Buscar

lei penal no tempo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

11/11/2018
1
INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL CONFLITO INTERTEMPORAL DE LEIS
ocorre quando duas leis que tratam do mesmo tema, porém
de modo distinto, sucedem-se.
Nestes casos, qual lei prevalece?
Em regra, deverá ser aplicada a lei que estava em vigor na
data do fato, contudo, existem algumas exceções.
Princípio da irretroatividade da lei penal. 
É veda a alteração das normas penais
em detrimento da situação jurídica
preexistente; ou seja, uma lei nova
não pode agravar a situação de um
agente em face de um ilícito já
cometido.
Princípio da retroatividade da lei penal benéfica
(art. 5º, XL, da CF e art. 2º do CP). 
Os efeitos benéficos e favoráveis de uma lei penal
retroagem ilimitadamente e indiscriminadamente
para todos os fatos anteriores à sua entrada em
vigência.
11/11/2018
2
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória.
Abolitio criminis. Se uma pessoa comete um delito
na vigência de determinada lei e, posteriormente,
surge outra lei que deixa de considerar o fato como
crime, deve-se considerar como se essa nova lei já
estivesse em vigor na data do delito (retroatividade)
e, dessa forma, não poderá o agente ser punido (art.
107, III, do CP).
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como 
criminoso;
Atenção! Além de conduzir à extinção da
punibilidade, a abolitio criminis faz cessar
todos os efeitos penais da sentença
condenatória, permanecendo, contudo, seus
efeitos civis.
• A lei nova mais benéfica pode ser aplicada
durante a sua vacatio legis?
• Não, pois a lei somente tem vigor após o
decurso de seu prazo de vacatio; ademais,
pode acontecer de ser revogada antes mesmo
do término deste prazo. Por fim, se o juiz
reconhecer a abolitio criminis durante o
período de vacatio legis e a nova lei for
revogada antes de entrar em vigor, não mais
poderá ser revista a decisão que extinguiu a
punibilidade.
11/11/2018
3
O reconhecimento da abolitio criminis ou a 
aplicação de benesses decorrentes da novatio
legis in mellius é automático? Quem tem 
competência para reconhecer tais benesses? 
Vide art. 66, I, da LEP e Súmula 611 do STF.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer 
modo favorecer o condenado;
Súmula 611
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete 
ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
O que o magistrado deve fazer se ficar em
dúvida entre qual das leis (a nova ou a antiga)
é mais benigna?
Em tais hipóteses, pode e deve aceitar que o
próprio acusado, por intermédio de seu
defensor, aponte qual das duas leis aplicáveis
lhe parece ser a mais favorável.
Leis excepcionais
são aquelas feitas para vigorar em
épocas especiais, como tempos de
guerra, de grave crise econômica etc.
São aprovadas para vigorar enquanto
perdurar o período excepcional.
Ultratividade
Leis temporárias
são aquelas feitas para vigorar por
tempo determinado, estabelecido
previamente na própria lei. Em tais
casos, a lei traz em seu texto a data de
cessação de sua vigência.
Ultratividade
11/11/2018
4
Nessas hipóteses, determina o art. 3º do Código Penal
que, embora cessadas as circunstâncias que a
determinaram (lei excepcional) ou decorrido o período
de sua duração (lei temporária), aplicam-se seus
dispositivos aos fatos praticados durante sua vigência.
São, portanto, leis ultrativas, pois regulam atos praticados
durante sua vigência, mesmo após sua revogação.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Ultratividade
Como ficam os crime permanentes?
Caso se trate de crime permanente cometido na
vigência da lei menos grave (lex mitior), mas cuja
execução se prolongue até a entrada em vigor da
lei mais grave (lex gravior), poderá ser aplicada
esta última.
Segundo a Súmula 711 do Supremo Tribunal
Federal, “a lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a
sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência”.
CONCLUSÕES
A norma penal, em regra, não pode atingir fatos 
passados/retroagir.
A norma penal benéfica retroage para atingir 
fatos pretéritos; e
A lei penal revogada pode ser aplicada após sua 
revogação, quando o ilícito praticado durante sua 
vigência for sucedido por lei mais severa.
