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METODOLOGIA CIENTÍFICA Aula 1: Metodologia Científica Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer, de buscar o conhecimento. É uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. Para nós, método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência, ou para alcançar determinado fim. E metodologia (do grego methodos + logia) significa o “estudo do método”. Quanto à palavra ciência, durante muito tempo ela serviu para indicar conhecimento em sentido amplo, genérico, como na expressão “tomar ciência”, cujo significado é “ficar sabendo”. Aos poucos, porém, como veremos, ganhou também sentido restrito, passando a designar o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber. A metodologia científica está dentro de duas grandes área e essas duas áreas se completam! EPISTEMOLOGIA Epistemologia vem de episteme = termo grego que designa ciência; logia/logos = estudo. Também conhecida como Filosofia da Ciência, a área se ocupa da fundamentação da ciência. METODOLOGIA CIENTÍFICA APLICADA A Metodologia Científica está destinada à pesquisa e à elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos. E por que tenho que estudar Metodologia Científica? Se considerarmos o conhecimento e a verdade como algo dinâmico e histórico, encontraremos o ser humano como razão e fundamento desse saber. Assim, não será preciso mais fazer perguntas do tipo: por que tenho que estudar? Já que a resposta está na célebre frase de Descartes, “penso, logo existo”. Porque essa é a nossa essência. Aliás, muitos são os motivos para estudar Metodologia Científica. Vamos ver alguns deles: 1- Porque o conhecimento científico não existe sem método, sem uma linguagem específica, ou um rigor próprio. 2- Porque o maior desafio da Instituições de Ensino Superior está em desenvolver a postura de um pesquisador ao longo do processo educacional. 3- Porque é preciso desenvolver a autonomia do pensamento, muito presente no meio acadêmico. No exercício profissional, o sucesso está intimamente relacionado à capacidade de planejar e de organizar o pensamento, muitas vezes adquirida por meio da busca do conhecimento, através das práticas de leitura e da participação das atividades acadêmicas. No mundo acadêmico os modos de conhecer são classificados em: • Senso comum ou conhecimento empírico; • Conhecimento Científico; • Conhecimento Filosófico; • Discurso Religioso ou Conhecimento teológico. O Conhecimento Científico está estritamente ligado a Ciência. Mas afinal, o que é Ciência? Ciência é um saber racional e objetivo, que se atém aos fatos podendo transcendê-los. A Ciência depende da investigação metódica o que a torna analítica e requer exatidão e clareza na busca e aplicação de leis, podendo se usar de predições úteis, porém verificáveis. Quais as características do conhecimento científico? - Saber racional que obedece a regras, leis, princípios e se contrapõe ao saber ilusório, às emoções e às crenças; - Saber lógico e sistemático porque as ideias formam uma ordem coerente; - Saber verificável e metódico, pois é passível de exame para ter sua pretensão confirmada ou não. Para tanto segue uma técnica, um procedimento. Como podemos definir o senso comum? Aquilo que assimilamos por tradição. Idéias que nos ajudam a interpretar a vida e a julgar certas situações. Na verdade, estamos mergulhados no senso comum, que geralmente se apresenta como um saber ingênuo, fragmentado e por vezes conservador. O senso comum pode ser caracterizado em: Espontâneo; Não é crítico, não se coloca como problema e não se questiona enquanto saber. Ametodico; Não é crítico, não se coloca como problema e não se questiona enquanto saber. Empirico; e baseia na experiência cotidiana comum. Ingênuo ou acrítico; Não é crítico, não se coloca como problema e não se questiona enquanto saber. Subjetivo; É relativo ao sujeito do conhecimento. É formado por juízos pessoais a respeito das coisas, ocorrendo o envolvimento emocional e valorativo de quem observa. Aula 2: Conhecimento O que é o Método Científico? “Trata-se de um conjunto de procedimentos por intermédio dos quais se propõe problemas científicos e colocam-se à prova as hipóteses científicas.” (BUNGE apud LAKATOS, 2000, p. 44) O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. Na maioria das disciplinas científicas, o método científico consiste em juntar evidências observáveis, empíricas (baseadas apenas na experiência) e mensuráveis e analisá-las com o uso da lógica. Isso aconteceu no experimento que acabamos de ver.. No sentido literal, a Metodologia representa o estudo dos métodos e, especialmente, do método da ciência, que se supõe universal. Mas você já analisou por que o método é tão importante? Veja, então, a sua utilidade: • Ajuda a compreender o processo de investigação; • Possibilita a demonstração; • Disciplina suas ações; • Ajuda a perceber erros; • Auxilia as decisões do cientista. O método é, então, um plano de ação, em que a técnica utilizada é o modo ou a maneira de realizar a atividade pretendida, permitindo que o procedimento escolhido ocorra de maneira hábil e, se possível, perfeita. O método científico pode se sustentar em dois procedimentos: DEDUTIVO E INDUTIVO Observe que o Eletricista passa por 3 etapas: • Observação dos fenômenos; • Descoberta da relação entre eles; • Generalização da relação. Características que distinguem os argumentos: Até aqui estudamos duas abordagens importantes para o método científico: a abordagem dedutiva (dependente da lógica) e a