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EmprEEndEdorismo Professor Esp. Heider Jeferson Gonçalves Diretor Geral Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino e Pós-graduação Daniel de Lima Diretor Administrativo Eduardo Santini Coordenador NEAD - Núcleo de Educação a Distância Jorge Van Dal Coordenador do Núcleo de Pesquisa Victor Biazon Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Projeto Gráfico e Editoração Douglas Crivelli Revisão Textual Leandro Vieira Web Designer Thiago Azenha FATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 4 BR-376 , km 102, Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR (44) 3045 9898 www.fatecie.edu.br FICHA CATALOGRÁFICA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. Empreendedorismo Heider Jeferson Gonçalves Paranavaí - PR.: Fatecie, 2016. 185 p. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Zineide Pereira da Silva. As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Freepik.com Atribuições: Designed by katemangostar / Freepik Designed by snowing / Freepik Designed by Asierromero / Freepik Designed by Yanalya / Freepik Designed by jannoon028 / Freepik Designed by Jcomp / Freepik Designed by Creativeart / Freepik Designed by snowing / Freepik pALAVrA dA dirEÇÃo Prezado Acadêmico(a), É com muita satisfação que inauguramos um novo mundo de oportunidades e expansão de nossa instituição que estrapolam os limites físicos e permite por meio da tecnolgias digitais que o processo ensino educação ocorra de formas ainda mais dinâmicas e em consonância com o estilo de vida da sociedade contemporânea. Empregamos agora no Ensino a Distância toda a dedicação e recursos para oferecer a você a mesma qualidade e excelência que virou a marca de nosso grupo educanional ao longo de nossa história. Queremos lembrar a você querido aluno, que a Faculdade Fatecie nasceu do sonho de um grupo de professores em contribuir com a sociedade por meio da educação. Motivados pelo desafio de empreender, tornaram o sonho realidade com a autorização da faculdade fatecie no ano de 2007. Desde o princípio a fatecie parte da crença no sonho coletivo de construção de uma sociedade mais democrática e com oportunidades para todos, onde a educação prepara para a cidadania de qualidade. Toda dedicação que a comunidade acadêmica teve ao longo de nossa história foi reconhecido ao conquistarmos por duas vezes consecutivas o título de Faculdade Número 1 do Paraná. Um feito inédito para paranavaí e toda região noroeste. No ranking, divulgado pelo mec em 2014 e 2015, a Fatecie foi destaque como a faculdade melhor avaliada em todo o estado. Posição veiculada em nível nacional pela Revista Exame e Folha de São paulo, apontando a Fatecie como a 1ª colocada no Paraná. Essas e outras conquistas que obtivemos ao longo dos nossos 10 anos de história tem como base a proposta global da faculdade fatecie, que consiste em criar um ambiente voltado para uma abordagem multidisciplinar, crítica e reflexiva, onde se desenvolvem as atividades ensino, pesquisa e extensão. Para isso, a Fatecie conta com um corpo docente composto, em sua maioria, por professores com mestrado e doutorado e com ampla experiência profissional nas mais diversas áreas do mercado e da educação. Seja bem-vindo! Direção Faculdade Fatecie A U T o r Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Especialista em Gestão de Políticas Públicas pelo Instituto ESAP / Faculdades Iguaçú e em Gestão Ambiental para Mu- nicípios pela UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Graduado em Administração e em Ciências Contábeis. Professor Universitário a mais de oito anos, atuando nos cur- sos de Tecnologia em Processos Gerenciais, Administração, Tecnologia em Marketing, Gestão Ambiental, Tecnologia em Logística e Gestão Pública. Atua como consultor empresarial com foco em estratégias de Marketing, Empreendedorismo e Gestão de Pessoas. Atualmente é Coordenador da FATECIE START, Incubadora Tecnológica de empresas e negócios inovadores da Faculda- de de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná – FATECIE, promovendo o empreendedorismo e a inovação. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7038635031377474 AprEsEnTAÇÃo O mundo atualmente tem passado por várias transformações, onde as inovações mudaram o estilo de vida das pessoas. Por trás dessas inovações existem pessoas, ou equipes, com características especiais. São pessoas visionárias, que questionam, arriscam, querem algo diferente. São os chamados empreendedores. Os empreendedores têm essas características, são diferenciados, possuem motivação, gostam do que fazem, querem ser reconhecidos. Embora existam empreendedores em todas as áreas da ação humana, em seu sentido restrito o conceito refere-se às pessoas que criam empresas - organizações pessoas criativas que colocam em prática suas habilidades no mundo dos negócios. O espírito empreendedor envolve emoção, paixão, impulso, inovação, risco e intuição. Mas deve também reservar um amplo espaço para a racionalidade. Saber localizar metas e objetivos globais e localizar os meios adequados para se “chegar lá”, da melhor maneira possível. Isso significa estratégia. Acredita-se que o empreendedorismo mudará a forma de se fazer negócios no mundo. Em razão do grande avanço tecnológico, o empreendedorismo ganhou ainda mais força, e faz com que empresários adotem paradigmas diferentes. A chamada nova economia, a era da internet, mostrou que boas ideias inovadoras, bom planejamento, estratégia, conhecimento, equipe competente e motivada são importantes para gerar negócios grandiosos e empreendimentos revolucionários. INDICAÇÃO DE SITES: www.josedornelas.com.br www.dolabela.com.br www.endeavor.org.br www.sebrae.com.br www.redeincubar.org.br www.planodenegocios.com.br www.seusnegocios.com.br www.geranegocio.com.br sUmÁrio CAPÍTULO 1 07 Empreendedorismo: Uma visão geral, definições e histórico CAPÍTULO 2 14 O espírito empreendedor e o Empreendedorismo adquirido CAPÍTULO 3 21 As características do empreendedor e os tipos de empreendedores CAPÍTULO 4 35 Principais técnicas e ferramentas para Empreender CAPÍTULO 5 47 Planos de Negócios: uma visão geral. O que é e para que serve? CAPÍTULO 6 56 Conhecendo a Estrutura do Plano de Negócios CAPÍTULO 7 63 A importância da Pesquisa de Mercado e do Planejamento Financeiro CAPÍTULO 8 73 Desenvolvendo um Plano de Negócios na Prática PÁGINA 7 CAPÍTULO 1 EmprEEndEdorismo: UmA VisÃo gErAL, dEfiniÇõEs E hisTórico Uma questão que perturba muitas pessoas que querem prosperar na carreira e na vida é: “abrir ou não seu próprio negócio?”. Abrir mão da carteira assinada para tocar a própria empresa é uma opção feita por milhares de trabalhadores a cada ano. Isso pode gerar muitos empreendedores de sucesso ou uma legião de desempregados. Esse resultado depende de muitos fatores. Há 20 anos a criação de um negócio próprio por jovens recém formados era considerado uma loucura, mesmo porque as universidades formavam profissionais para dirigir uma grande empresa e não para criar empresas. Mudar essa visão levou algum tempo para redirecionar ações e repensar conceitos. Atualmente, o empreendedorismo já tem sido centro das políticas na maioria dos países e existem muitas ações relacionadas com o empreendedorismo e inovações tecnológicas como, por exemplo, programas de incubação de empresas e parques tecnológicos, programas e incentivos governamentais para promover a inovação e transferência de tecnologia, entre outros. A idéia de um espírito empreendedor estáde fato associada a pessoas realizadoras, que mobilizam recursos e correm riscos para iniciar organizações de negócios. A pessoa que assume o risco de começar uma empresa é um empreendedor. Empreendedor do latim imprendere, que significa “decidir realizar tarefa difícil e laboriosa” (dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2001), “colocar em execução” (Dicionário Aurélio, 1975). Tem o mesmo significado da palavra francesa entrepreneur, que deu origem à inglesa entrepreneurship (comportamento do empreendedor). Segundo Dornelas (2008) “o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, e antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização”, já para Chiavenato (2004) “o empreendedor é a pessoa que inicia ou opera um negócio para realizar uma idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente”. Schumpeter (citado por CHIAVENATO, 2004) amplia o conceito dizendo que “o empreendedor é a pessoa que destrói a ordem econômica existente PÁGINA 8 graças à introdução no mercado de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de gestão ou pela exploração de novos recursos, materiais e tecnologias”. E de acordo com Dolabela (2006) “O empreendedor é um insatisfeito que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros. É alguém que prefere seguir caminhos não percorridos, que define a partir do indefinido, acredita que seus atos podem gerar conseqüências. Em suma, alguém que acredita que pode alterar o mundo. É protagonista e autor de sim mesmo e, principalmente, da comunidade em que vive”. Revolucionário. Aquele que cria novos mercados, ou seja, algo único. O empreendedor é aquele que cria negócios, que inova dentro da empresa já construída, que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ele, assumindo riscos calculados. Como afirmou Joseph Schumpeter (1949), que o “empreendedor” destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. E o Empreendedorismo o que é? Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de idéias em oportunidades. Segundo Timmons (citado por DOLABELA, 2006), “o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução industrial foi para o século 20”, ao comparar com a revolução industrial, a grande responsável por radicais mudanças no século 20, demonstra o grau de importância para a sociedade do tema empreendedorismo. Uma outra definição interessante é a de Schumpeter (citado por FILION,1999) onde expõe que “empreendedorismo está na percepção e aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios ... sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações.” Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -SEBRAE (2009) o empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas. A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, apesar das dificuldades. PÁGINA 9 Empreendedor ou Administrador? Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter sucesso, mas nem todo administrador é um bom empreendedor. O trabalho do administrador seria o ato de planejar, organizar, dirigir e controlar (PODC). As demandas especificam o que deve ser feito e restrições são os fatores internos e externos da organização que limitam o que o responsável pelo trabalho administrativo pode fazer. Segundo Hampton (1991), os administradores se diferem por ocupar um nível na hierarquia, que define como os processos administrativos são alcançados, e o conhecimento que tem no geral da empresa. O trabalho administrativo pode ser identificado como de supervisão, médio e alto. Os supervisores tratam de operações de uma unidade específica, como uma seção ou departamento. Os Administradores médios ficam entre os mais baixos e os mais altos níveis da hierarquia em uma organização. Já os administradores de alto nível são aqueles que têm a mais alta responsabilidade e a mais abrangente rede de interações. Lembremos que o empreendedor tem algo a mais: características e atitudes que o diferenciam do administrador tradicional, e que para ter sucesso ele possui características extras, além do atributo do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa dando uma idéia, surgindo uma inovação, e desta, uma nova empresa. Os empreendedores de sucesso são visionários, sabem tomar decisões, são indivíduos que fazem a diferença, sabem explorar ao máximo as oportunidades, são determinados e dinâmicos, dedicados, otimistas, independentes, ficam ricos, são líderes, organizados, sabem planejar, possuem conhecimento, assumem riscos e criam valor para a sociedade. PÁGINA 10 Empreendedorismo: Breve histórico Ao que se sabe, a palavra “empreendedor” surgiu na França, com significado de: aquele que assume riscos e começa algo novo. A utilização do termo “empreendedorismo” é atribuído a Richard Cantillon (1755) e a Jean-Baptiste Say (1800). Ambos definiam os empreendedores como pessoas que correm riscos porque investem o seu próprio dinheiro em empreendimentos. O primeiro uso do termo empreendedorismo foi por Marco Pólo, que assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro que hoje é mais conhecido como capitalista, para vender as mercadorias deste. Na idade média, o termo foi definido para aqueles que gerenciavam grandes projetos de produção, que não assumiam grandes riscos, apenas gerenciavam os projetos com os recursos disponíveis pelo governo do país. Já no século XVII o empreendedor estabeleceu um acordo contratual com o governo para realizar alguns serviços ou fornecer produtos. Por ter os preços prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era de responsabilidade do empreendedor. No século XVIII, com a industrialização que ocorria no mundo, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados. No final do século XIX e inicio do século XX, os empreendedores foram confundidos com os administradores, como aqueles que organizavam a empresa, pagavam os empregados, planejavam, dirigiam e controlavam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista. Mais tarde, em 1978, J. Schumpeter associa o empreendedorismo à inovação ao afirmar que “a essência do empreendorismo está na percepção e aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios; tem sempre que ver com a criação de uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados do seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações”. Schumpeter descreveu ainda o empreendedor como responsável por processos de “destruição criativa”, que resultavam na criação de novos métodos de produção, novos produtos e novos mercados. O conceito de risco foi introduzido por K. Knight (1967) e Peter Drucker (1970). Em 1985 com Pinchot foi introduzido o conceito de Intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora dentro da organização a que pertence. PÁGINA 11 O Empreendedorismo no Brasil O empreendedorismo no Brasil começou na década de 1990. Antes disso, o ambiente político e econômico do país não eram propícios. O SEBRAEé um dos órgãos nacionais mais conhecidos, que dá todo suporte que se precisa para iniciar uma empresa. O crescente movimento de franquias no Brasil também pode ser considerado um exemplo de desenvolvimento do empreendedorismo nacional. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), pesquisa que mede a capacidade empreendedora de vários paises, o Brasil é o sétimo colocado no ranking de nações mais empreendedoras do mundo, no país existem cerca de 15 milhões de empreendedores. É importante frisar que para o GEM o empreendedorismo é qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, qualquer que seja como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa, ou a expansão de um empreendimento que já existente, por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas. Estes dados, porém são muito criticados, já que não consideram o fato de a grande maioria das empresas fechar antes do primeiro ano de vida. E ainda, de acordo com o relatório apresentado pela GEM (Global Entrepreneurship Monitor), o Brasil apareceu como o país que apresenta melhor número de habitantes adultos que começam um novo negócio: um adulto em cada oito. No entanto, a criação de empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico. A partir do estudo anual do GEM, originaram-se duas definições de empreendedorismo: A primeira definição seria o empreendedorismo de oportunidade, onde o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, tem planejamentos, tem em mente o crescimento que quer buscar, visa lucro, geração de riqueza. Este está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico. A segunda definição seria o empreendedorismo de necessidade, caracterizado muitas vezes pela falta de opção do empreendedor, por estar desempregado e sem alternativas de trabalho. Estes negócios geralmente não são planejados e possuem poucas chances de se tornarem ativos no mercado, não gerando desenvolvimento econômico. Dornelas (2001) afirma que um dos grandes motivos do crescimento no número de empresas abertas no país se dá pelos altos índices de desemprego, onde o desempregado usa o valor de sua rescisão provinda de seus direitos trabalhistas, e sem informação e planejamento, se aventura no mercado, visando muitas vezes abrir não uma empresa, mas um “emprego” e acaba decretando falência em um período curto de existência. Assim o perfil da grande maioria dos empreendedores brasileiros consiste em pessoas sem muito grau de instrução, na maioria das vezes sem nenhuma PÁGINA 12 instrução a respeito de gestão ou empreendedorismo, o SEBRAE estima que apenas 5% buscam orientação, a grande maioria nem conhece o ramo de mercado que pretende atuar e nem o produto que se propõe a vender, jamais ouviu falar de “plano de negócios”, e nunca freqüentou uma universidade. Além disso, faltam políticas públicas direcionadas à consolidação do empreendedorismo no Brasil. Alguns Mitos sobre os empreendedores Os Empreendedores nascem feitos? Embora empreendedores nasçam com certa inteligência, vontade de criar e energia, sua formação depende da acumulação de habilidades relevantes, experiências, contatos, etc. Qualquer pessoa pode começar um negócio? Sim. A questão crucial é sobreviver e manter o negócio, prosperar. Empreendedores que entendem a diferença entre uma idéia e uma oportunidade e pensam grandes têm mais chances de ser bem-sucedidos. Dinheiro é o mais importante para começar o negócio? Com talento, gestão e dedicação, entre outras peças, o dinheiro aparecerá. Dinheiro é como o pincel e a tinta para um pintor - materiais que, nas mãos certas, produzem maravilhas. Empreendedores não têm chefe e são completamente independentes? Todo mundo é chefe do empreendedor: seus sócios, investidores, clientes, fornecedores, empregados, família, comunidade. Mas os empreendedores podem escolher as exigências que vão atender, e quando, suas prioridades. Empreendedores devem ser jovens e cheios de energia? Com certeza são qualidades que podem ajudar, mas idade não é barreira. O que é crítico é possuir o conhecimento relevante, experiência e contatos que facilitam reconhecer e agarrar uma oportunidade. Empreendedores trabalham mais do que executivos de grandes companhias? Depende de cada um, alguns trabalham mais, outros não. Empreendedores são pessoas isoladas e solitárias? Os empreendedores mais bem-sucedidos são líderes que constroem grandes equipes e ótimos relacionamentos com pares, diretores, investidores, clientes, fornecedores e outros. Empreendedores são jogadores? Empreendedores bem-sucedidos calculam muito bem os riscos. Eles tentam influenciar o jogo de probabilidades, freqüentemente atraindo outros para dividir os riscos com eles. Qualquer empreendedor com uma boa idéia pode atrair investimentos? PÁGINA 13 Nem sempre. Nos Estados Unidos, por exemplo, apenas entre 1 e 3 de cada 100 empreendedores com boas idéias conseguem atrair capitalistas e investidores. Empreendedores buscam os méritos só para eles? Privilegiar o próprio ego coloca um teto nas possibilidades de crescimento. Os melhores empreendedores geralmente sabem construir um time, uma organização, uma companhia, pois trabalham muito bem em equipe. Enfim, o Brasil sem dúvida é um país de empreendedores, de pequenas, médios e grandes empreendimentos, parece que é um talento nato do brasileiro. Porém, a vida de um empreendedor não é nada fácil. Abrir um empreendimento significa, para o trabalhador, a passagem para o outro lado da relação de trabalho. É preciso, pois, além de ter espírito empreendedor, preparar-se para trilhar esse novo caminho, que, embora difícil, pode ser compensador e resultar em sucesso pessoal e independência econômica. PÁGINA 14 CAPÍTULO o EspÍriTo EmprEEndEdor E o EmprEEndEdorismo AdQUirido 2 A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades, e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, diante das dificuldades. A idéia de um espírito empreendedor está associada a pessoas realizadoras, que mobilizam recursos e correm riscos para iniciar organizações e negócios de sucesso. Então os Empreendedores são natos, já nascem para o sucesso? Pelo contrário, empreendedores de sucesso acumulam habilidades, experiências e contatos com o passar dos anos. Como já foi questionada anteriormente, essa é uma pergunta recorrente: os Empreendedores já nascem feitos? Ou seja, com o tal espírito empreendedor? E a resposta é que, embora empreendedores nasçam com certa inteligência, vontade de criar e energia, ou até mesmo com uma certa tendência a correr riscos, inventividade ou com este “espírito” próprio, sua formação e seu sucesso depende muito da acumulação de habilidades relevantes, experiências, contatos, etc. O ato de empreender se manifesta na vontade e aptidão para realizar algo. O espírito empreendedor não escolhe credo, cor, ou raça. É ele um dos fatores essenciais para aumentar a riqueza do país e melhorar as condições de vida de seus cidadãos. Essa afirmação leva imediatamente a duas questões. A primeira: o que é espírito empreendedor? E a segunda: é possível ensinar uma pessoa a se tornar empreendedora? Até alguns anos atrás se acreditava que o empreendedor nascia com um diferencial e era predestinado ao sucesso dos negócios. Isto é um mito. Cada vez mais acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido. Os empreendedores natos existem sim, mas muitos outros podem ser capacitados para tal perfil. Por isso que o