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Plano de Aula: Introdução ao Direito Empresarial

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Plano de Aula: Introdução ao Direito Empresarial
DIREITO EMPRESARIAL I - CCJ0026
Título
Introdução ao Direito Empresarial
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
1 
Tema
Evolução Histórica do Direito Empresarial
Objetivos
O aluno deverá ser capaz de:
- Conhecer o plano de ensino da disciplina e sua
importância;
- Visualizar através da apresentação do mapa
conceitual o encadeamento existente entre as unidades que compõe a ementa da
disciplina.
- Compreender a importância do Direito
Empresarial na formação do profissional;
- Verificar a relação do conteúdo do Direito
Empresarial com as demais disciplinas ministradas no curso;
- Compreender a evolução histórica do Direito
Empresarial.
Estrutura do Conteúdo
Introdução ao Direito Empresarial . Noções Históricas:
            A
princípio, começa a se desenvolver um Direito Comercial, essencialmente baseado
em costumes, com a formação das corporações de mercadores (Gênova, Florença,
Veneza), surgidas em virtude das condições avessas ao desenvolvimento do
comércio. Era preciso que os comerciantes se unissem para ter força política -
o poder econômico e militar de tais corporações foi tão grande que foi capaz de
operar a transição do regime feudal para o regime das monarquias absolutas.
Nessa fase, os comerciantes estavam sujeitos a uma jurisdição especial
(cônsul), distinta da jurisdição comum, o direito comercial só se aplicava aos
comerciantes. Havia o chamado critério corporativo (sistema subjetivo), pelo
qual se o sujeito fosse membro de determinada corporação de ofício o direito a
ser aplicado seria o da corporação. Posteriormente o direito seria aplicado
pelo próprio Estado com a ascensão da burguesia ao poder, mantendo-se a
disciplina autônoma. Desse modo, pode-se afirmar que numa primeira fase o
direito comercial era o direito dos comerciantes.
            Com
o passar do tempo os comerciantes passaram a praticar atos acessórios, que
surgiram ligados a atividade comercial, mas logo se
tornaram autônomos (títulos cambiários), sendo utilizados inclusive por quem
não era comerciante. Já não era suficiente a concepção de direito comercial
como direito dos comerciantes, era necessário estender seu âmbito de aplicação
para disciplinar relação que não envolviam comerciantes. Desenvolve-se a partir
desse momento o sistema objetivista, o qual desloca o
centro do direito comercial para os chamados atos de comércio. Tal sistema foi
adotado pelo de Código Comercial napoleônico, o qual influenciou diretamente a
elaboração do nosso Código Comercial de 1850, posteriormente complementado pelo
Regulamento 737 de 1850.
Modernamente surge uma nova concepção
que qualifica o direito comercial como o direito das empresas, orientação
maciçamente adotada na doutrina pátria, apesar de alguma ainda existir alguma
resistência. Nesta fase histórica, o direito comercial reencontra sua
justificação não na tutela do comerciante, mas na tutela do crédito e da
circulação de bens ou serviços .
           Além
da aceitação doutrinária, tal concepção influenciou os trabalhos de atualização
do direito comercial positivo brasileiro, sobretudo na elaboração do novo
Código Civil, que unifica a disciplina das matérias mercantis e civis,
similarmente ao ocorrido na Itália no Código de 1942.
               
Relações com outros ramos do direito
e com a economia -  Evolução:
A noção inicial de empresa advém da
economia, ligada à idéia central da organização dos fatores da produção
(capital, trabalho, natureza), para a realização de uma atividade econômica.
            A empresa é a unidade produtora cuja tarefa é combinar fatores de
produção com o fim de oferecer ao mercado bens ou serviços, não importa qual o
estágio da produção". 
            A
partir de tal acepção econômica é que se desenvolve o conceito jurídico de
empresa, o qual não nos é dado explicitamente pelo direito positivo, nem mesmo
nos países onde a teoria da empresa foi positivada inicialmente.
                Por
tratar-se de um conceito originalmente econômico, alguns autores pretendiam
negar importância a tal conceito, outros pretendiam criar um conceito jurídico
completamente diverso. Todavia, os resultados de tais tentativas se mostraram
insatisfatórios, tendo prevalecido a idéia de que o
conceito jurídico de empresa se assenta nesse conceito econômico, pois o
fenômeno é o mesmo econômico, sociológico, religioso ou político, apenas
formulado de acordo com a visão e a linguagem da ciência jurídica.
Fontes do Direito empresarial:
Modo de surgimento de regras jurídicas de índole
empresarial.
Formas de divisão:
- Fontes primárias - leis empresariais. Direito positivo.
- Fontes secundárias - fontes indiretas ou subsidiárias
Usos e costumes - raízes histórias do direito consuetudinário.         
Analogia e princípios gerais do Direito (Art. 4. da LICC)
Jurisprudência
 