indutiva (dependente da experiência empírica). Se por um lado podemos criticar o método dedutivo por não ampliar o conhecimento, por outro podemos apontar que ele nos traz um conhecimento provável, pois somente um exame de todos os elementos garantiria uma indução perfeita. Neste caso, se algumas induções não se confirmam, deve-se buscar os elementos que resultaram em erro, não abandonando a investigação. Método hipotético-dedutivo Karl Popper (1922-1996) criticou o método indutivo e lançou as bases do método chamado hipotético-dedutivo que consiste na construção de hipóteses, cujas predições devem se submeter ao critério da falseabilidade. Aula 3: Metodologia aplicada à pesquisa Pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método científico. Segundo Eva Maria Lakatos (1992, p. 43), a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos . Podemos, assim, indicar três elementos que caracterizam a pesquisa: • o levantamento de algum problema; • a solução à qual se chega; • os meios escolhidos para chegar a essa solução, como os instrumentos científicos e os procedimentos adequados. De acordo com Antônio Carlos Gil, duas são as razões para se fazer uma pesquisa: As razões de ordem intelectual, que decorrem do desejo de conhecer, são comuns nas dissertações de mestrado, nas monografias, nos artigos e nos trabalhos de conclusão de curso, em que a pesquisa é voltada para fins de conhecimento. Já as razões de ordem prática, como próprio título diz, vem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo, que muitas vezes pode vir a ser útil e beneficiar a própria sociedade.Quanto ao Pesquisador... É importante destacar que a possibilidade de êxito na tarefa de pesquisa depende das razões e motivações do pesquisador. Curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, sensibilidade social, imaginação disciplinada, perseverança, paciência e confiança na experiência são ações e atitudes que devem ser incorporadas à pessoa que for ou estiver no papel de pesquisador. Fazer pesquisa não é uma tarefa fácil É preciso ter planejamento e considerar aspectos como classificação, abordagem, objetivo e procedimentos, pois estes delimitam a busca do que se pretende pesquisar. Classificação da pesquisa A classificação da pesquisa está relacionada à sua natureza, ou seja, àquilo que compõe a essência da pesquisa: Pesquisa Pura: Conhecida também por básica ou teórica, a Pesquisa Pura objetiva gerar novos conhecimentos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.Envolve verdades e interesses universais. É motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador. Exemplo: A origem do universo. Pesquisa aplicada: É aquela que objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Exemplo: A busca de uma vacina contra a AIDS. Abordagem da pesquisa Quanto à abordagem, a pesquisa pode ser dividida em: A pesquisa bibliográfica é uma fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que dá o alicerce teórico que servirá de base ao trabalho. A pesquisa documental , como próprio nome já diz, se utiliza de documentos, que podem ser documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, microfilmes, fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos etc. Aula 4: Diferentes técnicas de estudo Fichamento: quando utilizar e como elaborar? Apresenta sobre como e quando se devem utilizar os fichamentos. Mostra como elaborar os fichamentos de forma adequada para cada tipo de documento ou trabalho a ser representado. Aborda de forma simples como confeccionar os textos em fichamentos. Para prosseguir selecione por onde deseja começar: Quando utilizar os fichamentos? O fichamento é uma prática de redação que ajuda organizar estudos e pesquisas de forma mais efetiva. Agrega em suas características o resumo do documento ou texto consultado, sua referência, sua localização física e metodologia de arquivamento para posterior recuperação de todas estas informações. É um meio de desenvolver as técnicas de redação como resumo e resenha dependendo de sua finalidade. Auxilia a treinar a elaboração de referências, redação científica (resumo e resenha), identificação de assuntos, pesquisa em centros de informação e bibliotecas e práticas de arquivamento. Os fichamentos feitos em meio acadêmico e em sala de aula, não necessitam da metodologia para armazenamento, sendo assim não precisam conter o local da obra (a não ser que seja pedido) e o espaço para identificação da ficha. As técnicas empregadas para o fichamento científico utilizado em meio acadêmico é muito semelhante à redação de resumos e resenhas científicas. Já os fichamentos para fins de pesquisa e estudo levam mais em consideração identificar o assunto do que foi fichado logo no início da ficha, assim como seu código de armazenamento que pode ser numérico, alfabético ou alfanumérico e a localização física da obra original. Como elaborar fichamentos? Elaboração do texto : A montagem e elaboração do texto de um fichamento dependerão do seu tipo. Para cada tipo de fichamento é necessário empregar diferentes regras devido a suas características. O fichamento inicia com a escolha do seu tipo que pode ser: de transcrição ou citação, de resumo ou conteúdo e de comentário ou crítico. Após escolher o tipo de fichamento deve-se inserir o assunto geral do fichamento e caso deseje o assunto mais específico também de forma que facilite o aprendizado e a localização posterior do livro ou documento. Identificado o tipo de fichamento e os assuntos da ficha é inserida a referência bibliográfica. As