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O AUTISMO NÃO SE CURA, SE COMPREENDE
RELAÇÃO ESCOLA, PAIS E AUTISTAS
CASSOLI, Emeline, RU 1141903
POLO, São Pedro do Ivaí
UNINTER
Resumo
Este trabalho foi elaborado com base em pesquisa sobre o tema Espectro do Autismo em sites e vídeos e também por uma pesquisa realizada em campo na escola municipal da cidade de são Pedro do Ivaí, aonde foi entrevistado a mãe de uma aluna com síndrome do autismo a senhora Thaís e a professora Edna maria, o sobrenome da mãe foi preservado por pedido próprio da mesma; esta entrevista foi feita com o objetivo de mostrar as dificuldades e conquistas de uma criança autista em uma escola de ensino regular, e assim ressaltar a importância da inclusão escolar.
Palavras-Chave: Inclusão, Espectro do Autismo, Superação, Entrevista.
INTRODUÇÃO:
Cada criança tem as suas próprias características isso todo professor sabe, trabalhando em uma sala de 20 alunos todos os dias o professor acaba aprendendo o “jeitinho” de cada aluno e acaba aprendendo a lidar com a forma de aprende de cada um, não devemos “adequar” nossos alunos ao sistema de ensino e sim “adequar” o sistema de ensino ao aluno, o que isso significa?
Significa que a escola deve ser parte do meio que ali esta inserida, deve trazer para dentro da escola a realidade dessa comunidade, e os materiais e conteúdos devem ser apropriados para aquela realidade, e o professor deve trabalhar os conteúdos junto com a história de vida dos alunos ou seja, os aprendizados já trazidos pelos alunos e a maneira de ser de cada aluno.
Como futura pedagoga fiz uma pesquisa sobre o Espectro do Autismo para saber mais sobre essa síndrome e depois fui a campo e realizei uma entrevista com a mãe de uma criança autista e a professora da sala de aula, e pude constatar a força de vontade da mãe em querer o melhor para sua filha, e o comprometimento da professora em fazer o seu melhor! Uma parceira escola e pais que dá certo, quando as duas partes buscam o mesmo objetivo.
Só a informação e o conhecimento conseguem quebrar as barreiras do pré-conceito e pré-julgamento! Barreiras estas que impedem a sociedade de se tornar algo melhor e com mais união, todos somos capazes! O caminho de um pode ser mais logo que o do outro mais, isso não significa que ele não consiga caminhar, basta dar o primeiro passo! E um para estender a mão! Neste caso esse é o dever da escola do professor e toda sua equipe pedagógica, devem acolher, com um olhar sensível, mas sem fazer por ele, o aluno deve dar os seus passos por si próprio, o professor só deve ser o guia nessa caminhada!
DESENVOLVIMENTO:
Cada pessoa é única no seu jeito de ser, e cada pessoa tem as suas dificuldades e suas potencialidades; O professor deve ter um olhar com muita sensibilidade ao seu aluno como já citado, deve também perceber suas características e respeita-las pois, cada aluno tem o seu tempo, e cada um tem as suas dificuldades e avanços, procurando conhecer essas diferenças que são iguais; pesquisei sobre o tema Espectro do Autismo, na internet tem vários textos, vídeos, blogs, enfim varias informações que hoje esta ai ao acesso de todos como forma de informar, e dar o primeiro suporte para esses pais que não sabem ainda o que é o Autismo, eu falo isso por que entrevistei uma mãe de uma menina Autista e ela me disse que quando sua filha Isabela era menor ela começou a observar as primeiras características que de certa forma a “diferenciavam” de outras crianças, logo ela mesma começou a fazer pesquisas no Google para ter mais informações, e isso acabou deixando-a com mais dúvidas, e de fato depois que ela me disse isso eu fui em busca de pesquisar e achei inúmeras informações, por que quando falamos em Autismo existem várias características algumas que são bem claras do autismo, mas o que eu pude perceber tanto conversando com essa mãe quanto na minha pesquisa é que cada criança tem as suas características pessoais, embora ao mesmo tempo tem algumas ou as vezes em casos mais severos todas as características do Autismo, o que é bom deixar bem claro e bem reforçado:
Primeiro o pai e a mãe são fundamentais nesse processo de descoberta, por isso é fundamental esse olhar de perceber e sentir o modo de ser dessa criança, pois se os pais perceberem que esta criança tem algo que talvez não sege tão comum irá em busca de auxilio, sege um médico, ou psicólogo ou um profissional da educação, (este amparo se for da área da educação irá auxilia-lo a procurar um neurologista um médico mais especialista na área), mas enfim é fundamental que os pais percebam que algo esta “errado” para que essa descoberta sege feita o quanto antes, essencial antes do 3 anos o inicio de um acompanhamento, porém é muito difícil a compreensão desses sintomas nessa idade, por isso eu ressalto a importância de um conjunto de profissionais junto aos pais; Mas, o que é o Espectro do Autismo (TEA)?
