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Admin_Planejamento_Social_Unid_I

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Administração e 
Planejamento Social
Professora conteudista: Maria Augusta Pontes Cardoso
Sumário
Administração e Planejamento Social
Unidade I
1 REVENDO CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO ...........................................................................................1
1.1 Teorias administrativas, suas ênfases e seus principais enfoques .......................................1
2 ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL DO ADMINISTRADOR .................3
3 AUTOGESTÃO E ECONOMIA SOLIDÁRIA ................................................................................................. 10
4 CONTROLE SOCIAL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ..................................................................................... 24
Unidade II
5 GESTÃO SOCIAL: A ADMINISTRAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR ................. 29
6 A UTILIZAÇÃO DA ARTE EM PROCESSOS DE INCLUSÃO SOCIAL ................................................. 34
7 DEFINIÇÃO DE PLANEJAMENTO ................................................................................................................ 39
8 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................................................................. 40
9 PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO ............................................................................................................... 42
10 PLANEJAMENTO: UMA DISCIPLINA IMPRESCINDÍVEL À FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM 
SERVIÇO SOCIAL .................................................................................................................................................. 46
11 DESENVOLVIMENTO E INCLUSÃO SOCIAL: O PLANEJAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE 
INCLUSÃO SOCIAL ............................................................................................................................................... 50
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1 REVENDO CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO
A administração é o conjunto de normas e funções que 
visa a disciplinar os elementos de produção, submetendo a 
produtividade a um controle de qualidade, com vista a uma 
maior eficácia.
Assim, administrar envolve a elaboração de planos, projetos, 
pareceres, relatórios e laudos em que é exigida a aplicação de 
conhecimentos inerentes às técnicas de administração.
O êxito do desenvolvimento administrativo de uma 
empresa é resultado, em grande parte, da atuação e da 
capacidade dos seus gerentes, que devem cumprir o papel de 
orientar e facilitar os esforços dos seus subordinados para se 
desenvolverem.
1.1 Teorias administrativas, suas ênfases e 
seus principais enfoques
Quando abordamos a história da administração, podemos 
afirmar que seu início teve por base a Administração Científica 
de Taylor, cuja ênfase era a divisão de tarefas. Tal escola foi 
seguida pela Teoria da Administração Científica desenvolvida 
por Fayol, cuja ênfase passou a ser a estrutura. Podemos citar 
ainda, a Escola Burocrática de Max Weber e, posteriormente, a 
sistematização da Teoria Estruturalista.
Mais tarde surgem escolas administrativas baseadas nas 
teorias comportamentais e nas teorias do desenvolvimento 
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organizacional, que apresentam como diferencial, a ênfase nas 
pessoas.
As duas escolas que se seguiram, com ênfase no ambiente 
e na tecnologia, são oriundas da Teoria dos Sistemas e da 
Teoria da Contingência e levaram, finalmente, a ênfase na 
tecnologia.
É importante destacar que o desenvolvimento de cada uma 
destas teorias marcou e compôs a história da teoria geral da 
administração e, cada uma a seu tempo, privilegiou um enfoque, 
em detrimento dos demais.
1. Ênfase em tarefas: administração científica que buscava 
a racionalização do trabalho no nível operacional.
2. Ênfase na estrutura: teoria clássica e teoria neoclássica 
são norteadas pela organização formal, pelos princípios gerais 
da administração e pelas funções do administrador.
• Teoria da burocracia: baseada na organização formal 
burocrática e na racionalidade organizacional.
3. Ênfase nas pessoas: teoria das relações humanas 
é baseada na organização informal, buscando a motivação, 
liderança, comunicações e dinâmica de grupo.
• Teoria do desenvolvimento organizacional: mudança 
organizacional planejada, abordagem de sistema aberto.
4. Ênfase no ambiente: teoria estruturalista e teoria 
neoestruturalista enfocam a análise intraorganizacional e a 
análise ambiental; abordagem de sistema aberto.
• Teoria da contingência: análise ambiental (imperativo 
ambiental); abordagem de sistema aberto.
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5. Ênfase na tecnologia: teoria dos sistemas foca na 
administração da tecnologia (imperativo tecnológico).
2 ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO E 
RESPONSABILIDADE SOCIAL DO 
ADMINISTRADOR
Para falarmos sobre a responsabilidade social das empresas, 
precisamos ter claro que tal conceito está diretamente relacionado 
aos conceitos éticos que norteiam seus administradores e, 
para fazermos esta análise, precisamos inicialmente de alguns 
conceitos.
Moral e ética
A moral está relacionada com a escala de valores de cada 
pessoa, grupo ou empresa.
Quando falamos de valores, estamos nos referindo ao que 
consideramos importante, ou, em outras palavras, dos propósitos 
que irão definir o direcionamento da nossa vida e do sentido 
que daremos a ela. Envolve ainda, nossos conceitos de certo e 
errado, de bem e mal, de bom e ruim.
São estas definições que determinarão nossas ações na 
busca pela plenitude da vida, que será atingida à medida 
que consigamos compatibilizar nossas ações com os valores 
preestabelecidos. A moral, sendo a ordenação de valores, orienta 
as decisões que tomamos a cada instante de nossa vida, o que 
produz um efeito em nossas relações sociais.
Por sua vez, a ética está relacionada com a forma como 
agimos norteados pela escala de valores que consideramos 
adequados para nossas vidas, ou seja, é o resultado da influência 
de nossos valores morais na nossa prática cotidiana, seja na 
vida pessoal ou profissional. Podemos dizer ainda, que a ética 
está diretamente relacionada à busca da compatibilização 
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entre os valores que estabelecemos para nossa vida e nossa 
prática.
Assim, ao longo de nossa vida, em diversos momentos, 
nos vemos diante de questionamentos éticos, ou seja, nos 
questionamos se de fato estamos agindo de acordo com a escala 
de valores que adotamos.
