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LÍNGUA PORTUGUESA

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LÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESA
Interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). Sinônimos e antônimos. Sentido
próprio e figurado das palavras. Pontuação. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome,
verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem.
Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. Colocação pronominal. Crase. 
 2 
Texto literário e texto não-literário
Relacionando o texto literário ao não-literário, devemos considerar que o texto literário tem uma dimensão
estética, plurissignificativa e de intenso dinamismo, que possibilita a criação de novas relações de sentido,
com predomínio da função poética da linguagem. É, portanto, um espaço relevante de reflexão sobre a
realidade, envolvendo um processo de recriação lúdica dessa realidade. No texto não-literário, as relações
são mais restritas, tendo em vista a necessidade de uma informação mais objetiva e direta no processo de
documentação da realidade, com predomínio da função referencial da linguagem, e na interação entre os
indivíduos, com predomínio de outras funções.
A produção de um texto literário implica: 
· a valorização da forma 
· a reflexão sobre o real 
· a reconstrução da linguagem 
· a plurissignificação 
· a intangibilidade da organização lingüística 
2.1 valorização da forma
O uso literário da língua caracteriza-se por um cuidado especial com a forma, visando a exploração de
recursos que o sistema lingüístico oferece, nos planos fônico, prosódico, léxico, morfo-sintático e semântico.
Não é o tema, mas sim a maneira como ele é explorado formalmente que vai caracterizar um texto como
literário. Assim, não há temas específicos de textos literários, nem temas inadequados a esse tipo de texto.
Os dois textos que seguem têm o mesmo tema - o açúcar: no primeiro, a função poética é predominante. É
uma das razões para ser considerado um texto literário. Já no segundo, puramente informativo, há o
predomínio da função referencial.
"O açúcar" (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228)
O açúcar 
O branco açúcar que adoçará meu café 
nesta manhã de Ipanema 
não foi produzido por mim 
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. 
Vejo-o puro 
e afável ao paladar 
como beijo de moça, água 
na pele, flor 
que se dissolve na boca. Mas este açúcar 
 3 
não foi feito por mim. 
Este açúcar veio 
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. 
Este açúcar veio 
de uma usina de açúcar em Pernambuco 
ou no Estado do Rio 
e tampouco o fez o dono da usina. 
Este açúcar era cana 
e veio dos canaviais extensos 
que não nascem por acaso 
no regaço do vale. 
Em lugares distantes, onde não há hospital 
nem escola, 
homens que não sabem ler e morrem de fome 
aos 27 anos 
plantaram e colheram a cana 
que viraria açúcar. 
Em usinas escuras, 
homens de vida amarga 
e dura 
produziram este açúcar 
branco e puro 
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. 
"A cana-de-açúcar" (Vesentini, J.W. Brasil, sociedade e espaço. São Paulo, Ática, 1992, p.106)
A cana-de-açúcar
Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século
XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata
nordestina, onde os férteis solos de massapé, lém da menor distância em relação ao mercado europeu,
propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar
é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar,
que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de
álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no
Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
Comentários sobre os textos: "O açúcar" e "A cana-de-açúcar"
O texto "O açúcar" parte de uma palavra do domínio comum - açúcar - e vai ampliando seu potencial
 4 
significativo, explorando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o açúcar - branco, doce, puro -
e a vida do trabalhador que o produz - dura, amarga, triste.
a) associações lexicais entre vocábulos do mesmo campo semântico:
açúcar açucareiro adoçar
dissolver usina
cana
canavial
plantar
colher mercearia
comprar
vender 
b) relações antitéticas: vida amarga e dura x açúcar branco e puro
c) comparações: a comparação é o confronto de idéias por meio de conectivos, de palavras que explicitam o
que está sendo comparado. Na comparação, um termo se define em função do que sabemos de outro:
"Vejo-o [o açúcar] puro e afável como beijo de moça
 (como) água na pele
 (como) flor que se dissolve na boca
No texto "A cana-de-açúcar", de expressão não-literária, o autor informa o leitor sobre a origem da cana-de-
açúcar, os lugares onde é produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
Para caracterizar ou explicitar a diferença entre função informativa e função artístico-literária da
linguagem, através do confronto entre um determinado dado da realidade e o mesmo dado, reaproveitado
em uma obra artística, podem ser comparadas as seguintes situações:
a) o barulho de buzinas na rua e uma música que use esse mesmo som;
b) o som de vozes de crianças brincando e a música Domingo no Parque (Gilberto Gil);
c) o som de uma cavalgada e a música Disparada ( Geraldo Vandré );
d) uma foto de jornal - uma foto dos sem-terra e um quadro - Os retirantes, de Portinari - com o mesmo
tema da foto;
e) várias cenas do cotidiano e uma colagem de Glauco Rodrigues;
f) imagens de pessoas se movimentando e uma escultura representando pessoas;
g) uma pequena crítica sobre a passagem de uma escola de samba e a música Foi um rio que passou em
minha vida ( Paulinho da Viola).
2.2 reflexão sobre o real
Em lugar de apenas informar sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principalmente
 5 
como um meio de refletir e recriar a realidade, reordenando-a. Isso dá ao texto literário um caráter
ficcional, ou seja, o texto literário interpreta aspectos da realidade efetiva, de maneira indireta, recriando o
real num plano imaginário.
Refletindo a experiência cultural de um povo, o texto literário contribui para a definição e para o
fortalecimento da identidade nacional. Por isso, num país como o Brasil, onde as características culturais
precisam ainda ser revitalizadas e valorizadas, as artes desempenham um papel muito importante.
A título de exemplo, citamos Platão e Fiorin (1991), que dizem: "Graciliano Ramos, em VIDAS SECAS,
inventou um certo Fabiano e uma certa Sinhá Vitória para revelar uma verdade sobre tantos fabianos e
sinhás vitórias, despossuídos de quase todos os bens materiais e culturais, e por isso degradados ao nível da
animalidade."
2.3 recriação da linguagem (desautomatização)
No texto literário, relacionada ao processo de recriação do real, ocorre a desautomatização da linguagem.
Assim, pela reinvenção dos procedimentos lingüísticos normalmenteutilizados no cotidiano, a expressão
literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de novas formas de
dizer. O uso estético da linguagem pressupõe criar novas relações entre as palavras, combinando-as de
maneira inusitada, singular, revelando assim novas formas de ver o mundo.
Apresentamos, a seguir, três textos que exemplificam esse processo: os dois primeiros, que tratam do mesmo
tema, são comparados em relação aos recursos lingüísticos utilizados, o que os caracteriza como literário e
não-literário, respectivamente.
Texto 7 - "A queimada" (Fragmento. Graça Aranha. Canaã, Rio de Janeiro,F.Briguiet, pp.111-113)
Texto 8 - "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro" (Jornal do Brasil, 19/02/97)
Texto 9 - "Carnaval" (Graça Aranha, A viagem maravilhosa. Apud William Cereja e Thereza Magalhães.
Português: linguagens. São Paulo, Atual, 1990, p.178)
Texto 7
A queimada
Num alvoroço de alegria, os homens viam amarelecer a folhagem que era a carne e fender-se os troncos
firmes, eretos, que eram a ossatura do monstro. Mas o fogo avançava sobre eles, interrompendo-lhes o
prazer. Surpresos, atônitos, repararam que a devastação tétrica lhes ameaçava a vida e era invencível pelo
mato adentro, quase pelas terras alheias. (...) O aceiro foi sendo aberto até que o fogo se aproximou; a
coluna, como um ser animado, avançava solene, sôfrega por saciar o apetite. Sobre a terra queimada na
superfície, aquecida até o seio, continuava a queda dos galhos. O fogo não tardou a penetrar num pequeno
taquaral. Ouviam-se sucessivas e medonhas descargas de um tiroteio, quando a taboca estalava nas chamas.
O fumo crescia e subia no ar rubro, incendiado, os estampidos redobravam, as labaredas esguichavam,
 6 
enquanto a fogueira circundava num abraço a moita de bambus.
(Fragmento. Graça Aranha. Canaã, Rio de Janeiro,F.Briguiet, pp.111-113)
Texto 8
Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro
Um incêndio, possivelmente provocado por um curto-circuito, destruiu no início da madrugada de ontem
um prédio de quatro andares na Rua Teófilo Otoni, 38, no Centro. O fogo começou no primeiro andar,
onde funcionava uma empresa especializada na venda e fabricação de componentes eletrônicos, a Mec
Central. O prédio era de construção antiga e estava em obras; como havia grande quantidade de madeira
estocada, a propagação do fogo foi rápida. A ação dos bombeiros evitou que prédios vizinhos fossem
atingidos pelas chamas. Não houve feridos.
(Jornal do Brasil, 19/02/97)
Comentários sobre os textos 7 e 8 : "A Queimada" e "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro"
Reconhecemos o texto 7, "A Queimada", como um texto literário, por apresentar inúmeros recursos
expressivos: metáforas (folhagem/carne; troncos/ossos; o ar rubro) e comparações (a coluna, como um ser
animado, avançava solene). O autor fala da queimada como se ela fosse um ser vivo, atribuindo-lhe
características próprias de seres animados, como solene, sôfrega, cheia de apetite. Neste texto, o plano do
conteúdo, a descrição de uma queimada, é recriado no plano da expressão.
No texto 8, "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro", o leitor passa pelo plano da expressão e vai
direto ao conteúdo para entender, informar-se. Trata-se, por isto, de um texto não-literário, cuja finalidade
é documentar, transmitir notícias. A linguagem deste texto é denotativa, não apresenta nenhuma
combinação nova ou inusitada de palavras; seu conteúdo pode ser resumido sem prejuízo da informação que
ele contém.
Texto 7 Texto 8
"a coluna avançava solene e sôfrega" 
"o incêndio começou no primeiro andar"
"a propagação foi rápida" 
adjetivação metafórica:
troncos firmes e eretos
descargas medonhas
ar rubro 
ausência de adjetivação: o incêndio,
o fogo,
o prédio,
 7 
propagação do fogo,
a ação dos bombeiros. 
Texto 9
Carnaval
Maravilha do ruído, encantamento do barulho. Zé Pereira, bumba, bumba. Falsetes azucrinam,
zombeteiam. Viola chora e espinoteia. Melopéia negra, melosa, feiticeira, candomblé. Tudo é instrumento,
flautas, violões, reco-recos, saxofones, pandeiros, liras, gaitas e trombetas. Instrumentos sem nome
inventados subitamente no delírio da improvisação, do ímpeto musical. Tudo é encanto. Os sons se
sacodem, berram, lutam, arrebentam no ar sonoro dos ventos, vaias, klaxons, aços estrepitosos. Dentro dos
sons movem-se cores, vivas , ardentes, pulando, dançando, desfilando sob o verde das árvores, em face do
azul da baía no mundo dourado. Dentro dos sons e das cores, movem-se os cheiros, cheiro de negro, cheiro
mulato, cheiro branco, cheiro de todos os matizes, de todas as excitações e de todas as náuseas. Dentro dos
cheiros, o movimento dos tatos violentos, brutais, suaves, lúbricos, meigos, alucinantes. Tatos, sons, cores,
cheiros se fundem em gostos de gengibre, de mendubim, de castanhas, de bananas, de laranja, de bocas e de
mucosa. Libertação dos sentidos envolventes das massas frenéticas, que maxixam, gritam, tresandam,
deslumbram, saboreiam, de Madureira à Gávea, na unidade do prazer desencadeado. (Graça Aranha, A
viagem maravilhosa. Apud William Cereja e Thereza Magalhães. Português: linguagens. São Paulo, Atual,
p.178)
Comentários sobre o texto 9 - "Carnaval"
Neste texto, os cinco sentidos são explorados de maneira simbólica e inusitada: sons, cores, cheiros, tatos e
gostos vão se sucedendo para descrever o carnaval, seu ambiente, a mistura de raças, o contato físico entre
as pessoas, a euforia da festa.
Em primeiro lugar, ruídos e sons de diversos instrumentos enchem o ar. Acompanhando esses sons, as cores
da natureza e das fantasias se movem, desfilam. Ao ritmo dos sons e cores, movem-se as pessoas das diversas
raças, misturando seus cheiros, variados e inebriantes, tocando-se das mais diversas formas: pela luta, pelo
carinho, pela sexualidade. Esse contato íntimo conduz a uma fusão de bocas e gostos.
Tudo isto é o carnaval - "libertação dos sentidos", proporcionando um "prazer desencadeado". O autor,
observador atento de uma cena, expressa seu modo de ver o mundo, suas preferências, seu estado
emocional. Ele não descreve o que vê, mas o que pensa ver, o que sente, combinando as palavras de forma
inesperada, revelando novas imagens decorrentes dessas combinações.
Sons: 
· viola chora e espinoteia 
· os sons se sacodem, berram, lutam, arrebentam no ar sonoro ... 
Cores: 
· movem-se cores, vivas, ardentes, pulando, dançando, desfilando ... 
Cheiros: 
 8 
· movem-se os cheiros, cheiro de negro, cheiro mulato, cheiro branco, 
 cheiro de todos os matizes, de todas as excitações e de todas as náuseas. 
Tato: 
· o movimento dos tatos violentos, brutais, suaves, lúbricos, meigos, alucinantes. 
Gosto: 
· gostos de gengibre, de mendubim, de castanhas, de bananas, de laranja, 
 de bocas e de mucosa. 
2.4 Plurissignificação
O trabalho de recriação que se efetiva na construção do texto literário é uma atividade lúdica, uma
brincadeira com a linguagem. Por isso, o texto literário provoca um prazer estético em seu fruidor, como
acontece nas outras manifestações artísticas. Enquanto atividade de recriação, a expressão literária se
caracteriza pela conotação , criando novos significados, ao passo que a expressão não-literária se reconhece
pelo seu caráter denotativo . No texto literário, faz-se igualmente um amplo uso de metáforas e metonímias,
com o objetivo de despertar no leitor o prazer estético. Isto é o que defineseu caráter plurissignificativo.
Texto 10 - "Acrobatismo" (Cassiano Ricardo) 
Acrobatismo 
Parou o vento. Todas as árvores 
quiseram ver o salto original. 
Então 
quedaram-se todas 
com os seus anéis azuis de orvalho 
e os seus colares de ouro teatral, 
prestando muita atenção. 
Foi como se um silêncio fofo de veludo 
Começasse a passear seus pés de lã por tudo. 
Nisto uma folha sai, muito viva, de uma rama, 
e vai cair sem o menor rumor 
sobre o tapete da grama. 
É um louva-a-deus lépido e longo 
que se jogou de um trapézio 
como um pequeno palhaço verde 
e lá se foi a rodopiar 
às cambalhotas 
no ar. 
Comentários sobre o texto 10 - "Acrobatismo"
 9 
Neste poema, há um amplo uso de metáforas, isto é, uso de palavras fora do seu sentido normal. Segundo
Mattoso Câmara Jr. (1978), a metáfora "consiste na transferência de um termo para um âmbito de
significação que não é o seu". Fundamenta-se "numa relação toda subjetiva, criada no trabalho mental de
apreensão."
Assim, por exemplo, entre a folha e o louva-a-deus traços comuns como a leveza de movimento, a cor,
permitem que se estabeleça entre eles uma relação, a partir da qual se cria uma metáfora. O mesmo
acontece entre o trapézio e o galho de onde o inseto se jogou no ar (um traço comum entre eles é, por
exemplo, a forma); entre o palhaço verde e o louva-a-deus (traços comuns: a cor, a acrobacia de um e
outro); entre o tapete de grama e o chão recoberto de vegetação (têm em comum a cor, a maciez).
Mais informações sobre os conceitos de conotação e de denotação são apresentados no item 1 do índice.
2.5 intangibilidade da organização lingüística
Uma das características do texto literário é a sua intangibilidade, sua intocabilidade. As palavras que foram
utilizadas e a maneira escolhida pelo autor para combiná-las são próprias de cada texto, e não devemos
alterá-las sob o risco de mutilar ou comprometer a intenção do autor. Não podemos, portanto, num texto
literário, mudar a posição em que as palavras foram colocadas, suprimir ou acrescentar vocábulos, substituir
vocábulos por sinônimos, resumir as idéias. A esse respeito, o poeta francês Paul Valéry diz que, quando se
resume um texto não-literário, apreende-se o essencial; quando se resume um texto literário, perde-se o
essencial.
Podemos, por exemplo, perguntar a diversas pessoas o que pensam sobre o tema da separação amorosa.
Poderão surgir, a partir de suas respostas, textos líricos, poéticos e textos não-literários. No Soneto da
Separação, Vinícius de Moraes revela a sua maneira peculiar de tratar esse tema. Pelo trabalho com a
linguagem, pelo uso de recursos poéticos, seu soneto é um texto literário.
Texto 11 
Soneto da Separação 
De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mão espalmadas fez-se o espanto. 
De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 
 10 
De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 
Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente. 
Apresentamos, a seguir, um poema de Ferreira Gullar (texto 12) , a partir do qual são feitos comentários que
evidenciam algumas características da expressão literária apontadas no embasamento teórico.
Texto 12 
Meu povo, meu poema 
Meu povo e meu poema crescem juntos 
