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LÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESA Interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. Pontuação. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. Colocação pronominal. Crase. 2 Texto literário e texto não-literário Relacionando o texto literário ao não-literário, devemos considerar que o texto literário tem uma dimensão estética, plurissignificativa e de intenso dinamismo, que possibilita a criação de novas relações de sentido, com predomínio da função poética da linguagem. É, portanto, um espaço relevante de reflexão sobre a realidade, envolvendo um processo de recriação lúdica dessa realidade. No texto não-literário, as relações são mais restritas, tendo em vista a necessidade de uma informação mais objetiva e direta no processo de documentação da realidade, com predomínio da função referencial da linguagem, e na interação entre os indivíduos, com predomínio de outras funções. A produção de um texto literário implica: · a valorização da forma · a reflexão sobre o real · a reconstrução da linguagem · a plurissignificação · a intangibilidade da organização lingüística 2.1 valorização da forma O uso literário da língua caracteriza-se por um cuidado especial com a forma, visando a exploração de recursos que o sistema lingüístico oferece, nos planos fônico, prosódico, léxico, morfo-sintático e semântico. Não é o tema, mas sim a maneira como ele é explorado formalmente que vai caracterizar um texto como literário. Assim, não há temas específicos de textos literários, nem temas inadequados a esse tipo de texto. Os dois textos que seguem têm o mesmo tema - o açúcar: no primeiro, a função poética é predominante. É uma das razões para ser considerado um texto literário. Já no segundo, puramente informativo, há o predomínio da função referencial. "O açúcar" (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228) O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar 3 não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. "A cana-de-açúcar" (Vesentini, J.W. Brasil, sociedade e espaço. São Paulo, Ática, 1992, p.106) A cana-de-açúcar Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, lém da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível. Comentários sobre os textos: "O açúcar" e "A cana-de-açúcar" O texto "O açúcar" parte de uma palavra do domínio comum - açúcar - e vai ampliando seu potencial 4 significativo, explorando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o açúcar - branco, doce, puro - e a vida do trabalhador que o produz - dura, amarga, triste. a) associações lexicais entre vocábulos do mesmo campo semântico: açúcar açucareiro adoçar dissolver usina cana canavial plantar colher mercearia comprar vender b) relações antitéticas: vida amarga e dura x açúcar branco e puro c) comparações: a comparação é o confronto de idéias por meio de conectivos, de palavras que explicitam o que está sendo comparado. Na comparação, um termo se define em função do que sabemos de outro: "Vejo-o [o açúcar] puro e afável como beijo de moça (como) água na pele (como) flor que se dissolve na boca No texto "A cana-de-açúcar", de expressão não-literária, o autor informa o leitor sobre a origem da cana-de- açúcar, os lugares onde é produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc. Para caracterizar ou explicitar a diferença entre função informativa e função artístico-literária da linguagem, através do confronto entre um determinado dado da realidade e o mesmo dado, reaproveitado em uma obra artística, podem ser comparadas as seguintes situações: a) o barulho de buzinas na rua e uma música que use esse mesmo som; b) o som de vozes de crianças brincando e a música Domingo no Parque (Gilberto Gil); c) o som de uma cavalgada e a música Disparada ( Geraldo Vandré ); d) uma foto de jornal - uma foto dos sem-terra e um quadro - Os retirantes, de Portinari - com o mesmo tema da foto; e) várias cenas do cotidiano e uma colagem de Glauco Rodrigues; f) imagens de pessoas se movimentando e uma escultura representando pessoas; g) uma pequena crítica sobre a passagem de uma escola de samba e a música Foi um rio que passou em minha vida ( Paulinho da Viola). 2.2 reflexão sobre o real Em lugar de apenas informar sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principalmente 5 como um meio de refletir e recriar a realidade, reordenando-a. Isso dá ao texto literário um caráter ficcional, ou seja, o texto literário interpreta aspectos da realidade efetiva, de maneira indireta, recriando o real num plano imaginário. Refletindo a experiência cultural de um povo, o texto literário contribui para a definição e para o fortalecimento da identidade nacional. Por isso, num país como o Brasil, onde as características culturais precisam ainda ser revitalizadas e valorizadas, as artes desempenham um papel muito importante. A título de exemplo, citamos Platão e Fiorin (1991), que dizem: "Graciliano Ramos, em VIDAS SECAS, inventou um certo Fabiano e uma certa Sinhá Vitória para revelar uma verdade sobre tantos fabianos e sinhás vitórias, despossuídos de quase todos os bens materiais e culturais, e por isso degradados ao nível da animalidade." 2.3 recriação da linguagem (desautomatização) No texto literário, relacionada ao processo de recriação do real, ocorre a desautomatização da linguagem. Assim, pela reinvenção dos procedimentos lingüísticos normalmenteutilizados no cotidiano, a expressão literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de novas formas de dizer. O uso estético da linguagem pressupõe criar novas relações entre as palavras, combinando-as de maneira inusitada, singular, revelando assim novas formas de ver o mundo. Apresentamos, a seguir, três textos que exemplificam esse processo: os dois primeiros, que tratam do mesmo tema, são comparados em relação aos recursos lingüísticos utilizados, o que os caracteriza como literário e não-literário, respectivamente. Texto 7 - "A queimada" (Fragmento. Graça Aranha. Canaã, Rio de Janeiro,F.Briguiet, pp.111-113) Texto 8 - "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro" (Jornal do Brasil, 19/02/97) Texto 9 - "Carnaval" (Graça Aranha, A viagem maravilhosa. Apud William Cereja e Thereza Magalhães. Português: linguagens. São Paulo, Atual, 1990, p.178) Texto 7 A queimada Num alvoroço de alegria, os homens viam amarelecer a folhagem que era a carne e fender-se os troncos firmes, eretos, que eram a ossatura do monstro. Mas o fogo avançava sobre eles, interrompendo-lhes o prazer. Surpresos, atônitos, repararam que a devastação tétrica lhes ameaçava a vida e era invencível pelo mato adentro, quase pelas terras alheias. (...) O aceiro foi sendo aberto até que o fogo se aproximou; a coluna, como um ser animado, avançava solene, sôfrega por saciar o apetite. Sobre a terra queimada na superfície, aquecida até o seio, continuava a queda dos galhos. O fogo não tardou a penetrar num pequeno taquaral. Ouviam-se sucessivas e medonhas descargas de um tiroteio, quando a taboca estalava nas chamas. O fumo crescia e subia no ar rubro, incendiado, os estampidos redobravam, as labaredas esguichavam, 6 enquanto a fogueira circundava num abraço a moita de bambus. (Fragmento. Graça Aranha. Canaã, Rio de Janeiro,F.Briguiet, pp.111-113) Texto 8 Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro Um incêndio, possivelmente provocado por um curto-circuito, destruiu no início da madrugada de ontem um prédio de quatro andares na Rua Teófilo Otoni, 38, no Centro. O fogo começou no primeiro andar, onde funcionava uma