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‘ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA: ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA NA INDÚSTRIA PROJETO DE INVESTIMENTO DE UMA INDÚSTRIA DE POLPA DE AÇAÍ NOVEMBRO DE 2018 TOLEDO- PARANÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS BIANCA CAROLINE PALMA RIVA ÉDEN RAMON ROCKENBACH HENRIQUE CARVALHO BROD VINICIUS BRAGA KLOSSOSKI Trabalho entregue a Profª Márcia T. Veit como avaliação da disciplina de Análise Técnica e Econômica na Indústria do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. NOVEMBRO DE 2018 TOLEDO- PARANÁ SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 2 2 MERCADO ....................................................................................................... 4 3 AGROINDÚSTRIA DE AÇAÍ ............................................................................ 7 4 ÁREA PARA INVESTIMENTO ........................................................................ 9 5 INCENTIVOS FISCAIS................................................................................... 11 IMPOSTOS FEDERAIS ................................................................................... 11 5.1.1 PIS E COFINS ........................................................................................ 13 IMPOSTOS DO ESTADO DO AMAZONAS ........................................................... 13 IMPOSTOS MUNICIPAIS ................................................................................. 13 5.3.1 IPTU ...................................................................................................... 14 5.3.2 ISS ........................................................................................................ 15 6 VIABILIDADE ECONÔMICA ......................................................................... 16 PROJEÇÃO DE CUSTOS E RECEITAS PARA O PROCESSO PRODUTIVO ................. 16 6.1.1 Despesas Gerais .................................................................................. 16 6.1.2 Custos com trabalho ............................................................................. 19 RECEITA ..................................................................................................... 21 FLUXO DE CAIXA ......................................................................................... 22 ANÁLISE DE INVESTIMENTO .......................................................................... 23 6.4.1 Payback ................................................................................................ 25 6.4.2 Valor Presente Líquido (VPL) ............................................................... 25 6.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) .............................................................. 26 7 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 28 2 2 1 INTRODUÇÃO O açaizeiro (Euterpe oleracea) é uma palmeira típica da Amazônia. Ocorre espontaneamente nos estados do Pará, Amapá, Maranhão e leste do Amazonas. Esta é a espécie utilizada para a produção do tradicional vinho do açaí, e também para produção de palmito, retirado da porção terminal do estipe (caule). Ocorre abundantemente na região do estuário do Rio Amazonas, onde enseja importantes atividades econômicas, envolvendo populações tradicionais e empresas locais. A fruta também é encontrada em outros países próximos do Brasil, como Venezuela, Colômbia, Equador e Guianas. O negócio de açaí está relacionado à alimentação saudável, qualidade de vida das pessoas e praticidade da alimentação rápida. É uma fonte rica em minerais como: ferro, cálcio, fósforo e algumas vitaminas. O extrato do açaí também é utilizado na área de cosméticos e de estética, em razão da riqueza de vitaminas que são antioxidantes naturais promovendo uma ação bio-protetora sobre a pele e prevenindo o envelhecimento cutâneo. O açaí é um alimento muito importante na mesa dos habitantes da região norte do país e o seu consumo data dos tempos pré-colombianos. Foi introduzido no mercado nacional durante a década de 1980. O uso e consumo de derivados da fruta originária da região norte do Brasil virou mania entre os praticantes de atividades físicas porque vale por uma refeição. Rica em minerais e vitaminas, é também muito calórica e deve ser evitada pelos sedentários. É um ótimo repositor de perdas energéticas, por isso é mais indicado para consumo depois de atividades físicas. Antes de decidir aproveitar os valores nutritivos desta fruta escura de sabor terroso, é bom saber que Açaí é calórico, logo engorda. Pessoas sedentárias, que não praticam atividades físicas com regularidade, correm o risco de ampliar a silhueta. E mesmo os desportistas precisam tomar certos cuidados. O açaí pode ser consumido na forma de bebidas, doces, geleias, sorvetes, barras, em pó, sucos entre outros. Em termos nutricionais o açaí apresenta a composição demonstrada pela tabela 01. 