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30/10/2007 1 TECNOLOGIA DE OBTENÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS: PÓS E GRANULADOS Profª. Drª. Ana Silvia Suassuna Faculdade Ciências Médicas Curso de Bacharelado em Farmácia Tecnologia Farmacêutica Vantagens - São mais estáveis que suas contrapartidas líquidas. - Via oral, as cápsulas e comprimidos são usados com mais frequência. - São eficientes e proporcionam facilidade de manipulação, identificação e administração para o paciente. Classificação Pós Grânulos Comprimidos Cápsulas Gelatina Dura Gelatina Mole Esquema Geral de Obtenção das Formas Farmacêuticas Sólidas Princípios Ativos Excipientes Mistura Compressão direta Cápsula Dupla compressão Granulação Compressão por Granulação Via úmida Pós Pós “Toda Produção de Forma Farmacêutica Sólida inicia sob a forma de Pó” Pó é uma forma farmacêutica finamente dividida e seca, resultante da divisão mecânica de matérias-primas de origem natural ou sintética. Preparações constituídas por partículas sólidas, livres e secas e mais ou menos finas, devendo apresentar, dentro de cada categoria, uma certa homogeneidade entre as partículas que os constituem. 30/10/2007 2 Pós O termo “Pó” tem mais de uma conotação em farmácia. Pode ser empregado para descrever a forma física de um material ou para designar um tipo de preparação farmacêutica. Conceito: Forma Farmacêutica Sólida preparada de uma mistura de fármacos e adjuvantes, finamente divididos e na forma seca. Pós Administração direta ou intermediário do processo Pós são formas farmacêuticas de administração direta de fármacos Preparação de outras formas farmacêuticas CLASSIFICAÇÃO Pós simples – resulta da divisão de uma única droga; Pós compostos – obtidos da mistura de dois ou mais pós simples. Antes do uso na preparação de produtos farmacêuticos, as matérias primas sólidas são caracterizadas: morfologia, pureza, solubilidade, fluxo, estabilidade, tamanho da partícula, uniformidade e compatibilidade com outros componentes. Interno: via gastrointestinal (deglutidos após reconstituição com água) Antiácidos: Bicarbonato de sódio, sal de fruta (ENO®), estomazil® Laxante: Muvinlax® Suplemento alimentar: aminoácidos e carboidratos (aumento de massa muscular) Pós para inalação: administração pulmonar (dispositivos que permitem a inalação de partículas do fármaco dispersas no ar, partículas <2µm alcançam alvéolos) Pós Externo: administração tópica (aplicados na superfície da pele e mucosas) Antiséptico: Tênis pé Baruel, Polvilho antiséptico Granado Antimicrobiano: sulfas (sulfadiazina de prata- feridas e queimaduras); Vodol ® Secante: talco Aftas: Albicon® Pós VANTAGENS São quimicamente mais estáveis que os líquidos Excelente conservação devido ao baixo teor de água (inibe crescimento de microorganismos) Apresenta uma maior velocidade de dissolução do que os comprimidos e cápsulas; Maior facilidade de deglutição Conveniente para dispensar alta dose de fármaco (diluição em água antes do uso evita uma FF sólida muito grande para deglutir) 30/10/2007 3 VANTAGENS Pós são formados de pequenas partículas com grande área superficial de exposição do fármaco ao solvente apresentando rápida dissolução nos fluidos do trato gastrointestinal; Absorção mais rápida e regular que os comprimidos (desintegração e desagregação); Menor irritação gástrica devido à rápida dissolução quando comparado aos comprimidos; DESVANTAGENS Dificuldade de proteção dos PAs: Grande área superficial de exposição Decomposição, materiais higroscópicos (absorção de água do ar), aromáticos; Custos de fabricação de doses individuais e uniformes – Misturas homogêneas – Biodisponibilidade; Facilidade de erro de dosagem; Compreensão errônea do paciente; Bastante problemático para mascarar sabores desagradáveis desse tipo de preparação; Não são adequados para administração de fármacos que possam ser inativados no estômago. Tamanho de partícula e análise Para adquirir as características que permitam a produção eficiente de uma forma farmacêutica acabada e uma eficácia terapêutica ótima No caso dos pós controle do tamanho da partícula Muito grosso Tamis nº8 Grosso Tamis nº20 Moderadamente grosso Tamis nº40 Fino Tamis nº60 Muito Fino Tamis nº80 Tamanho de partícula e análise Tamanho de partícula e análise Tamanho de partícula e análise O tamanho da partícula pode interferir em vários fatores importantes: Velocidade de dissolução (partículas pequenas, aumenta área superficial – Biodisponibilidade) Suspensibilidade (partículas não dissolvidas, uniformidade dispersas em veículo líquido), Distribuição Uniforme Penetrabilidade (partículas inaladas), Não aspereza (pomadas, cremes). 