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LARISSA LIMA RIBEIRO LUCAS PIRES MILENA LUIZA RIBEIRO ARBORIZAÇÃO URBANA: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE TECNOLOGIAS EMERGENTES PALMAS 2017 LARISSA LIMA RIBEIRO LUCAS PIRES MILENA LUIZA RIBEIRO ARBORIZAÇÃO URBANA: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE TECNOLOGIAS EMERGENTES Trabalho acadêmico apresentado a professora Ana Beatriz Araújo Velasques, da disciplina de Infraestrutura Urbana, para obtenção de nota parcial relativa ao semestre 2016/2, no curso de Arquitetura e Urbanismo, na instituição de Ensino Universidade Federal do Tocantins, Campus de Palmas. PALMAS 2017 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Curiosidades sobre arborização urbana...............................................................06 Figura 02 – Exemplo de muro de contenção utilizado como elemento arquitetônico...............07 Figura 03 – Cuidados para a preservação de árvore em terreno que será rebaixado.............08 Figura 04 – Cuidados para a preservação de árvore em terreno que será elevado..................09 Figura 05 – Esquema de muros de proteção do avanço das raízes.......................................10 Figura 06 – Tabela de plantio recomendado em função da dimensão das vias e passeios......11 Figura 07 – Modelo de iluminação pública compatível com arborização.................................11 Figura 08 – Programa Green Streets......................................................................................12 Figura 09 – Visão tridimensional de um poço de drenagem...................................................13 Figura 10 – Croqui de um conjunto do sistema viário ideal....................................................14 Figura 11 – Visão tridimensional de um plantador de águas pluviais.....................................14 Figura 12 – Visão tridimensional de um choque de águas pluviais.........................................15 Figura 13 – Croqui típico de uma rua verde reformada, com cortes de contenção para a infiltração da água.......................................................................................................................................15 Figura 14 – Detalhe de construção típica de uma rua verde reformada.................................16 Figura 15 – Exemplos de designs de jardins que não levaram em consideração as árvores...16 Figura 16 – Exemplos de designs de jardins que levaram em consideração as árvores........17 Figura 17 – Um poço de árvore conectado em construção (a) e um produto acabado (b) ......17 Figura 18 – Plantio em construção.........................................................................................18 Figura 19 – Exemplos de projetos de arborização.................................................................18 Figura 20 – Plantações de moringa entre as cabanas da habitação do Konso......................19 Figura 21 – Árvores de moringa no meio de uma plantação de milho perto da Arba Minich, no sul da Etiópia.......................................................................................................................... 20 Figura 22 – Croqui de calçadas e ruas iluminadas por árvores brilhantes..............................21 Figura 23 – Exemplo do galho da árvore modificada geneticamente para ser um poste de luz natural ....................................................................................................................................22 Figura 24 – Exemplo de árvore modificada geneticamente para ser um poste de luz natural.....................................................................................................................................22 SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 5 FUNDAMENTOS TEMÁTICOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA ............................................... 6 NOVAS IDEIAS E TECNOLOGIAS NA ÁREA DE ARBORIZAÇÃO URBANA ...................... 12 1º Green Streets: Unindo florestas urbanas e design de transporte sustentável .............. 12 2º Moringa, a árvore mágica que pode acabar com a fome no mundo e despoluir a água ..... 19 3º Árvores modificadas geneticamente para terem a função de postes de iluminação .... 