3 3 Tabela 01- Teores nutricionais da polpa de açaí A forma tradicional na região amazônica é tomar o açaí gelado com farinha de mandioca ou tapioca, entretanto, há quem prefira fazer um pirão com farinha e comer com peixe assado ou camarão, e até mesmo, os que preferem o suco com açúcar. Nas demais regiões do país o açaí é preparado a partir da polpa da fruta congelada, batida no liquidificador com xarope de guaraná, formando uma pasta parecida com sorvete, podendo adicionar frutas e cereais, sendo conhecido popularmente como açaí na tigela. O Açaí na tigela é uma tradição que começou na praia, indo depois para as academias e para as ruas. Começou com esportistas e acabou sendo consumida por pessoas preocupadas com a saúde, que procuram alimentação natural, saudável e energética. O Ministério da Agricultura, através da instrução normativa n º 01 de 7 de Janeiro de 2000, estabelece os padrões de identidade e as características mínimas de qualidade para a polpa de açaí. Desse dispositivo legal, o açaí pode ser classificado de acordo com a adição ou não de água e seus quantitativos: ▪ Açaí grosso ou especial (tipo A): é a polpa extraída com adição de água e filtração, apresentando acima de 14% de sólidos totais e uma aparência muito densa. ▪ Açaí médio ou regular (tipo B): é a polpa extraída com adição de água e filtração, apresentando, acima de 11 a 14% de sólidos totais e uma aparência densa. 4 4 ▪ Açaí fino ou popular (tipo C): é a polpa extraída com adição de água e filtração, apresentando de 8 a 11% de sólidos totais e uma aparência pouco densa. A exploração do açaí é de fundamental importância para as economias dos estados do Pará, Maranhão, Amapá, Acre e Rondônia, especialmente para o primeiro e o terceiro, pois responde pela sustentação econômica das populações ribeirinhas. A importância socioeconômica do açaizeiro decorre, portanto, do seu enorme potencial de aproveitamento integral de matéria-prima. O principal aproveitamento é a extração do açaí, mas as sementes (caroços) do açaizeiro são aproveitadas no artesanato e como adubo orgânico. Por sua alta lucratividade, quiosque ou carrinho de açaí vêm consolidando-se dentro e fora de centros comerciais. A comercialização da polpa do açaí vem crescendona Região Amazônica, no mercado nacional e até mesmo no internacional, onde o produto passou a ocupar lugar de destaque entre os consumidores de polpas de frutas. É um segmento que, apesar de englobar grandes indústrias, está caracterizado pela presença de micro e pequenas empresas. 2 MERCADO O cultivo do açaí, para a produção de frutos, está sendo agora, objeto de maior interesse por parte dos produtores rurais, tendo em vista o aumento da demanda causado pela abertura de novos mercados em anos recentes. Trata-se de um mercado que apresenta grandes números na comparação com o cenário mundial, permitindo vislumbrar ótimas oportunidades de negócios. A região Norte do país concentra a maior parte da produção extrativista vegetal não madeireira. A produção da fruta açaí concentra-se majoritariamente no Pará, responsável por 54,9% da produção brasileira. Em segundo lugar, segue o estado do Amazonas, com 35,5%. A concentração de açaizeiro no estuário amazônico, com a área estimada em 1 milhão de hectares, torna a espécie um componente da floresta nativa, formando maciços de açaizais naturais. Em decorrência da facilidade de extração 5 5 de seus frutos, a espécie permite à indústria instalada na região o abastecimento seguro e fácil, com custo baixo da matéria-prima e do transporte. O mercado regional é muito forte, por ser importante na alimentação diária das populações locais, pelos seus altos valores nutricionais e de unânime preferência popular por seu singular paladar. Em Belém é estimada a existência de mais de 3 mil pontos de venda de açaí, comercializando diariamente 120 mil litros, atendendo, basicamente, as populações de baixa renda. No Pará, o consumo vem aumentando no decorrer dos anos, como consequência do processo de congelamento utilizado pelo consumidor, que faz com que o produto seja consumido durante todo o ano. Esses dados permitem estimar um crescimento de consumo nas demais regiões brasileiras, onde o produto ainda não é muito difundido, mas tende a tornar-se popular, impulsionado pelas redes de franquias do setor. Portanto, considerando-se principalmente disponibilidade de infraestrutura, insumos e facilidade de escoamento, os municípios da Amazônia, Amapá, Acre e Rondônia são as áreas mais propícias para o investimento inicial em agroindústria do açaí. Vale ressaltar a importância do Estado do Amazonas como área adequada à instalação de agroindústrias de açaí, devido à sua imensa riqueza em açaizais nativos, favorecendo uma satisfatória oferta de matéria prima e aos incentivos fiscais e vantagens do modelo econômico Zona Franca de Manaus, no Polo Industrial de Manaus-AM. O investimento que consideramos ideal, terá foco no mercado regional do Amazonas, dividido em dois principais segmentos: • Aqueles que compram a polpa para venda direta ao consumidor – bares, restaurantes, lanchonetes, supermercados. • Aqueles que incorporam a polpa em outros produtos, como laticínios, indústrias de sucos, refrigerantes e sorvetes. Que são mercados que possuem diferenças entre si, tanto na quantidade demandada (impactando diretamente no preço a ser executado) bem como na forma de acondicionamento da polpa (embalagens com quantidades menores ou maiores). 