássicos. Classificou o criminoso como: nato, louco, habitual, ocasional e 
passional. 
 
Escola Moderna Alemã –. Combate à ideia de Lombroso sobre o criminoso nato, mas 
aceita que são motivos para formação delinquente os fatores individuais e externos 
(físicos e sociais), com ênfase para os fatores econômicos. VON LISZT –é dele a teoria 
de que a pena se presta como – prevenção Geral – (todos) e prevenção especial – 
(criminoso). 
 
 
DIR. PENAL BRASIL 
 
Antes da chegada dos Portugueses – Tribos indígenas – dir. não escrito – semelhante ao 
Talião. 
Brasil como colônia portuguesa - Ordenações Afonsinas (Rei Afonso V) – de 1500 até 
1512. 
Ordenações Manuelinas (D. Manoel I) - 1512 a 1569. 
Ordenações Filipinas (Felipe II) 
 
Brasil Imperial – 1822 – Independência. Brasil – Nova Constituição 1824 instituído 
Cód. Criminal Império em 1830. Foi considerado um dos melhores códigos penais do 
mundo, inspirando C. Penal da Bélgica. 
 
Período republicano 
1889 – Proclamação. República 
6 
 
1890 – Novo Cód. Penal – muito criticado, mal elaborado, com dúvidas e impunidade 
gerando muitas leis esparsas, mas aboliu a pena morte. 
1932 – Consolidação. Leis penais. 
1937 – Estado Novo – instituída comissão p/ elaboração. Novo Cód. Nelson Hungria e 
Roberto Lyra – cód. de 1940 (atual) entrou em vigor em 1942. Também considerado 
moderno a época. 
1984 – reforma cód. penal, s: erro (tipo/proibição, conc. agentes, extinção penas 
principais e acessórias e criação de penas rest. Direitos. 
 
 
Funções declaradas e não declaradas do Direito Penal 
 
Declaradas: 
 
p legalidade; 
Crime – sanção correspondente; 
Aumento criminalidade – construção de mais presídios. 
 
Não declaradas: 
 
Sistema não está em crise - 
Criminalidade visível e invisível 
 
Seletividade – Parlamentares (quantitativa) 
 Agencias de Poder (polícia e Ministério Público). 
 
PRINCÍPIOS 
 
Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas, que 
condicionam todas as estruturas subsequentes, sendo os alicerces, os fundamentos da 
ciência. José Crettela Júnior 
 
“Direito Punir Estado deve possuir freios/limites que resguardem os invioláveis 
direitos do cidadão”. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Todo princípio constitucional possui a função de orientar o legislador ordinário. O 
controle penal hoje é voltado para os direitos humanos – D. Penal mínimo garantista. 
Por isso, ouviremos falar muito em GARANTISMO PENAL. 
 
CF – base – alicerce – outros princípios de Dir. Civil, Tributário, 
 Princípios de Dir. Penal. 
 
Leis ordinárias em dissonância com princípios constitucionais – serão inconstitucionais 
– (invalidadas). 
 
Artigo 5º CF 
7 
 
P. Legalidade – XXXIX; P. extra atividade lei penal mais benéfica XL; P. 
Individualização Pena XLVI; P. responsabilidade pessoal XLV; P. limitação penas 
XLVII; P. respeito ao preso XLIX; P. presunção inocência LVII. 
 
Princípio da Humanidade – (princípio ínsito à CF/88) – Dignidade da pessoa 
humana 
 
O Estado não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana (art. 1º, 
III CF/88), através da imposição de penas cruéis, infamantes, tortura/maus-tratos. 
Ao revés, deve haver previsão de reeducação e reinserção social. 
Art. 5º XLIX e XLVII vedam tais situações. 
 
Ex.: BITENCOURT – RDD (Lei 10792/03) previsão isolamento por 360 dias, 
prorrogáveis por igual período (punição cruel e desumana???) – viola objetivo 
ressocializador do sentenciado – vigente desde o Iluminismo (vide art. 1º da lei de 
Execução Penal) – representa, para este autor, autêntica vingança social, portanto, lei 
inconstitucional. 
 
P. LEGALIDADE - CF, art. 5º, XXXIX 
 
Passou por um longo processo até ser reconhecido. Hoje, só os regimes totalitários o 
têm negado. 
 
Dir. Romano – aceitou aplicação de penas sem prévia definição legal 
Idade Média – havia pleno arbítrio dos juízes, embora houvesse raízes do princípio no 
Dir. ibérico (1186) – não se fazia nada contra pessoas e propriedade enquanto não 
chamados perante a Cúria. 
Inglaterra – constou 1ª vez – Magna Carta de 1215 – João Sem Terra – proibindo 
analogia para crimes e penas. 
Revolução Francesa (1789) - adotou-o entre direitos fundamentais do homem. 
 
Brasil – antiga tradição constitucional, desde 1824. 
 
Só o Poder Legislativo – vontade geral povo – contrato social – separação de poderes – 
Montesquieu. 
 
BECCARIA – filósofo italiano pai pensamento penal liberal, já defendia o p. legalidade.“Nullum crimen, nulla poena sine lege” 
 
Significado: mais importante princípio de Dir. Penal – sustentação ordenamento 
jurídico-penal. 
Pode uma conduta ser imoral, mas se não for definido como infração penal (crime ou 
contravenção) – não haverá sanção. 
Ex.: incesto – prática atos sexuais entre pais/filhos sem violência – 
 
Visa garantir (anteparo) a liberdade individual – em face da expansividade autoridade 
Estado. 
Só lei ordinária – obedecido processo legislativo – Congresso Nacional. 
8 
 
Lei Estadual, Distrital ou Municipal não pode versar sobre infrações penais (crimes e 
contravenções) e penas, nem tampouco medidas de segurança. 
Nem por medida provisória e /ou lei delegada, nem analogia. A medida provisória 
retrata a vontade pessoal e exclusiva do Pres. Rep. – se pudesse criar crimes e penas, 
aproximaria da tirania. 
Analogia/Costumes – não se aplicam para incriminar condutas. Ex. Art. 168-A do CP 
“... contribuições do empregador...”. Ou seja, não se admite analogia in malam partem 
(para prejudicar o réu). Mas para beneficiar, pode. Tanto analogia, como costumes e até 
mesmo medida provisória (já que se admite até causas supralegais para excluir 
culpabilidade: inexigibilidade de conduta diversa, a ser estudada). 
 
Para alguns seria um princ. concreto dir. natural – inviolabilidade dignidade pessoa 
humana. 
 
Diferença: P. legalidade – p. reserva legal. Para maioria, são sinônimos, mas p. 
legalidade (gênero), p. reserva legal (espécie) e p. anterioridade (espécie). Artigo 1º 
Código Penal. 
 
Legalidade formal - procedimento legislativo constitucional 
Legalidade material - lei deve ser justa, razoável e de acordo com dir. fundamentais. 
Ex.: se uma lei diz que furto praticado por mulher será punido com pena maior, estará 
despida de legalidade material. 
 
A lei penal proíbe, na medida do possível (bom senso, já que existe a necessidade de se 
estabelecer conceitos de complementação mediante juízos valorativos) leis vagas, 
imprecisas e indeterminadas. 
Mas nem sempre é possível antever todas as situações, por isto às vezes é dada ao juiz a 
possibilidade de fazer uma valoração normativa, bastando indicar o núcleo fundamental 
da matéria de proibição. 
A norma incriminadora visa limitar o máximo a discricionariedade do juiz, mas há 
dispositivos que necessitam da valoração complementar do juiz – Ex.: “negligência” 
nos crimes culposos; art. 233 “ato obsceno” – forma aberta que é diferente do art. 121 § 
2º II e IV do CP – que é caso de interpretação analógica. 
Novamente, BITENCOURT cita a Lei 10792/03 – RDD – como exemplo de lei que 
estabelece sanção sem definir crime... art. 52: “...alto risco para a ordem e segurança 
do estabelecimento prisional....e fundadas suspeitas de envolvimento ou 
participação....” sem explicar o que seriam “tais suspeitas”. 
 
P. EXTRA-ATIVIDADE LEI PENAL MAIS FAVORÁVEL – art. 5º XL. 
 
A lei não retroagirá, salvo p beneficiar o réu. 
(repete p. legalidade) – não podem ser aplicados fatos anteriores à sua vigência, salvo 
para beneficiar o réu. 
A Sociedade – constante movimento – importa mudanças ordem jurídica – criação 
novas leis. 
Objetivo: não é reafirmação do p. legalidade, mas visa construir outro pilar – D. Penal – 
a lei penal retroagirá – ultra-agirá. 
REGRA GERAL: aplicação lei – prevalência lei do tempo do fato, decorrência p. 
legalidade. “TEMPUS REGIT ACTUM”. Ex. Lei 9437 e 10826. 
Lei mais grave não retroage logo lei mais branda retroage. 
9 
 
 
A pena é medida reprovação comportamento humano – se diminui, não justifica aplicar 
a pena mais severa. Se a lei atual mais justa, porque aplicar a lei mais injusta? Ex.: Lei 
9437 pena menor – se à época do fato era essa em vigor, a pena será com base nessa lei. 
LEI MAIS FAVORÁVEL É, PORTANTO, EXTRA-ATIVA. 
 
