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Aula 2 Termos e Definições em Soldagem

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Mário Bittencourt – 2017.2 1 
Termos e Definições 
em Soldagem 
Docente: Mário Bittencourt 
Duas partes a 
serem soldadas 
Junta soldada 
Metal de adição 
Eletrodo 
Metal de base Penetração 
Gás de proteção 
Arco elétrico 
Poça de fusão 
Definição de Soldagem 
 
Mário Bittencourt – 2017.2 2 
Definição de Soldagem 
 
 Chanfro 
 É a ABERTURA entre duas partes do conjunto que se 
quer soldar e que determina o espaço para conter a 
solda. 
 
CHANFRO 
CHANFRO 
Mário Bittencourt – 2017.2 3 
 O chanfro pode ser também um SULCO (uma abertura) 
na superfície de uma peça. 
CORTE A - A 
A 
A 
SULCO 
Mário Bittencourt – 2017.2 4 
 Podemos diferenciar, no chanfro, as seguintes regiões: 
 Bisel 
 Ângulo do bisel 
 Ângulo do chanfro 
 Face do chanfro 
 Bisel 
 É a extremidade (borda) preparada de uma peça com a 
finalidade de ser submetida à soldagem. 
 Esta preparação é feita por meio de corte em ângulo. 
PEÇA BRUTA PEÇA COM ORIENTAÇÃO 
DO 
CORTE QUE SERÁ 
EFETUADO 
PEÇA 
BISELADA 
(CORTADA)‏ 
ORIENTAÇÃO 
DO CORTE 
Mário Bittencourt – 2017.2 5 
 O bisel também pode ser curvo. 
PEÇA BRUTA PEÇA COM ORIENTAÇÃO 
DO 
CORTE QUE SERÁ 
EFETUADO 
ORIENTAÇÃO 
DO CORTE 
PEÇA 
BISELADA 
(CORTADA)‏ 
 Ângulo do Bisel 
 É o ângulo formado entre a borda preparada de uma 
peça e um plano perpendicular à superfície dessa peça. 
ÂNGULO 
DO BISEL 
ÂNGULO 
DO BISEL 
90º 90º 
PLANO PERPENDICULAR 
A SUPERFÍCIE DA PEÇA 
EXEMPLO Nº 1 
Mário Bittencourt – 2017.2 6 
 Ângulo do Bisel 
ÂNGULO 
DO BISEL 
ÂNGULO 
DO BISEL 
EXEMPLO Nº 2 
90º 
90º 
PLANO PERPENDICULAR 
A SUPERFÍCIE DA PEÇA 
 Ângulo do Chanfro 
 Ângulo total entre as partes que serão unidas por uma 
solda. 
ANGULO DO 
CHANFRO 
ANGULO DO 
CHANFRO 
EXEMPLO Nº 1 
Mário Bittencourt – 2017.2 7 
 Ângulo do Chanfro 
 
EXEMPLO Nº 2 
ANGULO DO 
CHANFRO 
ANGULO DO 
CHANFRO 
 Face do Chanfro 
 Superfícies de cada uma das partes de um conjunto que 
forma o chanfro. 
FACES DO 
CHANFRO 
Mário Bittencourt – 2017.2 8 
 Face do Chanfro 
FACES DO 
CHANFRO 
 Depois de ter conhecido as regiões de um chanfro, 
torna-se importantes conhecer os vários tipos de 
chanfros. 
 Observe, nas ilustrações a seguir, a forma de cada um 
deles. 
Mário Bittencourt – 2017.2 9 
Tipos de Chanfro 
 
 
CHANFRO RETO 
 
 
 
CHANFRO EM MEIO‏“V” 
 
 
 
CHANFRO EM‏“V” 
 
 
 
CHANFRO‏EM‏“X”‏SIMÉTRICO 
 
 
CHANFRO‏EM‏“X”‏ASSIMÉTRICO 
 
 
 
 
CHANFRO‏EM‏“K”‏SIMÉTRICO 
 
 
 
CHANFRO‏EM‏“K”‏
ASSIMÉTRICO 
 
 
Tipos de Chanfro 
 
 
CHANFRO‏EM‏“J” 
 
 
 
CHANFRO‏EM‏DUPLO‏“U” 
(simétrico ou assimétrico) 
 
 
CHANFRO‏EM‏DUPLO‏“J” 
(simétrico ou assimétrico) 
 
 
 
 
CHANFRO‏EM‏“U” 
 
 
 