como cresce no fruto 
a ávore nova 
No povo meu poema vai nascendo 
como no canavial 
nasce verde o açúcar 
No povo meu poema está maduro 
como o sol 
na garganta do futuro 
Meu povo em meu poema 
se reflete 
como a espiga se funde em terra fértil 
Ao povo seu poema aqui devolvo 
menos como quem canta 
do que planta 
Comentários sobre o texto 12
Quanto à relevância do plano da expressão/ desautomatização da linguagem, podemos observar:
a) a escolha de palavras que compõem as comparações do poema: o poema nasce como o açúcar, o povo e o
poema crescem como a árvore nova. Estas comparações levam às metáforas: povo/terra onde brota
poema/árvore.
b) o jogo entre as repetições de estruturas e a quebra dessas repetições : "Meu povo e meu poema" , "no povo
meu poema", "Ao povo seu poema."
 11 
c) a rima na última estrofe: canta/planta reforça as metáforas básicas do poema: povo/terra, poema/árvore.
d) a personificação : "Como o sol na garganta do futuro."
Dois planos foram explorados -- o do real e o da recriação da realidade:
Real -> o campo da agricultura: plantar, crescer, terra fértil.
Recriação -> o poeta associa a germinação e a fertilidade à palavra poética; o poeta é comparado a um
plantador; o poema é o fruto que ele produz (metáfora).
Um outro exemplo interessante para mostrar a desautomatização da linguagem encontramos no poema
Som, de Carlos Drummond de Andrade (texto 15), em que o autor, ao invés de usar a expressão hoje em dia,
já cristalizada na língua, cria a expressão hoje-em-noite.
2.6 recursos fônicos característicos da literariedade
O escritor de um texto literário, ao explorar conteúdos, procura recriar a linguagem, e, para essa recriação,
utiliza recursos variados. São alguns deles:
· ritmos 
· sonoridades 
· rimas e aliterações 
a) Ritmo - evidencia-se pela alternância de sílabas que apresentam maior ou menor intensidade em sua
enunciação.
Texto 13 
Quem dera 
Que sintas 
As dores 
De amores 
Que louco 
Senti! 
(Casimiro de Abreu) 
Textos literários em prosa também podem apresentar efeitos sonoros e rítmicos. Como exemplo,
transcrevemos um trecho do romance "Gabriela, cravo e canela", de Jorge Amado (texto 14)
Texto 14
"Gabriela ia andando, aquela canção ela cantara em menina. Parou a escutar, a ver a roda rodar. Antes da
morte do pai e da mãe, antes de ir para a casa dos tios. Que beleza os pés pequeninos no chão a dançar! Seus
pés reclamavam, queriam dançar. Resistir não podia, brinquedo de roda adorava brincar. Arrancou os
 12 
sapatos, largou na calçada, correu pros meninos. De um lado Tuísca, de outro lado Rosinha. Rodando na
praça, a cantar e a dançar." (Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado)
Este texto, em forma de prosa, apresenta um ritmo e uma sonoridade que nos fazem lembrar os textos em
verso. Existem nele:
· rimas (escutar, rodar, dançar, brincar);
· inversões que contribuem para o ritmo e a rima (os pés pequeninos no chão a dançar, brinquedo de roda
adorava brincar);
· frases curtas com um número aproximado de sílabas:
seus pés reclamavam 
queriam dançar 
resistir não podia 
brinquedo de roda 
adorava brincar 
de um lado Tuísca 
de outro lado Rosinha 
rodando na praça 
a cantar e a dançar 
Seja em prosa, seja em verso, o texto poético contribui para o enriquecimento da linguagem, explorando a
sonoridade e o ritmo das palavras e atribuindo-lhes novos sentidos, mesmo quando essas palavras são as do
dia-a-dia.
b) Sonoridade - por meio da sonoridade de um texto, é possível prolongar, evidenciar ou transformar o
sentido que o léxico e a sintaxe dão às palavras e às frases.
Texto 15 
Som 
Nem soneto nem sonata 
vou curtir um som 
dissonante dos sonidos 
som 
ressonante de sibildos 
som 
sonotintode sonalhas 
nem sonoro nem sonouro 
vou curtir um som 
mui sonso, mui insolúvel 
som não sonoterápico 
bem insondável, som 
de raspante derrapante 
rouco reco ronco rato 
 13 
som superenrolado 
com se sona hoje-em-noite 
vou curtir, vou curtir um som 
ausente de qualquer música 
e rico de curtição 
(Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa.
Rio de Janeiro, Aguillar, 1979, p.784)
Neste poema, aproveitando as associações de significantes, o poeta faz a palavra som ecoar o tempo todo,
sob a forma de palavras derivadas de som, ou de vocábulos que apresentam a seqüência fônica s o n, sem
relação semântica com a palavra som. Observe:
soneto sonouro
sonata sonoro
dissonante sonso
sonidos insolúvel
ressonante sonoterápico
sontinto insondável
sonalhas sona
Há também uma seqüência onomatopaica, reproduzindo o ruído estridente da música moderna: 
ressonante reco
derrapante ronco
raspante rato
rouco superenrolado
c) Rimas e aliterações - fonemas que se repetem com uma freqüência maior que a esperada podem
contribuir para a harmonia do poema; muitas vezes essa repetição serve para reproduzir o ruído daquilo de
que fala o poema, como nestes versos de Murilo Araújo, em que a insistência do [i] sugere o barulho
provocado pelos grilos.
Texto 16 
O trilo dos grilos, tímido, 
de aço fino, 
esgrime, com o raiozinho dos astros, límpido, 
argentino. 
No poema de Cruz e Souza, a repetição do fonema [v] contribui para o efeito sonoro dos versos e evidencia,
mais uma vez, o uso poético da linguagem.
Texto 17 
Vozes veladas, veludosas vozes, 
Volúpias dos violões, vozes veladas, 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
 14 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. 
Nesta estrofe do soneto de Alphonsus de Guimaraens, Hão de chorar por ela os cinamomos, a repetição de
vogais nasais e fechadas contribui para reforçar o conteúdo triste e sombrio. 
Texto 18 
Hão de chorar por ela os cinamomos, 
Murchando as flores ao tombar do dia. 
Dos laranjais hão de cair os pomos, 
Lembrando-se daquela que os colhia. 
Rima é a conformidade ou identidade de fonemas, que ocorre geralmente no final de dois versos diferentes,
podendo aparecer também entre vocábulos no interior dos versos. Existem muitas possibilidades de
disposição das rimas nas estrofes do poema. As mais freqüentes são as emparelhadas, as alternadas, as
opostas, as encadeadas, as misturadas.
Além disso, as rimas podem ser classificadas em função da sua riqueza, que é definida pelo maior ou menor
número de fonemas associados, pelas classes das palavras que rimam pela raridade das terminações. Neste
sentido, as rimas podem ser perfeitas, imperfeitas, pobres, ricas, preciosas.
O texto abaixo exemplifica rimas emparelhadas, porque se sucedem duas a duas, e ricas, pois as palavras que
rimam pertencem a diferentes classes gramaticais (retalha/toalha: verbo e substantivo; multicores/amores:
adjetivo e substantivo; secreta/poeta: adjetivo e substantivo)
Texto 19 
Queixas do poeta 
No rio caudaloso que a solidão retalha, 
na funda correnteza na límpida toalha, 
deslizam mansamente as garças alvejantes; 
nos trêmulos cipós de orvalho gotejantes 
embalam-se avezinhas de penas multicores 
pejando a mata virgem de cânticos de amores; 
mais presa de uma dor tantálica e secreta 
de dia em dia murcha o louro do poeta! ... 
(Fagundes Varela) 
A literatura é o veículo, por excelência, da linguagem em sua função poética, mas não é o único; podemos
perceber também na publicidade, nas brincadeiras infantis, nos jogos de palavras, nos trocadilhos a presença
da linguagem poética. 
Sinônimos e e e e Antônimos::::
 * * * * Sinônimos
São palavras de sentido igualsentido igualsentido igualsentido igual ou aproximado: 
 15 
• alfabeto - abecedário; 
• brado, grito - clamor; 
• extinguir, apagar - abolir.
Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de sinônimos:
• adversário e antagonista; 
• translúcido e diáfano; 
• semicírculo e hemiciclo; 
• contraveneno e antídoto; 
• moral e ética; 
• colóquio e diálogo; 
• transformação e metamorfose; 
• oposição e antítese.
* * * * Antônimos
São palavras de significação opostasignificação opostasignificação opostasignificação oposta: 
• ordem - anarquia; 
• soberba - humildade; 
• louvar - censurar; 
• mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo:
• bendizer e maldizer; 
• simpático e antipático; 
• progredir e regredir; 
• concórdia e discórdia; 
• ativo e inativo; 
• esperar e desesperar; 
• comunista e anticomunista; 
Sentido proprio e figurado das palavras
Sentido próprio é o sentido literal, ou seja, o sentido que a palávra tem por si só. Exemplo em uma frase:
A fera tem garras afiadas. (A palavra "fera" está no seu sentido próprio, significando um animal).
O sentido figurado é um sentido apropriado, ou seja, ela designa atributos que não são literais mas sim de
imaginário. Exemplo em uma frase:
O Mike Tyson é uma fera. (A palávra "fera" nessa frase é utilizada para atribuir ao Mike Tyson os atributos
 16 
de um animal, de uma fera).
PONTUAÇÃO 
 
