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Mário Bittencourt - 2016.1 1 Fundamentos da Soldagem Oxi-combustível Docente: Mário Bittencourt Sumário 1. Descrição do Processo 2. Princípios de Operação 3. Instalação Oxiacetilênica 4. Equipamento de Soldagem 5. Gases Utilizados 6. Metal de Adição 7. Fluxos ou Fundentes 8. Brasagem 9. Bibliografia Mário Bittencourt - 2016.1 2 “Operação que tem por objetivo a união de duas ou mais peças, produzida por aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem a utilização de pressão e/ou material de adição, assegurando entre elas uma perfeita continuidade metálica e mantendo, por conseqüência, suas propriedades.” Soldagem A produção do calor necessário a fusão do metal de base e do metal de adição, se usado, é realizado por meio da chama produzida pela combustão de gases (energia química). 1. Descrição do Processo Mário Bittencourt - 2016.1 3 REGULADORES DE PRESSÃO MAÇARICO DE SOLDA VÁLVULAS DE REGULAGEM MAÇARICO MANGUEIRA DE OXIGÊNIO MANGUEIRA DE COMBUSTÍVEL CHAMA OXI-COMBUSTÍVEL CILINDROS DE OXIGÊNIO E GÁS COMBUSTÍVEL VÁLVULA CORTA-CHAMA A combustão é uma reação rápida acompanhada pela geração de calor, que é transferido da chama para a peça por meio da convecção forçada e pela radiação. 1. Descrição do Processo Mário Bittencourt - 2016.1 4 As superfícies dos chanfros dos metais de base e o material de adição, quando presente, fundirão em conjunto formando uma poça de fusão única que, após o resfriamento, se comportará como um único material. 1. Descrição do Processo Para que ocorra a soldagem, é necessário tempo, calor e/ou pressão; com o tempo, o calor aplicado a peça fará uma fusão localizada onde, após o resfriamento, aparecerá a união dos metais; no caso da utilização de pressão, isto causa um forjamento localizado. 1. Descrição do Processo Mário Bittencourt - 2016.1 5 1. Descrição do Processo 1. Descrição do Processo Mário Bittencourt - 2016.1 6 Todos os metais e ligas comercialmente conhecidos fundem-se em temperaturas abaixo dos 4000ºC. As ligas de aço, que são os materiais de maior utilização comercial, fundem na faixa de 1500ºC. Assim, mostra-se viável a execução de soldagem por meio das temperaturas e poder calorífico desenvolvidos pela combustão dos diversos gases. 1. Descrição do Processo A denominação do Processo de Soldagem Oxi- combustível nas normas internacionais é Oxyfuel Gas Welding – OFW. 1. Descrição do Processo Mário Bittencourt - 2016.1 7 2. Princípios de Operação Na soldagem oxiacetilênica, o soldador tem considerável controle sobre a operação do processo, pois manipula a fonte de calor e o metal de adição. 2. Princípios de Operação Quando a variação do calor adicionado pela chama é devidamente coordenada com a velocidade de soldagem as características da poça de fusão (tamanho, viscosidade e tensão superficial) e da taxa de deposição, podem ser controlados já que o calor pode ser aplicado, preferencialmente, no metal de base ou no metal de adição. Mário Bittencourt - 2016.1 8 2. Princípios de Operação Estas qualidades fazem da soldagem oxi-combustível um processo ideal para unir peças finas de metal. Seções espessas também podem ser soldadas por este processo, mas de modo menos econômico do que pela soldagem a arco elétrico. Isto porque a temperatura da chama atinge cerca de 3000°C, enquanto a temperatura do arco elétrico alcança valores acima de 6000°C. 2. Princípios de Operação A soldagem oxi-combustível pode ser realizada em qualquer posição de soldagem. Mário Bittencourt - 2016.1 9 2.1. Vantagens Portatibilidade; Ótimo para chapas finas; Menor fadiga do operador; Ciclos térmicos menores (ótimo para aços endurecíveis); Equipamento de baixo custo, comparado com outros processos, e versátil; Soldagem automatizada com a preparação de bordas. 