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Toxicologia Ocupacional Prof. Dr. Antônio Novaes antonio.novaes@uni9.pro.br Toxicologia Ocupacional • É a área da toxicologia que identifica e quantifica as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem. Objetivo da toxicologia ocupacional • Prevenir a saúde do trabalhador ocupacionalmente exposto, estuda- se os agentes tóxicos de matérias- primas, produtos intermediários e produtos acabados. O que estuda? Aspectos físico-químicos Interação entre agentes no ambiente e no organismo As vias de introdução A ocorrência de intoxicação a curto, médio e longo prazo, Os limites de tolerância na atmosfera e no sistema biologico Os indicadores biológicos de exposição Uso prático da toxicologia ocupacional Avaliar a saúde no trabalho Definir estratégias para a segurança do trabalho Corrigir ou minimizar os risco de intoxicações ocupacionais A prevenção da intoxicação em toxicologia ocupacional pode ser alcançada em 3 etapas • Realizada através da medição instrumental ou laboratorial do agente químico, comparando os resultados com os limites de tolerância no ambiente e no sistema biológico. • Visa eliminar ou reduzir/neutralizar a exposição do trabalhador ao agente tóxico. Reconhecer Avaliar Controlar Identificada a presença do agente em determinado local de trabalho ou em determinado produto industrial. Monitoramento Ambiental e Biológico As alterações do estado de saúde relacionadas com o trabalho e o ambiente podem ser prevenidas por meio de medidas que incluem a subtituição da substância nociva responsável pelo efeito tóxico. Nem sempre é possível remover por complete a cauda potencialmente responsável pelas alteração do estado de saúde. É fundamental que se monitorize a exposição medicamente monitoramento ambiental (MA) e monitoramento biológico (MB). • Monitoramento – Atividade sistemática, continua ou repetitive relacionada com o estado de saúde, finalizando, quando necessário, com a adoção de medidas corretivas; • Monitoramento ambiental – determinação, habitualmente ao nível da atmosfera do ambiente de trabalho, dos agentes presents para avaliar o risco à saúde, comparando-se os resultados obtidos com as referências apropriadas. • Monitoramento biológico – determinação dos agentes presents no ambiente de trabalho e/ou dos seus metabólitos nos tecidos, nas secreções, no ar expirado dos indivíduos expostos obtidos com as refeências apropriadas. Os parâmetros utilizados nesses estudos são definidos como “indicadores biológicos” bioindicadores “”biomarcadores”. A prevenção da intoxicação em toxicologia ocupacional pode ser alcançada em 3 etapas fundamentais que são: 1. reconhecimento 2. avaliação 3. controle. TOXICOLOGIA OCUPACIONAL 1. RECONHECIMENTO: Através do conhecimento dos métodos de trabalho, processos e operações, matérias-primas e produtos finais e/ou secundários, é identificada a presença do agente em determinado local de trabalho ou em determinado produto industrial. Também busca-se a caracterização das propriedades químicas e toxicológicas do agente. TOXICOLOGIA OCUPACIONAL 2. AVALIAÇÃO: Realizada através da medição instrumental ou laboratorial do agente químico, comparando os resultados com os limites de tolerância no ambiente e no sistema biológico. Na etapa da avaliação, verifica-se, entre outros fatores, a delimitação da área a ser avaliada, o número de trabalhadores expostos, jornada de trabalho, ventilação, ritmo de trabalho e fatores interferentes. Os resultados obtidos definirão a necessidade de execução da etapa 3. TOXICOLOGIA OCUPACIONAL 3. CONTROLE: Visa eliminar ou reduzir/neutralizar a exposição do trabalhador ao agente tóxico. São medidas administrativas e técnicas que limitam o uso de produtos e técnicas de trabalho, tempo de exposição e número de trabalhadores expostos. Também mantém comissões técnicas de controle, disciplinam o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), melhoram as condições de ventilação, treinamento dos trabalhadores. TOXICOLOGIA OCUPACIONAL LIMITE DE TOLERÂNCIA (LT) Concentração máxima que uma substância