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO PENA – art. 5º XLVI 
 
Lei deverá levar em conta características do agente e do fato para adaptar pena ao 
homem. 
 
Cominação, Aplicação, Execução. 
 
Cominação – legislador – comportamento humano – definem quais serão crimes e as 
penas – com base no bem jurídico protegido e a gravidade do ataque. 
Diferença: vida – lesão corporal – menos grave. 
 Dolo e culpa – culpa menos grave 
 Liberdade sexual mulher – mais grave – pena maior. 
Particularização: estabelece pena mínima e pena máxima 
 
Aplicação: 
Nem além, nem aquém – Ex. circ. atenuantes, sempre atenuam. 
Tem que ser suficiente para reprovação e prevenção crime 
1. Art. 59 – circ. homem e do fato (tendência para o mínimo) 
2. Após agravantes e atenuantes – 61 e 62 e 65/66 CP. 
3. Depois causas especiais de aumento e diminuição pena. 
Regime e substituição 
Ex.: mesmo crime – duas pessoas – condenações diferentes. 
Por isso reg. Integralmente fechado é inconstitucional. 
 
Execução: XLVII CF 
Art. 5º Lei Execução Penal – condenado será classificado de acordo– 
antecedentes/personalidade. 
Art. 6º - Classif p/ comissão técnica – elaboração. Programa individualizador (exame 
criminológico – técnico-pericial). 
STF – Lei 8072/90 – Inconstitucional. 
 
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL OU DA PERSONALIDADE 
PENA 
 
XLV a pena não passará da pessoa do condenado. 
Garantia individual sucessores condenado de que a pena é somente para quem praticou 
o fato criminoso. 
Garantia civil – titular bem lesado – de executar – sucessores a obrigação de reparar o 
dano. (não tinha status constitucional). 
Ex.: Sentença Tiradentes (1792) – declararam o réu infame e seus filhos e netos, 
confiscando os bens e a casa, etc. 
 
Direito vítima passou a ser lembrado – há muito esquecido p/ D. Penal. § 1º art. 45 CP. 
Lei 9099 – rep. Dano – tb. – transação penal art. 76. 
10 
 
Prestação Pecuniária – em favor da vítima lei 9714/98. 
 
PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENAS 
 
Proíbe 5 espécies de pena – está no rol dos direitos e garantias fundamentais – não pode 
mudar – cláusulas pétreas – art. 60 § 4º IV do CF – se não houver limitação de pena, 
estar-se-á ferindo o princípio de humanidade – Dignidade da pessoa humana - (art. 1º III 
CF) e o interesse social. 
 
...com evolução....talvez até a pena privativa ???? por outras sanções.... 
 
objetivo sociedade – eliminar o crime e não o criminoso. 
 
Pena Morte – Constou no Código Criminal de 1830, mas desde o Código Penal de 1890 
não consta, salvo em caso de guerra declarada – art. 56 CPM (perigo para soberania do 
país, traição, auxílio ao inimigo)... Até aqui devemos pensar se seria o caso de pena de 
morte... 
 
Penas perpétuas – expectativa de sair... por isso progressão de regime... máximo 30 
anos – unificada. 
 
Trabalhos Forçados – dá ideia escravidão – agora trabalhos em Presídios – educando, 
incentivando, produzindo – com remuneração é salutar. 
 
Banimento – existiu no Império e foi ressuscitado na ditadura militar – privação para 
sempre de direito à cidadania e de retorno ao território. 
 
Penas Cruéis – o condenado deve sofrer apenas os efeitos da perda da liberdade. Ex. 
mais de 20 presos em uma cela??? 
 
PRINCÍPIO RESPEITO AO PRESO - XLIX 
 
Art. 38 CP e art. 45 Lei Execução Penal. (art. 41 enumera direitos e art. 88 sobre a cela) 
Abrange condenados e presos provisórios... Sociedade deve mobilizar-se para garantir 
os direitos do preso, voltando para ressocialização e reinserção social. (Direito Penal 
Inimigo – cerceamento das garantias individuais). 
 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA – LVII. 
 
Estado de Inocência ou não culpabilidade. 
1ª vez na CF/88 – uma das maiores conquistas cidadão brasileiro. 
Surgiu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (art. 9º) e já 
constava na Declaração Universal dos Direitos Humanos– ONU, 1948 e no 
Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos, 1992). 
 
11 
 
Projeta-se mais no direito processual penal – direito ao silêncio, ônus da prova pela 
acusação, etc. 
 
Reflexo Direito Penal: “Nenhuma norma penal poderá estabelecer a responsabilidade 
com base em fatos presumidos, pois ninguém pode ser punido por presunção e somente 
por fatos reais”. 
 
In dúbio Pro Reo – exceção: Tribunal do Júri 
 
Liberdade “provisória” – termo do Código que data de 1941. 
 
Outros princípios (informadores do Direito Penal) a serem estudados 
 
Princípio da Insignificância, da Intervenção Mínima, Fragmentariedade, 
adequação social, culpabilidade, ofensividade, proporcionalidade, dentre outros. 
 
PRINCÍPIOS INFORMADORES DO DIEITO PENAL 
 
 
Princípio da Intervenção Mínima: 
 
APLICAÇÃO NO CAMPO ABSTRATO 
 
Direito penal como ultima ratio. Orienta e limita o poder incriminador do Estado. O 
DP deve ser utilizado somente quando resultar INDISPENSÁVEL para manutenção da 
ordem jurídica. Antes, devem ser utilizados meios extrapenais de controle social. A 
inflação legislativa leva o DP ao descrédito, que perde a sua força intimidativa. Presta-
se a fazer com que ocorra a descriminalização, em razão das mutações da 
sociedade. 
Ex.: crime de adultério – ação indenização – prejuízo moral – civil. 
 
Não é aplicável no caso concreto, mas é termômetro para o legislador identificar 
quais os bens devem ser protegidos pelo direito penal. 
Ex. 
 Emissão de cheques sem fundos – execução da quantia não paga e 
impedimento para não ser correntista resolveria o problema? 
 Contravenções penais – pena multa – descriminalização LUIGI 
FERRAJOLI – Direito e razão. 
 
P. Insignificância: 
 
APLICAÇÃO NO CAMPO CONCRETO. 
 
Princípio de “bagatela”. Alguns denominam “crime de bagatela”, com certa 
impropriedade, posto que quando tratar-se de bagatela, não será crime. 
 
 Há condutas que se amoldam ao tipo penal do ponto de vista formal, mas 
não apresentam relevância material (significativa). Nesses casos, pode-se afastar 
a tipicidade (logo, o crime) porque o bem jurídico não chegou a ser lesado. 
 
12 
 
 Diferença de infração penal de menor potencial ofensivo (art. 98, I CF), 
estas já foram valoradas pelo legislador. 
 Irrelevância da conduta – modo de aferição: a) importância do bem 
jurídico protegido; b) grau de sua intensidade – extensão da lesão produzida. 
 
Ex: maus-tratos – não é qualquer tipo de lesão – mas uma lesão relevante. 
Ex: Art. 129 CP – pena de 3 M a 1 ano detenção. 
 Lesão culposa (§ 6º) – pena de 2 M a 1 ano – detenção. 
(neste caso, preocupou-se o legislador em punir as lesões à integridade física de 
forma abrangente, mas toda e qualquer lesão???). 
Ex – carro garagem – atinge perna alguém, produzindo-lhe um pequeno 
arranhão. Crime – FT + IL + CULP. O Fato Típico, por sua vez, (conduta, 
resultado, nexo e tipicidade). A tipicidade penal será Tipicidade Formal (legal) + 
Tipicidade Conglobante (Tipicidade Formal + antinormatividade + Tipicidade 
Material). 
Outro ex.: volume ínfimo de maconha – insuficiente até para um “fininho” 
(TJRS 686018489). 
 
O Princípio da Insignificância revela a natureza subsidiária e fragmentária do DP. 
Auxilia o intérprete na análise do tipo penal, para excluir do âmbito de incidência 
da lei, situações de “bagatela” – o DP só deve ir aonde seja necessário para 
proteção do bem jurídico. 
JUSTIÇA NO CASO CONCRETO – postulado de política criminal. 
 
 
Princípio da Adequação Social 
 
Concebida por HANS WELZEL, preconiza que a conduta, embora se subsome ao 
modelo legal não será típica se for socialmente adequada. 
Logo, orienta o legislador, pois se a conduta que está em vias de se tornar um crime for 
socialmente aceita, não deverá ser reprimida. Presta-se também a retirar do bojo das 
normas penais incriminadores, aquelas já aceitas pela sociedade. Contudo, NÃO tem o 
condão de REVOGAR tipos penais incriminadores. Ex. jogo do bicho – apontador e 
banqueiro. 
 