Tais questionamentos também atingem o mundo empresarial, 
com algumas dificuldades maiores que envolvem questões 
gerenciais, de mercado, etc.
Ética no mundo empresarial
Os valores que estabelecemos para nossas vidas vão 
determinar a forma como nos relacionamos com o mundo a 
nossa volta.
Quando pensamos na ética que norteia estas relações, 
destacamos duas atitudes como possíveis:
1. A ética voltada para nosso próprio interesse, ou seja, 
quando agimos movidos unicamente pelo atendimento daquiloque consideramos importante para nossa vida.
No mundo empresarial, esta visão é traduzida pela certeza 
de que o único objetivo da empresa é perseguir o lucro em 
detrimento de qualquer outro valor, seja em relação à qualidade 
de vida dos empregados, ao impacto ambiental ou a possíveis 
danos causados à comunidade.
Assim, as ações voltadas para questões como: qualidade de 
vida dos empregados, impacto ambiental ou danos causados à 
comunidade somente são consideradas por imposição legal, ou 
em função de retornos econômicos.
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2. A ética voltada para o bem estar do coletivo, ou seja, 
quando prioriza a valorização e o crescimento comum, por 
acreditar que desta forma se atinge o crescimento da empresa.
Assim, a empresa deixa de ver as pessoas como instrumentos 
para seu crescimento e passa a ver o sucesso como uma 
consequência do sucesso das pessoas que executam o trabalho 
e da comunidade na qual está inserida.
Nesta perspectiva, a ética que se imprime na empresa tem 
na solidariedade um de seus pilares mestres. Acredita que 
o crescimento somente será possível e duradouro quando 
for coletivo, ampliando esse conceito a todos os envolvidos 
diretamente no trabalho, ou que sofrem seus efeitos, como é o 
caso da comunidade mais próxima.
A relação entre ética, moral e lei
Já conceituamos que “moral” é a escala de valores que 
estabelecemos para nossas vidas, e “ética” é a forma como 
traduzimos nossos atos em consonância com a escala de 
valores que estabelecemos.
Quando falamos em convívio social, existem valores 
considerados consensuais, sendo as “leis” criadas para normatizar 
regras de conduta, baseadas em tais valores. Assim, a “lei” é uma 
regra que determina uma conduta ética baseada em um valor 
consensual.
Uma nova visão de empresa
Partindo dos pressupostos apresentados, podemos 
concluir que a empresa não é um fim em si mesmo e sim um 
instrumento na consecução de um objetivo maior.
Este objetivo pode ser exclusivamente o de produzir lucro, 
mas este não poderá ser um objetivo final, pois mesmo que o 
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empresário guarde todo o lucro numa conta bancária ou no 
colchão, em algum momento estes lucros acabarão produzindo 
riquezas que se espalharão pela sociedade.
Numa visão moderna, o sucesso da empresa está 
diretamente relacionado ao conhecimento tecnológico e ao 
seu desenvolvimento organizacional que, como consequência, 
gerarão a acumulação de capital.
Assim, a propriedade dos meios de produção por si só, 
não será capaz de gerar o crescimento da empresa, já que 
o conhecimento tecnológico e organizacional implica no 
investimento e no crescimento de seu principal capital, o ser 
humano.
Estes conceitos implicam em uma série de compromissos 
que a empresa assume, tanto com a sociedade em que se 
insere, quanto com as pessoas que a integram: a comunidade, 
os clientes, os fornecedores, os investidores públicos ou 
privados, o governo, etc. São compromissos que dizem respeito 
às condições de trabalho, à capacitação dos seres humanos 
ligados a empresa, à utilização de métodos participativos, entre 
outras ações. No entanto, é necessário cuidado para que não 
se transfira para empresa o conjunto de obrigações sociais 
definidas constitucionalmente como de responsabilidade do 
Poder Público.
A via correta a ser seguida é a que respeita e se baseia 
no tripé administrativo que valoriza as questões econômicas, 
humanas e sociais.
Um fato, porém, é certo e de fundamental importância, em 
face do tempo que todas as pessoas, de todas as condições e 
níveis sociais, dedicam hoje à atividade nas empresas, o ambiente 
que encontram influirá fortemente sobre sua maneira de ver o 
mundo.
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Assim, o comportamento ético da empresa, representado 
pelo comportamento ético de seus administradores, terá uma 
influência decisiva sobre o comportamento de todos os que a 
ela estão ligados.
Neste sentido, de alguma forma, a posição assumida pelos 
administradores das empresas terá um impacto não apenas 
dentro da própria empresa, mas também em relação ao 
comportamento de toda a sociedade.
A relação entre ética e responsabilidade social
Diante dos conceitos já apresentados, podemos concluir que 
a ética da empresa e a responsabilidade social são condutas que 
não se contradizem, pelo contrário, se complementam.
Na gestão dos negócios, o administrador se vê constantemente 
premido a tomar decisões, nas quais o posicionamento ético da 
empresa é fundamental.
Hoje, muitas empresas procuram facilitar tais decisões, 
definindo códigos de ética, em que estes valores básicos se 
encontram esclarecidos e traduzidos em todo um instrumental 
de trabalho.
Fica bastante claro que, quando o valor principal e exclusivo, 
em termos de responsabilidade social da empresa, é o de ter 
lucro, qualquer outro que venha a atrapalhar – relativo aos 
seres humanos, à ecologia, etc. – passará, automaticamente, ao 
segundo plano.
Há, ainda, um outro critério de valor que influencia nas 
nossas decisões, refere-se a natureza que atribuímos à empresa. 
Se a nossa ética for a da solidariedade, a empresa será a 
comunidade de pessoas, como vimos antes. Se, por outro lado, 
for a ética da sobrevivência, a empresa tenderá a se transformar 
em mercadoria a ser comercializada pelo melhor preço possível.
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Empresas que têm na lucratividade seu principal valor e 
que consideram a sociedade e os empregados meras unidades 
econômicas de produção estão perdendo a credibilidade.