empresa especializada na venda e fabricação de componentes eletrônicos, a Mec Central. O prédio era de construção antiga e estava em obras; como havia grande quantidade de madeira estocada, a propagação do fogo foi rápida. A ação dos bombeiros evitou que prédios vizinhos fossem atingidos pelas chamas. Não houve feridos. (Jornal do Brasil, 19/02/97) Comentários sobre os textos 7 e 8 : "A Queimada" e "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro" Reconhecemos o texto 7, "A Queimada", como um texto literário, por apresentar inúmeros recursos expressivos: metáforas (folhagem/carne; troncos/ossos; o ar rubro) e comparações (a coluna, como um ser animado, avançava solene). O autor fala da queimada como se ela fosse um ser vivo, atribuindo-lhe características próprias de seres animados, como solene, sôfrega, cheia de apetite. Neste texto, o plano do conteúdo, a descrição de uma queimada, é recriado no plano da expressão. No texto 8, "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro", o leitor passa pelo plano da expressão e vai direto ao conteúdo para entender, informar-se. Trata-se, por isto, de um texto não-literário, cuja finalidade é documentar, transmitir notícias. A linguagem deste texto é denotativa, não apresenta nenhuma combinação nova ou inusitada de palavras; seu conteúdo pode ser resumido sem prejuízo da informação que ele contém. Texto 7 Texto 8 "a coluna avançava solene e sôfrega" "o incêndio começou no primeiro andar" "a propagação foi rápida" adjetivação metafórica: troncos firmes e eretos descargas medonhas ar rubro ausência de adjetivação: o incêndio, o fogo, o prédio, 7 propagação do fogo, a ação dos bombeiros. Texto 9 Carnaval Maravilha do ruído, encantamento do barulho. Zé Pereira, bumba, bumba. Falsetes azucrinam, zombeteiam. Viola chora e espinoteia. Melopéia negra, melosa, feiticeira, candomblé. Tudo é instrumento, flautas, violões, reco-recos, saxofones, pandeiros, liras, gaitas e trombetas. Instrumentos sem nome inventados subitamente no delírio da improvisação, do ímpeto musical. Tudo é encanto. Os sons se sacodem, berram, lutam, arrebentam no ar sonoro dos ventos, vaias, klaxons, aços estrepitosos. Dentro dos sons movem-se cores, vivas , ardentes, pulando, dançando, desfilando sob o verde das árvores, em face do azul da baía no mundo dourado. Dentro dos sons e das cores, movem-se os cheiros, cheiro de negro, cheiro mulato, cheiro branco, cheiro de todos os matizes, de todas as excitações e de todas as náuseas. Dentro dos cheiros, o movimento dos tatos violentos, brutais, suaves, lúbricos, meigos, alucinantes. Tatos, sons, cores, cheiros se fundem em gostos de gengibre, de mendubim, de castanhas, de bananas, de laranja, de bocas e de mucosa. Libertação dos sentidos envolventes das massas frenéticas, que maxixam, gritam, tresandam, deslumbram, saboreiam, de Madureira à Gávea, na unidade do prazer desencadeado. (Graça Aranha, A viagem maravilhosa. Apud William Cereja e Thereza Magalhães. Português: linguagens. São Paulo, Atual, p.178) Comentários sobre o texto 9 - "Carnaval" Neste texto, os cinco sentidos são explorados de maneira simbólica e inusitada: sons, cores, cheiros, tatos e gostos vão se sucedendo para descrever o carnaval, seu ambiente, a mistura de raças, o contato físico entre as pessoas, a euforia da festa. Em primeiro lugar, ruídos e sons de diversos instrumentos enchem o ar. Acompanhando esses sons, as cores da natureza e das fantasias se movem, desfilam. Ao ritmo dos sons e cores, movem-se as pessoas das diversas raças, misturando seus cheiros, variados e inebriantes, tocando-se das mais diversas formas: pela luta, pelo carinho, pela sexualidade. Esse contato íntimo conduz a uma fusão de bocas e gostos. Tudo isto é o carnaval - "libertação dos sentidos", proporcionando um "prazer desencadeado". O autor, observador atento de uma cena, expressa seu modo de ver o mundo, suas preferências, seu estado emocional. Ele não descreve o que vê, mas o que pensa ver, o que sente, combinando as palavras de forma inesperada, revelando novas imagens decorrentes dessas combinações. Sons: · viola chora e espinoteia · os sons se sacodem, berram, lutam, arrebentam no ar sonoro ... Cores: · movem-se cores, vivas, ardentes, pulando, dançando, desfilando ... Cheiros: 8 · movem-se os cheiros, cheiro de negro, cheiro mulato, cheiro branco, cheiro de todos os matizes, de todas as excitações e de todas as náuseas. Tato: · o movimento dos tatos violentos, brutais, suaves, lúbricos, meigos, alucinantes. Gosto: · gostos de gengibre, de mendubim, de castanhas, de bananas, de laranja, de bocas e de mucosa. 2.4 Plurissignificação O trabalho de recriação que se efetiva na construção do texto literário é uma atividade lúdica, uma brincadeira com a linguagem. Por isso, o texto literário provoca um prazer estético em seu fruidor, como acontece nas outras manifestações artísticas. Enquanto atividade de recriação, a expressão literária se caracteriza pela conotação , criando novos significados, ao passo que a expressão não-literária se reconhece pelo seu caráter denotativo . No texto literário, faz-se igualmente um amplo uso de metáforas e metonímias, com o objetivo de despertar no leitor o prazer estético. Isto é o que defineseu caráter plurissignificativo. Texto 10 - "Acrobatismo" (Cassiano Ricardo) Acrobatismo Parou o vento. Todas as árvores quiseram ver o salto original. Então quedaram-se todas com os seus anéis azuis de orvalho e os seus colares de ouro teatral, prestando muita atenção. Foi como se um silêncio fofo de veludo Começasse a passear seus pés de lã por tudo. Nisto uma folha sai, muito viva, de uma rama, e vai cair sem o menor rumor sobre o tapete da grama. É um louva-a-deus lépido e longo que se jogou de um trapézio como um pequeno palhaço verde e lá se foi a rodopiar às cambalhotas no ar. Comentários sobre o texto 10 - "Acrobatismo" 9 Neste poema, há um amplo uso de metáforas, isto é, uso de palavras fora do seu sentido normal. Segundo Mattoso Câmara Jr. (1978), a metáfora "consiste na transferência de um termo para um âmbito de significação que não é o seu". Fundamenta-se "numa relação toda subjetiva, criada no trabalho mental de apreensão." Assim, por exemplo, entre a folha e o louva-a-deus traços comuns como a leveza de movimento, a cor, permitem que se estabeleça entre eles uma relação, a partir da qual se cria uma metáfora. O mesmo acontece entre o trapézio e o galho de onde o inseto se jogou no ar (um traço comum entre eles é, por exemplo, a forma); entre o palhaço verde e o louva-a-deus (traços comuns: a cor, a acrobacia de um e outro); entre o tapete de grama e o chão recoberto de vegetação (têm em comum a cor, a maciez). Mais informações sobre os conceitos de conotação e de denotação são apresentados no item 1 do índice. 2.5 intangibilidade da organização lingüística Uma das características do texto literário é a sua intangibilidade, sua intocabilidade. As palavras que foram utilizadas e a maneira escolhida pelo autor para combiná-las são próprias de cada texto, e não devemos alterá-las sob o risco de mutilar ou comprometer a intenção do autor. Não podemos, portanto, num texto literário, mudar a posição em que as palavras foram colocadas, suprimir ou acrescentar vocábulos, substituir vocábulos por sinônimos, resumir as idéias. A esse respeito, o poeta francês Paul Valéry diz que, quando se resume um texto não-literário, apreende-se o essencial; quando se resume um texto literário, perde-se o essencial. Podemos, por exemplo, perguntar a diversas pessoas o que pensam sobre o tema da separação amorosa. Poderão surgir, a partir de suas respostas, textos líricos, poéticos e textos não-literários. No Soneto da Separação, Vinícius de Moraes revela a sua maneira peculiar de tratar esse tema. Pelo trabalho com a linguagem, pelo uso de recursos poéticos, seu soneto é um texto literário. Texto 11 Soneto da Separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mão espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. 