2.2. Desvantagens Grandes zonas afetadas pelo calor; Cordões mais largos; Maiores distorções e empenos; Risco de retrocesso de chama; Mário Bittencourt - 2016.1 10 2.3. Variáveis de Soldagem Ajuste da chama Técnicas de deslocamento da chama A combustão ocorre em dois estágios. O primeiro estágio utiliza o oxigênio suprido pelos cilindros de gases. A reação pode ser percebida pelo pequeno cone formado no interior da chama. 2.3.1. Chama Oxi-combustível Mário Bittencourt - 2016.1 11 A combustão ocorre em dois estágios. O segundo estágio utiliza o oxigênio fornecido pelo ar da atmosfera que circunda a chama. Esta zona de combustão é denominada “penacho”. 2.3.1. Chama Oxi-combustível 2.3.1. Chama Oxi-combustível Mário Bittencourt - 2016.1 12 2.3.1. Chama Oxi-combustível Localização da maior temperatura alcançada na chama. A temperatura da chama e o calor produzido dependem do tipo do gás combustível e seu poder calorífico. Uma chama de alta temperatura, requer, no entanto, um grande volume de oxigênio para completar a combustão. 2.3.1. Chama Oxi-combustível Mário Bittencourt - 2016.1 13 Devido a baixa densidade da fonte de energia (chama), a ZTA é larga, com grande tamanho dos grãos. O metal de solda apresenta, em geral, baixas propriedades mecânica e a estrutura soldada sofre maior distorção do que com outros processos. 2.3.1. Chama Oxi-combustível 2.3.2. Ajuste da Chama Oxi-combustível Aspecto da chama queimando apenas o gás combustível com o ar da atmosfera. Mário Bittencourt - 2016.1 14 2.3.2. Ajuste da Chama Oxi-combustível Chama Neutra VOLUME IGUAL DOS GASES Chama Carburante EXCESSO COMBUSTÍVEL Chama Oxidante EXCESSO OXIGÊNIO NEUTRA CARBURANTE OXIDANTE Mário Bittencourt - 2016.1 15 2.3.2. Ajuste da Chama Oxi-combustível CARBURANTE NEUTRA OXIDANTE FILME 3. Instalação Oxi-combustível CILINDRO DE OXIGÊNIO MAÇARICO DE SOLDA VÁLVULA CORTA-CHAMA MAÇARICO MANGUEIRA DE OXIGÊNIO REGULADOR OXIGÊNIO REGULADOR GÁS COMBUSTÍVEL MANGUEIRA GÁS COMBUSTÍVEL EXTENSÃO DE SOLDA VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR CILINDRO DE GÁS COMBUSTÍVEL VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR Mário Bittencourt - 2016.1 16 3. Instalação Oxi-combustível O equipamento utilizado é versátil, de baixo custo e, normalmente, portátil. 3. Instalação Oxi-combustível Mário Bittencourt - 2016.1 17 3. Instalação Oxi-combustível 4. Equipamento de Soldagem CILINDRO DE OXIGÊNIO MAÇARICO DE SOLDA VÁLVULA CORTA-CHAMA MAÇARICO MANGUEIRA DE OXIGÊNIO REGULADOR OXIGÊNIO REGULADOR GÁS COMBUSTÍVEL MANGUEIRA GÁS COMBUSTÍVEL EXTENSÃO DE SOLDA VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR CILINDRO DE GÁS COMBUSTÍVEL VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR Mário Bittencourt - 2016.1 18 MAÇARICO DE SOLDA EXTENSÃO DE SOLDA 4. Equipamento de Soldagem 4.1. Maçarico de Soldagem O maçarico de soldagem recebe o oxigênio e o