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Direito Constitucional I Matéria Completa

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Direito constitucional I 
Capítulo 1 
Direito constitucional: é o ramo do direito público que organiza, sistematiza, estrutura e normatiza o 
Estado e estuda a defesa dos direitos e garantias fundamentais. Seu objeto de estudo é a constituição. 
O papel da constituição é estabelecer a organização do Estado, definir os direitos fundamentais e 
estabelecer metas e programas para o futuro do Estado. 
Como parte do Direito Público, o Direito Constitucional se caracteriza pela existência de normas 
cogentes, impositivas que não admitem disposição em contrário, ainda que haja acordo entre as 
partes. Portanto, só se pode fazer o que está autorizado no texto da lei. 
Constituição = 
Vontade coletiva 
Organização do Estado 
Objetivos 
Direitos Fundamentais 
Direitos Sociais 
Direitos Políticos (Democracia) 
Divisão dos Poderes 
Tributos 
 
Constitucionalismo: movimento social, jurídico e político que tem como principal característica a 
limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto constitucional, com o objetivo de preservar 
os direitos fundamentais do povo. 
No século XVIII, dois documentos reforçaram a noção do Constitucionalismo: 
• A Constituição Norte Americana de 1787, e 
• A Constituição Francesa de 1791. 
Constitucionalismo social: o movimento que passou a prever na constituição os direitos sociais, 
como por exemplo, o direito à saúde, à educação, à moradia, à alimentação. No Estado Liberal, o 
indivíduo tinha seus direitos individuais e o Estado não interferia nas relações privadas; ou seja, as 
lutavam pela sobrevivência. No Estado Social, a postura do Estado é mais ativa, visando a defender 
os direitos sociais. 
Transconstitucionalismo: movimento que coaduna o direito interno com o direito internacional 
(por meio de tratados e dispositivos internacionais) para melhor tutelar os direitos fundamentais. 
Neoconstitucionalismo: tem como objetivo buscar uma maior eficácia da constituição, em especial 
dos direitos fundamentais. Segundo Konrad Hesse, teórico neoconstitucional, toda constituição 
possui força normativa e deve, portanto, ser efetivada, limitando o poder do Estado e exigindo dele 
o cumprimento integral do que está prescrito no texto constitucional. 
 
 
 
Conceitos de constituição segundo os teóricos 
Niklas Luhmann 
A constituição é uma conciliação entre Direito e Política, sendo portanto 
responsável pelo diálogo entre as duas áreas enquanto estruturação das 
vontades populares no Direito. 
Ferdinand Lassale 
(Constituição em Sentido 
Sociológico) 
Constituição real: é a soma dos fatores reais de poder que emanam do 
povo, sendo definida pelas forças políticas, econômicas e sociais 
atuantes e pela maneira como o poder está distribuído entre os 
diferentes atores do processo político. 
 
Constituição folha de papel: aquela que, quando não cumprida, 
apresenta-se apenas como uma mera folha de papel. 
Cal Schmitt 
(Constituição em Sentido 
Político) 
É uma decisão do povo, um reflexo das escolhas, decisões, tomadas para 
a gestão do Estado. Schmitt divide sua classificação em duas partes: 
1. A Constituição: somente normas que são essenciais para as 
decisões políticas do Estado. 
 
2. Leis constitucionais: são as demais normas presentes no texto 
constitucional, mas que podiam estar previstas em matéria 
infraconstitucional. 
Nesta teoria, a “constituição” é o que é fundamental à existência política 
do Estado, ao passo que “lei constitucional” é a escolha de se defender 
regras no texto constitucional. 
Hans Kelsen (Constituição 
em Sentido Jurídico) 
O ordenamento jurídico é um sistema hierárquico de normas, no qual a 
norma principal é a constituição., estando no topo da pirâmide. Toda 
norma retira sua validade de outra que lhe é imediatamente superior. 
Para Kelsen, a Constituição existe em dois planos. 
1. Plano lógico-jurídico: ideal da norma hipotética fundamental. 
O legislador vai se basear nela para elaborar a norma 
positivada. 
 
2. Plano jurídico-positivo: a constituição já apresentada como 
norma suprema positivada. 
Marcelo Neves 
(Constitucionalização 
Simbólica) 
A partir do momento que as constituições asseguram direitos que não 
são cumpridos, há uma intenção de utilizar-se do texto da constituição 
como uma forma de defesa democrática simbólica, que não tem o 
objetivo de sair do papel, apenas de dominar ideologicamente o povo. 
As normas que não são aplicadas de fato e só servem para abrandar o 
clamor social são chamadas de legislação-álibi do Estado. 
 