regras para elaboração de referências se encontram na norma NBR/ABNT 6023 (2002). Basicamente os itens que compõem a referência bibliográfica são: • Autor • Título • Local da edição • Editora • Data e número de páginas O fichamento de resumos ou conteúdo utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto geral, assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem ser revisadas no módulo Resumo: quando utilizar e como elaborar. O fichamento de comentário ou crítico utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto geral, assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem ser revisadas no módulo Resenha: quando utilizar e como elaborar. Terminado o texto do fichamento, caso a finalidade deste seja para estudo ou pesquisa utiliza a idenficação da ficha que pode ser alfabético, numérico ou alfanumérico, conforme facilitar a busca posterior pelas fichas. Geralmente os fichamentos acadêmicos não necessitam da identificação de tipo, assunto geral e assunto específico. O tipo de fichamento mais utilizado em sala de aula é o de comentário ou crítico. Para o fichamento de transcrição ou citação utilizam-se no início e no final do texto as aspas, pois o fichamento de transcrição é a passagem do texto original diretamente para a ficha. Segundo Medeiros (2000) de três formas é realizado o fichamento de transcrição que são os seguintes: • Fichamento de transcrição sem cortes • Fichamento de transcrição com corte intermediário de algumas palavras (utiliza reticências "..." para indicar a omissão das palavras); • Fichamento de transcrição com corte de parágrafo intermediário (utiliza um traço contínuo, ou pontilhados para indicar a omissão dos parágrafos) Estrutura do documento Tipos de Fichamento: Diferenças Resumo x Resenha Resumo é uma síntese sob forma de redação do fichamento de leitura, buscando compreender o sentido do texto. Uma apresentação sucinta e ordenada das ideias centrais do texto lido, sem a utilização de citação (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2007, p. 105). Quando elaboramos um resumo, produzimos uma análise temática do texto lido. É o momento da compreensão do texto, entendendo as ideias do autor. Segundo Severino (2007), ao elaborar um resumo, o leitor deve fazer as seguintes perguntas: • Qual é o tema? • Qual a perspectiva da abordagem? • Como o assunto foi problematizado? • Como o autor responde ao problema? • Que posição assume? • Que ideia defende? • O que quer demonstrar? • Como o autor comprova sua tese? A resenha segundo apontam Lakatos e Marconi (1996, p. 211), a resenha apresenta um conteúdo crítico sobre determinada obra. Sua importância está em desenvolver a capacidade de proferir juízos críticos sobre a leitura: O que uma resenha deve conter? • Referência da obra; • Informações sobre o autor; • Nome do resenhista e titulação; • Perspectiva teórica da obra; • Breve síntese e principais argumentos do autor; • Reflexão crítica da obra. Toda resenha deverá conter um resumo da obra e um juízo crítico a respeito dos argumentos do autor. Nesse sentido, a diferença entre resumo e resenha está justamente nesta parte do texto em que se elabora uma crítica. Aula 5: Planejamento e Tipos de trabalho científico Antes de iniciar uma pesquisa você deverá seguir os seguintes passos: 1. Escolha do tema O que vou pesquisar? A inspiração para o tema pode vir de um aspecto ou uma área de interesse de um assuntoque se deseja provar ou desenvolver. A vivência diária, as questões polêmicas, reflexão, leituras, debates, discussões também nos servem como fontes de assuntos. 2. Originalidade Precisa ser original? Originalidade não é pré-requisito. Você pode pesquisar um tema mesmo que este não seja inédito. 3. Revisão de Literatura Se o tema não é inédito, quem já pesquisou algo semelhante? É importante saber quem já pesquisou o assunto escolhido e que contribuição deu para o seu desenvolvimento/conclusão. Para isso, procure trabalhos semelhantes ou idênticos e pesquise publicações na área. Depois liste os argumentos e veja quais textos você poderá utilizar para apoiar suas ideias. Essa revisão da literatura o ajudará até mesmo a organizar a estrutura do trabalho. 4. Justificativa • Por que estudar esse tema? • Que vantagens e benefícios a pesquisa proporcionará? • Qual a importância profissional e cultural da pesquisa? As respostas dessas questões são as razões que o levarão a estudar o tema escolhido. 5. Formulação do problema: levantamento das questões norteadoras Que questões estou disposto a responder? Deve-se definir claramente o problema, apresentá-lo no formato de perguntas e delimitá-lo em termos de tempo e espaço. 6. Determinação de objetivos O que pretendo alcançar com a pesquisa? É importante formular um único objetivo geral que apresente o propósito da pesquisa. Os objetivos específicos representam a divisão do objetivo geral em outros menores. Por que elaborar problemas científicos? Problematizar consiste em formular questões sobre o tema, ou seja, apresentar um questionamento que envolve o tema da pesquisa. É preciso esclarecer, portanto, que não se trata de uma simples pergunta, mas de um enunciado construído pela observação e investigação a partir de leituras aprofundadas sobre o tema escolhido. Essa tarefa envolve habilidades do pesquisador, o domínio do assunto, bem como a bibliografia disponível. Veja estes três exemplos: Problema de engenharia: Como fazer algo de maneira eficiente. Veja dois exemplos: “Como fazer para melhorar os transportes urbanos?”, “Como aumentar a produtividade