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Aula 02 Política Social I

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Política Social I
Viviane Cristina
S. Vaz
Aula 2
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Clássicos da teoria política, Estado 
e sociedade civil
A concepção de Estado e sociedade civil no pensamento moderno tem sua gênese nas teorias dos denominados pensadores da teoria contratualista do Direito Natural, ou também chamado de jusnaturalismo, que se gestaram no processo de transição do modo de produção capitalista.
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Essas teorias moldam as doutrinas políticas de tendência individual e liberal, que afirmam a necessidade do Estado respeitar e legitimar os direitos inatos de cada indivíduo. A ordem política é concebida com a finalidade de coibir qualquer violação desses direitos.
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O pensamento que trata do direito natural moderno é encontrado particularmente nas obras dos contratualistas: Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau cujas reflexões e contribuições apresentam como tema central a criação de um princípio novo de legitimação do poder político ou do Estado moderno.
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Esse princípio de legitimação do poder político e o consenso daqueles sobre quem tem tal poder estatal é exercido, que seria expresso num pacto ou contrato social, estabelecido entre os homens, sobre a autoridade e normas de convivência social, aos quais passam a se submeter, renunciando a sua liberdade individual e natural, designando o termo contratualista.
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Esse pensamento inicia um processo de ruptura com as explicações místicas e religiosas da Idade Média sobre a origem do homem, da sociedade e da divisão social. Rompe com as concepções judaico-cristã quanto a tradição aristotélica que concebia o homem como animal político inserido na comunidade.
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HOBBES,
Inglaterra, 1588-1679
http://www.brasilescola.com/
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O pensamento de Thomas Hobbes 
e o Estado
Para Hobbes o estado de natureza é um estado configurado pela existência de um desejo natural de poder pelos homens. O poder é definido pela capacidade individual de adquirir riqueza, reputação e de comandar e dominar os outros.
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A escassez dos bens pode fazer com que mais de um homem deseje possuir a mesma coisa, pois não há leis e regras para definir. Assim o estado de natureza é o estado de guerra de todos contra todos e o homem seria o lobo do homem.
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Hobbes evidencia assim a necessidade dos homens estabelecerem um contrato social entre si que cria regras ao convívio social e de subordinação política, justificando que seus poderes e direitos seriam transferidos a um poder soberano.
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O filósofo aponta que a melhor forma de governar seria a monarquia, onde o soberano seria a representação do poder tanto legislativo como executivo, e não haveria lei sem sua ordem;
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O pensamento de Hobbes legitima a nobreza e o absolutismo, o soberano possui plenos poderes para a manutenção da ordem, legislando sobre a vida e a morte, e referendando o seu direito natural a propriedade.
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John Locke
Inglaterra, 1632-1704
http://pt.wikipedia.org/
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O pensamento de John Locke 
e Estado
Locke concorda com Hobbes sobre o estado de guerra e justifica a legitimidade das posses de bens, que seria a propriedade privada, onde a legitimação para a posse da propriedade é o trabalho.
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Os homens tornavam-se proprietário à medida que transformavam o estado comum de natureza, através de seu próprio trabalho, visando a sua subsistência e satisfação.
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Assim em Locke os homens passam a se apropriar da natureza pelo trabalho, podendo acumular bens à medida que seu trabalho conseguir produzir maior riqueza do que suas necessidades imediatas de consumo, tornando-se assim produtores de valores de troca, o que leva a existência de homens ricos e pobres nesse estado de natureza, justificado pela capacidade de trabalho de cada um de criar valores.
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A passagem do estado de natureza à sociedade civil política, mediante contrato social, se fez, assim, para assegurar e conservar o direito natural à propriedade, ou seja, a garantia da propriedade privada é a finalidade em função da qual os homens instituem o Estado.
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Locke é o defensor da divisão dos poderes, a autoridade deveria ser composta por um corpo legislativo e pelo poder executivo (que seria o Monarca) para que respectivamente criassem e executassem as leis visando o direito a propriedade e a segurança pessoal, com predomínio do poder legislativo, devendo ser o poder executivo a ele subordinado.
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As formulações teóricas de Locke tiveram significativas influências no movimento de emancipação política da burguesia objetivando a resoluções liberais da época moderna colaborando com a ascensão do capitalismo industrial.
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ROUSSEAU,
Suíça, 1712-1778
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O pensamento de Jean Jacques Rousseau e o Estado
O pensador critica o pensamento de Locke e Hobbes de dominação e defesa dos interesses individuais.
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Para Rousseau o homem é um bom selvagem, não possui o desejo de unir-se ou de combater, seria movido por duas paixões, o instinto de conservação e a compaixão. A instituição da propriedade privada que originaria as desigualdades de acesso a riqueza, origina a rivalidade de interesses e a concorrência, tornado o egoísmo a motivação básica da vida.
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O pensador argumenta que são os indivíduos que devem criar as leis que regulamentam suas vidas e o governo deve se submeter a soberania do povo. É com base no interesse comum que a sociedade deve ser governada, o soberano constituído pelo pacto social é o povo, ditando à vontade geral, cuja expressão é a lei, e esta não pode ser injusta. A soberania é a vontade geral: inalienável, infalível, indivisível e absoluta.
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Política Social I
Viviane Cristina
S. Vaz
Atividade 2
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Avalie as seguintes afirmações:
Thomas Hobbes sustentou que os apetites e as aversões determinam as ações voluntárias dos homens, e o único meio para eles satisfazerem seus apetites e evitarem a morte é admitir um poder soberano perpétuo.
Adam Smith afirmou que o homem é corrompido não pela natureza, mas pela posse da propriedade e pela formação da sociedade civil.
Jean-Jacques Rosseau fundamentou os direitos do homem no pensamento político jusnaturalista e defendeu os direitos naturais, como o direito à propriedade e à liberdade.
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É correto o que se afirma em:
 
I, apenas.
II, apenas.
I e III, apenas.
II e III, apenas.
I, II e III.
Fonte: ENADE, 2013.
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