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Aula 5 Fundamentos do Processo MIG MAG

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Mário Bittencourt – 2017.2 1 
Fundamentos do 
Processo MIG/MAG 
 
Docente: Mário Bittencourt 
Sumário 
1. Descrição do processo 
2. Instalação MIG/MAG 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG/MAG 
4. Gases de Proteção 
5. Transferência metálica 
6. Variáveis de soldagem 
7. Vantagens e limitações do processo 
8. Descontinuidades relativas ao processo 
9. Bibliografia 
 
Mário Bittencourt – 2017.2 2 
 “Operação que tem por objetivo a união de duas peças 
(ou mais), produzida por aquecimento até uma 
temperatura adequada, com ou sem a utilização de 
pressão e/ou material de adição, assegurando entre as 
peças uma perfeita continuidade metálica e mantendo, 
por conseqüência, suas propriedades.” 
 
Definição de Soldagem 
1. Descrição do Processo 
 No processo MIG/MAG o calor necessário para a 
soldagem provém do arco elétrico que é 
estabelecido entre um arame eletrodo sólido, 
alimentado continuamente com velocidade 
controlada, e a peça a ser soldada. 
 A poça de fusão e o arame fundido são protegidos da 
contaminação da atmosfera por uma cortina gasosa. 
 É considerado um processo de soldagem semi-
automático. 
 
Mário Bittencourt – 2017.2 3 
1. Descrição do Processo 
 A abreviação MIG/MAG esta relacionada ao gás de 
proteção utilizado. 
 M etal M etal 
 I nert A ctive 
 G as G as 
 Também é conhecido pela sigla internacional GMAW, que 
significa “Gas Metal Arc Welding”, ou seja Soldagem a 
Arco com Proteção Gasosa e Eletrodo Metálico. 
 
1. Descrição do Processo 
Mário Bittencourt – 2017.2 4 
1. Descrição do Processo 
Regulador de vazão 
Arame MIG 
Alimentador 
de arame 
Tocha MIG 
Fonte de energia 
Gás de 
proteção 
Peça de trabalho 
1. Descrição do Processo 
Mário Bittencourt – 2017.2 5 
 A transferência metálica para poça de fusão ocorre no 
arco elétrico. 
 O contato elétrico é do tipo deslizante. 
 
1. Descrição do Processo 
 O processo não gera escória, apresentando na 
superfície do cordão soldado silicato de manganês, 
reação entre o óxidos de silício e de manganês, quando 
da utilização de gases ativos (SiO2 + MnO > SiO3Mn). 
 Em soldagem multipasse não é 
necessário, na maioria das 
vezes, retirar esta escória 
formada nos cordões 
anteriores 
 
1. Descrição do Processo 
Mário Bittencourt – 2017.2 6 
2. Instalação MIG/MAG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte de Energia para Soldagem 
 1. Ligação à rede elétrica 
 2. Retificador de corrente para soldagem 
 Arame Eletrodo 
 3. Bobina (carretel) do arame eletrodo 
 4. Aparelho alimentador do arame eletrodo 
 Gás de Proteção 
 5. Cilindro para gás de proteção 
 6. Válvula redutora de pressão com indicador de 
 vazão 
 7. Válvula solenóide do gás de proteção 
 
2. Instalação MIG/MAG 
Mário Bittencourt – 2017.2 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Multicabo 
 8. Cabo de comando da tocha ou pistola 
 9. Arame eletrodo 
 10. Condutor do gás de proteção 
 11. Condutor da corrente para soldagem 
 Tocha de Soldagem 
 12. Tocha ou Pistola com interruptor 
 Conexão com a Peça 
 13. Cabo-obra (cabo de ligação à peça de 
 trabalho) com grampo 
2. Instalação MIG/MAG 
 A unidade de alimentação do 
arame e a fonte de energia 
estão conjugadas de modo a 
fornecer uma a auto-regulagem 
para o comprimento do arco. 
2.1 Equipamento de Soldagem 
Mário Bittencourt – 2017.2 8 
 O arame eletrodo é alimentado continuamente e a fonte 
de energia fornece o calor necessária para fundir o metal 
de base e o arame, alimentado a uma velocidade 
constante. 
2.1 Equipamento de Soldagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte de Energia 
2.2 Fonte de Energia 
Mário Bittencourt – 2017.2 9 
 O equipamento de soldagem fornece a energia 
necessária para criar a poça de fusão no material de base 
e fundir o arame eletrodo. 
  Esta energia tem dois 
componentes: 
 - a energia que esta contida 
no arco elétrico 
 - a energia de aquecimento 
do arame eletrodo por 
efeito Joule 
 