combustível, faz a mistura desses gases na proporção, volume e velocidade apropriados a produzir a chama desejada à operação de soldagem. VÁLVULA DO OXIGÊNIO VÁLVULA DO COMBUSTÍVEL PUNHO CÂMARA DE MISTURA EXTENSÃO DE SOLDAMário Bittencourt - 2016.1 19 4.1. Maçarico de Soldagem PUNHO + BICO DE SOLDA (MONO CHAMA) PUNHO + EXTENSÃO DE SOLDA (MONO CHAMA) Extensão de Solda (Fonte: White Martins) Mário Bittencourt - 2016.1 20 4.1. Maçarico de Soldagem 4.1. Maçarico de Soldagem Mário Bittencourt - 2016.1 21 4.1. Maçarico de Soldagem Soldagem a gás – múltiplos maçaricos 4.1. Maçarico de Soldagem Mário Bittencourt - 2016.1 22 VÁLVULA CORTA-CHAMA MAÇARICO VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR 4. Equipamento de Soldagem Retrocesso de chama 4.3. Válvula Corta-chama Mário Bittencourt - 2016.1 23 4.3. Válvula Corta-chama FILME Contra-fluxo e corta-chama 4.3. Válvula Corta-chama Mário Bittencourt - 2016.1 24 4.3. Válvula Corta-chama Instalada na saída do regulador de pressão Instalada na entrada do maçarico Válvulas corta-chama ao longo das mangueiras de alimentação dos gases. 4.3. Válvula Corta-chama Mário Bittencourt - 2016.1 25 4.3. Válvula Corta-chama Existem diversos fabricantes de válvulas corta-chama e consequentemente, diversas formas de apresentação. 4.3. Válvula Corta-chama ATENÇÃO: as válvulas de RETENÇÃO DE GASES possuem a aparência semelhante às válvulas CORTA CHAMA, mas NÃO impedem o retrocesso da chama. Mário Bittencourt - 2016.1 26 4.3. Válvula Corta-chama MANGUEIRA DE OXIGÊNIO MANGUEIRA GÁS COMBUSTÍVEL 4. Equipamento de Soldagem Mário Bittencourt - 2016.1 27 Tem a finalidade de transportar os gases do regulador de pressão até o maçarico de soldagem. As mangueiras são tubos de borracha sintética resistentes a ação dos gases (oxigênio e combustível) e reforçadas com fios resistentes a ruptura e a tração, com uma outra cobertura de borracha, resistente a abrasão e cortes. 4.4. Mangueiras As mangueiras devem ser especificadas de acordo com o fluido e a pressão de trabalho. 4.4. Mangueiras FABRICANTE PRESSÃO MÁXIMA DE TRABALHO DIÂMETRO INTERNO DATA FABRICAÇÃO MANGUEIRA GEMINADA Mário Bittencourt - 2016.1 28 Não devem ficar expostas a fagulhas, pingos de metal fundido e escória. Devem ser protegidas do contato com peças quentes e condutores de energia elétrica. Devem ser fixadas com abraçadeiras adequadas. 4.4. Mangueiras REGULADOR OXIGÊNIO REGULADOR GÁS COMBUSTÍVEL 4. Equipamento de Soldagem Mário Bittencourt - 2016.1 29 4.2 – Regulador de Pressão 4.2 – Regulador de Pressão São equipamentos utilizados para reduzir a elevada pressão de fornecimento dos gases ao nível adequado às operações de soldagem, mantendo-a constante, apesar das variações da pressão de entrada. Quanto ao número de estágios utilizados na redução da pressão do gás, são classificados em: - reguladores de um estágio - reguladores de dois estágios Mário Bittencourt - 2016.1 30 4.2 – Regulador de Pressão ENTRADA DO GÁS VINDO DO CILINDRO MEDIÇÃO DA PRESSÃO INTERNA DO CILINDRO MEDIÇÃO DA PRESSÃO DE SAÍDA DO GÁS SAÍDA DO GÁS PARA O MAÇARICO 4.2 – Regulador de Pressão (manifold de cilindros) Mário Bittencourt - 2016.1 31 4.2 – Regulador de Pressão (posto e pré-regulado) REGULADOR DE PRESSÃO DE POSTO REGULADOR DE PRESSÃO PRÉ-REGULADO 4. Equipamento de Soldagem CILINDRO DE OXIGÊNIO CILINDRO DE GÁS