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 23 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 24 5 INTRODUÇÃO O presente trabalho vai apresentar um complemento aos estudos feitos na disciplina de Infraestrutura Urbana visando a solidificação dos conhecimentos adquiridos na mesma. Relacionando os elementos básicos de infraestrutura, usos e ocupações do solo na composição da morfologia urbana relevando as considerações sobre densidade populacional, índices urbanísticos, planejamento de cidades e conceitos aplicados aos projetos de urbanismo. De modo a demonstrar nossa efetiva introdução aos tópicos relacionados à prática do urbanismo e a identificação, caracterização, análise e proposições acerca dos elementos que compõem o meio urbano. Tendo como o objetivo específico apresentar e analisar tecnologias emergentes e sustentáveis voltadas para a arborização urbana o trabalho está organizado em três partes. A primeira apresenta uma contextualização sobre o tema apontando informações obtidas durante pesquisas para a produção de um seminário já apresentado na disciplina; a segunda, traz três exemplos de melhorias na implantação da arborização como infraestrutura urbana encontrados em diversos países do primeiro mundo; a terceira, expõe as considerações finais e análises da viabilidade da implementação das ideias citadas no capítulo anterior na nossa região. A metodologia utilizada para a produção deste foi a pesquisa em livros, dissertações e manuais indicados pela docente responsável pela disciplina além de buscas em sites variados na internet. . 6 FUNDAMENTOS TEMÁTICOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA Este capítulo foi elaborado com base no resumo do livro Manual de Loteamentos e Urbanização do autor Juan Luis Mascaró e do Manual de Arborização Urbana de Palmas feito pelas autoras e apresentado em forma de seminário oral durante a disciplina. Apesar de muito do caráter histórico das áreas verdes urbanas não apresentarem datas específicas e se perderem no tempo, é possível traçar uma linha que remete à sua evolução. Iniciando-se com seu aspecto mítico/ religioso, no paraíso prometido do livro de Genesis na bíblia, passando por mitos e lendas, estudando os jardins suspensos da Babilônia e chegando aos jardins modernos, observa-se a importância de cada momento histórico cultural desses espaços formadores da estrutura urbana (LOBATO et al. 2005) O conceito de arborização urbana está relacionado a toda cobertura vegetal de porte arbóreo encontrada nas cidades podendo ocupar áreas livres particulares ou públicas; engloba todo o complexo arbóreo da cidade, sendo ele plantado ou natural, tendo como função propiciar sombra, amenizando o rigor térmico e diminuindo as temperaturas superficiais dos pavimentos e a sensação de calor dos usuários do entorno; purificar o ar; atrair aves; diminuir a poluição sonora; alimentar; constituir o fator estético e paisagístico do ambiente em que se encontra; diminuir o impacto das chuvas; contribuir para o balanço hídrico; melhorar a qualidade de vida local e valorizar economicamenteas propriedades do entorno. Figura 1 – Curiosidades sobre arborização urbana. Fonte: Manual de Arborização de Palmas. 7 Ao projetar um espaço deve-se pensar conjuntamente o paisagismo de seu entorno, levando em conta não apenas o quesito estético, mas a função desejada para tal ambiente e as espécies a serem usadas. Por exemplo, caso queira se obter uma redução da temperatura do ar é preciso observar a densidade foliar das copas das árvores que serão implantadas, pois a redução será diretamente proporcional a isto. Outro fator relevante no momento de se implantar um projeto de urbanização são as decisões tomadas referentes à movimentação de terra que será feita. A maioria dos projetistas optam por nivelar o terreno já que esta solução é bem mais simples e rápida do que a opção de remodelar o terreno com poucas alterações em relação ao seu estado inicial. No entanto a última resulta em uma solução mais estável, econômica e agradável. Ao se trabalhar com movimentações de terra, devem se evitar grandes declividades, pois elas favorecem a erosão devido ao aumento de volume de água