2.2 Fonte de Energia 
 Fonte de energia de 
tensão constante. 
 Fornece uma curva 
tensão-corrente conjugada 
com uma velocidade 
constante de alimentação 
do arame. 
2 
1 
Fonte: GERDAU 
2.2 Fonte de Energia 
Mário Bittencourt – 2017.2 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alimentador de Arame Eletrodo 
2.3 Alimentação do Arame 
 Existem vários tipos de sistemas propulsores para a 
devida alimentação do arame na poça de fusão. 
 A adequada e contínua alimentação é fundamental para 
se obterem cordões sem falhas e com bom 
acabamento. 
 Considerando a dificuldade de se empurrar o arame 
eletrodo a grandes distâncias, devido ao atrito dos 
conduítes, existem sistemas que permitem a soldagem 
em locais afastados da fonte de energia. 
2.3 Alimentação do Arame 
Mário Bittencourt – 2017.2 11 
 Sistema de alimentação com DOIS ou QUATRO roletes. 
2.3 Alimentação do Arame 
 Alimentador no interior ou externo à fonte de energia, 
ambos empurrando o arame eletrodo. 
2.3 Alimentação do Arame 
Mário Bittencourt – 2017.2 12 
 Alimentador na própria tocha de soldagem (empurrando o 
arame) e alimentador na fonte (empurrando) + sistema 
puxador na tocha (puxando o arame). 
2.3 Alimentação do Arame 
 Regulagem da pressão dos rolos de alimentação. 
2.3 Alimentação do Arame 
Mário Bittencourt – 2017.2 13 
ARAME SÓLIDO ARAME TUBULAR 
INFORMAÇÃO DO Ø ARAME 
 Seleção das roldanas 
2.3 Alimentação do Arame 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Multicabo 
Tocha de Soldagem 
2.4 Tocha ou Pistola de Soldagem 
Mário Bittencourt – 2017.2 14 
2.4 Tocha ou Pistola de Soldagem 
 Tocha com sistema de ASPIRAÇÃO DE FUMOS. 
2.4 Tocha ou Pistola de Soldagem 
Mário Bittencourt – 2017.2 15 
2.4 Tocha ou Pistola de Soldagem 
 Tocha com sistema PUSH PULL. 
2.4 Tocha ou Pistola de Soldagem 
Mário Bittencourt – 2017.2 16 
 Tocha com rolo de arame e alimentador de arame 
acoplados (para soldagem de alumínio). 
2.4 Tocha ou Pistola de Soldagem 
 Escolha do conduíte. 
2.4.1 Conduíte 
Mário Bittencourt – 2017.2 17 
 Escolha do conduíte. 
Disponível em: http://binzel-abicor.com . Acesso em: 30 maio 2013. 
 
2.4.1 Conduíte 
 Posição correta da guia (conduíte), em relação ao bico de 
contato. 
2.4.1 Conduíte 
Mário Bittencourt – 2017.2 18 
 Existem diferentes tipos e tamanhos de bocais, 
adequados as diversas necessidades de utilização. 
2.4.2 Bocal 
Garrafa Cônico Cilíndrico 
Disponível em: http://binzel-abicor.com . Acesso em: 30 maio 2013. 
 