empreendedorismo pode ser adquirido, ou seja, estudado, transmitido e ensinado através de técnicas e métodos já comprovados.PÁGINA 15 Assim, podemos dizer que os objetivos do ensino do empreendedorismo são: • Identificação e entendimento das habilidades do empreendedor; • Identificação e análise de oportunidades; • Como ocorre a inovação e o processo empreendedor; • Importância do empreendedorismo no desenvolvimento econômico; • Como preparar e utilizar um plano de negócios; • Como identificar fontes e obter financiamento para o novo negócio; • Como gerenciar e fazer a empresa crescer. Assim como os objetivos do ensino do empreendedorismo, devemos destacar também as habilidades requeridas para um empreendedor. As habilidades requeridas para um empreendedor são: • Técnicas: Envolve saber escrever, ouvir as pessoas, captar informações, ter boa oratória, ser organizado, saber lidar e trabalhar em equipe. • Gerenciais: Criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações, e ser um bom negociador. • Pessoais: Ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário. Parece ser hoje em dia consensual que não se nasce empreendedor. Podemos, sim, herdar algumas características que certamente nos ajudarão nas nossas incursões pelo mundo dos negócios. É também certo que muitos empreendedores se revelam muito precocemente (durante a infância e juventude) destacando-se pela sua capacidade de liderança, competitividade, criatividade ou “jeito” para os pequenos negócios. Contudo, está ao alcance de qualquer um tornar-se empreendedor. Exige-se trabalho, força de vontade e um profundo conhecimento de si próprio. PÁGINA 16 O Processo Empreendedor O espírito empreendedor envolve emoção, paixão, impulso, inovação, risco e intuição. Mas deve também reservar um amplo espaço para a racionalidade. Saber localizar metas e objetivos globais e localizar os meios adequados para “chegar lá”, da melhor maneira possível. Isso significa estratégia. Uma pessoa empreendedora é capaz de identificar negócios e oportunidades. Tem capacidade e visão do ambiente de mercado, sendo altamente persuasivo com pessoas, colocando suas idéias e propondo o crescimento financeiro de seu produto. A pessoa precisa estar pronta para assumir os riscos do negócio e aprender com os erros cometidos, pois eles são presenciais na vida do empreendedor, porém cabe ao mesmo fazer dos erros, acertos futuros. Ele busca ser profundo conhecedor de seu produto/serviço, facilitando assim a explanação e crescimento de suas idéias. A pessoa tem que ser capaz de usar todas essas habilidades em favor de seu aperfeiçoamento empresarial. É preciso entender que para se iniciar um negócio próprio, temos que ter em mente as dificuldades iniciais, os trâmites legais, bem como as arquiteturas de mercado, pois de uma forma planejada e controlada, o empreendedor pode começar a trilhar seu caminho, desde que sabido os meios e devidamente conscientizado das obrigações pertinentes. Por exemplo: a pessoa deve saber ter consciência de onde abrir uma padaria ou uma lanchonete? Qual capital necessário? Quanto tempo terei meu capital de volta? e etc. PÁGINA 17 A conscientização do empreendedorismo consiste em mostrar à pessoa candidata o processo de conhecimento de capitalização para se ter o negócio previsto. A pessoa deve procurar formar uma cultura empreendedora primeiramente dentro dela, e de posse desta formação fazer uma auto-análise, despertando-a para a sua função de pessoa executora na transformação de conhecimento em riquezas para a sociedade, para comércio e principalmente para ele. Mas o que nos leva ao desejo de ter o próprio negócio e de se tornar empreendedor? Muita vezes, as pessoas motivadas pela ambição de ter dinheiro, condições para adquirir valiosos bens, melhores roupas, uma busca por melhores moradias e dar boas condições para si e para seus entes mais próximos, são estas as pessoas que sonham em ter seu próprio negócio e muitas delas acabam virando por questão de decisão de melhorias um empreendedor. Elas estão no “time” das pessoas que não gostam de ser mandadas, não gostam de ser “subordinadas”, pois a simples idéia destes paradigmas as deixam apavoradas. Outras pessoas buscam abrir seu próprio negócio por motivos que fogem a sua vontade, pois levados por situações opressoras, vêem como solução abrir seu negócio. Podemos citar situações que se encaixam neste tipo: empregados que saíram de empresas e com a soma do volume financeiro significativo que recebeu de anos como empregado, resolveu abrir seu negócio próprio. Existem até mesmo aqueles que deixam seu emprego por ter melhores rendimentos através do negócio próprio e viram nisto a grande possibilidade de crescimento financeiro e uma melhor forma de vida. Ainda neste aspecto há pessoas que herdaram algum negócio da família e sem a maior pretensão, se tornaram donas de grandes empresas e hoje despontam no mercado financeiro, apesar de não terem tido o trabalho de iniciar sua empreitada. A decisão de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso. Mas na verdade, essa decisão ocorre devido fatores externos, sociais e ambientais, e aptidões pessoais. A inovação é a semente do processo empreendedor. As inovações tecnológicas têm sido o diferencial do desenvolvimento econômico mundial. Segundo Dertouzos (1999), a inovação tecnológica possui quatro pilares: • Investimento de capital de risco; • Infra-estrutura de alta tecnologia; • Idéias criativas; • Cultura empreeendedora focada na paixão pelo negócio. Já o talento empreendedor resulta da percepção, direção, dedicação e muito trabalho. PÁGINA 18 Onde existe talento, há a oportunidade de crescer, diversificar e desenvolver novos negócios. Mas talento sem idéias é como uma semente sem água. Quando o talento é somado à tecnologia e as pessoas têm boas idéias viáveis, o processo empreendedor está na iminência de ocorrer. As fases do processo empreendedor são: • Identificar e avaliar oportunidades: é a parte mais difícil. O empreendedor precisa ter muita percepção para os negócios. Mas muitos dizem que isso ocorre por sorte. Outros dizem que sorte é o encontro da competência com a oportunidade. • Desenvolver o plano de negócios: pode ser a parte mais trabalhosa do ciclo. Ela dá forma a um documento que sintetiza toda a essência do negocio, a estratégia da empresa, seu mercado e competidores, como vão gerar receitas, etc. • Determinar e captar os recursos necessários: É conseqüência do que já foi feito e planejado no plano de negócios. A captação de recursos pode ser feita de diversas formas. Há alguns anos as únicas possibilidades de obter financiamento ou recursos no Brasil eram através de bancos ou economias pessoais ou de conhecidos. Hoje já é mais comum encontrar a figura do capitalista de risco que prefere arriscar em novos negócios a deixar todo seu dinheiro aplicado nos bancos. • Gerenciar a empresa criada: O estilo de gestão do empreendedor na prática, deve reconhecer suas limitações e saber recrutar uma excelente equipe de profissionais para ajudá-lo a gerir a empresa. Outra forma de analisar os aspectos críticos do processo empreendedor, segundo Timmons (1994), é pelos seguintes fatores: • Oportunidades: avaliação para que se tome a decisão de continuar ou não com o projeto. • Equipe empreendedora: os profissionais da equipe têm perfis complementares • Recursos: saber como e onde captá-los. A análise dos recursos necessários deve ser a ultima a ser feita, para evitar que o empreendedor e sua equipe restrinjam a análise da oportunidade, que é a primeira tarefa a ser realizada. Sendo assim, o planejamento, por meio de um plano de negócios (business plan),é a ferramenta do empreendedor, com a qual sua equipe avalia oportunidades, identifica, busca e aloca os recursos necessários ao negócio, planeja as ações a serem tomadas, implementa e gerencia o novo negócio. Lembremos que nesse processo de se tornar empreendedor, existem muitas barreiras a serem superadas. PÁGINA 19 E que existe ainda a necessidade de um combustível essencial: o capital. De fato, ser patrão implica estar exposto a mudanças repentinas e drásticas e que, muitas vezes, requer da pessoa “jogo de cintura”, bom senso, e “tino comercial”, pois em se tratando de adversidades, o mercado exige do empreendedor pelo menos que eles tenham esses adjetivos, caso contrário seu negócio e seus produtos poderão sofrer danos financeiros irreparáveis. A pessoa deve estar disposta a assumir responsabilidades perante o mercado financeiro e a comunidade à qual ela vai mostrar/vender seus produtos ou serviços. As pressões da sociedade por produtos de alta qualidade, úteis e de certa forma acessíveis, tornam o processo não amistoso ao empreendedor, gerando uma grande exigência de mercado. Além do mais o governo e sua tropa de “guerrilha fiscal e financeira”, também tendem a ajudar na carga de pressão no futuro empreendedor. A dedicação ao trabalho aumenta muito significativamente, enquanto um empregado simples na sua rotina, “bate ponto” e trabalha oito horas diárias, o empreendedor, muitas vezes trabalha mais de oito horas por dia, sem um salário fixo garantido no final do mês, e sem férias integrais, sem feriados. É claro que como ele é dono do seu próprio negócio, com um bom gerenciamento empresarial, bom conhecimento de mercado e de seu produto, o tempo pode ser gerenciado em favor da própria pessoa, podendo assim ter mais tempo livre para viagens e família. Veja que ser um grande executivo de uma empresa não significa ser um grande empresário. Mas qual seria o momento exato para agir e como agir? Cada pessoa deve analisar particularmente sua necessidade e ocasião de mercado, mais existem alguns fatores importantes que devem se notados para você decidir como e onde agir para ter seu próprio negócio. Eis algumas delas: • Fatores pessoais: desejo de realização pessoal, insatisfação no trabalho, desejo arde de mudar de vida ou mesmo o fato de ser demitido de seu emprego. • Fatores ambientais: analisar e identificar oportunidades de negócios ou a possibilidade entrar um projeto. • Fatores sociológicos: possibilidade de ter um grupo de pessoas competentes com características semelhantes, influência de parentes ou modelos já desenvolvidos na família. Fique de olhos bem abertos, pois quando todos olham para a mesma direção, considera-se ousado a pessoa que faz algo diferente e arrisca tudo em outros caminhos. Certamente estes tipos de pessoas são poucas e raras no mundo dos negócios, mais as existentes hoje algumas delas são as mais bem remuneradas em seus negócios e são as pessoas líderes que tem êxito financeiro, porém há os riscos deste ato. PÁGINA 20 Quantas histórias assim não conhecemos? Mas quantos destes que ousam e se dão mal? Isto tem que ser levado em consideração. No entanto, ser empreendedor é ser ousado, assumindo riscos calculados (dividindo o risco com os outros) e aproveitando as oportunidades. Não existe uma direção correta a seguir, mas o empreendedor pode buscar a melhor direção partindo da oportunidade, com muita análise de negócio, tendo ousadia, assumindo riscos e tendo muita competência e comprometimento, além de muita dedicação, muito estudo e pé no chão. PÁGINA 21 CAPÍTULO 3 As cArAcTErÍsTicAs do EmprEEndEdor E os Tipos dE EmprEEndEdorEs O sucesso de um empreendimento inovador não depende de “mágica” e sim de uma série de fatores e condições – tanto pessoais, como do negócio – que o empreendedor deve levar em consideração antes de iniciá-lo. Você sabe o que caracteriza uma pessoa empreendedora? REFLITA Segundo Peter Drucker (1974), “O trabalho específico do empreendedorismo numa empresa de negócios, é fazer os negócios de hoje capazes de fazer o futuro, transformando-se em um negócio diferente”. “Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática.” As Características e o Perfil do Empreendedor Ao observar verdadeiros empreendedores, é possível identificar um conjunto de aspectos que lhes são muito próprios: 1. Os empreendedores são peritos em identificar, explorar e comercializar oportunidades. 2. São exímios na arte de criar (novos produtos, serviços ou processos). 3. Conseguem pensar “fora do quadrado”: a maioria das pessoas, por temer o insucesso e ser avessa ao risco, tem dificuldade em considerar novas formas de abordar problemas e perspectivar a realidade. Quem o consegue fazer beneficia de uma enorme vantagem na detecção de novas oportunidades. 4. Pensam de forma diferente: os empreendedores têm uma perspectiva diferente das coisas; adivinham problemas que os outros não vêm ou que ainda nem existem; descobrem soluções antes mesmo de outros sentirem as necessidades. 5. Vêm o que outros não vêm: o empreendedor vê oportunidades que escapam aos outros, ou a que os outros não atribuem relevância. 6. Gostam de assumir riscos: acreditam nos seus palpites e seguem-nos. 7. Os empreendedores competem consigo próprios e acreditam que o PÁGINA 22 sucesso ou fracasso dependem de si. Na sua maioria não desistem e nunca param de lutar pelo sucesso. 8. Aceitam o insucesso: embora nenhum empreendedor goste de falhar, sabe que a possibilidade de fracassar é inerente ao risco que qualquer atividade empreendedora comporta. O insucesso é encarado como uma possibilidade de aprender e evoluir e previne futuros fracassos. 9. Observam o que os rodeia: a grande maioria das ideias e inovações bem sucedidas foram desenvolvidas a partir de uma realidade próxima ao empreendedor – no âmbito profissional, familiar, de lazer. 10. Os empreendedores nunca se conformam. Em vários estudos feitos com empreendedores sobre as características às quais atribuíam o seu sucesso, as que mais se destacaram foram a perseverança, o desejo e vontade de traçar o rumo da sua vida, a competitividade, a auto-estima, o forte desejo de vencer, a auto-confiança e a flexibilidade. Curiosamente, a vontade de ganhar muito dinheiro, as competências de gestão ou o desejo de poder costumam ocupar os últimos lugares em suas listas. Mas para além destas, há um conjunto de outras características comuns aos empreendedores: • Curiosidade • Capacidade de resistência (física e emocional) • Orientação para objetivos • Independência • Exigência • Elevada propensão ao risco calculado • Tolerância à ambiguidade e à incerteza • Criatividade • Inovação • Visão • Empenho • Aptidão para resolução de problemas • Capacidade de adaptação • Iniciativa • Integridade • Capacidade de angariação de recursos • Capacidade de persuasão • Forte apetência pela mudança • Empatia • Tolerância ao fracasso • Grande capacidade de trabalho • Capacidade de liderança • Sorte PÁGINA 23 Algumas Competências do empreendedor Competências emocionais Em grande medida a performance do empreendedor está associada a características pessoais como a inciativa, a empatia, a capacidade de adaptação e de persuasão. Daniel Goleman (2000) agrupou as competências emocionais em quatro grandes grupos cabendo dentro de cada um dos grupos um conjunto de competências específicas: 1. Auto-consciência • Auto-consciência emocional – Esta competência permite reconhecer e compreender os diferentes estados de espírito e a forma como afetam o desempenho social e profissional bem como as relações com os outros. • Auto-avaliação rigorosa – Trata-se da capacidade de avaliar de forma realista as suas forças mas também as suas fraquezas. • Autoconfiança– Competência que permite valorizar devidamente os seus pontos fortes e capacidades mais distintivas. 2. Autogestão • Autocontrole – Capacidade para manter as emoções sob controle. • Inspirar confiança – A confiança conquista-se através de comportamentos que revelem integridade, honestidade, confiabilidade e autenticidade. • Responsabilidade - Capacidade para se autogerir de modo responsável (e.g., ser organizado e cuidadoso no trabalho). • Adaptabilidade – Competência revelada pela abertura a novas ideias e abordagens, flexibilidade na resposta à mudança, tolerância à ambiguidade. • Orientação para o êxito - Optimismo, necessidade de auto- aperfeiçoamento e de alcance de um padrão interno de excelência, persistência. • Iniciativa - Prontidão para aproveitar as oportunidades, inclinação para exceder objetivos, proatividade. 3. Consciência social • Empatia – Capacidade para perceber os sentimentos e perspectivas dos outros, interesse ativo pelas suas preocupações, sensibilidade às suas especificidades. • Consciência organizacional - Capacidade para ler a realidade organizacional, construir redes de decisão e ter consciência das correntes sociais e políticas da organização. • Orientação para o cliente - Capacidade para antecipar, reconhecer e ir ao encontro das necessidades dos clientes. 4. Competências sociais • Liderança visionária - Capacidade para inspirar e guiar os indivíduos ou grupos em torno de uma visão convincente. • Influência - Capacidade para persuadir os outros através dos métodos mais adequados a cada situação. • Desenvolver os outros - Capacidade para identificar necessidades/ PÁGINA 24 oportunidades de desenvolvimento dos outros e para agir de forma a promover o alargamento das suas competências. • Comunicação - Ser bom ouvinte e ser capaz de comunicar de modo claro e convincente. • Catalisador da mudança – Capacidade para promover e incentivar a mudança dentro da organização contribuindo ativamente para a eliminação das resistências por parte da equipa que lidera. • Gestão de conflitos - Capacidade para gerir os conflitos emergentes na organização. • Criar laços – Competência que permite a criação e desenvolvimento de redes de relações interpessoais. • Espírito de equipe e cooperação – Capacidade de colaborar eficazmente com os outros conseguindo criar sinergias de grupo na execução de objetivos comuns. É certo que o desenvolvimento deste conjunto de competências é desejável em qualquer pessoa, mas, no caso do empreendedor será decisivo para o seu sucesso. Condição prévia ao bom desenvolvimento destas características é um profundo conhecimento de si próprio. PÁGINA 25 O Auto-conhecimento e a Criatividade Uma das principais características do empreendedor de sucesso é o conhecimento que tem de si próprio. Sabe que não é rentável desperdiçar esforços em áreas e/ou atividades nas quais não tem competências. A sua base de desenvolvimento pessoal e profissional é o conhecimento dos seus pontos fortes, dos seus valores e objetivos e das formas concretas de alcançar o que pretende. De todas as características do empreendedor, uma das essenciais e que mais facilmente podemos desenvolver é a criatividade. Embora todos tenhamos talentos criativos falta-nos muitas vezes confiança na nossa própria criatividade. O termo criatividade tem um significado que vai muito além de possuir um talento artístico. É sim, a capacidade de utilizar a imaginação para criar novas ideias. A criatividade é uma característica inata a todos os seres humanos. Cabe a cada um de nós desenvolver essa capacidade. Antes de tudo, você deve estar atento ao que se passa à sua volta: o desenvolvimento da capacidade criativa, tal como qualquer outra competência, exige concentração e atenção. Comece por ver o mundo que construiu à sua volta: a sua casa, o seu trabalho, as suas relações sociais são expressões criativas criadas por si. Compreender que a criatividade pode assumir muitas formas é um primeiro passo para desenvolver a sua capacidade de criar de forma consciente. São características das pessoas criativas: 1. Inteligência 2. Capacidade de adaptação 3. Auto-estima elevada 4. Orientação para desafios 5. Curiosidade 6. Interesse Algumas características comuns a todos os empreendedores: Integridade – É uma qualidade do caráter, ligada à honestidade e à coerência entre princípios e atitudes, como base do compromisso com as pessoas e com o negócio. Liderança – É a capacidade de reunir as forças de um grupo em torno de um objetivo, transformando as pessoas em parceiros, estimulando seu crescimento e dando exemplo para manter a motivação elevada. PÁGINA 26 Comunicação e relacionamento – É a capacidade de expressar de forma clara as próprias idéias e emoções e também de ouvir os outros. Essas características auxiliam no desenvolvimento da habilidade de conviver e interagir com as outras pessoas. Senso administrativo – É a capacidade de agir para prevenir ou corrigir problemas decorrentes das variações do mercado, reconhecendo e analisando, no dia-a-dia, mudanças na economia e no comportamento dos clientes. Visão de oportunidade – É o talento natural de estar sempre atento ao que acontece ao redor. É ser capaz de identificar as necessidades dos clientes e transformar isso em um negócio. Motivação – É estar sempre disposto e entusiasmado para trabalhar em busca da realização de objetivos. Organização/planejamento – Todo empreendimento precisa ser organizado. É necessário ter metas, planejar como alcançá-las e controlar os resultados. Acompanhar sistematicamente os custos, as vendas e o desenvolvimento das metas faz parte do dia-a-dia do empreendedor. Quem não for capaz de organizar-se tem poucas chances de ser um bom empresário. Determinação/perseverança – É ser capaz de enfrentar e superar as dificuldades sem se deixar abater, tendo claro que obstáculos podem surgir e que vencê-los é a condição para atingir os objetivos. Criatividade/inovação – É a capacidade de buscar soluções novas e adequadas para os problemas, de estar o tempo todo procurando as melhores formas de atender os desejos do cliente, melhorando a qualidade e reduzindo os custos. Iniciativa – É a capacidade de, ao perceber um problema ou detectar uma oportunidade, agir rapidamente para solucioná-lo ou aproveitá-la. Correndo Riscos Abrir uma empresa é uma decisão que envolve mais riscos que a vida com carteira assinada. Mas que pode trazer em troca a sensação de vitória que só PÁGINA 27 as conquistas pessoais são capazes de proporcionar. Aos interessados, um aviso: 56% dos pequenos e micro negócios fecham antes de completar cinco anos. O alto porcentual, divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-SP), mostra que todo cuidado é pouco quando se trata de montar um empreendimento. Ninguém nasce empreendedor. Todo mundo precisa ter noções de gerenciamento antes de aventurar-se. Causas para esta realidade: • Deficiências no planejamento. • Falhas na gestão; • Brigas entre sócios. Respostas claras e antecipadas para algumas questões (abaixo) serão de extrema importância para as decisões do empreendedor: 1 – Definir claramente o seu ramo de negócio. Será que esse tipo de negócio é o que você realmente deseja e para o qual tem mais vocação e capacidade? 