no trabalho?” Problemas de Valor Aqueles que indagam se algo é bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, melhor ou pior, se algo deve ou não ser feito. Problemas Cientificos Um problema é considerado de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis, podem ser observadas e manipuladas. O termo variável é o dos mais empregados na linguagem dos pesquisadores. Seu objetivo é o de conferir maior precisão aos enunciados científicos, sejam hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações. O conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou diferentes aspectos, segundo os casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002, p.36). As variáveis podem ser de três tipos: • Independente Variável que influencia, determina ou afeta outra variável, dando a condição ou a causa para certo resultado, efeito ou consequência. Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará”. • Dependente Consiste nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem influenciados, determinados ou afetados pela variável independente. Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará”. • Interveniente É aquela que em uma sequência causal se coloca entre a variável independente e a dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular a influência de uma sobre a outra. Exemplo: “A liderança autoritária influencia na motivação dos colaboradores.” Aula 6: Estrutura e Formatação Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Pois, então, veja quais são as partes que não podem faltar no seu trabalho: Obrigatórios: • Capa • Folha de rosto • Folha de aprovação • Resumo na língua vernácula • Resumo na língua estrangeira • Sumário Opcionais: • Lombada • Ficha catalográfica • Errata • Agradecimento • Dedicatória • Epígrafe • Lista de Ilustrações • Lista de tabelas • Lista de abreviaturas e siglas • Lista de símbolos Formatação de trabalhos acadêmicos e científicos Fontes: Recomenda-se utilizar em todo o trabalho a fonte Arial ou Times New Roman, normal, tamanho 12. A utilização do itálico é feita apenas nas palavras em outro idioma. Nas legendas das tabelas, figuras, ilustrações, citações longas e nos textos das notas de rodapé o tamanho da fonte a ser utilizada é 11. Espaço: O espaçamento a ser adotado é o de 1,5 cm nas entrelinhas, com recuo de primeira linha do parágrafo (1,25 cm – corresponde a 1 tab.) e texto justificado. Nas citações com mais de três linhas, nas legendas das tabelas, figuras e ilustrações o espaçamento é simples. Observe ainda o espaço simples nas referências bibliográficas, colocadas em ordem alfabética por sobrenome do autor, alinhadas à margem esquerda e separadas entre si por dois espaços simples. Margem: Segundo as normas da ABNT o papel deve ser branco, com formato A4 (21,0 cm x 29,7cm). As páginas devem apresentar margem esquerda e superior de 3,0 cm, direita e inferior de 2,0 cm. Capa: A capa é elemento obrigatório em alguns tipos de trabalho acadêmico, apresenta uma formatação específica e deve conter os elementos essenciais para identificação do autor do trabalho (ABNT, NBR 14724). A ABNT normatiza que seja usada a fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 14, e o espaço entre as linhas deve ser simples. Sua capa deverá conter as seguintes informações na ordem sugerida: 1º - Identificação da Instituição de Ensino Superior - IES (caixa alta); 2º - Identificação do curso (caixa alta); 3º - Tipo de trabalho (caixa alta); 4º - Nome do acadêmico (caixa alta); 5º - Título do projeto (caixa alta); 6º - Cidade, ano (caixa alta). Folha de Rosto: A folha de rosto é um complemento da capa e deve apresentar a identificação da disciplina em que o trabalho será apresentado, bem como o curso, a instituição de ensino, o aluno e o professor orientador. Na hipótese de dissertações de mestrado e teses de doutorado, no verso da folha de rosto, deve constar a ficha catalográfica. Quanto a numeração das páginas, vale ressaltar que todas as folhas a partir da folha de rosto devem ser contadas, mas a numeração começa a partir da primeira parte textual (introdução). O número deve estar expresso em algarismo arábico, fonte 11, no canto superior da folha. Sumário: Para muita gente, fazer sumário no Word é um martírio. Ele nunca fica conforme o esperado quando criado manualmente. Quando utilizamos a função automática do Word, ou não saímos do canto ou o resultado foge totalmente aos requisitos normativos, não é mesmo? Citações: Entende-se por citação a menção de uma informação extraída de outra fonte. A citação pode ser direta ou indireta. Referencia Bibliografica: Referência é o “[...] conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual” (ABNT, 2002, p. 2) no todo ou em parte, impressos ou registrados em diversos tipos de suporte. Para finalizar... ...Veja agora algumas representações gráficas da formatação que te ajudarão na hora de montar seu anteprojeto ou projeto de pesquisa e seu TCC. Aula 7: Citação Qual é o propósito de um texto científico? Segundo Azevedo (1997, p. 109), “o propósito de um texto científico é comunicar os resultados e as ideias a que se chegou, após a coleta e análise dos dados”. Porém, é muitocomum recorrer às palavras dos próprios autores quando queremos escrever sobre nossas pesquisas. Muitas vezes, recorremos a citações ou porque não conseguimos superar a fala do autor ou porque queremos intencionalmente mostrar ao nosso leitor como ele abordou o assunto. As citações são trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas e devem ser inseridas