30/10/2007 4 Cominuição (trituração) Escolha do método vai depender: Grau de divisão desejado (micro ou nanopartículas) Produção pretendida: pequena escala (farmácia de manipulação) / grande escala (industria farmacêutica) Características físico-químicas do fármaco (polimorfismo): estrutura cristalina e mais difícil de triturar do que a estrutura amorfa Redução do tamanho de partícula e obtenção do pó Redução do tamanho de partícula I- Moinhos de facas: fratura das partículas entre 2 conjuntos de facas (corte) II- Moinho de martelo: quebra da partícula por movimento giratório de martelos (impacto) Redução do tamanho de partícula e obtenção do pó III- Moinhos de rolo: 2 rolos dispostos horizontalmente e separados por uma fenda de 20µm quebram as partículas por fricção (atrito) IV- Moinho de bolas: tambor com bolas de tamanhos diferentes, o impacto e o atrito entre as bolas é responsável pela quebra das partículas (atrito e impacto) Redução do tamanho de partícula e obtenção do pó Redução do tamanho de partícula e obtenção do pó V- Spray drying: solução do fármaco é aspergida dentro de uma câmara de secagem sob uma corrente de ar quente e seco que evapora o solvente das gotículas formando partículas (Sabão em pó, leite em pó, café solúvel) Produto é nebulizado e seco: pó obtido tem aparência uniforme, forma de esferas ocas. A medida que a gotícula entra na corrente de ar aquecido é seca pelo lado externo formando uma crosta externa e o líquido remanescente no interior evapora formando um orifício na esfera Produtos termolábeis Acido cítrico Gelatina Fosfato de sódio Antibióticos para reconstituição Fármacos a serem liberados de inaladores (1-7µm Mistura de pós No processo de mistura, os pós devem ser semelhantes quanto ao tamanho, forma e densidade das partículas para evitar segregação (separação das partículas em camadas diferentes) 30/10/2007 5 Mistura de pós Tambores Planetários Helicoidais Mistura de pós Resumo do Processo de Obtenção PESAGEM TRITURAÇÃO TAMISAÇÃO MISTURA CQ ENVASE Quando a força de atração entre as partículas são fortes os pós apresentam fluxo ruim, entretanto quando a s forças são fracas os pós apresentam fluxo bom a regular. As propriedades de fluxo interferem no enchimento de cápsulas e compactação de comprimidos (pós podem ser utilizados no preparo de cápsulas e comprimidos). Pós com bom fluxo apresentam cápsulas e comprimidos com peso uniforme. Coesão e Fluxo dos pós Como avaliar as propriedades de fluxo dos pós? Ângulo de repouso Calculado a partir de uma pilha cônica do pó formada pela passagem das partículas por um funil. Existe uma relação entre o ângulo de repouso e o fluxo: Pós com < 30°: bom fluxo Pós com > 40°: fluxo ruim e necessita de agentesdeslizantes Coesão e Fluxo dos pós Pós com ângulo de repouso baixo fluem livremente; Tamanho e forma das partículas determinam a fluidez dos pós; Partículas esféricas, maiores (250 – 2000µ) –PÓ GROSSO ESCOA FACILMENTE Pós a granel: Pó ou mistura de pós em grande quantidade acondicionados em recipientes de boca larga para facilitar a saída do pó, Exemplos: antiácidos (sal de frutas ENO®), suplementos alimentares Pós divididos: Pós acondicionados em pequenas embalagens para 1 dose (sachets)Exemplos: pós efervescentes (antiácidos) Pós em polvilhador múltipla dose: Recipientes com tampa que facilita a aplicação do pó na pele Exemplos: antisépticos, antimicrobianos e desodorizantes Acondicionamento 30/10/2007 6 Granulados Granulados Conceito: São aglomerados preparados a partir de pequenas partículas de pó