2 – Que produtos ou serviços pretende comercializar? As pessoas estão interessadas em comprar o que eu pretendo vender? 3 – O preço do produto/serviço que pretendo vender é o ideal? 4 – Qual é o número mínimo de produtos/serviços que devem ser comercializados para não levar a firma à falência? 5 – Qual o local ideal para “tocar” o negocio? 6 - Quem serão os seus clientes? 7 - Quem serãoos seus eventuais concorrentes? 8 - Qual o preço de venda desses concorrentes e como eles atuam? 9 - De quanto dinheiro você vai precisar? As respostas para essas e outras perguntas significam a forma de planejar o seu negócio. E, lembre-se, uma das principais causas de falência das pequenas e microempresas tem sido a falta de planejamento. Como você pode notar, abrir o seu próprio negocio, requer um planejamento. Peter Drucker disse que a finalidade do processo de planejamento é enfrentar a incerteza do futuro. PÁGINA 28 Sabemos que somente uma parte do futuro é incerta ou desconhecida. Outra parte é conhecida e previsível. As duas situações exigem preparação, ou a empresa fará parte da estatística apontada pelo SEBRAE. - será atropelada pelos acontecimentos. O julgamento do desempenho de uma moderna administração possui dois aspectos do planejamento: determinar os objetivos “certos” e em seguida escolher os meios “certos” de alcançar os objetivos. Ambos os aspectos do planejamento são vitais para o processo de empreendedorismo. PÁGINA 29 OS TIPOS DE EMPREENDEDORES Tipo 1 – Empreendedor Nato Geralmente são os mais conhecidos e aclamados. Suas histórias são brilhantes e, muitas vezes, começam do nada e criam grandes impérios. Começam a trabalhar muito jovens e adquirem habilidade de negociação e de vendas. Em países ocidentais, esses empreendedores natos são, em sua maioria, imigrante ou seus pais e avós o foram. São visionários, otimistas, estão à frente do seu tempo e comprometem-se 100% para realizar seus sonhos. Suas referencias e exemplos a seguir são os valores familiares e religiosos, e eles mesmos acabam por se tornar uma grande referência. Se você perguntar a um empreendedor nato quem ele admira será comum lembrar-se da figura paterno-materna ou algum familiar mais próximo. Ex. Silvio Santos, Pedro Mufatto, Bill Gates, Steve Jobs. Tipo 2 – O Empreendedor que aprende (inesperado) Este tipo de empreendedor tem sido muito comum. É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. É uma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor, que antes de se tornar um via a alternativa de carreira em grandes empresas como a única possível. O momento de disparo ou de tomada de decisão ocorre quando alguém o convida para fazer parte de uma sociedade ou ainda quando ele próprio percebe que pode criar um negócio próprio. Geralmente demora um pouco para tomar a decisão de mudar de carreira, a não ser que esteja em situação de perder o emprego ou já tenha sido demitido. Antes de se tornar empreendedor, acreditava que não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a lidar com as novas situações e se envolver em todas as atividades de um negócio próprio. Tipo 3 – O empreendedor Serial (Cria Novos Negócios) O Empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas principalmente pelo ato de empreender. É uma pessoa que não se contenta em criar um negócio e ficar à frente dele até que se torne uma grande corporação. Como geralmente é uma pessoa dinâmica, prefere os desafios e a adrenalina envolvidos na criação de algo novo a assumir uma postura de executivo que lidera grandes equipes. Normalmente está atento a tudo o que ocorre ao seu redor e adora conversar com as pessoas, participar de eventos, associações, fazer networking. Geralmente tem uma habilidade incrível de montar equipes, motivar o time, captar recursos para o início do negócio e colocar a empresa em funcionamento. Sua habilidade maior é acreditar nas oportunidades e não descansar enquanto não as vir implementadas. Ao concluir um desafio, precisa de outros para se manter motivado. As vezes se envolve em vários negócios ao mesmo tempo e não é incomum ter várias histórias de fracasso. Mas estas servem de estímulo para a superação do próximo desafio. PÁGINA 30 Tipo 04 – O empreendedor Corporativo O Empreendedor Corporativo tem ficado mais em evidência nos últimos anos, devido à necessidade das grandes organizações de se renovar, inovar e criar novos negócios. São geralmente executivos muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer no mundo corporativo. Assumem riscos e tem o desafio de lidar com a falta de autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para agir. São hábeis comunicadores e vendedores de suas idéias. Desenvolvem seu networking dentro e fora da organização. Convencem as pessoas a fazerem parte de seu time, mas sabem reconhecer o empenho da equipe. Sabem se autopromover e são ambiciosos. Não se contentam em ganhar o que ganham e adoram planos com metas ousadas e recompensas variáveis. Se saírem da corporação para criar o próprio negócio pode ter problemas no inicio, já que estão acostumados com as regalias e o acesso a recursos do mundo corporativo. Tipo 05 – Empreendedor Social O empreendedor social tem como missão de vida construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas humanitárias com comprometimento singular. Tem um desejo imenso de mudar o mundo criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. Suas características são similares às dos demais empreendedores, mas a diferença é que se realizam vendo seus projetos trazerem resultados para os outros e não para si próprios. De todo os tipos de empreendedores é o único que não busca desenvolver um patrimônio financeiro, ou seja, não tem como um de seus objetivos ganhar dinheiro. Prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento das pessoas. Tipo 06 - O Empreendedor por Necessidade O empreendedor por necessidade cria o próprio negocio porque não tem alternativa. Geralmente não tem acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido. Não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Geralmente se envolve em negócio informal, desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultado pouco retorno financeiro. É um grande problema social para os países em desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e buscar de todas as formas a sua sobrevivência e a dos seus familiares, não contribui para o desenvolvimento econômico. Na verdade, os empreendedores por necessidade são vítimas do modelo capitalista atual, pois não têm acesso a recursos, à educação e às mínimas condições para empreender de maneira estruturada. Suas iniciativas empreendedoras são simples, pouco inovadoras, geralmente não contribuem com impostos e outras taxas, e acaba por inflar as estatísticas empreendedoras de países em desenvolvimento, como o Brasil. Sua existência em grande quantidade é um problema social que, no caso brasileiro, ainda está longe de ser resolvido. PÁGINA 31 Tipo 07 - O empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar) O empreendedor herdeiro recebe logo cedo à missão de levar à frente o legado de sua família. Empresas familiares fazem parte da estrutura empresarial de todos os paises, e muitos impérios foram construídos nos últimos anos por famílias empreendedoras, que mostraram habilidade de passar o bastão a cada nova geração. Mais recentemente, porém, tem ocorrido a chamada profissionalização da gestão de empresas familiares, através da contratação de executivos de mercado para a administração da empresa e da criação de uma estrutura de governança corporativa, com os herdeiros opinando no conselho de administração e não necessariamente assumindo cargos executivos na empresa. O desafio do empreendedor herdeiro é multiplicar o patrimônio recebido. Isso tem sido cada vez mais difícil. O empreendedor herdeiro aprende a arte de empreender com exemplos da família, e geralmente segue seus passos.Muitos começam bem cedo a entender como o negócio funciona e a assumir responsabilidade na organização, e acabam por assumir cargos de direção ainda jovens. Alguns têm senso de independência e desejo de inovar, de mudar as regras do jogo. Outros são conservadores e preferem não mexer no que tem dado certo. Esses extremos, na verdade, mostram que existem variações no perfil do empreendedor herdeiro. Mais recentemente, os próprios herdeiros e suas famílias, preocupados com a futura de sues negócios, têm optado por buscar mais apoio externo, através de cursos de especialização, MBA, programas especiais voltados para empresas familiares. Tipo 08 - O Empreendedor Normal (Planejado) Toda teoria sobre empreendedorismo de sucesso sempre apresenta o planejamento como uma das mais importantes atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido comprovado nos últimos anos, já que o planejamento aumenta a probabilidade de um negócio ser bem sucedido e, em conseqüência, levar mais empreendedores a usarem essa técnica para garantir melhores resultados. O empreendedor que “faz a lição de casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função de metas é o empreendedor aqui definido como o “normal” ou planejado. Então o empreendedor normal seria o mais completo do ponto de vista da definição de empreendedor e o que a teria como referencia a ser seguida, mas que na prática ainda não representa uma quantidade considerável de empreendedores. No entanto, ao se analisar apenas empreendedores bem sucedidos, o planejamento aparece como uma atividade bem comum nesse universo específico, apesar de muitos dos bem-sucedidos também não se encaixarem nessa categoria. PÁGINA 32 O Intra-Empreendedor ou Empreendedorismo Corporativo O Empreendedorismo Corporativo, ou seja, aquele praticado dentro das organizações, e que foi “batizado” pelo professor americano Guifford Pinchot III de Intrapreneurship, ou Intraempreendedorismo em português, não é na verdade um fenômeno recente. Pelo contrário, nos últimos 100 anos diversas empresas tiveram no comportamento empreendedor e na conseqüente geração de inovações a base para o sucesso. Este tema passou a despertar muito interesse no mundo empresarial no momento em que passamos a conviver com a Globalização, você percebeu que tudo o que tratamos nos negócios esta relacionado com: concorrência e a competitividade da organização? A mudança é necessária dentro da organização. Hoje, preço baixo não é mais sinônimo de sucesso em vendas. É aí que entra o comportamento empreendedor. Profissionais com iniciativa, visionários, sem medo de tentar e que aprendem com os erros, determinados, criativos, ousados e capazes de mobilizar recursos e implementar novos negócios dentro do ambiente corporativo, são a única forma de se estabelecer essa vantagem competitiva definitiva. Hoje, dentro das universidades, trabalha-se com uma disciplina chamada Organização do Futuro, e é exatamente sobre isto que estamos falando. Se a sua empresa quer realmente fazer parte do futuro ela deve imediatamente, mudar. Os novos negócios, criados pelas empresas de forma isolada do resto da organização, normalmente, são linhas de negócios ou produtos com poucas aderências aos produtos e negócios já existentes. O empreendedorismo corporativo possui uma ampla gama de aplicações. É muito difícil afirmar categoricamente que uma empresa é ou não intra empreendedora. Qualquer funcionário que por iniciativa própria promove alguma mudança dentro ou fora do seu escopo de trabalho, para o qual ele não e originalmente pago pode, a rigor, pode ser considerado um empreendedor corporativo. O conceito não se resume unicamente à criação e desenvolvimento de novos produtos, ele indica qualquer norma de proposição de mudanças e melhorias na organização que, de alguma forma, se traduz em aumento de valor para o cliente ou para o acionista. (Hashimoto, 2006,pg. 8) Alguns pontos para reflexão quanto ao conceito de empreendedorismo corporativo: conforme Hashimoto: • Uma boa idéia por si só não se transforma em resultado sem um estudo de viabilidade, um planejamento de implementação, investimentos, ajustes e acompanhamento. O sucesso está diretamente relacionado com a eficácia das ações. PÁGINA 33 • Muitas vezes, um problema grave da organização serve como estopim para a revisão de paradigmas e pressupostos que levam a um processo de ruptura e busca de novos conceitos aumentarem a competitividade e a eficácia. Mais uma vez, o valor do esforço pela necessidade de sobreviver. • As empresas estão descobrindo que inovação é gerada por gente e não por tecnologia. Iniciativas, equipes auto-geridas, liderança situacional, descentralização, remuneração variável entre outras, são, na verdade, iniciativas que promovem o empreendedorismo interno. • Permitir que as pessoas tenham a liberdade de conduzir iniciativas pessoais e não só ignorar os fracassos daí decorrentes, mas incentivar o erro como processo de aprendizado não é fácil de implementar em nenhuma empresa. • Há uma necessidade crescente de promover uma cultura interna de inovação como fonte de competitividade, evidenciando que as cabeças pensantes dos departamentos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) não estão dando conta da demanda por novidades e melhorias nos produtos e serviços oferecidos ao mercado. Para que você tenha realmente a ajuda das pessoas, é preciso que isso seja recíproco. O importante é usar novas maneiras de trabalhar com as pessoas adotando o compartilhamento de idéias e objetivos. Isto é empowerment. VOCÊ SABIA? “Empowerment” ou “Empoderamento”, é uma abordagem de projeto de trabalho que objetiva a delegação de poder de decisão, autonomia e partici- pação dos funcionários na administração das empresas. Analisa-se o desen- volvimento do empowerment por meio dos estágios evolutivos das áreas de gestão, das configurações organizacionais, das estratégias competitivas, da gestão de recursos humanos e da qualidade. De entre as várias características que permitem identificar um empreendedor podemos destacar a perseverança, o desejo e vontade de traçar o rumo da sua vida, a competitividade, a auto-estima, o forte desejo de vencer, a auto- confiança e a flexibilidade. Para além destas características, que embora se possam considerar inatas podem e devem ser potenciadas pelo empreendedor, existe um conjunto de outras competências que um líder deve possuir e desenvolver continuamente: as competências emocionais, o auto-conhecimento e a criatividade. Recomenda-se ao empreendedor que se mantenha receptivo à inovação e criatividade de forma a conseguir identificar oportunidades, que seja realista PÁGINA 34 na apreciação de novas ideias e que seja persistente na busca de seus objetivos. REFLITA Veja se você é um Empreendedor: • Uma vez que decido fazer algo, farei mesmo e nada pode me deter? • Quando começo uma tarefa, estabeleço metas e objetivos claros para mim mesmo? • Depois de uma grande decepção em um projeto, sou capaz de juntar os pedaços e começar de novo? • Normalmente sou capaz de achar mais de uma solução para um problema? • Acredito que é importante organizar minhas tarefas antes de começá-las? • Constantemente fico pensando em novas idéias? • Encontro energia adicional quando assumo tarefas que gosto? • Normalmente trabalho longas horas para finalizar uma tarefa? • Quando faço um bom trabalho, fico satisfeito de saber que foi bem feito? • Quando penso no futuro, vejo-me gerenciando o meu próprio negócio? • Tento fazer um trabalho ainda melhor do que esperam de mim? • Sempre tento achar o lado benéfico de uma má situação? • Persisto quando os outros me dizem que não pode ser feito? • Empenho-meem usar erros do passado como processos de aprendizado? PÁGINA 35 CAPÍTULO 4 TécnicAs E fErrAmEnTAs pArA EmprEEndEr Ser empreendedor é um grande desafio. Encontram-se várias definições sobre empreendedorismo onde as características pessoais muitas vezes se sobressaem às características do negócio. Obviamente que para ser empreendedor a pessoa precisa ter um sonho e ter um plano que poderá conduzir o sonho à realidade. Uma gestão empresarial bem pensada foca-se em pontos-chave para atingir o sucesso. E a pesquisa de campo é primordial para fundamentar qualquer ideia que possa surgir no universo do empreendedorismo. Quais serão os custos e investimentos da empresa? Quais são as tendências do mercado e os possíveis concorrentes? Existe demanda de consumo para o que se deseja propor? Quais as melhores técnicas e ferramentas para empreender? Enfim, esses são apenas alguns fatores que precisam ser organizados. Se pensarmos mais a fundo, ainda terão questões como o regime tributário para abertura de um negócio e se os profissionais da equipe têm o know how suficiente. O empreendedorismo consiste muito mais na preparação do negócio e conhecimento do mercado, do que no simples fato de abrir o negócio próprio. É preciso agregar valor, planejar e desenvolver habilidades. Além de colocar tudo em prática, fator crucial para o tão sonhado sucesso. Neste contexto, o diagnóstico do sistema ou setor do empreendimento, descrição de uma situação atual, hipóteses de evolução, elaboração de cenários (pessimista, normal e otimista), análise da competitividade da empresa, uso de técnicas quantitativas, pesquisa de mercado, qualidade do produto e análise de sustentabilidade ambiental e econômica são fatores que o empreendedor não pode deixar de utilizar em seu planejamento. O sucesso do empreendimento estará ligado diretamente ao uso de metodologias que poderão identificar em que patamar de competição o empreendimento se colocará diante das exigências do mercado. A intenção empresarial modernamente chama-se estratégia. Por isso, antes de se definir um investimento, ou um projeto, deve-se ter bem claro quais são as estratégias. PÁGINA 36 Planejamento Estratégico e Análise SWOT (FOFA) Criar o futuro é estar bem preparado para enfrentar os desafios sejam pessoais ou profissionais. Por isso, temas como gestão, comportamento, planejamento dos negócios, decisões estratégicas, estudos de viabilidade, implementação de mecanismos de controle e acompanhamento, entre outros, devem estar presentes nas práticas do empreendedor. Os parâmetros de um empreendimento podem ser definidos tecnicamente através de um planejamento. Planejar significa criar um esquema para fazer algo desejável. Detectar pontos fortes, pontos fracos e potencial do negócio significa analisar e conhecer os ambientes externo e interno. Improvisar ou agir ao acaso não é recomendável, pois pode demonstrar a falta de planejamento e de conhecimento dos ambientes de atuação. Elaborar cenários, ou seja, criar visões parciais do futuro é uma boa técnica para limitar o conjunto de circunstâncias que podem vir a ocorrer. É preciso muito mais do que a coragem para arriscar. A falta de planejamento antes de abrir o próprio negócio é uma das maiores falhas dos novatos que estão entrando no mercado e pode levar à falência. Planejar consiste em tomar três tipos de decisões: • Definir o objetivo – qual situação deverá ser alcançada, • Definir um ou mais cursos de ação – caminhos para atingir o objetivo, • Definir meios de execução – previsão dos recursos necessários para realizar o objetivo. As decisões deste tipo que afetam o futuro da empresa no longo prazo são decisões de planejamento estratégico. O planejamento estratégico ira definir qual a direção que a empresa e a forma de competir com outras empresas do mercado. É o processo de tomada de decisões. Toda empresa tem que ter estratégia e planejamento estratégico. Quando um empreendedor decide iniciar um negocio, a partir de uma idéia de produto ou serviço, já esta fazendo planejamento estratégico: A escolha de um negócio é a base para o planejamento estratégico. A empresa cresce, consequentemente as praticas de planejamento estratégico evoluem, sustentando assim seu desenvolvimento. PÁGINA 37 Processo de elaboração de um plano estratégico: a) análise da missão e da situação estratégica atual; onde estamos? b) análise externa: ameaças e oportunidades do mercado; c) análise lise interna: pontos fortes e fracos da empresa; d) Definição da estratégia (visão): para onde devemos ir? a) Análise da missão O primeiro segredo para o sucesso de uma empresa é definir a verdadeira natureza do negócio. Porque um empreendimento só irá surgir se você tiver os objetivos do mesmo bem definido, pois caso contrario você não terá uma empresa. Estamos falando do primeiro passo para elaboração do planejamento estratégico. Mesmo as empresas que atuam em cima de “negócios de oportunidade”, são considerados negócios, pois se estão atingindo os objetivos do empreendimento. Porem não são todas as empresas que conseguem se definir, porque não tomam um verdadeiro posicionamento no mercado. Ficam fazendo “experiências”. Algumas acertam, outras erram, e vão tentando a sorte. Mas nem sempre acertam e acabam fechando. Para atingir um mercado, o primeiro passo é sabermos exatamente qual é a nossa especialidade. Como citamos anteriormente, isso servirá para o desenvolvimento do processo estratégico. Exemplo de missão de empresa, dentro de sua