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--
L Veiasubcutânea
abdominaldireita
Umbigo
13-6A
Bainhaexternadoreto
~
:----
Bainhainterna
do reto
13-6D
Fig.13-6.Abdomasopexiaparamedianaventral.
Peleincisada
esubcutânea
Incisão
dapele Bainhainterna
do reto
Bainhaexterna
do reto
13-68 13-6C
~ A-Abomaso
CirurgiaGastrill1cstil/aldoBoril/o/253
tônioeàbainhainternadoretolateralmenteporvoltade2cmatéaincisão
paramediana,utilizandotrês suturasde colchoeirode categutecromado
nq 2 (Figura13-6Fi.O peritônioe a bainhainternado retosãofechadas
comsuturascontínuassimplesdecategutecromadonO2, incorporandoo
abomasonalinhadesutura(Figura13-6G).A densabainhaexternadoreto
é fechadacomsuturashorizontaisdecolchoeirodecategutecromadonP3
(Figura13-6H)e a peleé fechadacomasuturacontínuaancoradaaplican-
do caprolactampolimerizado(Vetafil)de 0,6 mm (Figura13-6H).O pa-
cienteécolocadoemdecúbitolaterallogoapóso decúbitoesternal.
CondutaPós-Operatória
O pacienteé encorajadoa selevantarcomo apoiodosprópriospésas-
simqueforpossível.O usodeantibióticosé facultativo.Algunsanimaisne-
cessitamdepoucocuidadoposterior,outrospodemsofrerdesidrataçãoou
termetriteséptica,mastiteou tambémcetose,devendosertratadosadequa-
damente.Deve-secontrolarossinaiscIínicosdopaciente,aproduçãodelei-
teeacetose,esupri-Ioscomumadietaricaemfibrascruas.Senodiaseguin-
te houverumafaltademobilidadedo intestino,a neostigmina(Stiglyn)po-
deráseradministradae repetidadehoraemhoraquandofor necessário.A
inoculaçãonorúmenpoderáserapropriada.
Comentários
Algunscirurgiõesfizeramuso de suturasinabsorv(veis(passadasparao
exterior)paraa fixaçãodo abomaso,assimcomoparafechamentodabai-
nhaexternadoreto.Nanossaexperiência,ocategutefoibastantesatisfat6rio.
A aproximaçãoparamedianaventralemdiversasvantagens:o abomasoé
facilmentetrazidoatéa suaposiçãonormalmaisfacilmente,e namaioria
doscasos,geralmenteocorreumareposiçãoinstantânea;o abomasoé facil-
mentevisualizadoparaumexamedetalhadoeparaadetecçãodeúlceras;e
aderênciasfirmese positivasdelongaduraçãopodemserantecipadas.
Seguemasdesvantagensdaaproximaçãoparamedianaventral:o procedi-
mentode imobilizaçãodo animalrequerumamaiorassistênciae podeser
exaustivoparao animal;avacaemdecúbitodorsalpoderáregurgitar,eoque
restadoabdomenãopoderásersatisfatoriamenteexplorado.Emcasograve
deTOA, estemétodoéconsideradoinadequadoporserdifícil a retiradade
liquidodo abomaso,sendopreferíveloperarcomo animalempédevidoà
suacondiçãosistêmicacomprometida.
Referência
1. Lowe,J.E., andLoomis,W.K.:Abomasopexyfor repairof leftabomasaldisplaee-
mentindairyeattle.J. Am.VetoMed.Assoe.,147:389,1965.
254/ Cirur~illGlIstrin(es(inllldo BoL'ino
(
Suturas
decolchoeiro
Peritônioe
bainhainterna
do reto
Abomaso
13-6G
13-6F
Fechamentodapele
13-6H
CirurgiaGastrilllestilla/doBoL'illoI 255
A abomasopexiapelo flancoesquerdoé indicadaparao tratamentodo
deslocamentoparao ladoesquerdodo abomaso(DEA).1.2Estatécnica
tem a vantagemde oferecerumafixaçãodiretado abomasoatéa parede
corpóreaventral.e a cirurgiaé realizadacomo animalposicionadoempé.
Adiciona-seo fatodequeas aderênciasouasulceraçõesdoabomasodeslo-
cadopodemservisualizadase tratadas.e quandofor indicado,pode-seefe-
tivarumarumenotomia.O posicionamentodoabomasoalcançadopelaabo-
masopexiado francoesquerdonãoé consideradotãosegurocomoaquele
conseguidoatravésdatécnicaparamedianaventral.
AnestesiaePreparaçãoCirúrgica
A regiãodo flancoesquerdoé tosadaeaprontadaparaumalaparotomia
do flancoesquerdo.A áreaquepartedoprocessoxifóideatéo umbigoeda
linha medianada veiasubcutâneaabdominaldireitatambémé cirurgica-
mentepreparada.A últimaregiãonãoé anestesiada.O flancoesquerdoé
anestesiadopelobloqueioparavertebral,emL invertidoou linear.
InstrumentalAdicional
Esteprocedimentorequerumaagulhadeespessura12comtubulaçãode
borracha,e umaagulhagrandecortanteretaouumaagulhacortanteencur-
vadaemS.