2.4.2 Bocal 
Mário Bittencourt – 2017.2 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5 Fixação Cabo Terra 
Fixação Cabo Terra 
 Correto fechamento do circuito elétrico 
2.5 Fixação Cabo Terra 
Mário Bittencourt – 2017.2 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arame Eletrodo ou Arame MIG 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
 Um dos fatores mais importantes para ser considerado 
na soldagem GMAW é a seleção correta do arame 
eletrodo. 
 Este arame combinado com o gás 
de proteção produz o depósito 
químico que determina as 
propriedades físicas e mecânicas 
do cordão de solda. 
 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
Mário Bittencourt – 2017.2 21 
 Os arames para aço carbono são comumente 
revestidos com uma camada de cobre, que protegea 
superfície e melhora o contato elétrico. 
 Entretanto existem pesquisas que apresentam outros 
materiais para revestimento destes arames. 
 
 
 
 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
 Os arames são disponíveis nos diâmetros 0,6 / 
0,8 / 1,0 / 1,2 / 1,6 mm 
 Diversos tipos de embalagens. 
 
 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
Mário Bittencourt – 2017.2 22 
 Classificação AWS 
 
 AWS X1 X2 S X3 
COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
SÓLIDO 
RESISTÊNCIA A TRAÇÃO 
ARAME OU VARETA 
NORMA - AMERICAN 
WELDING SOCIETY 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
 Exemplo classificação AWS A5.18 para aço carbono: 
 
AWS ER 70 S 6 
0,15%C 1,15%Si 1,85%Mn (S-P-Cu) 
valores máximos 
SÓLIDO 
RESISTÊNCIA A TRAÇÃO 
MÍNIMA 70.000 psi 
ARAME OU VARETA 
AMERICAN WELDING SOCIETY 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
Mário Bittencourt – 2017.2 23 
 Segundo a AWS são cinco os fatores que influenciam na 
escolha de um arame eletrodo para a soldagem GMAW: 
 - Metal de base; 
 - Propriedades mecânicas requeridas pelo 
 cordão de solda; 
 - Tipo de serviço e aplicações específicas 
 requeridas; 
 - Modo pretendido de transferência do metal; 
 - Gás de proteção utilizado; 
 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
Mário Bittencourt – 2017.2 24 
MARCA COMERCIAL 
NORMA 
APLICADA 
3. Arame Eletrodo ou Arame MIG / MAG 
 preparação superficial de um fio máquina; 
 trefilação, com redução na faixa de 60%, 
lubrificação seca com sabão; 
 retrefilação, com redução na faixa de 85%; 
 decapagem química e neutralização; 
 
3.1 Etapas Fabricação Arame Eletrodo 
de Aço Baixo Carbono 
Mário Bittencourt – 2017.2 25 
 cobreamento eletrolítico e 
polimento; 
 redução por trefilação da 
ordem de 10%, com 
lubrificação úmida; 
 reenrolamento do material, 
embalagem e armazenamento 
para despacho. 
 
3.1 Etapas Fabricação Arame Eletrodo 
de Aço Baixo Carbono 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gás de Proteção 
4. Gases de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 26 
4. Gases de Proteção 
 Podem ser agrupados em quatro grupos: 
 
 Inertes: Argônio, Hélio 
 Parcialmente inertes: Nitrogênio 
 Ativos (oxidantes): Oxigênio, Gás Carbônico 
 Redutores: Hidrogênio 
4. Gases de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 27 
Gas 
 
 
 
Argon 
 
Helium 
 
CO2 
 
Oxygen 
 
Nitrogen 
 
Hydrogen 
 
 
Symbol 
 
 
 
Ar 
 
He 
 
CO2 
 
O2 
 
N2 
 
H2 
Purity 
% 
 
 
99,99 
 
99,99 
 
99,7 
 
99,5 
 
99,5 
 
99,5 
Dew point 
1b,°C 
 
 
-50 
 
-50 
 
-35 
 
-35 
 
-50 
 
-50 
Chem. reaction 
in welding 
 
 
inert 
 
inert 
 
oxydising 
 
oxydising 
 
low reactive 
 
reducing 
 Propriedades gerais dos gases: 
4. Gases de Proteção 
 Protegem a poça de fusão da contaminação atmosférica 
 e promovem uma atmosfera conveniente e ionizável 
para o arco elétrico. 
 