COMBUSTÍVEL REGULADOR OXIGÊNIO REGULADOR GÁS COMBUSTÍVEL MANGUEIRA DE OXIGÊNIO MANGUEIRA GÁS COMBUSTÍVEL MAÇARICO DE SOLDA EXTENSÃO DE SOLDA VÁLVULA CORTA-CHAMA MAÇARICO VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR VÁLVULA CORTA-CHAMA REGULADOR Mário Bittencourt - 2016.1 32 5. Gases Utilizados O oxigênio e o acetileno são os principais gases usados na soldagem oxi-combustível. O oxigênio sustenta a combustão dos gases combustíveis, e estes fornecem o calor e a atmosfera necessários para a soldagem. 5.1. Oxigênio O oxigênio é encontrado, abundantemente, na natureza, mas, para ser utilizado na soldagem, deve ter o grau de pureza de 93,5% no mínimo. As impurezas trazem efeitos nocivos a combustão. O uso de oxigênio puro aumenta a velocidade da reação e também a temperatura da chama. Normalmente, o oxigênio é armazenado em cilindros de aço na forma de gás comprimido; mas, se o consumo for muito alto, poderá ser utilizado o oxigênio líquido. Mário Bittencourt - 2016.1 33 Oxigênio sob pressão e hidrocarbonetos (óleo e graxa) podem reagir violentamente, resultando em explosões, incêndio e lesões ao trabalhador e danos à propriedade. Nunca permita que óleo ou graxa entrem em contato com oxigênio sob pressão. Até mesmo uma pequena quantidade de hidrocarbonetos pode ser perigosa na presença de concentrações altas de oxigênio. Na verdade, qualquer matéria orgânica em contato com oxigênio sob pressão pode resultar em uma reação violenta. 5.1. Oxigênio NÃO É ORIFÍCIO DE LUBRIFICAÇÃO! 5.1. Oxigênio Mário Bittencourt - 2016.1 34 VAZAMENTO NA CONEXÃO DA ABRAÇADEIRA MAÇANETA DE AJUSTE DO REGULADOR 5.1. Oxigênio 5.1. Oxigênio Os cilindros de oxigênio são fabricados a partir de tubos sem costura para resistirem às altas pressões de enchimento, que estão em torno de 200 bar. Mário Bittencourt - 2016.1 35 5.2. Acetileno O acetileno é o gás combustível que produz a mais alta temperatura de chama e, por isso, é o mais utilizado. A mistura de oxigênio e acetileno proporciona uma temperatura de 3.100°C (aproximadamente) e produz uma alta temperatura localizada, necessária para a soldagem. Este gás combustível é composto de carbono e hidrogênio (C2H2), e sua completa combustão é representada pela equação química: C2H2 + 2,5O2 →2 CO2 + H2O 5.2. Acetileno Mário Bittencourt - 2016.1 36 5.2. Acetileno FILME 5.2. Acetileno O acetileno em estado gasoso livre tende a se decompor, com o aumento da pressão e da temperatura, em carbono e hidrogênio. Experiências na indústria do acetileno mostram, contudo, que pressões inferiores a 1,5 kgf/cm² são consideradas seguras. Portanto, o gás acetileno NÃO deve ser comprimido, quando livre, a pressões superiores a 1,5 kgf/cm². Mário Bittencourt - 2016.1 37 5.2. Cilindros Os cilindros de acetileno podem ser fabricados com soldagem, pois são enchidos a baixa pressão (20 bar). 5.2. Cilindros Bujões fusíveis (Cd/Sn) à aproximadamente 100°C Mário Bittencourt - 2016.1 38 5.2. Cilindros Em função do acetileno se encontrar dissolvido em acetona e na massa porosa, a retirada do gás do cilindro não é realizada de forma instantânea. Para se evitar o arraste de acetona junto com o acetileno é necessário respeitar a taxa de retirada de gás do cilindro que é de 1/9 da capacidade de gás contido no cilindro. Ex.: capacidade do cilindro = 9kg taxa de retirada = 1kg/h Cestas de cilindros de acetileno conectados. 