Além de atingir seu principal objetivo, o lucro, as instituições 
estão cada vez mais condicionadas a promover o desenvolvimento 
de forma sustentável, investindo nas pessoas e na sociedade em 
que estão inseridas.
Empresas que investem em responsabilidade social 
recebem, cada vez mais, reconhecimento no mercado, além de 
conquistarem mais credibilidade e maior poder competitivo, 
agregando valor aos seus produtos e serviços e tornando-se 
referência perante a sociedade.
A empresa e seu papel social
Atualmente, a maioria das empresas percebeu a sua 
função como partícipe no contexto das mudanças sociais e, 
com isso, o setor privado tomou consciência da importância 
de sua participação no ambiente social e comunitário, até 
porque como parte integrante dele depende de seu correto 
funcionamento. Os resultados obtidos por diversas empresas 
no âmbito social indicam que o empresário é também parte 
multiplicadora deste ambiente.
Destacamos o cenário empresarial que investe socialmente 
e está modificando seu próprio conceito, pois melhora a 
qualidade de vida de seus funcionários, apresenta maior 
produtividade, melhor acesso ao capital investido e promove 
desenvolvimento de forma sustentável.
Desenvolvimento
No atual contexto econômico, não pensar somente 
na lucratividade, mas também aumentar a preocupaçãocom as pessoas e com o bem-estar da coletividade é um 
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desafio colocado às empresas, que devem estar atentas 
para acompanhar e até se antecipar às mudanças sociais, 
produzindo, dessa forma, diferenciais que lhe garantam uma 
vantagem competitiva e sustentável em longo prazo.
Há de se manter a preocupação com a qualidade e até 
com a apresentação dos produtos, mas a preocupação com a 
gestão ambiental, com a produtividade sem agressão ao meio 
ambiente, com o respeito à coletividade e aos consumidores e 
com as responsabilidades sociais tornam-se, cada vez mais, os 
verdadeiros diferenciais no mercado, diante da relevância de 
assuntos como consciência e cidadania.
Responsabilidade social hoje, pode ser a diferença entre 
sobreviver ou não no mercado. É, portanto, um conceito 
estratégico.
A prática da responsabilidade social pela empresa tem como 
objetivos:
• proteger e fortalecer a imagem da marca e sua reputação, 
favorecendo a imagem da organização, pois a credibilidade 
passa a ser uma importante vantagem, um diferencial;
• visão positiva da empresa, uma vez que passa a 
satisfazer não só seus acionistas, mas principalmente os 
consumidores;
• geração de mídia espontânea com a formação de seu 
mercado futuro, quando contribui para o desenvolvimento 
da comunidade, está formando os futuros consumidores;
• fidelização dos clientes ao oferecer mais do que é sua 
obrigação, a empresa conquista o cliente;
• atrair e manter talentos. Os profissionais preferem as 
empresas que os valorizam, onde se sentem respeitados, o 
que os leva a conhecer os objetivos da empresa, fazendo 
o máximo para atingi-los.
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Portanto, empresas com responsabilidade social são aquelas 
que, com criatividade, gerenciam e contribuem com projetos 
sociais bem administrados, atuando ao lado de entidades da 
sociedade civil e do Poder Público, na busca de alternativas 
para a melhoria da qualidade de vida. Essas empresas são, por 
isso, duplamente beneficiadas: primeiro, porque consolidam 
sua imagem como uma empresa moderna e, segundo, porque 
a produtividade e a competitividade estão diretamente 
relacionadas à qualidade de vida da comunidade na qual a 
organização está inserida.
Seguindo esse conceito, desenvolvem projetos voltados à 
educação empresarial e à interação da sociedade, à formação 
de pessoas e de empresas sólidas e competitivas, porém 
socialmente responsáveis, promovendo, assim, a sustentabilidade 
econômica.
3 AUTOGESTÃO E ECONOMIA SOLIDÁRIA
Ao tratarmos de economia solidária, estamos falando 
de diversas experiências que incluem: diferentes formas 
de agricultura familiar; assentamentos do MST; empresas 
industriais ou rurais recuperadas por meio da autogestão; 
redes de catadores e recicladores; incubadoras de empresas; 
cooperativas populares; inúmeras experiências de finanças 
solidárias; clubes de trocas, etc.
Essa nova forma de pensar a economia traz em seu bojo uma 
grande diversidade. Tais práticas já ocorriam há muito tempo, 
mas se encontravam dispersas e fragmentadas. A partir da 
consolidação do conceito “economia solidária”, na última década, 
iniciou-se um processo aglutinador de diversas experiências e de 
diversos campos de atividades, possibilitando articulá-los com 
outras experiências em torno dum amplo movimento social.
Neste contexto, um fruto do movimento da economia 
solidária é o surgimento da Secretaria Nacional da Economia 
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Solidária (SENAES), vinculada ao Ministério do Trabalho e 
Emprego.
É fundamental compreender que os empreendimentos de 
economia solidária se encontram inseridos no mercado e, por 
isso, estão sujeitos às regras mercadológicas, sendo necessário 
cuidar do design dos produtos e do marketing da empresa.
Ressaltamos tais aspectos para reforçar que não estamos nos 
referindo a um setor não mercantil, ou não monetário, como a 
economia da benemerência, assim como não estamos falando 
de um setor não lucrativo, como o terceiro setor.
O que caracteriza e diferencia a economia solidária não é a 
sua não lucratividade, até mesmo porque o lucro existe e está 
presente na sua atividade, ainda que renomeado como resultado, 
sobras ou excedente.
No entanto, é preciso realçar que um elemento novo 
introduzido pela economia solidária é estar e se manter 
no mercado, sem se submeter à busca do lucro máximo, 
como se evidencia na prática do preço justo pelos seus 
empreendimentos.
Desta forma, observamos que o novo campo das finanças 
solidárias nos permite ver que a preocupação com a rentabilidade 
econômica está presente nas suas atividades mercantis, mas 
suas operações se pautam pelo respeito aos valores éticos e 
humanistas.