Mário Bittencourt – 2017.2 10 
 Observação: 
 As formas dos chanfros são escolhidas em função: 
 das espessuras das peças que serão soldadas, 
 do tipo de união entre as peças e 
 do processo de soldagem (técnica) que será utilizado. 
 Junta 
 É a região da peça onde será realizada a soldagem, isto 
é, a região de união das partes de um conjunto. 
Mário Bittencourt – 2017.2 11 
 Preparação da Junta: geometria das juntas que tem 
por objetivo facilitar a união das peças 
 
Ângulo do 
chanfro 
35º 70º 
35º 
 Preparação da Junta 
Ângulo do 
bisel 
 
Mário Bittencourt – 2017.2 12 
 Junta 
 Numa junta, podemos diferenciar as seguintes regiões: 
 - Raiz da junta 
 - Abertura da raiz 
RAIZ DA 
JUNTA 
RAIZ DA 
JUNTA 
 Raiz da Junta 
 É a região da junta por soldar onde as partes estão o 
mais próximo possível entre si. 
Mário Bittencourt – 2017.2 13 
RAIZ DA 
JUNTA 
RAIZ DA 
JUNTA 
 Raiz da Junta 
 Abertura da Raiz 
 É o espaçamento, na raiz da junta, entre as partes que 
serão unidas. 
ABERTURA 
DA RAIZ 
ABERTURA 
DA RAIZ 
Mário Bittencourt – 2017.2 14 
abertura de raiz 
 Abertura da Raiz 
 As juntas podem apresentar-se em vários tipos, como 
você pode observar nas figuras abaixo. 
 - Junta de Topo 
 - Junta de Ângulo 
 - Junta Sobreposta 
 - Junta de Arestas 
Mário Bittencourt – 2017.2 15 
 Junta de Topo 
 Junta entre duas partes que estão alinhadas 
aproximadamente no mesmo plano. 
1 - Chanfro reto 2 - Com chanfro 
em‏“V” 
3 - Com chanfro 
em‏“X”‏simétrico 
ou assimétrico 
4 - Com chanfro 
em‏“K”‏simétrico 
ou assimétrico 
5 - Com chanfro 
em‏meio‏“V” 
6 - Com chanfro 
em‏“U” 
7 - Com chanfro 
em‏“J” 
8 - Com chanfro em 
duplo‏“U”‏simétrico 
ou assimétrico 
9 - Com chanfro em 
duplo‏“J”‏simétrico 
ou assimétrico 
 Junta de Ângulo 
 Junta em que, numa seção transversal, os seus 
componentes formam entre si ângulo diferente daqueles 
formados nas juntas sobreposta, aresta, ou topo. 
A. em Quina C. em T 
B. em L D. em Angulo 
Mário Bittencourt – 2017.2 16 
 Junta Sobreposta 
 É o tipo de junta em que as partes do conjunto são 
colocadas uma sobre a outra, sendo a soldagem 
efetuada entre uma borda e uma superfície. 
 Junta de Arestas 
 Junta em que numa seção transversal, os componentes 
formam entre si um Ângulo entre 0º e 30º, sendo a 
soldagem efetuada nas bordas. 
Sem 
Chanfro 
 
Sem 
Chanfro 
Com 
Chanfro 
Com 
Chanfro 0º a 30º 
Mário Bittencourt – 2017.2 17 
 Solda 
 É o resultado da soldagem. 
 Na maior parte dos casos, a solda é obtida ao se 
adicionar à junta um metal em estado de fusão (alta 
temperatura), que se dilui (mistura) parcialmente com o 
material dos componentes que se quer soldar, 
solidificando-se em seguida. 
 Ao ocorrer essa solidificação, a solda estará concluída. 
 
