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Crimes Falimentares

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Introdução
Segundo Coimbra (2005), crimes falimentares são os crimes gravados nos arts. 168 a 178 da L ei n° 11.101/05, os quais podem ser praticados tanto pelo devedor, quanto por terceiros, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação judicial. 
O termo ”crimes falimentares” atualmente não é o mais apropriado haja vista o ato criminal não ser exclusivo somente ao instituto da falência, podendo recair, também, sobre as recuperações judiciais e extra judiciais. Almeida (2012, p. 384) expos que a própria lei se importou em trocar o antigo nome por “Disposições Penais”, as quais podem envolver doravante os ilícitos em tela. Cabe ressaltar que há um requisito indispensável para que ocorra o crime falimentar: sentença declaratória da falência, ou concessiva de recuperação judicial ou homologatória da recuperação extra judicial. Ou seja, sem a decretação da falência, homologação da recuperação judicial ou extra judicial do devedor, não se pode falar em crime falimentar e muito menos em ação penal decorrente desses crimes. 
Crimes Falimentares - Fraude a Credores
O núcleo da conduta típica é praticar, sujeitando-se às condições temporais de: antes ou depois da sentença que decretar a falência, antes ou depois da sentença que conceder a recuperação judicial e antes ou depois da sentença que homologar a recuperação extrajudicial. Desta forma, o núcleo deve fazer vir ato fraudulento de que resulte prejuízo aos credores, com o especial fim de agir em detrimento de credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem. 
O sujeito ativo poderá ser o empresário falido ou em recuperação judicial, relembrando que a sentença que decreta a falência é conditio sine qua non para incorrerem crime falimentar. Coimbra (2005) afirma que no caso das sociedades, os sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros, de fato ou de direito, bem como o administrador judicial, também poderão responder pelo delito do art. 168, por força do teor do art. 179. 
O elemento subjetivo é o dolo; a conduta é comissiva, podendo ser aceito a omissão dolosa, punível nos mesmos termos do crime comissivo. 
Conforme a Lei 11.101/05 (BRASIL, 2005): 
Art. 168. Praticar, antes ou de pois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem. 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
Aumento da pena § 1o A pena aumenta -se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente: 
I - Elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos; 
II - Omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiros; 
III - Destrói, a paga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado; 
IV - Simula a composição do capital social; 
V - Destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil obrigatórios. 
- Contabilidade paralela 
O § 2° é uma agravante de até 1/3 (um terço) até a metade da pena, caso a ação do delinquente sujeitou sua ação a mantença ou movimentação de recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação. Comumente chamado “caixa-dois”.
- Concurso de pessoas 
De acordo com o § 3° do art. 168 da nova Lei de Falências que “nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, auditores e outros profissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as condutas criminosas descritas neste artigo” (BRASIL, 2005).
Disposições comuns 179 a 188
A sentença declaratória da falência, ou concessiva de recuperação judicial ou homologatória da recuperação extrajudicial. Sem elas, não há crime. Em relação ao procedimento penal, o art. 184 prescreve que: os crimes previstos nesta lei são de ação pública incondicionada Convém destacar, que ao definir que “os crimes previstos nesta lei são de ação pública”, está implícito que o titular da ação penal é o Ministério Público, nos termos do art. 129, I, da Constituição Federal de 1988, que dispõe: “São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei”. O disposto nos arts. 184, parágrafo único, e 187, caput, da nova lei tampouco deixam qualquer dúvidas obre a titularidade privativa da ação penal. 
Em relação ao juízo competente para julgamento dos crimes falimentares temos o art. 183 do presente diploma legal, determina que “compete ao juiz criminal da jurisdição” onde foi instaurado o processo de falência, conhecer da matéria criminal. Nesse particular, o novo texto legal não inovou, pois a competência do juiz criminal já era prevista na lei revogada (art. 109, § 2º, do Dec. Lei 7.661/45). 