Classificação das constituições 
Quanto à 
origem 
Promulgada, democrática ou popular: elaborada com a participação do povo por 
meio da democracia direta ou representativa. 
Outorgadas ou impostas: elaborada unilateralmente pelos governantes sem a 
participação do povo. 
Cesaristas: elaboradas unilateralmente pelo Estado sem a participação popular, mas 
passam por aprovação popular posterior em plebiscito. 
Pactuadas: elaboradas por meio de um pacto entre o Legislativo e o Executivo, 
sujeitando o monarca às leis constitucionais. Ex.: Magna Carta de 1215. 
Quanto à 
forma 
Escritas: materializadas em documento escrito. 
Não escritas: baseadas em costumes e tradições. Ex.: Common Law britânica. 
Quanto ao 
modo de 
elaboração 
Dogmática: elaborada em um único período, de uma vez só, sofrendo influências da 
época em que foi elaborada. 
Histórica: elaborada aos poucos, surgindo com o passar do tempo e a evolução da 
sociedade. 
Quanto à 
extensão 
Prolixas ou analíticas: além de versar sobre os conteúdos básicos de uma 
Constitucional, optam por abordar outros assuntos e por isso são mais extensas. 
Concisas ou sintéticas: se restringem a versar sobre o que é apenas estritamente 
necessário. 
Quanto à 
finalidade 
Constituição-garantia: pretende garantir os direitos fundamentais frente ao Estado, 
limitando a atuação deste. (Limita-se a fixar os direitos e garantias. É uma carta 
declaratória) 
Constituição dirigente ou programática: além de fixar direitos e garantias, fixa metas 
estatais, fixa uma direção para o Estado (normas programáticas). 
Quanto à 
estabilidade 
Imutáveis: não permitem qualquer tipo de modificação, não podendo ser atualizadas 
frente às novas demandas. 
Rígidas: admitem modificação de seu texto, mas que exigem que a alteração ocorra 
somente após um processo legislativo mais dificultoso que o utilizado para a 
elaboração de leis ordinárias. 
Semirrígidas: propõem um processo legislativo mais complexo para a modificação 
da constituição apenas para parte de seu texto, sendo o restante modificado nos 
mesmos critérios de modificação de lei ordinária. 
Super-rígidas: além de permitir modificação apenas por meio de um processo 
dificultoso, possui também dispositivos imutáveis (cláusulas pétreas). 
Flexíveis: permitem a modificação do texto constitucional sob os mesmos critérios 
das leis ordinárias. 
Quanto ao 
conteúdo 
Materiais: versam apenas sobre conteúdos constitucionais e reservam à legislação 
infraconstitucional outros conteúdos. 
Formais: além da matéria constitucional, versa sobre demais assuntos que poderiam 
estar previstos noutras normas. 
Quanto à 
sistemática 
Codificadas: contidas num só texto. 
Variadas: compostas por mais de um texto ou código. 
 
A constitução brasileira: é promulgada, escrita, dogmática, prolixa, dirigente, rígida, formal e codificada. 
 
Elementos das constituições 
Elemento 
orgânico 
Organiza a estrutura do Estado. 
Elemento 
limitativo: 
restringe o exercício do poder do Estado de forma a não atentar contra os diretos 
humanos 
Elementos 
sócio-
ideológicos: 
tratam de diferentes ideologias. Art. 3o e 170 da Constituição da República de 1988 
(liberalismo econômico).Elementos de 
estabilização 
constitucional: 
preveem maneiras de estabilizar a segurança nacional. Ex.: Art. 34 (intervenção 
federal), art. 137 (estado de sítio) e art. 136 (estado de defesa). 
Elementos 
formais de 
aplicabilidade: 
estabelecem regras e orientam na aplicação do texto constitucional. Ex.: preâmbulo 
na constituição e disposições constitucionais transitórias. 
 
Aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais 
Segundo José Afonso da Silva 
Normas de eficácia plena 
Podem produzir efeitos desde o momento em que são editadas e 
entram em vigor, não dependendo de outras normas. Aplicabilidade 
direta, imediata e integral. 
Ex.: Ex.: Art. 1º da CF/1988, configuração dos entes federativos 
Normas de eficácia contida 
Têm eficácia direta e imediata, mas pode ser restrita pelo legislador após 
sua entrada em vigor (costuma vir acompanhada da frase “salvo em 
disposição em lei”). 
Normas de eficácia 
limitada 
Aplicabilidade direta, mediata e diferida (postergada), pois só poderá 
produzir efeito a partir de uma norma posterior. (costuma vir 
acompanhada da frase “a lei disporá...”). 
Ex.: Art 9º § 1 da CF/1988, o direito de greve dos servidores públicos 
 
As normas de eficácia limitada podem se subdividir em: 
Normas de princípio 
institutivo 
(organizacionais): 
Dizem respeito à instituição, criação, estruturação ou organização de 
órgãos ou entidades. Ex.: Art. 33: “a lei disporá sobre a organização 
administrativa e judiciária dos Territórios” (art. 33). 
Normas de princípio 
programático: 
Estabelecem programas e diretrizes para a atuação futura dos órgãos 
estatais. Ex. Art 6° (direito à alimentação, art. 196 (direito à saúde) etc. 
 
Segundo Maria Helena Diniz 
Normas constitucionais de eficácia 
absoluta (supereficazes) 
Referem-se às matérias protegidas por cláusulas pétreas (art. 
60, §4º CF/1988). 
Normas de eficácia plena 
São plenamente eficazes desde sua promulgação na 
constituição. Diferem-se das absolutas por poderem ser 
alteradas mediante emenda na constituição 
 
Normas de eficácia relativa 
restringível 
Caracterizam-se por serem plenamente executáveis desde a sua 
promulgação, mas guardarem a possibilidade de terem seu 
âmbito de aplicabilidade reduzido (equivalem às normas de 
eficácia contida para José Afonso da Silva). 
Normas de eficácia relativa 
complementável 
Dependentes de complementação legislativa, pois podem 
produzir todos os seus efeitos desde o momento de sua 
promulgação, necessitando da edição de normas integrativas 
(correspondem às normas de eficácia limitada para José Afonso 
da Silva). 
 