TécnicaCirúrgica
A laparotomiapelofrancoesquerdoé executadafazendo-seumaincisão
de 20até 25cmnafossaparalombarcomofoi previamentedescrito.Deve-
seteratençãoao penetraro abdomeporqueo abomasodistendidopoderá
estarimediatamentedeitadosobrea regiãoda incisão.Habitualmenteo
abomasoé visívelatravésda incisão.Umalinhasimplesdesuturacontínua
oucontínuaancoradacom8 a 12cmdecaprolactampolimerizado(Vetafil)
é colocadanacurvaturamaiordoabomaso5a 7cmdistantedainserçãodo
omentomaior(Figura13-7A).Asperfuraçõesdassuturasatravessamasub-
mucosa,e ummetrodematerialdesuturaprecisaseresticadodecadalado
final da linhade suturasoHemostatossãoposicionadosnasextremidades
destassuturasdetal maneiraqueasextremidadescraniale caudalfiquem
facilmenteidentificáveis.Entãoo abomasoé esvaziadousando-seumaagu-
lhadeespessura12e tubulaçãodeborracha(Figura13-7A).A agulhaéco-
locadanaposiçãodorsaldo abomasoe inseridanumânguloqueevidencie
vazamentoquandoa mesmaagulhafor recolhida.E importantequeo abo-
masonãosejaesvaziadoantesdainserçãodassuturas;deoutraforma,o lo-
caldecolocaçãodesuturaspoderáserafastadoparalongedaincisão.
A extremidadecranialdocaprolactampolimerizado(Vetafil)éanexadaa
umaagulhagrandecortanteretaouaumaagulhacortanteencurvadaemS;
256/ Cirur;.:illGlIstrintestiflllldo Bovino
13-7A
Abomasodeslocado
paraaesquerda
~
/
Agulhaatravés
daparedeventral
Fig.13-7.Abomasopexiadoflancoesquerdo. 13-7B
CirurgiaGastrintestinaldoBovino/257
estaagulhaé levadaaolongodaparedeinternaatéumaposiçãoàdireitada
linhacentralmasmediaI emrelaçãoàveiasubcutâneaabdominaledistante
de15cmnadireçãocaudaldoprocessoxifóide.O dedoindicadorprotegea
extremidadedaagulhae osdedoslateraispuxamasvlscerasparalongeda
parededocorpoeacimadaagulha.Umassistentepodeaplicarpressãoascen-
dentesobrea paredeabdominalna regiãoonde as agulhassãoinseridas
atravésdaparededo corpo.Umacápsulavaziadeseringatrabalhabemnes-
ta finalidade.
A agulhaérapidamenteinseridaatravésdaparedeventraldocorpo(Figura
13-78).O assistenteagarraa agulhae asuturacaudalécolocadaatravésda
parededocorpodistantecaudalmentede8 a12cmdasuturacranial.Oassis-
tenteentãoagarraduasextremidadesdesuturae gentilmenteaplicatração
esimultaneamenteocirurgiãopuxao abomasovazioparaa suaposiçãonor-
mal.Quandoa áreasuturadado abomasodeitacontrao assoalhodoabdo-
me, o assistenteamarraas extremidadesda suturaem conjunto(Figura
13-7C).A suturaé deixadano localpor4 semanas,asextremidadessãoen-
tãocortadaso maispróximoquantopossíveldapele.Estetempoéconside-
radonecessárioparapermitiro desenvolvimentodeaderênciassuficientes
paraqueum novodeslocamentodo abomasosejaevitado.A incisãodala-
parotomiapeloflancoé fechadadamaneirahabitual.
CondutaPós-Operatória
O usodeantibióticosé facultativo.Algunsanimaisnecessitamdepouco
cuidadoposterior.Outrosanimaispodemter desidrataçãoou desenvolver
metriteséptica,mastite,ou tambémcetose;estesanimaisprecisamserade-
quadamentetratados.Deve-secontrolaros sinaiscI(nicosdo paciente,a
produçãode leite,a cetose,e elesmerecemumadietaricaemfibrascruas.
Um diaapósa cirurgia,sehouverdeficiênciademobilidadedo intestino,a
neostigmina(Stiglyn)podeseradministradaerepetidadehoraemhoraquan-
donecessário.A inoculaçãodorúmenpodeserapropriada.
Comentários
As vantagensdaabomasopexiapeloflancoesquerdoforamapontadasna
introdução.Estatécnicatemasseguintesdesvantagens:o localparaafixa-
ção do abomasoaté a parededocorpoé ditrcil deseratingidonasvacas
grandesseocirurgiãotiverbraçoscurtos;é necessáriocuidadoparaimpedir
a perfuraçãodasvíscerasenquantoa agulhaé levadaatéo assoalhodoab-
dome;e em algunscasos,o abomasopoderáestardeitadonaposiçãocra-
nioventralsendoditrcileleseexporo suficienteparaacolocaçãodassutu-
ras.2A auscultaduranteumexameclínicoanterioràcirurgiadeveidentifi-
carasituação,e outraabordagempoderáserconsiderada.
Referências
1. Ames,S.: Repositioningdisplacedabomasumin thecow.J. Am.VetoMed.Assoe.,
153:1470,1968.
2. Baker,J.S.: Displacementof theabomasunin dairycows.Part11.PracticingVeteri-
narian.Summer/Fall:1,1973.258/ CirurKill GlIstroilltl'!itillllldo Bot'illo
~ .~rr
/ )I //
~J .~
J \ o,Jção"",'"\ Abomasonap1\, j I I
. 'v Sutura~'J)
'-,",r~ fixando
o abomaso
13-7C
CirurRillGlIStrintestinllldoBovino/259
A abomasopexiapeloflancodireitoé indicadaparao tratamentododes-
locamentoedilataçãoparao ladodireito(OOA)doabomasooutorçãodoIa.
do direitodoabomaso(TOA)) OsanimaiscomTOA geralmenteapresenta-
rãosinaisclínicosmaisagudos.Poderáhaveralteraçõesacentuadasdoseletró.
litos,particularmentenosníveisdecloretoe de potássio.6A gravidadeda
TOA temsidoclassificadaem4 grauscombasenovolumedo líquidoabo-
masalseqüestrado,sendoestaclassificaçãomaisútil e menossubjetivaque
osmeiosclínicoshabitualmenteutilizados.6
A abomasopexiaparamedianadireitaé umatécnicaalternativaválida
paratratara DOA e oscasosbrandosdeTOA, masa abomasopexiapelo
flancodireitoé consideradamaisadequadaparaasvacasgravementeafeta-
das.O I(quidopodeserretiradodo abomasomaisfacilmenteatravésdain-
cisãonoflancoeexisteummenorriscodeperigoparaumpacientecompro-
metidose o mesmofor operadona posiçãoem pé. Na TOA grave,com
comprometimentodo abomaso,é poss(velqueo materialdesuturaatraves-
sea parededo abomaso,e o usodaomentopexiadeveserconsiderado.3
Nosanimaisquesobrevivemàcirurgia,esteproblemanãofoi observado.