descendo em favor da alta velocidade, além disso, causam vertigem e dificuldades no tráfego. Um dos meios para solucionar tais problemas é fazer o uso de taludes que são inclinações na superfície lateral de um aterro, de um muro ou de qualquer obra que apresente alguma declividade de modo a acomodar o terreno após sua terraplanagem formando um ângulo de inclinação menor que 45º em relação ao mesmo. Quando os grandes desníveis são inevitáveis e taludes naturais são impossíveis por se tratar de uma inclinação maior que 45º, a solução é o uso de muros de contenção. Estes muros são paredes-forte construídas de alvenaria ou concreto, com a intenção de proteger, apoiar ou escorar áreas que apresentam riscos de deslizamentos ou desmoronamentos e podem ser usados como elemento ou partido arquitetônico como se pode observar na figura 2. Figura 2 – Exemplo de muro de contenção utilizado como elemento arquitetônico. Fonte: http://decorandocasas.com.br/2017/02/08/muro-de-arrimo-o-que-e-e-para-que-serve/, Acessado em 18/05/17, 08h31min. 8 No momento em que se está concebendo um projeto sempre é recomendado fazer o aproveitamento dos elementos naturais existentes no local em que ele irá se estabelecer, como já citado anteriormente no caso do uso do relevo do terreno. Outro elemento que deve ser preservado, quando possível, são as árvores já existentes, para que isso aconteça devem ser seguidos alguns cuidados na hora de fazer a movimentação de terra dentro da gleba como se vê nas figuras abaixo: Figura 3 – Cuidados para a preservação de árvore em terreno que será rebaixado. Fonte: Livro Manual de Loteamentos e Urbanização. 9 Figura 4 – Cuidados para a preservação de árvore em terreno que será elevado. Fonte: Livro Manual de Loteamentos e Urbanização. Em casos onde o terreno já foi modificado e não apresenta nenhuma massa arbórea que possa ser reaproveitada deve-se planejar o plantio de novas espécies se atentando aos objetivos da arborização, aos aspectos geológicos e topográficos do espaço físico, à localização e ao tipo de infraestrutura que será implantada no entorno, à morfologia do recinto urbano, à forma de ocupação dos lotes, ao clima geral da região e à disponibilidade de água para rega-las. 10 Além desses cuidados é necessário também haver um preparo e preocupação em relação as cavas para o plantio, pois primeiramente deve-se fazer a escavação do buraco de modo a dificultar a expansão das raízes para evitar interferências nas outras redes de infraestrutura. E posteriormente a cava deve ser preenchida com terra adequada ao tipo de espécie escolhida e em sua superfície colocada uma grade ou uma capa de material permeável que permita que a água e o ar penetrem o solo. Ao se propor um projeto para o plantio de novas árvores em uma região é necessário verificar a compatibilidade do projeto de arborização com os das outras infraestruturas presentes no local prevenindo complicações. Os possíveis problemas que podem surgir são divididos em três níveis sendo eles o subterrâneo, o de superfície e o aéreo. No nível subterrâneo é necessário deixar as raízes longe das redes de esgoto, água e outras que passarem por ali, além disso é importante que seja construído um pequeno muro enterrado para dificultar o crescimento das mesmas. Figura 5 – Esquema de muros de proteção do avanço das raízes. Fonte: Livro Manual de Loteamentos e Urbanização. No nível de superfície deve-se evitar a interferência das raízes das árvores com os pavimentos optando-se por espécies que possuam raízes profundas. No nível aéreo frequentemente há conflitos entre as redes aéreas de eletricidade, telefone, tv a cabo, etc. e as copas das árvores, por esse motivo é importante fazer a compatibilização dos projetos e buscar espécies apropriadas a cada local, planta-las no lugar adequado e fazer as devidas podas. 