pode alcançar no ambiente de trabalhoà sem dano à saúde do trabalhador. Do ponto de vista da saúde, observar apenas esses limites no ambiente de trabalho é insatisfatório, pois não contempla os indivíduos suscetíveis, hábitos individuais e a somatória de exposições por outras vias de contato. Para complementar os dados obtidos na monitorização ambiental é necessário o estabelecimento de limites biológicos para a identificação de diferenças individuais. MONITORAMENTO DA EXPOSIÇÃO LIMITE DE TOLERÂNCIA BIOLÓGICA (LTB) Quantidade limite do agente ou seu produto de biotransformação encontrado em material biológico (ar exalado, urina, sangue). Alterações bioquímicas e fisiológicas decorrentes da exposição a determinado agente tóxico, sem que haja o aparecimento de sinais clínicos de intoxicação ou efeitos irreversíveis. MONITORAMENTO DA EXPOSIÇÃO MONITORAMENTO DA EXPOSIÇÃO Trabalhador Saudável Trabalhador Doente Causas Ocupacionais Não ocupacionais MONITORAMENTO DA EXPOSIÇÃO VIAS DE EXPOSIÇÃO GASES ASFIXIANTES Produzem asfixia mesmo quando presentes em pequenas concentrações Ø Agentes metahemoglobinizantes Ø Monóxido de carbono (CO)à carboxihemoglobina Ø Gás sulfídrico (H2S) à inibição da citocromo oxidase (complexo IV) da cadeia de transporte de elétrons (reage com Fe3+), formação de sulfahemoglobina (pequena proporção) Ø Gás cianídrico (HCN) à inibição da citocromo oxidase (complexo IV) da cadeia de transporte de elétrons GASES ASFIXIANTES Mecanismo de ação do CO: Forma uma ligação estável com a hemoglobina, formando a carboxiemoglobina GASES ASFIXIANTES Efeitos tóxicos ao CO § Depressão do Sistema Nervoso Central § Hipóxia sistêmica aparece quando 20 a 30% da hemoglobina está saturada com CO § Inconsciência e morte ocorrem com 60 a 70% de saturação § Cardiotoxicidade, neurotoxicidade, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade Dor de cabeça Náusea Tontura Asfixia Colapso Perda da consciência GASES ASFIXIANTES Agentes metemoglobinizantes São substâncias capazes de induzir a oxidação de um átomo de ferro da hemoglobina, do estado ferroso (Fe2+) para o estado férrico (Fe3+), formando um pigmento conhecido como METAHEMOGLOBINA (MHb) à não consegue se ligar ao oxigênio, CO2 e CO POEIRAS E PARTÍCULAS Poeiras e Partículas Orgânicos Inorgânicos Naturais: esporos, grão, algodão Sintéticos Não-metálicos Metálicos: antimônio, arsênio, óxido de cádmio, cromatos, chumbo, fumos metálicos Sílica (talco, quartzo) Não-sílica (asbestos, carvão) POEIRAS E PARTÍCULAS- PNEUMOCONIOSES Pneumoconiose do minerador de carvão Ø Antracose pulmonar (pequena alteração da função pulmonar) Ø Fibrose massiva progressiva Ø Síndrome de Caplanà artrite reumatóide + pneumoconiose DOENÇAS OCUPACIONAIS DA PELE- DERMATOSES OCUPACIONAIS Fatores que afetam a absorção: Ø Concentração Ø Área exposta Ø Duração da exposição Ø Presença de barreiras ou oclusões Ø Velocidade de difusão através da epiderme e derme Ø Existência de danos na pele Ø Fluxo sanguíneo Ø Propriedades físicas da substância (peso molecular, solubilidade no estrato córneo, solubilidade em água) DOENÇAS OCUPACIONAIS DA PELE- DERMATOSES OCUPACIONAIS Ø Dermatite de contatoà irritante, alérgica Ø Queimaduras Ø Desordens pigmentares (vitiligo, hiperpigmentação, alteração da cor) Ø Desordens acneiformes (acne, cloracne) Ø Câncer (UV, radiação ionizante, HPAs, arsênio) TOXICOLOGIA OCUPACIONAL – Uso prático Ø Avaliar a saúdeno trabalho Ø Definir estratégias para a segurança do trabalho Ø Corrigir ou minimizar o risco de intoxicações ocupacionais TOXICOLOGIA OCUPACIONAL Aos proprietários ou futuros proprietários de farmácias e drogarias Ø NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) Ø NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) Estabelece a obrigatoriedade por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, PCMSO (promoção e preservação da saúde dos trabalhadores). E PPRA (antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de riscos ambientais tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais).
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