Princípio da Ofensividade ou Lesividade 
 
Orienta no sentido de saber quais são as condutas que NÃO PODERÃO sofrer os 
rigores da lei penal. 
Enuncia que não há crime sem lesão ou perigo concreto de lesão a um bem jurídico 
penalmente protegido. 
Impede a punição de condutas imorais. 
Principais funções do principio da lesividade: 
Proibir a incriminação de uma atitude interna do agente; 
13 
 
- Não há punição por pensamentos, sentimentos pessoais, ou cogitação de delitos. 
Ex. punir a ira do agente, se sentimentos não forem exteriorizados e não 
produzirem lesão. 
Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor; 
- Autolesão (tentativa de suicídio), atos preparatórios. Em discussão: uso de 
drogas. Nilo Batista: crime impossível. 
Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais. 
- O agente não pode ser punido por aquilo que é. Contravenção penal de vadiagem, 
art. 59. 
Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico; 
- Condutas desviadas, por vezes não toleradas socialmente, mas que não 
repercutem sobre qualquer bem de terceiros. Ex: não tomar banho regularmente, 
Tatuagem. 
 
 
Princípio da Fragmentariedade. 
 
Determina que o direito penal deve limitar-se a castigar as ações mais graves 
praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, devendo se ocupar somente 
de uma parte dos bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica, pois que “de toda a 
gama de ações proibidas e bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico, o DP só 
se ocupa de uma parte, de fragmentos”, dos bens mais importantes, daí seu caráter 
fragmentário. 
14 
 
 
Bens fundamentais – lesividade e inadequação social comprovadas – pequena 
parcela protegida pelo direito penal. 
 
Concretização da adoção dos princípios da intervenção mínima, da lesividade e da 
adequação social. 
 
Princípio da Culpabilidade 
 
A culpabilidade é o juízo de censura e de reprovabilidade que se faz de uma conduta 
típica e ilícita praticada pelo agente. 
 
O agente teria a possibilidade de ter agido de outra forma. Inimputabilidade penal. 
 
O princípio da culpabilidade tem três sentidos fundamentais: 
 
1 – culpabilidade como elemento do crime: fato típico – antijurídico e culpável 
(imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato, exigibilidade de conduta 
diversa); 
 
2 – como elemento medidor da pena; 
 
15 
 
Art. 59 do CP. 
 
3 – como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva – sem culpa; 
 
CP – responsabilidade penal subjetivo – para que um resultado seja atribuído a 
um agente – conduta dolosa ou culposa – impede que o agente seja punido por um 
resultado absolutamente imprevisível a que deu causa – caso fortuito. 
 
P. proporcionalidade 
 
Já na obra “Dos Delitos e Das Penas” BECCARIA aduziu que as penas devem ser 
proporcionadas ao delito e determinada pela lei. 
Juízo de ponderação entre o bem que é lesionado ou posto em perigo (gravidade do 
fato) e o bem de que alguém pode ser privado (gravidade da pena). Tem duplo 
destinatário: o legislador (plano abstrato) e o juiz (plano concreto). 
A lei Talião seria quase proporção se não ofendesse o princípio da humanidade, 
que tem em mira a dignidade da pessoa humana. Implícito no p. individualização 
pena. 
Ex: Não pode o juiz, após analisar as condições do artigo 68 do CP, e se favoráveis 
ao agente, impor pena no máximo ou próxima dela. 
FONTES 
 
De onde se origina o Direito Penal. Lugar de origem, gênese normasjurídicas. 
 
16 
 
HANS KELSEN, em sua obra Teoria Pura do Direito, aduz que fonte é o fundamento 
de validade jurídico-positiva das normas de Direito. 
 
Podem ser materiais (ou de produção) e formais (de conhecimento). 
 
MATERIAIS (ou de produção): 
Pergunta-se: Quem pode produzir legislação referente ao Direito Penal? 
A própria vontade da população, deve ser captada pelos legisladores. O art. 1º parágrafo 
único da Constituição da República, fonte produção DP, artigo 22, I CR. Cabe à União 
legislar sobre matéria penal. Aos Estados, só no caso do parágrafo único do referido 
artigo, porém não houve qualquer lei complementar. 
 
FORMAIS (ou de conhecimento) – maneira de exteriorização do DP. 
Pergunta-se: Como o direito penal se exterioriza formalmente? 
Forma imediata: LEI. (leia-se também Tratados e Convenções Internacionais 
devidamente ratificados). Elas PODEM CRIAR CRIMES E PENAS. 
Forma mediata: COSTUMES. Prática reiterada pela comunidade como práticas 
“usuais”; normas de comportamento que as pessoas obedecem de maneira uniforme e 
constante, com convicção de obrigatoriedade. Sem esta convicção, o costume é 
reduzido a simples uso social, sem exigibilidade. Por exemplo, o Tribunal do Júri – 
“apartes” – que não está contido no CPP. O costume NÃO REVOGA a lei, embora 
possa ser contrário à lei (contra legem), segundo a lei ou além do que dispõe a lei. Vale 
como elemento interpretativo ao orientar nas definições de honra, decoro, mulher 
honesta, ato obsceno, etc... 
 
- PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO – orientam a compreensão do sistema jurídico, 
em sua aplicação e integração. Caráter genérico. Refere-se à ética, valores sociais para 
aplicação Direito. 
 
- JURISPRUDÊNCIA – Decisão reiterada de Juízes (a quo) e Tribunais (ad quem). Às 
vezes, funciona não só como fonte formal mediata, mas como fonte verdadeiramente 
criadora do Direito. 
Ex.: crime continuado (infrações não podem distanciar mais de 01 mês). Aceita só no 
âmbito do vazio legislativo (para suprir lacunas); Súmulas Vinculantes. 
 
OBS.: As fontes formais mediatas não criam crimes e penas (Princípio da Legalidade). 
Art. 1º CP (Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal). 
Elas servem SOMENTE para ORIENTAR/ INTERPRETAR certos tipos penais. 
Ex: ato obsceno (art. 233), escândalo (art. 62 Lei das Contravenções Penais). 
 
NORMA PENAL (fonte formal imediata) 
 
Diferença entre NORMA e LEI 
 
Teoria Binding – jurista alemão que obteve a adesão de VON LISZT. 
Para ele, o agente não infringia a lei, mas realizava o que ela previa. Violava algo por 
trás dela, a norma jurídica. 
Ex.: art. 121, CP: o crime não é violação da lei, mas da norma que o dispositivo legal 
contém. 
17 
 
 
Prevaleceu o entendimento de que LEI é a fonte da norma penal, enquanto NORMA é o 
conteúdo da lei. Logo, podemos dizer que a “norma” é a “regra de conduta”. Ela define 
os crimes e comina as penas. Está contida na lei, que é o instrumento de manifestação 
da norma. 
Ex. Código de Defesa do Consumidor (CDC): possuem normas penais. 
 
Dotadas de: 
 Exclusividade: só a lei prevê crimes e penas. 
 Imperatividade: todos que infringirem a conduta típica, incorrerão em penas. 
 Generalidade: “erga omnes”. 
 Impessoalidade: todos em todas as situações. 
 
Classificação: 
 
Incriminadoras: descrevem os tipos penais proibindo (crimes comissivos) ou impondo 
(crimes omissivos) a prática de condutas, sob ameaça de pena. 
Ex.: Art. 121 (preceito primário) e as penas (preceito secundário). 
 
Permissivas (Justificantes/Exculpantes): não incriminadoras. 
As Justificantes tornam lícitas as condutas. Ex.: art. 25 do CP: Legítima Defesa e art. 
128 do CP: aborto legal. 
As Exculpantes: art. 26 do CP: embora ilícita, a conduta fica ISENTA DE PENA. 
Afasta a culpabilidade. 
 
Explicativas – art. 14 e 327 do CP. 
 
Normas penais em branco: a definição legal crime vem incompleta. 
Ex:Art. 33 da Lei nº 11343/06 (Lei de Drogas): o conceito de droga é definido pelo 
Ministério da Saúde, através de Portaria da ANVISA que também define as substâncias 
químicas envolvidas. 
 
Podem ser de 2 formas: 
 Sentido amplo (fontes homogêneas). 
Ex: art. 237 do CP: “impedimento”/lei civil. 
 Sentido estrito (fontes heterogêneas). 
Ex: lei de drogas e portaria. 
 
OBS: As normas penais heterogêneas não afrontam o Princípio da Legalidade (art. 
1º do CP). A infração é descrita na lei, que só é complementada. A norma 
complementa, mas não define crime algum, só especifica um ou outro elemento do 
fato típico. 
 
Normas Penais incompletas ou imperfeitas: é completa quanto ao preceito primário e 
incompleta quanto ao preceito secundário. 
Ex. art. 304 do CP (norma penal em branco no preceito primário e norma penal 
incompleta no preceito secundário). 
 