4. Gases de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 28 
 Entretanto um gás que proporciona uma 
perfeita proteção contra o ar, não 
necessariamente é o melhor para o 
arco de soldagem. 
 Existem, além do custo, outras 
propriedades que são importantes e 
devem ser consideradas para a escolha 
do gás de proteção. 
 Densidade relativa, condutividade 
térmica, potencial de ionização. 
4. Gases de Proteção 
 Considera-se a densidade do 
AR igual a 1. 
 Um gás mais denso que o ar faz 
uma cobertura mais efetiva 
sobre a poça de fusão. 
 Gases mais leves que o ar 
tendem a subir para longe da 
área de solda e vazões maiores 
são necessárias, a menos que a 
soldagem seja sobre cabeça. 
4.1 Densidade Relativa ao AR 
Mário Bittencourt – 2017.2 29 
at 15°C and 1b 
value 
 
 
Density kg/m3 
 
 
Relative density 
to air 
Argon 
 
 
1,669 
 
 
1,37 
He 
 
 
0,167 
 
 
0,14 
CO2 
 
 
1,849 
 
 
1,44 
O2 
 
 
1,337 
 
 
1,04 
N2 
 
 
1,17 
 
 
0,91 
H2 
 
 
0,085 
 
 
0,06 
4.1 Densidade Relativa ao AR 
 O calor do arco elétrico é inicialmente concentrado na 
coluna de arco entre o eletrodo e a peça. 
 A extensão do calor transferido para a zona de 
soldagem depende da condutividade térmica do gás de 
proteção. 
4.2 Condutividade Térmica 
Mário Bittencourt – 2017.2 30 
 Condutividade térmica BAIXA, o 
arco terá a região central mais 
quente, o calor não se espalha 
radialmente no arco, resultando em 
uma penetração de formato de 
nariz. 
 Condutividade ALTA, distribuição do 
calor mais uniforme, espalhando-se 
radialmente no arco, resultando em 
uma penetração de formato de 
concha. 
4.2 Condutividade Térmica 
0,04 
0,08 
0,12 
0,16 
H2 
Ar 
0 2000 4000 6000 8000 10000 °C 
T
H
E
R
M
A
L
 C
O
N
D
U
C
T
IV
IT
Y
 I
N
 W
/c
m
°C
 
CO2 
He 
O2 
4.2 Condutividade Térmica 
Mário Bittencourt – 2017.2 31 
 É a tensão necessária para 
remover um elétron da 
camada de um átomo. 
 A proximidade do elétron 
com o núcleo do átomo, 
determina se o potencial 
de ionização é ALTO ou 
BAIXO. 
Potencial de Ionização BAIXO 
Potencial de Ionização ALTO 
ARGÔNIO 
HÉLIO 
4.3 Potencial de Ionização 
 BAIXO 
 O gás de proteção conduz melhor a energia elétrica, a 
abertura do arco elétrico é mais fácil e a estabilização é 
melhor. 
ALTO 
 A tensão do arco é mais alta para uma determinada 
corrente e comprimento de arco, e a energia produzida é, 
em parte, devida ao gás de proteção. 
 
 
4.3 Potencial de Ionização 
Mário Bittencourt – 2017.2 32 
Gas Dissociation energy Ionisation energy 
 eV eV 
 
Ar -- 15,7 
 
He -- 24,5 
 
CO2 6,3 14,4 
 
02 8,05 12,5 
 
N2 9,76 15,8 
 
H2 4,48 15,4 
1 ( eV ) 
4.3 Potencial de Ionização 
 3 5 10 20 30 
He 
N2 
Ar 
100 
 
 
 
10 
 
 
 
1 
Temperature 
P=1 b 
10 °K 
H2 He 
% 
4.3 Potencial de Ionização 
 Condutibilidade elétrica do Gás Plasma, em função do 
potencial de ionização. 
Mário Bittencourt – 2017.2 33 
 
ENADE 2008 
 Baixa condutividade 
térmica, resultando em 
penetração na forma de 
“nariz”. 
 Gás pesado, que 
tende a formar uma 
cobertura mais efetiva 
sobre a área de solda. 
 É ionizado 
facilmente, com boa 
ignição e 
estabilidade de arco. 
 Muito leve, se dissipa 
rapidamente, vazões 
altas são necessárias. 
 Ignição difícil e 
estabilidade ruim 
do arco elétrico. 
Arco mais quente. 
 Alta condutividade 
térmica, resultando em 
uma penetração tipo 
“concha”. 
1,39 15,7 eV 0,015 
0,14 24,6 eV 0,130 
A
R
G
Ô
N
IO
 