SOLDA REGIÃO DA SOLDA QUE 
SOFREU DILUIÇÃO 
 Solda 
 
Mário Bittencourt – 2017.2 18 
 Antes de conhecermos os tipos de soldas existentes, 
torna-se importante conhecermos também, alguns 
termos relativos à solda, pois são muito utilizados por 
Inspetores de Exames Não Destrutivos. 
 São eles: 
 Metal de Adição: É o metal com o qual será 
preenchida a junta por soldar ou seja, é o material com o 
qual iremos soldar. 
 Metal de Base: Material de que são constituídas as 
peças por soldar ou seja, é o material que iremos soldar. 
 Metal de Base 
 Exemplos: Se a peça é constituída de aço inoxidável, o 
metal de base è Aço Inoxidável. 
 Caso a peça seja constituída de aço-carbono, logo, o 
metal de base é Aço-Carbono. 
 METAL DE 
BASE 
METAL DE 
BASE 
Mário Bittencourt – 2017.2 19 
 Face da Solda 
 É a parte da solda que fica visível externamente e que 
fica oposta à raiz. 
 Soldas de chanfro duplo possuem duas faces. 
FACE 
SOLDA COM CHANFRO EM “V” 
FACE 
FACE 
SOLDA COM CHANFRO EM DUPLO “U” 
 Face da Solda 
Mário Bittencourt – 2017.2 20 
 Reforço da Solda 
 É o excesso de material existente na face e na raiz da 
solda 
REFORÇO 
REFORÇO 
REFORÇO 
REFORÇO 
 Metal Depositado 
 É o metal de adição que foi realmente utilizado 
(depositado) na soldagem. 
Mário Bittencourt – 2017.2 21 
 Raiz da Solda 
 São os pontos nos quais a parte posterior da solda, ou 
seja, por onde a soldagem é iniciada, encontra as 
superfícies do metal de base. 
RAIZ DA 
SOLDA 
RAIZ DA 
SOLDA 
RAIZ DA 
SOLDA 
 Raiz da Solda 
RAIZ DA 
SOLDA 
RAIZ DA 
SOLDA 
RAIZDA 
SOLDA 
Mário Bittencourt – 2017.2 22 
 A soldagem normalmente é efetuada em etapas 
sucessivas, durante as quais o metal é depositado no 
chanfro. Cada uma dessas etapas é chamada passe. 
 Passe de Solda ou Cordão de Solda 
 É o ato de deslocar a poça de fusão, com ou sem metal 
de adição, ao longo da junta, ou sobre a superfície do 
metal de base com ou sem interrupção. 
 A junta representada abaixo possui 10 passes de solda. 
 Camada 
 Depósito de metal de solda obtido mediante 1 ou mais 
passes, situados aproximadamente no mesmo plano. 
 Observe, na figura abaixo, passes de solda distribuídos 
em camadas: 
Mário Bittencourt – 2017.2 23 
 Camada 
 Observe a figura abaixo. Ela possui 8 passes de solda, 
que no caso, representam 8 camadas, ou seja, camada 
é constituída de um só passe. 
1 
PASSES DE SOLDA 
CAMADAS 
3 
5 
6 
8 
2 
4 
7 
 Margem da solda 
 É a “linha “ correspondente ao encontro da face da solda 
com o meta; de base. 
MARGEM DA 
SOLDA 
Mário Bittencourt – 2017.2 24 
 Perna de Solda 
 É a distância do início da raiz da junta à margem da 
solda, 
MARGEM 
RAIZ DA 
SOLDA 
PERNA DA 
SOLDA 
PERNA DA 
SOLDA 
 Tipos de Solda 
 As soldas também podem ser de vários tipos, sendo 
caracterizadas principalmente em função do tipo de 
junta utilizada. 
Mário Bittencourt – 2017.2 25 
 Solda de Topo 
 É o resultado da operação de soldagem numa junta de 
TOPO. 
SOLDA EM JUNTA DE TOPO 
 
 Solda em Ângulo 
 Consiste em uma solda que une DUAS SUPERFÍCIES 
aproximadamente em ÂNGULO RETO. 
 É executada em juntas de ângulos e juntas sobrepostas. 
 Os exemplos à seguir mostram soldas em alguns tipos 
de juntas de ângulo e de juntas sobrepostas. 
Mário Bittencourt – 2017.2 26 
 Exemplo nº 1: 
 Solda em ângulo executada em junta de ângulo em “T” 
AS SUPERFÍCIES QUE 
RECEBERÃO 
A SOLDA, ESTÃO EM 
ANGULO RETO SOLDA 
 Exemplo nº 2: 
 Solda em ângulo executada em junta de ângulo em “T “, 
com chanfro. 
SUPERFÍCIES A 
SEREM 
UNIDAS 
SOLDA 
Mário Bittencourt – 2017.2 27 
 Exemplo nº 3: 
 Solda de ângulo executada em junta de ângulo em 
Ângulo. 
SUPERFÍCIES A 
SEREM 
UNIDAS 
SOLDA 
 No exemplo nº 3, assistimos à um caso particular de solda 
em ângulo pois as superfícies por unir não estão em 
ângulo reto. 
 