filosofia essencial: “Nossa missão é colocar no mercado produtos e serviços da melhor qualidade possível para satisfação das necessidades dos clientes”. b) Análise externa Quando um avião decola, independente de qual é o seu destino, o piloto tem em suas mãos um plano de vôo. Neste documento, constam informações sobre a aeronave, o aeroporto de partida, o de destino, além da rota e das condições de vôo. Conhecer estes dados permite ao comandante traçar uma linha de ação clara que ajudará a manter a segurança dos passageiros e da tripulação. Em uma empresa, o conceito é semelhante. Um bom planejamento permite ao empreendedor guiar o seu negócio com mais segurança para alcançar bons resultados. Em um empreendimento, um planejamento tem a mesma função que o plano de vôo em um avião. A leitura do cenário atual em que vive a economia, a política o mercado que atua ou ira atuar é fundamental para a empresa que pretende trilhar um caminho mais estável. O plano não é uma garantia plena de sucesso. Como em um avião, no entanto, trabalhar com um planejamento claro reduz riscos. c) Análise interna: pontos fortes e fracos da empresas Nesta fase da analise devemos fazer uma revisão dos nossos prontos fracos e fortes, (sim é isto mesmo, primeiro os seus pontos, pois você é um empreendedor) e se a empresa já existe, os pontos da empresa. É a oportunidade de olharmos para dentro, fazendo assim uma análise sobre PÁGINA 38 nossas virtudes e defeitos. Tudo é importante. Esse momento é como se nos olhássemos no espelho, relatando exatamente aquilo que está refletido nele. Após esta análise devemos sempre ter em mente a necessidade de sempre reler o que até aqui foi escrito e verificar o que devemos adaptar e mudar, para atingir as nossas expectativas e desejos. d) Definição de estratégias: (Visão) para onde devemos ir? As pessoas são diferentes, pensam e agem diferentemente das demais, sendo as organizações composta por pessoas, elas também pensam e agem diferentes das demais, assim, cada qual busca uma direção diferente, ou tem uma visão diferente de futuro. Não há receita de como e onde obter uma boa administração, mas, com certeza, existem formas de ação que podem contribuir para encurtar o período de busca e torná-lo mais produtivo,na busca de seus objetivos. Definir uma “visão” de futuro ou simplesmente uma direção para onde ir, faz toda a diferença no desenvolvimento e no sucesso de um empreendimento. É fundamental que individualmente ou participando de grupos, disponha- se a buscar, com determinação, o maior número de informações sobre o negócio e suas perspectivas de mercado, para tomar decisões acertadas e traças ações futuras. Lembre-se: “Informação é a base do conhecimento”. VOCÊ SABIA? No Brasil, 32 % dos novos empresários decidiram abrir seu próprio negócio porque estavam desempregados ou insatisfeitos no emprego. Esse é um dado que não tem muito a ver com o espírito empreendedor. Entre os empresários paulistas, 45% não procuram identificar seus clientes antes de abrir a empresa. (O motivo, entre os empresários que faliram: 16% achavam desnecessário, 14% alegaram falta de experiência, 12% resolveram correr o risco e 8% nem sequer tinham pensado nesse assunto, isso sim é o que se pode chamar de aventura.) PÁGINA 39 REFLITA! Se eu for viajar, preciso sentir-me seguro? Não se importe em correr riscos, ele faz parte do seu cotidiano, pois o planejamento adequado, ira diminuir estes riscos. Simplesmente imagine sua viajem, verifique quais os possíveis riscos ou “contratempos” que você poderá ter com o seu veículo da sua casa ate o seu destino: Verifique sempre: - os pneus; - seus documentos; - o combustível, água e óleo do motor; - tenha sempre uma mapa do local onde você irá; - lista de telefones úteis; - roupas que irá utilizar Viu como é simples o tal Planejamento? Análise SWOT ou FOFA A Análise SWOT, também conhecida e amplamente aplicada no Brasil, pelo nome Análise FOFA, siglas que em português significam: Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, que derivam do idioma inglês, que por sua vez significam: Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats. A Análise SWOT, – ou Matriz SWOT – foi desenvolvida na década de 60 por Albert Humphrey, que na Universidade de Stanford, liderou um projeto de pesquisa onde analisou e cruzou sistematicamente os dados das 500 maiores corporações relatadas pela revista Fortune da época, utilizando um método que, rapidamente, se transformou em um exercício utilizado por todas as principais empresas do mundo na formulação de suas estratégias. A Análise SWOT é um sistema simples de analise que visa posicionar ou verificar a posição estratégica de uma determinada empresa em seu ramo de atuação, e devido sua simplicidade metodológica pode ser utilizada para fazer qualquer tipo de análise de cenário ou ambiente, desde a criação de um site à gestão de uma multinacional. Podemos dizer então que o conceito da Análise SWOT está em sua ampla utilização como método de gestão para o estudo dos ambientes interno e PÁGINA 40 externo da empresa através da identificação e análise dos pontos fortes e fracos da organização, e das oportunidades e ameaças às quais ela está exposta. Faz parte do conceito de Analise SWOT também a identificação assertiva dos fatores que influenciam no funcionamento da organização fornecendo informações bastante úteis no processo de seu planejamento estratégico. Pode-se dividir a análise SWOT em duas partes: ambiente interno, onde serão identificados os pontos fortes e os fracos, e a análise do ambiente externo, onde estão as ameaças e as oportunidades. O ambiente interno da empresa é formado pelo conjunto de recursos humanos, financeiros, físicos, entre outros, sobre os quais é possível exercer maior controle, pois são resultado de estratégias definidas pela direção. Nesse ambiente é possível identificar os pontos fortes, correspondentes aos recursos e capacidades que juntos se transformam em uma vantagem competitiva para a empresa em relação aos seus concorrentes, e os pontos fracos que são as deficiências que a empresa apresenta em comparação com seus concorrentes atuais ou em potencial. Já o ambiente externo é composto por fatores que existem fora dos limites da organização e, que de alguma forma, exercem influência sobre ela. Este é um ambiente sobre o qual não existe controle, porém deve ser monitorado continuamente, pois é base para o planejamento estratégico. A análise do ambiente externo é comumente dividida em fatores macro ambientais (questões políticas, demográficas, tecnológicas, econômicas etc.) e fatores micro ambientais (fornecedores, parceiros, consumidores e etc) que devem ser constantemente acompanhados, antes e após a definição das estratégias da empresa. Desta forma, por meio deste acompanhamento será possível identificar em tempo hábil as oportunidades e as ameaças que se apresentam. Finalmente, se considerarmos que os fatores externos influenciam de forma homogênea todas as empresas que atuam em um mesmo mercado, podemos afirmar que somente aquelas que conseguirem melhor identificar as mudanças e tiverem agilidade para se adaptar é que conseguirão tirar melhor proveito das oportunidades sofrendo uma menor quantidade de danos e ameaças. PÁGINA 41 FONTE: http://pmkb.com.br/artigo/a-analise-swot-no-gerenciamento-de-riscos/ Plano de negócios Plano de negócios (do inglês Business Plan), também chamado “plano empresarial”, é um documento que especifica, em linguagem escrita, um negócio que se quer iniciar ou que já está iniciado. Geralmente é escrito por empreendedores, quando há intenção de se iniciar um negócio, mas também pode ser utilizado como ferramenta de marketing interno e gestão. Pode ser uma representação do modelo de negócios a ser seguido. Reúne informações tabulares e escritas de como o negócio é ou deverá ser. De acordo com o pensamento moderno, o plano de negócio é um documento vivo, no sentido de que deve ser constantemente atualizado para que seja útil na consecução dos objetivos dos empreendedores e de seus sócios. O plano de negócios também é utilizado para comunicar o conteúdo aos investidores de risco, que podem se decidir a aplicar recursos no empreendimento. O Plano de Negócios (PN) será assunto de um capitulo específico de nossa disciplina. Business Model Canvas ou simplesmente CANVAS O Business Model Canvas, mais conhecido como Canvas, é uma ferramenta de planejamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes. O Business Model Canvas é uma ferramenta muito útil para definir o Modelo de Negócios de uma empresa ou de qualquer projeto em que você for trabalhar. PÁGINA 42 Um modelo de negócios é o modo como nossa empresa vai criar valor, entregá-lo a nossos clientes e gerar renda no processo. O diferencial da Tela é que mostra em 9 blocos, de forma integrada e visual, todos os aspectos a ter em conta numa empresa, além de servir como ponto de referência e linguagem comum na hora de trabalhar nas nossas hipóteses. É um mapa visual pré-formatado contendo nove blocos, são eles: FONTE: http://viversemchefe.com/melhor-do-que-um-plano-de-negocio-o-business- model-canvas/ Os 9 blocos são acompanhados por uma serie de perguntas que ajudam a definir o conteúdo. São os seguintes: 1. Segmentos de mercado: Para quem criamos valor? Quem são os nossos clientes mais importantes? 2. Proposta de valor: Que valor proporcionamos aos nossos clientes? Que problemas dos nossos clientes ajudamos a solucionar? Que necessidades dos nossos clientes satisfazemos? Que pacote de produtos ou serviços oferecemos a cada segmento de mercado? 3. Canais de comercialização: Através de quais canais nosso segmento de clientes quer ser alcançado? Como estamos alcançando eles no momento? Como estão integrados nossos canais? Quais funcionam melhor? Quais são mais eficientes em custo? Como estamos integrando-os com os hábitos de nossos clientes? PÁGINA 43 4. Relação om os clientes: Que tipo derelação esperam os diferentes segmentos de mercado? Que tipo de relação temos estabelecido? Qual é o custo delas? Como elas se integram em nosso modelo de negócio? 5. Fontes de renda: Por que valor estão dispostos a pagar nossos clientes (por segmentos)? Por que pagam atualmente? Como eles pagam atualmente? Como eles gostariam de pagar? Quanto reportam as diferentes fontes de renda ao total da renda? 6. Recursos chave: Que recursos chave requerem nossas propostas de valor, canais de distribuição, relações com clientes e fontes de renda? 7. Atividades chave: Que atividades chave requerem nossas propostas de valor, canais de distribuição, relações com clientes e fontes de renda? 8. Parcerias chave: Quem são nossos parceiros chave? Quem são nossos fornecedores chave? Que recursos chave adquirimos dos nossos parceiros? Que atividades chave realizam nossos parceiros? 9. Estrutura de custos: Quais são os custos mais importantes inerentes ao nosso negócio? Quais são os recursos chave mais caros? Quais são as atividades chave mais caras? O CANVAS é um meio criativo e prático para o empreendedor definir seu modelo de negócios, sem perder muito tempo. Lembremos que: Estamos sempre buscando uma qualidade de vida melhor. A decisão de tocar seu próprio negocio deve ser clara. De início, é a sua decisão principal e é importante ter criatividade, organização e muita informação sobre as possibilidades existentes. Criatividade é essencial. Técnicas para desenvolver a criatividade 1. Brainstorm: a técnica da “tempestade de ideias” é um processo que permite gerar um conjunto de ideias, associações e conceitos livres e aleatórios que vistos de fora poderão parecer sem nexo. Contudo, e por se tratar de uma técnica onde as ideias flúem sem qualquer censura, permite bons resultados em termos de criatividade. A velocidade do processo permite ultrapassar o circuito lógico do hemisfério esquerdo do nosso cérebro, permitindo o surgimento de ideias imaginativas vindas do hemisfério direito – o lado criativo. Deste processo nascem muitas vezes soluções para problemas ou produto/ serviço especialmente inovador. 2. Potenciar o surgimento de ideias: esta estratégia consiste em reunir o máximo de informação possível sobre determinado problema (através da leitura, de conversas com outras pessoas entendidas nesse assunto, etc.). Depois deverá pensar sobre esse tema durante o tempo necessário ao surgimento de uma ideia. A solução encontrada é razoável? Em caso afirmativo, experimente-a. Caso contrário continue a pensar. Se resultar óptimo, senão, PÁGINA 44 recomece o processo até que surja uma ideia. O importante é aprender a não colocar obstáculos à sua mente. 3. Estimular o lado criativo do cérebro: existem técnicas que permitem “desligar” o lado lógico do cérebro permitindo o livre trabalho do nosso lado criativo. Uma dessas formas é escrever ou desenhar algo com a mão não- dominante, deixando o instinto conduzir os músculos. O que de aqui resultar é um produto do seu lado criativo. Outra possibilidade é fechar os olhos e desenhar o que visualiza na sua mente. Poderá ainda escrever os seus pensamentos diariamente, à medida que vão surgindo. As ideias deverão fluir livremente procurando não fazer qualquer juízo de valor. Quanto mais praticar esta técnica mais facilidade terá em deixar fluir as suas ideias, pensar de forma abstrata e em tomar decisões. A sua mente está progressivamente mais aberta a novas ideias e menos preconceituosa. 4. Relaxe e medite: o pensamento lógico gera ondas beta no cérebro enquanto que a meditação e o relaxamento produzem ondas alfa que têm muitos efeitos positivos entre os quais se inclui o pensamento criativo. Existem técnicas de respiração que ajudam a libertar a mente e a mudar a atividade cerebral de ondas beta para alfa. Ouvir melodias simples e suaves também ajuda a mudar a frequência das ondas cerebrais. 5. Faça qualquer coisa fora de contexto: ser criativo é estar aberto a novos pensamentos e experiências. Tente quebrar algumas rotinas fazendo algo que nunca fez, algo simples como alterar a rota para o emprego ou sentar-se num diferente lugar à mesa. Ficará surpreendido com o efeito criativo que as pequenas mudanças conseguem provocar. 6. Uma experiência interessante pode ser pedir a ajuda de uma criança ou de uma familiar mais velho na resolução de um problema particularmente difícil. A criança sem o constrangimento do conhecimento e a pessoa mais velha com a sabedoria da experiência poderão trazer algo de novo ao problema e novas perspectivas que se poderão revelar bastante úteis e inspiradoras. PÁGINA 45 As quatro funções e a função empreender Podemos identificar quatro funções básicas no processo de iniciação na tomada de decisões das futuras organizações: Produzir, Administrar, Empreender e Integrar. A função P - Produzir está associada àquilo para o qual a organização foi concebida e direciona sua existência, ou seja, que tipo de negócio você pretende montar. Neste item devemos “imaginar” e “concretizar” quais os produtos/serviços que vamos oferecer ao mercado, com suas respectivas inovações e agregações de valores. A função A - Administrar, colocar o projeto dentro de um padrão de sistema de controle, projetar rotinas internas e externas de trabalho, bem como programar as atividades da futura empresa. A função E - Empreender, aqui cabe ao empreendedor fazer prognósticos e tentar, de certa forma administrativa, fazer uma projeção do futuro, tratando o que irá acontecer com seu produto ao ser lançado, pós-lançamentos e todo um planejamento do empreendedorismo. A função I - Integrar, aos aspectos gerais do produto e afinidades da empresa. Vê-se, pois, que os variados aspectos da atividade empreendedora exigem um “mix” adequado da essência das quatro funções básicas para se empreender um negócio com êxito. Um negócio exclusivamente projetado e feito na função P (Produzir) - enfoca sua tarefa com extrema dedicação e diligência, mas não dispõe de qualquer habilidade administrativa, de planejamento e/ou de integração com seus colaboradores. Um negócio projetado exclusivamente na função A (Administrar) - provoca excesso de burocracias em processos e controles internos e externos. Um negócio projetado e desenvolvido exclusivamente na função E (Empreender) - pode ser comparada a um “incendiário” que alimenta a organização com novas idéias a todo o momento, porém, não conseguem planejar qualquer conjunto de ações capaz de implementá-las. Um negócio exclusivamente I (Integrar) - caracteriza-se pela simpatia à prática de uma “politicagem” e está fadada à geração de conflitos entre os futuros colaboradores. Essas funções aparentemente não têm sido reconhecidas como igualmente importantes. De fato, à função P (Planejar) muita atenção tem sido dada já há bastante tempo. O mesmo se pode dizer quanto à função A (Administrar), em tempos mais recentes. A função I (Integrar), em menor grau. A função E (Empreender) tem sido tradicionalmente tratada como o primo pobre por alguns que pretendem desenvolver e iniciar seu próprio negócio, ou mesmo muitos desconhecem estes elementos inicias para um bom começo. PÁGINA 46 Muitas pessoas começam a empreender seus projetos sem a mínima noção e acabam por erros básicos de administração, e até mesmo erros de diretrizes pessoas e condutas incoerentes não conduzindo seus negócios até o seu final. Outras, até escolhem o negócio certo, mas o instalam no local errado. Muitos erram na qualidade, no preço do produto ou, ainda, no atendimento e são engolidos pela concorrência. O importante, porém, é perceber que a maior parte desses e de outros erros podem ser evitados planejando o negócio. Podemos com estes temas abordados ter uma breve noção do mundo complexo que é empreender.Algumas dicas aqui expostas são necessárias e precisam ser seguidas corretamente, pois a negligência pode decretar o fracasso do seu empreendimento. PÁGINA 47 CAPÍTULO 5 pLAnos dE nEgócios: UmA VisÃo gErAL. o QUE é E pArA QUE sErVE? Como já vimos anteriormente, o Plano de negócios (Business Plan), também chamado de “plano empresarial”, é um documento que especifica, em linguagem escrita, um negócio que se quer iniciar ou que já está iniciado. De acordo com o pensamento moderno, o plano de negócio é um documento vivo, no sentido de que deve ser constantemente atualizado para que seja útil na consecução dos objetivos dos empreendedores e de seus sócios. Geralmente é escrito por empreendedores, quando há intenção de se iniciar um negócio, mas também pode ser utilizado como ferramenta de marketing interno e de gestão. Pode ser uma representação do modelo de negócios a ser seguido. Reúne informações tabulares e escritas de como o negócio é ou deverá ser. O plano de negócios também é utilizado para comunicar o conteúdo aos investidores de risco, que podem se decidir a aplicar recursos no empreendimento ou não, de acordo com as informações apresentadas. Segundo o Sebrae, um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. O plano de negócio pode ser definido ainda como um resumo escrito da maneira como o empreendedor pretende atingir suas metas e administrar os recursos necessários para que obtenha o sucesso desejado, transformando-o num plano de sucesso (Ferreira, 2003). Na visão de Chiavenato (2006), o plano de negócios é um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento, que define as suas principais características para proporcionar uma análise da sua viabilidade bem como de seus riscos. Um pequeno check list para não permitir que nada seja esquecido. Chiavenato (2006) ainda complementa que: o plano de negócios permite melhorar as condições de planejamento, organização, direção, avaliação e controle do negócio. Vale lembrar que o plano de negócios não é estático e, para maximizar os beneficios de sua utilização, é importante realizar revisões continuas e atualizá-lo de acordo com as mudanças ocorridas tanto no ambiente externo quanto no ambiente interno. PÁGINA 48 Já para Dolabela (2008), é através do plano de Negócios que o administrador consegue definir os rumos atuais e futuros de seu empreendimento, onde o principal usuário do plano de negócios é o próprio empreendedor, que está diante de uma ferramenta que o faz mergulhar profundamente na análise de seu negócio, diminuindo sua taxa de risco e subsidiando suas decisões. Para Dornelas (2005), a necessidade de criação de um plano de negócios advém da necessidade do empreendedor de planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada. Porém, é utilizado também como instrumento de captação de recursos financeiros junto as entidades responsáveis. Ainda Dornelas (2005, p.128) expõe os seis principais motivos de se preparar um plano de negócios: 1. Entender e estabelecer diretrizes para seu negócio. 2. Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas. 3. Monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas quando necessário. 4. Conseguir financiamento e recursos junto a bancos, governos, Sebrae, investidores, capitalistas de risco etc. 5. Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo para a Empresa. 6. Estabelecer uma comunicação interna eficaz na empresa e convencer o público externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores, associações etc.). Chiavenato (2006, p.123) explica quais são os passos para o desenvolvimento de um plano de negócios: 1. Fazer a análise completa do setor em que a nova empresa irá funcionar, levando em conta o perfil do cliente, as características do mercado, as características da concorrência e o cenário econômico, social e tecnológico no qual a empresa está inserida. 2. Fazer um levantamento completo sobre as características do novo empreendimento, analisando as características do produto/serviço a ser ofertado, o preço e as condições de venda, a formatação jurídica do empreendimento e a estrutura organizacional. 