em um texto com a finalidade de esclarecer ou complementar as idéias. Segundo ABNT, citação é a “menção a uma informação extraída de outra fonte”. (NBR 10520:2002) Elas estão divididas em três tipos: Citação Direta As citações diretas são aquelas que copiamos, sem mudar nada, do texto original que consultamos. Como esclarece João Bosco Medeiros (2003, p. 187), é a referência a uma obra colhida de outra fonte “para esclarecer, comentar, ou dar como prova uma autoridade no assunto”. É importante observar que este tipo de citação só se justifica quando o pensamento expresso pelo autor consultado é efetivamente significativo, claro e necessário à exposição, pois excessos de citações diretas, tabelas, gráficos, podem acarretar prejuízo à estratégia de comunicação, comprometendo o trabalho. As citações devem ser apresentadas conforme a ABNT - NBR 10520. As transcrições com até três (03) linhas permanecem no corpo do parágrafo, entre aspas duplas, e são denominadas citações diretas curtas. As transcrições com mais de três (03) linhas devem ter um recuo de 4 cm da margem esquerda e digitadas com letra menor que a do texto, e em espaçamento simples. São chamadas de citações diretas longas. Citação indireta As citações indiretas apresentam formatação diferente por tratar-se de textos baseados na obra de um autor consultado e não uma cópia de suas palavras. Nesta hipótese, então, não é necessário o emprego das aspas duplas, porque a citação indireta mantém a idéia original do texto lido, mas é reescrita por quem está elaborando o trabalho. A citação indireta é também denominada paráfrase e, segundo a ABNT (NBR 10520:2002), configura uma transcrição livre do texto do autor. João Bosco Medeiros (2003) esclarece que a citação indireta pode configurar um resumo, comentário de uma idéia, ou expressar o mesmo conteúdo, mas utilizando outras palavras. E explicar as idéias que encontramos no texto original é muito mais produtivo do que apenas reproduzi-las, não é mesmo? Por isso, parafrasear é muito melhor do que a citação direta. Citação da citação Em algumas leituras verificamos que o autor apresenta uma citação direta ou indireta de outro autor, certo? E essa citação não é perfeita apenas para o autor que estamos lendo, ela é perfeita para nós também.Só que, na maioria das vezes, não temos acesso à obra que esta sendo citada por ele. Como resolver isso? Estamos diante de uma citação da citação que exige o uso da expressão apud que significa citado por. Alguns autores denominam a citação da citação como citação dependente, porque o autor escolhido para citação não foi lido diretamente, mas tomado por empréstimo de outro autor. Existem algumas regras para compor citações diretas e notas. Veja: Acréscimos ou interpolações: Significa a inserção de expressões que não constam do original ― entre colchetes. Pode ocorrer a necessidade de se acrescentar uma palavra ao texto citado, para torná-lo mais compreensível. Exemplo: “Envolve uma redação simplificada do texto [estudado], substituindo a linguagem do autor por expressões diretas e com sentenças inteligíveis. A ideia continua sendo do autor, porém elaborada pelo próprio estudante, demonstrando sua capacidade de assimilação e entendimento das informações obtidas no decorrer da leitura do assunto em questão”. (FACHIN, 2006, p. 127) Supressões: Não devemos citar frases ou parágrafos longos demais. O importante é apresentar o que realmente interessa ao desenvolvimento da argumentação ou à apresentação das idéias. Para suprimir as partes que não são importantes, devemos substituí-la pelas reticências entre colchetes/parênteses: (...) ou [...]. Incorreções: Na hipótese do texto citado apresentar um erro, uma expressão politicamente incorreta ou equívoca gramatical, entre outros problemas, chame a atenção, pelo uso, ao lado da palavra, do vocábulo sic (assim, em latim) entre colchetes e em itálico. “Zenão de Cício (334-262 a.C.) fundou a escola estóica [sic] Ele costumava palestrar de sua varanda, chamada stoa, daí o nome estóico [sic]”. (MANNION, 2008, p. 48) A ata registra a seguinte declaração do diretor: “isto é pra mim [sic] fazer!” As citações devem ser indicadas no texto por um sistema numérico ou autor-data. Qualquer que seja o sistema adotado, este deve ser seguido ao longo de todo o trabalho. Conheça um pouco mais sobre eles: Sistema numérico No sistema numérico, a fonte da citação utilizada deve aparecer em nota de rodapé. Neste caso, a numeração das fontes deve ser única e consecutiva, em algarismos arábicos; • Todas as referências devem ser repetidas na lista de referências ao final do trabalho; • A numeração das notas de rodapé deve restringir-se às referências bibliográficas; • Uso de asterisco (*): para explicar ou comentar uma ideia; • Podemos usar: (1), [1], 1 (sobrescrito). Os elementos essenciais e complementares da referência devem ser inseridos na sequência sugerida pela ABNT: SOBRENOME, Prenome. Título. Edição. Cidade: editora, ano. (página na hipótese de citação direta). Veja o exemplo abaixo: 1 CERVO, A.