Hermenêutica = interpretação ou explicação da norma constitucional. 
Exégese = clarificar o significado do conteúdo normativo. 
Aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais 
Princípio da Unidade: quando houver conflito entre normas constitucionais, elas devem se 
compatibilizar. Nenhuma norma constitucional é mais importante 
que a outra. 
Princípio da Máxima 
Efetividade (ou Eficiência): 
o intérprete deve extrair das normas constitucionais a maior eficácia, 
eficiência, possível, mesmo que sejam normas programáticas. 
Princípio da Força 
Normativa da 
Constituição: 
a constituição deve durar o máximo possível, evitando-se ao máximo as 
reformas constitucionais, o que gera uma estabilidade e segurança 
jurídica (envisionada por Konrad Hesse). 
Princípio da Concordância 
Prática 
(ou Harmonização): 
no conflito de direitos fundamentais, eles devem se harmonizar na sua 
aplicabilidade. 
Princípio da Justeza 
(ou conformidade 
funcional): 
o intérprete não pode alterar as competências constitucionais. 
Princípios da Integração 
(força integradora): 
em conflitos de normas constitucionais, o intérprete deve prestigiar a 
norma que busca uma maior integração política e social do Estado. 
Princípio de Presunção de 
Constitucionalidade das 
leis: 
As leis presumem-se constitucionais até que haja prova em contrário. 
Princípio da Razoabilidade: analisa-se se o ato praticado pelo poder público é razoável, caso 
contrário não será constitucional. 
Princípio da 
proporcionalidade: 
trata da verificação da limitação dos direitos fundamentais por meio da 
legislação. 
 
Subdivisões da Constituição 
Preâmbulo: introdução do texto constitucional. Não é um elemento obrigatório nas constituições. 
Parte permanente: o corpo do diploma 
Ato de disposições constitucionais transitórias: estão presentes no texto da constituição, após a parte 
permanente, ou seja, após o artigo 250 da constituição. Diferem-se da disposição permanente por não 
terem um caráter permanente, ou seja, são aplicados de forma transitória, por um tempo determinado. 
 
Capítulo 2 
Poder constituinte: poder uno de origem e titularidade popular, possibilitando a elaboração e 
modificação da constituição. A convocação para o exercício do poder constituinte se dá, via de regra, pela 
convocação de uma assembleia constituinte. Subdivide-se em Originário, Derivado, Difuso e 
Supranacional: 
Poder 
constituinte 
originário 
Capacidade de criar uma constituição, que fará nascer um novo Estado do ponto de 
vista jurídico-formal. A natureza do poder constituinte originário é fática ou 
extrajurídica; só a consequência do exercício desse poder que é jurídico ou normativo, 
pois produz uma nova constituição. Portanto, o poder constituinte é um poder fático, 
pois não se baseia no direito, mas em fatores político, sociais e econômicos. Suas 
características são: 
 
 Características do poder constituinte originário 
Inicial: Inaugura a existência do ordenamento jurídico e do Estado. 
Soberano: não reconhece nenhuma força superior a si próprio. 
Autônomo: pode organizar a constituição como bem entender, de forma autônoma. 
Incondicionado: não se vincula à ordem jurídica anterior. 
Ilimitado 
juridicamente: 
não possui limite temático, pode tratar de quaisquer temas. 
 
O poder constituinte originário pode ser histórico (fundacional) – quando cria a 1ª constituição do Estado 
– ou revolucionário – quando vem substituir uma constituição anterior, rompendo a ordem então vigente. 
Poder constituinte 
derivado 
(ou instituído) 
No momento da elaboração da constituição, o legislador determinará 
como o poder constituinte derivado será exercido quando se desejar 
alterá-la. As características dele são: 
 
 Características do poder constituinte derivado 
Subordinado: 
sujeita-se à ordem jurídica implementada na constituição. É, portanto, um poder 
jurídico e não de fato. 
Limitado: 
a constituição impõe limites para a sua modificação, que são os limites de seu 
exercício. Ex.: limitação de conteúdo (cláusulas pétreas) 
Condicionado: 
está vinculado a condições para fins de seu exercício. Seu exercício é limitado e está 
vinculado a condições. 
 
O poder constituinte derivado, por sua vez, pode ser dividido em: 
Poder 
Constituinte 
Derivado 
Reformador: 
É o criado pelo Poder Constituinte Originário para modificar as normas constitucionais 
já estabelecidas. Tal modificação é operada através das Emendas Constitucionais. Ao 
mesmo tempo, ao se elaborar uma nova ordem jurídica, o constituinte imediatamente 
elabora um Poder Derivado Reformador para garantir a reforma da Carta após um 
determinado período onde haja tal necessidade. 
 
Mas há limites para a alteração: quando o Estado passa por um período de Estado de 
Legalidade Extraordinária, não poderão ser discutidas emendas constitucionais. As 
situações que não permitem a reforma do texto constitucional são: Estado de Defesa 
(Art. 136), Estado de Sítio (Art. 137) e Intervenção Federal (Art. 34). Além disso alguns 
conteúdos não podem ser restringidos ou abolidos (cláusulaspétreas). As cláusulas 
pétreas só podem ser expandidas e nunca restringidas. 
Poder 
Constituinte 
Derivado 
Decorrente: 
também obra do Poder Constituinte Originário. É o poder investido aos Estados 
Membros para elaborar sua própria constituição, sendo assim possível a estes 
estabelecer sua auto-organização. 
Poder 
constituinte 
derivado 
revisional: 
Destina-se a adaptar a Constituição à realidade atual da sociedade. É via extraordinária 
de modificação da constituição por meio de emendas constitucionais amplas, que 
visam a analisar a adaptação do novo texto constitucional à sua aplicação prática, 
fazendo-se ajustes. 
 