Anestesiae PreparaçãoCirúrgica
Oe formarotineiraprepara-separaa cirurgiaa regiãodo flancodireito.
Estabelece-sea anestesialocalpelaexecuçãodobloqueioparavertebral,em
L invertidooulinear.
Instrumental/J,,:Jicional
Esteprocedimentorequerumasondagástricadetamanhomédio,umaagu-
lhadeespessura12,tubulaçãoestérileumaagulhagrandecortanteretaou
umaagulhacortanteencurvadaemS.
TécnicaCirúrgica
A abordagempeloflancodireitoatéo abdomebovinofoi descritaante-
riormente.Faz-seumaincisãode10a 25cm.Nesteestágioo problemapar-
ticularprecisaserreconhecido,e certasdiretrizesdevemserdelineadas.No
DOA simpleso grandeomentotornar-se-ávisívelatravésdalaparotomiado
flancodireitodemodosimilaremrelaçãoa um animalnormal.O ornento
maiorpoderáestarmaisfrouxodevidoàmenordistânciaentreo abomasoe
o duodenodescendente.O fundotipicamenteterásemovimentadonadire-
çãocaudale lateral,aparentandoestardescobertopeloomento.Natorção
do ladodireitocomaté2700,o omentomaiorpoderácobriro abomasodi-
latado;nastorçõessuperioresa 2700,o omentomaiorestarácomumente
feridoao redordo localdatorção.Resumindo,seo abomasoestivercober-
to peloomentomaiorà laparotomia,o casoemquestãorepresentao início
detorçãoparao ladodireito.Entretanto,seo abomasofoi visívelà laparo-
260/ Cirurgia Gastrintestina/do Bovino
Suturapara
a abomasopexia
Tubo estomacal
Fig.13-8.O fluidonointeriordoabomasoéremovidousandoumtuboestomacaldeta-
manhomédio.
tomia,representaumcasodedilataçãosimples,umatorçãoparaaesquerda,
ou umatorçãode3600paraa direita.Estaavaliaçãoé feitaobservandoo
abdomepeloladodireitodo animal.O abomasogeralmentetorceemdire-
çãocranialnajunçãoomaso"abomasaleatorçãopodeincluiro omasoeaté
mesmoo retículo.A direçãodatorçãoédeterminadapelaposiçãodopiloro.
A cordaserosaabomasalé averiguadaantesquesetenteesvaziaroaboma-
so ou corrigirsuaposição.Sea serosaaparentar-seviávele o órgãoestiver
firmementedilatado,umaagulhadecalibre12conectadaaumtubodebor-
rachaé inseridaparaliberarapressãogasosaefacilitaraexploraçãoemani-
pulaçãoposteriores.Então é determinadaa naturezado deslocamento.
Quandopossível,a torçãodevesercorrigidaantesqueo tubosejainserido
paradrenaro conteúdo!l'quidodoabomaso.Umatorçãorecenteoumenos
gravenãonecessitarádaremoçãodo líquido,mastorçõesgravesrequerema
remoçãode líquido antesque possamser reduzidas.~ preferívelque
o abomasoestejana suaposiçãonormalantesdepassarassuturasparaa
abomasopexia,masestassuturasdevemserfeitasantesda evacuaçãodo
conteúdolíquido do abomaso.Se acorreçãodatorçãonãoforpossívelan-
tesdaevacuaçãodo líquido,acolocaçãodassuturasexigiráprudênciapara
que o posicionamentoestejacorretonaconclusãodo procedimento.Uma
suturaancoradaé posicionadano centrodacurvaturamaiordoabomaso
próximaà inserçãodo omentomaiordo modopreviamentedescritoe ilus-
tradona abomasopexiapeloflancoesquerdo.Apósa passagemdesutura
embolsana parededo abomaso,faz-seumaincisãoperfurantee insere-se
CirurgiaGastrintestinaldoBovino/ 261
umasondagástricaestérildetamanhomédionointeriordoabomaso(Figu-
ra13-8).O líquidonointeriorseráentãoretirado.Sehouverdificuldadena
drenagemdo líquido,umalavagempoderáserefetuada.Nofinaldadrena-
gemdoabomaso,2ou3 litrosdeóleomineralsãoinstiladosdentrodoabo-
maso,o tuboérecolhido,eamarra-seasuturaembolsa.A abomasopexiaé
concluídacomofoi descritoparaaabomasopexiapeloflancoesquerdo.