6 6 Assim, a principal concorrência detectada na área de atuação é aquela constituída pelos produtos substitutos, como: Cervejas, refrigerantes, água mineral. Podemos dizer então, que são três os principais tipos de concorrência enfrentados pela organização: • concorrência direta entre empresas de produtos similares; • concorrência entre bens ou serviços substituíveis; • concorrência entre todas as empresas que competem pelo poder de compra do consumidor. Algumas vantagens competitivas podem ser obtidas melhorando o nível de informação a respeito da qualidade do produtor, a distribuição da polpa de frutas naturais em embalagens como as dos saquinhos de 100g ou 1000g para o consumo diário das famílias, que já vem conquistando mercados em substituição ao consumo de refrigerantes ou outros produtos industrializados que utilizam conservantes, aromatizantes sintéticos, acidulantes químicos e edulcorantes artificiais, e a conservação da polpa em seu estado natural através do congelamento para preservar as qualidades intrínsecas das frutas e evitar o uso de aditivos químicos. Para o Presidente da Federação da Agricultura, Muni Lourenço, o fato do açaí ser vendido com maior frequência na forma congelada abre espaço para o fruto ter a produção avançada. Nos últimos anos da década de 90 observou-se um importante fenômeno mercadológico no que respeita ao mercado nacional da polpa de açaí. Trata-se da crescente aceitação e consumo do produto na região sudeste do país, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Nesses novos centros de consumo o açaí passou a ser largamente utilizado por frequentadores de academias de ginástica, de praias, esportistas e turistas gerando um novo e rentável campo de negócios para produtores e exportadores do açaí, principalmente do Estado do Pará. O consumo do açaí tornou-se uma espécie de moda nessa região e, se realmente tornar-se um hábito permanente, estará formado um mercado de grande importância para o produto. Deve-se ressaltar, entretanto, que a conquista dos mercados externos por polpas de frutas tropicais apresenta uma série de dificuldades que exigem competência, organização, planejamento e persistência, dentre outros aspectos, 7 7 para serem vencidas. Esses produtos, por exemplo, são tidos como exóticos tanto para consumidores norte-americanos quanto para europeus. Assim, além das dificuldades tradicionais para venda nesses mercados, há barreiras culturais a serem superadas. Pode-se considerar o momento atual como uma fase inicial no processo de conquista desse mercado por agroindústrias regionais. Vêm ocorrendo nos últimos anos diversas experiências de exportações, em quantidade relativamente pequena, à guisa de testes, tanto para se verificar a aceitação do produto pelo consumidor estrangeiro, quanto para ajustamento e adequação das empresas exportadoras aos requerimentos e exigências inerentes à esta atividade comercial. 3 AGROINDÚSTRIA DE AÇAÍ Para chegar ao produto final desejado, na forma de polpa do tipo C, o açaí passa por alguns processos industriais essenciais para o melhor aproveitamento e processamento dessa matéria prima, uma vez que o fruto tem rendimento (p/p) médio de 90%. Esses processos em questão podem ser observados no fluxograma constado na Figura 01. Figura 01- fluxograma da linha de produção 8 8 A princípio a fruta deve ser colhida das árvores, para isso é utilizado um podão que geralmente é fixado a um pedaço de bambu tornando possível alcançar o fruto nos açaizeiros que podem chegar a alcançar até 20 metros de altura. A colheita dessa forma normalmente é feita por funcionários da própria indústria de açaí, porém, por ser uma fruta extremamente comum nas regiões norte e nordeste, muitos moradores se arriscam subindo nas árvores e fazendo eles próprios a colheita do açaí e posterior revenda para o setor industrial. Feita a colheita do fruto, ele é levado até a indústria onde é descarregado na área de recepção de matéria-prima. Durante esta recepção o açaí é inspecionado quanto às suas características de tamanho, maturidade e tempo de coleta além de ter conferido seu peso e volume. Para a continuação do processo, convém que os frutos sejam limpos de aderências, como flores e pequenos restos vegetais, através de um sistema de ventilação. Feito isso,eles são imersos em tanques contendo água clorada, onde permanecem por aproximadamente 30 minutos. Posteriormente os frutos devem ser transpostos para outro tanque, ou baldes plásticos com pequenos furos na parte inferior, onde são lavados em água corrente por 10 a 15 minutos, retirando assim o cloro presente do processo anterior. Realizada a lavagem, o processo de despolpamento é realizado, o qual se caracteriza por transformar o aspecto físico dos vegetais, reduzindo o tamanho de suas partículas a uma consistência de polpa, mas também é frequentemente utilizada para a separação de partes indesejáveis, tais como sementes ou casca. Esta fase é feita necessariamente em máquinas apropriadas, com adição de água mineral conforme o produto final desejado e de acordo com a legislação vigente quanto ao teor de sólidos solúveis. Após o processo de despolpamento, é feita a homogeneização e padronização do açaí, a qual é feita em um tanque próprio com a finalidade de conferir à polpa características físico-químicas que satisfaçam a legislação vigente, e assim, é então envasado em embalagens as quais são devidamente esterilizadas e essas embalagens são armazenadas em caixas e levadas ao túnel de congelamento onde entre 12 a 18 horas a polpa é congelada. Por fim, com o congelamento da polpa, estas são embaladas em sacos reunindo em torno de 20 e 40 kg e colocadas na câmara fria, à temperatura entre -20º C a -18°C, para estocagem e posterior transporte para venda. 