5.2. Acetileno Mário Bittencourt - 2016.1 39 5.2. Acetileno A vazão de acetileno é função da espessura a ser soldada e do tamanho da extensão de solda utilizada. (Fonte: White Martins) Normalmente, utilizam-se cilindros de gás comprimido, que são designados para cada tipo de gás. Por exemplo, o tamanho e o tipo de rosca do cilindro de oxigêniodiferem das do cilindro de acetileno. 5.3 – Abastecimento dos Gases ACETILENO ROSCA FEMEA ESQUERDA OXIGÊNIO ROSCA MACHO DIREITA Mário Bittencourt - 2016.1 40 Quando um equipamento portátil não é requerido e o consumo de gás é elevado, podem ser construídas instalações permanentes, e os gases são supridos por vasos de armazenamento, centrais de distribuição (MANIFOLDS) ou geradores de gás. 5.3 – Abastecimento dos Gases Central de cilindros individuais. 5.3 – Abastecimento dos Gases Mário Bittencourt - 2016.1 41 Pallet (cesta) de cilindros. 5.3 – Abastecimento dos Gases Tanque criogênico. 5.3 – Abastecimento dos Gases Mário Bittencourt - 2016.1 42 5.3 – Abastecimento dos Gases FILME 6. Metal de Adição São classificados de acordo com as especificações da norma AWS Filler Metal Specifications by Material and Welding Process. Mário Bittencourt - 2016.1 43 6. Metal de Adição Mário Bittencourt - 2016.1 44 Classificação AWS Composição Básica OBSERVAÇÕES R45 Vareta de aço carbono com teor de carbono relativamente baixo • Para aplicações gerais de soldagem dos aços carbono, quando a resistência a tração requerida for baixa. Mínimo 45 Ksi ( 310 Mpa ) R60 Vareta de aço carbono • Soldagem dos aços carbono com resistência a tração requerida entre 50-60 Ksi(350 - 450 Mpa ). • Também pode ser usada na soldagem de aços baixa liga, desde que se enquadrem, na faixa de resistência a tração acima mencionada. • Produzem soldas com média resistência e boa ductilidade R65 Vareta de aço carbono ou de baixa liga • Soldagem dos aços carbono e dos aços baixa liga com resistência a tração requerida entre 65 - 75 Ksi (450 -520 Mpa ). • O metal de solda depositado é de alta resistência. R100 Vareta de aço baixa liga • Soldagem dos aços baixa liga, com resistência a tração requerida maior que 100 Ksi (690 Mpa). • Produz um metal de solda de alta resistência, cujas propriedades, podem ser alteradas por tratamento térmico (têmpera, revenimento) • As propriedades básicas deste metal de adição ou de outro similar a esta classificação , são tomadas na condição de metal de solda depositado. Mário Bittencourt - 2016.1 45 6. Metal de Adição FOSCOPER é uma liga de Cobre com Fósforo utilizada para a brasagem de cobre com cobre e cobre com latão ou bronze. O Fósforo faz essas ligas serem auto-fluxantes, ou seja, dispensam o uso de fluxo na união cobre com cobre. Porém, quando realizar brasagem de cobre com latão ou bronze, será necessário a utilização de fluxo. Estas ligas não são recomendadas para brasagem de aços e outros materiais ferrosos, além de níquel e suas ligas porque as juntas ficarão fragilizadas. 7. Fluxos ou Fundentes Fluxos ou fundentes são substâncias que facilitam o processo de soldagem oxi-combustível e brasagem. Mário Bittencourt - 2016.1 46 7. Fluxos ou Fundentes Existem fluxos específicos para cada combinação metal base x metal de adição, em função da: temperaturas de trabalho, composição do metal base, forma de aplicação e processos de acabamento do conjunto soldado ou brasado. 