CondutaPós-Operatória
Sãoadministradosantibióticosapósa operação.Muitosdestesanimais
necessitarãoumaenérgicafluidoterapiacomreposiçãocuidadosadodeficit
decloreto(refira-seaoCapítulo2).Paraestafinalidade,asoluçãodeclore-
to desódioa0,9%é geralmenteapropriada;asuplementaçãocomcloreto
depotássiotambémpodeserindicada.Comumaadequadafluidoterapiae
controledeeletrólitosnasfasespréepós-cirúrgicaprecoce,osefeitosmeta-
bólicosdaTOA geralmentepodemsercontrolados.Nasvacasgravemente
afetadas,a inabilidadedoabomasoemrecuperarsuafunçãonormalé fre-
qüentementeo problemamaisimportante.O abomasotornar-se-ácheioe
compactosesuafunçãonãoforrestituída.6Estimulantesdemotilidadeco-
moa neostigmina(Styglin),poderãoserindicadosemalgunscasos.A tera-
pêuticaoraldesuporte,naqualo cloretodesódioeo cloretodepotássio
sãoadicionadosàágua,poderáseraplicadanopacientecapazdeabsorvero
líquido.
Comentários
Algunscirurgiõesacreditamqueo sucessono tratamentodevacascom
TOA deve-seemgrandeparteao fatodenãoabriremo abomasoantesda
cirurgia.5Atualmenteestaalegaçãoé consideradainválida.~questionável
se o Iíquido ácidocomalto teorde cloretosejafacilmenteabsorvidodo
abomasoapósadistorção.Ainda,qualquerdeficitdefluidoprovocadopela
drenagemdo abomasopodeserrepostopelafluidoterapiaintravenosa;.isto
é consideradomaissegurodo queantecipara reabsorçãode líquidospelo
abomasoapósa distorção.O propósitoda remoçãodelíquidosquepoten-
cialmentecontenhamendotoxinasé claro.Emborasejaincertoseacoloca-
çãode óleomineraldiretamenteno interiordo abomasoinibeumamaior
reabsorçãodetoxina,seuvaloré controverso.Um autoracreditaqueesta
medidatemcontribuídoparao seusucesso"1 enquantooutronãoachou
que estamedidatenhaaperfeiçoadosignificativamenteo prognósticodas
vacasgravementeafetadas.6
Referdncias
1. Baker,J.5_: Rightdisplaeementof theabomasuminthebovina:A modifiedproee-
durefortreatment.BovinePraetitioner,11:58,1976.
2. Baker,J.S. 1980:personaleommunieation.
3. Boueher,W.B.,andAbt,D.:Right-sideddilatationof thebovinaabomasumwithter-
sion.J. Am.VetoMed.Assoe.,153:76,1968.
4. Espersen,G.: Dilatationanddisplaeementof theabomasiJmto therightflank,and
dilatationanddislóeationof theeecum.VeteRec.,76:1423,1964.
5. Gabei,A.A., andHeath,R.B.:Treatmentof right-sidedtorsionof theabomasumin
eattle.J. Am.VeteMed.Assoe.,155:642,1969.
6. Smith,D.F.:Right-sidetorsionof theabomasumindairyeows:Classifieationofseve-
rityandevaluationof outeome.J. Am.VetoMed.Assoe.,173:108.1978.
262I CirurgiaGastrintestinaldoBol'Íl/o
14
CIRURGIA
UROGENITAL
DO BOVINO
A castraçãode bezerrosé umacondutahabitualquedeveserefetuada
precocementenavidado bezerro.E recomendadoqueosbezerrosemfase
de amamentaçãosejamcastradoscomumaa quatrosemanasde idade.Os
bezerrosquenãorecebemamamentaçãomaternaprovavelmentedevemser
castrados3 a 4 semanasmaistardedevidoaoseuin(cionutricionalmaisva-
garosoe suacondiçãoinferior.Algumasvezestorna-senecessárioaguardar
por maistempoparadeterminadobezerro.Seráaguardadoo desmamede
algunsbezerrosantesquesejamcastrados,casoestejasendorealizadooexa-
medaprogêniequantoaoganhodepeso.
AnestesiaePreparaçãoCirúrgica
Esteprocedimentoé realizadorapidamentesemanestesiaoupreparação
dapele.A ausênciaaparentedeatençãoemrelaçãoaosprincípioscirúrgicos
normaisbaseia-seno fatoreconômico,naconveniência,enassituaçõeses-
peciaissob asquaisa cirurgiaé efetuada.Na defesadaprática,o procedi-
mentopodeserfeito rapidamentee deve-sepreveniro contatodasmãos
contaminadascomostecidosexpostosqueaindapermanecerãonobezerro.
InstrumentalAdicional
Esteprocedimentorequeremasculadores.
TécnicaCirúrgica
O escrotoé agarradoeumaincisãohorizontalé feitaatravésdapelee da
fásciana partemaislargado escroto(junçãodos terçosmediale distal).
O segmentodistalcompletodoescrotoéseccionadotransversalmente(Figu-
ra 14~1A),e a túnicavaginalcomumé deixadaintacta.Faz-setraçãosobre
os testfculose a peleé puxadaemdireçãoproximaldemodoquea fáscia
separe-sedoscordõesespermáticosinclusosnatúnicacomum(Figura14-1B).
Cirurgia UrogenitllldoBovinoI 263
As mãosdocirurgiãonãodevemtocarasregiõesproximaisdoscordõeses-
permáticos.
Oscordõesespermáticossãoemasculados(os(tiodeemasculaçãoencon-
tra-seilustradonaFigura14-1BL E importantequeosemasculadoressejam
puxadosnadireçãoproximalequeatensãosobreo cordãorelaxeduran-
teaexecuçãodaemasculação(Figura14-1C).Apósaretiradadosemascula-
dores,qualquertecidoadiposoexcedenteéremovido(Figura14-1D).A in-
cisãopoderáserpulverizadacomqualquerpóantibacterianotópicoe,com
prudência,opótambémpoderásercolocadonointeriordaincisão.