Os sinais de pontuação são recursos variados e representam as pausas e entonações da fala. A pontuação dá à
escrita maior clareza e simplicidade. 
 
A seguir veremos os principais empregos de alguns sinais de pontuação. 
 
PONTO FINAL 
 
É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. 
 
Exemplo: 
 
Lembrei-me de um caso antigo. 
 
Vamos animar a festa. 
 
O ponto final também é utilizado em abreviaturas. 
 
Exemplo: 
 
Sr. (senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), pág. (página). 
 
PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) 
 
É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta. 
 
Exemplo: 
 
Quem é você? 
 
 17 
Por que ninguém ligou? 
 
Não deve ser usado nas perguntas indiretas. 
 
Exemplo: 
 
Perguntei a você quem estava no quarto. 
 
PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) 
 
É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou locuções. 
 
Exemplo: 
 
Ah! Deixa isso aqui. 
 
Nossa! Isso é demais! 
 
VÍRGULA 
 
A vírgula é usada nos seguintes casos: 
 
- para separar o nome de localidades das datas. 
 
Recife, 28 de junho de 2005. 
- para separar vocativo. 
 
Exemplo: 
 
Meu filho, venha tomar seus remédios. 
 
- para separar aposto. 
 18 
 
Exemplo: 
 
Brasil, país do futebol, é um grande centro de formação de jogadores. 
 
- para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, além, por exemplo, além disso,
então. 
 
Exemplo: 
 
O nosso sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus. 
Além disso, precisamos de um bom firewall. 
 
- para separar orações coordenadas assindéticas. 
 
Exemplo:Ela ganhou um carro, mas não sabe dirigir. 
 
- para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas por e, ou e nem. 
 
Exemplo: 
 
Cobram muitos impostos, poucas obras são feitas. 
 
- para separar orações adjetivas explicativas. 
 
Exemplo: 
 
A Amazônia, pulmão mundial, está sendo devastada. 
 
- para separar o adjunto adverbial. 
 19 
 
Exemplo: 
 
Com a pá, retirou a sujeira. 
 
PONTO E VÍRGULA 
 
O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final. 
 
Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos: 
 
- para itens de uma enumeração. 
 
Exemplo: 
 
As vozes do verbo são: 
1.voz ativa; 
2.voz passiva; 
3.voz reflexiva. 
- para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia – e substituir a
vírgula. 
 