7. Fluxos ou Fundentes O fluxo tem como função principal: dissolver a camada de óxidos metálicos que se forma na superfície do metal base durante o aquecimento, proteger a poça de metal fundido da atmosfera normal até a solidificação, reter os resíduos removidos em sua massa fundida, permitindo assim que ocorra os efeitos de umectação e difusão molecular indispensáveis para garantir qualidade da junta soldada ou brasada. Mário Bittencourt - 2016.1 47 7. Fluxos ou Fundentes É importante lembrar que estes fluxos dissolvem somente óxidos metálicos e não tem ação alguma sobre resíduos orgânicos como óleo e graxa. 7. Fluxos ou Fundentes Para o fluxo na forma de pó, aquece-se a vareta, mergulhando-a em seguida no fluxo, que adere a mesma. Mário Bittencourt - 2016.1 48 7. Fluxos ou Fundentes 8. Brasagem Para se caracterizar como brasagem, o metal de adição deve sempre ter a temperatura de fusão inferior a do material base, evitando- se assim a diluição do metal de base na junta. Mário Bittencourt - 2016.1 49 8. Brasagem 8. Brasagem Mário Bittencourt - 2016.1 50 Neste processo as partes a serem unidas não se fundem, apenas são aquecidas à uma temperatura próxima do intervalo de fusão do metal de adição. A união ocorre através do efeito de molhabilidade e capilaridade. Não ocorrendo a fusão das partes a serem unidas e nem o elevado aquecimento da região adjacente à junta, o metal de base manterá suas propriedades mecânicas originais. 8. Brasagem 8.1. Molhabilidade Para que a umectação ocorra, a superfície do material base tem que estar limpa, isenta de óxidos, gorduras, óleos, graxas e detritos de qualquer natureza. O aquecimento tem que ser suficiente para fundir o metal de adição, porém não pode fundir o material base. Recomenda-se uma diferença de no mínimo 100°C entre os pontos de fusão do material base e a temperatura de liquidus do metal de adição. Mário Bittencourt - 2016.1 51 8.2. Capilaridade Um líquido, ao entrar em contato com uma superfície sólida, é submetido a duas forças contrárias entre si: - coesão e - adesão. A coesão é o fenômeno capaz de manter as moléculas do líquido unidas (atração intermolecular); A adesão consiste na atração das moléculas do líquido com as moléculas da superfície sólida. 8.2. Capilaridade A penetração depende da distância entre as superfícies, densidade e viscosidade do líquido e energia da superfície da fase líquida. Mário Bittencourt - 2016.1 52 Para a obtenção de uma junta adequada, devem ser verificados: 8.3. Juntas para Brasagem 1. o tipo de serviço e o custo; 2. a temperatura de trabalho; 3. a forma e tempo de aquecimento; 4. a direção e a intensidade das forças aplicadas sobre o conjunto brasado; 5. o meio de trabalho; 6. a compatibilidade entre material base e metal de adição; 7. o método de brasagem aplicado (solda branda, brasagem, soldabrasagem). A determinação da folga (distância entre as superfícies a serem brasadas) depende do tipo de brasagem empregado, da utilização de fluxo e das condições de usinagem existentes. Normalmente as folgas das juntas para solda branda e brasagem em geral situam-se entre 0,05 mm e 0,20 mm, e para soldabrasagem igual ou superior a 0,50 mm. 8.3. Juntas para Brasagem Mário Bittencourt - 2016.1 53 O processo de brasagem é dividido em três tipos: – soldagem branda; – brasagem (propriamente dita); – solda brasagem; 8.4. Classificação da Brasagem Solda branda é um processo similar a brasagem, porém realizado em temperaturas abaixo de 450°C. Também é muito conhecida como solda fraca, solda mole e solda branca. Utiliza metais de adição à base de estanho, que possibilitam a obtenção de juntas lisas e isentas de poros, podendo unir entre si a maioria dos metais ferrosos e não-ferrosos. 