Quando um empreendimento econômico abre mão da 
possibilidade de ampliar o lucro em função de uma perspectiva 
social e ecológica, mostra que a empresa tem uma postura 
solidária dentro da troca mercantil. Essa é a novidade da 
economia solidária.
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O lucro é uma dimensão que 
permite auferir e avaliar a eficiência 
das atividades econômicas mercantis. 
Sua presença significa a capacidade 
de um empreendimento de reinvestir 
em si mesmo, renovar-se e expandir, 
ou seja, define a sustentabilidade de 
uma atividade econômica e sua vida 
dinâmica.
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É característico das atividades econômicas solidárias o fato 
de a acumulação material estar submetida a limites, sem deixar 
de buscar e possibilitar a reprodução ampliada da vida, ou seja, 
a melhoria das condições de vida de todos os envolvidos no 
processo.
Neste aspecto, é importante frisar que não se trata da 
reprodução simples de mercadorias, de atividades meramente 
de subsistência, que buscam rebaixar as expectativas dos 
cidadãos.
Trata-se de uma outra forma de economia que contribui 
para o avanço civilizatório pelo desenvolvimento das 
forças produtivas, de modo sustentável e a longo prazo. 
Nas economias internas se traduz pela eliminação de 
atravessadores, obtendo-se menores custos de produção e 
maior capacidade de acumulação, possibilitando um novo 
padrão de relacionamento humano.
A novidade, a força e o diferencial da economia solidária 
giram em torno da ideia de “solidariedade”. Na economia solidária, 
“solidariedade” não é um mero adjetivo, mas é fundamental e dá 
nova forma à lógica do pensamento econômico.
A expressão economia solidária aponta para a compreensão 
de que a economia não é um fim em si mesmo, ou o objetivo 
fundamental da ação, mas apenas um instrumento que tem 
por finalidade o sustento da vida e a melhoria da condição 
humana.
A economia solidária nos leva à reflexão de que a 
empresa moderna não é mais a empresa capitalista voltada, 
exclusivamente, para seus interesses. Ao contrário, esta empresa 
passou a ser vista como ultrapassada, já que o mercado atual 
exige que uma empresa seja cidadã,que tenha responsabilidade 
social e ambiental, que persiga o bem-estar e a qualidade de 
vida, em detrimento da maximização das margens de lucro.
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As experiências de cooperação entre produtores e/ou 
consumidores que, cada vez mais, se apresentam como 
alternativas para redução de custos, na medida em que eliminam 
os atravessadores, pautam-se na mudança da lógica das relações 
mercantis e no rompimento com a lógica estabelecida nas 
relações capitalistas tradicionais. Se assim não fosse, acabariam 
por ficar prisioneiras da visão que pretendem combater.
Ainda que necessários, os valores da autonomia, 
cooperação, democracia ou mesmo do consumo solidário não 
são suficientes para quebrar o espírito capitalista e subordinar, 
assim, o mercado às finalidades supremas da sociedade.
O que vem provocando a mudança gradativa da visão do 
mercado é o desafio ético de construir novos estilos de vida, de 
assumir a prática do consumo solidário incorporando o valor 
da austeridade, de buscar uma economia que articule eficiência 
com suficiência.
Da perspectiva da economia solidária, é fundamental 
perceber que esta é impulsionada pelas novas tecnologias e 
pela crescente afirmação de uma sociedade em rede. Trata-
se de uma lógica econômica que necessita da adesão e da 
criatividade dos trabalhadores, que estimula formas de 
trabalho associativo e solidário, favorecendo também o papel 
das redes de pequenas e médias empresas.
Como a produção econômica e a reprodução da vida tendem 
a se tornar indissociáveis, a economia solidária passa a ser 
uma forma de enfrentar os desafios atuais sem subterfúgios, 
configurando-se em uma economia vinculada diretamente à 
reprodução ampliada da vida de seus membros e da sociedade 
como um todo e não mais a serviço da lei do valor econômico, 
como seu maior objetivo.
Mais que ser uma alternativa econômica, uma busca de 
novas maneiras de produzir e acumular, a economia solidária 
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está construindo uma nova experiência econômica e social, 
pautada na ética, na responsabilidade social, na preocupação 
com a ecologia e com a auto-sustentabilidade.
Cada vez mais, a economia solidária se configura como 
um modo de vida, ajustando-se a uma nova perspectiva de 
mudança social, na qual a dimensão dos valores tem um papel 
fundamental. Em algumas situações, essa economia pode 
levar até mesmo à renúncia de algum ganho monetário ou da 
conquista de algum benefício individual, em prol do coletivo, 
da natureza ou da sociedade na qual se está inserida. É assim 
que se pode visualizar atualmente o rompimento com a lógica 
capitalista de tipo produtivista e consumista. Ela se alinha com 
uma economia da simplicidade, que busca a satisfação dos 
desejos, compatibilizando-os com a qualidade.
Para interromper a corrida ao consumo, não basta 
oferecer a todos a oportunidade de participar. Se a noção de 
finitude não for reintroduzida na agenda da vida, pouco se 
conseguirá, ainda que se adotem as medidas redistributivas 
mais radicais.
Construir uma economia mais justa implica em construir 
novos estilos de vida, significa reestruturar o referencial 
econômico de forma a romper com a cobiça excessiva e com 
o ídolo do mercado, e, para isso, deve-se construir novos 
referenciais que rompam com a visão econômica vigente.
Os limites da autogestão
Ao considerarmos a crescente divisão do trabalho, 
percebemos que grande parte das atividades especializadas é 
predeterminada, e, por isso, dificilmente poderemos suprimir 
completamente as regras preestabelecidas do processo 
econômico. Atualmente, o trabalho profissional envolve 
saberes especializados e se insere numa cultura cada vez mais 
técnica com complexas divisões de tarefas.