 Exemplo nº 4: 
 Solda em ângulo, em junta de ângulo em quina. 
SOLDA 
AS SUPERFÍCIES QUE 
RECEBERÃO A 
SOLDA,ESTÃO EM 
ÂNGULO RETO 
Mário Bittencourt – 2017.2 28 
 Exemplo nº 5: 
 Solda em ângulo, em junta sobreposta. 
SOLDA 
AS SUPERFÍCIES QUE 
RECEBERÃO A 
SOLDA,ESTÃO EM 
ÂNGULO RETO 
 Solda de Aresta 
 É a solda executada em uma junta de aresta. 
BORDAS QUE 
RECEBERÃO 
SOLDA 
Mário Bittencourt – 2017.2 29 
 Solda de Tampão 
 É uma solda feita em um furo, circular ou não, situado 
em uma das partes do conjunto de uma junta 
sobreposta, ligando esta parte à região da outra parte 
que está visível através do furo. 
PARTE DO 
CONJUNTO 
A A’ 
PARTE DO 
CONJUNTO 
 Solda de Tampão 
 1) CORTE AA’ ANTES DA SOLDA 
 Observação: O furo circular poderá ou não ser 
totalmente preenchido por solda. 
Mário Bittencourt – 2017.2 30 
 Solda de Tampão 
 2) CORTE AA’ DEPOIS DA SOLDA 
 Neste caso o furo não foi totalmente preenchido por 
solda 
SOLDA 
 Solda de Tampão 
 3) CORTE AA’ DEPOIS DA SOLDA 
 Neste caso o furo foi totalmente preenchido por solda. 
SOLDA 
Mário Bittencourt – 2017.2 31 
 Solda de Encaixe 
 É a solda realizada em juntas sobrepostas, unindo um 
tubo a outro componente de tubulação. 
 Quando soldamos uma junta, podemos distinguir 4 regiões: 
1) Metal de Base: É o material que será soldado. 
2) Zona Fundida: É a região que sofreu fusão durante 
uma soldagem. 
3) Zona de Ligação: É o limite entre a zona Fundida (que 
sofreu fusão) e a zona que não sofreu processo de 
fusão. 
4) Zona Térmicamente Afetada – ZTA: É a região do 
metal de base que não sofre processo de fusão, mas 
que tem suas propriedades mecânicas e metalúrgicas 
afetadas pelo calor de soldagem. 
Mário Bittencourt – 2017.2 32 
ZONA DE 
LIGAÇÃO 
ZONA 
TÉRMICAMENTE 
AFETADA 
ZONA 
FUNDIDA 
METAL DE 
BASE 
 Regiões de uma junta soldada 
Metal de Solda 
Metal de Base 
MS 
ZTA 
MB MB 
ZTA 
MS 
 Regiões de uma junta soldada 
Mário Bittencourt – 2017.2 33 
Linha de fusão 
ZTA 
Metal de Base 
 
Metal de Solda 
 Regiões de uma junta soldada 
 Posições de Soldagem para Chapas 
 JUNTA DE ÂNGULO – POSIÇÃO PLANA 
 Posição 1F - Classificação AWS 
Mário Bittencourt – 2017.2 34 
 Posições de Soldagem para Chapas 
 JUNTA DE ÂNGULO – POSIÇÃO HORIZONTAL 
 Posição 2F - Classificação AWS 
2F 
 JUNTA DE ÂNGULO – POSIÇÃO VERTICAL 
 Posição 3F - Classificação AWS 
3F 
Mário Bittencourt – 2017.2 35 
 JUNTA DE ÂNGULO – POSIÇÃO SOBRECABEÇA 
 Posição 4F - Classificação AWS 
4F 
 JUNTA DE TOPO – POSIÇÃO PLANA 
 Posição 1G - Classificação AWS 
1G 
Mário Bittencourt – 2017.2 36 
 JUNTA DE TOPO – POSIÇÃO HORIZONTAL 
 Posição 2G - Classificação AWS 
2G 
 JUNTA DE TOPO – POSIÇÃO VERTICAL 
 Posição 3G - Classificação AWS 
3G 
Mário Bittencourt – 2017.2 37 
 JUNTA DE TOPO – POSIÇÃO SOBRECABEÇA 
 Posição 4G - Classificação AWS 
4G 
 Bibliografia 
 SILVA, F. J. G., Tecnologia da soldadura, 1 ed., Porto, PRT, Editora 
Publindústria, 2014. 
 WAINER, E.; BRANDI, S.; MELLO, F., Soldagem: processos e 
metalurgia, São Paulo, SP, Editora Blucher, 2013. 
 SENAI-SP, Soldagem, 1 ed., São Paulo, SP, Editora SENAI-SP, 
2013. 
 MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; BRACARENSE, A. Q., 
Soldagem fundamentos e tecnologia, 3 ed., Belo Horizonte, MG, 
Editora UFMG, 2009. 
 PETROBRAS, “Terminologia Soldagem”. N-1438 REV.E, Rio de 
Janeiro, BR, 2008. 
 AMERICAN WELDING SOCIETY, “Standard Welding Terms and 
Definitions”. AWS A3.0M/A3.0:2010, Miami, USA, 2010.

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