CondutaPós- Operatória
A imunizaçãoconcomitanteparao carbúnculosintomáticoouo edema
malignoé aconselhada.Umaimunizaçãopréviaéprefer(velmasnãoéprá-
ticaamiúde.Deve-semanterosbezerrossobobservaçãoduranteaproxima-
damente24horasquantoàhemorragia.A exercitaçãodosbezerrosémuito
importanteapósacastração.A infecçãopodeocorrer5a 15diasapósacas-
tração.Freqüentementeocorrealémdoper(odoemquenormalmentesees-
peraa infecção.A infecçãomuitasvezestomaaformadecelulitegrave,de-
vendosertratadacomdrenagemeantibióticos.
264I Cirul"KillUrogellitaldo Bovino
~
' '\ \,
Cordãoespermãtico~\
(aindacontido no
interior da túnica
vaginal)
pacbfI
14-lD
~
Fig. 14-1.Castraçãodebezerros.
Cirurgia UrogC'llitaldo Bori/lOI 265
A uretrostomiaé comumenterealizadanosboisdevidoà obstruçãopor
cálculosuretrais.A ocorrênciadeobstruçãouretralnosboisemoposiçãoaos
tourosé influenciadapelodiâmetrorelativamentemenordesuauretra.As
obstruçõespodemaconteceremqualquerlocal,masa localizaçãomaisco-
mumé próximaà flexurasigmóidedistaldo pênisadjacenteàs inserções
dosmúsculosretratores.
A composiçãoqu(micadoscálculosuretraisvariarádependendodadieta
doboi.Oscálculosdesilicato,quesãoásperosecompactos,ocorremnosbois
que pastamrestolhose pastagensconstitu(dasprimordialmentepor gramí-
neas.1Cálculosdefosfatoquesãomacios,suavese freqüentementemúlti-
plos,sãomaiscomunsnosboisalimentadoscomrações.2
O fracassoemliberarauretraobstru(daresultaemmorteporuremia,de-
vidoà rupturadabexigaurináriaou dauretra,como aparecimentodecelu-
lite, septicemia,e morte.A técnicaa seguiré geralmenteconsideradaum
procedimentoselvagempararemovera urina.E normalmenterealizadapara
"ganhartempo"atéqueo animalestejasuficientementeestabilizadopara
permitiro abate.
AnestesiaePreparaçãoCirúrgica
Este procedimentocirúrgicoé efetuadosob anestesiaepiduralcaudal
com o animalempéou imobilizadoemdecúbitodorsal.Algumasvezeso
cloridratodexilazina(Rompun)éusadoparaa sedação.O posicionamento
do animalparaa cirurgiaé determinadopelocirurgião.O animalpoderá
estaremdecúbitodorsalcomas pernasamarradasnadireçãocraniale o
cirurgiãoajoelhadoatrásdo animal(Figura14-2A).Estemétodopoderá
produzirumapressãoadicionalindesejável,sobumabexigaurináriajá dis-
tendida.Paraoperar,épreferívelqueosboise ostourosgrandesestejamem
pé.Quandoo animalencontra-seposicionado,o localcirúrgicoé tosadoe
preparadoparaacirurgiademodorotineiro.
A uretrostomianosboise nostourospoderáserrealizadaemdiversos
locais.Se for feitabemventralao ânus,naalturadoassoalhodapelve(ure-
trostomiasuperior),haverádoremqueimaçãoaourinarefaltadebrilhona
regiãoentreaspatastraseiras,acimadoúbereeabaixodoânuse dosaspec-
tosmediaisdosmembros;geralmenteoanimalserápenalizadonomercado,
ganhandoumvalormaisbaixopeloseuabate.O outrolocaldauretrosto-
mialocaliza-sena regiâ'odaflexuradistardaflexurasigmóidedopênis(ure-
trostomiainferior).A vantagemda incisãoinferior,queiremosdescrever,é
queo pênispoderáserdirecionadoparaquea urinasejaforçadaemdireção
à cauda,longedosaspectosmediaisdosmembros,reduzindoo danoprove-
nientedaqueimaduradaurina.Acrescenta-seo fatoquea incisãonestare-
giãoprovavelmenteiráexporoscálculos,já queelescomumentealojam-se
nestaregião.
Pode-serealizarumauretrostomiabaixacranialao escrotoou no rema-
nescentedoescroto.
266/ CirurKia UroKolita! do BoL'illo
14-2A
14-2C
Fig. 14-2.Uretrostomia.
14-2B
Suturasna
uretra
Cirurgia Urogenita/do Bovino/ 267
InstrumentalAdicional
Esteprocedimentorequercatéterurinário.
TécnicaCirúrgica
O pênisépalpadonadireçãoimediatamentecaudalaoremanescentedo
escroto.O remanescenteesc.rotaléagarradoeesticadonadireçãocranjal,e
a flexuradistaldaflexurasigm6ideélocalizada.Umaincisãodapelede10
cméfeitasobrealinhamedianadiretamenteacimadopênis(Figura14-2A,B).
Faz-seentãoumadissecçãorombaparalocalizá-Io.Geralmenteelees-
tá maisaprofundadodo queseriaesperado,sendoumaestruturafibrosa
firmecomespessurapróximaàdodedoindicador.Ourantea dissecção,o
cirurgiãoencontra.tecidoadipososubcutâneoe diversascamadasdetecido
elásticocircundandoOpênis.Comoatração,umaporçãodopêniséevidencia-
daatravésdaincisãodapele(Figura14-2C).Osmúsculosretratoresdopê-
nisdevemserevidenciadospoissãodiretrizesúteisparaalocalizaçãodasu-
perfícieventraldopênis.Deve-setomarcuidadoparanãotorceropenise
nãoperdero relacionamentodosmúsculosretratoresedasupertrcieventral.
Nesteestágio,serápossívelpalparoscálculosdauretra.