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Já concordamos que o excesso de divisão de trabalho provoca 
sempre uma certa alienação que não pode, simplesmente, 
ser eliminada, já que faz parte da cultura produtiva. Assim, 
percebemos que a alienação do trabalho não se reduz a sua 
condição de mercadoria, nem seria revogada, se esta pudesse 
ser abolida.
Dessa forma, as normas que regem o mercado produtivo 
terão de ser observadas, inclusive, nas atividades produtivas 
autônomas, pois estarão predeterminadas por um sistema, não 
podendo ser livremente redefinidas.
O trabalho em grupos autônomos não suprime as normas, 
apenas as desloca. Em outras palavras, no contexto da vida 
moderna, não há a possibilidade de autogestão do processo 
social de produção em seu conjunto nem mesmo nas grandes 
unidades técnicas que o compõem.
Como não existimos independentes do nosso entorno, a 
autonomia sempre é relativa, é autonomia dependente.
Autonomia e submissão às normas coexistem. É o paradoxo 
da auto-organização com a limitação de que para ser autônomo 
é necessário depender do mundo externo.
Uma sociedade inteiramente regida pelo princípio da 
autogestão certamente se conduziria à inconsistência e ao 
despotismo, já que nela o poder coincidiria totalmente com 
a sociedade, formando uma unidade que não consideraria 
as diferenças, negando a pluralidade, a fragmentação e a 
heterogeneidade dos processos de socialização.
A impossibilidade de eliminar a alienação do trabalho e de 
alcançar a liberação aponta para os limites de restringirmos o 
sonho da emancipação humana ao mundo do trabalho.
Não cabe imaginar que o projeto de uma economia solidária 
englobe e realize todas as possibilidades de uma vida livre e 
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digna. Isso significa que se trata de lutar também pela liberação 
do trabalho e pela ampliação do tempo livre, por meio da 
redistribuição da quantidade residual de trabalho socialmente 
necessário entre o conjunto da população, devendo-se 
desvincular trabalho e renda.
Não se pretende reafirmar a utopia de uma sociedade 
plenamente comunitária, simples, homogênea e transparente, 
nem tentar retomar a velha aspiração do trabalho enquanto 
atividade sem alienação, completamente autônoma.
Assim como a sociedade não pode coincidir com o mercado, 
também não pode ser absorvida pelo mundo da vida cotidiana. Neste 
novo milênio, em função dos seus trágicos resultados, parece que 
estamos mais vacinados contra os riscos da utopia da coincidência 
entre trabalho e vida, da completa autogestão social.
É preciso reconhecer a incompletude e os limites do humano, 
e que as normas do mercado não estão excluídas da lógica 
solidária.
Assim, percebemos que há um amplo leque de atividades 
econômicas centrais à vida moderna e que não podem ser 
autogeridas. Seria impossível imaginar a autogestão de um 
aeroporto, de um porto, da força policial e militar, de um tribunal, 
de uma central hidrelétrica, dentre outras, mas isso não exclui 
essas atividades de uma lógica solidária, já que mesmo elas 
podem e devem se desenvolver sem exploração, sendo eficientes 
sem se guiarpela busca da maximização do lucro. Podem e 
devem promover a coesão social, possibilitando a inserção de 
pessoas desfavorecidas, ser sustentáveis, respeitar a diversidade 
de culturas, assumir uma dinâmica de territorialização e de 
desenvolvimento local e ser sensíveis à dimensão de gênero.
Então, nesses casos, essas atividades também deveriam ser 
denominadas economias solidárias, pois, ao incorporarem o 
espírito da solidariedade para com o outro, com o diferente e 
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com o todo, propiciam o surgimento de um comportamento 
gerencial solidário.
A autogestão não é suficiente para romper com o 
comportamento capitalista tradicional, que busca o lucro a 
qualquer custo. É importante observar que mesmo as atividades 
autogeridas, apesar de serem democráticas, não têm garantias 
de escapar à lógica do capital. Essa é uma das grandes lições 
históricas dos movimentos cooperativistas e autogestionários. 
A natureza não capitalista de uma organização econômica não 
se mede pelo caráter coletivo do seu sistema de propriedade, 
assim como a existência formal da propriedade coletiva e/ou 
estatal de um empreendimento não garante a eliminação de 
relações de classe e a exploração.
Em inúmeros casos, a igualdade jurídica na propriedade 
da empresa e seus mecanismos formais de representação e 
participação encobrem uma imensa desigualdade interna entre 
gestores e trabalhadores, visualizada nos grandes desníveis dos 
rendimentos.
O fato de uma atividade ser economicamente sustentável 
e autogerida não a qualifica como parte de um outro modo de 
produção nem a torna mais desejável ou aceitável.
O trabalho emancipado não se reduz ao efetuado 
associadamente. Além disso, as atividades coletivas não esgotam 
todas as possibilidades da emancipação humana. Isso decorre não 
apenas do fato de que os vínculos sociais são híbridos, compostos 
de doses variadas de altruísmo, pragmatismo e utilitarismo.
Também não existe uma única resposta aos desafios da 
gestão econômica, que admite uma pluralidade de formas e 
princípios, entre as quais o trabalho autônomo. Se limitarmos 
os empreendimentos solidários aos constituídos grupalmente, 
excluiremos a crescente parcela de técnicos, artistas, consultores 
e operários que atuam individualmente.
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Critérios para avaliar a solidariedade numa empresa
Como vimos, o aspecto central da economia solidária não é 
a autogestão, ainda que seja essa uma característica importante 
e sem a qual, na maioria dos casos, a economia solidária fica 
irreconhecível. Mas, se a autogestão não é condição para 
constituir o campo da economia solidária, para avaliarmos 
a efetividade da solidariedade dentro da economia, faz-se 
necessária a construção de indicadores em nível ambiental/social – 
de forma a avaliar o vínculo entre as pessoas e, econômico – de 
modo a vislumbrar o funcionamento interno da empresa, bem 
como o sentido da sua vida econômica.