contendo um ou mais princípios ativos associados a adjuvantes, sob a forma de pequenos grãos ou grânulos, de aspecto homogêneo. Ex.: Laxantes, Antibióticos, Antiácidos. VANTAGENS EM RELAÇÃO AOS PÓS Melhor conservação da homogeneidade de distribuição dos componentes Melhor propriedade de fluxo Maior estabilidade física e química Maior compressibilidade e resistência mecânica superior em relação aos pós (propriedades uteis na fabricação de comprimidos) – COMPRIMIDOS MAIS RESISTENTES São preferíveis para preparar soluções efervescentes de fármacos. VANTAGENS EM RELAÇÃO AOS PÓS Melhor estabilidade que os pós devido a menor área de exposição ao ar, umidade, luz e calor. Preparações extemporâneas: fármacos instáveis em solução ou suspensão podem ser dispensados na forma de grânulos secos que são dissolvidos com água antes do uso (Fluimucil ®, n-acetil cisteína, eliminação de muco das vias respiratórias) Possibilidade de revestimento: mascara o odor e sabor desagradável, proteção do fármaco e possibilidade de liberação modificada Ocupam menos espaço: grânulos são mais densos que pós, são estocados mais facilmente pois ocupam menor volume por unidade de peso. OBJETIVOS Homogeneidade; Estabilidade (menor área superficial); Melhorar a reologia; Maior uniformidade no enchimento das máquinas; Compressibilidade; Biodisponibilidade. PROCESSOS DE OBTENÇÃO Granulação por Via Seca/Dupla Compressão Granulação por Via Úmida Pó grânulo comprimido Aumento da pressão Densida- de relativa Granulados 30/10/2007 7 Granulados GRANULAÇÃO POR VIA SECA É especialmente aplicáveis a materiais que não podem ser preparados por via úmida, devido ao fato de apresentarem instabilidade frente a umidade ou a temperatura durante o processo de secagem do granulado; A pressão é responsável pela coesão das partículas primárias; A mistura do componente ativo e dos adjuvantes é submetida a uma compactação prévia, originado grandes aglomerados, denominados compactos ou briquetes; Na granulação ocorre o desmonte da massa compactada e consequentemente a formação dos grânulos. Desvantagem desgaste de máquinas, liberação de pó no ambiente. Mistura Esferas ou pellets Calibração Moagem Grânulos Irregulares Fármaco Moagem Adjuvantes Tamisação Compressão Aplicação de pressão GRANULAÇÃO POR VIA SECA Mistura Esferas ou pellets Calibração Moagem Grânulos Irregulares Fármaco Moagem Adjuvantes Tamisação Compressão Aplicação de pressão Esferonização GRANULAÇÃO POR VIA SECA Esferas ou pellets Calibração Moagem Grânulos Irregulares Tamisação Compressão Aplicação de pressão Esferonização GRANULAÇÃO POR VIA SECA ExtrusãoEsferonização GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA O emprego de umidade e calor na granulação por via úmida exige que o produto apresente-se insolúvel no líquido utilizado para umedecimento; se mantenha quimicamente estável durante o tempo de exposição ao calor nas faixas de temperatura adequada para a secagem dos grânulos obtidos por desagregação; Baseia-se na aglomeração do pó através da utilização de um líquido aglutinante (normalmente água ou álcool) e o resultando numa massa úmida ou em grânulos com uma adequada umidade; O aglutinante escolhido deve ser volátil o suficiente para ser removido facilmente em um processo de secagem. Água demora na secagem. 30/10/2007 8 Mistura Calibração Granulação Grânulos Fármaco Moagem Adjuvantes Tamisação Aglomerados GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Líquido Secagem 1. Fase pendular - partículas recobertas por um filme líquido ligadas por pontes líquidas; 2. Fase funicular - coalescência das pontes líquidas, aumento da resistência do grânulo; 3. Fase capilar - diminuição dos espaços vazios entre os grânulos, ligação por tensão superficial, máxima resistência do grânulo; 4. Formação de gota – forças intragranulares, grânulos pouco resistentes, fase não desejada no processo. FASES DA MOLHAGEM DOS PÓS 1 2 3 4 Malaxador Malaxadeira sigma Equipamentos Estufa Granulador Equipamentos Granulador intensivo Equipamentos Granulador Convencional Equipamentos
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