Exemplo: 
 
Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite. 
 
DOIS PONTOS 
 
Os dois pontos são empregados nos seguintes casos: 
 
- para iniciar uma enumeração. 
 
 20 
Exemplo: 
 
O computador tem a seguinte configuração: 
- memória RAM 256 MB; 
- HD 40 GB; 
- fax-modem; 
- placa de rede; 
- som. 
 
- antes de uma citação. 
Exemplo: 
Já diz o ditado: tal pai, tal filho. 
Como já diz a música: o poeta não morreu. 
- para iniciar a fala de uma pessoa, personagem. 
Exemplo: 
O repórter disse: - Nossa reportagem volta à cena do crime. 
- para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito. 
Exemplo: 
O Ministério de Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. 
Nota de esclarecimento: 
Nossa empresa não envia e-mail a seus clientes. Quaisquer informações devem ser tratadas em nosso
escritório. 
 21 
RETICÊNCIAS 
Indicam uma interrupção ou suspensão na seqüência normal da frase. São usadas nos seguintes casos: 
- para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. 
Exemplo: 
Estava digitando quando... 
Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e... 
- para indicar hesitações comuns na língua falada. 
Exemplo: 
Não vou ficar aqui por que... por que... não quero problemas. 
- para indicar movimento ou continuação de um fato. 
Exemplo: 
E a bola foi entrando... 
- para indicar dúvida ou surpresa na fala da pessoa. 
Exemplo: 
Rodrigo! Você... passou no vestibular! 
Antônio... você vai viajar? 
 22 
ASPAS 
São usados nos seguintes casos: 
- na representação de nomes de livros e legendas. 
Exemplo: 
Já li “O Ateneu” de Raul Pompéia. 
“Os Lusíadas” de Camões tem grande importância literária. 
- nas citações ou transcrições. 
Exemplo: 
“Tudo começou com um telefonema da empresa, convidando-me para trabalhar lá na sede. Já havia
mandado um currículo antes, mas eles nunca entraram em contato comigo. Quando as seleções
recomeçaram mandei um currículo novamente”, revelou Cleber. 
- destacar palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia. 
Exemplo 
Que “belo” exemplo você deu. 
Vamos assistir a “show” de mágica. 
PARÊNTESES 
São usados nos seguintes casos: 
 23 
- na separação de qualquer indicação de ordem explicativa. 
Exemplo: 
Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo verbal) e o predicativo (núcleo
nominal). 
- na separação de um comentário ou reflexão. 
Exemplo: 
Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está manchada) por todo o país. 
- para separar indicações bibliográficas. 
Pra que partiu? 
Estou sentado sobre a minha mala 
No velho bergantim desmantelado... 
Quanto tempo, meu Deus, malbaratado 
Em tanta inútil, misteriosa escala! 
(Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972). 
CONCLUSÃO 
Vimos nesse tutorial que os sinais de pontuação representam as pausas e entoações de nossa fala. Eles dão à
escrita maior clareza e simplicidade. 
O ponto final é utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Também é usado em
abreviaturas. O ponto de interrogação é utilizado no final de palavras, orações ou frases para indicar uma
pergunta direta. Não deve ser empregado em perguntas indiretas. 
 24 
O ponto de exclamação é usado no final de frases exclamativas e depois de interjeições ou locuções. A
vírgula tem vários casos de emprego, entre eles estão: separação de nomes de localidades, vocativos, aposto,
expressões explicativas, orações coordenadas sindéticas, etc. 
O ponto e vírgula servem para enumerar itens, aumentar a pausa antes de conjunções adversativas. Dois
pontos são usados para iniciar uma enumeração, antes de citações, no início da fala de uma pessoa,
personagem e para indicar esclarecimento, resultado ou resumo do que já foi dito. 
Substantivo
Substantivo é tudo o que nomeia as "coisas" em geral.
Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido.
Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo .
Classificação e Formação
Substantivo Comum
Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma genérica. Por exemplo pedra,
computador, cachorro, homem, caderno.
Substantivo Próprio
Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado, individualizando-o. Por exemplo
Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra maiúscula.
Substantivo Concreto
Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou apresentam-se em nossa
imaginação como se existissem por si. Por exemplo ar, som, Deus, computador, Ester.
Substantivo Abstrato
 25 
Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos
humanos. Por exemplo saída (prática de sair), beleza (existência do belo), saudade.
Formação dos substantivos
Os substantivos, quanto à sua formação, podem ser:
Substantivo Primitivo
É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na língua portuguesa. Por exemplo
pedra, jornal, gato, homem.
Substantivo Derivado
É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa. Por exemplo pedreiro,
jornalista, gatarrão, homúnculo.
Substantivo Simples
É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo pedra, pedreiro, jornal, jornalista.
Substantivo Composto
É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo pedra-sabão, homem-rã,
passatempo.
Substantivo Coletivo
É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma mesma espécie.
• abelha - enxame, cortiço, colméia
• acompanhante - comitiva, cortejo, séqüito
• alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
• aluno – classe26 
ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado
de um substantivo. 
Ao analisarmos a palavra bondosobondosobondosobondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela
pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoahomem bondoso, moça bondosa, pessoahomem bondoso, moça bondosa, pessoahomem bondoso, moça bondosa, pessoa
bondosa.bondosa.bondosa.bondosa. 
Já com a palavra bondadebondadebondadebondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer:
homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. BondadeBondadeBondadeBondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo, pois
admite o artigo: a bondadea bondadea bondadea bondade. 
Morfossintaxe do Morfossintaxe do Morfossintaxe do Morfossintaxe do Adjetivo:::: 
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominaladjunto adnominaladjunto adnominaladjunto adnominal ou
como predicativopredicativopredicativopredicativo (do sujeito ou do objeto). 
Classificação do Classificação do Classificação do Classificação do Adjetivo
Explicativo: Explicativo: Explicativo: Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.
Restritivo:Restritivo:Restritivo:Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.
Formação do Formação do Formação do Formação do Adjetivo
Quanto formação, o adjetivo pode ser:
ADJETIVO SIMPLES SIMPLES SIMPLES SIMPLES
Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro,
cômico.
ADJETIVO
COMPOSTOCOMPOSTOCOMPOSTOCOMPOSTO
Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-
escuro, amarelo-canário.
ADJETIVO PRIMITIVO PRIMITIVO PRIMITIVO PRIMITIVO
É aquele que dá origem a outros
adjetivos.
Por exemplo: belo, bom, feliz, puro.
ADJETIVO DERIVADO DERIVADO DERIVADO DERIVADO
É aquele que deriva de substantivos
ou verbos.
Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.
NumeralNumeralNumeralNumeral 
Classe que expressa quantidade exata, ordem de sucessão, organização...
Os numerais podem ser: 
• CardinaisCardinaisCardinaisCardinais- indicam uma quantidade exata. 
Ex.: quatro, mil, quinhentos 
 27 
• OrdinaisOrdinaisOrdinaisOrdinais- indicam uma posição exata. 
Ex.: segundo, décimo 
• MultiplicativosMultiplicativosMultiplicativosMultiplicativos- indicam um aumento exatamente proporcional. Ex.: dobro, quíntuplo 
• FracionáriosFracionáriosFracionáriosFracionários- indicam uma diminuição exatamente proporcional. Ex.: um quarto, um décimo 
NumeralNumeralNumeralNumeral (cinco, segundo, um quarto) é diferente de número (5, 2º ,1/4). Evite usar números em seu texto.
Eles deverão ser usados para dados, estatísticas, datas, telefones...
 28 
Quadro dos principais numeraisQuadro dos principais numeraisQuadro dos principais numeraisQuadro dos principais numerais
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
um primeiro (simples) -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
 29 
Leitura dos numeraisLeitura dos numeraisLeitura dos numeraisLeitura dos numerais
1-1-1-1-NumeralNumeralNumeralNumeral antes do substantivo antes do substantivo antes do substantivo antes do substantivo
A leitura será ordinal: X volume- décimo volume; XX página- vigésima página
2-2-2-2-NumeralNumeralNumeralNumeral depois do substantivo depois do substantivo depois do substantivo depois do substantivo
• A leitura será ordinal de 1 a 10: volume X- volume décimo; página XX- página vigésima 
• A leitura será cardinal de 11 em diante: pauta XII- pauta doze; século XX- século vinte 
PronomesPronomesPronomesPronomes
É a palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome. 
Ex.: Ana disse para sua irmã:
- Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa. 
1. eu substitui "Ana"
2. meu acompanha "o livro de matemática"
3. o substitui "o livro de matemática"
4. ele substitui "o livro de matemática"
Flexão
Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa:
Gênero
(masculino/feminino)
Ele saiu/Ela saiu
Meu carro/Minha casa 
Número
(singular/plural)
Eu saí/Nós saímos
Minha casa/Minhas casas
Pessoa
(1ª/2ª/3ª)
Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
Meu carro/Teu carro/Seu carro
Função
O pronome tem duas funções fundamentais: 
Substituir o nome
 30 
Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal.
Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome
substantivo porque está substituindo um nome)
Referir-se ao nome
Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal.
Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito "nenhum aluno" tem como núcleo o substantivo "aluno" e como
palavra dependente o pronome adjetivo "nenhum")
Pronomes Pessoais
São aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso:
1ª pessoa - a pessoa que fala - EU/NÓS
2ª pessoa - a pessoa com que se fala - TU/VÓS
3ª pessoa - a pessoa de quem se fala - ELE/ELA/ELES/ELAS
Pronomes pessoais retos : são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo. 
Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento.
Pessoas do
discurso
Pronomes pessoais
retos
Pronomes pessoais oblíquos
Átonos Tônicos
Singular
1ª pessoa eu me mim, comigo
2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele/ela se, o, a, lhe si, ele, consigo
Plural
1ª pessoa nós nos nós, conosco
2ª pessoa vós vos vós, convosco
3ª pessoa eles/elas se, os, as, lhes si, eles, consigo
Pronomes oblíquos
Associação de pronomes a verbos:
Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas
lo, la, los, las, caindo as consoantes.
Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem.
Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem. 
Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na,