A revisão está prevista no artigo 3o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: 
“Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da 
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral”. (não distinguindo o Senado Federal da 
Câmara dos Deputados). 
 
Limitações subjetivas ao poder constituinte derivado reformador: tratam de quem pode reformar a 
constituição. Segundo o art. 60, só se poderá emendar a constituição mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada 
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
No artigo 61, §2º, da constituição também há previsão da iniciativa popular para a apresentação de um 
Projeto de Lei, tendo como requisito a presença de 1% do eleitorado nacional, distribuído em 5 estados 
da federação, cada um deles representados por 3/10% de seus eleitores. Entretanto, a doutrina 
majoritária e o STF entendem que o povo NÃO pode propor PEC, pois haver restrição na interpretação do 
artigo para a proteção do texto constitucional, sem analogias. 
Limitações objetivas ao poder constituinte derivado reformador: outras condições que a constituição 
impõe para permitir a mudança de seu texto, por meio de emendas constitucionais. A PEC deve ser 
discutida e votada, em cada casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), e em 
cada uma das duas casas a votação tem que se dar em 2 turnos; ou seja, 4 votações ao todo: vota-se duas 
vezes na Câmara e, se aprovada, vota-se duas vezes no Senado. Considerar-se-á aprovada se obtiver em 
ambos 3/5 dos votos dos respectivos membros 
É possível sanção de emenda à constituição? NÃO! A PEC não é submetida à aprovação do Chefe do 
Executivo!!! Não há participação do Presidente da República na promulgação e publicação de PEC. 
 
 
 
Diferenças entre as Emendas Constitucionais de Revisão e Reforma: 
 Emenda de Revisão Emenda de Reforma 
Quórum Maioria absoluta 3/5 em dois turnos de todos os 
deputados e senadores 
Sistema de votação Congresso nacional 
(sessão unicameral) 
Câmara dos deputados + Senado Federal 
(sessão bicameral) 
Limite temporal 5 anos Não tem 
 
Poder Constituinte 
Difuso 
Modifica o conteúdo e ao alcance das normas constitucionais, mas sem 
alteração do texto formal. Muda o sentido das disposições constitucionais 
para que se adaptem às novas realidades, sem alterar o texto. Diz-se que, 
portanto, que a constituição sofreu uma MUTAÇÂO, pois sua interpretação 
alterou-se, mas não o texto do seu dispositivo. 
"Enquanto o poder originário é a potência, que faz a Constituição, e o poder 
derivado, a competência, que a reformula, o poder difuso é a força invisível 
que a altera, mas sem mudar-lhe uma vírgula sequer" - Professor Uadi 
Lammêgo Bulos 
 
Poder Constituinte 
Supranacional 
Poder exercido além das fronteiras territoriais dos Estados nacionais, por 
meio da união de Estados, em prol da elaboração de uma constituição 
comunitária que englobe mais de um Estado. Ex.: União Europeia 
 
Quando uma nova constituição surge, as normas da anterior pode ter três destinos diferentes: 
Revogação A norma anterior perde a validade (é a regra no Brasil). 
Desconstitucionalização 
A norma anterior deixa de ser constituição e permanece no ordenamento 
jurídico como norma infraconstitucional, continuando em vigor no que 
estiver de acordo com a nova constituição (não se aplica no Brasil). 
Recepção 
A norma constitucional anterior continua em vigor e mantém seu status 
hierárquico constitucional, sendo recepcionada no que for materialmente 
compatível e nos pontos em que a nova constituição determina que a 
constituição anterior será mantida. 
Ex: Art. 34 do ADCT, que recepcionou as regras de 1967 do sistema 
tributário nacional por tempo determinado. 
 
Teoria da constitucionalidade superveniente: uma norma que nasceu inconstitucional passa a ser 
constitucional devido a mudanças formais ou mutação na constituição. Não se aplica no Brasil! 
Teoria da repristinação: quando uma lei revogada volta a ter validade. A repristinação em regra não é 
aplicada no Brasil, exceto quando a lei ou o STF determinam expressamente a volta do vigor da lei antes 
revogada. 
Capítulo 3 – direitos e garantias fundamentais: 
Direitos humanos: são aqueles ligados à liberdade e à igualdade de cor, sexo, etnia, raça etc. Eles estão 
positivados no plano internacional, independentes da anuência dos Estados. 
Direitos fundamentais: são os direitos humanos positivados na Constituição Federal. Assim, o conteúdo 
dos dois é essencialmente o mesmo, o que difere é o plano em que estão consagrados. 
Concepções constitucionalistas 
Jusnaturalismo O direito é natural e independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do 
homem e acima das leis do homem. 
Juspositivismo Só pode existir o direito e consequentemente a justiça através de normas 
positivadas, ou seja, normas emanadas pelo Estado com poder coercivo. 
 