1. Indicadores ambientais:
• sustentabilidade, como a gestão de água e resíduos;
• uso eficiente dos recursos conforme sua capacidade de 
reposição, no caso de atividades extrativas.
2. Indicadores sociais:
• os valores predominantes;
• a capacidade do empreendimento em permitir o 
fortalecimento da identidade e do processo de 
empoderamento local. A capacidade de incorporar as 
dimensões de etnia e gênero, verificando inclusive se 
existem diferenças nos rendimentos auferidos.
3. Indicadores culturais:
• inserção de pessoas excluídas;
• condição de saúde dos trabalhadores;
• prevalência de doenças encontradas;
• condições de vida dos trabalhadores.
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4. Indicadores econômicos:
• presença de exploração do trabalho;
• diferença nos rendimentos entre dirigentes e 
trabalhadores;
• percentagem de trabalhadores assalariados;
• ritmo do trabalho;
• presença de trabalho infantil;
• repartição do excedente, ou lucro;
• investimento na formação e qualificação dos 
trabalhadores;
• formação de fundos destinados à educação dos membros 
do empreendimento;
• investimento em projetos voltados para a melhoria das 
condições de trabalho;
• grau de participação dentro da empresa: a propriedade 
individual ou coletiva; processo coletivo de decisão; 
circulação de informações; transparência na gestão, bem 
como rotatividade de funções; funções existentes;
• compromisso que a empresa tem com seu território 
circundante; percentagem de utilização de recursos locais; 
participação de natureza sociopolítica nas redes locais;
• intercooperação: alianças e parcerias político-econômicas 
existentes; porcentagem da cadeia produtiva vinculada às 
redes de empreendimentos solidários.
• prática de preços justos; prevalência da prática de consumo 
responsável e solidário. Aqui cabe verificar toda a cadeia 
produtiva em que se insere a empresa, avaliando se os 
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produtos que ela manipula foram produzidos por meio de 
trabalho degradante e/ou de espoliação ambiental.
A economia solidária não é movida nem pela rentabilidade 
máxima do capital nem pela exacerbação do interesse individual. 
Isso permite a ela repor o sentido originário da economia, usar 
racionalmente os recursos, fazer o melhor com menos tempo e 
recursos. Esse deveria ser o sentido libertador e civilizatório das 
economias de tempo advindas do desenvolvimento tecnológico, 
propiciando trabalhar menos e viver melhor.
A prática da economia solidária, ao unir o emocional com 
o econômico, a competição com a cooperação, está indicando 
uma outra racionalidade que, ao contrapor-se à lógica capitalista 
tradicional, permite à sociedade reapossar-se da economia, 
possibilitando a subordinação desta à sociedade. Em outras 
palavras, permite expressar a economia não mais como o fim 
supremo, mas apenas como um instrumento que tem por 
finalidade o sustento da vida e a melhoria da condição humana.
A economia solidária conjuga de forma inovadora os dois 
sentidos do aspecto econômico: o substantivo e o instrumental. 
Não se trata apenas da fusão da lógica da competição e da 
solidariedade, mas da transformação da lógica mercantilista em 
uma nova lógica econômica que contemple também o social. 
Ela é uma economia dinâmica e inovadora que possibilita uma 
reforma social, em direção a uma sociedade mais justa.
O crescente processo de racionalização, envolvendo o cálculo, 
a racionalidade instrumental e o desencantamento do mundo, 
gerou um conceito capitalista que teve por consequência a 
produção exacerbada e o consumismo.
Por outro lado, podemos dizer que a economia solidária faz 
parte de uma revisão dos paradigmas que gera um novo estilo 
de vida e que levará a um novo espírito adequado a uma nova 
civilização.
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A economia solidária entrelaça-se com o feminismo, já que 
nela as mulheres são majoritárias; desperta a agroecologia, já 
que busca a aplicação de princípios ecológicos no processo 
de produção agrícola; incentiva a permacultura, que é um 
método para planejar, atualizar e manter sistemas de escala 
humana (jardins, vilas, aldeias e comunidades) ambientalmente 
sustentáveis, socialmente justos e financeiramente viáveis e; 
também possibilita o revigoramento das formas familiares de 
produção agrícola, expressões do movimento de defesa da 
sociedade diante do fundamentalismo de mercado.
Todos estes aspectos compõem um processo de transição 
de paradigmas e de civilização. A economia solidária é sinal 
de um outro paradigma produtivo, estando em sintonia com 
as novas possibilidades organizacionais. É portadora de uma 
outra visão sobre o progresso, de novas formas de viver e de 
se relacionar com a humanidade e com a natureza.
Para que se configure uma outra economia, não basta 
apenas a organização de processos de autogestão. A economia 
solidária não diz respeito somente a processos organizacionais 
intra-econômicos nem aponta somente para o Estado ou para 
processos políticos. Trata-se de um conjunto de atividades que, 
simultaneamente, articulam tanto a luta política quanto a 
geração de renda, repondo a economia política.
Entretanto, se não ocorrerem transformações pessoais, 
culturais, se não rompermos com o espírito do capitalismo 
tradicional, não haverá condições para uma outra racionalidade 
econômica senão a capitalista. Cada um de nós é parte do 
problema e da solução.
A economia solidária constrói-se com base na confiança 
e na mudança de valores, o que não coincide com o ritmo do 
desespero dos excluídos. A solidariedade só é verdadeira se nasce 
da adesão voluntária. Ela não pode se dar por decreto, apenas 
como resultado de políticas estatais. Ela depende, primariamente, 
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da adesão das pessoas aos princípios da solidariedade, igualdade, 
democracia e responsabilidade.
Assim, percebemos que, além das frentes política e 
econômica, há que se enfrentar questões ético-culturais. 