11 Figura 6 – Tabela de plantio recomendado em função da dimensão das vias e passeios. Fonte: Livro Manual de Loteamentos e Urbanização. Outro problema comum é a interferência entre a arborização e a iluminação pública. Como ambas são elementos importantes aos passeios e ruas da cidade, é fundamental que se promova condições para a coexistência de ambas. Figura 7 – Modelo de iluminação pública compatível com arborização. Fonte: Livro Manual de Loteamentos e Urbanização. Atualmente tem-se enfrentado muitos problemas devido a substituição das áreas verdes por florestas de concreto e aço, ao refletirmos a respeito do tema arborização urbana podemos perceber a sua importância para a socialização, embelezamento e contemplação nas cidades e como isso afeta todo o ambiente que vivemos. É necessário que se promova essa infraestrutura de modo adequado, sem causar interferências nas outras redes, para que assim possamos solucionar os problemas existentes. Para isso têm sido desenvolvidas novas tecnologias que potencializam a implementação de áreas verdes, algumas delas serão apresentadas no capítulo a seguir. 12 NOVAS IDEIAS DE TECNOLOGIAS NA ÁREA DE ARBORIZAÇÃO URBANA 1º Green Streets: Unindo florestas urbanas e design de transporte sustentável Uma rua verde usa infraestrutura de águas pluviais verdes para capturar e gerenciar a chuva ou derreter neve diretamente da rua. As ruas verdes permitem que o escoamento entre no solo, filtrando os poluentes como o óleo e reduzindo a quantidade de águas pluviais que fazem o seu caminho para os canos de esgoto da Filadélfia, o que reduz os esgotos combinados que degradam nossos canais. Figura 8 – Programa Green Streets. Fonte:http://www.phillywatersheds.org/what_were_doing/green_infrastructure/programs/green_streets, Acessado em 21/05/17, 19h30min. Na Filadélfia, as ruas e calçadas representam 38% da cobertura impermeável dentro da área de serviço de esgoto combinado. Esta é de longe a maior categoria de cobertura pública impermeável na cidade, fazendo com que o programa Green Streets seja um componente chave de uma cidade verde. As ruas são projetadas para tomar o escorredor e afunilá-lo ao sistema de esgoto através das entradas. Ao desenvolver infraestrutura de águas pluviais verde especificamente projetada para a rua e que capta o escoamento antes que ele atinja a entrada, temos uma oportunidade única e importante para criar projetos padrão e replicáveis que podem ser implementados em toda a cidade. Em última análise, o programa Green Streets deve resultarna definição de um "padrão verde" para as ruas da cidade. Os projetos de ruas verdes transformam ruas da cidade em sistemas de gestão de águas pluviais, mantendo sua função primária como um caminho de transporte para veículos e pedestres. As ruas verdes usam várias ferramentas de infraestrutura de águas pluviais verdes, incluindo trincheiras de água de chuva, plantadores de águas pluviais, 13 choques de águas pluviais e pavimentos permeáveis, para capturar o escoamento diretamente das ruas e calçadas. Em vez de entrar no sistema combinado de esgoto, o escoamento superficial é absorvido por sistemas especialmente projetados que usam solos, pedras e plantas que absorvem água. Figura 9 – Visão tridimensional de um poço de drenagem. Fonte: http://www.phillywatersheds.org/what_were_doing/gsdm, acessado em 21/05/17, 19h38min. Além disso, as ruas verdes podem melhorar a segurança dos pedestres e das bicicletas, melhorar a qualidade do ar e ajudar a aliviar o efeito da ilha de calor urbano, reduzindo as temperaturas do ar e aumentando a estética do direito de passagem. 14 Figura 10 – Croqui de um conjunto do sistema viário ideal. Fonte: https://www.arborday.org/shopping/conferences/brochures/pcf/2012/review/presentations/LightningRound2, Acessado em 21/05/17, 19h40min. Figura 11 – Visão tridimensional de um plantador de águas pluviais. Fonte: http://www.phillywatersheds.org/img/GSDM/GSDM_FINAL_20140211.pdf, Acessado em 21/05/17, 19h45min. 15 Figura 13 – Visão tridimensional de um choque de águas pluviais. Fonte: http://www.phillywatersheds.org/img/GSDM/GSDM_FINAL_20140211.pdf, Acessado em 21/05/17, 19h48min. Figura 13 – Croqui típico de uma rua verde reformada, com cortes de contenção para a infiltração da água. Fonte: http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf, acessado em 21/05/17, 19h53min. 16 Figura 14 – Detalhe de construção típica de uma rua verde reformada. Fonte: http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf, acessado em 21/05/17, 19h59min. Figura 15 – Exemplos de designs de jardins que não levaram em consideração as árvores. Fonte: http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf, acessado em 21/05/17, 20h14min. Dois exemplos de designs que não levam em consideração as necessidades de árvore. Note como as árvores estão perto da infraestrutura cinza - eventualmente as árvores irão crescer e quebrar o concreto. Melhor seria colocar as árvores no meio do espaço e direcionar a água longe do boles. 