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 57. Sistema Autor-data Autor-data: consiste em indicar o sobrenome do autor ou instituição responsável, seguido pelo ano da publicação da obra e páginas referenciadas, separados por vírgula e entre parênteses. Vejamos alguns exemplos de citação direta pelo sistema autor-data: Afirma Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva (2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos”. Conforme alguns autores (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos”. Você observou que no sistema de chamada autor-data o nome do autor pode ser incluído na sentença e, neste caso, deve ser escrita conforme a regra para nomes próprios ou entre parêntesis com todas as letras do último sobrenome em maiúsculas. Já comentamos sobre isso nesta aula, inclusive. Aula 8: Referência, bibliografia e referências bibliográficas Referencia : O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa indica que pelo termo referência deve-se considerar uma nota informativa de remissão em uma publicação. A origem etimológica do termo nos remete à palavra inglesa reference que significa “ato de referir ou consultar; sinal ou indicação que remete o leitor a outra fonte de informação”. Já a ABNT observa que a referência é o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento. Assim, deve ser constituída de elementos essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos complementares. Porém, a ABNT não faz comentário algum sobre a possível diferença entre os termos. Portanto, entende-se pelo termo referências o conjunto padronizado de informações que permitem a identificação de documentos citados em um trabalho acadêmico. Elementos esseciais: São aqueles indispensáveis na identificação do documento, tais como: autor(es), título, edição, local, editora e data da publicação. Elementos complementares: São opcionais e podem ser acrescentados para uma melhor identificação do documento, tais como: coleção, série, número do ISBN, número de páginas (como o "06 p." do exemplo),se edição exclusiva para assinantes, se inclui algum brinde etc. Bibliografia: Conforme visto na atividade, Bibliografia é a relação das obras consultadas ou citadas por um autor na criação de determinado texto ou seção em que se faz uma relação de livros e outras publicações. Trata-se de uma lista de fontes de consulta utilizadas no desenvolvimento de um trabalho, com o objetivo de documentá-lo, mostrando que ele está aparentemente sustentado, pois foi baseado naquelas fontes descritas. Agora que você já conhece a estrutura de uma referência, vamos nos aprofundar em cada parte que as compõem. Autores: Na lista de referências, o autor é indicado pelo último sobrenome, escrito em caixa alta, seguido do nome, por extenso ou abreviado. O sobrenome é separado do nome por vírgula. Títulos: devem ser escritos na forma em que se apresentam nos documentos, sendo apenas a primeira palavra iniciada com letra maiúscula e destacados com negrito. Já os subtítulos (informações apresentadas após o título para complementá-lo) devem ser precedidos por dois pontos e não recebem qualquer destaque gráfico. Exemplo: RUCH, Gastão. História geral da civilização: da antiguidade ao século XX. Edição: Quando houver a indicação da edição, esta deve ser inserida na sua referência, utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edição. 4ª edição = 4. ed. 5ª edição = 5. ed. Exemplo: PATACO, Vera Lúcia P.; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Érica dos Santos. Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de apresentação gráfica. 4. ed. [...] Cidade: A cidade é item obrigatório na referenciação. Não se esqueça! O nome da cidade deve ser grafado como aparece na obra, e não “traduzido”, nos casos de obras estrangeiras. Em alguns casos, principalmente nas obras de outros países, é preciso especificar também o Estado ou País a que a cidade pertence. Outro ponto importante é quando não se sabe a cidade de publicação. Para isso, coloca-se [s. l.], abreviação de “sine loco” que significa “sem local” [de publicação]. Quando a cidade é conhecida mas não aparece na obra, coloca-se o nome da cidade entre colchetes. Editora: O nome da editora é indicado conforme aparece na publicação, seguido de vírgula, eliminando-se as palavras que identificam sua natureza comercial ou jurídica como: S/A, Ltda, Editora, Livraria etc. Quando houver duas editoras, ambas devem ser indicadas com seus respectivos locais, seguidas de dois pontos e separadas por ponto e vírgula. Se tiver mais que duas editoras, indica-se somente a primeira ou a que estiver em destaque na publicação. E se não há identificação da editora? Quando a editora não puder ser identificada, utiliza-se a expressão latina sine nonime, que significa “sem nome”, de forma abreviada entre colchetes [s.n.]. Exemplo: FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de1993. Brasília, DF: [s.n.], 1993. 107 p. E se a editora for a própria instituição? Quando a editora for a própria instituição ou pessoa responsável pela autoria da obra e já tiver sido mencionada, não é necessário ser indicada. Exemplo: UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de graduação, 1994-1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p. Ano de publicação: O ano de publicação do documento deve ser indicado em algarismos arábicos (1,2,3..), mesmo que nele apareça em algarismos romanos. Exemplo: LEITE, C. B. O século do desempenho. São Paulo: LTr, 1994. Se não constar da data? Você poderá inserir uma data provável entre colchetes de acordo com as regras de referenciação. Exemplo: FLORENZANO, Everton. Dicionário de ideias semelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro, [1993]. 383 p. Volume: Nas referências com vários volumes, o número de volumes da obra deve ser indicado após a data e o ponto final, com a palavra volume abreviada. Exemplo: RUCH, Gastão. História geral da civilização: da Antiguidade ao século XX. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1940. 