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Aula 10

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DIREITO PENAL I
Daniela Duque-Estrada
Aula 10. Culpabilidade e Teoria do Erro.
CULPABILIDADE E TEORIA DO ERRO.
EMENTA. 
CULPABILIDADE.
Conceitos.
Teorias acerca da Culpabilidade.
Elementos da culpabilidade na concepção finalista da ação.
II. TEORIA DO ERRO.
Conceito de Erro. 
Espécies de Erro.
Distinção entre Erro de Tipo e Erro de Proibição.
OBJETIVOS
Compreender as Teorias acerca da Culpabilidade na Concepção Finalista de Ação.
Identificar os elementos da Culpabilidade na Concepção Finalista de Ação.
Reconhecer as Teorias acerca do Erro e seus efeitos jurídico-penais
	
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 CULPABILIDADE.
I. CONCEITOS.
 
 Juízo de Reprovabilidade da Conduta.
 Fundamento e Limite da Pena.
 Consciência da ilicitude e exigibilidade 
de conduta conforme a norma. (BITENCOURT)
 
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Princípio que veda a responsabilidade Penal Objetiva.
 
Nulla poena sine culpa. 
 
II. TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL
Para a Teoria Normativa Pura a culpabilidade passa a ser normativa e o dolo e a culpa migram para o fato típico – conduta. (Teoria Finalista da Ação)
O Código Penal com a reforma de 1984 passou a adotar a Teoria Normativa Limitada.
 Descriminantes Putativas
 Erro de Proibição
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III. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE NA CONCEPÇÃO FINALISTA E SUAS CAUSAS EXCLUDENTES.
 
 Imputabilidade (art.26, 27 e 28, do CP)
 
 Potencial Consciência da Ilicitude (art.21, CP)
 Exigibilidade de Conduta Diversa.
 
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Imputabilidade (art.26, 27 e 28, do CP)
 Art.26. É isento de pena o agente que, por doença mentalou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
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CAUSAS EXCLUDENTES DA IMPUTABILIDADE.
 
 ► Doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
 ► Sistemas de aferição da inimputabilidade pelo CP.
 - Biológico - adotado para a menoridade penal;
 - Biopsicológico – a inimputabilidade é composta por três elementos: 
 - causal;
 - cronológico;
 - consequencial. 
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► OBSERVAÇÕES
► Compreende-se por doença mental as psicoses, neuroses, notadamente as obsessivo-compulsivas ... O sujeito tem claramente o senso valorativo de sua conduta, mas não consegue evitar sua prática, faltando-lhe a capacidade de autodeterminação...faltando esta capacidade, no momento da conduta, o agente é absolutamente incapaz.(BITENCOURT, op. cit. pp. 416).
► Compreende-se por desenvolvimento mental incompleto como aquele que ainda não se concluiu, abrangendo, além dos menores. .(BITENCOURT, idem).
► Vide art. art.96 e 97, do Código Penal - Medidas de Segurança, aplicável aos inimputáveis e semi-imputáveis, exceto nos casos de menoridade penal.
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 ► MENORIDADE
 Art. 27, CP. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
↓
 Lei n.8069/1990 
Art.103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
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► Art.28, II. Embriaguez. 
 Conceito . Intoxicação aguda e transitória decorrenteda ingestão de álcool ou substância de efeitos psicotrópicos.
 Fases - excitação;
 - depressão;
 - sono.
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 Art.28, CP. Não excluem a imputabilidade penal:
 I. a emoção ou a paixão;
 II. a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§1º. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento.
§2º. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento.
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 Não acidental - voluntária; 
 - culposa.
 
 Acidental 
 - caso fortuito 
 - força maior
 
 Espécies . Incompleta 
 . Completa
Patológica.
Preordenada. (art.65, II, l, CP).
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 ► Teoria da actio libera in causa (ações livres da causa).
 “ Considera-se o momento da ingestão da substância e não da prática da conduta delitiva” (CAPEZ, Fernando. op.cit. pp.339). 
 
 A Teoria da actio libera in causa e a Constituição da República, Art. 5º, LVII, CRFB/1988. 
 Exceção: Imprevisibilidade do Resultado.
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QUESTÃO. Walter ao chegar à casa de sua namorada Amélia a encontra abraçada a outro homem. Ao ver a cena é dominado pelo ciúme e desfere um soco no irmão de Amélia. Surpreendido pelo pai de Amélia é levado por este à Delegacia de Polícia. Lá chegando, Walter alega em sua defesa não ser responsável pelos seus atos, pois havia bebido um pouco antes de encontrar sua namorada e como não estava acostumado a beber perdeu o controle sobre seus atos. Diante do caso exposto assinale a alternativa correta. A defesa de Walter está :
	correta, pois a sua embriaguez foi culposa, logo sua imputabilidade será excluída;
	correta, pois a sua embriaguez foi acidental, logo sua imputabilidade será excluída;
	incorreta, pois ainda que a sua embriaguez tenha sido culposa, foi incompleta, logo não terá sua imputabilidade excluída;
	incorreta, pois ainda que a sua embriaguez tenha sido acidental, foi incompleta, logo não terá sua imputabilidade excluída.
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POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
 
art.21, CP X art.65, II, CP.
Art. 21, CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
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EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
► Causas Excludentes.
 
 Coação Moral Irresistível.
 Obediência Hierárquica.
 
ART.22, CP. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestadamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
Aula 10. Culpabilidade e Teoria do Erro.TEORIA DO ERRO
 Conceito de Erro.
 “ Ignorância ou falsa percepção da realidade”.
 ERRO DE TIPO. A falsa percepção da realidade recai sobre elementos constitutivos do tipo penal
ESPÉCIES Essencial Escusável
 Acidental Inescusável
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►Erro determinado por terceiro – art. 20,§2º, CP.
► Erro sobre a pessoa – art.20,§3º, CP. 
 Distinção entre Erro sobre a Pessoa e Erro de Execução.
 Art. 73, CP. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no §3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
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ERRO DE PROIBIÇÃO
O objeto do erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude, ou seja, contrariedade do fato em relação à lei.
 
 
 Erro escusável: exclusão de culpabilidade.
 Erro inescusável: causa de diminuição de pena.
 
 
 Art.21, CP. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
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ALCANCE.
 Quanto à existência do tipo penal. 
 “o agente conhece formalmente a lei, mas realiza uma interpretação equivocada desta”. 
 Quanto às causas de exclusão de ilicitude.
 “ocorre em relação à suposição de existência de causa excludente de ilicitude ou quanto
 aos limites jurídicos da causa excludente”. 
 
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ESPÉCIES Escusável Direto
 
 Inescusável Indireto ou Erro de Permissão
Distinção entre Erro de Tipo e Erro de Proibição. 
 No erro de tipo, o agente tem uma visão distorcida da realidade, não vislumbrando na situação que se lhe apresenta a existência de fatos descritos no tipo como elementares ou circunstâncias (...)
 (...) No erro de proibição , ao contrário, há uma perfeita noção acerca de tudo o que está se passando. O sujeito conhece toda a situação fática, sem que haja distorção da realidade (...) seu equívoco incide sobre o que lhe é permitido fazer diante daquela situação 
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QUESTÃO. Beto, na intenção de matar Carlos, dispara contra este, porém, erra o alvo e atinge Daniel que passava por trás, causando-lhe uma lesão corporal. Sendo certo que Carlos não foi atingido, é correto afirmar que a conduta de Beto configura:
	Tentativa de homicídio e lesão corporal culposa
	Tentativa de homicídio e lesão corporal dolosa
	lesão corporal dolosa
	tentativa de homicídio
	lesão corporal culposa

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