3. Elaboração do plano estratégico para o novo empreendimento colocando em perspectiva a definição da missão, visão e dos valores da empresa, a definição do negócio, a determinação dos objetivos estratégicos de longo prazo e o estabelecimento da estratégia do negócio. 4. Elaboração de um plano operacional para o novo empreendimento colocando em perspectiva a previsão de demanda, o planejamento da produção, a previsão de despesas gerais e fluxo de caixa e o balancete simulado. 5. Criação de um resumo executivo, condensando o resumo PÁGINA 49 de todas as informações acima relatadas. 6. Revisão cuidadosa de todo o conjunto para obter consonância, analisando sua viabilidade e confiabilidade. Podemos afirmar que são vários os benefícios e as necessidades de elaboração de um plano de negócios frente da difícil tarefa de empreender. O empreendedor que se cerca de dados consistentes e fundamentados sobre o seu negócio e o mercado em que ele esta inserido esta mais apto para conhecer e diminuir os riscos inerentes às novas empresas e aproveitar melhor as oportunidades que se apresentam. VOCÊ SABIA? Que um plano de negócios bem elaborado contribui para o estabelecimento de uma vantagem competitiva para a empresa, por isso as informações nele contidas devem ser verdadeiras e a ideia de negócio deve ser claramente descrita. O Plano de Negócio é composto por várias seções, que se relacionam e permitem entender o negócio de forma ampla e estruturada. Objetivo do plano de negócios Segundo Ferreira (2003), “o plano de negócio serve para orientar o empreendedor a iniciar uma atividade econômica ou expandir o seu negócio numa tomada de decisões estratégica que minimize os riscos já identificados. Não se trata de alguma receita de bolo e não garante sucesso empresarial, mas seguramente, diminui, e muito, os riscos de fracasso ou insucesso”. Para a maioria dos empreendedores, a elaboração do plano de negócios tem como principal objetivo a apresentação do empreendimento a possíveis futuros parceiros comerciais como sócios, incubadoras e investidores. Porém, embora sirva muito bem para essa finalidade, consideramos que o principal benefício da montagem de um Plano de Negócio está no conhecimento adquirido pelo próprio empreendedor durante esse processo. Desde que levada a sério, a elaboração do plano de negócios induz a realização do planejamento de forma organizada, forçando o empreendedor à reflexão. Questões como: quem é o comprador do meu produto? É possível produzi- lo a um custo comercialmente viável? Meu projeto é lucrativo? E inúmeras outras questões a serem analisadas, são determinantes para o sucesso ou fracasso do empreendimento e a busca por essas respostas tem boas chances de gerar conhecimento para o empreendedor, diminuindo incertezas e conseqüentemente os riscos para o empreendedor Pode-se pensar no plano de negócios, como uma série de questões que deverão ser respondidas pelo empreendedor de forma a prepará-lo para a montagem efetiva do negócio. O quadro mostra a estrutura de um modelo de Plano de Negócios elaborado segundo esse conceito: PÁGINA 50 Questões para o empreendedor Note que, de uma forma sintética, praticamente todos os aspectos relevantes de um empreendimento foram contemplados. Um empreendedor que seja capaz de planejar e responder satisfatoriamente a essas questões, com certeza estará melhor preparado para enfrentar o mercado. Podemosainda afirmar que o Plano de Negócio possui finalidades sob 2 óticas. A primeira ótica condiz com o sentido interno do empreendimento, ou seja para proveito do próprio empreendimento, situação esta que serve para a organização das ideias dos empreendedores. Em outras palavras: O mapa do percurso. O plano serve como ferramenta de orientação na busca de informações detalhadas sobre o ramo, produtos e serviços que o empreendimento irá oferecer, bem como clientes, concorrentes, fornecedores, pontos fortes e fracos do negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade da ideia e gestão da empresa. Ainda no sentido interno de suas finalidades, o Plano de Negócio ajuda o empreendedor a responder a seguinte pergunta: “Vale a pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio?”. Além de servir de plano operacional, que dirá o que e quando realizar as operações. Já a segunda ótica, refere-se ao sentido externo do empreendimento, que tem a função de informar terceiros. O Plano de Negócio é considerado um pré-requisito para se falar com um capitalista e/ou outros investidores. Ele é também um documento que pode impressionar o banco no momento da solicitação de um empréstimo. Como regra geral, quanto mais dinheiro você necessita solicitar aos investidores, mais detalhado deverá ser seu Plano de Negócios. Evidentemente, a montagem de um bom Plano de Negócios não garante o sucesso do empreendimento, mas, sem dúvida, representa um importante PÁGINA 51 passo nessa direção. REFLITA Conhecer a fundo o mercado que deseja atuar é essencial na elaboração de um plano de negócio. Pesquise sobre o perfil de consumidor que seu produto ou serviço atenderá e também sobre os concorrentes. Além disso, o empre- endedor deve se atentar para a parte financeira do documento. Quais são os gastos necessários para que a empresa funcione? Volume de investimento inicial, a taxa de rentabilidade, o ponto de equilíbrio e a necessidade de capi- tal de giro são dados indispensáveis. Alguns tipos de Plano de Negocios (PN) No livro Write Your Business, os colaboradores da revista Entrepreneur oferecem um guia passo-a-passo fácil para a criação de um plano para a sua nova empresa. Neles, os planos de negócios podem ser divididos basicamente em 4 tipos distintos: miniplanos, planos de apresentação, planos de trabalhos e planos do que fazer. O sucesso depende de como você personaliza o seu plano para a sua audiência, e como você os configura. Vejamos: • Miniplanos: são resumos de 5 a 10 páginas que explicam quem você é e o que pretende realizar. Podem ser os preferidos pelos investidores, que podem lê-los rapidamente, até mesmo de seus telefones. • Planos de apresentação: estes são planos criados em PowerPoint, e apresentados para potenciais investidores e parceiros de negócios. O problema desses planos é que você precisa mostrar como vai monetizar o seu negócio de maneira atraente. • Planos de trabalho: esse tipo de plano é usado internamente, para ajudar a gerir a sua empresa. • Planos do que fazer: esse plano mostra a banqueiros ou investidores o que você tem pensado em fazer, caso seu negócio enfrente cenários ruins. Ainda podemos destacar que os planos de negócios são também, por vezes, chamados de planos estratégicos, planos de investimento, planos de expansão, planos operacionais, anuais, internos, de crescimento, planos de produto, planos de custo e muitos outros nomes. Todos eles são planos de negócios. Em cada uma das diferentes variedades de planos de negócios, o plano PÁGINA 52 retrata a situação específica que pretende traduzir e terá maior ênfase em algumas das suas componentes. Por exemplo, se está a desenvolver um plano apenas para uso interno, que não seja para enviar a bancos ou a investidores, poderá não precisar incluir todos os pequenos detalhes que você mesmo já conhece. Os tipos mais comuns de Planos de Negócios que encontrará são: • O plano de negócios mais corrente é um Plano Inicial (“Start-up Plan” ou “Early Stage Plan”), que irá definir as linhas gerais de uma nova ideia de negócio. Ele contemplará tópicos tais como o tipo de empresa, o produto ou serviço para o qual está vocacionado, o mercado, eventuais exportações, estratégia de implementação, a equipe de gestão e a análise financeira. A análise financeira, no mínimo, incluirá uma projeção de vendas, uma demonstração de resultados, o balanço, as projeções de cash-flow e, provavelmente, alguns outros quadros importantes. O plano começa com o sumário executivo e termina com os anexos apresentando os vários tipos de informação que você considere necessária para sustentar adequadamente o seu projeto. Dado que se trata de um Plano para suportar uma ideia ou negócio não existente, algumas componentes são especialmente importantes: 1. A fundamentação da ideia/projeto, face ao mercado alvo, ou seja, porque acreditamos que a ideia terá sucesso; 2. A fundamentação técnica da ideia, no caso de produtos, etc.; 3. A credibilidade e experiência da equipe ao nível técnico e de gestão. • Plano de Crescimento ou Plano de Expansão (ou ainda um plano de um novo produto - “Later Stage Plan”) focar-se-á numa área específica de negócio ou num negócio secundário. Estes planos podem ou não ser planos internos, dependendo se são ou não dirigidos para a procura de novos financiamentos. Um plano interno, usado para estabelecer as linhas de crescimento ou expansão com recurso à própria empresa, poderá não conter os detalhes financeiros de toda a empresa, mas deverá conter, no mínimo, o conjunto de Demonstrações Financeiras que se fariam para um Start-up Plan, orientados à nova ideia/produto. No entanto, um Plano de Expansão que requeira novos investimentos deverá incluir uma descrição exaustiva da empresa e o background da equipa de gestão, bem como um plano de apresentação do novo projeto/ideia para novos investidores, com as respectivas Demonstrações Financeiras. Neste caso, recomenda-se que o Plano seja estruturado de forma incremental, ou seja: 1. Explicando e analisando a nova ideia/produto como um negócio autónomo; 2. Assumindo todos os proveitos e custos específicos da nova área, sem PÁGINA 53 deixar que a análise seja “contaminada” pela realidade da empresa antes do lançamento do novo produto. A fundamentação da experiência passada da empresa e equipe é crucial, para demonstração da experiência concreta da gestão da mesma e dos fundamentos operacionais de suporte ao novo projeto. • Plano de Reestruturação (ou “Turnaround-Plan”) é também um Plano de Negócio que inclui um sumário, o seu propósito, as chaves para o seu sucesso e uma estrutura muito semelhante aos anteriores, ou seja, deverá incluir todos os fundamentos de um plano global. No entanto, um Plano de Viabilização de uma Empresa - embora possa incluir o lançamento de novas ideias/produtos - deverá estar mais focado em outras componentes desse mesmo exercício: 1. Os constrangimentos concretos da empresa na sua fase atual; 2. Uma visão clara das razões que originam os problemas existentes - internas ou externas; 3. Um Plano de Implementação bastante mais detalhado e concreto, dado que se destina a transformar ativamente uma realidade existente e que se assume bem conhecida; 4. As competências e experiência da equipe de gestão envolvida no mercado em causa e em processos de viabilização anteriores; 5. Uma ideia clara quanto à forma de reformular o Plano de Financiamento da Empresa. Além destes 3 tipos base de Planos de Negócios existirão variações ou sub- conjuntos dos mesmos, que assumirão um papel importante em diferentes fases de vida ou em diferentes níveis da Empresa e que descrevemos brevemente: 1. Plano Estratégico é também, normalmente, um plano interno, sendo no entanto, mais focado nas decisõesde alto nível e estabelecendo as principais prioridades, mais do que em datas detalhadas e responsabilidades específicas. Decorrerá, tipicamente, da afinação e detalhe da Visão definida e aprovada no Plano de Negócios. 2. Planos Internos não são dirigidos a investidores exteriores, bancos ou terceiros. Podem não incluir descrições detalhadas da companhia ou da equipa de gestão. Podem também não incluir projeções financeiras detalhadas que se traduzam em previsões ou orçamentos. Devem, isso sim, incluir tópicos específicos e planos de ação dirigidos à área a que reportam - Exemplos: Plano de Lançamento de um Produto, Plano de Marketing, Plano de Qualidade, etc. 3. Plano Operacional é, normalmente, um plano interno, e pode também ser chamado de plano interno ou plano anual. Normalmente, será mais detalhado no que diz respeito à implementação de objetivos, datas, “deadlines” e responsabilidades das equipas e dos gerentes. PÁGINA 54 Poderá incluir detalhes e definições de ordem técnica, em função da especificidade de cada negócio. #FICA A DICA! Atualmente, com os avanços tecnológicos já é possível encontrar livros e sites com exemplos e modelos de planos de negócios disponíveis na internet. Por exemplo, se a sua ideia de negócio é abrir um restaurante, é possível encon- trar na internet planos de negócios específicos de restaurantes. O SEBRAE oferece todo o apoio e vasto conhecimento sobre Plano de Negó- cios. Visite o site: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae Para saber mais detalhes sobre a melhor maneira de criar o plano de negó- cios ideal para o seu negócio, assista o vídeo do SEBRAE: https://www.youtu- be.com/watch?v=h7pa-JhoCno Por que escrever um Plano de Negócios (PN)? A tarefa de escrever um plano de negócios não é uma tarefa fácil. Isso se você nunca escreveu um e não tem a menor idéia de como começar. Nossa intenção e é tornar esta tarefa, que por sinal é muito importante, em algo que com certeza irá permitir a você futuro empreendedor um conhecimento claro da estrutura do seu negócio. Lembre-se, informação nunca é demais, pois estamos falando de algo que poderá ser o início de um grande projeto de vida. Com um plano de negócios é possível identificar os possíveis riscos, e tentar minimizá-los ou mesmo evitá-los. Nele você encontrará seus pontos fortes, conhecerá seu mercado, e terá uma plena idéia em relação ao desempenho financeira da empresa. O PN não é estático, deve ser constituído como um ferramenta dinâmica, flexível, onde você devera revê-lo e atualizá-lo constantemente. Infelizmente no Brasil por falta de informação, o PN não é difundido, ao contrário de outras paises onde ele passa a ser a principal ferramenta para o futuro negócio. Com o apoio do Governo Federal e de outras instituições, o SEBRAE, por exemplo, na promoção e divulgação com cursos e ampla campanha para a formação de empreendedores essa situação tem mudado, pois sem um PN bem elaborado, você fica impedido de alocar recursos para o empreendimento. Por essa razão, é necessário que se entenda o que significa escrever um PN, como proceder, o que escrever e como utilizá-lo para as diversas finalidades a que se propõe. O PN irá abrir as portas para os constantes contatos da área financeira que você inevitavelmente terá pelos seus caminhos, pois ele será o PÁGINA 55 cartão de visitas da empresa. Uma das finalidades principais do PN é o Estudo de viabilidade, é a partir deste estudo que você conseguirá reunir elementos necessários para mostrar ate que ponto o seu negócio é viavel principalmente pelo ponto de vista financeiro. Sem sombra de dúvida o mercadológico e operacional também irão fazer parte das suas necessidades. O importante é colocar no papel antes de tornar realidade. Como um aspecto de planejamento inicial e preparação, o estudo de viabilidade envolve: • Todas as pessoa interessadas no assunto. • Estimula a criatividade que servira para superar os paradigmas. • Permite, desde o início, manter-se um histórico das atividades do projeto e provê um ponto de referência para o pessoal que futuramente estará gerindo o projeto; A viabilidade econômico-financeira é um parecer sobre a viabilidade ou não do investimento planejado. É a etapa mais técnica e necessita da colocação em pratica dos conhecimentos apreendidos. REFLITA Para entender melhor: “Com muitos cálculos pode-se vencer. Com poucos não se pode. Que chances têm quem não faz nenhum” (Sun tzu, 186,pg 114). PÁGINA 56 CAPÍTULO conhEcEndo A EsTrUTUrA do pLAno dE nEgócios 6 Lembremos que um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. Lembremos ainda que, a preparação de um plano de negócio não é uma tarefa fácil, pois exige persistência, comprometimento, pesquisa, trabalho duro e muita criatividade. Boa sorte, ou melhor dizendo, bom trabalho! E tenha claro que começar já é a metade de toda a ação. Existe um velho ditado que diz: “Se quiser que algo seja bem-feito, faça você mesmo.” Nada mais certo do que essa expressão popular, principalmente quando se trata da elaboração de um plano de negócio. Elaborando pessoalmente o seu plano de negócio, você tem a oportunidade de preparar um plano sob medida, baseado em informações que você mesmo levantou e nas quais pode depositar mais confiança. Quanto mais você conhecer sobre o mercado e sobre o ramo que pretende atuar, mais bem-feito será seu plano. Existem alguns tipos de estrutura de plano de negócios, variando conforme o autor, o tipo de empresa e objetivo a que ele se destina. Segue alguns tipos diferentes de estrutura de plano de negócios. Chiavenato (2006) apresenta a seguinte estrutura: 1. Sumário executivo 2. Descrição da empresa 3. Definição do Negócio 4. Plano de marketing 5. Aspectos de Recursos Humanos 6. Aspectos Operacionais 7. Aspectos Econômico-Financeiros PÁGINA 57 Dornelas (2005) sugere a seguinte estrutura de plano de negócios para pequenas empresas prestadoras de serviço: 1. Capa 2. Sumário 3. Sumário Executivo 4. O Negócio 4.1 Descrição do Negócio 42 Descrição dos Serviços 4.3 Mercado 4.4 Localização 4.5 Competidores (concorrência) 4.6 Equipe Gerencial 1.7 Estrutura Funcional 5. Dados Financeiros 5.1 Fontes de Recursos Financeiros 5.2 Investimentos Necessários 5.3 Balanço Patrimonial (projeto para três anos) 1 4 Análise do Ponto de Equilíbrio 5.5 Demonstrativo de Resultados (projetado para três anos) 5.6 Projeção de Fluxo de Caixa (horizonte de três anos) 5.7 Análise de Rentabilidade 6. Anexos VOCÊ SABIA? Que hoje, existem várias maneiras de montar um plano de negócio com a aju- da de ferramentas gratuitas. A Endeavor tem um ebook que mostra quais são os pontos fundamentais que não devem ficar de fora do documento. Outro exemplo é o software Plano de Negócios do Sebrae. Indicado tanto para pessoas que têm uma ideia de negócio, mas não sabem se ela é viável, quanto para empresários que desejam expandir os negócios. O download é gratuito e pode ser feito no site da instituição. O Plano de Negócio é composto por várias seções que se relacionam e permitem um entendimento global do negócio de forma escrita e em poucas páginas. A seguir, encontra-se uma descrição resumida, mas sem perder a essência, de cada uma das seções do Plano de Negócio. Dentre todos os modelos de Plano de Negócios existentes, o modelo do SEBRAE é um dos mais utilizados e também indicado para qualquer tipo de empreendedor, principalmente para os mais inexperientes, por sua plataforma interativa e muitosimples. Como veremos a seguir: PÁGINA 58 A estrutura básica de um plano de negócios, geralmente é formada por: - Capa – informações necessárias e pertinentes. Uma capa é simplesmente uma capa, nela você escreve o título do seu documento e pronto, correto? Não, muito pelo contrário, a capa de um plano de negócios e o cartão de visitas da sua empresa, essa capa ser visualmente agradável e deve passar as informações certas para que a pessoa que receber o plano de negócios seja com qualquer um dos objetivos de um sinta-se atraída a lê-lo. A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do Plano de Negócio, pois é a primeira coisa que é visualizada por quem lê o seu Plano de Negócio, devendo portanto ser feita de maneira limpa e com as informações necessárias e pertinentes. Se sua empresa já existe provavelmente ela tem uma marca, portanto seria ótimo incluir essa marca na capa do seu plano de negócios, dessa forma quem for ler saberá antes de ler qualquer palavra de quem veio esse plano de negócios e se lhe interessa ou não, se sua empresa não existe ainda e não tem uma marca essa seria uma ótima hora para encontrar algo que represente a idéia por trás dessa empresa, não precisa necessariamente ser a marca final dessa empresa, mas algo que transcreva visualmente essa empresa. Juntamente com a marca da empresa você terá o título do documento, que será “Plano de Negócios” pois uma pessoa que recebe esse documento deverá somente pela capa que aquilo se trata de um plano de negócios, da empresa cuja marca está estampada nele, caso isso ainda não deixe claro do que se trata aquele plano de negócios você poderá incluir um subtítulo com uma frase curta sobre o que essa empresa faz, no caso da minha empresa seria algo do tipo “Desenvolvimento de Sistemas para Web”. PÁGINA 59 Além desses itens essa capa deverá ter um rodapé no qual vão estar os dados de contato da empresa, pois não adianta nada um investidor receber seu plano de negócios, achar a ideia ótima, ter milhões de dolares para investir nela, mas não conseguir encontrá-lo para dar essa maravilhosa notícia. Esses dados de contato devem incluir, site, e-mail, telefone e endereço caso todos existam. Além disso esse rodapé devera conter o nome de quem o escreveu, e seu cargo na empresa, seguido da data de criação, a informação de versão desse documento (algo do tipo versão 1, ou versão 2), e o número de copias desse documento (no formato “Copia X de X”). - Sumário - deve conter o título de cada seção do PN e a página respectiva onde se encontra. O sumário deve conter o título de cada seção do Plano de Negócio e a página respectiva onde se encontra. - Sumário Executivo – decidira se o leitor continua ou não a ler o seu PN. Inclui missão e visão do negocio - breve relatório sobre os sócios do empreendimento, breve relatório sobre os recursos financeiros necessários. O Sumário Executivo é a principal seção do seu Plano de Negócio. Através do Sumário Executivo é que o leitor decidirá se continua ou não a ler o seu Plano de Negócio. Portanto, deve ser escrito com muita atenção, revisado várias vezes e conter uma síntese das principais informações que constam em seu Plano de Negócio. Deve ainda ser dirigido ao público alvo do seu Plano de Negócio e explicitar qual o objetivo do Plano de Negócios em