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Patrística e Escolástica

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FILOSOFIA MEDIEVAL PATRÍSTICA E ESCOLÁSTICA - RESUMO
Mil anos. Foi esse o período aproximado que denominamos como idade medieval, da queda do império romano no século V até o século XV e o início do renascimento foram desenvolvidas duas correntes filosóficas distintas: A filosofia patrística e a filosofia escolástica, ambas possuíam concepções religiosas, porém com diferentes abordagens.
Filosofia Patrística (século I ao VII): a filosofia desenvolvida nessa época teve como objetivo consolidar o papel da igreja e propagar os ideais do cristianismo. Baseadas nas Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João, a escola patrística advogou a favor da igreja e propagou diversos conceitos cristãos como o pecado original, a criação do mundo por Deus, ressureição de juízo final.
Características da Patrística
A Patrística é considerada a primeira fase da filosofia medieval. Sua principal característica era a expansão do Cristianismo na Europa e o combate aos hereges.
Por isso, essa doutrina filosófica foi representada pelo pensamento dos Padres da Igreja, que aos poucos auxiliaram na construção da teologia cristã.
Baseada na filosofia grega, os filósofos desse período tinham como objetivo central compreender a relação entre a fé divina e o racionalismo científico. Ou seja, eles buscavam a racionalização da fé cristã.
Portanto, os principais temas explorados por eles estavam ancorados nas vertentes do maniqueísmo, ceticismo e neoplatonismo. São eles: criação do mundo; ressurreição e encarnação; corpo e alma; pecados; livre arbítrio; predestinação divina.
A Patrística e Santo Agostinho (354-430) 
Aurelius Augustinus (Aurélio Agostinho), mais conhecido como Santo Agostinho de Hipona, foi o patrono da ordem religiosa agostiniana e um dos responsáveis pela concepção do pensamento cristão medieval e da filosofia patrística.
Foi também bispo, escritor, teólogo, filósofo, além, de ter testemunhado acontecimentos históricos de primeira ordem, tal como o fim da antiguidade clássica e a invasão de Roma pelos visigodos.
Agostinho é considerado ‘Santo’ tanto pela Igreja Católica quanto pela Anglicana e, mesmo para os protestantes e evangélicos, é referência na história eclesiástica com seus escritos e ditos.
Portanto, foi canonizado e transformado em 'Doutor da Igreja', um título honorífico e extremamente raro, concebido pela Igreja Católica (apenas 35 Doutores).
Suas obras são reeditadas até os dias atuais, das quais se destacam Confissões (Confessiones, 397), sua autobiografia; Da Trindade (De Trinitate, 400-416, 15 volumes), onde se dedica ao relato da divindade nas pessoas; e, Da cidade de Deus (De Civitate Dei, 413-426), sua obra mais conhecida, onde explica a cidade terrestre como uma imitação da cidade celeste.
Biografia
Nascido em Tagaste, no dia 13 de novembro de 354 (atual Souk-Ahras, Argélia localizada a 90 km do Mediterrâneo), próximo a Hipona, na época províncias romanas do norte da África, Aurelius Augustinus era descendente de berberes por parte de pai e mãe, contudo essa última se convertera ao catolicismo, enquanto o pai permaneceu pagão.
Aos onze anos de idade, foi estudar na ‘Escola de Madaura’, onde teve contato com a literatura latina e com práticas e crenças pagãs. Posteriormente, foi para Cartago, de modo a prosseguir seus aprendizados em retórica.
Mas em 383, mudou-se para Roma, onde abriu sua própria escola, até ser nomeado ‘Professor de Retórica Imperial’ para o tribunal provincial em Milão, em 384. É neste momento que, enquanto filósofo, irá se afastar do maniqueísmo, pendendo agora ao Neoplatonismo.
Após, sofre uma crise espiritual em 386 - Augustinus vivia como um romano pagão -, ao ler a vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, Agostinho decide se converter ao cristianismo católico e abandonar toda sua antiga vida de conforto e hedonismo para servir a Deus.
Assim, foi batizado no ano seguinte, por ninguém menos que Santo Ambrósio (340-397), durante a vigília da Páscoa, na cidade de Milão.
Posteriormente, retorna à África, onde liquida seus bens e divide-o entre os pobres, exceto pelo patrimônio utilizado para formar a ordem agostiniana em Tagasta, no ano de 387.
Foi ordenado padre em Hiponana, na Argélia, em 391. Nesse pequeno porto do Mediterrâneo, Agostinho foi Bispo Coadjunto, até ser nomeado bispo, em 397, quando passou a encarregar-se da missa diária duas vezes por dia, bem como da administração dos bens da Igreja e das questões de justiça local.
Assim foi até sua morte, em 430, quando deixou-nos, como legado, 113 obras escritas, entre tratados filosóficos, teológicos, comentários de escritos da Bíblia, sermões e cartas.
Teologia e Filosofia de Santo Agostinho
De partida, devemos notar que Santo Agostinho foi influenciado pelo maniqueísmo, segundo o qual o mundo seria regido pelas ‘forças do bem e do mal’ (concepção de base platônica), bem como pelo neoplatonismo de Plotino (204 d.C - 240 d.C).
Por outro lado, sua conversão deu-se graças à oratória do bispo de Milão, Santo Ambrósio, o qual o batizou e influenciou em seus discursos.
