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* * * - A.10 - EXTRAÇÃO DO CALDO POR DIFUSÃO: PRINCÍPIOS DA DIFUSÃO, TECNOLOGIA E CONDUÇÃO DOS DIFUSORES E, TIPOS DE DIFUSORES Guia para Iniciação ao Estudo da Agroindústria Sucro-alcooleira * * * DIFUSORES DE CANA SUA IMPORTÂNCIA NA INDÚSTRIA SUCROALCOOLEIRA 1. INTRODUÇÃO Início da extração de sacarose da cana-de-açúcar por difusão primeiras constatações 1885 a 1905, em Cuba, Louisiana, Maurícius, etc. Interesse desta técnica se deve bom desempenho na extração (beterraba açucareira) menor eficiência das moendas menor índice de extração bagaço úmido (caldeiras) Devido ao crescimento da agro-indústria da beterraba motivou-se estudos sobre uso racional das moendas conclusão utilização de trens de moagens maiores índices de extração umidade mais favorável Maior eficiência das moendas + dificuldade do processo de difusão abandono da extração por difusão difícil secagem do bagaço problemas mecânicos e microbiológicos * * * Egito - Naudet: processo misto de moagem e difusor que perdurou. - Constataram Entretanto, no campo da indústria da beterraba os estudos dos difusores continuavam (Hildebrant - Alemanha) objetivo Troca do sistema de extração intermitente contínuo conseqüências sistema contínuo operações mais fáceis maior economia (vapor, espaço e mão de obra) mais eficiente Com o progresso da difusão em beterraba açucareira Houve interesse da aplicação deste processo na indústria da cana - (Louisiana, 1950 e Hawai, 1957) Preparo intenso da cana (facas, desfibradores, ...) seguido a extração 60% do caldo lavagem - residuária - 2 moendas bagaço - vários compartimentos contra-corrente excesso H2O - bagaço => caldeiras pré-clarificação * * * Hoje existem difusores de diferentes concepções operando: África do Sul Hawai México Maurício, etc. Brasil - 1968 (BMA + 4 termos) (1) U.S. São Francisco - Piracicaba-SP (2) RG do Norte - DDS Atualmente: Difusores Horizontais lineares - Usina Galo Bravo, Cruz Alta, etc. * * * 2. PRINCÍPIOS DE DIFUSÃO Difusão (osmose) Membrana semipermeável Semelhança Processo muito lento massa da cana (água quente) extração de 3% exosmose endosmose * * * Extração do caldo por difusão lixiviação lavagem (água quente) embebição composta (moendas) percolação Eficiência da extração constituição e preparo da cana 2.1. Constituição da cana tecido parenquimatoso, fundamental ou medula reserva de açúcar maior pureza feixes fibro-vasculares ou vasos de circulação condutores de seiva feixes fibrosos do córtex resistência e sustentação menor pureza do caldo cana 12,5% fibra maceração Partes duras Partes moles caldo 75% fibra 25% caldo 92% fibra 8% => 20% do caldo total => 80% do caldo total * * * Diferença entre difusor de cana e bagaço: difusor de cana - não tem extração prévia difusor de bagaço - tem extração prévia (moendas) Três pontos importantes na difusão: preparo inicial da matéria prima separação do caldo pelo sistema de recirculação em contra-corrente secagem do bagaço 3. PREPARO DA CANA Objetivo camada uniforme máximo de células abertas compacta (massa fibrosa) permeável Equipamentos mesmos da extração por moendas (facas niveladoras e picadora; desfibradores) open cells >= 94% distribuição de camada uniforme e homogênea não deve forma de grau de compactação dificulta a penetração de água e caldo. Não compactado preparo * * * 4. TIPOS DE DIFUSORES a - Construção oblíquos (DDS) horizontais (BMA, De Smet) circulares (Silver - Circ. Horizontal - Saturno Circular vertical) b - material processado cana bagaço c - princípio de funcionamento lixiviação maceração 4.1. Difusor oblíquo (DDS) Difusor de bagaço (moagem-difusão) Importância do pH e da temperatura pH do caldo = 6,2 retenção no difusor maior com a temperatura ocorrerá uma inversão de sacarose (< 0,05%) * * * Vista longitudinal e transversal do Difusor DDS 1 - Hélices helicoidais transportadoras, 2 - Alimentação do bagaço com 35 a 40% de caldo, 3 - Eixos centrais, 4 - Parafusos sem fim para a retirada do bagaço, 5 - Água fresca para a lavagem (55 a 60ºC), 6 - Caldo diluído extraído das moendas desunificadoras (água doce), 