Muitos que hoje participam do movimento da economia 
solidária vieram de uma tradição, segundo a qual o central 
era o aspecto político com foco no Estado. Hoje se fortalece, 
cada vez mais, a busca da organização econômica de forma 
diferente, penetrando no campo da cultura e da ética.
Aliás, a crescente junção entre o econômico e o cultural 
é também outra característica da economia solidária, que 
se enraíza no artesanato e nas economias com identidades 
locais e regionais. Isso explica por que em suas atividades de 
divulgação, como feiras, simpósios, encontros, sempre ocorrem 
manifestações culturais e artísticas.
Podemos afirmar que a economia solidária configura um 
outro modo de produção, com potencial civilizador superior 
ao do capitalismo tradicional. Amplia as possibilidades de 
desenvolvimento, tanto no plano das forças produtivas, quanto 
no das relações humanas; materializa novas relações produtivas 
e apoia as novas forças produtivas provenientes da atual 
revolução tecnológica, sendo assim, um conjunto de atividades 
econômicas libertas do caráter capitalista tradicional. Isso ocorre 
porque o modelo de vida dos países ricos não pode ser estendido 
a toda humanidade, e a economia atual não tem perspectivas de 
integrar nossas sociedades, sendo, ao contrário, profundamente 
excludente.
Portanto, cabe afirmar que a economia solidária constitui 
um novo modo de produção, pois se trata de novas relações 
tanto na produção quanto na repartição do excedente.
A economia solidária é parte de uma profunda transformação 
é uma outra racionalidade, porém ela não é uma solução 
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mágica para a humanidade. Há ainda muitos desafios a serem 
enfrentados para consolidá-la, por ser um movimento ainda 
extremamente frágil e nascente.
Mas sem dúvida é um sinal de esperança.
Resumo
Nesta unidade vimos alguns conceitos de administração, 
que é o conjunto de normas e funções que visa a disciplinar 
os elementos de produção, submetendo a produtividade a um 
controle de qualidade, com vista a uma maior eficácia.
Vimos ainda algumas teorias administrativas, suas ênfases e 
principais enfoques.
Este breve relato se fez necessário para introduzirmos novos 
conceitos, agora voltados para a administração social.
Ao introduzirmos o capítulo ”Ética na administração 
e responsabilidade social do administrador”, sentimos a 
necessidade de iniciar nosso trabalho com as definições de 
ética, moral e responsabilidade social, para então podermos 
trabalhar a importância da ética e da responsabilidade social 
na administração, conceitos modernos que centram os 
objetivos da empresa no bem-estar e na qualidade de vida de 
todos os envolvidos na cadeia de produção, dos fornecedores 
de matéria-prima aos consumidores dos bens ou serviços 
produzidos, passando pela comunidade na qual a empresa está 
inserida.
Trabalhamos, ainda, o tema da economia solidária, sua 
definição, suas características e principais diferenças com a 
administração no modo de produção capitalista tradicional.
Introduzimos também a questão da responsabilidade social 
e da autossustentabilidade, temas que vêm sendo trabalhados 
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em outras disciplinas, mas que por sua importância e 
contemporaneidade deverão ser recorrentes ao longo do curso.
4 CONTROLE SOCIAL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Podemos definir que “controle social” é o conjunto de 
ações desenvolvidas pela sociedade civil organizada e que têm 
por objetivo fiscalizar, monitorar e avaliar as condições em 
que a política de assistência social está sendo desenvolvida (a 
qualidade das ações sociais, a aplicação de recursos públicos e o 
resultado das ações na vida dos assistidos). Também trata-se da 
influência que a sociedade civil exerce na formação da agenda 
governamental para definir as prioridades do município.
Ao analisarmos a reforma do Estado em curso no Brasil, 
visualizamos que esta atende a vários objetivos. Um deles é a 
descentralização estatal, que parte do pressuposto de que a solução 
dos problemas deve ser buscada o mais próximo possível de sua 
origem, facilitando, assim, o controle social sobre a eficiência e 
eficácia de qualquer programa que se proponha a resolvê-los. Uma 
vez que a sociedade brasileira está atenta aos problemas, mais 
participativa e mais preparada para assumir responsabilidades, 
organizar-se e exercitar seu importante papel no controle social, 
essa descentralização torna-se uma medida interessante.
Até o final da Ditadura Militar não se falava em controle 
social, já que se tratava de conceitos antagônicos: autoritarismo 
e participação popular. Somente com o processo de 
redemocratização do país é que a expressão “controle social” 
passou integrar o vocabulário do governo e da população.
O controle social representaum avanço na construção de 
uma sociedade democrática e pressupõe alterações profundas 
nas relações do Estado com a sociedade, mediante a criação de 
mecanismos capazes de proporcionar a integração dos cidadãos 
no processo de definição, implementação e avaliação da ação 
pública.
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Por meio do controle social crescente será possível garantir 
serviços de qualidade, eficientes e eficazes, contando com a 
participação popular tanto na formulação quanto na avaliação 
de políticas públicas. Além disso, é uma forma de se estabelecer 
uma parceria eficaz e gerar, a partir dela, um compromisso entre 
Poder Público e a população capaz de garantir a construção de 
saídas para o desenvolvimento econômico e social do país.
As comunidades estão se organizando na defesa de seus 
interesses e trabalhando para diminuir e mesmo corrigir 
inúmeras desigualdades por meio do acesso a bens e serviços que 
assegurem a garantia de seus direitos humanos fundamentais.
Podemos citar, como exemplo, o “Orçamento Participativo”, que 
vem sendo adotado em muitos municípios cuja participação popular 
na elaboração do orçamento municipal tem demonstrado ser uma 
forma democrática de decidir sobre a aplicação dos recursos públicos 
em benefício da maioria. Informações são recolhidas e divulgadas, 
experiências são debatidas, realizam-se pesquisas, congressos e 
encontros participativos para que se busque um acordo coletivo na 
melhor distribuição de bens e serviços.