18 
 
Norma penal complementar: são as que fornecem princípios gerais para a aplicação 
lei. 
Ex: art. 59 do CP. 
 
Analogia: forma de auto integração e não interpretação da norma. Serve para suprir 
omissões legislativas. No Direito Penal, diante do princípio da reserva legal, não se 
aplica, só se for in bonam partem. 
Ex: médico que realiza aborto em caso de ato violento ao pudor e não estupro (coito 
inter-femural). 
 
Interpretação Analógica: art. 121, § 2º, IV; ou outro recurso (espécie de 
interpretação). Na analogia há ausência de norma específica, enquanto a interpretação 
analógica é vista na norma existente. 
 
DIFERENÇAS: 
 
Analogia Interpretação analógica 
Forma auto integração Espécie de interpretação 
Ausência de norma específica É vista na norma existente 
Não pode ser usada para prejudicar 
(só in bonam partem) 
Possui caráter incriminador 
Visa suprir a vontade da lei Visa encontrar a vontade da lei 
 
 
Interpretação da lei penal: visa descobrir o real sentido e o verdadeiro alcance da 
norma jurídica. 
A lei, dentro da possibilidade, deve ser sempre precisa, mas normalmente ocorrem 
ambiguidades, obscuridade e precisa ser ajustada ao caso concreto. Toda aplicação 
literal da lei tem o inconveniente de reproduzir suas eventuais injustiças, daí a 
importância da interpretação em seus mais variados modos. Até a lei clara necessita de 
interpretação, só que dispensa as interpretações mais complexas. 
 
Quanto às fontes: 
 
Autêntica ou legislativa: fornecida pelo próprio Poder Legislativo para não ter 
conteúdo dúbio. O legislador edita nova lei para esclarecer o conteúdo e o significado 
de outra já existente (norma interpretativa), às vezes no próprio texto legal. 
Ex: definição de “casa” – art. 150, § 4º e 5º do CP. E art. 327 CP. 
Presta-se ainda a demonstrar a finalidade – Ex. Furto – proteção do patrimônio. 
 
Doutrinária: interpretação produzida pelos doutrinadores à luz de seus conhecimentos 
técnicos. Também não tem força vinculante, mas indica um caminho, serve de base para 
a fundamentação das decisões. Muito importante. 
Ex: Nelson Hungria, Aníbal Bruno, Frederico Marques, etc. 
Obs.: Segundo Luiz Flávio Gomes, a Exposição de Motivos é interpretação doutrinária 
e não autêntica e também não é vinculante. 
 
 
 
19 
 
Jurisprudencial (ou Judicial): produzida pelos juízes e Tribunais, através da reiteração 
de decisões. Processa-se através do exercício da jurisdição. A lei encontra seu destino 
no caso concreto e com a realidade da vida. Não tem coercibilidade genérica. Quando 
unânimes nos Tribunais Superiores – Súmulas. (exceção Súmula Vinculante). 
 
Quanto aos meios: 
 
Ponto de partida de toda interpretação é a Literal. 
Se fixa no significado das palavrascontidas no texto legal; procura o sentido da lei 
através da função gramatical. 
 
Teleológico: o intérprete vai descobrir vontade lei pesquisando seus objetivos/ 
finalidade (fins da lei – razão de ser). 
Ex. art. 155 bens materiais de valor econômico (bem jurídico protegido patrimônio), 
remoção de órgãos (Lei nº 9434/97): não será furto, bem jurídico protegido pela 
integridade, saúde; e art. 14 – 3 a 10 anos. 
 
Sistemático (lógico-sistemática): análise da norma no conjunto ordenamento jurídico, 
forma harmônica. Procura superar as possíveis contradições entre os diversos preceitos 
penais, investigando o sentido global do direito. 
Ex: art. 342 CP e se não atentar para o § 2º. 
 
Histórico: história lei, o contexto em que foi determinada, sua gênese, transformação. É 
importante para entendermos o sentido e a razão de determinada política criminal, 
incluindo a tramitação legislativa. 
 
Quanto ao resultado da Interpretação: 
 
Declarativa – quando letra lei corresponder vontade do legislador, sem necessidade de 
restringir ou estender. 
Restritiva –procura reduzir ou limitar o alcance do texto – é quando a lei diz mais do 
que quer - art. 28, I quer dizer emoção e paixão não patológicas – porque quando o for 
será art. 26 CP. Ex: como vimos, coisas insignificantes não fazem parte da literalidade 
do art. 155 do CP. 
Extensiva – as palavras do texto legal dizem menos do que a sua vontade. raro. Ex. 
bigamia – não proibir só o 2ª casamento, mas o 3º, 4º, etc...(poligamia) – doutrina art. 
130 CP não só expor a perigo, mas o próprio contágio. Neste último caso, a doutrina 
prevalente é de que será lesão corporal, pois a lei quis proteger apenas a exposição ao 
perigo. Esta última de modo reservado e sempre para beneficiar o réu. 
 
DICA: “Em caso de dúvida insuperável no momento da interpretação, aplica-se a 
lei mais favorável ao réu (princípio do favor rei // in dúbio pro libertate) . 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 
Quando duas ou mais leis vigentes são aparentemente aplicáveis à mesma infração 
penal, ou seja, quando um mesmo fato concreto, parece ajustar-se a dois tipos legais de 
crime. 
 
20 
 
Logo, haverá conflito aparente de normas quando houver um só fato e “aparentemente” 
duas normas a ele se ajustando. 
 
Requisitos: Fato único (simples ou complexo). 
 Duas ou mais leis vigentes aparentemente aplicáveis. 
 
Ex.: agente – bicicleta – atropelamento – morte pedestre. Art. 121 § 3º do CP ou art. 
302 Código Trânsito ? – Resposta: CTB só veículo automotor, logo aplica-se C. Penal. 
 
DICA: Difere do concurso crimes que exige pluralidade de infrações. No conflito 
aparente – fato único. Difere ainda do conflito de leis penais tempo em que há sucessão 
de leis (uma em vigor, outra não, como veremos adiante). 
 
EVITA-SE: 
 
 Princípio ne bis in idem. (Filme “Risco duplo” - Ocorrência no Brasil – 
responderá o agente pelo segundo fato, com direito a indenização pelo erro 
judiciário, se for o caso). 
 Aplicação de penas exacerbadas. 
 
Para resolver estes conflitos a doutrina elaborou 4 princípios, a saber: 
 
P. Especialidade (princípio fundamental)– lei especial afasta a geral – 
Será especial relativamente a outra quando contiver todos os elementos 
objetivos/subjetivos/normativos da NG + alguns elementos que a tornam especial, ou 
seja, CONTÉM UM PLUS, DADOS EXTRAS, elementos ESPECIALIZANTES. 
Ex.: Hom Doloso Simples (tipo geral) – Hom Qual/Privil. (especial). // Infanticídio - 
elementares – condição mãe – seria 121, mas em razão da especialidade aplica-se 123.//. 
Art. 302 x 121 § 3º CP atropelamento com bicicleta, ausente a elementar específica 
(acidente automobilístico). Artigo 176, ao invés do art. 171 do C.Penal e art. 47 Lei 
Contravenções x 282 C.Penal. Assim, “ LEX SPECIALIS DERROGAT GENERALI” . 
 
P Subsidiariedade – norma subsidiária é aquela que descreve um grau menor de 
violação de um mesmo bem jurídico. O tipo penal principal afasta o subsidiário. (Lex 
primaria derrogat subdisiariae). 
Exemplo extraído da obra de Fernando Capez: “A” efetua disparos de arma de fogo sem 
atingir a vítima. Havendo intenção de matar art. 121 c/c art. 14, II do C. Penal; ou crime 
de disparo (art. 15 Estatuto do Desarmamento , que é mais grave do que a figura do art. 
132 do C. Penal) 
 
Pode ser expressa ou tácita: 
Expressa: Ex.: Art. 132 C. Penal , só terá incidência se o fato não constitui crime mais 
grave. Ex. Art. 238, 239 e 307. Diante do aparente conflito, verifica as duas normas, se 
a conduta tiver violado em maior grau o bem jurídico, a norma primária é que vai 
ajustar-se ao tipo. Se mais leve, a subsidiária. Ex. Júri x desclassificação art. 132. 
HUNGRIA chamava o tipo penal subsidiário de “soldado de reserva” – ex. art. 311 e 
302 do CTB. 
Tácita: quando um delito (menor) integrar a descrição típica de outro (mais grave). Ex.: 
art. 155 e 157 e 157 e latrocínio. Quando um tipo constituir circunstância de outro – art. 
146 e 147 do CP. Art. 147 está contido no artigo 158 e 213 do C.Penal. 
21 
 
Diferença da especialidade: na especialidade a norma especial é aplicada, ainda que 
mais branda. Na subsidiariedade, a norma subsidiária é sempre excluída pela genérica 
(mais graves). DICA: Podemos exemplificar da seguinte maneira: na especialidade, é 
como se tivéssemos duas caixas, cuja diferença seria algum detalhe existente em uma e 
não constante na outra, como um laço vermelho ou um desenho qualquer; na 
subsidiariedade, há duas caixas idênticas, só que uma, menor, cabe na outra. 
 