8.4.1. Soldagem Branda Mário Bittencourt - 2016.1 54 É empregada nos casos em que as forças agentes na junta são menores, e temperaturas de trabalho entre 20°C e 80°C. Exemplos de aplicação de solda branda: tubulações hidráulicas, instrumentos de precisão (manômetros, barômetros, etc.), bijuterias, radiadores automotivos e industriais, circuitos eletrônicos, etc. 8.4.1. Soldagem Branda 8.4.1. Soldagem Branda Mário Bittencourt - 2016.1 55 Também denominada como solda forte. Utiliza metais de adição com intervalo de fusão compreendido entre temperaturas abaixo do ponto de fusão do material base e acima de 450°C. Possibilita a obtenção de juntas lisas e isentas de poros, podendo unir entre si a maioria dos metais ferrosos e não ferrosos, com exceção do magnésio e dos metais com baixa temperatura de fusão, como zinco e etc. 8.4.2. Brasagem A grande vantagem da brasagem é a possibilidade de união de metais dissimilares; aços diversos com cobre e suas ligas, bronzes, latões, ferros fundidos e compostos de metal duro. 8.4.2. Brasagem Mário Bittencourt - 2016.1 56 Como exemplos de aplicação de brasagem, citam-se: - tubulações hidráulicas e de equipamentos de refrigeração; - uniões de componentes metálicos em geral resistentes a diversos tipos de esforços mecânicos; - quadros tubulares; - mecânica de precisão; - indústria de eletrodomésticos e materiais elétricos; - união de ferramentas de carboneto de tungstênio; 8.4.2. Brasagem 8.4.2. Brasagem Mário Bittencourt - 2016.1 57 8.4.2. Brasagem Semelhante ao processo de brasagem, diferencia-se devido a folga na junta ser maior que 0,50 mm e/ou possuir chanfro. Pode se afirmar com segurança que a soldabrasagem é um processo intermediário entre soldagem e brasagem, pois reúne características de ambos os processos. Daí o nome “Solda” “Brasagem”. 8.4.3. Solda Brasagem Mário Bittencourt - 2016.1 58 Como exemplos de aplicação de solda brasagem, citam- se: - reparos em ferro fundido e aços (mesmo temperados); - produção de estruturas leves de aço, especialmente de tubos e outros perfis como móveis de aço, suportes para letreiros, carrinhos de mão e etc. 8.4.3. Solda Brasagem 8.4.4. Brasagem em Forno Mário Bittencourt - 2016.1 59 10. Bibliografia SILVA, F. J. G., Tecnologia da soldadura, 1 ed., Porto, PRT, Editora Publindústria, 2014. SENAI-SP, Soldagem, 1 ed., São Paulo, SP, Editora SENAI-SP, 2013. WAINER, E.; BRANDI, S.; MELLO, F., Soldagem: processos e metalurgia, São Paulo, SP, Editora Blucher, 2013. MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; BRACARENSE, A. Q., Soldagem fundamentos e tecnologia, 3 ed., Belo Horizonte, MG, Editora UFMG, 2009. ALMEIDA, M. B. Q., Oxicorte, 1 ed., Rio de Janeiro, RJ, Editora SENAI/RJ, 2000. MACHADO, I. G., Soldagem e Técnicas Conexas - Processos, 1 ed., Porto Alegre, RS, Editado pelo autor, 1996.
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