17 Figura 16 – Exemplos de designs de jardins que levaram em consideração as árvores. Fonte: http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf, acessado em 21/05/17, 20h14min. Dois exemplos de projetos que conectaram poços de árvores cobertos com pavimentações para o movimento de pedestres e corredores de utilidade fora dos poços de árvores. Este projeto pode ser muito estreito para árvores muito grandes, mas ainda oferece um bom espaço para as raízes se expandirem. Figura 17 – Um poço de árvore conectado em construção (a) e um produto acabado (b). Fonte: http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf, acessado em 21/05/17, 20h20min. Um poço de árvore conectado em construção (a) e um produto acabado (b) usando material reciclado para o movimento de pedestres. As pavimentações também permitem a infiltração de água e troca de gás para raízes de árvores. 18 Figura 18 – Plantio em construção. Fonte: http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf, acessado em 21/05/17, 20h28min. Um plantio em construção utilizando solo estrutural feito a partir de material remanescente de processos de reciclagem de vidro (à direita). Isso fecha o ciclo em um processo industrial evitando o uso de um aterro, tornando o processo de reciclagem mais eficiente. Fotos cortesia Joris Voeten, SHFT, Holanda. A mensagem final aqui é que há muitas ideias boas de projeto por aí, mas nem cada projeto leva as necessidades das árvores em conta. Árvores grandes proporcionam múltiplos benefícios de reforço e devem ser acomodadas com bastante espaço de raiz para fornecer muitos serviços ecossistêmicos de longo prazo. Figura 19 – Exemplos de projetos de arborização. Fonte: http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf, acessado em 21/05/17, 20h54min. 19 2º Moringa, a árvore mágica que pode acabar com a fome no mundo e despoluir a água As informações a seguir foram obtidas no site Época, da Globo. Um meio de sanar o déficit de nutrientes provenientes da falta de alimentos à população é usufruir dos benefícios da árvore Moringa. Originária da Ásia e da África, a árvore de até 12 metros de altura fornece abundantes galhos carregados de pequenas folhinhas verdes, as quais têm um alto valor nutritivo com uma excelente composição de proteínas, vitaminas e sais minerais, contendo mais cálcio que o leite de vaca e mais ferro que o espinafre. Pesquisadores concluíram que, comparada grama por grama com outros produtos, a moringa possui sete vezes mais vitamina C que a laranja, quatro vezes mais vitamina A que a cenoura, quatro vezes mais cálcio que o leite de vaca, três vezes mais ferro que o espinafre e três vezes mais potássio que a banana. E mais: a composição de sua proteína mostra um balanço excelente de aminoácidos essenciais (aqueles que precisamos ingerir pois o corpo humano não os produz). Figura 20 – Plantações de moringa entre as cabanas da habitação do Konso. Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/viajologia/noticia/2015/06/moringa-arvore-magica-que-pode- acabar-com-fome-no-mundo.html. Acessado em: 17/04/2017, ás 23h45min. Em um país lembrado por imagens de subnutrição, observar que a moringa etíope – a espécie Moringa stenotepala – é fartamente plantada na zona tropical do país nos dá um grande entusiasmo. Os vilarejos tradicionais da etnia Konso foram proclamados Patrimônio Mundial pela Unesco em 2011 devido aos terraços criados para a agricultura e às muralhas de pedras que protegem os assentamentos humanos. Como se não bastasse a engenhosidade dos Konso com seus terraços, possibilitando uma agricultura sustentável nas encostas áridas das montanhas, os líderes da etnia plantam, há muitas gerações, árvores de 20 moringa ao redor de suas casas. Assim, a folhinha verde tão nutritiva não falta a ninguém na comunidade e traz um mínimo de