relação ao leitor (ex.: requisição de financiamento junto a bancos, capital de risco, apresentação da empresa para potenciais parceiros ou clientes etc.). O Sumário Executivo deve ser a última seção a ser escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser feita. - Planejamento Estratégico do Negócio - irá definir: rumos, situação atual, suas metas e objetivos, premissas do planejamento, de longo prazo. A seção de planejamento estratégico é onde você define os rumos de sua empresa, sua situação atual, suas metas e objetivos de negócio, bem como a descrição da visão e missão de sua empresa. É a base para o desenvolvimento e implantação das demais ações de sua empresa. - Descrição da Empresa - seu histórico, crescimento/faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional, localização, parcerias, etc.. Se não tiver estas informações fornecer uma estimativa. Nesta seção você deve descrever sua empresa, seu histórico, crescimento/ faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional, localização, parcerias, serviços terceirizados etc. - Produtos e Serviços - quais são como são produzidos, ciclo de vida, fatores tecnológicos envolvidos, pesquisa e desenvolvimento, principais clientes atuais, se detém marca e/ou patente de algum produto etc. Nesta seção do seu Plano de Negócio você deve descrever quais são seus produtos e serviços, como são produzidos, ciclo de vida, fatores tecnológicos envolvidos, pesquisa e desenvolvimento, principais clientes atuais, se detém marca e/ou patente de algum produto etc. PÁGINA 60 - Análise de Mercado - através de uma pesquisa de mercado demonstrar como esta segmentado o seu produto as características do consumidor, análise da concorrência, a sua participação de mercado, os riscos do negócio etc. Na seção de Análise de Mercado, você deverá mostrar que conhece muito bem o mercado consumidor do seu produto/serviço (através de pesquisas de mercado): como está segmentado, as características do consumidor, análise da concorrência, a sua participação de mercado e a dos principais concorrentes, os riscos do negócio etc. - Plano de Marketing – como pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de preços, projeção de vendas, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade. O Plano de Marketing apresenta como você pretende vender seu produto/ serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de preços, projeção de vendas, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade. - Plano Financeiro - deve apresentar em números todas as ações planejadas de sua empresa e as comprovações, através de projeções futuras (quanto precisa de capital, quando e com que propósito) Deve conter itens como fluxo de caixa, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de investimento, lucratividade prevista, prazo de retorno sobre investimentos etc. A seção de finanças deve apresentar em números todas as ações planejadas de sua empresa e as comprovações, através de projeções futuras (quanto precisa de capital, quando e com que propósito), de sucesso do negócio. Deve conter itens como fluxo de caixa com horizonte de 3 anos, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de investimento, lucratividade prevista, prazo de retorno sobre investimentos etc. - Anexos: Esta seção deve conter todas as informações que você julgar relevantes para o melhor entendimento de seu Plano de Negócio. Por isso, não tem um limite de páginas ou exigências a serem seguidas. A única informação que você não pode esquecer de incluir é a relação dos curriculum vitae dos sócios da empresa. Poderá ser anexadas ainda informações como fotos de produtos, plantas da localização, roteiro e resultados completos das pesquisas de mercado que você realizou, material de divulgação de seu negócio, folders, catálogos, estatutos, contrato social da empresa, planilhas financeiras detalhadas etc. PÁGINA 61 FICA A DICA! O SEBRAE oferece todo o apoio e vasto conhecimento sobre Plano de Negócios. Visite o site e veja como elaborar um plano de negócios passo-a-passo: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elabo-rar-um-plano-de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD LEITURA COMPLEMENTAR Como definir o tamanho ideal do seu plano de negócio Especialista afirma que muitos investidores já orientam os empreende- dores sobre o tamanho, o formato e o conteúdo do plano que gostam de receber Por Camila Lam access_time 15 abr 2015, 12h20 É preciso estabelecer um tamanho para o plano de negócios? Respondido por Eduardo Vilas Boas, especialista em plano de negócios Sempre existe a dúvida sobre o tamanho do plano de negócios. Se muito extenso ele pode ser prolixo e maçante, se muito curto pode não esclarecer tudo que é necessário. Antes de preocupar-se com o tamanho, o empreendedor deve saber qual é a sua finalidade. O tamanho exigido é diferente para os planos que serão apresentados a investidores, para os que participarão de concursos ou ainda para os que serão utilizados pela própria empresa. Recomendo que planos de negócios que serão apresentados a investidores tenham, no máximo, 20 páginas, sem contar os anexos. Essa é uma recomendação geral. PÁGINA 62 O empreendedor deve sempre buscar informações específicas sobre o investidor que irá abordar. Muitos investidores profissionais já orientam os empreendedores sobre o tamanho, o formato e o conteúdo do plano que gostam de receber. Essas orientações devem ser seguidas, não ache que o seu negócio é uma exceção e merece fugir do padrão. No caso dos planos que são feitos para participar de concursos, também é preciso seguir a regra, que costuma variar bastante. O concurso da universidade americana Wharton exige um plano de, no máximo, sete páginas e o de Harvard sugere uma apresentação com até 15 slides e um sumário executivo de até três páginas. A utilização de slides, para fazer um plano bem sucinto, vem sendo muito recomendada, tanto em concursos quanto por investidores. Os slides devem ser bastante diretos, com pouco texto. Neste caso, recomendo não mais do que 15 slides. Mesmo que tenha optado por utilizar apenas slides, é recomendável que o empreendedor tenha um plano escrito completo pronto, para ser enviado caso mais informações sejam solicitadas. A única possibilidade de o plano ser extenso é se for elaborado com o intuito de ser utilizado pelo próprio empreendedor e pela empresa. Neste caso não há limites para o tamanho, mas se muito extenso ele não é interessante. Se o empreendedor fizer uma versão extensa e detalhada, sugiro que faça uma versão resumida para ser compartilhada com a equipe, por exemplo. Ter um plano de negócios sucinto é o ideal. Deixar o gostinho de quero mais no leitor e ser chamado para uma possível apresentação para esclarecer as dúvidas é muito melhor do que cansar o leitor com um plano cheio de detalhes irrelevantes. Neste caso, menos é mais. Eduardo Vilas Boas é empreendedor, doutor em administração de empresas pela FEA/USP, sócio da Empreende e criador do site Empreende.vc. FONTE: http://exame.abril.com.br/pme/como-definir-o-tamanho-ideal-do-seu-plano- de-negocio/ PÁGINA 63 CAPÍTULO A imporTânciA dA pEsQUisA dE mErcAdo E do pLAnEjAmEnTo finAncEiro 7 Não que os demais componentes do Plano de Negócios sejam menos importantes, mas devemos destacar que através da Análise de Mercado, através de uma pesquisa de mercado é que se pode demonstrar como está segmentado o produto e as características do consumidor, assim como análise da concorrência, a sua participação de mercado, os riscos do negócio e etc. E que com base nessa análise é que se elabora o Plano de Marketing, que define por exemplo, como se pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos e aumentar a demanda, seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de preços, projeção de vendas, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade. E tão importante quanto, o Plano Financeiro é aquele que deve apresentar em números todas as ações planejadas de sua empresa e as comprovações, através de projeções futuras (quanto precisa de capital, quando e com que propósito) Deve conter itens como fluxo de caixa, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de investimento, lucratividade prevista, prazo de retorno sobre investimentos entre outros. A Pesquisa de Mercado Para melhor atender um mercado-alvo, o empreendedor deve dispor de informações relevantes sobre seu campo de atuação, seu negócio, sua concorrência e especialmente seus futuros clientes. Por isso a necessidade de uma Pesquisa de Mercado. Segundo Izuno (apud MATTAR, 2005, p. 2), “A pesquisa de mercado originou- se e se desenvolveu nos Estados Unidos da América (EUA) a partir de 1910 obtendo destaque nas décadas de 50 e 60 sendo até hoje o país que mais investe em pesquisas”. Kotler (2000, p. 125), afirma que a pesquisa de mercado ou pesquisa de marketing “corresponde à elaboração, à coleta, à análise e à edição de relatórios sistemáticos de dados e descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada por uma empresa”. PÁGINA 64 E segundo o IBOPE (2007, p. 1): a pesquisa de mercado é a melhor e mais confiável ferramenta para obtenção de informações representativas sobre determinado público-alvo. Além de permitir o teste de novas hipóteses, conceitos ou produtos, a pesquisa de mercado auxilia na identificação de problemas e oportunidades e ajuda a traçar perfis de consumidores e mercados. O processo de Pesquisa de Mercado consiste na definição do problema e dos objetivos de pesquisa, desenvolvimento do plano de pesquisa, coleta de informações, análise das informações e apresentação dos resultados para administração do negócio. Ao realizarem pesquisa o empreendedor deve decidir se deve coletar os dados ou usar dados já disponíveis. Deve também decidir sobre qual será a abordagem da pesquisa e que instrumento (questionários ou dispositivos mecanicos) usar. A principal razão para um empreendedor adotar a pesquisa de mercado é a descoberta de uma oportunidade de mercado. Uma vez com a pesquisa concluída, ele deve, cuidadosamente, avaliar suas oportunidades e decidir em que mercados entrar. Os mercadólogos dependem ainda da pesquisa de mercado para determinar aquilo que os consumidores querem e quanto estão dispostos a pagar. Eles esperam que este processo lhes confira uma vantagem competitiva sustentável. Daí sua importância como ferramenta auxiliar na tomada de decisões. A pesquisa mercadológica é uma ferramenta que disponibiliza informações sobre as variáveis de mercado, sendo essas informações armazenadas em sistemas de informação de marketing para análise de executivos no momento presente e em períodos futuros, fazendo-se comparações período/período para um melhor embasamento. Lembremos que, em um mercado global em rápida transformação, inconstante como nos dias atuais, a tomada de decisão exata, oportuna e eficiente é imprescindível, e, de acordo com Kotler (2000), a pesquisa é o ponto de partida não só para o marketing como também para o planejamento estratégico da empresa. Por meio dela, as empresas são capazes de segmentar seus mercados, definir qual será seu público-alvo, posicionar seus produtos/serviços de forma a criar valor a esses clientes, desenvolver estratégias no nível tático relativo ao mix de marketing, programar e controlar todo o processo, acompanhando e avaliando resultados, melhorando sua estratégia, ou seja, ela levará a empresa a reconhecer que os clientes em qualquer mercado normalmente diferem e m suas necessidades, desejos, percepções e preferências. Kotler (2000) descreve que as pesquisas de mercado podem acontecer por meio de grupo de foco, pesquisa por observação, levantamentos, dados PÁGINA 65 comportamentais e pesquisa experimental, tendocomo instrumentos o questionário e os instrumentos mecânicos. As pesquisas de mercado podem ser qualitativas ou quantitativas, ambas de grande valia se atendendo os propósitos de pesquisa. Em geral, nas pesquisas quantitativas há uma maior facilidade de se tabular os dados, devido à forma das varáveis apresentadas após a coleta de dados. Na pesquisa quantitativa elabora-se um questionario com questões fechadas (lista de respostas pré-codificadas) ou um questionário semi-estruturado com perguntas fechadas e abertas, podendo ser aplicado por intermédio de entrevistas pessoais, entrevistas por telefone, por mala-direta e pela internet. Já a pesquisa qualitativa tem métodos menos estruturados, porém mais intensivos ante as pesquisas quantitativas que são feitas por meio de questionários. Nas pesquisas qualitativas, existe um maior relacionamento com o respondente, conseqüentemente os dados extraídos apresentam contextos mais ricos e aprofundados, podendo, assim, subtrair novas percepções e perspectivas Segundo Mattar (apud KIRK & MILLER, 1997, p. 77): tecnicamente a pesquisa qualitativa identifica a presença ou ausência de algo, enquanto a quantitativa procura medir o grau em que algo está presente. Há também diferenças metodológicas: na pesquisa quantitativa os dados são obtidos de um grande número de respondentes, usando-se escalas, geralmente, numéricas, e são submetidos a análise estatísticas formais; na pesquisa qualitativa os dados são colhidos através de perguntas abertas (quando em questionários), em entrevistas em grupos, em entrevistas individuais em profundidade e em testes projetivos. É possível que numa mesma pesquisa e num mesmo instrumento de coleta de dados haja perguntas quantitativas e qualitativas. A pesquisa quantitativa é realizada por questionários; assim definidos por Kotler (2000, p. 132): “um questionário consiste em um conjunto de perguntas que serão feitas aos entrevistados”. Devido à agilidade do questionário; esse , é, de longe, o método mais usado para a obtenção de dados primários, porém, precisam ser diligentemente elaborados e testados antes de serem aplicados em grande escala. Kotler (2000). Nota-se que, tanto qualitativa, como quantitativa, a pesquisa de mercado é de grande deferência no que diz respeito à tomada de decisão, podendo- se ainda notar que, uma pesquisa pode dar seqüência em outra, com outro método, como forma de complementação; sempre buscando soluções e oportunidades. PÁGINA 66 Conforme manual do empresário elaborado pelo SEBRAE (2007, p. 3): Todas as decisões sobre novos empreendimentos contêm um certo grau de incerteza, tanto em relação à informação nas quais estão baseadas como em relação às suas consequências. Assim, o sucesso de uma pesquisa mercadológica é a sua orientação para a decisão. Nota-se que a pesquisa mercadológica bem estruturada tem sido a bússola na tomada de decisão nas empresas, juntamente com outras ferramentas, visto que a área de marketing caminha lado a lado com a área financeira. Sistemas de inteligência empresarial são constantemente carregados com dados que posteriormente serão transformados em informações para que alguma decisão seja tomada. Por isso que, pesquisas de mercado devem ser bem elaboradas, tendo em vista a sua relevância para as organizações e administradores tomadores de decisão, pois qualquer decisão precipitada pode desencadear no mau êxito do negócio. #FICA A DICA! Um pequeno roteiro simplificado para uma pesquisa de mercado * Primeiro, coloque o ramo de atividade escolhido e escreva tudo o que sabe sobre ele. Pergunte a si mesmo por que escolheu esse ramo e se você sentirá prazer em trabalhar nessa atividade; * Depois, faça um trabalho de pesquisa para conhecer melhor o ramo de atividade. Visite os concorrentes mais bem-sucedidos. Observe e anote: a) Que mercadorias ou serviços esses concorrentes comercializam? b) Que preços praticam? c) Que tipo de público os procura? d) Como atendem a esse público? e) Como é a “cara” do estabelecimento? Observe a pintura, a iluminação, o mobiliário, os uniformes, a apresentação dos produtos, a limpeza, etc. f) Como organizar estoque, produção, comercialização e entrega? g) Analisem quais são os seus concorrentes de maior sucesso e anote por que eles têm a preferência dos clientes. PÁGINA 67 VOCÊ SABIA? É possível criar uma pesquisa de mercado online grátis! Existem diversos sites especializados em pesquisas online, e alguns deles oferecem esse serviço gratuitamente. Como o exemplo abaixo. ACESSE: https://www.survio.com/l-br-1-nr-xh-criar-pesquisa-de-mercado/ Planejamento Financeiro Para fazer um plano de negócios, deve-se ter em mente que uma das partes mais importantes é o planejamento financeiro. Isso, porque no final das contas, “não importa” qual é o produto, segmento de mercado que pretende alcançar ou mesmo a maneira como vai colocar tudo isso em prática, se não tiver previsão de receitas suficientes que permitam isso ou que sejam atraentes para potenciais investidores. Obviamente que não consegue chegar em um plano financeiro de um plano de negócios bem feito sem muitas outras informações, mas pensar nele e como ele vai se concretizar é essencial. O PF é o processo que, além de estimar a quantia necessária para iniciar bem como continuar as operações, viabilizando o processo de decisão sobre quando e como realizar financiamentos. Por se tratar de um procedimento confiável, é também um instrumento muito relevante para o empreendedor, na medida em que fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar as diversas ações para se alcançar os objetivos desejados. O sucesso de quaisquer negócios – seja uma empresa industrial, comercial, ou de serviços depende de varias decisões que o empreendedor deve tomar antes de iniciá-lo. O plano de viabilidade financeira ira ajudá-lo a: PÁGINA 68 • O cálculo da demanda de fundos necessários para a execução dos planos traçados; • A elaboração de uma previsão da disponibilidade de fundos resultantes da execução dos planos; • A elaboração de um sistema de controle sobre as fontes e as aplicações de fundos dentro da organização; • O desenvolvimento de uma metodologia de adaptação dos planos às variáveis externas não controláveis. O PF permite prevêr um superávit ou déficit de caixa no exercício, com a adaptação mais rápida caso haja alterações nos fatores externos, já que estes serões mais facilmente identificados. Fornece maior previsibilidade para empresas que desejam tomar decisões mais consistentes e confiáveis, além de maior sustentabilidade a curto, médio e longo prazo. Uma ferramenta útil para melhorar o desempenho e agilizar processos é o controle do fluxo de caixa (diário). É a previsão de entradas e saídas de recursos monetários, por um determinado período. O principal objetivo dessa previsão é fornecer informações para a tomada de decisões, tais como: prognosticar as necessidades de captação de recursos bem como prever os períodos em que haverá sobras ou necessidades de recursos; aplicar os excedentes de caixa nas alternativas mais rentáveis para a empresa sem comprometer a liquidez. Resumidamente, é a demonstração visual das receitas e despesas distribuídas pela linha do tempo futuro. Para a montagem da projeção do fluxo de caixa devemos considerar os seguintes dados: Entradas a) contas a receber b) empréstimos c) dinheiro dos sócios Saídas a) contas a pagar b) despesas gerais de administração (custos fixos) c) pagamento de empréstimos d) compras à vista O fluxo de caixa é considerado um dos principais instrumentos de análise e avaliação de uma empresa, proporcionando ao empreendedor uma visão futura dos recursos financeiros da empresa, integrando o caixacentral, as PÁGINA 69 contas correntes em bancos, receitas, despesas e as previsões. As decisões relacionadas a compra, venda, investimentos, aportes de capital pelos sócios captação ou pagamento de empréstimos e de investimentos, constituem um fluxo contínuo entre as fontes geradoras e as utilizadoras de recursos. Somente com uma programação financeira bem estruturada e um fluxo de caixa, a empresa pode administrar o caixa, detectando, antecipadamente, apertos ou folgas de caixa. Deve e pode ser utilizado por empresas de qualquer porte dada a sua importância e simplicidade. O PF é o processo que, além de estimar a quantia necessária para iniciar bem como continuar as operações, viabilizando o processo de decisão sobre quando e como realizar financiamentos. É preciso ter em mente que um dos principais motivos de falência de novas empresas é a falta de visão empresarial para a criação de uma boa estrutura financeira, planejada e direcionada para o desenvolvimento da empresa. E como fazer o plano financeiro no plano de negócios? Para se fazer um bom planejamento financeiro não é necessário ser um economista. Basta identificar os detalhes do novo negócio, estabelecer metas, considerar os recursos a serem aplicados em cada caso e convertê-los em realidade. Veja um passo a passo para chegar nesse resultado: Passo 1: Defina o investimento inicial necessário Você deve analisar friamente o investimento inicial necessário e verificar todas as despesas para implantação do negócio como, por exemplo, os gastos com instalação, suprimentos, equipamentos eletrônicos, sede física, mobiliário e tudo o mais que for necessário para montar o seu empreendimento. Vamos supor que um empreendedor precise de R$30.000 para iniciar o seu negócio, mas tem apenas R$10.000. Ter essa noção vai permitir que ele saiba exatamente o que fazer antes de entrar de cabeça no negócio. Nesse caso, o empreendedor teria três opções: – pedir um empréstimo/investimento com uma grande preocupação em como os juros iriam afetar os resultados não operacionais do negócio; – refazer o plano financeiro analisando reduções de custo e como isso afetaria o resultado final; – desistir da idéia, por ter menos dinheiro do que o necessário. Pode até parecer cruel, mas a vida dos negócios é assim, ou você fica atento e toma decisões difíceis logo no primeiro passo ou estará fadado ao fracasso. Passo 2: Faça uma projeção de despesas e receitas Se