10 De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. Apresentamos, a seguir, um poema de Ferreira Gullar (texto 12) , a partir do qual são feitos comentários que evidenciam algumas características da expressão literária apontadas no embasamento teórico. Texto 12 Meu povo, meu poema Meu povo e meu poema crescem juntos como cresce no fruto a ávore nova No povo meu poema vai nascendo como no canavial nasce verde o açúcar No povo meu poema está maduro como o sol na garganta do futuro Meu povo em meu poema se reflete como a espiga se funde em terra fértil Ao povo seu poema aqui devolvo menos como quem canta do que planta Comentários sobre o texto 12 Quanto à relevância do plano da expressão/ desautomatização da linguagem, podemos observar: a) a escolha de palavras que compõem as comparações do poema: o poema nasce como o açúcar, o povo e o poema crescem como a árvore nova. Estas comparações levam às metáforas: povo/terra onde brota poema/árvore. b) o jogo entre as repetições de estruturas e a quebra dessas repetições : "Meu povo e meu poema" , "no povo meu poema", "Ao povo seu poema." 11 c) a rima na última estrofe: canta/planta reforça as metáforas básicas do poema: povo/terra, poema/árvore. d) a personificação : "Como o sol na garganta do futuro." Dois planos foram explorados -- o do real e o da recriação da realidade: Real -> o campo da agricultura: plantar, crescer, terra fértil. Recriação -> o poeta associa a germinação e a fertilidade à palavra poética; o poeta é comparado a um plantador; o poema é o fruto que ele produz (metáfora). Um outro exemplo interessante para mostrar a desautomatização da linguagem encontramos no poema Som, de Carlos Drummond de Andrade (texto 15), em que o autor, ao invés de usar a expressão hoje em dia, já cristalizada na língua, cria a expressão hoje-em-noite. 2.6 recursos fônicos característicos da literariedade O escritor de um texto literário, ao explorar conteúdos, procura recriar a linguagem, e, para essa recriação, utiliza recursos variados. São alguns deles: · ritmos · sonoridades · rimas e aliterações a) Ritmo - evidencia-se pela alternância de sílabas que apresentam maior ou menor intensidade em sua enunciação. Texto 13 Quem dera Que sintas As dores De amores Que louco Senti! (Casimiro de Abreu) Textos literários em prosa também podem apresentar efeitos sonoros e rítmicos. Como exemplo, transcrevemos um trecho do romance "Gabriela, cravo e canela", de Jorge Amado (texto 14) Texto 14 "Gabriela ia andando, aquela canção ela cantara em menina. Parou a escutar, a ver a roda rodar. Antes da morte do pai e da mãe, antes de ir para a casa dos tios. Que beleza os pés pequeninos no chão a dançar! Seus pés reclamavam, queriam dançar. Resistir não podia, brinquedo de roda adorava brincar. Arrancou os 12 sapatos, largou na calçada, correu pros meninos. De um lado Tuísca, de outro lado Rosinha. Rodando na praça, a cantar e a dançar." (Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado) Este texto, em forma de prosa, apresenta um ritmo e uma sonoridade que nos fazem lembrar os textos em verso. Existem nele: · rimas (escutar, rodar, dançar, brincar); · inversões que contribuem para o ritmo e a rima (os pés pequeninos no chão a dançar, brinquedo de roda adorava brincar); · frases curtas com um número aproximado de sílabas: seus pés reclamavam queriam dançar resistir não podia brinquedo de roda adorava brincar de um lado Tuísca de outro lado Rosinha rodando na praça a cantar e a dançar Seja em prosa, seja em verso, o texto poético contribui para o enriquecimento da linguagem, explorando a sonoridade e o ritmo das palavras e atribuindo-lhes novos sentidos, mesmo quando essas palavras são as do dia-a-dia. b) Sonoridade - por meio da sonoridade de um texto, é possível prolongar, evidenciar ou transformar o sentido que o léxico e a sintaxe dão às palavras e às frases. Texto 15 Som Nem soneto nem sonata vou curtir um som dissonante dos sonidos som ressonante de sibildos som sonotintode sonalhas nem sonoro nem sonouro vou curtir um som mui sonso, mui insolúvel som não sonoterápico bem insondável, som de raspante derrapante rouco reco ronco rato 13 som superenrolado com se sona hoje-em-noite vou curtir, vou curtir um som ausente de qualquer música e rico de curtição (Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa. Rio de Janeiro, Aguillar, 1979, p.784) Neste poema, aproveitando as associações de significantes, o poeta faz a palavra som ecoar o tempo todo, sob a forma de palavras derivadas de som, ou de vocábulos que apresentam a seqüência fônica s o n, sem relação semântica com a palavra som. Observe: soneto sonouro sonata sonoro dissonante sonso sonidos insolúvel ressonante sonoterápico sontinto insondável sonalhas sona Há também uma seqüência onomatopaica, reproduzindo o ruído estridente da música moderna: ressonante reco derrapante ronco raspante rato rouco superenrolado c) Rimas e aliterações - fonemas que se repetem com uma freqüência maior que a esperada podem contribuir para a harmonia do poema; muitas vezes essa repetição serve para reproduzir o ruído daquilo de que fala o poema, como nestes versos de Murilo Araújo, em que a insistência do [i] sugere o barulho provocado pelos grilos. Texto 16 O trilo dos grilos, tímido, de aço fino, esgrime, com o raiozinho dos astros, límpido, argentino. No poema de Cruz e Souza, a repetição do fonema [v] contribui para o efeito sonoro dos versos e evidencia, mais uma vez, o uso poético da linguagem. Texto 17 Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes 14 Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Nesta estrofe do soneto de Alphonsus de Guimaraens, Hão de chorar por ela os cinamomos, a repetição de vogais nasais e fechadas contribui para reforçar o conteúdo triste e sombrio. Texto 18 Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. Rima é a conformidade ou identidade de fonemas, que ocorre geralmente no final de dois versos diferentes, podendo aparecer também entre vocábulos no interior dos versos. Existem muitas possibilidades de disposição das rimas nas estrofes do poema. As mais freqüentes são as emparelhadas, as alternadas, as opostas, as encadeadas, as misturadas. Além disso, as rimas podem ser classificadas em função da sua riqueza, que é definida pelo maior ou menor número de fonemas associados, pelas classes das palavras que rimam pela raridade das terminações. Neste sentido, as rimas podem ser perfeitas, imperfeitas, pobres, ricas, preciosas. O texto abaixo exemplifica rimas emparelhadas, porque se sucedem duas a duas, e ricas, pois as palavras que rimam pertencem a diferentes classes gramaticais (retalha/toalha: verbo e substantivo; multicores/amores: adjetivo e substantivo; secreta/poeta: adjetivo e substantivo) Texto 19 Queixas do poeta No rio caudaloso que a solidão retalha, na funda correnteza na límpida toalha, deslizam mansamente as garças alvejantes; nos trêmulos cipós de orvalho gotejantes embalam-se avezinhas de penas multicores pejando a mata virgem de cânticos de amores; mais presa de uma dor tantálica e secreta de dia em dia murcha o louro do poeta! ... (Fagundes Varela) A literatura é o veículo, por excelência, da linguagem em sua função poética, mas não é o único; podemos perceber também na publicidade, nas brincadeiras infantis, nos jogos de palavras, nos trocadilhos a presença da linguagem poética. Sinônimos e e e e Antônimos:::: * * * * Sinônimos São palavras de sentido igualsentido igualsentido igualsentido igual ou aproximado: 15 • alfabeto - abecedário; • brado, grito - clamor; • extinguir, apagar - abolir. Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de sinônimos: • adversário e antagonista; • translúcido e diáfano; • semicírculo e hemiciclo; • contraveneno e antídoto; • moral e ética; • colóquio e diálogo; • transformação e metamorfose; • oposição e antítese. * * * * Antônimos São palavras de significação opostasignificação opostasignificação opostasignificação oposta: • ordem - anarquia; • soberba - humildade; • louvar - censurar; • mal - bem. Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo: • bendizer e maldizer; • simpático e antipático; • progredir e regredir; • concórdia e discórdia; • ativo e inativo; • esperar e desesperar; • comunista e anticomunista; Sentido proprio e figurado das palavras Sentido próprio é o sentido literal, ou seja, o sentido que a palávra tem por si só. Exemplo em uma frase: A fera tem garras afiadas. (A palavra "fera" está no seu sentido próprio, significando um animal). O sentido figurado é um sentido apropriado, ou seja, ela designa atributos que não são literais mas sim de imaginário. Exemplo em uma frase: O Mike Tyson é uma fera. (A palávra "fera" nessa frase é utilizada para atribuir ao Mike Tyson os atributos 16 de um animal, de uma fera). PONTUAÇÃO Os sinais de pontuação são recursos variados e representam as pausas e entonações da fala. A pontuação dá à escrita maior clareza e simplicidade. A seguir veremos os principais empregos de alguns sinais de pontuação. PONTO FINAL É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Exemplo: Lembrei-me de um caso antigo. Vamos animar a festa. O ponto final também é utilizado em abreviaturas. Exemplo: Sr. (senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), pág. (página). PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta. Exemplo: Quem é você? 17 Por que ninguém ligou? Não deve ser usado nas perguntas indiretas. Exemplo: Perguntei a você quem estava no quarto. PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou locuções. Exemplo: Ah! Deixa isso aqui. Nossa! Isso é demais! VÍRGULA A vírgula é usada nos seguintes casos: - para separar o nome de localidades das datas. Recife, 28 de junho de 2005. - para separar vocativo. Exemplo: Meu filho, venha tomar seus remédios. - para separar aposto. 18 Exemplo: Brasil, país do futebol, é um grande centro de formação de jogadores. - para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, além, por exemplo, além disso, então. Exemplo: O nosso sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus. Além disso, precisamos de um bom firewall. - para separar orações coordenadas assindéticas. Exemplo:Ela ganhou um carro, mas não sabe dirigir. - para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas por e, ou e nem. Exemplo: Cobram muitos impostos, poucas obras são feitas. - para separar orações adjetivas explicativas. Exemplo: A Amazônia, pulmão mundial, está sendo devastada. - para separar o adjunto adverbial. 19 Exemplo: Com a pá, retirou a sujeira. PONTO E VÍRGULA O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final. Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos: - para itens de uma enumeração. Exemplo: As vozes do verbo são: 1.voz ativa; 2.voz passiva; 3.voz reflexiva. - para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia – e substituir a vírgula. Exemplo: Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite. DOIS PONTOS Os dois pontos são empregados nos seguintes casos: - para iniciar uma enumeração. 20 Exemplo: O computador tem a seguinte configuração: - memória RAM 256 MB; - HD 40 GB; - fax-modem; - placa de rede; - som. - antes de uma citação. Exemplo: Já diz o ditado: tal pai, tal filho. Como já diz a música: o poeta não morreu. - para iniciar a fala de uma pessoa, personagem. Exemplo: O repórter disse: - Nossa reportagem volta à cena do crime. - para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito. Exemplo: O Ministério de Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. Nota de esclarecimento: Nossa empresa não envia e-mail a seus clientes. Quaisquer informações devem ser tratadas em nosso escritório. 21 RETICÊNCIAS Indicam uma interrupção ou suspensão na seqüência normal da frase. São usadas nos seguintes casos: - para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Exemplo: Estava digitando quando... Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e... - para indicar hesitações comuns na língua falada. Exemplo: Não vou ficar aqui por que... por que... não quero problemas. - para indicar movimento ou continuação de um fato. Exemplo: E a bola foi entrando... - para indicar dúvida ou surpresa na fala da pessoa. Exemplo: Rodrigo! Você... passou no vestibular! Antônio... você vai viajar? 22 ASPAS São usados nos seguintes casos: - na representação de nomes de livros e legendas. Exemplo: Já li “O Ateneu” de Raul Pompéia. “Os Lusíadas” de Camões tem grande importância literária. - nas citações ou transcrições. Exemplo: “Tudo começou com um telefonema da empresa, convidando-me para trabalhar lá na sede. Já havia mandado um currículo antes, mas eles nunca entraram em contato comigo. Quando as seleções recomeçaram mandei um currículo novamente”, revelou Cleber. - destacar palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia. Exemplo Que “belo” exemplo você deu. Vamos assistir a “show” de mágica. PARÊNTESES São usados nos seguintes casos: 23 - na separação de qualquer indicação de ordem explicativa. Exemplo: Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo verbal) e o predicativo (núcleo nominal). - na separação de um comentário ou reflexão. Exemplo: Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está manchada) por todo o país. - para separar indicações bibliográficas. Pra que partiu? Estou sentado sobre a minha mala No velho bergantim desmantelado... Quanto tempo, meu Deus, malbaratado Em tanta inútil, misteriosa escala! (Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972). CONCLUSÃO Vimos nesse tutorial que os sinais de pontuação representam as pausas e entoações de nossa fala. Eles dão à escrita maior clareza e simplicidade. O ponto final é utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Também é usado em abreviaturas. O ponto de interrogação é utilizado no final de palavras, orações ou frases para indicar uma pergunta direta. Não deve ser empregado em perguntas indiretas. 24 O ponto de exclamação é usado no final de frases exclamativas e depois de interjeições ou locuções. A vírgula tem vários casos de emprego, entre eles estão: separação de nomes de localidades, vocativos, aposto, expressões explicativas, orações coordenadas sindéticas, etc. O ponto e vírgula servem para enumerar itens, aumentar a pausa antes de conjunções adversativas. Dois pontos são usados para iniciar uma enumeração, antes de citações, no início da fala de uma pessoa, personagem e para indicar esclarecimento, resultado ou resumo do que já foi dito. Substantivo Substantivo é tudo o que nomeia as "coisas" em geral. Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido. Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo . Classificação e Formação Substantivo Comum Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma genérica. Por exemplo pedra, computador, cachorro, homem, caderno. Substantivo Próprio Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado, individualizando-o. Por exemplo Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra maiúscula. Substantivo Concreto Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. Por exemplo ar, som, Deus, computador, Ester. Substantivo Abstrato 25 Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo saída (prática de sair), beleza (existência do belo), saudade. Formação dos substantivos Os substantivos, quanto à sua formação, podem ser: Substantivo Primitivo É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na língua portuguesa. Por exemplo pedra, jornal, gato, homem. Substantivo Derivado É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa. Por exemplo pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo. Substantivo Simples É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo pedra, pedreiro, jornal, jornalista. Substantivo Composto É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo pedra-sabão, homem-rã, passatempo. Substantivo Coletivo É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma mesma espécie. • abelha - enxame, cortiço, colméia • acompanhante - comitiva, cortejo, séqüito • alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada • aluno – classe26 ADJETIVO Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. Ao analisarmos a palavra bondosobondosobondosobondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoahomem bondoso, moça bondosa, pessoahomem bondoso, moça bondosa, pessoahomem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.bondosa.bondosa.bondosa. Já com a palavra bondadebondadebondadebondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. BondadeBondadeBondadeBondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo, pois admite o artigo: a bondadea bondadea bondadea bondade. Morfossintaxe do Morfossintaxe do Morfossintaxe do Morfossintaxe do Adjetivo:::: O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominaladjunto adnominaladjunto adnominaladjunto adnominal ou como predicativopredicativopredicativopredicativo (do sujeito ou do objeto). Classificação do Classificação do Classificação do Classificação do Adjetivo Explicativo: Explicativo: Explicativo: Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria. Restritivo:Restritivo:Restritivo:Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura. Formação do Formação do Formação do Formação do Adjetivo Quanto formação, o adjetivo pode ser: ADJETIVO SIMPLES SIMPLES SIMPLES SIMPLES Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico. ADJETIVO COMPOSTOCOMPOSTOCOMPOSTOCOMPOSTO Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso-brasileiro, castanho- escuro, amarelo-canário. ADJETIVO PRIMITIVO PRIMITIVO PRIMITIVO PRIMITIVO É aquele que dá origem a outros adjetivos. Por exemplo: belo, bom, feliz, puro. ADJETIVO DERIVADO DERIVADO DERIVADO DERIVADO É aquele que deriva de substantivos ou verbos. Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo. NumeralNumeralNumeralNumeral Classe que expressa quantidade exata, ordem de sucessão, organização... Os numerais podem ser: • CardinaisCardinaisCardinaisCardinais- indicam uma quantidade exata. Ex.: quatro, mil, quinhentos 27 • OrdinaisOrdinaisOrdinaisOrdinais- indicam uma posição exata. Ex.: segundo, décimo • MultiplicativosMultiplicativosMultiplicativosMultiplicativos- indicam um aumento exatamente proporcional. Ex.: dobro, quíntuplo • FracionáriosFracionáriosFracionáriosFracionários- indicam uma diminuição exatamente proporcional. Ex.: um quarto, um décimo NumeralNumeralNumeralNumeral (cinco, segundo, um quarto) é diferente de número (5, 2º ,1/4). Evite usar números em seu texto. Eles deverão ser usados para dados, estatísticas, datas, telefones... 28 Quadro dos principais numeraisQuadro dos principais numeraisQuadro dos principais numeraisQuadro dos principais numerais Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários um primeiro (simples) - dois segundo dobro, duplo meio três terceiro triplo, tríplice terço quatro quarto quádruplo quarto cinco quinto quíntuplo quinto seis sexto sêxtuplo sexto sete sétimo sétuplo sétimo oito oitavo óctuplo oitavo nove nono nônuplo nono dez décimo décuplo décimo onze décimo primeiro - onze avos doze décimo segundo - doze avos treze décimo terceiro - treze avos catorze décimo quarto - catorze avos quinze décimo quinto - quinze avos dezesseis décimo sexto - dezesseis avos dezessete décimo sétimo - dezessete avos dezoito décimo oitavo - dezoito avos dezenove décimo nono - dezenove avos vinte vigésimo - vinte avos trinta trigésimo - trinta avos 29 Leitura dos numeraisLeitura dos numeraisLeitura dos numeraisLeitura dos numerais 1-1-1-1-NumeralNumeralNumeralNumeral antes do substantivo antes do substantivo antes do substantivo antes do substantivo A leitura será ordinal: X volume- décimo volume; XX página- vigésima página 2-2-2-2-NumeralNumeralNumeralNumeral depois do substantivo depois do substantivo depois do substantivo depois do substantivo • A leitura será ordinal de 1 a 10: volume X- volume décimo; página XX- página vigésima • A leitura será cardinal de 11 em diante: pauta XII- pauta doze; século XX- século vinte PronomesPronomesPronomesPronomes É a palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome. Ex.: Ana disse para sua irmã: - Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa. 1. eu substitui "Ana" 2. meu acompanha "o livro de matemática" 3. o substitui "o livro de matemática" 4. ele substitui "o livro de matemática" Flexão Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa: Gênero (masculino/feminino) Ele saiu/Ela saiu Meu carro/Minha casa Número (singular/plural) Eu saí/Nós saímos Minha casa/Minhas casas Pessoa (1ª/2ª/3ª) Eu saí/Tu saíste/Ele saiu Meu carro/Teu carro/Seu carro Função O pronome tem duas funções fundamentais: Substituir o nome 30 Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal. Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome) Referir-se ao nome Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito "nenhum aluno" tem como núcleo o substantivo "aluno" e como palavra dependente o pronome adjetivo "nenhum") Pronomes Pessoais São aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso: 1ª pessoa - a pessoa que fala - EU/NÓS 2ª pessoa - a pessoa com que se fala - TU/VÓS 3ª pessoa - a pessoa de quem se fala - ELE/ELA/ELES/ELAS Pronomes pessoais retos : são os que têm por função principal representar o sujeito ou predicativo. Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer função de complemento. Pessoas do discurso Pronomes pessoais retos Pronomes pessoais oblíquos Átonos Tônicos Singular 1ª pessoa eu me mim, comigo 2ª pessoa tu te ti, contigo 3ª pessoa ele/ela se, o, a, lhe si, ele, consigo Plural 1ª pessoa nós nos nós, conosco 2ª pessoa vós vos vós, convosco 3ª pessoa eles/elas se, os, as, lhes si, eles, consigo Pronomes oblíquos Associação de pronomes a verbos: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem. Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem. Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas. Ex.: Fizeram um relatório. Fizeram-no. Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da oração. Ex.: Maria olhou-se no espelho Eu não consegui controlar-me diante do público. Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infinitivo31 Ex.:O professor trouxe o livro para mim.(pronome oblíquo, pois é um complemento) O professor trouxer o livro para eu ler.