Foi responsável por reforçar o conceito de 'pecado original' e desenvolver o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus, distinta da cidade material dos homens.
Também afirmou que a origem do mal estaria no livre-arbítrio, concedido por Deus, donde todo mal seria o resultado do livre afastamento do bem. Era também defensor da predestinação divina.
Curiosamente, pregava que o caminho para a verdade estava na fé, contudo, seria a razão o melhor caminho para provar a validade das verdades.
Por fim, podemos destacar como influenciados por Santo Agostinho, o teólogo Tomás de Aquino (1225-1274), o qual fizera uma nova síntese do pensamento filosófico grego e cristão, e os teólogos João Calvino (1509-1564) e Cornelius Otto Jansenius (1585-1638), estes, em especial, quanto a teoria da predestinação
FILOSOFIA DA ESCOLÁSTICA (séc. IX ao séc. XV): nesse período ocorreu uma retomada de muitos princípios filosóficos gregos. A grande preocupação da igreja era aliar a razão e a ciência aos ideais da igreja católica. Nesse contexto, surgiu a teologia que foi uma ciência que buscava explicar racionalmente a existência de Deus, da alma, do céu e inferno e as relações entre homem, razão e fé.
Apesar das contribuições ideológicas e em alguns aspectos científicos, especialmente na geometria, aritmética, música, astronomia entre outras, a filosofia patrística e escolástica se diferencia das demais correntes de pensamento pelo fato de não aceitar verdades que poderiam, porventura, contrariar dogmas religiosos e os demais pressupostos cristãos. Pelo seu caráter em alguns aspectos manipulador, a filosofia medieval não costuma receber muita atenção de indivíduos engajados na busca científica da existência humana e do próprio universo.
Patrística e Escolástica
A Patrística foi o primeiro período da filosofia medieval que permaneceu até o século VIII. Durante sete séculos, a filosofia esteve voltada para os ensinamentos dos “homens da Igreja” (teólogos, padres, bispos, etc.).
Logo depois, surgiu a Escolástica no século IX. Esta permaneceu até o início do Renascimento, no século XVI.
São Tomás de Aquino (1225-1274), chamado de “Príncipe da Escolástica”, é o maior representante dessa escola e seus estudos ficaram conhecidos como Tomismo. Ele foi nomeado Doutor da Igreja Católica, em 1567.
Como a Patrística, a filosofia Escolástica também esteve inspirada na filosofia grega e na religião cristã. Seu método dialético de unir a fé e a razão tinha como intuito o crescimento humano.
Importante destacar que seus estudos estiveram inspirados no realismo aristotélico, enquanto que os de Santo Agostinho estavam voltados para o idealismo de Platão.
Sendo assim, a Patrística focou na disseminação dos dogmas associados ao Cristianismo, por exemplo, defendendo a religião cristã e refutando o paganismo.
Já a Escolástica, através do racionalismo, tentou explicar a existência de Deus, do céu e do inferno, bem como as relações entre ohomem, a razão e a fé.
Biografia
Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Aquino, uma comuna italiana, no Castelo de Roccasecca. Filho do Conde Landulf de Aquino, teve uma influente e apropriada educação; estudou na abadia de Roccasecca, no Mosteiro da Ordem de São Bento de Cassino. Mais tarde, ingressou na Universidade de Nápoles, na Cátedra “Artes Liberais”.
Com apenas 19 anos, em 1244, abandona o curso e decide seguir sua vocação religiosa tornando-se dominicano, ao ingressar na Ordem dos Dominicanos, no convento Saint Jacques, em Paris. Permaneceu alguns anos em Paris, cidade importante para seu desenvolvimento espiritual, intelectual e profissional.
Entretanto, foi na cidade de Colônia, na Alemanha, que Aquino escreve suas primeiras obras, sendo discípulo do bispo, filósofo e teólogo alemão Santo Alberto Magno (1206 d.C-1280 d.C.), conhecido como Alberto, o grande.
Mais tarde, em 1252, Tomás de Aquino retorna à Paris donde se gradua em Teologia e seguindo a carreira de professor. Ademais, ministrou aulas em Roma, Nápoles e outras cidades da Itália. Ficou conhecido como Doutor Angélico, cujo trabalho de vida esteve dedicado a fé, a esperança e a caridade constituindo assim, um pregador cristão da razão e da prudência.
Foi um dos defensores da Escolástica, método dialético que pretendia unir a fé a razão em prol do crescimento humano. Uma de suas maiores obras, Summa Theologica, é o maior exemplo da Escolástica, na qual apresenta relações entre a ciência, razão, filosofia, fé e teologia. Segundo Aquino, “Nada há no intelecto que antes não tenha passado pelos sentidos.”
Faleceu na cidade de Fossanova, Itália, no dia 7 de março de 1274, com apenas 49 anos de idade.
Filosofia de São Tomás de Aquino
Inspirado nas ideias do filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), o trabalho de São Tomás de Aquino esteve pautado no realismo aristotélico, em detrimento dos seguidores de Santo Agostinho, inspirados no idealismo de Platão.
Por isso, Aquino foi um dos pensadores mais destacados desse período, defensor da filosofia escolástica, método cristão e filosófico, pautado na união entre a razão e a fé. Assim, Tomás de Aquino escreveu inúmeras obras, donde privilegiou a razão e a vontade humana formulando assim, um novo pensamento filosófico cristão.

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