4 v. Página: A quantidade de páginas é usada principalmente para referenciação de capítulos de livros. A autoria do capítulo pode ser referenciada de duas formas: Quando a autoria do capítulo é diferente da autoria do livro: SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título. In: SOBRENOME, Prenome (autor da obra). Título: subtítulo. Local: Editora, ano. Página inicial e final. Exemplo: ROMANO, Giovani. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16. Quando a autoria do capítulo é igual à autoria da obra: SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título (do capítulo). In: ______. Título: subtítulo. Local: Editora, ano. Número do capítulo (se houver), página inicial e final. Exemplo: SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In: ______. História do Amapá, 1º grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3. p. 15-24. E quando a fonte foi publicada em meio eletrônico? As referências em meios eletrônicos seguem o modelo de referências bibliográficas, acrescentando-se informações relativas à descrição física do meio ou suporte. Exemplo: SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. Cidade: Editora, ano. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês ano. Para as obras consultadas online são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre <brackets>, precedido da expressão: “Disponível em:” A data de acesso ao documento, precedida da expressão: “Acesso em:” deve conter o dia, o mês abreviado e o ano (04 abr. 2010.). Aula 9: A Construção do Conhecimento na Universidade Você sabe o significado da palavra “Universidade”? Essa palavra provém do latim universitate e significa universalidade, totalidade, conjunto, corpo, companhia, corporação e comunidade. Porém, seu significado se expandiu e também serve para indicar o lugar de construção do conhecimento e da cultura. Configurando, assim, uma instituição que tem a tarefa de promover a reflexão crítica da sociedade. Formadora de recursos humanos para ciência e tecnologia. Como surgiram as Universidades? O surgimento da Universidade marcou um momento de transição na história da humanidade. Com o começo da vida urbana, do pensamento racional e da busca de novos paradigmas foi necessário criar espaços destinados à reflexão. Levando esse fato em consideração podemos afirmar que a Universidade encontra suas raízes na Europa medieval, por volta do século XII e XIII, tornando-se o lugar de debates e polêmicas, sofrendo intervenções reais e eclesiásticas. Apesar de uma única história, cada parte do mundo, desenvolveu um modelo específico. Conforme vimos, foi a partir do final do século XII que começaram a surgir em diversas cidades europeias as primeiras Universidades que eram controladas diretamente pela Igreja Católica. Mas que função especial a Universidade desempenha na vida das pessoas? Sua função primordial é educar pessoas para trabalhar com o saber, fornecendo as condições para que estas pessoas sejam capazes de utilizar o conhecimento em um mundo complexo que não raras vezes é pensado de maneira simplificada ou ingênua. É nesse aspecto que podemos afirmar que o debate entre estudantes e as pesquisas realizadas e apresentadas em espaços acadêmicos fortalecem a sua razão de ser. O que podemos entender por uma construção crítica do conhecimento? Trata-se de um ensino cuja preocupação deve focalizar o pensamento crítico do estudante. Isso implica o compromisso com o pensamento autônomo e deve estimular uma conduta proativa e criativa. O que significa dizer que o estudante precisa estar consciente do que acontece em sua sociedade e no mundo e deve entender o processo de construção, expressão e articulação do conhecimento, pois aprender é recriar. Agências de Fomento As agênciasde fomento CAPES e CNPq, bem como as fundações de amparo à pesquisa, assumem função importante nesse processo de incentivo à produção científica. A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por exemplo, foi criada em 1951, pelo Decreto nº 29.741, com o objetivo de “assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país”. Assim, oferecem bolsas de estudos para iniciação científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. Além de auxílios à pesquisa, à participação em reuniões científicas, à editoração, entre outros. A Plataforma Lattes A Plataforma Lattes é um sistema de informação curricular desenvolvido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que integra dados de currículos e instituições com o objetivo de avaliar a competência de candidatos à obtenção de bolsas e auxílios, selecionar consultores e membros de comitês e de grupos assessores e subsidiar a avaliação da pesquisa e da pós-graduação brasileira. Esse sistema é utilizado por várias instituições de ensino superior e também pela comunidade científica brasileira, a qual envolve pesquisadores, estudantes, gestores e profissionais. A plataforma registra as atividades acadêmicas realizadas pelos pesquisadores sendo, hoje, elemento essencial à análise de mérito e competência por ocasião em que apresentam projetos de pesquisa às Agências de Fomento. Para isso, os bolsistas de pesquisa, em diferentes níveis — Mestrado, Doutorado e Iniciação Científica —, os orientadores e outros membros da comunidade devem estar cadastrados na Plataforma Lattes. Concluindo... Podemos dizer que falar de pesquisa é, na verdade, refletir sobre o papel da Universidade e seu compromisso com a sociedade, com o conhecimento e desenvolvimento da cultura, porque as ações realizadas no interior