(pronome reto, pois é sujeito) Pronomes de tratamento São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns são usados em tratamento cerimonioso e outros em situações de intimidade. Conheça alguns: você (v.) : tratamento familiar senhor (Sr.), senhora (Srª.) : tratamento de respeito senhorita (Srta.) : moças solteiras Vossa Senhoria (V.Sª.) : para pessoa de cerimônia Vossa Excelência (V.Exª.) : para altas autoridades Vossa Reverendíssima (V. Revmª.) : para sacerdotes Vossa Eminência (V.Emª.) : para cardeais Vossa Santidade (V.S.) : para o Papa Vossa Majestade (V.M.) : para reis e rainhas Vossa Majestade Imperial (V.M.I.) : para imperadores Vossa Alteza (V.A.) : para príncipes, princesas e duques 1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento se está dirigindo a pergunta à autoridade) 2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome "vossa" se transforma no possessivo "sua". Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso) Pronomes Possessivos São aqueles que indicam idéia de posse. Além de indicar a coisa possuída, indicam a pessoa gramatical possuidora. As principais palavras que podem funcionar como pronomes possessivos: Masculino Feminino Singular Plural Singular Plural meu meus minha minhas teu teus tua tuas seu seus sua suas nosso nossos nossa nossas vosso vossos vossa vossas seu seus sua suas Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (= seus) os cabelos. 32 Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior de um discurso. Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração este, esta, isto, estes, estas Perto de quem fala (1ª pessoa). Presente Referente aquilo que ainda não foi dito. Referente ao último elemento citado em uma enumeração. Ex.: Não gostei deste livro aqui. Ex.: Neste ano, tenho realizado bons negócios. Ex.: Esta afirmação me deixou surpresa: gostava de química. Ex.: O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta é mais oprimida. esse, essa, esses, essas Perto de quem ouve (2ª pessoa). Passado ou futuro próximos Referente aquilo que já foi dito. Ex.: Não gostei desse livro que está em tuas mãos. Ex.: Nesse último ano, realizei bons negócios Ex.: Gostava de química. Essa afirmação me deixou surpresa aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas Perto da 3ª pessoa, distante dos interlocutor es. Passado ou futuro remotos Referente ao primeiro elemento citado em uma enumeração. Ex.: Não gostei daquele livro que a Roberta trouxe. Ex.: Tenho boas recordaçõe s de 1960, pois naquele ano realizei bons negócios. Ex.: O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual, mas esta é mais oprimida que aquele. 33 Pronomes Indefinidos São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o determinam de forma precisa. Alguns pronomes indefinidos: algum mais qualquer bastante menos quanto cada muito tanto certo nenhum todo/tudo diferentes outro um diversos pouco vários demais qual Algumas locuções pronominais indefinidas: cada qual qualquer um tal e qual seja qual for sejam quem for todo aquele quem quer (que) uma ou outra todo aquele (que) tais e tais tal qual seja qual for Uso de alguns pronomes indefinidos: Algum a) quando anteposto ao substantivo da idéia de afirmação "Algum dinheiro terá sido deixado por ela." b) quando posposto ao substantivo dá idéia de negação "Dinheiro algum terá sido deixado por ela." Obs.: O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo está ligado à intenção do enunciador. Demais Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o advérbio "demais" ou com a locução adverbial "de mais". Ex.:" Maria não criou nada de mais além de uma cópia do quadro de outro artista." (locução adverbial) "Maria esperou os demais." (pronome indefinido = os outros) "Maria esperou demais." (advérbio de intensidade) Todo É usado como pronome indefinido e também como advérbio, no sentido de completamente, mas possuindo flexão de gênero e número, o que é raro em um advérbio. Ex.: "Percorri todo trajeto." (pronome indefinido) "Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada." (advérbio) Cada Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo número de pessoas ou de coisas. Ex.: "Cada homem tem a mulher que merece." 34 Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas férias). Pode, às vezes, ter valor intensificador : "Mário diz cada coisa idiota!" Pronomes relativos São aqueles que representam nomes que já foram citados e com os quais estão relacionados. O nome citado denomina-se ANTECEDENTE do pronome relativo. Ex.:"A rua onde moro é muito escura à noite." onde: pronome relativo que representa "a rua" a rua : antecedente do pronome "onde" Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relativos: FORMAS VARIÁVEIS FORMAS INVARIÁVEIS Masculino Feminino o qual / os quais a qual / as quais quem quanto / quantos quanta / quantas que cujo / cujos cuja / cujas onde • O pronome relativo QUEM sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sempre antecedido de preposição e possui o significado de "O QUAL" Ex.: "Aquela menina de quem lhe falei viajou para Paris." Antecedente: menina Pronome relativo antecedido de preposição: de quem • Os pronomes relativos CUJO, CUJA sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o significado "DO QUAL" "DA QUAL" Ex.: "O livro cujo autor não me recordo." • Os pronomes relativos QUANTO(s) e QUANTA(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: "Você é tudo quanto queria na vida." • O pronome relativo ONDE tem sempre como antecedente palavra que indica lugar. Ex.: "A casa onde moro é muito espaçosa." • O pronome relativo QUE admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome demonstrativo ou outro pronome. Ex.: "Quero agora aquilo que ele me prometeu." • Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas orações em um só período. Ex.:A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro. ( A mulher que parece interessada comprou o livro.) 35 Pronomes interrogativos Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e são usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que desempenham função de pronomes interrogativos, como por exemplo: QUE, QUANTOS, QUEM, QUAL, etc. Ex.: "Quantos livros teremos que comprar?" "Ele perguntou quantos livros teriam quecomprar." "Qual foi o motivo do seu atraso?" Advérbio Advérbio é a palavra que modifica o verbo, exprimindo a circunstância da ação verbal (tempo, modo, intensidade, etc.). Alguns advérbios podem modificar um adjetivo ou outro advérbio. Exemplos: Algumas vezes, o advérbio é representado por duas ou mais palavras. Nesse caso, recebe o nome de locução adverbial. Veja alguns exemplos de locuções adverbiais: à direita, à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de súbito, de propósito, de repente, etc. Classificação dos advérbiosClassificação dos advérbiosClassificação dos advérbiosClassificação dos advérbios Os advérbios e as locuções adverbiais são classificados de acordo com o seu valor semântico, isto é, com a circunstância que expressam. Observe a classificação de alguns advérbios e locuções adverbiais: Classificação Advérbios e locuções adverbiais 36 Tempo agora, hoje, ontem, cedo, tarde, à tarde, à noite, já, no dia seguinte, amanhã, de manhã, jamais, nunca, sempre, antes, breve, de repente, de vez em quando, às vezes, imediatamente, etc. Lugar aqui, ali, aí, lá, cá, acolá, perto, longe, abaixo, acima, dentro, fora, além, adiante, distante, em cima, ao lado, à direita, à esquerda, em algum lugar, atrás, etc. Modo bem, mal, assim, pior, melhor, depressa, devagar, à toa, às pressas, à vontade, rapidamente, calmamente, infelizmente (e a maioria dos advérbios terminados em -mente), etc. Negação não, absolutamente, tampouco, nunca, de modo algum, de forma alguma, etc. Afirmação sim, realmente, deveras, certamente, sem dúvida, efetivamente, com certeza, de fato, etc. Intensidade muito, pouco, bastante, suficiente, demais, mais, menos, tão, etc. Dúvida talvez, possivelmente, provavelmente, quiçá, etc. Interrogação onde, quando, como, etc. Grau do advérbioGrau do advérbioGrau do advérbioGrau do advérbio Os advérbios são considerados palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero e de número. No entanto, alguns advérbios sofrem flexão de grau como os adjetivos. Observe: Grau comparativo: • de igualdade: na formação do comparativo de igualdade, utilizamos o tão antes do advérbio e o como ou quanto depois. Exemplo: Os alunos chegaram tão cedo quanto os professores. 