9 9 4 ÁREA PARA INVESTIMENTO É na região norte onde se concentra quase que em sua totalidade a produção de açaí do Brasil devido principalmente à infraestrutura, os insumos e a facilidade no escoamento e, por esta razão, escolhemos o estado do Amazonas para instalar a nossa indústria de polpa de açaí, mais especificamente a cidade de Itacoatiara, a qual pertence ao modelo econômico da Zona Franca de Manaus. A escolha desse local se dá por fatores naturais e financeiros. Figura 02- Localização da cidade de Itacoatiara-AM No quesito natural sabemos que o clima do Amazonas quente e úmido é o ideal para o cultivo do açaí, além disso, para sua produção é necessário um solo bem úmido não sobrevivendo a secas, outro quesito que o nosso local atende, visto que o regime de chuvas é favorável. Outros parâmetros necessários como as características do solo e a imensidade de áreas para plantio devem ser levadas em conta para essa escolha, sem contar a intensa radiação solar característica do estado. 10 10 Para o quesito financeiro existe três pontos importantes a se destacar, são eles: - A quantidade de mão-de-obra tanto para o cultivo quanto para a industrialização. - A boa infra-estrutura rodoviária ou fluvial pelo Rio Amazonas. O porto de Itacoatiara permite o fluxo de açaí até Porto Velho pelo rio Madeira, e por rodovia chegam a todo território nacional. Além disso, existe a possibilidade de vender para o mercado internacional através da BR 174 que chega até a Venezuela. - A disponibilidade dos insumos necessários ao cultivo e ao processamento. Depois de decidir que a instalação da empresa de açaí seria em Itacoatiara-AM, definiu-se o tamanho do terreno, o qual foi de 1500 m² e que custou R$ 245/m². Além disso, planejou-se as medidas da empresa para que esta pudesse ser construída, que consistiu em 1290 m2, como mostra o esquema da figura 03, sendo gasto R$1040,40/m² para o levantamento da obra. Figura 03- Esquema da planta da indústria 11 11 As áreas de todas as partes do terreno juntamente com o custo total estão na tabela 02. Tabela 02- Áreas e custos da instalação da empresa Áreas e custos Valores Área total do terreno (m2) 1590 Área construída (m2) 1290 Área livre (m2) 300 Custo da área total 389.550,00 Custo da área construída 1.342.193,40 Custo da área livre 23.100,00 Custo total 1.754.843,40 5 INCENTIVOS FISCAIS O município de Itacoatiara, importante polo da região Norte do Brasil, pertence à região da Amazônia Ocidental, localizada no centro geográfico da Amazônia, e está incluído no modelo de desenvolvimento econômico conhecido como Zona Franca de Manaus (ZFM). Os incentivos dados às áreas localizadas no norte do país - Zona Franca de Manaus, Áreas de Livre Comércio e Amazônia Ocidental - de âmbito federal e estadual, são fiscalizados entre a SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus), SEPLANCTI (Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). IMPOSTOS FEDERAIS Em âmbito federal, os incentivos fiscais recaem sobre o Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Para 12 12 requerer os incentivos federais, deve-se aprovar um projeto técnico-econômico junto a SUFRAMA. Este deverá atender o Processo Produtivo Básico (PPB) vigente, sendo elaborado conforme as informações repassadas pela empresa relacionadas a mão de obra, faturamento, produção, etc. Os incentivos fiscais também recaem sobre o Imposto de Renda (IRPJ), em que, após o início das operações, a empresa poderá solicitar junto a Superintendência da Amazônia - SUDAM, pedido de redução fixa do imposto, ao nível de 75% ou isenção, mediante a apresentação de projeto técnico-econômico apresentado junto a SUDAM. 1. De acordo com os incentivos administrados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA): - O imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pode estar sob a forma de isenção: a) às mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus, quer se destinem ao consumo interno, quer à comercialização em qualquer ponto do mercado nacional; - Imposto sobre Importação (II), incluindo: a) Isenção para mercadorias estrangeira entradas na Zona Franca de Manaus, destinadas ao consumo interno, à agropecuária, à pesca e a instalação e operação de indústria e serviços de qualquer natureza. Este incentivo estende-se à Amazônia Ocidental nos casos de importação de bens de produção e de consumo de primeira necessidade (maquinário, insumos agrícolas, materiais de construção, medicamentos e produtos alimentares). - Imposto sobre Exportação (IE): a) isenção na exportação de mercadorias da Zona Franca de Manaus para o estrangeiro, qualquer que seja a sua origem. 2. Incentivos administrados pela ADA Agência de Desenvolvimento da Amazônia: -O Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), pode estar sob a forma de isenção: a) Para projetos empresariais (agropecuária, serviços e indústria) de implantação e/ou diversificação de suas linhas de produção, no âmbito de todo o território da Amazônia Legal (Amazônia Ocidental e Oriental). 