Nestemomentoexistemdiversasopções,dependendodagravidadedain-
flamaçãodauretraedostecidoscircundantes.Seainflamaçãodestasestru-
turasformínimaeoscálculospuderemserlocalizados,umapequenainci-
sãoseráfeitadiretamenteacimadoscálculo(s)sobreo aspectoventraldo
pênis(Figura14-20).O cálculoéentãoretirado.Antesdofechamentoda
uretra,umcatéterdeveserinseridonauretra;tantonadireçãoproximal
comodistal,paraprocuraroutraspedraseassegurarsuapatência.A.'uretra
poderásersuturadasenãohouvernecroseuretral.Umcatéterpoderáser
colocadonauretraparadiminuira formaçãodeestreitamentoduranteo
fechamento.Sãoinseridassuturasinterrompidassimplesousuturascontí-
nuassimplesdematerialdesuturaabsorvível.Assuturasprecisamirabaixo,
masnãodevematravessaramucosauretral.Opênisérecolocadonasuapo-
siçãonormaleo terçodorsalnaincisãodepeleéfechado(Figura14-2E).
O restantedaincisãopoderáserdeixadoabertoparacicatrizarporsegunda
intenção.
SehouvernecrosedaJU"etraousehouverdúvidasquantoàcapacidadeda
uretramanterassuturas,deixa-seauretraeasincisõesdapelecicatrizarem
porsegundaintenção.
Seexistirlesãoextensanopênisenostecidoscircundantescomruptura
dauretra,atransecçãoearetiradadopênissãoefetuadas.Opênisédisseca-
docuidadosamentedesdeasartériasdorsaiseveiasdopênis,sendoseccio-
nadotransversalmenteparadeixarumcotoproximalde8a12cm(Figura
14-2F).Na percepçãodocirurgião,asartériaseveiasaparecemventralmen-
teemrelaçãoaocotoexpostodopênis.Essesvasossãoligados(algunsci-
rurgiõesnãoconsideramnecessárioesteprocedimento).~umerrocomum
isolarumaporçãoinsuficientedocotopenianoantesdeinstalá-Iosobrea
pele.Ocotodevetercomprimentosuficienteparaquequandoforsuturado
juntoâpelenãoocorradobramentodepeleparadentrodevidoàtensãoex-
cessiva.O cotodopênisexpostoé direcionadocaudaleventralmentesen-
doapoiadoatéapeleporduassuturas.Assuturasdevematravessarapele,a
túnicaalbugíneaeo corpocavernosodopênis.Toma-secuidadoparaasse-
268I Cirurgia Urogellitaldo BoL'Íno
Incisões
Cirurgia Urogellitaldo BoL"ÍlloI 269
gurarquea luz uretralnãosejacomprometida.O coto do pênisnão deveser
dobrado porque isto podeacarretarumaobstruçãouretraliatrogênica.A u-
retra naterminaçãodo coto penianoé fendidae suasbordassuturadasatéo
aspectolateraldo pênis (Figura 14-2G).Estapartedatécnicanãoéhabitual-menteexecutadapor todososcirurgiões.Em determinadassituações,entre-
tanto, a mesmaminimizaráa formaçãodeestenoses.
Nos animaiscom obstruçãouretraljuntamentecom sinaisde edemasub-
cutâneo e celulite, a rupturauretralusualmentejá ocorreu. O acúmulode
urina nos tecidosacarretauma respostainflamatóriaviolenta que resultará
no esfacelamentoda pele do abdomeventral.Para facilitar a drenagem,o
cirurgião faz diversasincisõeslongitudinaisnítidas lateralmenteao prepúcio
com bisturi, tomandocautelaparaevitar asveias abdominaissubcutâneas
(Figura 14-2G).Este procedimentoauxilia a resoluçãodo processoinfla-
matório.
CondutaPós-Operatória
A não ser queo animalsejadestinadoao abateimediato,antibióticosde-
vemseradministrados.Outrasmedidasdeapoio,comolíquidos intravenosos,
diuréticose tratamentogeralparachoque,tambémpodemserindicados.O
animal deveser levadopara o abateassimque se julgar que suacarcaçaé
aceitável.
Refer~ncias
1. Blood,D.C.,Henderson,J.A., andRadostits,O.M.:VeterinaryMedicine.5thEd.
Philadelphia.Lea& Febiger,1980.
2. Walker,D.F.:Penilesurgeryinthebovine,PartI. Mod.VetoPract.,60:839,1979.
270/ Cirurgia Urogenitaldo Bovino
ma
o defeitoessencialdo hematomadopênis("pênisquebrado")é a ruptu-
radatúnicaalbugíneado pênis.A rupturaaconteceemlocalprevisívelso-
breo aspectodorsaldadobrádistaldaflexurasigmóideemfrenteà inser-
çãodosmúsculosretratoresdo pênis.3O tamanhododefeitonatúnicaal-
bugíneavariaeprovavelmenterelaciona-secomapressãosanguíneanointe-
rior do corpocavernosodopênisduranteo momentoderuptura.A quanti-
dadede sangueextravasadoprovavelmenteestárelacionadacomaduração
dotempodeereçãoquesemantémpreservadaapósa injúria.
O tratamentodo hematoma,secirúrgicoouconservador,écontroverso.