P Consunção / Absorção – Aplicável quando a norma plena for preponderante sobre a 
que contempla parcialmente o valor do injusto. // Quando o tipo penal é parte integrante 
outro ou meio para a sua realização – crime-meio/crime-fim.// princípio “major absorbet 
minorem (crime maior absorve o menor). A comparação inicial é entre fatos e não 
entre normas. 
Ex. furto de casa habitada x violação domicílio (este último fica absorvido) // 
Homicídio absorve porte ilegal de arma (em alguns casos) // Súmula 17 do STJ 
– falsidade fica absorvida pelo estelionato// Art. 297/304 e 171 CP. 
 O crime consumado absorve a tentativa (tenta p/ manhã – só consuma à 
tarde – mesma vítima); 
 Crime de dano absorve o crime de perigo; 
 A autoria (ou co-autoria) absorve a participação precedente (quem 
inicialmente apenas empresta o revólver p/ terceiros praticarem o roubo e depois 
vem participar da execução, responde como co-autor e não mais como partícipe; 
 Crime progressivo: quando um agente p/ alcançar resultado mais 
gravoso, passa por um crime de menor gravidade. Ex: art. 121 passa 
necessariamente pela lesão corporal. A lesão será somente “CRIME DE 
PASSAGEM”. 
 
DICA: O crime progressivo difere-se da progressão criminosa, pois esta requer dois 
atos, duas condutas. Ex: agente lesiona alguém (129 CP) depois resolve matá-la (121 
CP). Responde só p maior, pois os bens jurídicos afetados estão mesma linha 
desdobramento ofensa. 
 
O princípio da consunção resolve também os ante-fatos impuníveis e os pós-fatos 
impuníveis. Um fato típico pode não ser punível quando anterior ou posterior a outro 
mais grave, ou quando integrar a fase executória de outro crime. Vejamos: 
 
ANTE-FATO IMPUNÍVEIS – (simples preliminares) 
Cheque achado rua - preenchimento – crime de falso e estelionato –(ante-fato 
não punível). 
Toques corporais anteriores no crime de estupro não configura o crime de 
atentado violento ao pudor. Já o coito anal configura. 
Furto qualificado emprego chave falsa – 155 § 4º III C. Penal. Absorve (art. 25 
LCP) posse chave falsa. 
 
PÓS-FATOS IMPUNÍVEIS – (meros complementos) 
Ocorre quando o agente incrementaa lesão precedente. 
 
 Aquele que destrói a coisa subtraída não responde por furto e dano, mas 
só pelo furto. 
 Falsificação moeda – introduzir circulação – (pós-fato impunível) – o 
agente responderá somente pelo art. 289 do CP. 
22 
 
 Falsidade + uso – STF entende que o agente responde só pela falsidade. 
 
Dissenso: Heleno Fragoso - venda pelo ladrão de coisa furtada como própria não 
constitui estelionato – R. Greco – a venda será mero EXAURIMENTO (resultado 
típico não é exigido para consumação crime, como por exemplo a obtenção da 
vantagem ilícita no crime de extorsão) do crime. 
Já para Assis Toledo, achava que no caso, teria sido empreendida nova lesão autônoma 
contra vítima diferente – não seria, portanto, conduta natural e necessária da primeira. 
 
P. Alternatividade – Os verbos nucleares dos delitos de conteúdo múltiplo 
(plurinucleares), frente a um único contexto fático, devem ser entendidos como 
alternativos. 
 
Muitos doutrinadores defendem tal princípio, mas Damásio diz não haver conflito, pois 
não há duas, mas apenas uma norma, um só preceito primário. Para conflito, tem de 
haver unidade fato – pluralidade normas. Neste caso, haverá pluralidade de fatos – 
unidade preceito. O tipo sendo de ação múltipla, quer dizer, mesmo realizando duas 
ações, estará violando a norma uma única vez. Não há, pois, conflito para o renomado 
jurista.. Ex. art. 33 lei 11343/06. 
Para BITENCOURT, haveria alternatividade quando dois tipos contivessem elementos 
incompatíveis entre si. Ex. furto e apropriação indébita, mas aí, por lógico, não haveria 
conflito. 
 
 
Apenas para conhecer mais sobre norma penal... 
 
ANOMIA – quando houver ausência de normas ou quando, existindo, a sociedade não 
der valor, continuando a praticar as condutas proibidas. Excesso leis pode conduzir à 
anomia, pois quanto maior nº leis, maior a sensação ausência em face a impunidade. 
René Ariel Dotti defende a descriminalização/despenalização p/ resgatar o prestígio 
perdido nas últimas décadas – muita criminalização s/ reação estatal. 
 
ANTINOMIA –– quando houver duas normas incompatíveis – pertencentes ao mesmo 
ordenamento jurídico – mesmo âmbito validade. Nestes casos, (BOBBIO) propõe: 
4) Sist. Cronológico – 2ª (mais recente) revoga a 1ª; 
5) Sist Hierárquico – CF/ lei ordinária, etc. ...(art. 59 CF) 
6) Sist Especialidade – quando houver 2 leis ordinárias: a lei especial afasta 
a geral. 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL: 
(ÂMBITO DE EFICÁCIA TEMPORAL, ESPACIAL E PESSOAL DA LEI 
PENAL) 
 
 
LEI PENAL NO TEMPO: 
 
Assim como qualquer manifestação vida, a lei nasce, vive e morre. Os fatos são regidos 
pela lei de seu tempo. TEMPUS REGIT ACTUM. 
23 
 
 
Garantia cidadão para não ser surpreendido com leis “ad hoc”. 
 
Art. 1º LICC – se não mencionar de forma diferente - 45 dias – após s/ publicação 
oficial. 
Lapso entre pub-vigência “vacatio legis” (p/ conh. Norma e autoridades prepararem 
execução) 
 
Quanto à revogação – AB-ROGAÇÃO – total 
 DERROGAÇÃO – parcial 
Expressa – nova lei menciona revogação. 
Tácita – quando a lei nova regula inteiramente a 
matéria ou é incompatível com a anterior. 
 
Processo penal – art. 2º - incidência imediata norma, não importando o tempo do 
crime. 
 
P. Irretroatividade da Lei Penal art. 5 XL e art. 2º e par. único CP . 
 
Conflito entre lei penal tempo: (confronto com a edição de leis): 
 
Abolitio Criminis art. 2º CP.– (abolição do delito) - nova norma exclui ilicitude – 
RETROAGE – I.policial /Processo – desaparecem efeitos penais principais (pena) e 
secundários (reincidência, rol dos culpados). Ex.: 11106/05 descriminalização sedução 
(art 217 CP). Efeitos civis permanecem. Causa de extinção de punibilidade – art. 107, 
III do C.Penal. Atingem até sentença definitivamente julgada. Retira a notação na 
certidão de antecedentes, mesmo após cumprimento pena. 
 
Novatio legis – passa a considerar crime o que era atípico. NÃO RETROAGE (p. 
legalidade) – Ex. racismo Lei 7716/89. 
 
Novatio legis in pejus – agrava condição lei penal já existente. 
 CF art. 5º XL – NÃO RETROAGE. Ex. Lei 11106/05 
revogou art. 219 (rapto) e inseriu parte conduta art. 148 § 1º V CPenal – aumentando a 
pena. Ex.: incisos VII e VIII do art. 107 do CPenal foram retirados – (casamento do 
agente com a ofendida). 
 
Novatio legis in mellius – lei posterior não descriminaliza, mas atenua. 
 RETROATIVA. Lei 9714/98. – e art. 28 Lei Drogas – uso 
de subst. Entorpecente – não há mais pena privativa de liberdade. (STF – art. 28 lei 
drogas é crime). Aplicável mesmo na execução pena. Atinge Inquérito Policial, 
Processo e Execução. Fere a coisa julgada ? Não, porque “coisa julgada” protege a 
garantia individual e não direito de punir do Estado. 
 
Logo, a lei penal mais benéfica (lex mitior) é também ultrativa – atinge fatos ulteriores 
à sua vigência (inquérito policial, Processo, Execução). 
 
24 
 
Lei Intermediária: Aquela que surgiu após a prática do fato criminoso, mas foi 
revogada antes do juiz proferir a sentença. Aplica-se, QUANDO FOR a mais 
benéfica. 
 
MOTIVOS: razões humanitárias, de liberdade e de justiça e, como estamos estudando, 
a pena da lei nova e mais leve é mais justa e a pena mais severa da lei revogada é 
desnecessária. Ora, como vimos a lei posterior mais rigorosa não pode ser retroativa e 
nem tampouco pode ser aplicada a lei da época do fato, mais gravosa não pode ser 
aplicada, Assim, por princípio excepcional, aplica-se a intermediária (Bitencourt). 
 
