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APS - GESTÃO AMBIENTAL Tema: Legislação, Licenciamento e Órgãos Ambientais T-153 2018-2 DESASTRE NA BAÍA DE GUANABARA Considerado o maior acidente ambiental da história da Baía de Guanabara, no dia 18 de janeiro de 2000 o vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, marcou a população do entorno da Baía que depende da pesca para viver. Na madrugada do dia 18, uma das 14 linhas que bombeavam óleo refinado da Reduc para o Terminal da Ilha D’Água, situado próximo à Ilha do Governador, deixou escapar o produto por 30 minutos. Poucos dias depois, a mancha já era visível numa área de 50 quilômetros quadrados, atingindo o manguezal da área de proteção ambiental de Guapimirim e diversas praias que são banhadas pela baía de Guanabara. Fadiga do material da tubulação e uma falha no programa de computador que monitorava o óleo foram apontadas como as principais razões para o desastre ambiental. O episódio entrou para a história como um dos maiores acidentes ambientais do Brasil. O vazamento afetou famílias que viviam da pesca. Mais de 600 pescadores e catadores de caranguejo ficaram por um longo período sem poder exercer suas atividades. Também destruiu por completo a área de manguezal da região e transformou a área de manguezal em um deserto compactado, com presença de muito lixo. Especialistas do IBAMA que avaliaram o caos pós-desastre desenganaram a região. Parecia mesmo que a vida não voltaria ao mangue. Contrariando todas as previsões, no ano seguinte, foi iniciado um lento e penoso trabalho de recuperação do manguezal – batizado de projeto Mangue Vivo. Inúmeras espécies da fauna e flora foram afetadas, além de provocar graves prejuízos de ordem social e econômica à população, que tirava o seu sustento das atividades ligadas aos recursos hídricos da Baía. Um laudo da Coppe/UFRJ, divulgado em março de 2000, concluiu que o derrame de óleo fora causado por negligência da Petrobras, uma vez que as especificações originais do projeto do duto não haviam sido cumpridas. O presidente da Petrobrás daquele ano, Sr. Henri Phillipe Reichstul, admitiu a existência de falha na instalação do oleoduto PE-2, resultando no acidente. Responsável pela Refinaria Duque de Caxias, a Petrobrás foi multada em R$94 mil. Metade do valor aplicado pela FEEMA e o restante pelo instituto Estadual de Florestas. O valor da multa do Ibama, por sua vez alcançou R$50 milhões. A Petrobrás foi beneficiada com um desconto de cerca de 30% pelo pagamento antecipado da multa. A Federação dos Pescadores do Rio de Janeiro (Feperj) entrou, em março de 2000, com uma ação coletiva na Justiça cobrando danos morais entre R$ 60 e 90 mil por prejudicado para cerca de 12 mil pescadores. Responsável pelos dutos que vazaram, a Petrobras, mesmo tendo sido condenada, não pagou as indenizações. Até hoje os poucos pescadores que ainda pescam na Baía de Guanabara verificam uma queda na produção de 70% da captura de pescado. Após o desastre ambiental muitas espécies de peixes desapareceram e os pescadores até hoje trazem as redes de pesca sujas de óleo que ainda estão depositados no fundo da Baía e nos manguezais. Não à toa, pelo fato de o carbono ser tão essencial à vida, a química orgânica se baseia no composto Carbono. O Carbono é considerado o grande vilão pelo aquecimento global, já que, por meio da queima de combustíveis fósseis, gera-se o dióxido de carbono, que se acumula na atmosfera, retendo o calor da radiação solar que atinge a superfície terrestre. Na natureza, o que equilibra a relação do carbono com o ambiente é a fotossíntese, mas à medida que a atividade humana passou a poluir mais, as plantas e algas não foram mais capazes de conter o processo de acúmulo de excedente de carbono na atmosfera, no chamado “efeito estufa”. O Carbono tem uma característica importante: como toda a matéria presente no planeta, não