Geralmente,a decisãodecirurgiabaseia-seno tamanhodo hematomaena
duraçãode tempodecorridaentreo acidentee o tratamento.Muitospa-
cientesresponderãosatisfatoriamenteao tratamentoconservador,e o nú-
merodepacientestratadoscirurgicamentenosdiasdehojeémuitomenor
quenosanosanteriores.Acredita-sequequantomaioro hematoma,maisas
camadasfasciaisperipenianasserãoinjuriadasoucomprometidas(istopode-
ráseróbvionacirurgia),conseqüentemente,haverámaiorriscodeaderên-
ciasou deformaçãodeaderências.Comumhematomagrande,a regiãode
inserçãodosmúsculosretratoresdopênistambémestarácomprometida;se
a palpaçãorevelarumenvolvimentodestaamplitude,o tratamentocirúrgi-
coseráconsideradonecessário.A interferênciamecânicacomaextrusãope-
nianapoderáserumproblemacomumhematomagrande.
O tempoidealparacirurgiaseráprovavelmente1horaapósainjúria.Acre-
dita-sequeo sangramentocessarapidamenteapóso relaxamentodopênis;
portanto,nãoé necessárioaguardarpelachamadaorganizaçãodohematoma.
Após7 a 10dias,haverágranulaçãoextensae o incrementodefibrosenas
regiõesperipenianas,o quetornaráacirurgiadifícil. Emboraaorganização
do tecidofibrosopoderátornara cirurgiarelativamentemaisfácilapós25
diasquandocomparadoaos10a 25dias,mesmoassimadificuldadeainda
poderáseresperada.
Anestesiae PreparaçãoCirúrgica
A cirurgiaé realizadacomo animalsobsedativoscomhidratodeclaral
sendoimobilizadoemdecúbitolateral;a infiltraçãolocal(bloqueiolinear)é
utilizadano localcirúrgico(Figura14-3A).A áreaé raspadaepreparadaci-
rurgicamenteantesdaadministraçãodobloqueio.
TécnicaCirúrgica
Uma incisãoda pelecomaproximadamente13cmdecomprimentoé
feitanadireçãocranialeventralsobreapartemaisprotuberantedoedema,
e continuaatravésdostecidossubcutâneosatéo interiordo hematoma.
Ciruf/.:illUroW!llitllldo Borillo / 271
Deve-setomarcuidadoparanãocortaro interiordo pênis,jáqueelepode
serdesviadodo hematomae ficarmaispróximodapeledoqueo habitual.
Precauçãotambémé tomadaparaimpedirqualquerlesãoadicionaldosner-
vosdorsaisdo pênis.Oscoágulosdohematomasãoretiradosmanualmente
(Figura14-3C).Nos casosagudos,a feridana túnicaalbugíneaseráfacil-
menteidentificada.Entretanto,seocorrerdeposiçãodefibroseeformação
de tecido de granulação,umadissecçãocuidadosaatravésdas camadas
fasciaisquecircundamo pênispoderásernecessáriaparalocalizara fenda
da túnica (Figura 14-30). Nesteestágio,qualqueraderênciaperipeniana
precisaráserrompida.O pênisé agarradofirmementenadireçãodistalem
relaçãoaodefeitodatúnica,etodasasaderénciasperipenianassãodesfeitas
(Figura14-3E).Coma rotaçãomanualdopênis,osmúsculosretratoresdo
mesmopoderãoseridentificadosequalqueraderêncianessaregiãotambém
seráremovida.Um assistentepegaráo pênisatravésdo prepúcio,extruin-
do-odemodoqueo cirurgiãoverifiqueo impulsolivredo pênise localize
qualqueroutraaderência.
As bordasda lesãonatúnicaalbugfneasãodebridadase suturadascom
suturasinterrompidassimplesdecategutenQ2 ounQ3 oupolyglactin910
(Vicryl)nQ2 (Figura14-3F).Emboraacicatrizaçãoporsegundaintençãoe
a uniãofibrosado defeitopossamseresperadassemasutura,é presumivel-
mentepreferívelsuturaro defeitoporquepoder-se-ãoformarderivações
vascularesentreo corpocavernosodo pênise osvasosdorsais.4Emboraa
ruptura,seocorrer,provavelmenterecidivaráno mesmolocal,1,3questio-
na-sesea suturado defeitorealmentereduziráaschancesderecidiva.As
camadasfasciaisdo pênisnãosãosuturadasporqueacredita-sequeasutura
destascamadaspromoveráaderências.A peleé fechadacomsuturasverti-
caisdecolchoeirodematerialinabsorvível(Figura14-3G).
Quandoa inflamaçãoprepucial,edema,ouprolapsoestãopresentesees-
pera-seproblemascoma retraçãomanualdopênisapósaoperação,umasu-
tura com fita umbilicalé colocadaatravésdo aspectodorsaldo pênise
amarrada.Deve-seter cuidadoparagarantirquea fita nãopasseatravésda
uretra.Estafitafacilitaa manipulaçãopós-operatóriadopênis.
CondutaPós-Operatória
A penicilinaé administradapós-operatoriamenteparareduzirapossibili-
dadede formaçãodeabscessoapósa lesão.Sehouverapresençadeedema
extensodo prepúcioeledeveserreduzidopor compressasquenteseatadu-
ras;diuréticostambémpoderãoserapropriados.Seoedemacausouprolapso
prepucial,umapomadadeveseraplicadanamucosaexposta.O pénisé es-
tendidodiariamentedurante10dias.Sea fitaumbilicalforusadaparaeste
objetivo,deve-setercautelaparaquenãosejaaplicadatensãoindevidaso-
breafitaouelapoderáserarrancadadopênis.O touronãodeveterativida-
desexualdurante6 meses.A drenagemdeumseromano localcirúrgicopo-
deráserimprescindível,masqualquerdesenvolvimentodeseromageralmen-
teseráreabsorvidoespontaneamente.