Código Civil Italiano de 1942:
            Na Itália, o Código civil de 1942
adota a teoria da empresa, sem, contudo ter formulado um conceito jurídico do
que seja empresa, o que deu margem a inúmeros esforços no sentido da formulação
de um conceito jurídico. Destacamos a originalidade e por aspectos didáticos a
teoria dos perfis da empresa elaborada por Alberto Asquini.
            Asquini defrontou-se com a inexistência de um conceito de
empresa, e analisando o diploma legal chegou a conclusão que haveria uma
diversidade de perfis no conceito, para ele " o
conceito de empresa é o conceito de um fenômeno jurídico poliédrico, o qual tem
sob o aspecto jurídico não um, mas diversos perfis em relação aos diversos
elementos que ali concorrem?.
            O
primeiro perfil da empresa identificado por Asquini
foi o perfil subjetivo pelo
qual a empresa se identificaria com o empresário, cujo conceito é dado pelo
artigo 2.084 do Código Civil Italiano como sendo "quem exercita
profissionalmente atividade econômica organizada com o fim da produção e da
troca de bens ou serviços". Neste aspecto, a empresa seria uma pessoa.
Asquini também identifica na empresa
um perfil funcional,
identificando-a com a atividade empresarial, a empresa seria aquela
"particular força em movimento que é a atividade empresarial dirigida a um
determinado escopo produtivo". .
           Temos
ainda o perfil objetivo ou
patrimonial que identificaria a empresa com o conjunto de
bens destinado ao exercício da atividade empresarial, distinto do patrimônio
remanescente nas mãos da empresa, vale dizer, a empresa seria um patrimônio
afetado a uma finalidade específica.
           
Por fim, haveria o perfil
corporativo, pelo qual a empresa seria a instituição que reúne
o empresário e seus colaboradores, seria "aquela
especial organização de pessoas que é formada pelo empresário e por seus
prestadores de serviço, seus colaboradores e demais stakeholders.
Um núcleo social organizado em função de um fim econômico comum.
 
Aplicação Prática Teórica
Caso
Concreto: O novo código civil trouxe várias inovações no que diz respeito ao
Direito Empresarial e seus princípios. Uma das principais alterações se refere
à substituição de conceitos adotados anteriormente pela teoria dos ?atos de comércio? que passam a
ser regulados agora pela teoria ?da empresa? instituída na Itália. Nesse sentido, com fulcro no novo
Código Civil, defina e diferencie ?empresa? de ?empresário?, trazendo
as características de cada um. Empresário é
quem exerce atividade profissional organizada para o produção
ou circulação de bens ou serviços (art 966)
empresa é o lugar da atividade doempresário.
Questão
Objetiva:
Cláudio e Roberto, artistas plásticos, INSCRITOS no CNPJ, prestam serviços de
restauração de obras de arte nas praças localizadas nas proximidades de seu
bairro, cobrando quantias irrisórias pelos serviços prestados aos moradores da
região. Esta sociedade não possui elemento de empresa, embora estes serviços
sejam cobrados e os sócios, apesar de lucrarem muito pouco, vivem dos valores
cobrados por suas restaurações.  A atividade desenvolvida por eles, constitui,
de acordo com o Código Civil:
a)    Uma atividade empresária. A atividade empresária
precisa ter organização concomitantemente com registro na junta comercial.
b)  
 Uma sociedade simples.
c)    Uma sociedade personificada simples.
d)    Uma sociedade civil. se refere à totalidade das organizações e
instituições cívicas voluntárias que formam a base de uma sociedade em funcionamento, por oposição às
estruturas apoiadas pela força de um estado (independentemente de seu sistema
político).
e)    Uma associação. a maior característica da
associação é que não tem fins lucrativos.

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