37 • de superioridade: na formação do comparativo de superioridade, utilizamos o mais antes do advérbio e o que ou do que depois. Exemplo: Os alunos chegaram mais cedo do que os professores. • de inferioridade: na formação do comparativo de inferioridade, utilizamos o menos antes do advérbio e o que ou do que depois. Exemplo: Os alunos chegaram menos cedo do que os professores. Grau superlativo: O grau superlativo dos advérbios pode ser analítico ou sintético. • Analítico: é formado com auxilio de um advérbio de intensidade. Exemplo: Cheguei muito cedo à escola ontem. • Sintético: é formado pelo acréscimo do sufixo ao advérbio. Exemplo: Cheguei cedíssimo à escola ontem. Os advérbios bem e mal admitem as formas de comparativo de superioridade sintéticas, melhor e pior, respectivamente. Preposição Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura da língua pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. Tipos de Preposição 1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições. A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. 38 2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto. 3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de. A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela se une. Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos: 1. Combinação: A preposição não sofre alteração. preposição a + artigos definidos o, os a + o = ao preposição a + advérbio onde a + onde = aonde 39 2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Preposição + Artigos De + o(s) = do(s) De + a(s) = da(s) De + um = dum De + uns = duns De + uma = duma De + umas = dumas Em + o(s) = no(s) Em + a(s) = na(s) Em + um = num Em + uma = numa Em + uns = nuns Em + umas = numas A + à(s) = à(s) Por + o = pelo(s) 40 Por + a = pela(s) Preposição + Pronomes De + ele(s) = dele(s) De + ela(s) = dela(s) De + este(s) = deste(s) De + esta(s) = desta(s) De + esse(s) = desse(s) De + essa(s) = dessa(s) De + aquele(s) = daquele(s) De + aquela(s) = daquela(s) De + isto = disto De + isso = disso De + aquilo = daquilo De + aqui = daqui De + aí = daí De + ali = dali 41 De + outro = doutro(s) De + outra = doutra(s) Em + este(s) = neste(s) Em + esta(s) = nesta(s) Em + esse(s) = nesse(s) Em + aquele(s) = naquele(s) Em + aquela(s) = naquela(s) Em + isto = nisto Em + isso = nisso Em + aquilo = naquilo A + aquele(s) = àquele(s) A + aquela(s) = àquela(s) A + aquilo = àquilo Dicas sobre preposição 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? - Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular e feminino. 42 - A dona da casa não quis nos atender. - Como posso fazer a Joana concordar comigo? - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles. - Cheguei a sua casa ontem pela manhã. - Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado. - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo. - Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família - Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que ninguém. 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:Destino Irei para casa. Modo Chegou em casa aos gritos. Lugar Vou ficar em casa; Assunto Escrevi um artigo sobre adolescência. 43 Tempo A prova vai começar em dois minutos. Causa Ela faleceu de derrame cerebral. Fim ou finalidade Vou ao médico para começar o tratamento. Instrumento Escreveu a lápis. Posse Não posso doar as roupas da mamãe. Autoria Esse livro de Machado de Assis é muito bom. Companhia Estarei com ele amanhã. Matéria Farei um cartão de papel reciclado. 44 Meio Nós vamos fazer um passeio de barco. Origem Nós somos do Nordeste, e você? Conteúdo Quebrei dois frascos de perfume. Oposição Esse movimento é contra o que eu penso. Preço Esse roupa sai por R$ 50 à vista. Conjunção Conjunção é uma das dez classes de palavras definidas pela gramática. As conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação. São exemplos de conjunções: portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme. Quando duas ou mais palavras exercem função de conjunção dá-se-lhes o nome de locução conjuntiva. São exemplos de locuções conjuntivas: à medida que, apesar de, a fim de que. 45 As conjunções são classificadas de acordo a relação de dependência sintática dos termos que ligam. Se conectarem orações ou termos pertencentes a um mesmo nível sintático, são ditas conjunções coordenativas. Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja, uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções subordinativas. Apesar de ser uma classe de palavras com muitas classificações, são poucas as conjunções propriamente ditas existentes. A maioria delas são na verdade locuções conjuntivas (mais de uma palavra com a função de conjunção) ou palavras de outras classes gramaticais que às vezes exercem a função de conjunção em um período. As conjunções ditas "essenciais" (isto é, palavras que funcionam somente como conjunção) são as seguintes: e, nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou, porque, porquanto, pois, portanto, se, ora, apesar e como. Coordenativas As conjunções coordenativas são conhecidas por: Aditivas ou Copulativas Indicam uma relação de soma, adição. São elas: e, nem, mas também, como também, quanto (depois de tanto) etc. Exemplos: Desesperada, você tenta até o fim e, até nesse momento, você vai lembrar de mim. Não estivemos lá nem nos interessamos por saber de nada. Adversativas Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. São elas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto etc. Ex:O carro bateu, mas ninguém se feriu. Alternativas ou Disjuntivas 46 Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos. São elas: ou, ora, já,ja que,quer, seja etc. Ex.: Ou ela, ou eu. Explicativas Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao verbo). ex: Ele não entra porque está sem tempo. Conclusivas Indicam relação de conclusão. São elas: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então.[1][2] Ex:Ele bateu o carro, estava, pois, embriagado. Subordinativas As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a uma de nível sintático superior (oração principal). Uma vez que uma oração é um membro sintático de outra, esta oração pode exercer funções diversas, correspondendo um tipo específico de conjunção para cada uma delas. [editar] Integrantes que, se. Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito, objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são que e se. Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se se. Afirmo que sou estudante. Não sei se existe ou se dói. Espero que você não demore. 