Desta forma, estão dadas as condições para a participação 
da população na gestão pública, para o exercício do controle de 
instituições e organizações governamentais e para a verificação 
e o bom andamento das decisões tomadas em seu nome.
O ponto fundamental da reforma administrativa é a 
desburocratização da máquina pública, promovendo meios 
para que a administração possa prestar serviços mais ágeis e 
de maior qualidade.
Busca-se hoje apresentar uma administração pública que deve 
ser, acima de tudo, eficiente, ágil, rápida, pronta para atender, 
adequadamente, às necessidades da população, facilitando o 
combate à corrupção, primando pela qualidade de seus serviços, 
buscando economia, transparência e publicidade.
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Esta eficácia só pode ser assegurada à medida que a sociedade 
participa ativamente da fiscalização dos serviços.
Hoje, ocorre uma maior participação do setor privado em 
atividades de interesse eminentemente público, substituindo 
o Estado na obrigação de prestar serviços de forma direta e 
deixando-o como mero gestor e fiscalizador. Ao mesmo tempo, 
o Estado cede lugar à sociedade para que esta exerça controle 
sobre o interesse público que também passou a gerir, dividindo 
com ela a responsabilidade de fiscalização.
Surge, então, um novo padrão de relacionamento entre 
Estado e sociedade, no qual se constata uma divisão de deveres, 
principalmente em setores envolvendo moradia, bem-estar 
social, proteção ambiental, educação e planejamento urbano, 
de forma a garantir uma maior integração entre os dois. 
Compartilhar o controle social com a sociedade é governar 
de modo interativo, buscando equilíbrio de forças e interesses e 
promovendo maior organização das diversas camadas sociais de 
forma a buscar melhores padrões de qualidade de vida.
Por isso, surgem o momento e o desafio de transformar o 
Estado num verdadeiro instrumento do exercício e realização da 
cidadania, para que possa garantir, acima de tudo, maior controle 
social, a partir da implementação do modelo da administração 
pública gerencial, sepultando, de uma vez por todas, o modelo 
burocrático que acompanha a máquina estatal há décadas.
Enfim, descentralizar a administração, instituindo mecanismos 
de controle social e participação popular são maneiras eficazes 
de garantir a transparência e evitar a corrupção.
O controle social deve pressupor uma forma de governar pela 
qual os cidadãos possam atuar como sujeitos políticos capazes 
de orientar e fiscalizar a ação do Estado.
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As experiências que estão ocorrendo demonstram que existe 
por parte da população o interesse em ampliar cada vez mais 
este espaço de participação. Os conselhos municipais, estaduais 
e federal, constituídos em diferentes setores, como saúde, 
educação, segurança, etc., corroboram tal afirmação.
Outro aspecto importante diz respeito ao processo de 
organização, que em geral inicia-se na esfera municipal, por ser 
o Poder Público mais próximo da população. O que se observa 
é que tais processos levam à relações mais solidárias entre os 
participantes e a uma maior consciência da necessidade de uma 
gestão pública transparente, em que a alocação e a aplicação 
dos recursos seja fruto de amplo processo de discussão, o que 
necessariamente resulta na melhoria dos serviços públicos 
prestados à comunidade. 
Podemos dizer ainda, que os diferentes conselhos municipais, 
estaduais e federais de saúde, de educação, de assistência social, 
etc., desempenham um importante papel no exercício do controle 
social, já que a eles compete: convocar conferências; deliberar 
políticas - aprovação do plano de assistência social; fiscalizar o 
desenvolvimento das ações e a utilização dos recursos, inclusive 
aprovar ou rejeitar a prestação de contas; normatizar, por meio 
de resoluções, repasses de recursos, redistribuições de metas, 
critérios de inscrição de entidades, critérios de avaliação das 
atividades, reconhecimento quanto ao impacto social de emendas 
parlamentares, etc.; mobilizar a sociedade civil, por meio de 
reuniões ampliadas, encontros, seminários, fóruns e conferências, 
para discutir e propor políticas de assistência a partir das demandas 
presentes nos municípios, estados e no país.
Desafios que se colocam para questão do controle social
Para que o processo de controle social não sofra 
qualquer recrudescimento, é necessário construir novas 
dinâmicas de gestão, nas quais o interesse público seja a 
motivação das ações governamentais, tornando a prática 
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do privilégio e do clientelismo coisa do passado, e conferir 
às diferentes áreas da assistência ao cidadão o verdadeiro 
status de uma política pública, concebida e organizada para 
assegurar direitos e propiciar novas condições de vida aos 
seus destinatários. Desta forma, deve ser concebida como 
direito universal.
Fundamentos jurídicos para o controle social
Com o fim da Ditadura Militar e de todas as medidas 
autoritárias editadas em nome da Lei de Segurança Nacional, 
inicia-se no Brasil um período de grandes manifestações 
populares e de amplas discussões sobre a democracia que se 
almejava para o país.
A convocação da Assembléia Nacional Constituinte, em 
1986, e sua instalação em 01/02/1987, marcou um período de 
ampla participação da população e de profundos debates no 
seio da sociedade, preocupada com garantias constitucionais 
que impedissema volta do autoritarismo. Tal processo culminou 
com a promulgação, em outubro de 1988, da Constituição 
Federal que ficaria conhecida como a “Constituição Cidadã”.
Uma das principais inovações da Constituição diz respeito à 
inclusão dos direitos sociais e coletivos dos cidadãos brasileiros. 
Até então, as únicas leis existentes neste sentido eram a Lei 
4.717/65, que regula a ação popular e a Lei 7.347/85, que trata da 
ação civil pública.
A partir de 1988, amparadas pela Constituição Federal 
brasileira, surgem novas legislações que oferecem garantias 
à população em diferentes setores. Dentre estas, podemos 
citar: Código de Defesa do Consumidor, Estatuto da Criança e 
do Adolescente, Estatuto do Idoso, Lei de Direito Autoral, Lei 
Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei de Defesa do Meio 
Ambiente, dentre outras.
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