Três dimensões (ou gerações) dos direitos fundamentais: nada mais são do que novas facetas de um 
mesmo direito, o direito à vida, só que em momento histórico diferente, resultados de evoluções e lutas 
históricas. 
Três dimensões (ou gerações) dos direitos fundamentais 
1ª dimensão 
(Liberdade) 
Direitos individuais: o Estado não intervém 
sobre aspectos da vida pessoal de cada 
indivíduo. Liberalismo clássico e igualdade 
formal. 
Art. 5º CF: Direito à vida, 
integridade física, liberdade 
(individual, de iniciativa e 
concorrência, de pensamento e de 
consciência filosófica e política), 
propriedade privada, vida privada, 
intimidade e inviolabilidade de 
domicílio etc. 
2ª dimensão 
(Igualdade) 
Direitos sociais: a igualdade assume uma 
perspectiva material (real); ou seja, 
percebe-se a existência de fatores que 
podem vir a criar desigualdades entre os 
homens e a lei busca igualá-los através de 
tratamentos diferenciados para indivíduos 
diferentes, visando a promover a justiça 
social. 
Arts. 6º e 7º da CF: Direito à educação, 
à saúde, à alimentação, ao trabalho, à 
moradia, ao transporte, ao lazer, à 
segurança, à previdência social, à 
proteção à maternidade e à infância, à 
assistência aos desamparados etc. 
 
3ª dimensão 
(Fraternidade) 
Direitos de fraternidade ou solidariedade. 
São direitos metaindividuais, difusos ou 
coletivos, dotados de grande humanismo e 
universalidade e não se destinam 
especificamente à proteção de um 
indivíduo, de um grupo de pessoas ou de um 
determinado Estado, pois os seus titulares 
são, via de regra, indeterminados. A rigor, 
seu destinatário, por excelência, é o próprio 
gênero humano. 
Art. 4º, VI, da CF: defesa da paz 
Art 255 da CF: proteção ao meio 
ambiente. 
 
 
Direitos fundamentais: são normas de conteúdo declaratório, pois dizem quais são os direitos que os 
indivíduos têm. 
Garantiasfundamentais são normas de conteúdo assecuratório, pois asseguram o exercício dos direitos 
fundamentais na sociedade. Como exemplo, destacam-se os remédios constitucionais, do art. 5º: 
• Habeas corpus; 
• Habeas data; 
• Mandado de segurança; 
• Mandado de segurança coletivo; 
• Mandado de injunção e 
• Ação popular 
Características dos direitos fundamentais 
Universais Aplicam-se a todos 
Concorrentes São exercidos simultaneamente uns em conjunto com outros 
Relativos Não podem ser aplicados sempre de forma absoluta, sempre 
existem exceções (ex.: censura, pena privativa de liberdade) 
Inalienáveis Não podem ser negociados 
Irrenunciáveis Ninguém pode abrir mão desses direitos 
Imprescritíveis Não se esgotam com o tempo 
 
Eficácia dos direitos fundamentais: 
Eficácia 
vertical: 
É um dever do Estado e um direito do cidadão. O Estado é um devedor, e os cidadãos 
são os credores (verticalidade). 
 
Eficácia 
horizontal: 
Os direitos fundamentais também são aplicados nas relações entre particulares. 
 
 
Destinatários dos direitos fundamentais: são destinatários de direitos fundamentais todas as pessoas 
físicas e jurídicas, nacionais ou estrangeiras, desde que estejam dentro do território nacional. 
*Aplicabilidade: capacidade de produção de efeitos (eficácia plena, contida ou limitada) 
*Aplicação: o dever do Estado de implementar o Direito Fundamental previsto e o exercício desse direito. 
Todos os direitos fundamentais têm aplicação imediata, pois os direitos e garantias fundamentais são 
dotados de meios e instrumento que efetivam a sua aplicação, mesmo que não estejam ainda 
devidamente regulados. Mas nem todos têm aplicabilidade mediata. Apenas os direitos regulados por 
normas de eficácia plena e contida têm aplicabilidade imediata, os de eficácia limitada têm aplicabilidade 
mediata (são, em sua maioria, direitos sociais, econômicos e culturais). 
Princípio da dignidade da pessoa humana: dele advêm os direitos que garantem o mínimo necessário 
para que o indivíduo exista de forma digna dentro de um Estado (art. 3º III da CF). É o parâmetro para a 
consagração dos direitos fundamentais. 
Igualdade formal: aquela perante a lei, que dita que não se pode dar tratamento desigual aos cidadãos. 
Igualdade material: tratar igualmente os iguais, e os desiguais na medida de sua desigualdade. Dela 
advêm ações afirmativas de inclusão. Ex.: cotas raciais e lei Maria da Penha. 
Relatividade dos Direitos Fundamentais: 
Direito à vida: a pena de morte é admitida em caso de guerra declarada. Art. 5º XLVII, a 
Liberdade de expressão: não é absoluta, pois nenhum direito é absoluto. O anonimato é vedado, para 
que se possa exigir do manifestante o ressarcimento do dano realizado por outrem, assegurando o direito 
de resposta. 
Direito à liberdade religiosa: não é admitida para rituais de sacrifício ou tortura. 
Caso curioso a respeito da laicidade do Estado 
Menção de Deus no preâmbulo 
da Constituição: 
Permitida pois o preâmbulo não é norma constitucional. A menção 
a Deus é apenas tradição advinda do momento histórico da 
elaboração da CF. 
Ensino religioso nas escolas: Permitido por não ser de matrícula obrigatória. 
Crucifixo em repartições 
públicas: 
Permitido por se tratar de um símbolo histórico. 
 