47 OBS: Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los por "isso", "isto" ou "aquilo". Exemplo: Afirmo que sou estudante. (Afirmo isto.) Não sei se existe ou se dói. (Não sei isto.) Espero que você não demore. (Espero isto.) As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que possuem. Causal porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, entre outros. Inicia uma oração subordinada denotadora de causa. Dona Luísa fora para lá porque estava só. Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público. Como o frio era grande, aproximou-se das labaredas. Comparativa que, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança ou grau de superioridade), etc. Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação. Indica COMPARAÇÃO entre dois membros. Era mais alta que baixa. Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada. O menino está tão confuso quanto o irmão. O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura usada. 48 Concessiva embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que,em que, que,e, etc. Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la. Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados. É todo graça, embora as pernas não ajudem.. Condicional se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc. Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal. Seria mais poeta, se fosse menos político. Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse. Conformativa conforme, como, segundo, consoante, etc. Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal. Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece. Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis) Consecutiva que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que Iniciam uma oração na qual se indica a consequência do que foi declaradona anterior. 49 Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou. Falou tanto na reunião que ficou rouco Tamanho o labor que sentiu sede Era tal a vitória que transbordou lágrimas de emoção As palavras são todas de tal modo ou tamanho Final para que, a fim de que, porque [para que], que Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal Aqui vai o livro para que o leia. Fiz-lhe sinal que se calasse. Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar. Proporcional à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos), quanto menos … (menos), quanto menos … (tanto menos), quanto menos … (mais), quanto menos … (tanto mais) Iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal. Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares. Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo. O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado. [editar] Temporal quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc. 50 Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo Custas a vir e, quando vens, não te demoras. Implicou comigo assim que me viu. [editar] Observações gerais Uma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula (",") e muito raramente é sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases com as conjunções marcadas em negrito: "Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado." "Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal." "Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal." "Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa." "João subiu e desceu a escada." Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos. Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma conjunção ou locução conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pela conjunção típica. Por exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pela conjunção típica "e". Veja o exemplo: "Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és." "Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és." As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro elemento pode ficar subentendido. As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição pelo tipo (conjunção típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração. A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é o verbo: se este 51 estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha a janela, porque faz frio." O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a coisa que…?", formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo: Não sei se morre de amor. (Qual é a coisa que não sei? Se morre de amor.) O uso da conjunção "pois" pode a ser classificada em: * Explicativa, quando a preposição estiver antes do verbo; * Conclusiva, quando a preposição estiver depois do verbo; • Causal, quando a preposição puder ser substituída por "uma vez que". Concordância Verbal E Nominal É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem harmonicamente na frase. A concordância pode ser feita de três formas: 1 - Lógica ou gramatical – é a mais comum no português e consiste em adequar o determinante(acompanhante) à forma gramatical do determinado(acompanhado) a que se refere. Ex.: A maioria dos professores faltou. O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito (maioria) Ex.: Escolheram a hora adequada. O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram com o substantivo (hora). 2 - Atrativa – é a adequação do determinante : a) a apenas um dos vários elementos determinados, escolhendo-se aquele que está mais próximo: Escolheram a hora e o local adequado. O adjetivo (adequado) está concordando com o substantivo mais próximo (local) b) a uma parte do termo determinado que não constitui gramaticalmente seu núcleo: A maioria dos professores faltaram. O verbo (faltaram) concordou com o substantivo (professores) que não é o núcleo do sujeito. c) a outro termo da oração que não é o determinado: Tudo são flores. O verbo (são) concorda com o predicativo do sujeito (flores). 3 - Ideológica ou silepse- consiste em adequar o vocábulo determinante ao sentido do vocábulo determinado e não à forma como se apresenta: O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram. 52 O verbo (aplaudiram) concorda com a idéia da palavra povo (plural) e não com sua forma (singular). CONCORDÂNCIA VERBAL · Regra geral O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. O técnico escalou o time. Os técnicos escalaram os times. · Casos especiais Sujeito composto anteposto: verbo no plural. posposto: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural. de pessoas diferentes: verbo no plural da pessoa predominante. com núcleos em correlação: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural. ligado por COM: verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o plural. ligado por NEM: verbo no plural e, às vezes, no singular. ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU. Exemplos: O técnico e os jogadores chegaram ontem a São Paulo. Chegou(aram) ontem o técnico e os jogadores. Eu, você e os alunos iremos ao museu. 53 Tu, ela e os peregrinos visitareis o santuário. O cientista assim como o médico pesquisa(m) a causa do mal. O professor, com os alunos, resolveu o problema. O maestro com a orquestra executaram a peça clássica. Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Catifunda. Valdir ou Leão será o goleiro titular. João ou Maria resolveram o problema. O policial ou os policiais prenderam o perigoso assassino. · Sujeito constituído por: a) um e outro, nem um nem outro: verbo no singular ou plural. b) um ou outro: verbo no singular. c) expressões partitivas seguidas de nome plural: verbo no singular ou plural. d)coletivo geral: verbo no singular. e) expressões que indicam quantidade aproximada seguida de numeral: verbo concorda com o substantivo. f) pronomes (indefinidos ou
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