H
É
L
IO
 
Densidade relativa Condutividade térmica1 Potencial ionização 
1(cm³/0C/sec) 
Comparação Gases de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 34 
4.4 Classificação dos Gases de Proteção 
Norma ISO 14175 
Símbolo 1) Composição em volume (%) 
A (plicação Típica 
 
Observação Grupo Número de 
Identificação 
Oxidante Inerte Redutor Não reativo 
CO2 O2 Ar He H2 N2 
R 1 
2 
 Balanço 2) 
Balanço 2) 
 >0 a 15 
>15 a 35 
 TIG, soldagem 
plasma, corte 
plasma, gás de 
purga 
RedutorI 1 
2 
3 
 100 
 
Balanço 
 
100 
>0 a 95 
 MIG, TIG, soldagem 
plasma, gás de 
purga 
Inerte 
M1 1 
2 
3 
4 
>0 a 5 
>0 a 5 
 
>0 a 5 
 
 
>0 a 3 
>0 a 3 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
 >0 a 5 
 
 
 
 
 
MAG 
Levemente 
oxidante 
M2 1 
2 
3 
4 
>5 a 25 
 
>0 a 5 
>5 a 25 
 
>3 a 10 
>3 a 10 
>0 a 8 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
 
 
 
Fortemente 
oxidante M3 1 
2 
3 
>25 a 50 
 
>5 a 50 
 
>10 a 15 
>8 a 15 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
Balanço 2) 
 
C 1 
2 
 
>0 a 30 
 
F 1 
2 
 >0 a 50 100 
Balanço 
Corte plasma e gás 
de purga 
Não reativo 
Redutor 
1) Para componentes que não estejam listados nos grupos desta tabela, a mistura é considerada como especial, e o prefixo S deverá ser utilizado. 
2) Balanço refere-se ao gás que completa a mistura. 
 
 velocidade e custos da 
soldagem 
 queima de elementos de liga 
e propriedades mecânicas 
4.5 Influência dos Gases de Proteção 
 Os gases de proteção influenciam: 
 quantidade de respingos e fumos metálicos 
 tipo de transferência metálica 
 aspecto e geometria do cordão de solda 
Mário Bittencourt – 2017.2 35 
 Sua escolha depende: 
 processo de soldagem 
 material de base 
 espessura da chapa 
 estabilidade do arco elétrico 
 tipo de transferência 
desejado 
 penetração e geometria do 
cordão 
 velocidade de soldagem 
 acabamento 
4.6 Escolha dos Gases de Proteção 
 Depende de uma série de fatores, incluindo: 
 - Peso específico do gás 
 - Fluxo (vazão) 
 - Tipo de junta 
 - Diâmetro do bocal 
 - Comprimento do arco 
 - Superfície da peça 
 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 36 
 A vazão de gás de proteção deve ser estabelecida 
em função de: deslocamento de ar, 
do tamanho do bocal e 
da dimensão da poça de fusão. 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
 Utilização de gráficos 
Ø Bocal (mm) 
F
o
n
te
: 
D
V
S
 