TEMPO DA 
CONDUTA
LEI POSTERIOR (IR)RETROATIVIDADE
Fato atípico Fato típico
Irretroatividade (art. 1º do 
CP)
Fato típico
Aumento de pena, da 
prescrição, etc.
“novatio legis in pejus”/“lex 
gravior”
Irretroatividade (art. 1º do 
CP)
Fato típico
Supressão da figura 
criminosa
“abolitio criminis”
Retroatividade (art. 2º, 
caput, do CP)
Fato típico
Diminuição da pena (por 
exemplo)
“novatio legis in melius”/“Lex 
mitior”
Retroatividade (art. 2º, 
caput, do CP)
Fato típico
Migra o conteúdo criminoso 
para outro tipo penal
Princípio da continuidade 
normativo-típica
11/11/2018
5
CABE A QUEM RECONHECER OS EFEITOS DA “NOVATIO LEGIS IN MELIUS”/“LEX MITIOR” E DA “ABOLITIO CRIMINIS”?
No curso do processo de conhecimento e antes da
prolação da sentença
Compete ao magistrado que estiver à frente do
processo de conhecimento
No curso do processo de conhecimento e após a
interposição de eventual recurso
Compete ao Tribunal de Justiça ou ao Tribunal Superior
junto ao qual estiver tramitando o recurso
Após o trânsito em julgado Para provas objetivas, simplesmente afirme que cabe
ao Juiz da Execução da Penal (Súmula 611 do STF);
Para provas subjetivas, lembrem-se que há dois
posicionamentos: (1) o primeiro defende que o
reconhecimento destas benesses (após o trânsito em
julgado da sentença) caberá ao Juiz da Execução
Penal em todo e qualquer caso; (2) o segundo afirma
que se o reconhecimento da benesse redundar em
uma aplicação meramente matemática, caberá ao
Juiz da Execução realizar tal ato, mas que, se implicar
em juízo de valor, será necessário o ajuizamento de
revisão criminal.
DIFERENÇA ENTRE ABOLITIO CRIMINIS E CONTINUIDADE NORMATIVO-
TÍPICA
ABOLITIO CRIMINIS CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA
Há supressão formal e material da
conduta criminosa;
Há supressão formal da conduta
criminosa;
A conduta não será mais punível;
O fato permanece punível, pois a
conduta criminosa simplesmente
migra p/ outro tipo penal;
A intenção do legislador é não
mais considerar o fato criminoso;
A intenção do legislador é manter
o caráter criminoso do fato, mas
com outra roupagem;
Lei n. 12.015/09
ANTES DEPOIS
O art. 213 do CP incriminava o
estupro
O art. 213 do CP continuou
incriminando o estupro
O art. 214 do CP incriminava o
atentado violento ao pudor
O art. 214 do CP foi revogado
e o seu conteúdo migrou para
o art. 213 do CP.
Retroage ou não? Depende da análise do caso concreto.
Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses
e, nesse período, nova lei penal entrou em vigor, prevendo
causa de aumento de pena que se enquadra perfeitamente
no caso em apreço. Nessa situação hipotética,
a) A lei penal mais grave não poderá ser aplicada: o
ordenamento jurídico não admite a novatio legis in pejus.
b) A lei penal menos grave deverá ser aplicada, já que o
crime teve início durante a sua vigência.
c) A lei penal mais grave deverá ser aplicada, pois a
atividade delitiva prolongou-se até a entrada em vigor da
nova legislação, antes da cessação da permanência do
crime.
d) A aplicaçãoda pena deverá ocorrer na forma prevista
pela nova lei, dada a incidência do princípio da
ultratividade da lei penal.
e) A aplicação da pena ocorrerá na forma prevista pela lei
anterior, mais branda, em virtude da incidência do princípio
da irretroatividade da lei penal.
11/11/2018
6
Rosa Margarida, apaixonada por Carlos Flores, imaginando
que se os dois convivessem por alguns dias, ele poderia se
apaixonar, resolveu sequestrá-lo. Sendo assim, o privou da
sua liberdade e o levou para sua casa. Enquanto Carlos era
mantido em cativeiro por Rosa, nova lei entrou em vigor,
agravando a pena do crime de sequestro. Sobre a
possibilidade de aplicação da nova lei, mais severa, ao caso
exposto, assinale a alternativa correta.
a) Não se aplica, tendo em vista a irretroatividade da lei
penal mais severa.
b) É aplicável, pois entrou em vigor antes de cessar a
permanência.
c) Não se aplica, tendo em vista o princípio da prevalência
do interesse do réu.
d) É aplicável, pois se trata de crime material e nesses casos
deve ser aplicada a teoria da ubiquidade.
e) Não de aplica, pois de acordo com a teoria da atividade,
a lei a ser aplicada deve ser aquela em vigor no momento
do crime.

Outros materiais