13 13 5.1.1 PIS E COFINS Segundo a lei 10.996/04, Art. 2°, as alíquotas da contribuição para o PIS e COFINS incidentes sobre as receitas de empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, decorrentes das vendas de mercadorias para território regional ou destinadas ao consumo local, ficam reduzidas a 0. IMPOSTOS DO ESTADO DO AMAZONAS O incentivo no âmbito estadual refere-se à redução de 100% a 55% do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Para requerer este benefício faz-se necessário a apresentação do projeto técnico- econômico perante a SEPLANCTI pela empresaconstituída no Polo Industrial de Manaus (PIM). Como o empreendimento atende aos requisitos abaixo, a isenção do tributo é de 100%: a) para os bens produzidos por empresas de base tecnológica de micro e pequeno porte; e bens produzidos no interior do Estado pertencentes a setores prioritários. b) para os bens intermediários que utilizem matérias primas regionais; e produtos agropecuários pertencentes a setores prioritários. Dessa forma, as despesas com os impostos estaduais e federais foram suprimidas, minimizando os custos e possibilitando condições econômicas que permitam o desenvolvimento do empreendimento. IMPOSTOS MUNICIPAIS Os impostos de competência dos municípios são os tributos cobrados pela administração pública de cada município, com o objetivo de arrecadar recursos financeiros e, assim, garantir a o cumprimento das obrigações públicas perante à sociedade. 14 14 Eles correspondem ao ISS, ITBI, IPTU, contribuições de Melhoria, Taxas de Alvará/Licenciamento e Taxa de Coleta de Lixo. 5.3.1 IPTU O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município. A base de cálculo desse imposto é o valor venal do imóvel (VV) mais o valor da alíquota, que varia de acordo com o município. 𝐼𝑃𝑇𝑈 = 𝑉𝑉. 𝑎𝑙í𝑞𝑢𝑜𝑡𝑎 01 Em Itacoatiara, para imóvel edificado, aquele com equipamento, construção ou edificação permanentes, que sirvam para uso, gozo ou habitação, sejam quais forem as suas formas ou destino, como a indústria de polpa de açaí, a alíquota do IPTU é de 0,9%. O valor venal do imóvel deve ser entendido como seu valor de venda à vista, ou como valor de liquidação forçada, dado pelo valor do terreno (VT) mais o valor da edificação (VE). 𝑉𝑉 = 𝑉𝑇 + 𝑉𝐸 02 𝑉𝑉 = 389550 + 𝑉𝐸 03 Esse valor da edificação (VE) considera o valor do metro quadrado da edificação (Vm²), a área edificada (AEU), os componentes da edificação (CAT), e alguns fatores corretivos das edificações, como fator de alinhamento (FA), situação da edificação (FE) e a posição da unidade construída (FP), dada pela equação 04. A tabela X apresenta os dados correspondentes ao do projeto da indústria de polpa de açaí. 15 15 𝑉𝐸 = 𝑉𝑚2. 𝐴𝐸𝑈. ( 𝐶𝐴𝑇/100). 𝐹𝐴. 𝐹𝐸. 𝐹𝑃 04 Tabela 07- Dados para o cálculo do valor da edificação referente ao projeto da indústria de polpa de açaí Valor do m² da edificação (R$) 1040,4 Área Edificada da Unidade em Avaliação m² 1290 Componentes da Edificação (estrutura de concreto; cobertura metálica; paredes de alvenaria e revestimento da fachada de reboco) 83 Fator de alinhamento- Alinhada 0,8 Situação da Edificação- Isolada 1,0 Posição da unidade construída- frente 1,0 VE (R$) 891.165,02 Sendo assim, a taxa de IPTU cobrada do empreendimento é de R$ 11.526,11 anualmente e de R$ 5.763,22 semestralmente. 5.3.2 ISS O Imposto Sobre Serviços (ISS) é um tributo que incide na prestação de serviços realizada por empresas e profissionais autônomos, desde serviços de programação, comunicação, advocacia, terapias, veterinária até franquias. A base de cálculo desse imposto considera o valor do serviço e o valor da alíquota válida no município, que no caso de Itacoatiara-AM é de 5%. 𝐼𝑆𝑆 = 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜. 𝑎𝑙í𝑞𝑢𝑜𝑡𝑎 05 Para definir o valor do serviço do empreendimento de polpa de açaí, é necessário avaliar todas as despesas com impostos, comissões, e despesas fixas 16 16 (água, luz, aluguel, etc…), que somam R$ 2.674.328,53, com a margem de lucro desejada, que no caso é de 30% sobre os custos. Dessa forma, considerando o preço do serviço como R$ 3.476.627,09, temos que o valor do ISS recolhido pelo município é de R$ 173.831,35 semestralmente. 6 VIABILIDADE ECONÔMICA Um fator de extrema importância quando pretende-se abrir um negócio é a questão de análise da viabilidade financeira. Isso porque é necessário que haja a certeza de que o capital investido na empresa propicie um retorno adequado aos investidores, sendo que, essa análise de investimentos envolve decisões de aplicação de recursos com prazos longos. Como o investimento a ser realizado na indústria de polpa de açaí é muito elevado, é preciso que dúvidas como a do retorno do capital investido e se tal alternativa é a melhor para se investir sejam sanadas. Portanto, avaliou-se a elaboração e a seleção de propostas que trarão melhores resultados num prazo de 10 semestres, ou 5 anos, permitindo que a empresa defina a direção estratégica a ser tomada dali em diante. PROJEÇÃO DE CUSTOS E RECEITAS PARA O PROCESSO PRODUTIVO 6.1.1 Despesas Gerais Além do custo total de construção também é necessário a compra dos equipamentos e utensílios para a indústria. A relação dos produtos com as suas respectivas quantidades e preços está na tabela 03. 