7 - Saída de caldo para a fabricação, 8 - Câmaras de aquecimento a vapor para o caldo retornado (60-70 ºC). Funcionamento: Velocidade da hélice - 2 rpm Tempo do ciclo - 20-30 min Ação mecânica diferente dos outros processos, retira o caldo residual do bagaço após a passagem das canas pela moagem. * * * Instalação do difusor DDS e tratamento de caldo Comparação entre o sistema de moagem com o de moagem-difusão Sistema de trabalho Cana-de-açúcar Pol % de bagaço Extração % Açúcar em t Kg por T.C. Toneladas Pol 4 ternos de moendas 26 x 48" 8.251 12,98 3,29 92,49 827 100,23 4 ternos mais difusor 8.497 13,10 1,48 96,87 914 107,57 * * * 4.2. Difusor horizontal (De Smet) Difusores de cana ou de bagaço cana: corpo metálico c/ forma retangular - comprimento 35 a 52m cinta metálica perfurada com 2 correntes p/ tração (tempo: 40 a 60 min.) Princípio: lixiviação ou lavagem sucessivas c/ caldo diluído, H2O doce e água pura em contra-corrente. Aquecedor de caldo diluído = 65 - 70°C (aço inox) * * * Difusor de cana de SMET Legenda: 1 - Corpo metálico 2 - Cinta metálica perfurada 3 - Compartimentos individuais 4 - Raspador rotativa (retirada de bagaço) 5 - Bomba centrífuga 6 - Calha de caldo 7 - Entrada de água 8 - Circulação de água doce 9 - Saída do caldo 10 - Aquecedor de caldo 11 - Facas rotativas e desintegrador 12 - Rolo compressor 13 - Moenda de secagem 14 - Clarificação de caldo * * * Difusor tipo DCZ-400 (8000 TCD) FUNCIONAMENTO DE DUFUSOR HORIZONTAL * * * 4.3. Difusores circulares (Saturne) Trabalha no sistema de maceração, sendo um difusor de bagaço Origem francesa Princípio: maceração e lixiviação 2 cintas metálicas móveis em anel diâmetros externo - 12m interno - 9m largura = 5 - 6m altura = 1,5m Caldo de reciclagem 75ºC e p# 8-9 FASES: A - Extração de caldo B - Percolação e remoção (lavagem) C - Remoção do caldo D - Maceração do bagaço (concentração) E - Entrada de caldo F - Entrada de água pura (quente) G - Remoção de bagaço. * * * Difusor Saturne (SUCATLAN) LEGENDA- números: 1 - Diâmetro externo (12m) 2 - Diâmetro interno (9m) 3 e 4 - Rolos de encosto (guia) 5 - Acionamento hidráulico 6 - Catraca (controle de movimento) 7 - Entrada de água 8 - Entrada de caldo 9 - Depósito de caldo (p/ circulação) 10 - Entrada de caldo 11 - Crivo externo 12 - Depósito (p/ fabricação) 13 - Aquecedor 14 - Entrada de caldo (p/ recirculação) 15 - Retirada de caldo rico * * * 4.4. Outros tipos de difusores Difusor BMA, trabalha tanto com cana como apenas com bagaço Difusor Silver, trabalha com cana Difusor Van Hengler, trabalha pelo processo de moagem-difusão Difusor horizontal Sul Africano, trabalha apenas com cana * * * 5. DIFUSÃO DE CANA E DIFUSÃO DE BAGAÇO Difusores cana bagaço Defensores do difusor de bagaço maior economia (retirada da sacarose residual) extração inicial (moendas), prepara o bagaço para o difusor maior capacidade (TC) de processamento por hora elevação da extração para níveis de 97% Comparação entre Moagem e Difusão: uso difusão - desenvolvimento tecnológico a) locais de tecnologia avançada custo de prod. elevadabom preparo da cana b) regiões menos adiantadas difusores de bagaço Tenderá difusor de cana + barato moenda * * * 6. VANTAGENS DA DIFUSÃO EM CANA-DE-AÇÚCAR Vantagens: a) pol do bagaço 1 a 2% b) extração em sacarose % de sacarose de cana 96,5 a 98,0% c) menor custo inicial (investimento comparativo) d) baixo custo de manutenção e) processo automático f) baixo consumo de energia g) facilidade de trabalho para esterilização (t ºc) h) obtenção de caldos parcialmente clarificados i) obtenção de caldos mais puros < colchão de cana - elemento filtrante > j) possibilidade de retorno do lodo ao processo l) obtenção de caldos de maior pureza Limitantes ao bom desempenho: a) quantidade de cana ou bagaço processado por hora b) qualidade da matéria-prima c) índice de preparo da cana adequado d) profundidade do leito de massa fibrosa e) tempo de ciclo de difusão f) quantidade de água de embebição g) quantidade e qualidade do caldo de retorno h) temperatura e pH da difusão i) número de retornos
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