Inviolabilidade domiciliar: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial.” Casa porém é interpretado de maneira extensiva, abrangendo 
qualquer local onde sejam exercidas atividades particulares (escritório, quarto de hotel, consultório). 
Sigilo de correspondência e comunicação: São protegidos: 
•O sigilo de correspondência, 
•Comunicações telegráfica, 
•De dados 
•As comunicações telefônicas. 
Todos, porém, podem ser relativizados exceto o sigilo telefônico, que só pode ser relativizado por ordem 
judicial para investigação criminal ou processo penal 
Liberdade de reunião: A reunião não depende de autorização do governo, mas deve-se avisar à 
autoridade pública a fim de se evitar o conflito de reuniões para o mesmo local. O aviso é para fins de 
organização do próprio poder público. 
Limites à retroatividade da lei: “Art. 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada. O direito adquirido é todo aquele de que o indivíduo já dispõe. Esse direito não 
pode ser prejudicado pela lei. Se a lei for modificada, não se poderá alterar o direito já adquirido. 
Direitos sociais: direito à educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados. Também é previsto, entre os arts. 8º e 11, os direitos sociais dos trabalh adores, tais 
como o direito à associação (associação de pessoas sem fins econômicos). Reuniões pacíficas em 
locais públicos não precisam de prévia autorização do Estado, sendo exigido apenas prévio aviso à 
autoridade competente. 
Remédios constitucionais: 
Habeas corpus 
É uma garantia constitucional que se destina à proteção do direito de ir e vir. 
É um pedido direcionado à autoridade judiciária para a proteção contra a 
prisão indevida, por ilegalidade ou abuso de poder, não sendo necessário um 
advogado para ingressar com este remédio constitucional. 
 
Habeas corpus preventivo - é um salvo conduto que impossibilita a prisão. 
Habeas corpus repressivo - caso a prisão já tenha ocorrido. 
Habeas data 
Seu objetivo é resguardar a liberdade de dados (‘data’). Com ele, os indivíduos 
têm direito de acesso a informações, retidas em órgãos públicos (logo, não 
cabe habeas data frente a entidades privadas). 
 
Art. 5o, LXXII - conceder-se-á habeas data: 
 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público (é de natureza personalíssima, 
só o impetrante pode requisitar); 
 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
 
Em registros privados não caberia habeas data, por não ser entidade pública. 
Mas bancos privados com caráter público podem ser acionados pelo habeas 
data como, por exemplo, o SPC, que tem caráter social público. 
 
Mandado de 
segurança 
Visa a proteger qualquer direito constitucional que esteja sendo violado por 
ilegalidade (ato vinculado) ou abuso de poder (ato discricionário) , desde que 
não seja liberdade (habeas corpus) ou dados pessoais em bancos públicos 
(habeas data). Tal direito pode ser provado de plano e não depende de dilação 
probatória no processo, pois se tem todos os elementos necessários para 
pleitear o direito. Exige capacidade postulatória para ser impetrado, ou seja, 
é necessária a presença de advogado habilitado. 
 
Limite de impetração: 120 dias após a ciência da ilegalidade. 
Pode ser impetrado também contra particular representante do Estado. 
Mandado de 
segurança 
coletivo 
Idem ao de cima, porém impetrados por partido político (com representação no 
congresso), organização sindical, entidades de classe e associações. Exige-se 
a presença do advogado. 
 
No caso da associação ela deve existir e estar em funcionamento há pelo menos 
um ano; não basta ter sido fundada há um ano, deve estar em atuação por esse 
período. 
Mandado de 
injunção 
Visa a possibilitar o exercício de um direito que não pode ser exercido, pois 
não foi regulamentado pelo poder público. São as normas constitucionais de 
eficácia limitada, que dependem de norma infraconstitucional. Quando não 
há regulamentaçãodo direito e, por esse motivo, não se pode exercê-lo, é 
cabível o mandado de injunção. Exige-se a presença do advogado. 
 
Ex.: Funcionários públicos têm o direito de greve nos termos da lei, mas a lei 
regulamentadora não foi criada. Logo, sindicatos e servidores impetraram 
mandados de injunção para buscar esse complemento. 
Ação popular 
Pode ser impetrado por qualquer cidadão, com o objetivo de anular atos que 
lesem o patrimônio público ou questões de ordem pública. A ação popular é 
isenta de custas, salvo comprovada a má-fé do autor. 
 
Direitos fundamentais: são dotados de uma dimensão proibitiva, pois proíbem o legislador de produzir 
normas que os desrespeitem, e dimensão positiva, pois permitem ao legislador que produza normas 
que os efetivem e os garantam. 
 
Os direitos e garantias fundamentais previstos na constituição são um rol somente exemplificativo e 
não taxativo, pois não excluem outros direitos da mesma natureza, que tenham o mesmo propósito de 
proteção do indivíduo diante do Estado. 
 
Princípio da legalidade: o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proibir, e o administrador 
público só pode fazer o que a lei determina. 
 
Crimes inafiançáveis (Art. 5º, XLIII): a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos. 
 