Corrente (A) 
Alumínio 
Aço 
 Modo prático: Vazão (l/min.) = Ø Bocal (mm) 
 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 37 
Porosidade 
 Vazio formado pelo aprisionamento de gás durante a 
solidificação. 
 Pode ser esférico ou cilindrico (alongado). 
 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
Proteção Gasosa 
Insuficiente 
CAUSA: Corrente de ar que 
impede a proteção completa 
da poça de fusão do gás de 
proteção 
SOLUÇÃO: Proteger o posto 
de soldagem da corrente de ar 
AR 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 38 
 Vazão Excessiva 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
CAUSA: Obstrução do bico 
de contato/bocal por acúmulo 
de respingos, provocando 
turbulência do gás 
SOLUÇÃO: Manter o bico e 
o bocal livre de respingos 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 39 
CAUSA: Desalinhamento do 
bico de contato em relação 
ao bocal e a poça de fusão. 
SOLUÇÃO: Realizar 
manutenção adequada nas 
tochas, centralizando 
corretamente o bico de 
contato/bocal. 
 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
VAZAMENTO EM TUBULAÇÕES: 
• verificar sempre mangueiras e 
conexões para evitar aspiração de ar 
pelo furo. 
VAZAMENTO NAS TOCHAS: 
• qualquer saída de gases, é também 
uma entrada de impurezas. 
* * * 
* 
* * * * * 
* 
* 
* 
* * 
* * * * * 
4.7 Eficácia do Gás de Proteção 
Mário Bittencourt – 2017.2 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transferência Metálica 
5. Transferência Metálica 
BOCAL 
GÁS DE 
PROTEÇÃO 
CORRENTE 
ELÉTRICA 
ARAME MIG 
POÇA DE 
FUSÃO 
TRANSFERÊNCIA 
METÁLICA 
TUBO DE 
CONTATO 
CORDÃO DE 
SOLDA 
5. Transferência Metálica 
Mário Bittencourt – 2017.2 41 
 No processo GMAW a deposição do metal de solda é 
realizada através transferência de “gotas”de metal 
através da coluna do arco. 
 O tamanho,forma e freqüência desta deposição 
caracteriza um determinado tipo de transferência 
metálica. 
 A gravidade e o efeito “PINCH” são as forças mais 
consideradas numa descrição simples do mecanismo de 
transferência. 
 
5. Transferência Metálica 
5.1 Efeito PINCH 
 É um estrangulamento momentâneo da gota líquida na 
extremidade do arame que ocorre em função dos efeitos 
eletro-magnéticos da corrente. 
Mário Bittencourt – 2017.2 42 
5.2 Tipos de Transferência 
 Tipos de transferência mais comuns: 
 CURTO CIRCUITO 
 GLOBULAR 
 SPRAY 
 Neste tipo de transferência ocorrem 
curto-circuitos intermitentes entre o 
arame eletrodo e o metal de base 
 Apresenta a taxa de alimentação do 
arame excedendo muito pouco a 
taxa de fusão. 
 Utiliza regulagens com menores 
faixas de corrente e tensão. 
5.2.1 Transferência Curto-circuito 
Mário Bittencourt – 2017.2 43 
INICIA-SE A 
FORMAÇÃO DA 
GOTA 
A GOTA AVANÇA 
EM DIREÇÃO AO 
METAL BASE 
A GOTA ENTRA 
CONTATO COM A POÇA 
DE FUSÃO CAUSANDO 
UM CURTO-CIRCUITO 
O CIRCUITO É 
INTERROMPIDO E INICIA-
SE A FORMAÇÃO DE UMA 
NOVA GOTA 
5.2.1 Transferência Curto-circuito 
Faixa de Regulagem: tensão baixa (abaixo de 20V) arco curto 
Arame eletrodo Ø de 1,0 mm 
Gás de proteção: Mistura e C02 
Poça de fusão densa e viscosa 
5.2.1 Transferência Curto-circuito 
Mário Bittencourt – 2017.2 44 
 Principais Características: 
 Solidificação rápida da poça de fusão. 
 Indicado para a soldagem de seções finas 
 e soldagem fora de posição (sobre cabeça). 
 Pequena distorção das peças soldadas. 
5.2.1 Transferência Curto-circuito 
 Neste tipo de transferência, gotas 
com diâmetro maior do que o do 
arame transferem-se (geralmente 
com alguns curto-circuitos). 
 Densidade de corrente e tensão 
relativamente baixas, mas 
maiores do que na transferência 
por curto-circuito. 
 
5.2.2 Transferência Globular 
Mário Bittencourt – 2017.2 45 
respingos 
respingos 
5.2.2 Transferência Globular 
Faixa de Regulagem: tensão alta (acima de 20V) arco longo 
Arame eletrodo Ø 1,0 mm 
Gás de proteção: Dióxido de Carbono (C02) 
Poça de fusão pouco densa 
5.2.2 Transferência Globular 
Mário Bittencourt – 2017.2 46 
 Transferência por gotas, em 
maior quantidade e menor 
tamanho que nos outros 
modos de transferência. 
 São necessários valores altos 
de tensão e corrente, 
associados com o tipo 
adequado de gás de proteção. 
 