elementos nutritivos a toda a população, principalmente às crianças. Graças à moringa abundante e aos cereais e as leguminosas plantados nos terraços Konso, o fantasma da subnutrição afasta-se cada vez mais do sul da Etiópia. Das 14 espécies identificadas, duas são as mais populares, a Moringa oleifera e Moringa stenotepala. Nativa das encostas do Himalaia, a Moringa oleifera foi reconhecida pela medicina como uma importante erva medicinal há quatro mil anos. Já a Moringa stenotepala é nativa do leste da África. Segundo pesquisadores da Universidade de Addis Ababa, da Etiópia, que pesquisam a planta há quase duas décadas, a moringa possui uma elevada capacidade para combater diferentes doenças tropicais, como a leishmaniose, málaria e também dores de estômago. Figura 21 – Árvores de moringa no meio de uma plantação de milho perto da Arba Minich, no sul da Etiópia. Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/viajologia/noticia/2015/06/moringa-arvore-magica-que-pode- acabar-com-fome-no-mundo.html. Acessado em: 17/04/2017, ás 23h48min. A moringa oferece ainda mais um presente às comunidades rurais. Devido a uma composição particular dos óleos e das proteínas contidas nas sementes, quando trituradas e misturadas a uma água turva e não potável,uma reação extraordinária é produzida: a água fica limpa. Como isso acontece? O pó das sementes de moringa possui a propriedade de atrair argila, sedimentos e bactérias, os quais acabam indo para o fundo do recipiente e deixando a água clara e potável. Tanto as sementes da espécie etíope (Moringa stenopatala) como da asiática (Moringa oleífera) possuem as mesmas características de decantar a água. Pesquisadores do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais comprovaram, em testes de laboratório, que as sementes da moringa asiática conseguem remover 99% da turbidez da água. 21 Com todos esses atributos, não é difícil considerar a moringa como uma das plantas mais generosas do planeta. Por isso, várias ONGs de desenvolvimento humano que combatem a pobreza e a fome a chamam de “super planta”, “árvore milagrosa” ou “folha que salva vidas”. 3º Árvores modificadas geneticamente para terem a função de postes de iluminação A biomimética é uma área que estuda os princípios criativos e as estratégias da natureza para criar novas soluções para os problemas da humanidade. Visando estes conceitos, estudos sobre a possibilidade de usar árvores que brilham no escuro no lugar de postes de iluminação nas cidades estão sendo feitos. A seguir serão apresentados dois métodos de pesquisa para os estudos em questão. Através do site Queminova.catracalivre os estudos sobre o método 1 foram coletados. Método 1: . Figura 22 – Croqui de calçadas e ruas iluminadas por árvores brilhantes. Fonte: https://queminova.catracalivre.com.br/influencia/arvores-modificadas-geneticamente-poderao-iluminar- cidades/. Acessado em: 17/04/2017, ás 00h05min. A empresa Bioglow, do cientista estadunidense Alexander Krichevsky, elaborou um projeto em parceria com a Universidade do Estado de Nova York onde se esperar tornar realidade esta ideia. O método consiste em unir o DNA de bactérias marinhas luminescentes (algas) ao genoma de plantas comuns para que elas emitam luz própria. Desta forma elas são carregadas pelos raios solares durante o dia e à noite emitem luz por até oito horas. 22 Figura 23 – Exemplo do galho da árvore modificada geneticamente para ser um poste de luz natural. Fonte: https://queminova.catracalivre.com.br/influencia/arvores-modificadas-geneticamente-poderao-iluminar- cidades/. Acessado em: 17/04/2017, ás 00h16min. O site razoesparaacredita proporcionou os informes sobre o método 2 de estudo sobre o tema em questão. Método 2: Uma equipe de pesquisa da Universidade de Osaka e do Instituto Rinken (que é ligado ao governo) no Japão desenvolveu proteínas que produzem luz invisível a olho nu. Proteínas estas que foram chamadas de “nano lanternas”, e além de serem usadas em pesquisas médicas, podem ser utilizadas como uma alternativa à luz elétrica. As proteínas brilhantes convencionais emitem um brilho fraco, visíveis apenas com a ajuda câmeras supersensíveis, diferentes das proteínas que foram desenvolvidas pela equipe