você tem o capital necessário para o passo inicial, precisa verificar qual é o custo do negócio girando normalmente e isso envolve projeções de despesas e receitas. É preciso calcular atentamente todos os demais custos exigidos e o quanto você pode e conseguirá vender ao longo desse processo. PÁGINA 70 Exemplo: Um grande problema é a impressionante quantidade de empreendedores que tendem a ser extremamente otimistas ao fazer suas projeções. Se você quiser fugir desse risco, tente abordagens nas quais você já tenha informações do seu negócio funcionando, mesmo que de maneira embrionária, em versão beta ou com capacidade inferior ao seu objetivo final. Passo 3: Análise os principais indicadores de viabilidade Os indicadores são produzidos tendo como base os valores anteriormente calculados, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento e crescimento do seu negócio. Veja quais são os principais indicadores: – VPL – Valor presente líquido – TIR – Taxa interna de retorno – Payback – Tempo para recuperar investimento feito no negócio Dependendo do investidor, pode ser que outros indicadores possam ser solicitados, mas de maneira geral, caso você tenha esses 3, já terá uma boa noção. Uma exercício interessante de se fazer nesses momentos é o de calcular um possível valuation, já que isso te daria uma boa noção de quanto pedir em troca de que porcentagem das suas ações em casos de investimentos. PÁGINA 71 VOCÊ SABIA? Valuation é um termo de origem inglesa que significa, adaptado ao portu- guês, avaliação de empresas. Ao trabalhar com as percepções que a empre- sa possui dos investidores e clientes, o valuation envolve o julgamento da posição que ocupa no mercado e a previsão do retorno de investimento nas ações da empresa. Uma empresa pode ser avaliada em diversas ocasiões e por diferentes motivos: para fins contábeis, depois da realização de uma transação ou aquisição, além de processos judiciais, por exemplo, nos quais os bens pre- cisam ser divididos. Os responsáveis pela valuation analisam os vários componentes da empresa em questão e estimam o valor monetário dos seus ativos intangíveis, a ex- emplo da própria marca, do relacionamento com o cliente ou da tecnologia da empresa. Utilizar essa ferramenta de análise de seu negócio tem vários benefícios, tais como: Identificar as características que o valorizam; Entender aspectos que o fazem valer menos; Saber quanto pode ser investido; Entender o crescimento ao longo dos anos; Negociar, de forma justa, o valor da empresa com o societário. FONTE: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conhe- ca-o-valuation-e-saiba-quanto-vale-sua-empresa/ PÁGINA 72 LEITURA COMPLEMENTAR Como montar a parte financeira do plano de negócios Uma das partes mais importantes do plano de negócios é o plano financeiro 5 passos para montar a parte financeira do plano de negócios - Respondido por Rogério Nunes, especialista em finanças Uma pequena empresa é viável quando oferece retorno financeiro ao empreendedor. Portanto, uma das partes mais importantes do plano de negócios é o plano financeiro. Esta etapa transforma em números as estratégias de mercado e concorrência, localização, investimentos. Enfim, é a quantificação das demais peças do plano de negócios em relatórios que demonstrem a viabilidade econômica do empreendimento. Nessa parte, é necessário expor as descrições e cenários, fluxo de caixa, análise de investimentos, demonstrativos de resultados, projeções de balanços e outros indicadores. Essa seção de projeções financeiras sempre pede uma atenção maior, e, geralmente, traz dúvidas para quem a desenvolve. Também não deve estar sujeita a emoções ou desejos – os números não podem mentir. Liste todos os pressupostos e os dados quantitativos como projeções financeiras com todas as estimativas de vendas, custos de produção, distribuição, logística, despesas comerciais e administrativas e investimentos em ativos e marketing. Elabore as projeções financeiras para um período de três a cinco anos (este prazo deve obedecer às características de cada projeto), para que elas sirvam de orientação para a equipe de gestão, instituições financeiras ou possíveis investidores. Outra dica importante é que o planejamento traga as fontes de recursos financeiros, com um resumo de sua utilização. Para que o plano financeiro seja bem completo, ele precisa ter as seguintes informações: – Investimento inicial: coloque os custos com as instalações, suprimentos, equipamento e mobiliário necessários para a implantação do negócio; – Custos e despesas: levante todos os valores que serão despendidos para produção do produto ou serviço da empresa e demais gastos necessários para a operação (administrativos e comerciais); – Fluxo de caixa: é um instrumento que tem como objetivo a projeção das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa; – Demonstrativo de resultados: representa a geração de riqueza do empreendimento, sob o ponto de vista econômico, ou seja, determina a margem de lucro. – Retorno do investimento: demonstra a relação entre o investimento efetuado e os ganhos gerados no empreendimento. Para que o plano financeiro dê certo, ele tem que estar perfeitamente alinhado com as demais peças do plano de negócios. Rogério Nunes é diretor da Moore Stephens Auditores e Consultores. FONTE: http://exame.abril.com.br/pme/como-montar-a-parte-financeira-do-plano-de-negocios/ PÁGINA 73 CAPÍTULO dEsEnVoLVEndo Um pLAno dE nEgócios nA prÁTicA 8 A preparação de um plano de negócio não é uma tarefa fácil, pois exige persistência, comprometimento, pesquisa, trabalho duro e muita criatividade. Lembrando que existem alguns tipos de estrutura de plano de negócios, variando conforme o autor, o tipo de empresa e objetivo a que ele se destina. Dentre todos os modelos de Plano de Negócios existentes, o modelo do SEBRAE é um dos mais utilizados e também indicado para qualquer tipo de empreendedor, principalmente para os mais inexperientes, por sua plataforma interativa e muito simples. Como veremos a seguir: Com base nesse modelo de Plano de Negócios oferecido pelo SEBRAE, sigamos em frente, pois, existe um velho ditado que diz: “Se quiser que algo seja bem-feito, faça você mesmo.” Nada mais certo do que essa expressão popular, principalmente quando se trata da elaboração de um plano de negócio. PÁGINA 74 Então, vamos lá! Mãos a obra! VOCÊ SABIA? Que hoje, existem várias maneiras de montar um plano de negócio com a ajuda de ferramentas gratuitas. Ótimo exemplo é o software Plano de Negócios do Sebrae. Indicado tanto para pessoas que têm uma ideia de negócio, mas não sabem se ela é viável, quanto para empresários que desejam expandir os negócios. O download é gratuito e pode ser feito no site da instituição. Acesse através do link: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ solucoes_online/software-plano-de-negocio-30,2bc0fec6ffae5510VgnVCM- 1000004c00210aRCRD Exemplo de PN Completo – Boutique do Carro Sumário Executivo Conceito do Negócio A Boutique do Carro será o primeiro centro automotivo focado totalmente no público feminino, contando com serviços estéticos e de mecânica. O grande diferencial da empresa será a abordagem no tratamento e atendimento ao nosso público alvo, possuindo funcionários treinados para passar confiança e ser transparente na explicação dos nossos serviços. Por trabalhar com um público exigente, a empresa contará com serviços diferenciados, como lavagem a seco, sistema delivery, filial móvel, entre outros. A empresa possuirá um projeto arquitetônico criado para otimizar espaço, melhorar o sistema de iluminação e uma decoração totalmente voltada à mulher, buscando o bem estar e o aconchego da mesma. O empreendimento contará com os serviços de lavagem a seco, enceramento, cristalização, higienização, micro pintura, entre outros. Além disso, o centro automotivo abrangerá os serviços de mecânica, como reparos, troca de peças e revisão. Para todos esses serviços, existirá um trabalho de comunicação visual, com banners auto-explicativos e folhetos para facilitar o entendimento e mostrar PÁGINA 75 os benefícios de cada serviço. Mercado e Competidores A população de São Paulo vem sofrendo um processo de feminização ao longo dos últimos anos. Além disso, a mulher está cada vez mais dinâmica e independente, o que justifica o aumento da população feminina na direção dos automóveis. Aliado a esses dados de mercado, foi constatada, através da realização de uma pesquisa, a falta de tempo das mulheres para os cuidados estéticos com seu veículo e a falta de confiança que elas possuem na realização de reparos nos mecânicos atuais. Outro ponto levantado na pesquisa foi o desconforto que elas sentem em lava-rápidos e mecânicas, por acharem ser um ambiente masculino, sujo e com grande possibilidade de assédio. Por fim, a maioria das mulheres entrevistadas demonstrou um grande interesse em um espaço exclusivo a elas para realizarem os cuidados com seu carro. Com relação aos nossos concorrentes, a Boutique do Carro está muito bem posicionada já que não há empresas no mercado com as mesmas características (centro estético e mecânico em um mesmo ambiente e focado para o público feminino). PÁGINA 76 Marketing e Vendas O crescimento do negócio está fundamentado basicamente em dois pilares: o aumento no número de clientes e o aumento no número de serviços de maior valor agregado. O primeiro acontece devido à estimativa inicial de clientes ter sido bem abaixo da média de empresas já estabelecidas, além do negócio ter uma ótima localização e o resultado das ações de marketing e parcerias que conferirão maior visibilidade ao negócio. Além disso, deve-se ressaltar o atendimento diferenciado, com foco no relacionamento transparente com as clientes, o que tende a fidelizá-las. Já o aumento no número de serviços de maior valor agregado (polimentos, cristalizações, higienizações, etc, no lava- rápido e limpeza periódica de bico injetor, revisão a cada 20.000 km rodados, etc, na mecânica), está fundamentado na política da empresa em explicar e conscientizar os clientes dos benefícios de serviços não muito procurados pelo público-alvo, conforme dados da pesquisa de mercado realizada. Dessa forma, foi estimado um aumento gradativo no ticket médio tanto na mecânica como, principalmente, no lava-rápido. Estrutura e Operações A empresa estará localizada em um galpão de 200 m2 no bairro do Brooklin, zona sul da cidade de São Paulo, próximo a shoppings, um grande centro empresarial, universidades e bairros residenciais de médio/alto padrão. A Boutique do Carro possui uma estrutura funcional enxuta e crescente de acordo com o aumento do número de serviços. Para cargos técnicos (mecânico e aplicador) serão recrutados no mercado profissionais com experiência. Plano Financeiro O momento de maior exposição do negócio será no 10º mês, em que o fluxo de caixa acumulado se encontra negativo em cerca de R$ 212.000,00. A partir desse mês, o faturamento do negócio passa a ser superior às despesas, fazendo com que o caixa se torne positivo a partir do 25º mês. No início dos 4º e 5º anos haverá um investimento em um automóvel utilitário e o recrutamento de mais três funcionários para compor a Filial Móvel. Ao final do 5º ano, estima- se um faturamento médio mensal de R$240.000,00, com um lucro médio de R$66.000,00 e com o caixa acumulado de aproximadamente R$1.300.000,00. Oferta ou Necessidade de Aporte de Recursos Para a execução do empreendimento será investido um montante de R$116.500,00 para obras, equipamentos, móveis, treinamentos, insumos e marketing. Os recursos financeiros para suprir esse investimento inicial serão provenientes da proprietária do negócio e de familiares e amigos. PÁGINA 77 Conceito do Negócio A Oportunidade Todos sabemos o quanto, nós brasileiros, somos apaixonados por carro e como damos valor a ele. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) mostram que, em 2004, já existiam mais de 3.400.000 automóveis em circulação no município de São Paulo, e embora haja um crescimento nas linhas de metrô e trem, as pessoas continuam muito dependentes de automóveis, ainda mais em regiões de pólos empresariais. Não é de hoje que essa paixão existe. Antigamente, ela era muito mais presente nos homens, que eram os responsáveis por trabalhar e colocar dinheiro em casa e, na grande maioria das vezes, os únicos na família a possuir um automóvel. Porém, no decorrer dos últimos anos, essa tendência mudou e a mulher não só aprendeu a se valorizar, ajudando nas despesas de casa, como vem crescendo dentro das empresas, atuando muitas vezes em cargos ocupados por homens. O fato delas já terem praticamente igualdade no trabalho, juntamente com o fato de cada vez mais buscarem direitos iguais e serem maioria no Brasil e na cidade de São Paulo, fazem com que as mulheres tenham, cada vez mais, uma importância muito significativa para o mercado. Com isso, surge a oportunidade de fazer um centro automotivo voltado para o público feminino, que está sendo mal atendido e sem foco nesse segmento, uma vez que esse tipo de empreendimento ainda não existe na nossa cidade.Identificamos através da pesquisa de mercado em anexo, que as mulheres têm o costume de levar o carro para lavar, mas muitas vezes não tem tempo para isso ou reclamam por não terem o que fazer enquanto o mesmo é lavado. Com relação à parte mecânica do veículo, ainda existe um paradigma a ser quebrado, que é o medo que elas têm de ser enganadas. Sendo assim, serão criados alguns serviços diferenciados para atender essas necessidades, como por exemplo, o sistema delivery, onde o veículo é retirado e entregue no local em que ela esteja (dentro do nossa área de atuação), atendimento personalizado para esclarecer dúvidas sobre serviços de lava-rápido e mecânica, além do fato de estarmos ao lado de dois grandes shoppings, Morumbi e Market Place, minimizando o problema de não terem o que fazer no período do nosso serviço. PÁGINA 78 O Negócio A Boutique do Carro é um centro automotivo especializado em limpeza, conservação, revitalização e pequenos reparos de superfícies, além de contar com serviços de mecânica. A empresa é totalmente focada nas necessidades detectadas de um público específico: o feminino, muito exigente e cada vez mais preocupado com a conservação do seu automóvel. A Boutique do Carro está dividida em duas partes: Estética e Mecânica O Slogan é “Cuidando do seu carro e do seu tempo...” Missão “Criar para o público feminino, soluções de limpeza e serviços mecânicos em geral, de maneira transparente e ética, preservando o meio ambiente e garantindo lucro para o negócio”. Visão: “Ser referência no mercado brasileiro em serviços automotivos focados no público feminino”. A empresa está preparada para atender o cliente da melhor forma possível, pois contará com profissionais legalmente capacitados, uniformizados, especializados e treinados para atender com agilidade e transparência, a fim de não deixar nenhuma dúvida por parte das nossas clientes. Possui uma preocupação com seus funcionários, os treinando para evitar qualquer tipo de lesão corporal, devido ao trabalho executado. A empresa utilizará o que há de mais moderno em equipamentos e uma tecnologia diferenciada, contando com o sistema de lavagem a seco. Este tipo de sistema tem algumas vantagens em relação aos métodos tradicionais de lavagem, ainda bastante desconhecido pelo público em geral: - não faz sujeira ou barulho; - o grau de atrito da limpeza é menor que no sistema tradicional; - não cria resíduos ou detritos poluentes para o esgoto; - preserva a natureza - os produtos são ecologicamente corretos e o sistema não utiliza água; - protege a pintura do veículo – os produtos não são abrasivos, evitando oxidação prematura da pintura, além de criar uma película protetora; - não necessita local ou maquinários específicos, adaptando-se com facilidade a qualquer local ou tipo de operação. Além disso, a lavagem a seco é totalmente comprometida com a preservação do meio ambiente, atendendo a legislação ambiental. Esse sistema de limpeza PÁGINA 79 não utiliza água, enquanto um lava-rápido comum gasta em média 250 litros de água para lavar um carro de passeio, sem o mínimo de consciência de que a água é um artifício que se deve preservar muito bem. Hoje em dia, é uma tendência de mercado as empresas se preocuparem com essa questão ambiental. Fora isso, temos como destaque a utilização de produtos biodegradáveis e atóxicos, que não poluem as águas, e são também inofensivos ao ser humano. Está localizada na Zona Sul de São Paulo em um dos principais pólos empresariais e comerciais da cidade, ao lado dos shoppings Morumbi e Market Place, da Universidade Anhembi Morumbi – Campus Moda e muito próximo de grandes empresas como a Rede Globo de Televisão, Banco Itaú (antigo Bank Boston), Vivo, Nestlé, CENU (Centro Empresarial Nações Unidas), Pfizer, Accentury, Ely Lili, Unilever, etc. Nossa área de atuação corresponde a um retângulo formado pelas Avenidas Bandeirantes, Santo Amaro, Nações Unidas e Rua Américo Brasiliense, englobando grandes avenidas como Luis Carlos Berrini, Roque Petroni Jr., Vicente Rao, Morumbi, Roberto Marinho (antiga Águas Espraiadas), além de se localizar em bairros residenciais de alto e médio padrão. A Boutique do Carro possui um projeto arquitetônico criado para otimizar espaço, com bom acesso para entrada e saída dos automóveis, além da disposição dos vestiários, balcão de atendimento e espera. A decoração é totalmente voltada para a mulher, a fim de criar uma identificação com a empresa, proporcionando o bem estar das mesmas. Serviços de Estética Automotiva - Lavagem e aspiração – Lavagem a seco. O sistema de lavagem rápida e a seco tem como premissa o comprometimento de preservar o meio ambiente, atendendo a legislação ambiental. A lavagem é feita através da aplicação de produtos com um pano, que agindo pelo processo de cristalização, fragmentam as partículas pesadas da sujeira. Desintegrada, a sujeira é eliminada com o uso de outro pano seco sem criar atrito na superfície da pintura, como ocorre nas lavagens tradicionais, que utilizam shampoo e derivados de petróleo, que entre outros efeitos, são em sua maioria corrosivos. O produto deixa, ainda, uma fina película protetora impermeabilizante, que evita a oxidação prematura da pintura, realçando seu brilho e mantendo o aspecto de encerado. - Enceramento com alto brilho - Consiste na aplicação, com máquina orbital, de uma cera de alto brilho com proteção entre o produto de limpeza e o maquinário, criando uma camada de proteção contra a ação do tempo sobre a pintura do carro. Fabricado com produtos de formulação exclusiva, o enceramento mantém o carro limpo e brilhante por muito mais tempo, propiciando valorização do patrimônio. Tem baixo custo e sua aplicação é rápida. PÁGINA 80 - Cristalização - Elimina imperfeições e riscos da pintura com grande durabilidade e intensidade de cor e brilho. Ideal para eliminar a aspereza resultante da oxidação e a recuperação de pequenos riscos, manchas superficiais à pintura, criando uma película protetora de alto brilho e longa duração. Aplicado com máquina orbital, é prático, eficiente e econômico. Como resultado, temos a proteção da pintura contra as agressões do tempo, raios solares e uso diário por até seis meses. - Higienização interna - Remove as sujeiras do carpete e do estofamento, combatendo ácaros e fungos. Sistema de limpeza de estofamentos e interior de veículos, utilizando produto com ação instantânea bactericida e fungicida. A higienização de interiores limpa profundamente e realça a cor de estofamentos, carpetes, teto e porta-malas, com técnicas e produtos exclusivos. - Higienização de Couro - Revitaliza e hidrata bancos de couro. A ação do sol e do tempo sobre os bancos de couro causa ressecamento e retira a “vida” do couro. A hidratação de bancos de couro limpa, higieniza e recupera sua umidade natural. Após realização do serviço, o banco do carro fica com aparência de novo, com um toque macio e agradável por muito mais tempo. Além disso, a hidratação de bancos de couro ainda reduz aquele característico rangido provocado pelo atrito do corpo com o couro. - Impermeabilização de bancos - Evita a absorção de líquidos e manchas. - Limpeza técnica do motor s/ água - Permite produzir a limpeza sem usar água. Na finalização do serviço é aplicado o silicone que além da aparência protege as borrachas. - Película de Segurança – Reduz o desbotamento de tecidos, protege do calor solar e ofuscamento, proporciona beleza e privacidade, além de fornecer segurança pelo fato de dificultar que o vidro estilhace. - Higienização de Ar Condicionado - Elimina ácaros e fungos e melhora a qualidade do ar. - Martelinho de ouro – Elimina pequenos amassados feitos por alguma colisão, esbarrões de porta e excluem imperfeições da lataria, preservando aoriginalidade de seu automóvel. - Micropintura - Micro reparos, para aqueles casos que não se faz necessário a pintura da peça por completo e não se consegue retirar com a cristalização. Elimina riscos na pintura sem deixar vestígios. Serviços de Mecânica Serão oferecidos todos os serviços de mecânica para automóveis de pequeno, médio e grande porte, sendo que as peças serão adquiridas contra-pedido. Nesse espaço, contaremos com banners auto-explicativos, mostrando todos os sistemas de um carro, bem como seu funcionamento. Os funcionários PÁGINA 81 serão treinados para sempre serem transparentes com as clientes e não deixar dúvidas referentes aos serviços prestados. Sistema Delivery Pelo fato de ter sido detectado na pesquisa de mercado que as mulheres não levam seu carro para lavar por não ter tempo ou não ter o que fazer enquanto o serviço é executado, haverá um sistema delivery, em que o carro será retirado no local desejado (dentro da nossa área de atuação). Assim, o