17 17 Tabela 03- Equipamentos e custo Equipamentos Quantidade Valor unitário Subtotal Caminhão 1 R$ 90.000,00 R$ 90.000,00 Mesa de seleção 1 R$ 29.190,00 R$ 29.190,00 Despoupadeira (4000 kg/h) 1 R$ 766.990,00 R$ 766.990,00 Bombas 2 R$ 6.200,00 R$ 12.400,00 Túnel de congelamento 1 R$ 57.130,00 R$ 57.130,00 Tanque de imersão 1 R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 Mesa de lavagem 2 R$ 39.980,00 R$ 79.960,00 Balança 2 R$ 6.000,00 R$ 12.000,00 Cadeiras de escritório 4 R$ 280,00 R$ 1.120,00 Ilha de escritório 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 Computadores 4 R$ 2.500,00 R$ 10.000,00 Ar condicionado 3 R$ 2.000,00 R$ 6.000,00 Armários 4 R$ 500,00 R$ 2.000,00 Decoração 1 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 Birô 1 R$ 800,00 R$ 800,00 Conjunto Embaladeira Automática 1 R$ 89.980,00 R$ 89.980,00 Trocador/Evaporador 1 R$ 50.099,20 R$ 50.099,20 Tanque Flash/ Evaporador 1 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 Condensador/Câmera 1 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 Evaporador/ Câmera Válvula expansão/Câmera Isolamento/ Câmera (192 m²) 1 1 28,92 m² R$ 3.780,00 R$ 121,60 R$ 5.552,64 R$ 3.780,00 R$ 121,60 R$ 5.552,64 Licenças Ambientais 1 R$ 38.440,23 R$ 38.440,23 Sistema de controle 1 R$ 75.000,00 R$ 75.000,00 Centrífuga 1 R$ 27.000,00 R$ 27.000,00 Caldeira 1 R$ 130.000,00 R$ 130.000,00 Trocador Regenerador 1 R$ 150.137,37 R$ 150.137,37 18 18 Trocador Pasteurizador 1 R$ 298.854,72 R$ 298.854,72 Tanque Capital de giro Capital reserva (10%) Total 2 152.000,00 206.955,58 2.428.511,34 R$ 50.000,00 - - R$ 100.000,00 - - Agora que todas as estimativas de custos foram feitas torna-se possível descobrir quanto será o investimento inicial do projeto. A tabela 04 soma todos os custos já estimados e com isso podemos saber o valor do investimento. Tabela 04 -Valor do Investimento Descrição Total Terreno R$ 389.550,00 Construção R$ 1.342.193,40 Equipamentos R$ 2.428.511,34 TOTAL R$ 4.160.254,74 O próximo passo é estimar quando será os custos fixos e variáveis da indústria, sendo as variáveiscomo o próprio nome já diz, custos que variam conforme a produção, e os fixos são os custos que independente da minha produção eu sempre vou ter que pagar. A relação dos custos variáveis está apresentada na tabela 05. Tabela 05- Custos variáveis Valor unitário Quantidade Valor Matéria prima (kg) R$ 0,45 2.221.000 R$ 99.450,00 Embalagem p/polpa (100 g) R$ 11,25 2737900 R$ 30.801,38 Embalagem p/polpa (500 g) R$ 16,07 1680800 R$ 27.010,46 Embalagemp/polpa (1000g) R$ 22,50 1100000 R$ 24.750,00 Mão de obra direta 20 R$ 39.230,90 Energia elétrica (Mw/h) R$ 252,00 360 R$ 90.720,00 Água (m³) R$ 17,52 6164,38 R$107.999,94 Combustível + manutenção (L) TotaL R$ 2,30 R$1.568.605,51 21149,06 R$ 48.642,84 19 19 Entretanto, a nossa matéria prima tem um rendimento médio de 90%, e por isso, a produção de matéria efetiva será de R$ 1.998.900,00 com uma quantidade de R$ 222.100,00 de resíduos. A tabela 06 apresenta a relação dos custos fixos: Tabela 06- Custos fixos Custos fixos Valor (R$) Honorários contabilidade/ jurídico R$ 78.000,00 Combustível + manuntenção R$ 48.642,84 Despesas administrativas R$ 36.000,00 Manutenção/ Despesas extras R$ 85.800,00 Pró-Labore R$ 270.000,00 Mão de obra indireta R$ 240.623,72 Seguros R$ 80.827,74 Energia elétrica R$ 5.262,50 Água R$ 1.576,80 Telefone R$ 5.040,00 Marketing intitucional R$ 10.722,00 Material de limpeza R$ [13.200,00 Jardinagem R$ 7.808,82 TOTAL R$ 883.504,42 6.1.2 Custos com trabalho Esse empreendimento irá funcionar, a princípio, durante a semana, considerando um total de 250 dias por ano, operando em um turno de oito horas diárias, com seis horas de produção diárias (descontando o tempo de lavagem da planta após cada turno), com 20 funcionários no processo produtivo, 1 supervisor, 3 funcionários no setor administrativo, 1 funcionário no RH, 4 vendedores, 1 funcionário de limpeza,1 funcionário de segurança, 1 motorista e 1 auxiliar. Serão terceirizados os processos contábeis e jurídicos. O detalhamento dos custos com salários e encargos encontra-se na tabela 07 e 08. 20 20 Tabela 07- Custos com os salários dos empregados da indústria Quantidade Salário Custo Produção Operários 20 R$ 1.300,00 R$ 26.000,00 Supervisor 1 R$ 2.700,00 R$ 2.700,00 Engenheiro Químico 1 R$ 7.964,50 R$ 7.964,50 Administrativo Contas a receber/ a pagar 1 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 Financeiro 1 R$ 2.600,00 R$ 2.600,00 Faturamento 1 R$ 1.600,00 R$ 1.600,00 Logística Motorista 1 R$ 1.800,00 R$ 1.800,00 Auxiliar 1 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 RH Analista 1 R$ 2.500,00 R$ 2.500,00 Portaria/ Segurança Segurança 1 R$ 1.450,00 R$ 1.450,00 Limpeza Auxiliar de serv. Gerais 1 R$ 970,00 R$ 970,00 Comercial Vendedor 4 R$ 1.300,00 R$ 5.200,00 TOTAL R$ 55.784,50 Encargos Trabalhistas (66,67%) R$ 37.191,53 CUSTO TOTAL R$ 92.976,03 Tabela 08- Variações nos salários conforme o semestre SALÁRIOS Semestre 1 2 3 4 5 Salários da linha de produção (R$) R$ 7.800,00 R$ 11.700,00 R$ 14.300,00 R$ 18.200,00 R$ 22.100,00 Total com os encargos (66,67%) R$ 13.000,26 R$ 19.500,39 R$ 23.833,81 R$ 30.333,94 R$ 36.834,07 Semestre 6 7 8 9 10 Salários da linha de produção (R$) R$ 24.700,00 R$ 26.000,00 R$ 26.000,00 R$ 26.000,00 R$ 26.000,00 Total com os encargos (66,67%) R$ 41.167,49 R$ 43.334,20 R$ 43.334,20 R$ 43.334,20 R$ 43.334,20 As variações nos salários dão-se pelo aumento do número de contratações necessárias a cada semestre, até atingir a capacidade prevista para a linha de produção de 2000 tol/semestre. 