 
 
Ex. Fato Criminoso................Processo....................Sentença 
 Lei 1 Lei 2 Lei 3 
 
Aplica-se a lei 2, mais benéfica no caso. 
 
Logo, pelo mesmo raciocínio, a sucessão leis : Várias leis – s/ mesmo fato – aplica-
se a lei mais benéfica. 
 
Combinação leis – Quando, por ex., houver duas normas e 
então aplicar a parte que beneficia o réu em cada uma delas. 
 
p/ alguns doutrinadores juiz estaria legislando – usurpando função 
legislativo – N. Hungria, Heleno Fragoso, Aníbal bruno. 
 
p/ outros poderia – aplicando conj. leis existentes – R. Greco – 
Basileu Garcia, Assis Toledo, F. Marques, Mirabete, Damásio, 
Delmanto. – aplicação do p. constitucional acima da lógica 
formal. 
STF já admitiu a combinação leis. – HC 69.033-5 Não 
admitindo HC 68416/DF (ex. Greco). STJ não vem admitindo. 
3ª possibilidade (mais coerente): Claus Roxin / Von Liszt: juiz faz 
uma aplicação mental das duas leis e aplica a que entender mais 
favorável ao acusado, mas sem combiná-las. 
 
Leis Excepcionais / Temporárias – artigo 3º do C. Penal 
 
Excepcionais – criadas em situações excepcionais, como por ex. guerras, grave crise 
econômica, estado de sítio. Tem vigência enquanto perdurar o fato que a originou. Não 
prevê o término. 
 
Temporárias – criadas em situações transitórias emergenciais, delimita o prazo de 
vigência. 
 
 
 
Art. 3º CP – Ultrativas. – em respeito as normas penais , senão às vésperas revogação, 
muitos se valeriam disso para praticá-lo. Tal ultratividade não se revela inconstitucional 
25 
 
porque, em verdade, o problema é de tipicidade, pois as condições e o tempo são 
elementares do tipo penal. Explica-se tal disposição porque as referidas leis são editadas 
para atender a circunstâncias incomuns que exigem um maior endurecimento do sistema 
penal, e os fatos praticados neste período excepcionais, são considerados mais graves. 
Mas há quem entenda que fere o art. 5º XL da CF . Rogério Greco, em sua edição mais 
recente citando Mauricio A. R. Lopes – afirma que o art. 3º fere o sistema art. 5º XL daCF. 
 
Outras considerações: 
 
 Irretroatividade de lei mais grave x Méd Segurança – Segundo Francisco 
de Assis Toledo, não se aplica por possuírem caráter curativo, sendo a finalidade 
diferente da pena. Os remédios mais eficientes não podem deixar de serem 
aplicados por serem mais amargos ou dolorosos. 
 
 Quando houver dúvida na apuração da lei mais benigna– Parte doutrina: 
ouve-se o réu, porque é ele quem vai cumprir a sanção penal. (Código 
Mexicano). Outros: juiz deve aplicar, porque é o encarregado pelo Estado para 
aplicar a lei. O réu pode recorrer, se quiser. 
 
 Lex Mittior durante a vacatio legis – Possibilidade – TARS RT 667/330. 
Ex Est Adolescente e Cód. Menores soltando quem estava preso há mais de três 
anos ou que tivesse completado 21 anos. A favor: Paulo José C. Júnior, Heleno 
Fragoso, Cernicchiaro. Contra: Delmanto, Damásio, F. Marques. Código Penal 
de 1969 não entrou em vigor, apesar de uma vacatio grande. 
 
 Normas penais em branco não são revogadas em conseqüência da 
revogação de seus complementos – tornam-se temporariamente inaplicáveis, por 
carecerem de elemento indispensável à configuração da tipicidade. EX. se 
condenado por “maconha” e a ANVISA retirar do rol das drogas, não haverá 
influência sobre as condenações porque não variou o objeto abstrato da tutela 
penal (drogas). 
 
 
TEMPO DO CRIME – artigo 4º do C. penal 
 
Para saber qual lei será aplicada ao fato criminoso, é necessário precisar quando se tem 
por ocorrido o delito, ou seja, a ocasião, o momento, a data em que se considera 
praticado o delito para aplicação da lei penal a seu autor. 
 
 
 
Existem três teorias: 
 
 T. Atividade – momento ação/omissão Ex A – facada B dia 10 B morre 
dia 15 – crime 10 
 T. Resultado – momento resultado – Ex. delito teria ocorrido dt 
resultado - dia 15. 
 T. Mista ou da Ubiqüidade – tanto ação qto resultado - dia 10 ou 15. 
 
26 
 
Logo, BRASIL – Adotou a T. Atividade por ser a mais plausível, , pois é no momento 
da ação que o agente demonstra vontade de praticar a conduta, devendo cair sobre ele o 
juízo de censurabilidade. 
 
Serve para: determinar imputabilidade agente, fixar circunstância tipo penal, 
possibilidade de aplicação eventual anistia, dar oportunidade à prescrição, etc. 
 
Ex: bomba navio dia 20/11 – explode 25/11 matando todos os ocupantes. Fixação 
maioridade – se em 22/11 responderá pelo ECA. 
 
Crimes permanentes: a conduta se prolonga no tempo “Todo o período é considerado 
crime”. Art. 148 CPenal. 
 
Crime contitnuado: (vários crimes como se fosse um só para efeito de sanção): tempo 
crime é o da prática de cada ação ou omissão 
 
LEI PENAL ESPAÇO: 
 
A aplicação da lei penal no espaço é regida pelo princípio da territorialidade (art. 5º 
CP). Aplica-se a lei brasileira aos fatos puníveis praticados em território nacional, 
independente da nacionalidade do agente. O Código Penal adota a territorialidade 
temperada, porque admite tratados e convenções internacionais. Fundamento: 
soberania política do Estado. 
Mas adota outros princípios como exceção, que veremos a seguir, logo após a 
compreensão de “Território” e “extensão do território”. 
 
P. TERRITORIALIDADE – art. 5º CPenal - espaço onde o Estado exerce a sua 
soberania. Solo, subsolo, águas interiores, jazidas minerais, rios, lagos internos, o mar e 
o espaço aéreo correspondente sobre o qual o Brasil exerce sua soberania. 
 
Extensão do Território Brasileiro – art. 5º §§ 1º e 2º do CPenal 
 
MAR TERRITORIAL – antigamente era o alcance tiro canhão. Atualmente 12 milhas 
marítimas (lei 8617/93) a partir do litoral (soberania absoluta). 
Obs.: De 12 às 200 milhas marítimas – ZEE – zona econômica exclusiva (exploração 
econômica) – Conv. Nações Unidas/ Dir. Mar – equiparado alto-mar para fins 
penais, ou seja, já não é extensão território brasileiro. 
 
ALTO-MAR – maiores partes oceanos que não pertencem a nenhum país. 
 
ESPAÇO AÉREO – coluna ar que sobe verticalmente desde a mais longíqua das 
fronteiras até 12 milhas insulares . No alto é o fim da camada atmosférica (Lei 7565/86) 
 
ESPAÇO CÓSMICO – espaço sobre o qual nenhum país exerce soberania. È de uso 
comum de todos os países. Impossibilidade apropriação nacional – Tratado – Dec 
64362/67 
 
NAVIOS E AERONAVES PÚBLICAS BRASILEIRAS – estejam onde estiverem – 
compõem o território nacional. – crime praticado – julgado Brasil. 
27 
 
Por lógico, navios de guerra e aeronaves militares são considerados parte do território 
nacional, mesmo quando em Estado estrangeiro. O mesmo ocorre com estas 
embarcações ou aeronaves de outra nação, que mesmo em águas ou espaço aéreo 
brasileiro, não estarão sujeitos à lei penal pátria. (art. 3º do Código Brasileiro de 
Aeronáutica). Se a tripulação estiver fora de bordo, a título particular, fica sujeita a lei 
brasileira. 
 
NAVIOS E AERONAVES PRIVADOS BRASILEIROS – se alto-mar – extensão 
território nacional (§ 1º art. 5º) – regra territorialidade. Se em mar estrangeiro, 
submetem-se à lei do país em que estiverem, como no caso de embarcação estrangeira 
privada – se crime cometido no território brasileiro – julgado Brasil. 
 
PRINCÍPIO PAVILHÃO (ou de BANDEIRA) –(se em alto-mar e espaço aéreo 
internacional) - lei será do país onde foi efetuada a matrícula/registro da nave/aeronave. 
– usa-se para cassinos navios cruzeiros – o jogo será livre em alto-mar se país origem 
embarcação for autorizado. 
 