Segundo Maria Helena Varella Bruna, no site Drauzio Varella:
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes síndromes marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.
Ou seja, basicamente se olharmos em um contexto, existem algumas características mais comuns, mas também temos que considerar que cada criança é única e cada uma tem a sua própria dificuldade e forma de encarar a vida, por isso é fundamental uma avaliação multidisciplinar, ou seja várias avaliações para que esses pais e a escola consigam entender e compreender melhor esse aluno.
Ao conversar com essa mãe ela me disse que ela passou por três fases que hoje ela vê como bem marcantes: A primeira é a fase da dúvida, de não saber o que a Isabela tinha, por que de fato quando começa as primeiras percepções eles são muitos novinhos, no caso da Isabela ela tinha apenas 1 ano e 3 meses quando os pais dela realmente viram que tinha algo incomum ali; em um primeiro momento pensaram que podia ser um problema de audição, por que eles a chamavam e ela começou a não responder, tipo ela não olhava quando chamavam o nome dela, ela não tinha um interesse por brinquedos sonoros, mesmo que os pais balançavam e então isso se agravou um pouco mais quando ela parou de falar as poucas palavras que ela falava, por exemplo ela pedia agua, e parou de pedir a Thaís mãe dela me disse que na época quando ela queria ela pegava a mão dela e a levava ate a torneira, nas palavras da Thaís:
“Nessa época foi uma tortura pra mim, por que eu sabia que algo estava acontecendo, mas não sabia o que era, me lembro de mim pesquisando e ficando perdida; Nossa quantas vezes chorei no meu quarto pedindo uma solução, é duro você ver seu filho precisando de ajuda e não saber nem por onde começar”
Veja, vemos claro aí dois sintomas do autismo, mas é normal junto da fase da dúvida também vim a negação, é difícil lidar com essa situação, o segredo como ela mesmo me disse é tentar manter a calma e buscar a clareza.
Depois vem o segundo estágio, quando os pais descobrem eles ficam num estágio meio que de “luto”, é um estágio em que os sonhos deles pra criança ficam meio frustrado, o medo é muito grande, a sensação se não vão conseguir lidar é enorme, nessa fase a Thaís me disse que lembra que ficou meio em depressão, mais é como ela mesmo me disse: “milha filha precisava de mim, então peguei meus medos e tristezas e guardei em meu coração e fui a luta, pelo melhor para Isabela”; Passando essa fase de descoberta chega então afase do pós diagnóstico, que é aonde os pais vão aos especialistas necessários, fazem os acompanhamento específicos e são orientados por médicos neurologistas, psicólogos, e outros se assim precisar, como por exemplo, fonaudiologistas, psicopedagogos e outros se precisar; Daí chega o momento da “melhor Acolhida”, sempre tentar buscar o melhor pra criança isso é FUNDAMENTAL, para um melhor desempenho e melhor convívio de se relacionar em sociedade, se relacionar com outras pessoas, por que o autista tem uma dificuldade geralmente muito grande em se relacionar.