5.2.3 Transferência Spray 
o arco elétrico não extingue 
5.2.3 Transferência Spray 
Mário Bittencourt – 2017.2 47 
Faixa de Regulagem: tensão alta (acima de 25V) 
Arame eletrodo Ø de 1,0 mm 
Gás de proteção: Mistura ou Argônio 
Poça de fusão bastante fluida 
5.2.3 Transferência Spray 
Principais Características: 
 Apresenta alta taxa de deposição, com grande 
penetração e diluição conveniente para peças 
espessas e na posição plana. 
 
5.2.3 Transferência Spray 
Mário Bittencourt – 2017.2 48 
5.2.4 Transferência Pulsada 
 Transferência metálica estável, com baixa incidência 
de respingos e isento de curto-circuito. 
1) Arco em baixa corrente, a extremidade do arame inicia sua fusão; 
2) Através da intensidade da 
corrente pulsada cresce o 
volume da gota na 
extremidade do arame, ao 
mesmo tempo aumenta o 
efeito pinch para destacar a 
gota; 
5.2.4 Transferência Pulsada 
Mário Bittencourt – 2017.2 49 
3) A gota se destaca e passa sem curto-circuitopara o banho de 
fusão; 
5.2.4 Transferência Pulsada 
4) A intensidade da corrente é diminuída para a intensidade da corrente 
de base; 
5) O arco queima até o próximo 
pulso de intensidade da 
corrente, com a intensidade da 
corrente de base, que inicia a 
fusão do arame, mais sem 
causar destacamento da gota. 
5.2.4 Transferência Pulsada 
Mário Bittencourt – 2017.2 50 
 menor-----------------------frequência de pulso------------------------------maior 
 menor--------------------corrente de soldagem efetiva-----------------------maior 
 menor---------------------obter potência de fusão-----------------------------maior 
 Efeito da variação da frequência de pulsos: 
5.2.4 Transferência Pulsada 
 Controlam a geometria do cordão, 
acabamento, estabilidade do arco e a 
taxa de deposição. 
 Depende de fatores, tais como: tipo de 
gás de proteção, material e diâmetro do 
arame e ajuste da corrente e tensão. 
6. Variáveis de Soldagem 
 São determinadas em função do 
metal de base, posição de soldagem, 
tipo de transferência metálica 
desejada, taxa de deposição, etc. 
 
Mário Bittencourt – 2017.2 51 
As principais variáveis do processo são: 
 Intensidade da Corrente (I) 
 Tensão do Arco (V) 
 Stickout 
 Velocidade de soldagem 
 Ângulo da tocha 
 
6. Variáveis de Soldagem 
6.1 Intensidade da Corrente (A) 
 A corrente controla a penetração. 
 Está diretamente ligada à velocidade de alimentação do 
arame. Aumento na velocidade de alimentação do arame 
provoca aumento da corrente. 
 Influência da variação da velocidade de alimentação do 
arame para uma tensão fixa: 
 
CORRENTE BAIXA 
 MENOR PENETRAÇÃO 
 
CORRENTE ALTA 
 MAIOR PENETRAÇÃO 
Mário Bittencourt – 2017.2 52 
 Controla o comprimento do arco. 
 Controla a largura e altura do cordão de solda. 
 Influência da variação da tensão com velocidade 
alimentação arame fixa: 
 
 
 
6.2 Tensão do Arco (V) 
TENSÃO ALTA 
CORDÃO LARGO E BAIXO 
TENSÃO BAIXA 
CORDÃO ESTREITO E ALTO 
6.3 Velocidade de Soldagem 
 Influência direta sobre a penetração e acabamento do 
cordão de solda. 
 Controla taxa de deposição de material. 
Mário Bittencourt – 2017.2 53 
 ALTA 
 falta de deposição 
 cordão estreito 
 falta de penetração 
 baixa resistência. 
 