nos, nas.
Ex.: Fizeram um relatório.
 Fizeram-no.
Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração.
Ex.: Maria olhou-se no espelho
Eu não consegui controlar-me diante do público.
Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo
no infinitivo31 
Ex.:O professor trouxe o livro para mim.(pronome oblíquo, pois é um complemento)
O professor trouxer o livro para eu ler.(pronome reto, pois é sujeito)
Pronomes de tratamento
São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento cerimonioso e
outros em situações de intimidade.
Conheça alguns:
você (v.) : tratamento familiar
senhor (Sr.), senhora (Srª.) : tratamento de respeito
senhorita (Srta.) : moças solteiras
Vossa Senhoria (V.Sª.) : para pessoa de cerimônia
Vossa Excelência (V.Exª.) : para altas autoridades
Vossa Reverendíssima (V. Revmª.) : para sacerdotes
Vossa Eminência (V.Emª.) : para cardeais
Vossa Santidade (V.S.) : para o Papa
Vossa Majestade (V.M.) : para reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial (V.M.I.) : para imperadores
Vossa Alteza (V.A.) : para príncipes, princesas e duques
1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.: Vossa
Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome "vossa"
se transforma no possessivo "sua".
Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade,
mas a uma terceira pessoa do discurso)
Pronomes Possessivos
São aqueles que indicam idéia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa gramatical
possuidora.
As principais palavras que podem funcionar como pronomes possessivos:
Masculino Feminino
Singular Plural Singular Plural
meu meus minha minhas
teu teus tua tuas
seu seus sua suas
nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas
seu seus sua suas
Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (= seus) os
cabelos.
 32 
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua
posição no interior de um discurso.
Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração
este, esta,
isto, estes,
estas
Perto de
quem fala
(1ª pessoa).
Presente Referente
aquilo que
ainda não
foi dito.
Referente ao
último
elemento
citado em uma
enumeração.
Ex.: Não
gostei deste
livro aqui.
Ex.: Neste
ano, tenho
realizado
bons
negócios.
Ex.: Esta
afirmação
me deixou
surpresa:
gostava de
química.
Ex.: O homem
e a mulher são
massacrados
pela cultura
atual, mas esta
é mais
oprimida.
esse, essa,
esses, essas
Perto de
quem ouve
(2ª pessoa).
Passado ou
futuro
próximos
Referente
aquilo que
já foi dito.
Ex.: Não
gostei desse
livro que
está em tuas
mãos.
Ex.: Nesse
último ano,
realizei
bons
negócios
Ex.: Gostava
de química.
Essa
afirmação
me deixou
surpresa
aquele,
aquela,
aquilo,
aqueles,
aquelas
Perto da 3ª
pessoa,
distante dos
interlocutor
es.
Passado ou
futuro
remotos
Referente ao
primeiro
elemento
citado em uma
enumeração.
Ex.: Não
gostei
daquele
livro que a
Roberta
trouxe.
Ex.: Tenho
boas
recordaçõe
s de 1960,
pois
naquele
ano
realizei
bons
negócios.
Ex.: O homem
e a mulher são
massacrados
pela cultura
atual, mas esta
é mais
oprimida que
aquele.
 33 
Pronomes Indefinidos
São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa.
Alguns pronomes indefinidos:
algum mais qualquer
bastante menos quanto
cada muito tanto
certo nenhum todo/tudo
diferentes outro um
diversos pouco vários
demais qual
Algumas locuções pronominais indefinidas:
cada qual qualquer um tal e qual seja qual for
sejam quem for todo aquele quem quer (que) uma ou outra
todo aquele (que) tais e tais tal qual seja qual for
Uso de alguns pronomes indefinidos:
Algum
a) quando anteposto ao substantivo da idéia de afirmação
"Algum dinheiro terá sido deixado por ela."
b) quando posposto ao substantivo dá idéia de negação
"Dinheiro algum terá sido deixado por ela."
Obs.: O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador.
Demais
Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio "demais" ou com a locução adverbial
"de mais".
Ex.:" Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista." (locução adverbial)
"Maria esperou os demais." (pronome indefinido = os outros)
"Maria esperou demais." (advérbio de intensidade)
Todo
É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente, mas possuindo
flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio.
Ex.: "Percorri todo trajeto." (pronome indefinido)
"Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada." (advérbio)
Cada
Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas.
Ex.: "Cada homem tem a mulher que merece."
 34 
Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada férias), a não ser que o
substantivo venha antecedido de numeral (cada duas férias).
Pode, às vezes, ter valor intensificador : "Mário diz cada coisa idiota!"
Pronomes relativos
São aqueles que representam nomes que já foram citados e com os quais estão relacionados. O nome citado
denomina-se ANTECEDENTE do pronome relativo.
Ex.:"A rua onde moro é muito escura à noite."
onde: pronome relativo que representa "a rua"
a rua : antecedente do pronome "onde"
Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relativos:
FORMAS VARIÁVEIS FORMAS INVARIÁVEIS
Masculino Feminino
o qual / os quais a qual / as quais quem
quanto / quantos
quanta /
quantas
que
cujo / cujos cuja / cujas onde
• O pronome relativo QUEM sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas,
vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de "O QUAL"
Ex.: "Aquela menina de quem lhe falei viajou para Paris."
Antecedente: menina
Pronome relativo antecedido de preposição: de quem
• Os pronomes relativos CUJO, CUJA sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o
significado "DO QUAL" "DA QUAL"
Ex.: "O livro cujo autor não me recordo."
• Os pronomes relativos QUANTO(s) e QUANTA(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes
indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Ex.: "Você é tudo quanto queria na vida."
• O pronome relativo ONDE tem sempre como antecedente palavra que indica lugar.
Ex.: "A casa onde moro é muito espaçosa."
• O pronome relativo QUE admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o
pronome demonstrativo ou outro pronome.
Ex.: "Quero agora aquilo que ele me prometeu."
• Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas
orações em um só período.
Ex.:A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro.
 ( A mulher que parece interessada comprou o livro.)
 35 
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em frases interrogativas diretas ou
indiretas.
Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que desempenham função de pronomes
interrogativos, como por exemplo: QUE, QUANTOS, QUEM, QUAL, etc.
Ex.: "Quantos livros teremos que comprar?"
"Ele perguntou quantos livros teriam quecomprar."
"Qual foi o motivo do seu atraso?"
Advérbio
Advérbio é a palavra que modifica o verbo, exprimindo a circunstância da ação verbal (tempo, modo,
intensidade, etc.). Alguns advérbios podem modificar um adjetivo ou outro advérbio. Exemplos:
Algumas vezes, o advérbio é representado por duas ou mais palavras. Nesse caso, recebe o nome de locução
adverbial. Veja alguns exemplos de locuções adverbiais: à direita, à esquerda, à frente, à vontade, em vão,
por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de súbito, de propósito, de repente, etc.
Classificação dos advérbiosClassificação dos advérbiosClassificação dos advérbiosClassificação dos advérbios
Os advérbios e as locuções adverbiais são classificados de acordo com o seu valor semântico, isto é, com a
circunstância que expressam. Observe a classificação de alguns advérbios e locuções adverbiais:
Classificação
Advérbios 
e locuções adverbiais
 36 
Tempo
agora, 
hoje, ontem, cedo, tarde, à tarde, à noite, já, no
dia seguinte, amanhã, de manhã, 
jamais, nunca, sempre, antes, breve, de
repente, de vez em quando, às vezes,
imediatamente, 
etc. 
Lugar
aqui, 
ali, aí, lá, cá, acolá, perto, longe, abaixo, acima,
dentro, fora, além, adiante, 
distante, em cima, ao lado, à direita, à
esquerda, em algum lugar, atrás, etc.
Modo
bem, mal, assim, pior, melhor, depressa,
devagar, à toa, às pressas, à vontade,
rapidamente, calmamente, infelizmente (e a
maioria dos advérbios terminados em -mente), 
etc.
Negação
não, absolutamente, tampouco, nunca, de
modo algum, de forma alguma, etc.
Afirmação
sim, realmente, deveras, certamente, sem
dúvida, efetivamente, com certeza, de fato, etc.
Intensidade
muito, pouco, bastante, suficiente, demais,
mais, menos, tão, etc.
Dúvida
talvez, possivelmente, provavelmente, quiçá,
etc.
Interrogação onde, quando, como, etc.
Grau do advérbioGrau do advérbioGrau do advérbioGrau do advérbio
Os advérbios são considerados palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero e de número. No
entanto, alguns advérbios sofrem flexão de grau como os adjetivos. Observe:
Grau comparativo:
• de igualdade: na formação do comparativo de igualdade, utilizamos o tão antes do advérbio e o como
ou quanto depois.
Exemplo: Os alunos chegaram tão cedo quanto os professores.
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• de superioridade: na formação do comparativo de superioridade, utilizamos o mais antes do advérbio
e o que ou do que depois.
Exemplo: Os alunos chegaram mais cedo do que os professores.
• de inferioridade: na formação do comparativo de inferioridade, utilizamos o menos antes do
advérbio e o que ou do que depois.
Exemplo: Os alunos chegaram menos cedo do que os professores.
Grau superlativo:
O grau superlativo dos advérbios pode ser analítico ou sintético.
• Analítico: é formado com auxilio de um advérbio de intensidade.
Exemplo: Cheguei muito cedo à escola ontem.
• Sintético: é formado pelo acréscimo do sufixo ao advérbio.
Exemplo: Cheguei cedíssimo à escola ontem. 
Os advérbios bem e mal admitem as formas de comparativo de superioridade sintéticas, melhor e
pior, respectivamente. 
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece,
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos
indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições.
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de,
dentro de, para com.
 38 
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições.
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é
uma delas.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente
a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer
concordância em gênero ou em número.
Ex: por + o = pelo
por + a = pela
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela se
une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
 39 
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
 40 
Por + a = pela(s)
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
 41 
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
Dicas sobre preposição
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um
substantivo singular e feminino.
 42 
- A dona da casa não quis nos atender.
- Como posso fazer a Joana concordar comigo?
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre
eles.
- Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
- Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
- Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família
- Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:Destino
Irei para casa.
Modo
Chegou em casa aos gritos.
Lugar
Vou ficar em casa;
Assunto
Escrevi um artigo sobre adolescência.
 43 
Tempo
A prova vai começar em dois minutos.
Causa
Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade
Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento
Escreveu a lápis.
Posse
Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria
Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia
Estarei com ele amanhã.
Matéria
Farei um cartão de papel reciclado.
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Meio
Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem
Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo
Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição
Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço
Esse roupa sai por R$ 50 à vista.
Conjunção
Conjunção é uma das dez classes de palavras definidas pela gramática. As conjunções são palavras
invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo
entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação.
São exemplos de conjunções: portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando,
ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.
Quando duas ou mais palavras exercem função de conjunção dá-se-lhes o nome de locução conjuntiva. São
exemplos de locuções conjuntivas: à medida que, apesar de, a fim de que.
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As conjunções são classificadas de acordo a relação de dependência sintática dos termos que ligam. Se
conectarem orações ou termos pertencentes a um mesmo nível sintático, são ditas conjunções
coordenativas.
Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja, uma oração é um
membro sintático da outra, são chamadas de conjunções subordinativas.
Apesar de ser uma classe de palavras com muitas classificações, são poucas as conjunções propriamente ditas
existentes. A maioria delas são na verdade locuções conjuntivas (mais de uma palavra com a função de
conjunção) ou palavras de outras classes gramaticais que às vezes exercem a função de conjunção em um
período.
As conjunções ditas "essenciais" (isto é, palavras que funcionam somente como conjunção) são as seguintes:
e, nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou, porque, porquanto, pois, portanto, se, ora, apesar e
como.
 Coordenativas
As conjunções coordenativas são conhecidas por:
 Aditivas ou Copulativas
Indicam uma relação de soma, adição. São elas: e, nem, mas também, como também, quanto (depois de
tanto) etc. Exemplos:
Desesperada, você tenta até o fim e, até nesse momento, você vai lembrar de mim.
Não estivemos lá nem nos interessamos por saber de nada.
 Adversativas
Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. São
elas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto etc.
Ex:O carro bateu, mas ninguém se feriu.
 Alternativas ou Disjuntivas
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Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por incompatibilidade dos termos
ligados ou por equivalência dos mesmos. São elas: ou, ora, já,ja que,quer, seja etc.
Ex.: Ou ela, ou eu.
 Explicativas
Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao
verbo). ex: Ele não entra porque está sem tempo.
 Conclusivas
Indicam relação de conclusão. São elas: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então.[1][2]
Ex:Ele bateu o carro, estava, pois, embriagado.
 Subordinativas
As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a uma de
nível sintático superior (oração principal). Uma vez que uma oração é um membro sintático de outra, esta
oração pode exercer funções diversas, correspondendo um tipo específico de conjunção para cada uma
delas.
[editar] Integrantes
que, se.
Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito, objeto direto,
predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal (nos três últimos casos pode
haver uma preposição anteposta a conjunção) de outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são
que e se.
Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se se.
 Afirmo que sou estudante.
 Não sei se existe ou se dói.
 Espero que você não demore.
 47 
OBS: Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los por "isso", "isto" ou
"aquilo".
Exemplo:
 Afirmo que sou estudante. (Afirmo isto.)
 Não sei se existe ou se dói. (Não sei isto.)
 Espero que você não demore. (Espero isto.)
As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que possuem.
Causal
porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, entre
outros.
Inicia uma oração subordinada denotadora de causa.
 Dona Luísa fora para lá porque estava só.
 Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.
 Como o frio era grande, aproximou-se das labaredas.
Comparativa
que, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem
como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança ou grau de superioridade), etc.
Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.
Indica COMPARAÇÃO entre dois membros.
 Era mais alta que baixa.
 Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.
 O menino está tão confuso quanto o irmão.
 O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura usada.
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Concessiva
embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que,em
que, que,e, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal,
mas incapaz de impedi-la.
 Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.
 É todo graça, embora as pernas não ajudem..
 Condicional
se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.
Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja
realizado ou não o fato principal.
 Seria mais poeta, se fosse menos político.
 Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.
Conformativa
conforme, como, segundo, consoante, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração
principal.
 Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.
 Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)
Consecutiva
que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior),
de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que
Iniciam uma oração na qual se indica a consequência do que foi declaradona anterior.
 49 
 Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.
 Falou tanto na reunião que ficou rouco
 Tamanho o labor que sentiu sede
 Era tal a vitória que transbordou lágrimas de emoção
 As palavras são todas de tal modo ou tamanho
 Final
para que, a fim de que, porque [para que], que
Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal
 Aqui vai o livro para que o leia.
 Fiz-lhe sinal que se calasse.
 Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.
Proporcional
à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais), quanto mais (tanto mais),
quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos), quanto menos … (menos), quanto menos … (tanto
menos), quanto menos … (mais), quanto menos … (tanto mais)
Iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se
simultaneamente com o da oração principal.
 Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
 Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.
 O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.
[editar] Temporal
quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada
vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.
 50 
Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo
 Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
 Implicou comigo assim que me viu.
[editar] Observações gerais
Uma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula (",") e muito raramente é
sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases com as conjunções marcadas em negrito:
 "Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado."
 "Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal."
 "Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal."
 "Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa."
 "João subiu e desceu a escada."
 Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos.
Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma conjunção ou locução
conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pela conjunção típica. Por
exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pela conjunção típica "e".
Veja o exemplo:
"Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és."
"Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és."
As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro elemento pode ficar
subentendido.
As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição pelo tipo (conjunção
típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração.
A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é o verbo: se este
 51 
estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha a janela, porque faz frio."
O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a coisa que…?",
formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo:
 Não sei se morre de amor. (Qual é a coisa que não sei? Se morre de amor.)
O uso da conjunção "pois" pode a ser classificada em:
 * Explicativa, quando a preposição estiver antes do verbo;
 * Conclusiva, quando a preposição estiver depois do verbo;
• Causal, quando a preposição puder ser substituída por "uma vez que".
Concordância Verbal E Nominal
É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem harmonicamente na frase.
A concordância pode ser feita de três formas:
1 - Lógica ou gramatical – é a mais comum no português e consiste em adequar o
determinante(acompanhante) à forma gramatical do determinado(acompanhado) a que se refere.
Ex.: A maioria dos professores faltou. 
O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito (maioria)
Ex.: Escolheram a hora adequada.
O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram com o substantivo (hora).
2 - Atrativa – é a adequação do determinante :
a) a apenas um dos vários elementos determinados, escolhendo-se aquele que está mais próximo:
Escolheram a hora e o local adequado.
O adjetivo (adequado) está concordando com o substantivo mais próximo (local)
b) a uma parte do termo determinado que não constitui gramaticalmente seu núcleo:
A maioria dos professores faltaram.
O verbo (faltaram) concordou com o substantivo (professores) que não é o núcleo do sujeito.
c) a outro termo da oração que não é o determinado:
Tudo são flores.
O verbo (são) concorda com o predicativo do sujeito (flores).
3 - Ideológica ou silepse- consiste em adequar o vocábulo determinante ao sentido do vocábulo
determinado e não à forma como se apresenta:
O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram. 
 52 
O verbo (aplaudiram) concorda com a idéia da palavra povo (plural) e não com sua forma (singular).
 