Atenção! Os crimes de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes hediondos 
não são suscetíveis de fiança ou graça ou anistia . Entretanto, eles não se confundem com os crimes que 
são chamados de imprescritíveis e inafiançáveis, sendo eles o racismo e a ação de grupos armados contra 
o Estado Democrático de Direito 
 
Uso de algemas: só é lícito em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade 
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito. 
(súmula vinculante 11 do STF) 
 
Direito à liberdade de manifestação de pensamento: é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato para que se possa exigir do manifestante o ressarcimento do dano realizado 
por outrem, assegurando o direito de resposta. 
 
Limites à retroatividade da lei: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a 
coisa julgada (Art. 5º, XXXVI). 
a) Direito adquirido - é todo aquele que o indivíduo já incorporou, ou seja, já pode invocar 
perante alguém, pois já cumpriu os requisitos legais para exercê-lo. 
b) Ato jurídico perfeito - é aquele ato praticado nos termos da lei e atendendo todos os 
requisitos estabelecidos na lei. 
c) Coisa julgada - preservam-se todas as decisões judiciais que já estão decididas de forma 
definitiva (trânsito julgado), não se podendo alterar por lei posterior, exceto nos casos 
estabelecidos na lei. 
Questão polemica: contribuição do inativo: diante da natureza tributária das contribuições 
previdenciárias não há que se falar em direito adquirido em face de tributos, pois caso contrário após a 
delimitação legal dos fatos geradores de determinado tributo não seria mais possível, ainda que por Lei, 
estabelecer a incidência de determinado tributo sobre novo fato gerador, pois haveria ofensa a direito 
adquirido daqueles que passariam a figurar como contribuintes. 
 
Prisão: ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade 
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar (pois aí entraria 
o código disciplinar dos militares, que prevê a prisão administrativa). 
Obs: Na prisão em flagrante delito: 
a) Civis PODEM dar voz de prisão. 
b) Agentes do Estado DEVEM dar voz de prisão. 
Tribunal de exceção: Não haverá juízo ou tribunal de exceção. Ninguém será sentenciado e processado senão 
pela autoridade competente. 
O condenado tem direito ao devido processo legal, ao contraditório e ampla defesa – defesa técnica 
(com advogado) e autodefesa 
Provas: são inamissíveis as provas ilegais (violação do direito material) e ilegítimas (violação do direito 
processual) 
Prisão civil (art. 5º LXVII): se dá apenas em duas hipóteses: 
a) Para o devedor de alimentos 
b) Para o depositário infiel (revogado pelo Pacto de São José da Costa Rica!!!) 
 
Direitos sociais: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados. 
Direito à associação sindical (art. 8º): é livre a associação profissional ou sindical, observado o 
seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato. 
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical representativa de categoria profissional ou econômica, 
na mesma base territorial; 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões 
judiciais ou administrativas; 
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em 
folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da 
contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou 
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta 
grave nos termos da lei. 
Obs.: É vedada a criação de mais de uma organização sindical na mesma base territorial. 
Contribuição 
Sindical 
Descontada em folha de pagamento de uma só vez no mês de março de cada 
ano e corresponde à remuneração de um dia de trabalho (a reforma 
trabalhista suspendeu a obrigatoriedade dessa contribuição!!!). 
Contribuição 
Confederativa 
É o custeio do sistema confederativo e poderá ser fixada em assembleia geral 
do sindicato, independentemente da contribuição sindical citada acima. 
Contribuição 
Assistencial 
Poderá ser estabelecida por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, 
com o intuito de sanear gastos do sindicato da categoria representativa. 
Nacionalidade: 
Tipos de nacionalidade 
Originária (primária ou de origem) Estabelecida no nascimento do indivíduo. (nato) 
Adquirida (secundária) 
Advinda da manifestação de vontade do indivíduo que deseja se 
vincular ao Estado (naturalização). 
 
Critérios de aquisição da nacionalidade originária 
Territorialidade (ius solis) 
Atribui-se a nacionalidade a quem nasceu no território do 
Estado. 
Consanguinidade (ius sanguinis) 
Estabelece-se que são nacionais os descendentes de nacionais, 
os que têm vínculo de sangue com os nacionais, e cada estado 
estabelece seus critérios. 
 
São brasileiros natos (nacionalidade primária): 
• A) Os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu 
país (territorialidade); 
• 
B) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 
serviço do Brasil (consanguinidade); 
C) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em 
repartição brasileira competente OU venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (consanguinidade); 
 
São brasileiros naturalizados (nacionalidade secundária): 
• A) os originários de países de língua portuguesa com residência por um anoininterrupto no Brasil 
e idoneidade moral. (naturalização ordinária, de ato discricionário, podendo o Brasil concedê-la 
ou não, mesmo que cumpridos os pré-requisitos.) 
• 
• B) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais 
de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
(naturalização extraordinária, de concessão obrigatória pelo Estado) 
C) aos portugueses com residência permanente no País , se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na 
Constituição. 
 
Não se pode ter discriminação entre os brasileiros natos ou naturalizados, salvos os casos de 
diferenciação previstos na constituição, como no caso da extradição. 
 
Extradição: nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. 
 
O Brasil não extradita estrangeiro condenado ou acusado por crime político e de opinião, uma 
vez que concedemos asilo político. 
 
 
Cargos que somente poderão ser ocupados por brasileiros natos: 
I - Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - Presidente do Senado Federal; 
IV - Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V – Cargos de carreira diplomática; 
VI - Oficial das Forças Armadas; 
VII - Ministro de Estado da Defesa. 
 