PRINCÍPIOS QUE REGEM A APLICAÇÃO LEI PENAL ESPAÇO: 
 
Territorialidade – (regra geral) - aplicação das leis brasileiras aos delitos praticados 
dentro do território nacional (art. 5º do CP)– regra não absoluta, havendo algumas 
exceções, a saber: - 
 
a) Convenções e tratados internacionais. Ex. Convenção de Viena que trata das 
imunidades diplomáticas, que veremos quando formos analisar o Lei Penal no espaço 
com relação às pessoas 
 
b) P. Extraterritorialidade: aplicação da lei penal nacional a delitos ocorridos mo 
estrangeiro - artigo 7º do CP. 
 
EXTRATERRITORIALIDADE 
 
Divide-se em: 
 
Extraterritorialidade incondicionada: significando que o interesse punitivo da justiça 
brasileira deve ser exercido de qualquer maneira, independentemente de qualquer 
condição, conforme art. 7º I, a,b,c,d. Ex.: Tortura lei 9455/97 art. 2º. 
 
Extraterritorialidade condicionada: demonstrando que só há interesse do Brasil em 
punir o autor de crime cometido no exterior se preenchidas as condições descritas no 
artigo 7º II c/c § 2º, a,b,c,d,e e § 3º do C. Penal. Ex.: cr. Praticados por brasileiros 
(justificativa: proibição extradição brasileiros – art. 5º LI CF). 
 
É regida pelos seguintes princípios: 
 
P. Defesa ou Proteção: A lei penal de um país deverá ser aplicada a fatos delituosos 
ofensivos a bens jurídicos que considera muito relevante. Art. 7º I a,b,c. 
 
28 
 
P. Justiça Penal Universal: tem em vista punir crimes com alcance internacional, 
podendo os Estados punir qualquer crime independente da nacionalidade do agente e 
vítima. Ex. genocídio- lei 2889/56 – (interesse da humanidade em punir) – art. 7º I d e 
II a. Ex.: tráfico ilícito de entorpecentes, pirataria, tráfico de mulheres, etc. 
Competência p/ julgamento: P Universal – Extraterritorialidade Incondicionada x Trib 
Internacional de Haia – Brasil signatário – julgado pelo Brasil – só diante da 
incapacidade ou falta de disposição – T. Haia – complementar. 
 
 Nacionalidade : leva em conta a nacionalidade brasileira agente delito ou da vítima. 
Ativa: praticada por brasileiros. Art. 7 II b. 
Passiva: praticada contra brasileiros. Art. 7, § 3º. 
 
Representação ou Bandeira: bandeira Brasil embarcação/aeronaveprivada, situada em 
território estrangeiro. Ex. crime cometido por estrangeiro contra Estrangeiro. Aplica-se 
se o governo estrangeiro não tiver interesse na punição do criminoso – Art. 7º, II c. 
 
Condições: Art. 7º § 2º CP – 
 
a- instaurou o IP com a entrada no país, não necessita permanecer pode 
ocorrer a revelia, só que aí aplicar-se-á o art. 366 do CPP. 
b- dupla tipicidade; 
c- estar o crime incluído dentre aqueles passíveis de extradição. Pena 
máxima superior a um ano, pois há interesse punitivo quanto a crimes mais 
graves; 
d- consagração do p. ne bis in idem; 
e- não ter sido perdoado / não ter havido extinção punibilidade. 
 
Ex.: navio abortador... 
 
LUGAR DO CRIME – art. 6º do C. Penal 
 
Opção política. Se presta p/ evitar conflito negativo de jurisdição – mas eventual 
duplicidade – aplicação do art. 8º do CP. 
 
Art. 6º - Destina-se ao direito penal internacional, ou seja, aplicação lei penal espaço, 
quando um crime tiver início Brasil e terminar exterior e vice-versa (crimes à distância) 
 
Para delitos território nacional – vale art. 70 do CPP (competência onde se consuma a 
infração ). 
 
Teoria Ubiqüidade (de ubíquo, onipresente)– entre outras teorias, foi a adotada pelo 
Brasil, diversamente do que falamos tempo crime. Crime ocorreu nos dois lugares para 
crime não ficar impune. Mas não será punido 2 vezes – princ. geral Direito – ne bis in 
idem – art. 8º CP. 
 
ATENÇÃO: Serve para definir onde ocorreu crime – ou seja, será onde a conduta foi 
realizada ou onde o resultado aconteceu ? 
 
Ex.: 
29 
 
A em cidade Santana Livramento - RS efetua disparo arma fogo atingindo B (uruguaio) 
do outro lado rua – cidade Rivera – Uruguai – matando-o (cidades separadas por uma 
rua). Pela teoria da ubiquidade aplica-se em ambos os casos, se os dois adotarem tal 
teoria. 
 
Ex de impunidade: 
Pais A – t. atividade // Pais B – teoria resultado 
País B, Antonio dispara um tiro em Cláudio que ferido, é transportado para o país A, lá 
morrendo. 
 
 Não interessa os atos preparatórios e nem tampouco o exaurimento. 
 No caso de tentativa, só quando ela se desenvolver no lugar onde teria 
produzido o resultado desejado, não fosse a circunstância alheia. 
 
EXTRADIÇÃO/DEPORTAÇÃO/EXPULSÃO 
 
... 
 
Extradição, Deportação, Expulsão 
 Vide Estatuto do Estrangeiro – Lei 6815/80 – art. 5º LI e LII da Const. 
Federal. 
EXTRADIÇÃO - Extraditar significa entregar a outro País indivíduo que se encontra 
refugiado, para os fins de cumprir a pena que lhe foi imposta. “É o ato pelo qual um 
Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como 
criminoso à justiça de outro Estado, competente para julgá-lo e puni-lo. 
 
Obrigação resultante de solidariedade internacional e funda-se no fato de que a punição 
do crime deve ser feita no local em foi praticado, como resposta da comunidade ao 
abalo que a infração penal lhe causou. 
 
Importante - A CF/88 não permite a extradição de brasileiros, natos ou 
naturalizados. 
Os brasileiros naturalizados somente podem ser extraditados em duas hipóteses: 
- ter sido obtida a sua naturalização após o fato que motivou o pedido de extradição; 
- quando for comprovado o envolvimento com tráfico de entorpecentes e drogas afins. 
(art. 5º, LI da CF). 
DEPORTAÇÃO – medida administrativa de polícia com a finalidade comum de 
obrigar o estrangeiro a deixar o território nacional – saída compulsória do estrangeiro 
para país de sua nacionalidade ou para outro que consinta em recebê-lo (art. 58 do EE) – 
Verifica-se nos casos de entrada/estada irregular do estrangeiro no território 
nacional. O deportado pode reingressar ao território nacional desde que preenchidas 
algumas condições. 
 
30 
 
EXPULSÃO – Fundamento no legitimo direito de defesa da soberania nacional. 
Estrangeiro que atente, de qualquer forma, “contra a segurança nacional, a ordem 
política ou social, a tranqüilidade ou a moralidade pública e a economia popular, ou 
cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. 
A expulsão não é pena, mas sim medida preventiva da polícia. Cabe ao Presidente 
da República deliberar sobre a conveniência e oportunidade da expulsão. (art. 65 do 
EE). 
 
LIMITES À APLICAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO ÀS PESSOAS EM 
RAZÃO DE SUAS FUNÇÕES 
Todos são iguais perante a lei, mas alguns são IMUNES à lei penal que não os alcança 
em razão de suas funções. 
 Princípio da Igualdade art. 5º caput CF x imunidades FUNCIONAIS e 
não pessoais. 
O princípio da territorialidade faz ressalva com relação aos Tratados, Convenções, 
Regras Internacionais Direito. Ex. Convenção de Viena (1961) – que trata das 
imunidades diplomáticas (incorporada ao direito pátrio através do decreto 56.435/65) 
 IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS – 
Imunidade – em razão de importantes funções que o representante do Estado 
estrangeiro exerce no Brasil. 
Os diplomatas devem ser processados nos Estados de origem. Princípio da 
Reciprocidade – 
Convenção de Viena - Diplomatas, membros família, funcionários administrativos 
embaixada e familiares (desde que os familiares não sejam brasileiros). 
Benefício estendido: funcionários da ONU em missão território nacional, chefes de 
Governo e sua comitiva, Ministro das relações exteriores. 
Agentes consulares não gozam de imunidade – funções de natureza privada – câmara 
comércio, etc. Em alguns casos, poderão ser imunes, mas tão somente por crimes em 
razão dos atos de ofício. 
A imunidade só pode ser renunciada pelo Estado creditante, mas nunca pelo próprio 
agente. 
Embaixada – não é território estrangeiro – pois está no território Nacional – elas gozam 
de inviolabilidade, de modo que as sedes não permitem busca e apreensão, requisição, 
embargo ou qualquer tipo de medida de execução de natureza penal. Mas, por exemplo, 
se um particular comete crime dentro de uma embaixada, responde pela lei brasileira. 
Natureza jurídica: exclusão jurisdição brasileira. 
IMUNIDADES PARLAMENTARES 
As exceções decorrentes de normas de Direito público interno, dão origem às 
imunidades parlamentares. (art. 5º do CP). – exceção regra aplicação lei penal de que 
todo crime ocorrido em território nacional – encontram seu nascedouro na Constituição 
Federal –por isso comentado em obras de Direito Constitucional – GARANTIAS 
INERENTES AO EXERCÍCIO MANDATO PARLAMENTAR – 
As imunidades podem ser divididas: 
 
 I. material /absoluta – (exclui responsabilidade penal e civil) – 
senador, deputado federal, estadual, vereador - no exercício do mandato, 
por suas opiniões, palavras e votos (art. 53, “caput”, 27, § 1º, e 29, VIII, 
da CF). O termo inicial da imunidade ocorre com a diplomação do 
parlamentar e encerra-se com o término do mandato. HÁ 
31 
 
NECESSIDADE DE NEXO FUNCIONAL, MESMO QUE TENHA 
SIDO COMETIDO FORA DO AMBIENTE DE TRABALHO. 
 