 BAIXA 
 excesso deposição 
 cordão largo e alto 
 calor concentrado 
 empenos 
 mordeduras. 
6.3 Velocidade de Soldagem 
6.4 Stickout 
 Stickout ou extensão livre do arame é a parte do arame 
que conduz a corrente elétrica. 
 A tensão do arco elétrico é diretamente dependente do 
comprimento do arco. 
Mário Bittencourt – 2017.2 54 
COMPRIMENTO 
ARCO 
STICKOUT 
TUBO DE 
CONTATO BOCAL 
ARAME MIG 
6.4 Stickout 
Maior penetração 
Poucos respingos 
Aquecimento baixo do arame 
por resistência 
Menor penetração 
Muitos respingos 
Aquecimento alto do arame 
por resistência 
 Mesmo comprimento do arco elétrico para variações da 
distância do bico de contato para a peça, afastando a 
tocha. 
6.4 Stickout 
Mário Bittencourt – 2017.2 55 
6.5 Ângulo da Tocha 
 É a posição da tocha de soldagem 
em relação à junta. 
 É definida por dois ângulos: 
 transversal (positivo), quando a 
solda é “puxada” e 
 longitudinal (negativo), quando a 
solda é “empurrada”. 
SENTIDO DA SOLDAGEM 
ÂNGULO NEGATIVO 
(empurrando) NEUTRO 
ÂNGULO POSITIVO 
(puxando) 
6.5 Ângulo da Tocha 
Mário Bittencourt – 2017.2 56 
7. Vantagem do Processo 
 Versatilidade 
 Facilidade de operação e automação 
 Alta taxa de deposição (produtividade) 
 Fácil estocagem e manuseio dos consumíveis 
 Baixo custo 
 Qualidade 
 Baixo “heat imput” 
 Facilidade de operação e automação 
7. Vantagem do Processo 
Mário Bittencourt – 2017.2 57 
 Facilidade de operação e automação 
7. Vantagem do Processo 
 Facilidade de operação e automação 
7. Vantagem do Processo 
Mário Bittencourt – 2017.2 58 
 Facilidade de operação e automação 
7. Vantagem do Processo 
 Equipamento mais complexo 
 Aplicações ao ar livre mais 
limitadas 
 Acesso difícil, pelo formato da 
tocha 
 Velocidade de resfriamento 
elevada com possibilidades de 
trincas 
 
8. Limitações do Processo 
Mário Bittencourt – 2017.2 59 
 SILVA, F. J. G., Tecnologia da soldadura, 1 ed., Porto, PRT, Editora 
Publindústria, 2014. 
 WAINER, E.; BRANDI, S.; MELLO, F., Soldagem: processos e 
metalurgia, São Paulo, SP, Editora Blucher, 2013. 
 SENAI-SP, Soldagem, 1 ed., São Paulo, SP, Editora SENAI-SP, 2013. 
 MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; BRACARENSE, A. Q., Soldagem 
fundamentos e tecnologia, 3 ed., Belo Horizonte, MG, Editora UFMG, 
2009. 
 GROOVER, M. P., Introdução aos processos de fabricação, 1 ed., Rio 
de Janeiro, RJ, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora, 2014. 
9. Bibliografia 
 AMERICAN WELDING SOCIETY, Gas Metal Arc Welding. In: Welding 
Handbook, 9 ed., v.2, chapter 4, Miami, USA, 2004. 
 AMERICAN SOCIETY FOR METALS, Gas Metal Arc Welding - MIG 
Welding. In: Metals Handbook, 8 ed., v. 6, chapter 1, Ohio, USA, 1981. 
 INTERNATIONAL ORGANIZATION for STANDARDIZATION, Welding 
consumables - Shielding gases for arc welding and cutting. ISO/DIS 
14175, Switzerland, 1995. 
 CRAMER, H., BAUM, L. e DUDZIAK, M., Uma revisão dos métodos de 
soldagem a arco com gás de proteção e as transições entre materiais. 
In: Corte e Conformação de Metais, pp 44-57, BR, junho 2013. 
 
 
9. Bibliografia

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