Atenção: brasileiros naturalizados podem ser deputados e senadores, mas eles não podem ser 
presidentes da Câmara ou do Senado. 
 
Perda de nacionalidade 
Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional; 
II - Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 
 
Direitos políticos: conjunto de regras que disciplinam o exercício da soberania popular, viabilizando 
a participação concreta dos indivíduos na gestão do Estado (capacidade de votar e ser vot ado). 
Há três possibilidades de exercício de direitos políticos: 
Democracia 
indireta 
por meio do voto com a escolha de representantes para que exerçam o poder em 
nome do povo e os casos de se candidatar para ocupar esses cargos públicos. 
Democracia 
direta 
participação efetiva e individual de cada cidadão em relação a uma temática 
específica e (no Brasil, ela pode ser exercida por meio do plebiscito, referendo ou 
iniciativa popular). 
Democracia 
semidireta 
Aquela que mistura as duas formas de exercício da democracia (é o caso do Brasil). 
 
É importante distinguir a nacionalidade da cidadania. 
Nacionalidade Vínculo jurídico e político do indivíduo com o Estado, que se estabelece pelo 
nascimento ou pela manifestação da vontade. 
Cidadania É a qualidade que o cidadão adquire, formalmente, após o alistamento eleitoral, 
para votar e ser votado. 
 
 O direito de escolha (sufrágio) existe de forma ativa (direito de votar) e de forma passiva (direito de ser 
votado). 
 
Sufrágio Prerrogativa constitucional de exercer o direito ao voto 
Voto Instrumento pelo qual o cidadão exerce a cidadania ao eleger representantes 
Eleição Processo pelo qual se escolhe alguém para exercer uma função 
Escrutínio Ato de coleta e apuração dos votos 
 
Soberania popular: será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual 
para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular: 
 
Plebiscito 
Consulta-se o povo previamente a elaboração de lei para depois se ter uma 
votação no Legislativo. 
Referendo Após a lei ser elaborada no Legislativo, o povo é consultado 
Iniciativa 
popular 
Prevê a possibilidade de participação do povo para a apresentação de um projeto 
de lei perante o Legislativo para que coloque em votação e eventualmente venha 
a aprovar. 
Os requisitos são: 1% do eleitorado nacional, distribuídos em pelo menos 5 
estados da federação e cada um deles representado por 3/10 de seus eleitores. 
 
Obs.: a opinião popular não vincula a decisão do Legislativo e vice-e-versa, a ideia é se fazer uma 
consulta dupla sobre a temática. 
Direito ao voto: o voto direto, secreto, universal e periódico são matéria de cláusula pétrea, mas 
a obrigatoriedade do voto, não. Portanto, a obrigatoriedade do voto pode ser modificada por 
emenda constitucional. 
 
O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - Obrigatórios para os maiores de 18 anos; 
II - Facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de 70 anos; 
c) os maiores de 16 e menores de 18 anos. 
 
Inalistáveis: quem não pode alistar-se como eleitor: 
a) os estrangeiros 
b) os conscritos (recrutas), durante o período de serviço militar obrigatório 
 
Condições de elegibilidade: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de: 
➢ 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
➢ 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
➢ 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz 
de paz; 
➢ 18 anos para Vereador. 
 
Inelegibilidade absoluta: 
São inelegíveis os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos. 
 
Inelegibilidade relativa: 
a) Nos cargos do Executivo (Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal, os Prefeitos) só é possível a reeleição por um único período subsequente, 
aplicando-se a mesma regra aos vices (não há impedimento para mandatos 
subsequentes). 
 
b) Há necessidade de renúncia dos cargos do Executivo, 6 meses ante do pleito, para 
candidatura a outros cargos políticos (Nos cargos do Legislativo não há limites de 
reeleição e nem é necessária a renúncia para se candidatar a outros cargos do Legislativo). 
 
c) São inelegíveis os cônjuges, parentes consanguíneos ou afins até o segundo grau daqueles 
que ocupam o cargo de presidente, governador e prefeito do território ou de quem os 
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato 
eletivo e candidato à reeleição. 
 
 O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará 
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. BRASIL. Constituição da República 
Federativa do Brasil (1988). Brasília: Senado, 1988. 
Mandato eletivo (tempo que o candidato eleito terá para ficar de posse do seu cargo): pode ser 
impugnado (contestado), no prazo de 15 dias, contados da diplomação, instruída a ação com provas 
de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
Cassação e suspensão dos direitos políticos 
É vedada a cassação dos direitos políticos pela constituição, pois nenhum nacional pode perder 
seus direitos políticos. 
Mas pode ocorrer a suspensão ou perda, que ocorre com a perda da condição de ser titular de 
direitos políticos, nos seguintes casos. 
I - Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II - Incapacidade civil absoluta; 
III - Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
V - Recusade cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, 
VIII; 
V - Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição 
que ocorra até um ano da data de sua vigência, para conferir maior estabilidade ao processo eleitoral e 
uma alteração legislativa que não seja voltada especificamente às eleições correntes. 
 
Tratados e convenções sobre direitos humanos equivalentes a emendas constitucionais: precisam 
ser aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos votos, conforme 
estabelece o art. 5º, §3º da Constituição. 
 
Única aprovada até então: Decreto 6.949, de 25.8.2009: Convenção Internacional sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência.

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