Logo, não abrange manifestações desarrazoadas e desprovidas de 
conexão com seus deveres constitucionais. (AI 473.092/AC – STF). 
 
O STF tem entendido que é causa de atipicidade. 
 
 I. formal/relativa – refere-se à prisão, ao processo, a 
prerrogativas de foro – processo e julgamento (art; 53, §§ 1º ao 5º, da 
CF, de acordo com EC 35/2001) – não há mais imunidade processual 
para crimes praticados antes da diplomação. 
 
Foi estendida aos deputados estaduais. No entanto, os vereadores 
somente possuem imunidade material, no exercício do mandato e na 
circunscrição do Município. 
 
 
Aplicação da lei penal 
 
Aborda a aplicação da lei penal de acordo com a territorialidade, prazos, retroatividade, 
princípios, entre outros. 
 
Área: Penal 
1 
O brasileiro quepratica crime no estrangeiro está sujeito à lei: 
 
A 
do país em que o ato foi praticado. 
 
B 
do país em que o ato produziu os seus efeitos. 
 
C 
brasileira, condicionada à ocorrência de certos requisitos. 
 
D 
brasileira, mediante aplicação do princípio da extraterritorialidade incondicionada. 
 
2 
Aos 30 minutos do dia de seu 18° aniversário, Lúcio comete crime de estupro, na 
modalidade de violência presumida, ao manter conjunção carnal com sua namorada 
menor de 14 anos. Diante desta situação, Lúcio: 
 
A 
é considerado imputável perante a lei penal, não importando a hora de seu nascimento. 
 
B 
será considerado inimputável perante a lei penal, caso tenha nascido em horário 
posterior ao ocorrido. 
32 
 
 
C 
não pode ser considerado inimputável perante a lei penal, eis que houve consenso da 
vítima. 
 
D 
pode ser considerado imputável perante a lei penal, desde que os pais de sua namorada 
assim desejem. 
 
3 
O Código Penal, em relação à aplicação da Lei Penal no tempo, determina a: 
 
A 
retroatividade da lei posterior mais benigna desde que o fato ainda não tenha transitado 
em julgado. 
 
B 
retroatividade irrestrita da lei posterior mais benigna. 
 
C 
retroatividade irrestrita apenas no caso de abolitio criminis. 
 
D 
irretroatividade para os fatos já transitados em julgado. 
 
4 
Vindo o Presidente da República do Brasil ser vítima de crime de homicídio quando se 
encontra em viagem pelo exterior: 
 
A 
aplica-se o princípio do lugar do crime em que ocorreu a ação ou omissão, punindo-se o 
agente pelas leis do país em que o Presidente foi morto. 
 
B 
aplica-se o princípio da territorialidade, pelo qual a lei do território estrangeiro é 
soberana, eis que foi lá o crime praticado. 
 
C 
o Presidente da República goza de prerrogativa de foro em virtude da função, portanto, 
aplicam-se as regras pertinentes ao Direito Penal Internacional, sendo seu julgamento 
realizado pelo Tribunal Penal Internacional. 
 
D 
aplica-se o princípio da extraterritorialidade, ficando o agente sujeito à lei brasileira, 
embora cometido no estrangeiro. 
 
5 
O infrator que cumpriu pena no estrangeiro, ao ingressar no Brasil, estará sujeito à 
punição pela lei nacional. No entanto, a pena cumprida no estrangeiro: 
 
33 
 
A 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é 
computada, quando idênticas. 
 
B 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando idênticas. 
 
C 
é computada a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas. 
 
D 
é computada na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou é 
atenuada, quando idênticas. 
 
6 
Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: 
 
I – Considera-se território brasileiro o solo, o ar que se encontra acima desse solo, e o 
mar na extensão de 200 milhas. 
II – As embarcações e aeronaves públicas brasileiras são consideradas extensões do 
território brasileiro. 
III – Em alto mar, aplica-se as regras do país cuja bandeira a embarcação represente. 
 
A 
as afirmações I e II estão corretas. 
 
B 
as afirmações II e III estão corretas. 
 
C 
as afirmações I e III estão corretas. 
 
D 
todas as afirmações estão corretas. 
 
7 
Assinale a alternativa correta: 
 
A 
ao crime praticado no território nacional, sempre se aplica a lei brasileira, em respeito 
ao princípio da isonomia. 
 
B 
fica sujeito à lei brasileira, embora cometido no estrangeiro, o crime praticado contra o 
patrimônio de sociedade de economia mista. 
 
C 
não previu o legislador a aplicação da lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no 
estrangeiro. 
 
34 
 
D 
não é possível a aplicação da lei brasileira para crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro, fora do Brasil. 
 
8 
A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as 
mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: 
 
A 
obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis. 
 
B 
sujeitá-lo a medida de segurança. 
 
C 
a homologação depende, para obrigar o condenado à reparação do dano, de pedido da 
parte interessada. 
 
D 
todas as alternativas anteriores estão corretas. 
 
9 
O prazo penal: 
 
A 
é contado igualmente ao prazo civil. 
 
B 
é contado computando-se o dia do começo. 
 
C 
é contado excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do final. 
 
D 
é contado computando-se apenas os dias úteis. 
 
10 
A Lei Excepcional consiste: 
 
A 
na lei criada para viger em determinado tempo, possuindo data para seu término. 
 
B 
na lei criada para reger determinada classe social. 
 
C 
na lei editada para reger fatos ocorridos em período anormal. 
 
D 
na lei editada para viger durante as férias forenses. 
35 
 
 
11 
Cessada a anormalidade regida pela lei excepcional, volta-se o direito normal. Assim: 
 
A 
o direito normal, mais benéfico, retroage aos fatos regidos pela lei excepcional. 
 
B 
a lei excepcional continua tendo aplicação aos crimes ocorridos na época ensejadora da 
lei. 
 
C 
deve ser declarada a extinção da punibilidade do condenado pela lei excepcional. 
 
D 
a lei excepcional, após a volta do direito normal, deverá ser considerada 
inconstitucional. 
 
12 
Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: 
 
I – Lei Penal em branco é aquela que necessita de um complemento normativo. 
II – Excluída uma droga da lista das substâncias proibidas, o crime de tráfico dessa 
droga deixa de ser crime. 
III – O juiz, ao analisar o caso concreto, pode completar a norma penal em branco de 
acordo com seu discernimento. 
 
A 
as afirmações I e II estão corretas. 
 
B 
as afirmações I e III estão corretas. 
 
C 
as afirmações II e III estão corretas. 
 
D 
todas as afirmações estão corretas. 
 
13 
Quais princípios exigem que a lei penal incriminadora seja editada antes da ocorrência 
do fato criminoso: 
 
A 
da extra e da ultra-atividade condicional da lei penal. 
 
B 
da abolitio criminis e da espacialidade. 
 
C 
36 
 
da lei anterior e da lei posterior benignas. 
 
D 
da legalidade e da anterioridade da lei penal. 
 
14 
Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa correta: 
 
I – Derrogação é a revogação integral da lei. 
II – A revogação pode ser tácita quando a nova lei é incompatível com o texto anterior 
ou regula inteiramente a matéria precedente. 
III – Verifica-se a auto-revogação nos casos de lei temporária e lei excepcional. 
 
A 
As afirmações I e II estão corretas 
 
B 
As afirmações I e III estão corretas. 
 
C 
As afirmações II e III estão corretas. 
 
D 
Todas as afirmações estão corretas. 
 
15 
Quanto à Lei Penal no tempo, assinale a alternativa verdadeira: 
 
A 
muito embora ninguém possa ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, não deverão cessar os efeitos da sentença executória nem tampouco os da 
execução penal. 
 
B 
cuida-se, o instituto do artigo 2º, do Código Penal, da chamada "abolitio criminis", ou 
seja, é a hipótese de supressão da figura criminosa, por ter a ação, antes prevista como 
delituosa, deixado de ferir ao bem jurídico que pretende tutelar. 
 
C 
verifica-se, consoante o disposto no artigo 2º, do CP, a presença de medida 
descriminalizadora, também chamada de "Lex

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