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FACULDADE ICESP GUARÁ I CENTRO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM REDE - CEAR CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO ALUNA: Luciana Carnaúba Barros Professora: Kadja Disciplina: Direito Empresarial IV Semestre: 7º noturno Data: 15/11/2018 CRIMES FALIMENTARES – LEI N. 11.101/2005 (RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICAL E A LEI PENAL) CONSIDERAÇÕES GERAIS • Noção de crime falimentar: crimes ocorridos dentro do processo falimentar, na recuperação extrajudicial ou judicial do empresário em situação de bancarrota, ou seja, crimes ante falimentares e pós-falimentares. • Condição objetiva de punibilidade: expressa no art. 180 da Lei de regência, que as decisões judiciais de declaração da falência, concessão da recuperação judicial e a homologação da recuperação extrajudicial são condição objetiva de punibilidade. • A Lei Penal no Tempo: a lei revogou o Dec. Lei n. 7.661/45, trazendo condutas criminais novas, exasperando a pena de determinados crimes, abolindo outras condutas. • Inquérito Judicial: extinguiu-se o inquérito judicial previsto na Lei anterior. • Unidade do crime falimentar: na vigência da Lei anterior, firmou-se o entendimento da unidade, unicidade, universalidade do crime falimentar, de forma que vários atos praticados caracterizava um único crime, aplicando-se a pena do delito mais grave. Habilitação ilegal de crédito Art. 175. Apresentar, em falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou simulado: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. • Dec. Lei n. 7.661/45: art. 189, inc. II e IV (revogados) •. Bem jurídico tutelado: a fé pública no que tange aos títulos de créditos relacionados à massa falida, o patrimônio dos credores e a Administração da Justiça. • Sujeito ativo: sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, incluindo credores de má-fé, salvo o empresário falido ou as pessoas equiparadas pelo art. 179, da LFRE. •. Sujeito passivo: os credores e a Administração da Justiça. • Elemento objetivo: consiste em apresentar relação ou habilitação de créditos, reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou simulado, em processo falimentar, de recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, ou seja, trata-se de conduta ante e pós-falimentar. • Elemento subjetivo: somente na forma dolosa. • Consumação e tentativa: É delito formal e de perigo, que se consuma com a apresentação da relação ou habilitação de créditos ou reclamação falsa ou com a juntada do título falso ou simulado, independentemente do resultado (prejuízo) ocorrer. A ocorrência do prejuízo, na verdade, é mero exaurimento do crime. • Conflito de normas: O delito em exame é idêntico ao previsto no art. 14, da Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986, que define os crimes contra o sistema financeiro nacional, o qual possui o seguinte teor: Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em falência de instituição financeira, declaração de crédito ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou simulado: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. • Princípio da Consunção: Os delitos de falsificação de documento (público ou privado), previstos respectivamente nos arts. 297 e 298 do Código Penal, assim como, o delito de uso de documento falso, do art. 304, do mesmo codex, ficam absorvidos se praticados para a consumação do crime de habilitação ilegal de crédito. • Dúvida quanto à autenticidade dos títulos: Se houver questionamento na esfera cível, quanto à autenticidade do título, não se poderá instaurar a ação penal, ou se já instaurada, poderá o juiz criminal aguardar a decisão do juízo cível, tratando-se de questão prejudicial. Se assim ocorrer, a prescrição ficará suspensa nos termos do art. 116, inc. I do CP. • Concurso de norma: no art. 14, da Lei n. 7.492/86, encontramos crime de “apresentação de declaração crédito falsa ou título falso ou simulado”, com pena de reclusão de 2 a 8 anos e multa. Omissão dos documentos contábeis obrigatórios Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. • Dec. Lei n. 7.661/45: art. 186, VI (revogado). • Bem jurídico tutelado: A administração da Justiça. • Sujeito ativo: crime próprio, somente pode ser praticado pelo empresário falido ou devedor que tem a obrigação de elaborar, escriturar ou autenticar escrituração contábil. • Sujeito passivo: O Estado, representado pela Justiça Falimentar. • Elemento objetivo: representado pela expressão “deixar”, ou seja, conduta omissiva. • Elemento subjetivo: somente o dolo. • Consumação e tentativa: consuma-se com a omissão de elaborar, escriturar ou autenticar os documentos de escrituração contábil, não comportando a tentativa. Na Seção II Disposições Comuns Art. 179. Na falência, na recuperação judicial e na recuperação extrajudicial de sociedades, os seus sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros, de fato ou de direito, bem como o administrador judicial, equiparam-se ao devedor ou falido para todos os efeitos penais decorrentes desta Lei, na medida de sua culpabilidade. • Presunção de equiparação é de caráter relativo. Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais descritas nesta Lei. Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei: I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei; III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. § 1o Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal. • A violação caracteriza o crime do art. 176 da Lei. § 2o Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o Registro Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome dos inabilitados. Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial. Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial. • Súmula nº. 592 do STF: nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no código penal. • Súmula nº. 147 do STF (inaplicável à nova Lei): “A prescrição de crime falimentar começa a correr da data em que deveria estar encerrada a falência, ou do trânsito em julgado da sentença que a encerrar ou que julgar cumprida a concordata”. Seção III Do Procedimento Penal Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei. Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1o, sem que o representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencialde 6 (seis) meses. • Ação penal privada subsidiária da pública: não é qualquer pessoa que poderá oferecer queixa-crime subsidiária da denúncia, pois a Lei legitima apenas os credores habilitados (art. 7º, § 1º da Lei 11.101/2005) ou o administrador judicial. Além disso, esse prazo decadencial não corre para o Ministério Público que poderá oferecer denúncia enquanto não ocorrer a prescrição ou qualquer outra causa de extinção de punibilidade (art. 107 do CP). • Recebimento da Denúncia: deve ser em despacho fundamenta, nos termos as súmulas 567 do STF: a ausência de fundamentação do despacho de recebimento de denúncia por crime falimentar enseja nulidade processual, salvo se já houver sentença condenatória. Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais descritas nesta Lei. Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei: I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei; III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. § 1o Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal. • A violação caracteriza o crime do art. 176 da Lei. § 2o Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o Registro Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome dos inabilitados. Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial. Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial. • Súmula nº. 592 do STF: nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no código penal. • Súmula nº. 147 do STF (inaplicável à nova Lei): “A prescrição de crime falimentar começa a correr da data em que deveria estar encerrada a falência, ou do trânsito em julgado da sentença que a encerrar ou que julgar cumprida a concordata”. Seção III Do Procedimento Penal Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei. Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1o, sem que o representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses. • Ação penal privada subsidiária da pública: não é qualquer pessoa que poderá oferecer queixa-crime subsidiária da denúncia, pois a Lei legitima apenas os credores habilitados (art. 7º, § 1º da Lei 11.101/2005) ou o administrador judicial. Além disso, esse prazo decadencial não corre para o Ministério Público que poderá oferecer denúncia enquanto não ocorrer a prescrição ou qualquer outra causa de extinção de punibilidade (art. 107 do CP). • Recebimento da Denúncia: deve ser em despacho fundamenta, nos termos as súmulas 567 do STF: a ausência de fundamentação do despacho de recebimento de denúncia por crime falimentar enseja nulidade processual, salvo se já houver sentença condenatória Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial. Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial. • Súmula nº. 592 do STF: nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no código penal. • Súmula nº. 147 do STF (inaplicável à nova Lei): “A prescrição de crime falimentar começa a correr da data em que deveria estar encerrada a falência, ou do trânsito em julgado da sentença que a encerrar ou que julgar cumprida a concordata”. Seção III Do Procedimento Penal Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei. Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial, o Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto nesta Lei, promoverá imediatamente a competente ação penal ou, se entender necessário, requisitará a abertura de inquérito policial. § 1o O prazo para oferecimento da denúncia regula-se pelo art. 46 do Decreto Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, salvo se o Ministério Público, estando o réu solto ou afiançado, decidir aguardar a apresentação da exposição circunstanciada de que trata o art. 186 desta Lei, devendo, em seguida, oferecer a denúncia em 15 (quinze) dias. § 2o Em qualquer fase processual, surgindo indícios da prática dos crimes previstos nesta Lei, o juiz da falência ou da recuperação judicial ou da recuperação extrajudicial cientificará o Ministério Público.
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