Geralmente,o prognósticonãoé tão bomcoma cirurgiacomoseriano
tratamentoconservador,istosedeveaofatoqueoscasosmaisgravesé que
sãoselecionadosparaacirurgia.Hematomaspoderãoocorrerperiodicamen-
te quandoo tourovoltarao trabalho.Nestecaso,os hematomasprecoces
272I Cirurgia Urogenitaldo Bovino
14-3A
Escroto
14-3B S(tiodohematoma
777JcG f'"o
~
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)
'\1
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14-3C
Fig.. 14-3. Evacuaça'ode hematomado pênis bovino.
Cirurgia Urogenitaldo Bovino/ 273
estarãoprovavelmenteassociadoscom a liberaçãodeaderênciasnaregião
do localde rupturaoriginal;aquelesquesurgemtardiamentepoderãoestar
associadoscomumnovotraumatismonãorelacionadoà rupturaoriginal.O
traumatismodosnervosdorsaisdo pênispoderáacarretarfalhanaejacula-
çãoe/oucópula,masa recuperaçãotemsido conservadaaté18mesesde-
pois.1A formaçãodetrombosnocorpocavernosoea formaçãodederiva-
çõesvascularestêmsidoascausasindicadasdanãoereçãoapósa operação.3
Contudo,estesproblemastambémocorremapósumtratamentoconservador.
Referências
1. Aanes,W.A.1980:personalcommunication.
2. Pearson,H.:Surgeryof themalegenitaltractincattle:A reviewof 121cases.Veto
Rec.,91:498,1972.
3. Walker,D.F., andVaughan,J.T.: BovineandEquineUrogenitalSurgery.Philadel-
phia,Lea& Febiger,1980.
4. Young,S. L.,Hudson,R.S.,andWalker,D.F.:Impotenceinbullsduetovascular
shuntsinthecorpuscavernosumpenis.J. Am.VetoMed.Assoc.171:643,1977.
274/ Cirurgia Urogl'l/italdo Boi'il/o
14-3F
14-3E
Fita umbilical
14-3H
Cirurgia Urogenilaldo Bovino / 275
AmputaçãoPrepucial(Circuncisão)
no Touro
A amputaçãoprepucial(circuncisão)é indicadanoscasosescolhidosde
prolapsoprepucialcomfibrosee ulceraçãodoprepúcio.As raçasafetadas
commaiorfreqüênciasãoa raça80S indicus(Brahmane SantaGertrudes)
e asraçasdescornadas80Staurus'(notavelmenteAngusePolledHerefort).2
As duasrazõesadvogadasparaasdiferençasraciaissãoabainhapendular,1
e a ausênciademúsculosretratoresdo prepúcionas raçasdescornadas.1,3
Temsidosugeridoquea protrusãodo revestimentoprepucialparietalsegui-
da de um traumaou de outrasirritaçõesproduzalteraçõesinflamatórias
quedefinitivamenteprevinema retraçãodo prepúcio.1O tratamentocon-
servadorpoderáter sucesso,maso prolapsomuitasvezesvoltaa ocorrer
periodicamentee eventualmenteprecedeum prolapsocrônicoqueexigi-
rá tratamentocirúrgico.A circuncisãoprofiláticatambémé praticadaem
algumasregiões.
AnestesiaePreparaçãoCirúrgica
O tratamentoconservadoranteriorà cirurgiaé geralmenteindispensável
parareduziro edemae melhorara condiçãodotecido.Antesdacirurgia,a
fibrosee o edemasãoreduzidosaumnrvelmínimo,diminuindoo riscode
infecçãopós-operatóriae o fracasso.A alimentaçãoé suspensadotouro24
horasantesdacirurgia.A cirurgiaé realizadacomo touroposicionadoem
decúbitolateraldireitosubmetidoa umaanestesiageraloucombinaçãode
sedaçãodehidratodecloralcomanalgesialocal.A regiãocirúrgicaé prepa-
radaparacirurgiaassépticadaformahabitual.
TécnicaCirúrgica
A porçãoprolapsadado prepúcioa serressecadaé estendidacoma mão
esquerda,cujo dedoindicadorposiciona-seno interiordoprerllkio(alinha
de amputaçãoestáindicadanaFigura144A). Notequaa'linhadeamputa,.
ção é oblíquaao invésde transversademodoqueo orifício resultanteé
oval e nãocircular.Estaprecauçãoreduzo perigodedesenvolvimentode
fimosedurantea cicatrização.Uma fileirade suturashorizontaisdecol-
choeirodepolyglactin910(Vicryl) nQ 2 é colocadaaoredordoprolapso
numalocalizaçãoimediatamenteproximalà linhapropostadeamputação
(Figuras14-4A,B).As suturassãocolocadasdetalformaquecadaumaso-
brepõea outraao redordetodaacircunferênciaeelaspassamdamembra-
na prepucialexpostacompletamenteatravésdacavidadeprepuciale atrás
deambasascamadasdoprepúcio(Figura144B).Estassuturassãoamarra-
dasfirmementee o prepúcioé amputadonumadireçãodistalemrelaçãoã
linhadesutura(Figura144C). Entãoasbordasprepuciaissãoapostascom
umpadrãodesuturacontínuasimplesusandoVicryl O(Figura14-40).
E convenientequeo cirurgiãorealizeesteprecedimentosobreumameta-
dedo prepúciodecadavez.A amputaçãoconduída(circuncisão)estáilus-
tradanaFigura14-4E.
276/ CirurgiaUrogenitaldoBovino
14-4A
Caudal
Amputaça'odistal
à linhadesutura
-~
~~..:~
\" -_o
~\~
~~
')))'-~~
I)))}~~
14-4B
Aposiçã'odasbordasprepuciais
~ Suturasde
colchoeiro
14-4D
14-4C
Fig. 14-4.Amputaça'oprepucial(circuncisão)notouro.
Cirurgia Urogenitaldo BovinoI 277

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