Agora alguns sintomas do Espectro do autismo:
Movimentos Repetitivos
Afastamento Social
Dificuldade do Contato Visual
Não interagir socialmente
Dificuldade na Fala
Sensibilidade de Sons e Toques Alterada, (para mais ou para menos).
Esses são alguns são alguns sintomas, mais comuns.
ENTREVISTAS:
Sobre a visão da Thaís como mãe inserindo a Isabela no ambiente escolar eu perguntei a ela: 
Qual foi seu maior medo quando você fez a matricula dela e decidiu que ela ia ter um convívio escolar no ensino regular?
“Meu maior medo era o medo dela sofrer, dela ser excluída, dela se sentir excluída, minha vontade era de estar sempre por perto há protegendo e de repente deixa-la caminhar sozinha me assustou muito”
Como foi o primeiro dia dela na escola?
“O primeiro dia pra mim eu senti um frio na barriga, já pra ela acho que foi uma mistura de medo com adaptação e principalmente de curiosidade, por que a Isa é muito curiosa.”
Como está sendo o convívio dela hoje com os demais alunos?
“Nossa a Isa melhorou bastante em relação a se socializar, hoje eu vejo que ela conversa bem melhor com os amiguinhos, e a professora estimula bastante essa socialização, eu vejo que ela faz bastante atividades nessa questão.”
E	o que você viu de progresso na questão pessoal dela e questão de aprendizagem?
“Ela melhorou bastante na fala, teve um tempo que ela não falava quase nada, quando ela entrou aqui na escola, ela falava poucas palavras a maioria repetindo agente, hoje ela já fala algumas frases curtas, e eu vi uma melhora na questão que hoje ela já me pede pequenas coisas, como por exemplo quero agua, isso ela não falava, ela só pegava minha mão e mostrava, e hoje eu vejo que as vezes ela conversa um pouco com os demais amigos, isso me motiva muito.”
Depois de conversar com a mãe da Isabela, fui conversar com a professora Edna e perguntei:
qual é o papel do professor e da escola nesse processo de inclusão e de socialização?
“É importante que o profissional tenha um sentimento de acolhimento, e fundamental que este não rotule esse aluno, não o descriminando perante a classe ou em qualquer outro lugar, é fundamental que o professor sinta esse aluno, vendo as suas características e respeitando-as, tentando promover uma relação próxima a ele, também é fundamental que eu como professora procure conversar com a mãe dessa aluna para saber como ela é, por que ninguém melhor para conhecer um filho como uma mãe, já a escola ao meu ver deve ter a postura de dar o suporte necessário, e de ter sempre a visão de sempre buscar o melhor para todos.”
Quais são as atividades que melhor atendem os Autistas na sua opinião?
“Eu costumo dizer que toda atividade pode ser trabalhada com crianças autistas, que não vai haver nenhum problema, pois não pode existir exclusão, porem com crianças autistas na sala o professor deve procurar ter um olhar mais atento e buscar recurso que auxiliam nessas atividades para melhor compreensão deles como por exemplo os recursos visuais, eles são fundamentais nessa relação aluno e atividade, por que os alunos autistas entendem melhor por imagens do que por sons ou palavras, eu gosto de usar muito isso na sala de aula”.
A Thais me disse que a Isabela tinha um problema muito sério na comunicação quando chegou aqui, como você lidou com isso?
“Eu tinha visto uma vez em um site, sobre um calendário de figura sobre comunicação, então resolvi aplica-lo aqui na sala de aula com a Isabela, e deu muito certo, por que quando ela chegou aqui era difícil de saber se ela queria ir ao banheiro por exemplo, e com isso se tornou bem mais fácil a nossa comunicação, eu dei a ela esse calendário e ela me mostrava o que ela queria pelo desenho que tinha ali deu muito certo, hoje ela não precisa mais, por que ela já me diz o que ela quer, mais no começo isso auxiliou muito.”