japonesa, que emitem luz forte o suficiente para serem vistas sem a necessidade de equipamentos especiais, agindo como uma espécie de poste natural. Figura 24 – Exemplo de árvore modificada geneticamente para ser um poste de luz natural. Fonte: https://queminova.catracalivre.com.br/influencia/arvores-modificadas-geneticamente-poderao-iluminar- cidades/. Acessado em: 17/04/2017, ás 00h23min. 23 Os métodos anteriormente apresentados não são prejudiciais à natureza, e além de sustentáveis, estas árvores brilhantes ou árvores postes poderão dar um visual mais agradável a cidade diurna e noturna. Mas vale ressaltar que ela não deve substituir as árvores de caráter natural. CONSIDERAÇÕES FINAIS O propósito deste trabalho foi o de mostrar novas ideias de tecnologias na área de arborização urbana que têm sido utilizadas em cidades do exterior. Foram apresentadas três tipos de inovações a primeira (Green Streets), relacionada ao sistema viário e à drenagem; a segunda sobre uma árvore que serve como alimentação e auxilia na redução do problema de fome e a terceira relacionada à um método de conciliar a rede de iluminação e arborização fazendo com que as árvores passem a emitir luz. A última ideia apresentada ainda não está sendo utilizada, a mesma ainda está em seu processo de desenvolvimento e teste e quando finalizada trará benefícios às cidades de todos os países, pois a incompatibilidade entre a rede de iluminação e arborização é algo bastante comum no nosso país e em outros também. O primeiro caso supracitado, o das Ruas Verdes (Green Streets), está relacionado a um tema problemático para a nossa cidade e algumas outras cidades do país, a drenagem. Ele apresenta soluções interessantes e de caráter sustentável que são simples de serem aplicadas aqui, fazendo-se as adaptações necessárias para cada local. A segunda proposta faz referência a uma função da arborização que é pouco utilizada nos projetos que vemos no Brasil, a de alimentação. Essa ideia se adequa bem a áreas das cidades onde há uma população de baixa renda e também a regiões em que existem problemas como a fome. Ela pode ser adotada em todas as regiões brasileiras pois essa espécie se adapta bem ao clima e tipo de vegetação daqui. Pode-se notar que existem diversos métodos que maximizam a implementação de áreas verdes na malha urbana, alguns deles são bem viáveis e de fácil adaptação para o uso no local em que vivemos, basta querer e buscar mais dessas inovações para assim se obter uma cidade mais próxima daquela tida como ideal. 24 REFERÊNCIAS CASTRO, Haroldo. PAULINO, Giselle. Moringa, a árvore mágica que pode acabar com a fome. < http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/viajologia/noticia/2015/06/moringa-arvore- magica-que-pode-acabar-com-fome-no-mundo.html. >, acessado em 21/05/2017. Executado pela Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins-FAPTO, Ecótono Engenharia e Prefeitura Municipal de Palmas/TO como compensação ambiental da BRASHOP S/A. Manual de Arborização Urbana de Palmas-TO. FARIA, Caroline. Arborização Urbana. Infoescola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/meio-ambiente/arborizacao-urbana/>. Acesso em 10 MAI 2017,10h36min. HAY, Dean. MAKRA, Edith. Projetos e programas de arborização urbana inovadores. < https://www.arborday.org/shopping/conferences/brochures/pcf/2012/review/presentations/Lig htningRound2.pdf >, acessado em 21/05/2017. MASCARÓ, Juan Luis. Manual de Loteamentos e Urbanização. Masquatro, 2ª edição, 2005. Programa ruas verdes. <http://www.phillywatersheds.org/what_were_doing/gsdm>, acessado em 21/05/2017. QUEMINOVA. Árvores modificadas geneticamente poderão iluminar cidades. <https://queminova.catracalivre.com.br/influencia/arvores-modificadas-geneticamente- poderao-iluminar-cidades/. >, acessado em: 17/04/2017. RESENDE, Otávia Melina de. Arborização Urbana. Monografia, UNIPAC, Barbacena, 2011. Disponível: < http://www.unipac.br/site/bb/tcc/tcc-9c9e0ecfc01dfebdd0ae3785183c0936.pdf>. Acesso em 10/05/2017. STALEY, Dan. Ruas verdes: parceria entre arborização urbana e um design de sistema viário sustentável. <http://danstaley.net/PCF12-hand.pdf>, acessado em 21/05/2017.
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