serviço será realizado e o veículo devolvido no mesmo local, cobrando-se uma taxa adicional. A retirada e a devolução do automóvel serão feitas com o auxílio de uma motocicleta, personalizada com a logomarca da empresa. Pesquisa e desenvolvimento Filial Móvel No início do 4º ano, a Boutique do Carro passará a contar com a Filial Móvel, que será composta por um utilitário, três funcionários, maquinários e um estoque de produtos para limpeza e conservação dos veículos. O utilitário irá diariamente em locais de grande circulação do público feminino, como academias, estacionamentos de grandes lojas, centros de beleza, etc para efetuar as lavagens nos respectivos locais. PÁGINA 82 Mercado e Competidores Análise de Mercado São Paulo é a maior cidade do Brasil e da América Latina e possui aproximadamente 11 milhões de habitantes. Esta população está distribuída em uma área de 1.509 km2 e apresenta algumas especificidades em termos demográficos e urbanos, dentre as quais merecem destaque as questões de gênero e idade. Com relação à quantidade de automóveis, que é de 3.484.052, o município de São Paulo é responsável por 63% das viagens motorizadas de toda a Região Metropolitana, sendo que 90% desses deslocamentos são internos, que devido às grandes distâncias entre alguns bairros, faz com que a população dependa de automóvel para se deslocar ao trabalho e muitas vezes, utilizar o mesmo no próprio trabalho. Verifica-se que o modo Metrô transportou 506 milhões em 1991 e apenas 512 milhões em 2005 (dados do IBGE). Isso nos mostra que apesar da expansão da rede coletiva, os paulistanos ainda dão preferência para o uso do seu próprio automóvel. Grande parte desses automóveis pertence ao público feminino, que está conquistando seu espaço no mercado. Muitas mulheres já fazem questão de ter sua independência, tendo seu próprio veículo. Assim como os homens, as mulheres tem o cuidado de manter seu carro sempre em ordem, limpo e apresentável. Um exemplo é o fato de que, 5 anos atrás, as mulheres representavam cerca de 50% dos clientes de lava-rápidos de shopping e, atualmente, essa porcentagem chega até 80%. “Seguindo o padrão encontrado em grandes áreas urbanas, a população de São Paulo vem sofrendo um processo de feminização, ou seja, ao longo dos anos tem sido crescente a predominância de mulheres”, conforme dados do IBGE. Dados do censo de 1980 indicavam uma proporção de 96 homens para cada 100 mulheres residentes no município. Em 2000, essa relação já era de 91 para 100, e estima-se que atualmente esteja em torno de 90 para 100. Essa “razão entre os sexos” varia em função dos grupos etários, sendo mais discrepante nas idades mais avançadas: a partir dos 60 anos, em razão da longevidade feminina, a proporção encontrada é de 6,8 homens para cada 10 mulheres. Análise do segmento O público alvo definido são mulheres entre dezoito e trinta e cinco anos, de classes A e B. São pessoas modernas, independentes, que têm interesse em se manter informadas e ampliar seus conhecimentos. Procuram praticidade, economia de tempo e que fazem questão de transparência e respeito. PÁGINA 83 A tendência das mulheres terem mais cuidado com seu carro foi verificada na pesquisa de mercado. Outro ponto que foi levantado na pesquisa de mercado foi que, com relação à parte mecânica do automóvel, ainda existe um paradigma a ser quebrado: o fato das mulheres terem medo de ser enganadas. Com relação ao espaço físico de mecânicas e lava-rápidos existentes no mercado, foi detectado que a grande maioria das mulheres não se sentem confortáveis nesses ambientes. Devido ao fato dos paulistanos terem essa preferência pelo transporte particular, o mercado de lava-rápidos e mecânicas está em constante ascensão. Foi feito um levantamento da quantidade em média de lava- rápidos e mecânicas na nossa área de atuação (ver anexo Tabela de Concorrentes Pesquisados), e apesar da alta competitividade, o negócio tem boas oportunidades de crescimento. Assim, para que a Boutique do Carro dê certo, possui alguns diferenciais, descritos ao longo deste plano de negócios. Competidores A seguir, foi destacado três grandes concorrentes diretos da Boutique do Carro e suas principais caracteristícas: Lava Rápido Comum Ambiente sujo sem o mínimo de conforto. São oferecidos serviços básicos de lavagem com menor qualidade. Utilizam serviço tradicional com água, prejudicando o meio ambiente. Funcionários sem experiência. Atendimento não especializado e desconforto das mulheres. Desorganizado aonde praticamente todos fazem de tudo (sem função definida) Localizados em diversos bairros da região. Dry Wash Ambiente limpo, com conforto e segurança. Porem não muito iluminado devido ao fato a ser localizado em estacionamento cobertos de shoppings. Fora o cheiro da fumaça que vem dos carros que circulam pelo local. Utilizam produtos da boa qualidade e rapidez nos serviços e possuem grande diversidade de serviços na área de lavagem (lavagem a seco) e cuidados com a superfície metálica. PÁGINA 84 Bom relacionamento. Alguns funcionários não sabem informar claramente como funciona o serviço, muito jovens e não transmitem confiança. Estrutura da empresa bem organizada com os funcionários subordinados a um supervisor. Localizado em estacionamentos de shopping (restringindo quem não vai ao shopping) e o estacionamento é pago separadamente. Best Dry Ambiente limpo decoração simples e bem sinalizado porém sem muito conforto. Utilizam produtos de alta tecnologia e visam um rápido atendimento do cliente. Funcionários atenciosos, mas falta treinamento. A pessoa ter que ir até o balcão e pagar antes que o serviço tenha sido feito. Empresa com turnos de acordo com a posição da franquia (restringe aos horários de supermercados e shoppings) Localizados de acordo com sua franquia. Normalmente localizados em shopping centers e supermercados em geral. Com relação aos nossos concorrentes, a Boutique do Carro está muito bem posicionada por não haver uma empresa no mercado com as mesmas características. Abaixo, as principais comparações realizadas com os nossos concorrentes: - Ambiente: Ambiente limpo e claro, destinado ao público alvo visando o bem estar das clientes. - Serviços: Além de possuir todos os serviços dos concorrentes, (lava-rápido) temos serviços voltados para a parte de mecânica, martelinho de ouro e micro pintura, utilizando produtos de boa qualidade. Possui também serviço de delivery e a filial móvel além de um atendimento personalizado a fim de deixar claro o funcionamento da empresa. - Atendimento: Todas as atendentes serão mulheres com treinamento especializado para passar confiança e clareza nas informações referentes aos serviços prestados. - Organização: O gerente é o próprio donoe responsável pela organização. Empresa é bem organizada e com os cargos definidos de acordo com suas devidas funções. - Localização: Localizado no maior pólo comercial da cidade próximo a shopping, empresas, bancos e principais avenidas. PÁGINA 85 Marketing e Vendas Estratégia do Produto A Boutique do Carro será um centro automotivo criado para o público feminino, a fim de conquistar a confiança da mulher com relação aos serviços de estética e mecânica automotivas. Por ser pioneira neste serviço, e por contar com equipamentos de última geração com alta tecnologia e mão de obra altamente capacitada, a empresa será posicionada para ser referência, atingindo grande parte do mercado. Além disso, teremos um ambiente aconchegante, totalmente voltado para o conforto das nossas clientes e serviços diferenciados. Estratégia de Preço Os serviços de estética automotiva seguirão o preço médio dos principais concorrentes do mercado. Os serviços de mecânica, devido ao tratamento diferenciado e especialização dos funcionários, terão um valor superior, estimado de 10 a 15 % da média do mercado. Com relação às formas de pagamentos, aceitaremos dinheiro, cheques sob consulta, cartão de débito e crédito, dependendo do valor podemos parcelar em até 3 vezes. Estratégia de Promoção ou Comunicação Para a divulgação da nossa empresa faremos um mix de comunicação: Marketing Direto: - Distribuição de panfletos e brindes (canetas, chaveiros, etc) nos shoppings Morumbi e Market Place em horários estratégicos e em entradas de edifícios comerciais em horários de pico (7:30 às 9:30 hs/ 17:00 às 19:00 hs). - Confecção de website Propaganda: - Impressa: cartazes informativos, anúncio no jornal dos bairros do Brooklin, Campo Belo e Santo Amaro a princípio. - Eletrônica: anúncio em sites de compra e venda de automóveis como Webmotors e Carsale. Projeção de Vendas O crescimento do negócio está fundamentado basicamente em dois pilares: - Aumento no número de clientes devido à estimativa inicial de clientes ter sido bem abaixo da média de empresas já estabelecidas, além do negócio ter uma ótima localização e o resultado das ações de marketing e parcerias, que irão conferir maior visibilidade ao negócio. Além disso, deve-se ressaltar PÁGINA 86 o atendimento diferenciado, com foco no relacionamento transparente com as clientes, o que tende a fidelizá-las. - Aumento no número de serviços de maior valor agregado, está fundamentado na política da empresa em explicar e conscientizar os clientes dos benefícios de serviços não muito procurados pelo público-alvo, conforme dados da pesquisa de mercado realizada. Dessa forma, foi estimado um aumento gradativo no ticket médio tanto na mecânica como, principalmente, no lava- rápido. Estratégia de Distribuição Localizada em galpão de 200 m2, no bairro do Brooklin, zona sul da cidade de São Paulo especificamente na Avenida Chucri Zaidan altura do número 1.100, local estrategicamente próximo dos principais pólos empresariais e comerciais da cidade de São Paulo, ao lado dos shoppings Morumbi e Market Place, muito próximo de grandes empresas, Universidade e grandes áreas residenciais de padrão A e B. Estabelecimento de parcerias com: - Empresas da região e em algumas lojas dos shoppings de público feminino, entregando panfletos com descontos. - Comércios voltados ao público feminino (salão de cabeleireiro, manicure, centro de estética, etc). - Lojas de compra e venda de carros da região, principalmente na Av. Vicente Rao. Estratégia de Desenvolvimento Oportunidades do mercado - Crescimento da população feminina que possui automóvel; - Aumento da independência feminina no cuidado com seu carro; - 70 a 80% de procura por lavagens em shoppings são por mulheres - Falta de confiança da mulher nos serviços de mecânica atuais - Mulheres mais dinâmicas e sem tempo para levar o carro para lavar - Inexistência de um centro automotivo focado e especializado para o público feminino Riscos e ameaças do mercado - Surgimento de novos concorrentes com o mesmo foco; - Região com um grande número de concorrentes; - Resistência da população na lavagem a seco - Características da sociedade em que serviços automotivos devem ser executados somente por homens; PÁGINA 87 Pontos fortes do negócio - Localizado estrategicamente de acordo com o nosso público-alvo; - Concentração de serviços de estética e mecânica no mesmo local; - Convênios e parcerias com faculdades, shoppings, grandes empresas e comércios voltado ao público feminino; - Atendimento diferenciado para o público feminino; Pontos fracos do negócio - Restrição do público alvo em mulheres - Preço da lavagem a seco é maior que da lavagem comum Estrutura e Operações Estrutura Localizada em um imóvel de 200 m2, no bairro do Brooklin, zona sul da cidade de São Paulo, contará com galpão criado para otimizar espaço, com o sistema de iluminação, elétrica e hidráulica altamente projetado e embutido com proteção contra incêndio e um fácil acesso de entrada e saída dos automóveis. Além da disposição dos vestiários (feminino e masculino) teremos uma recepção com balcão de atendimento automatizado e uma área de espera. A decoração é aconchegante com todos os equipamentos sempre limpos proporcionando beleza para quem os vê. Todos os equipamentos são de fácil manuseio e contaremos com um depósito de armazenamento. Foram prospectados cinco quadros distintos de funcionários de acordo com o crescimento do negócio estimado e, consequentemente, o volume de serviço, além de considerar as novas iniciativas prospectadas. Seguindo a tendência de mercado em relação ao bem-estar de seus funcionários, serão oferecidos os benefícios de assistência médica e vale- transporte. O cargo de aplicador técnico refere-se a um funcionário especialista em serviços diferenciados do lava-rápido como polimentos, enceramento, cristalização, higienização, entre outros. Os auxiliares estarão mais focados na lavagem a seco dos veículos. A estimativa utilizada para os cálculos considera que cada carro é lavado por duas pessoas em 30 minutos. Os encargos considerados nas tabelas foram estimados em 100% do valor do salário do funcionário. O dono do negócio terá um cargo de gerente, no qual o PÁGINA 88 supervisor do lava-rápido e o mecânico-chefe responderão a ele. O encargo incidente no pró-labore foi estimado em 30%. No início do quarto ano de funcionamento do negócio será dado um aumento salarial aos funcionários, cuja porcentagem será variável de acordo com o cargo. Além disso, nesse mesmo período, a empresa irá adquirir um automóvel utilitário, maquinários e contratará 2 auxiliares e 1 aplicador técnico para compor uma “filial” móvel. Esse investimento será realizado novamente no início do quinto ano. Operações A Boutique do Carro estará capacitada para atender e realizar os serviços de estética automotiva e de mecânica e contará com uma equipe especializada para realizar estes serviços. O lava-rápido funcionará 7 dias por semana, 8 horas por dia, enquanto a mecânica funcionará 6 dias por semana, 8 horas por dia. Serviços de orçamento, dúvidas e reservas de horários poderão ser pedidos pela internet (correio eletrônico) e pelo telefone. Todos os serviços realizados pelas clientes na Boutique do Carro são armazenados no sistema informatizado, juntamente com seus cadastros, programa de fidelidade, com o objetivo de permitir a personalização dos serviços e facilitar a comunicação pós-venda. O serviço de retirada e entrega “delivery” será feito por uma motocicleta da empresa personalizada com a logomarca. Já a Filial Móvel contará com um utilitário devidamente equipado para serviços fora do nosso local, facilitando para aqueles que não programaram esse tipode serviço. Os fornecedores de insumos utilizados no lava-rápido já estão estabelecidos no mercado e fornecem também para alguns de nossos concorrentes. A contabilidade da empresa será executada por escritório de contabilidade terceirizado. PÁGINA 89 Plano Financeiro Investimentos e aporte O cálculo do investimento inicial foi baseado em empresas de lavagem a seco e mecânicas já estabelecidas no mercado. Os recursos financeiros a serem utilizados no empreendimento serão de 50% oriundos da própria dona e 50% como empréstimo de familiares e amigos. Premissas Financeiras Em relação ao lava-rápido, os gastos estimados para os maquinários elétricos contemplam 2 politrizes, 2 orbitais, 3 aspiradores e 1 higienizadora, quantidade suficiente para o crescimento estimado em três anos. O estoque inicial refere-se aos panos e produtos para limpeza e acabamento dos veículos. O treinamento específico engloba preparação dos funcionários sobre lavagem a seco e demais serviços oferecidos, bem como material para demonstração e cartazes informativos a serem exibidos no interior da loja. Será necessário a compra de uma motocicleta para a execução do serviço de delivery. No caso da mecânica, os maquinários e ferramentas necessários para o início do negócio são 02 elevadores, 01 equipamento de injeção eletrônica, 02 macacos jacaré, 01 compressor, 01 suporte de retirada de câmbio, 01 prensa, 01 equipamento de limpeza de bico injetor, 01 guincho-girafa e ferramentas diversas. O estoque inicial no caso da mecânica é baixo pois as peças serão adquiridas contra-pedido. O estoque inicial consta com apenas baterias elétricas, produtos para limpeza de bicos injetores e produtos para trabalhos rotineiros (estopa, graxa, etc). Além disso, o investimento comum às duas frentes do negócio envolve obras internas no galpão alugado, referentes à construção de vestiários feminino e masculino, recepção e separação física do lava-rápido e mecânica, pintura, acabamento, etc; compra de móveis e equipamentos de informática; treinamento corporativo, que visa passar aos funcionários o conceito do negócio, o comportamento adequado junto às clientes, elaboração de cartazes informativos, etc; investimento em marketing com campanhas, anúncios, panfletos, evento de inauguração e parcerias a serem desenvolvidas com comércios voltados ao público feminino e, por fim, a confecção de um website. O imóvel a ser utilizado será um galpão, cujo valor do aluguel médio para empreendimentos comerciais é de R$ 40,00/m2. Será contratado um escritório de contabilidade para a gestão financeira do negócio. Nas despesas diversas, são considerados gastos com assinaturas de jornais e revistas, entre outros. PÁGINA 90 Os custos variáveis considerados no negócio incluem insumos, gastos com água, energia e telefone, despesas com propaganda e marketing e despesas diversas. Em relação aos insumos, segundo dados de empresas já estabelecidas, o consumo médio de produto por carro em um lava-rápido a seco é R$ 7,00 e na mecânica, o gasto com insumos representa 35% do valor do serviço. O gasto com água, energia e telefone foi aumentando com o passar dos meses, de acordo com o crescimento no número de clientes atendidos e, portanto, o volume de serviço. Por se tratar de um negócio diferenciado, voltado a um público exigente, foi reservada uma porcentagem de 1% do faturamento mensal para investimento em propaganda e marketing. Serão estabelecidas parcerias com comércios voltados ao público feminino, como cabeleireiros, manicures, etc., visando atrair mais clientes, além de anúncios e panfletos a serem distribuídos. Nas despesas diversas, considera-se gastos com imprevistos, taxas e transações bancárias, novos investimentos, entre outros. PÁGINA 91 Indicadores Financeiros Foi estimado um fluxo de caixa detalhado dos primeiros 60 meses do negócio, mostrando a evolução do faturamento, custos e lucro líquido. Nessa estimativa, contemplou-se o aumento no volume de negócios, a mudança no quadro de funcionários e nos custos variáveis, conforme citado anteriormente. O momento de maior exposição do negócio é no 10º mês, em que o fluxo de caixa acumulado se encontra negativo em cerca de R$ 212.000,00. A partir desse mês, o faturamento do negócio passa a ser superior às despesas, fazendo com que o caixa se torne positivo a partir do 25º mês. O crescimento do negócio está fundamentado basicamente em dois pilares: o aumento no número de clientes e o aumento no número de serviços de maior valor agregado. O primeiro acontece devido à estimativa inicial de clientes ter sido bem abaixo da média de empresas já estabelecidas, além do negócio ter uma ótima localização e o resultado das ações de marketing e parcerias, que conferiram maior visibilidade ao negócio. Além disso, deve-se ressaltar o atendimento diferenciado, com foco no relacionamento transparente com as clientes, o que tende a fidelizá-las. Já o aumento no número de serviços de maior valor agregado (polimentos, cristalizações, higienizações, etc, no lava-rápido e limpeza periódica de bico injetor, revisão a cada 20.000 km rodados, etc, na mecânica), está fundamentado na política da empresa em explicar e conscientizar os clientes dos benefícios de serviços não muito procurados pelo público-alvo, conforme dados da pesquisa de mercado realizada. Dessa forma, foi estimado um aumento gradativo no ticket médio tanto na mecânica como, principalmente, no lava-rápido. No 37º e 49º mês, percebe-se uma queda no fluxo de caixa acumulado devido ao investimento em nossa “filial” móvel descrita anteriormente. Cenários alternativos Analisando os valores de faturamento, percebe-se um crescimento do primeiro para o segundo ano de 116%. Esse crescimento acentuado é esperado, devido aos resultados das ações descritas anteriormente e, principalmente, o fato de se tratar de um novo negócio em que a base de clientes, no primeiro ano, é pequena. No segundo para o terceiro ano, o crescimento estimado para o faturamento é de 23%, pois acredita-se que um grande número de clientes já estará fidelizado e o negócio estará atingindo um patamar próximo ao de empresas já consolidadas, em termos de volume de clientes. No quarto e quinto ano, o crescimento estimado será superior aos 30% devido PÁGINA 92 ao empreendimento das filiais móveis que aumentarão consideravelmente os negócios no lava-rápido. Levando-se em consideração os pontos abordados neste plano de negócios, percebe-se que a Boutique do Carro pode ser considerado um negócio promissor e altamente rentável. Verificou-se através da análise do mercado e da pesquisa realizada que existe uma necessidade em um público alvo definido que não está sendo atendida. A mulher moderna está cada vez mais atrás da sua independência e vem buscando isso de uma forma crítica e consciente. O conceito envolvido na Boutique do Carro vem exatamente de encontro com esses desejos e expectativas femininos, por isso a probabilidade de sucesso do empreendimento é alta. FONTE: http://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios/ #FICA A DICA! Vários exemplos e modelos de Plano de Negócios prontos. Visite o site: http://www.josedornelas.com.br/plano-de-negocios/ PÁGINA 93 Referências AAKER, David A.; KUMAR, V.; DAY, George S.Pesquisa de marketing. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2007. BACHA, Maria de Lourdes. Introdução à pesquisa de marketing. 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