Falando-se em legitimidade da ação, o novo diploma legal atribui a credor habilitado e ao administrador judicial (art. 184) legitimidade para propor ação penal privada subsidiária, quando for o caso. Logo, a Lei de Falências criou novos tipos penais, em substituição às condutas típicas descritas no Decreto Lei nº 7.661/45, e estes foram tipificados na própria Lei de Falências e Recuperação de Empresas conforme mencionado.
Nenhuma das condutas descritas pela Lei 11.101/2005 é punível, ao menos como crime falimentar, sem que tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologada a recuperação extrajudicial. Esta sentença constitui elemento normativo do tipo quando a conduta só pode ser cometida após sua prolação (habilitação ilegal de crédito, exercício ilegal de atividade ou violação de impedimento), ou condição objetiva de punibilidade quando a conduta pode ser praticada antes da sentença, mas só é punível como crime falimentar se ela for prolatada (fraude a credores, violação de sigilo empresarial e favorecimento a credores).
Apelação crime - Crimes falimentares
Apelação crime da quarta câmara criminal nº 70074043563 (nº cnj: 0168471-76.2017.8.21.7000) da comarca de porto alegre com o ministério público como apelante 
Apelação crime, crimes falimentares, art. 168, caput, da lei 11.101/05. Ausência de provas do dolo com absolvição mantida.
Para a configuração do delito previsto no art. 168, da lei nº 11.101/05, exige-se o dolo, ou seja, “o elemento subjetivo específico dúplice consistente em ter a finalidade de obter (conseguir, alcançar) ou assegurar (manter o já obtido) vantagem para si ou para outrem”, não havendo qualquer indício de que o acusado agiu de forma fraudulenta antes de requerer a falência da empresa. 
A mera suposição de que o réu na condição de administrador da empresa conforme se verificou nos autos do processo, dissolveu e liquidou bens da empresa com o fim de causar prejuízo aos credores e dispor dos bens da sociedade para si, não é suficiente para o juízo condenatório, especialmente quando a prova constante nos autos vai ao encontro à versão do réu. Recurso finalizou desprovido, mantenho a absolvição.
O Ministério Público sustentou que a prova é robusta quanto a pratica delitiva, visto que o réu, antes de ajuizar o pedido de autofalência, ciente da insolvência, promoveu o fechamento do estabelecimento comercial e na posse de todos os ativos que restavam, se apropriou e elegeu critérios próprios para a realização do ativo e da solução ao passivo. Asseverou a ausência de boa-fé, uma vez que o réu não comprovou documentalmente as negociações no juízo de falências, assim como demonstrado o dolo específico de fraudar credores, pois, na condição de gestor e detentor do capital social, primeiro dissolveu e liquidou o estabelecimento empresarial no ano de 2008 e, passados dois anos, sem qualquer atividade, sem estabelecimento comercial, ajuizou a falência com a finalidade de obter vantagem indevida para si ou para outrem. Nas contrarrazões, a defesa requereuo desprovimento do recurso. Em parecer ministerial, o Procurador de Justiça opinou pelo desprovimento. 
Conclusão
Em relação aos crimes verifica-se que os agentes que podem praticá-los são o credor, o devedor, terceiros, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação judicial. Observa-se que as tipificações penais nos crimes em estudo dizem respeito a condutas cuja prática unicamente é possível depois de decretada a falência ou concedida a recuperação. 
Portanto, pode-se dizer que não é somente o empresário individual falido ou as pessoas diretamente ligadas à sociedade empresária falida que podem praticar crime falimentar, mas sim qualquer pessoa cuja conduta possa se enquadrar num dos tipos penais da Lei 11.101/05. 
Referências
Lei n. 11.101, 2005. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 2006. Disponível em <www.presidencia.gov.br>. Acesso em 30 outubro. 2018. 
ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e recuperação de empresa. São Paulo: Saraiva, 2012. 
COIMBRA, Valdinei Cordeiro. Os crimes falimentares na nova Lei de Falências. (Lei n º 11.101/05). Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 658, [26] abr. [2005]. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/6631>. Acesso em: 30 outubro. 2018. 
Apelação <https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/496810977/apelacao-crime-acr-70074043563-rs/inteiro-teor-496810987>. Acesso em: 05 novembro. 2018.

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