CONCORDÂNCIA VERBAL
· Regra geral
 O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
 O técnico escalou o time.
 Os técnicos escalaram os times.
· Casos especiais
 Sujeito composto
 anteposto: verbo no plural.
 posposto: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural.
 de pessoas diferentes: verbo no plural da pessoa predominante.
 com núcleos em correlação: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural.
 ligado por COM: verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o plural.
 ligado por NEM: verbo no plural e, às vezes, no singular.
 ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU.
 
 Exemplos:
 
 O técnico e os jogadores chegaram ontem a São Paulo.
 Chegou(aram) ontem o técnico e os jogadores.
 Eu, você e os alunos iremos ao museu.
 53 
 Tu, ela e os peregrinos visitareis o santuário.
 O cientista assim como o médico pesquisa(m) a causa do mal.
 O professor, com os alunos, resolveu o problema.
 O maestro com a orquestra executaram a peça clássica.
 Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Catifunda.
 Valdir ou Leão será o goleiro titular.
 João ou Maria resolveram o problema.
 O policial ou os policiais prenderam o perigoso assassino.
 
· Sujeito constituído por:
 a) um e outro, nem um nem outro: verbo no singular ou plural.
 b) um ou outro: verbo no singular.
 c) expressões partitivas seguidas de nome plural: verbo no singular ou plural.
 d)coletivo geral: verbo no singular.
 e) expressões que indicam quantidade aproximada seguida de numeral: verbo concorda com o
substantivo.
 f) pronomes (indefinidos ou

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