das instituições de ensino podem gerar mudanças sociais significativas. E você faz parte desse processo! Como ensina João Álvaro Ruiz (2008, p. 19): Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de tirar o máximo proveito do curso que vai fazer. Em primeiro lugar, o calouro vai perceber que muita coisa mudou em comparação àquilo com que estava acostumado em seus cursos de primeiro e segundo graus. E quem não souber compreender devidamente o espírito da nova situação para adaptar-se ativa e produtivamente a ela perderá preciosa oportunidade de integrar-se desde o início no ritmo desta nova etapa de ascensão no saber, que se chama vida universitária. Aula 10: Projeto Político Pedagógico Projeto Projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projecere, que significa lançar para diante ou, conforme coloca Moacir Gadotti (2001), lançar-se para frente, denotando o sentido de movimento ou mudança. O termo, então, assume o sentido de plano ou descrição escrita e detalhada de um empreendimento. Já Vasconcellos (1995, p. 143) diz que “Projeto [...] é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano [...], só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição.” Mas o que Vasconcellos quer dizer com Instrumento teórico-metodológico que visa ajustar a enfrentar os desafios do cotidiano? Na verdade César Vasconcellos, ao falar de instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano, estava se referindo ao PPP — Projeto Político Pedagógico. Mas você sabe o que é isso? Toda instituição de ensino (principalmente as escolas) tem “objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado Projeto Político Pedagógico ― o famoso PPP.” (LOPES, 2013). É Projeto Político Pedagógico ou Projeto Pedagógico? Vamos encontrar documentos que usam os dois termos. Segundo alguns autores, os nomes projeto pedagógico ou projeto político pedagógico não apresentam diferenças. São duas formas que podemos usar para designar o mesmo sentido de projetar, de lançar, de orientar, ou dar sentido a uma idéia. A colocação da palavra político ressalta que não há ação pedagógica sem o compromisso com uma ação transformadora, formando para o exercício da cidadania. Assim, em sua construção são observadas as seguintes questões (BAFFI, 2002): • Concepção de homem e mundo; • Concepção de sociedade; • Concepção de educação; • Concepção de universidade; • Concepção de cidadão; • Concepção de profissional; • Concepção de conhecimento; • Concepção de currículo; • Relação teoria e prática. E no Ensino Superior, qual é o papel do Projeto Pedagógico? O processo de globalização, o avanço da tecnologia e da ciência, o cuidado na utilização de novas linguagens na construção do conhecimento exige muito mais das instituições de ensino em todos os níveis, concorda? Por isso, todos os profissionais que atuam no ensino vêm se preocupando com a melhor maneira de adequar-se aos novos tempos e em mudar a cara da educação. É nesse sentido que precisamos pensar na visão de mundo subjacente às nossas idéias e práticas. Assim, o ensino superior assume o papel de articulador da sociedade que contribui de maneira efetiva para a formação de profissionais capazes de pensar e agir criticamente.E, para que isso ocorra, não basta a simples ideia, mas um processo para torná-la realidade através de um planejamento. No Brasil, a Lei nº 9394/94 ― Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ―, em seu art. 12, inciso I, prevê que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, têm a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”. Logo, o Projeto Pedagógico de uma instituição de ensino é elaborado a partir de um conjunto de leituras e informações sobre as diretrizes que fundamentam os princípios e métodos da prática educativa, seu compromisso social de maneira contextualizada. Nesse instrumento são apresentados os currículos das diversas áreas com seus objetivos e especificidades. O currículo de um curso representa a síntese dos conhecimentos e valores que caracterizam determinada área de saber. Na atividade de planejamento do PPP são definidas as finalidades e necessidades dos alunos, professores, enfim, dos cursos de graduação. Por isso, não deve ser entendido como um documento acabado, mas em construção, considerando-se que, ao longo do tempo, algumas práticas precisam ser revistas e modificadas. Mas o que são padrões referenciais? Padrões referenciais são aqueles que expressam a visão de sociedade, da instituição, bem como a determinação e análise das necessidades e problemas prioritários da área de estudo no país. Quando se pensa em padrões conceituais, focaliza-se no perfil baseado nas competências do profissional a ser formado.Nessa ótica, quando observamos os padrões estruturais, repensamos conteúdos, métodos e sistema de avaliação em sintonia com as concepções construídas nas etapas anteriores. Sem desconsiderar a relação entre ensino, pesquisa e extensão. No que consiste um perfil baseado em competências? Segundo o INEP, “competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer”. O Projeto Pedagógico compreende, portanto, a forma como a Universidade pretende realizar seu ideal pedagógico e, assim, configura o material básico que direciona a ação de todas as unidades acadêmicas,orientando suas práticas pedagógicas, em especial os projetos pedagógicos dos cursos que a integram, pensando sempre na construção do conhecimento, habilidades e atitudes que constituem a competência do aluno em formação.
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