Exemplos de calendários de figuras para a comunicação:
Você sabe me dizer o que é kit sensorial?
“ kit sensorial são objetos que relaxam os autistas e que são usados para auxiliá-los quando acontecem as crises de ansiedade ou nervosismo; a criança que é autista ela tem uma sensibilidade diferente, tem crianças que tem mais, tem crianças que bem menos, mais elas costumam sentir o mundo de uma outra forma, então as vezes alguns sons incomodam ou algumas brincadeiras que há muito toque, é importante que o professor observe o que aflige esse aluno e tenta contornar essa situação da melhor forma possível, no caso da Isabela ela gosta muito de pegar um urso que ela traz da mochila de casa quando algo a incomoda, então é importante eu observar isso, e respeitar ela a seu tempo”.
Mas existem vários exemplos de objetos que podem ser usados dentro da sala de aula, aqui alguns exemplos:
Tudo que o relaxe ou o acalme, que sege de alguma forma bom pra ele pode ser utilizado para uma melhor assoliazação.
CONCLUSÃO:
Chego ao fim do meu trabalho com o aprendizado de que crianças com o espectro do autismo tem as mesmas passibilidades que qualquer outra, só que elas tem o seu tempo próprio para isso, e as vezes precisam mais de uma auxilição, precisamos respeitá-los e não os impor aquela velha história de Inclusão que exclui, ou integração, este que é mais ruim ainda, pois coloca alunos com “deficiência” em salas “especiais” e deixas as outras salas com os alunos “normais”, ou sege há um discriminação dentro do contexto escolar, só mudou o ambiente e não a forma de ver essas crianças, por isso nós como pedagogos e professores devemos ter um olhar de sensibilidade aos nossos alunos e sempre buscar a igualdade e o melhor para eles, crianças autistas vê o mundo de uma forma diferente, mas daí eu te pergunto e você não tem uma visão diferente de mim também de mundo? Será que já não é a hora de pararmos com esses rótulos e buscarmos realmente o que interessa para nós profissionais da área de educação o APRENDIZADO, o respeito e principalmente buscarmos uma melhor mudança para a sociedade.
Conversando com a mãe da Isabela pude constatar que ela sonha com um futuro para sua filha, em que ela possa realizar todos os seus sonhos! Não é fácil, há obstáculos, mas na vida de todo mundo também existe grandes desafios que enfrentamos todo dia, para a Isabela só deve ter um pouco mais de preparo e um pouco mais de paciência, mas isso não significa que ela não é capaz, significa que ela é forte e que ela tem o seu tempo! Todos nós temos o nosso próprio tempo para tudo!
Na escola observei profissionais comprometidos e preocupados com o bem-estar e aprendizado não só da Isabela, mas, como de todos os alunos! Como futuro profissionais da educação devemos nos preparar para encarar todos os tipos de adversidade que se encontram num ambiente escolar; por que o ser humano são diferentes entre si, e é isso que nos torna seres únicos, então devemos estar preparados e principalmente aprender a respeitar a história de vida de cada aluno, a maneira de ser de cada aluno, e assim formar dentro da sala de aula um ambiente de aprendizado mútuo em que todos buscam uma única meta, mas que todos tem os seu próprio ritmo! 
Finalizo o meu portfólio com a seguinte frase da autora Jesica Del Carmen Perez:
“As crianças especiais, assim como as aves, são diferentes em seus vôos. Todas, no entanto, são iguais em seu direito de voar.”
REFERÊNCIAS:
Maria Helena Varella Bruna, Site Drauzio Varella, Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/tea-transtorno-do-espectro-autista-ii/ , Acessado em:05/06/2018.Jesica Del Carmen Perez, citado por Meu Cérebro, Disponível em: https://meucerebro.com/19-frases-inspiradoras-sobre-o-autismo-retiradas-das-redes-sociais/, Acessado em: 06/06/2018.
VIDEO:
Jean Javarini, Youtube, Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-KCdSeBWIdU, Acessado em: 05/06/2018.

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