se cria nem pode ser destruído, por isso, há uma quantidade finita de carbono disponível. Daí, vem toda a importância do elemento para a vida: trata-se de parte essencial, ou seja, é a base química para as moléculas dos organismos vivos – que são compostas ainda por lipídios, DNA e proteínas. A partir do produto da fotossíntese – processo em que a energia do sol se combina ao carbono para a produção de oxigênio – os animais conseguem converter o alimento em energia, para se manterem vivos e ativos. Quando falta o carbono e exigenio para os seres vivos, iniciam o impacto na natureza. O petróleo é composto principalmente de vários hidrocarbonetos e, em porcentagens menores, também nitrogênio, enxofre e oxigênio. Assim, acidentes em que há vazamento de petróleo no mar, fazem com que estes compostos afetem plantas, peixes, mamíferos e toda a vida animal e vegetal de determinado ecossistema. O petróleo mata primeiro o plâncton, ou seja, os microrganismos vegetais e animais dos quais os peixes se alimentam. Dessa forma, ocorre uma reação em cadeia: • Os peixes do fundo do mar que se alimentam de resíduos acabam sendo envenenados, e morrem;3 • A luz do sol é bloqueada, assim as algas não realizam mais a fotossíntese (reação em que se retira o gás carbônico (CO2) e libera-se oxigênio (O2) para o ambiente). O resultado é que os peixes da superfície morrem por falta de oxigênio ou morrem intoxicados pelo óleo vazado. • Substâncias tóxicas se acumulam nos tecidos de mamíferos, tartarugas e peixes, causando distúrbios reprodutivos e cerebrais; • As penas das aves ficam impregnadas de óleo e elas acabam afundando e morrendo afogadas; Mangues próximos têm as raízes de suas árvores impregnadas pelo petróleo e assim elas morrem. Peixes, crustáceos e outros animais, que vivem próximo ao mangue, morrem pela falta destas árvores. Toda empresa assim como a Petrobras, possui um trabalho junto ao governo para não impactar mais o meio ambiente. Segue a baixo, as licenças EIA e RIMA da Petrobras: http://www.petrobras.com.br/pt/sociedade-e-meio-ambiente/meio-ambiente/licenciament oambiental/ Conclusão Podemos concluir que por negligência da empresa, uma vez que as especificações originais do projeto do duto não haviam sido cumpridas. Houve esse acidente de proporções catastróficas que impactou na vida de milhares de pessoas, além de desaparecer completamente com várias espécies animais da região. Hoje, a quase dezenove anos do ocorrido, pouco se fez pela Baía de Guanabara, a população da região ainda sofre com as consequências do acidente. Os peixes, aves e demais animais que ali existiam, desapareceram por conta da poluição e da enorme quantidade de óleo e a falta de oxigênio ainda existente na baía. Os prejuízos ainda se estenderam à vegetação de mangue existente no entorno da Ilha do Governador e provocaram uma drástica redução das atividades turísticas em toda a Baía, principalmente na visitação à Ilha de Paquetá. Com a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016, criou-se a expectativa de que a tão sonhada despoluição da Baía saísse do papel, após sete anos de promessas não cumpridas. No entanto, do projeto original de limpar 80% do espelho d’água para que o local pudesse abrigar as provas da vela na Olimpíada, pouco foi feito. Segundo reportagem do GLOBO de 13 de março de 2016, agentes envolvidos nos novos planos traçados para despoluir a Baía calculam que são necessários cerca de 15 anos ou mais para se chegar a uma qualidade satisfatória da água. Não devemos desconsiderar também outros diversos fatores que junto ao acidente contribuempara a poluição da baía, entre eles a falta de saneamento, onde parte da baixada fluminense despeja esgoto “in natura” na baía. A Petrobras se comprometeu a tomar as medidas necessárias para recuperar o ecossistema local mas pouco foi feito.
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