21 21 RECEITA O princípio da economia do empreendimento é produzir uma quantidade relativamente alta, para reduzir o custo por unidade produzida e, assim, oferecer um preço mais atrativo aos consumidores, o qual é exposto na tabela 09. A produção da polpa de açaí será feita de acordo com o período de safra, a qual se concentra no segundo semestre do ano, com maiores produções nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, com pretensão de 2000 tol/semestre. A polpa do açaí será vendida em três tamanhos distintos (100g, 500g e 1000g), resultando em poucas perdas na produção e permitindo o aumento do consumo do produto, tendo em vista que a compra não fica restrita e que cada cliente tem sua preferência. Tabela 09- Preços finais do produto. Polpa de 100g Polpa de 500g Polpa de 1000g Valor R$ R$ 2,84 R$ 6,60 R$ 9,20 Assim, com todos os recursos provenientes da venda da mercadoria, foi possível definir a receita da empresa durante os semestres, com base na quantidade de polpa produzida. Tabela 10- Quantidade produzida de polpa de açaí QUANTIDADE PRODUZIDA (unidade) Semestre Polpa de 100g Polpa de 500g Polpa de 1000g 1 982.000 632.560 546.230 2 1.020.000 789.560 645.200 3 1.189.000 945.623 847.590 4 1.689.500 1.020.000 898.000 5 1.989.500 1.356.000 998.900 6 2.569.000 1.589.000 1.050.000 7 2.737.900 1.680.800 1.100.000 8 2.802.790 1.720.800 1.231.000 22 22 9 2.802.790 1.720.800 1.231.000 10 2.802.790 1.720.800 1.231.000 Tabela 11- Receitas semestrais RECEITA DIRETA Semestre 1 2 3 4 5 Receita R$ 11.989.092,00 14.043.736,00 17.415.699,80 19.791.780,00 23.789.660,00 Semestre 6 7 8 9 10 Receita R$ 27.443.360,00 28.988.916,00 30.642.403,60 30.642.403,60 30.642.403,60 FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa refere-se ao movimento de entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa, ou seja, ao montante de caixa recebido e gasto durante um período. O custo total gasto pela empresa para viabilizar a produção deve incluir todos os custos envolvidos no processo, ou seja, os custos variáveis, que podem ser identificados como aqueles que estão diretamente ligados ao produto e linha de produção, os fixos, que não variam com o aumento ou diminuição da produção, e os salários, destinados aos operários da linha. Já a receita, corresponde a quantia total que a empresa recebe pela venda da polpa. Dessa forma, com as informações obtidas pelo fluxo de caixa financeiro é possível analisar os semestres e fazer projeções futuras para as condições da empresa daqui algum tempo. A tabela 12 apresenta o quadro com o fluxo de caixa da indústria durante os 10 semestres. 23 23 Tabela 12- Fluxo de caixa LINHA DE PRODUÇÃO Investimento inicial R$ 4.160.254,74 Semestre Custos Totais (R$) Receitas Totais (R$) Fluxo de caixa 1 R$ 2.643.994,59 R$ 11.989.092,00 R$ 9.345.097,41 2 R$ 2.650.494,72 R$ 14.043.736,00 R$ 11.393.241,28 3 R$ 2.654.828,14R$ 17.415.699,80 R$ 14.760.871,66 4 R$ 2.661.328,27 R$ 19.791.780,00 R$ 17.130.451,73 5 R$ 2.667.828,40 R$ 23.789.660,00 R$ 21.121.831,60 6 R$ 2.672.161,82 R$ 27.443.360,00 R$ 24.771.198,18 7 R$ 2.674.328,53 R$ 28.988.916,00 R$ 26.314.587,47 8 R$ 2.674.328,53 R$ 30.642.403,60 R$ 27.968.075,07 9 R$ 2.674.328,53 R$ 30.642.403,60 R$ 27.968.075,07 10 R$ 2.674.328,53 R$ 30.642.403,60 R$ 27.968.075,07 ANÁLISE DE INVESTIMENTO Partindo dessa análise de fluxo de caixa, encontramos três variáveis que englobam a análise de investimento as quais são o payback, o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR). A tabela 13 seguinte evidencia os valores dos custos e receitas totais, além do fluxo de caixa e o saldo do projeto durante 13 semestres referentes a empresa de açaí avaliada. Tais determinações são as bases para a realização das análises de investimento. 24 24 Tabela 13 – Saldo do projeto para os 13 semestres Após averiguar o custo do investimento inicial necessário, este foi dividido em 4 parcelas iguais de pagamento por semestre, pois nos 4 primeiros semestres não ocorrerá nenhuma atividade da empresa, apenas compra do terreno, fundação da infraestrutura, e implantação do maquinário. Após o período de implementação da empresa, a partir do quinto semestre, os custos totais passaram a aumentar, isso porque, apesar dos gastos com a construção e compra de materiais não existir mais, os custos existentes com o funcionamento da empresa passaram a existir, sendo que estes englobam os custos variáveis, como com as embalagens do açaí, os custos fixos como o telefone e o marketing institucional, e os salários dos funcionários da empresa. Porém, o recorrente funcionamento da empresa passou a gerar também as receitas obtidas com as constantes vendas das polpas de açaí de 100, 500 e 1000g pelos valores de R$ 2,84, R$ 6,60 e R$ 9,20 respectivamente. Por fim, o saldo do projeto é obtido somando o faturamento dos semestres anteriores mais o semestre em questão analisado. É importante constatar que, o valor do saldo do projeto no décimo terceiro semestre, além da soma dos faturamentos recebe o incremento do valor residual dos equipamentos utilizados na produção. O valor residual é o valor que um bem terá no final da sua vida útil, onde é estabelecida a percentagem de valor que o bem perde ao longo dos anos 25 25 de vida útil (depreciação), e assim se define o valor que o bem terá nessa altura. Ele equivale a diferença entre o valor de aquisição menos as depreciações, tendo que, em linhas gerais equipamentos são depreciados a 10 % ao ano, como demonstrado na equação 06. 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − (𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 ∗ 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜) (06) . 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙 = 2.428.511.34 − (242.851,13 ∗ 5) 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙 = 1,214.255,67 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 6.4.1 Payback O método de análise através do payback indica o tempo que é necessário para que o valor investido por uma empresa retorne ao seu caixa, sendo que a sua regra básica é que quanto mais tempo a empresa precisar esperar para recuperar o investimento, maior a possibilidade de perda. Por outro lado, quanto menor for o período de payback, menor será a exposição da empresa aos riscos. Este método pode ser considerado como um ponto de equilíbrio, uma vez que no período que se encontra a recuperação do capital investido, o projeto “se pagará”, ou seja, seus custos serão iguais aos benefícios gerados. Para a empresa de açaí em questão, o tempo de retorno do investimento equivale a 4 semestres, 2 meses e 19 dias. Para chegar a esse valor, levou-se em consideração os semestres em que o saldo do projeto era negativo e o valor de fluxo de caixa posterior a esse semestre, e assim, dividindo-se o primeiro pelo segundo obteve-se o tempo necessário para o valor inicial do investimento retornar. 6.4.2 Valor Presente Líquido (VPL) O VPL é considerado uma sofisticada técnica de análise de orçamento de capital, exatamente por considerar o valor do dinheiro no tempo. Utilizando esta técnica, tanto as entradas como as saídas de caixa são traduzidas para valores monetários atuais, dessa forma, podem ser comparadas ao investimento inicial, que está automaticamente expresso em termos monetários atuais. 26 26 Para obtenção do valor presente das entradas e saídas de caixa pode-se utilizar, como taxa de desconto a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros a partir da aplicação de seus recursos. Esta taxa pode ser considerada pessoal e intransferível, pois a propensão ao risco irá variar para cada pessoa ou organização, sendo que a TMA ainda pode variar durante o tempo. Logo, a equação 07 é a utilizada para determinação do VPL. VPL = ∑ 𝐶𝐹𝑗 (1 + 𝑖)𝑗 − 𝐶𝐹0 𝑛 𝑗=1 ( 07) Sendo CF o fluxo de caixa e i a taxa mínima de atratividade (TMA) que corresponde ao mínimo que um investidor se propõe a ganhar, ou ao máximo que alguém se propõe a pagar ao realizar um financiamento, sendo que neste caso a TMA considerada foi de 10 % a.s. Com isso, o VPL pôde ser calculado e assim chegou-se ao valor de R$ 84.624.864,33. O critério usado para a aceitação ou não de determinado projeto é o de que se o VPL for menor que zero, rejeita-se o projeto, e se for maior que zero, como é o caso do empreendimento proposto, aceita-se o projeto, pois tem- se o diferencial de ganhos em relação à aplicação do capital a TMA da empresa. 6.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) Esta taxa expressa a rentabilidade relativa (percentual) de um projeto de investimento em termos de uma taxa de juros equivalente para o período (geralmente anual), sendo que a aceitação ou rejeição do investimento baseado neste método é definida pela comparação feita entre a TIR encontrada e a taxa de mínima de atratividade exigida pela empresa ou seu custo de capital. A fórmula utilizada para encontrar o valor de TIR é representada pela equação 08. FC0 = ∑ 𝐹𝐶𝑗 (1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑗 𝑛 𝑗=1 ( 08 Portanto, o valor encontrado para o TIR do empreendimento de indústria de açaí foi de 89 %. O critério usado para a definição da aceitação ou não do projeto 27 27 é a seguinte: se a TIR for maior que o custo de capital (investimento no mercado financeiro), como é o caso, aceita-se o projeto, caso contrário, rejeita-se o projeto. Este critério garante que a empresa esteja obtendo, pelo menos, sua taxa requerida de retorno. Analisando os valores obtidos pelos cálculos do VPL e do TIR, chega-se a conclusão de que o investimento realizado numa indústria de açaí é perfeitamente viável e rentável tratando-se de retorno financeiro. O cálculo do VPL traz a perspectiva de se levar em conta o valor do dinheiro no tempo, ou seja, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente, e como o valor do VPL para o investimento na indústria de açaí se apresentou com valor positivo, ele é considerado um investimento economicamente satisfatório. Para o caso do TIR, que corresponde a taxa que se iguala as entradas de caixa ao valor a ser investido em um projeto, o resultado encontrado foi igualmente satisfatório, visto que seu valor se apresentou maior que o da TMA, indo de encontro a um tipo de investimento com uma boa viabilidade econômica.28 28 7 REFERÊNCIAS ÁREAS INCENTIVADAS (ZFM / ALC / AMAZÔNIA OCIDENTAL) – Aspectos Teóricos e Práticos Relacionados ao Ingresso de Mercadorias nas Áreas Incentivadas Controladas pela SUFRAMA. Disponível em: <https://itcnet.com.br/anexos/mat04032010.pdf>. Acesso em 18 de novembro de 2018. SIMONETTI, A. L. F. Os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus e sua importância para a região amazônica. Acesso em: < https://jus.com.br/artigos/68919/os-incentivos-fiscais-da-zona-franca-de-manaus- e-sua-importancia-para-a-regiao-amazonica>. Acesso em 18 de novembro de 2018. LEI Nº 1628, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2011. (D.O.M. 30.12.2011 - Nº 2838, ANO XII). DISPONÍVEL EM: <https://leismunicipais.com.br/a/am/m/manaus/lei-ordinaria/2011/162/1628/lei- ordinaria-n-1628-2011-dispoe-sobre-o-imposto-sobre-a-propriedade-predial-e- territorial-urbana-iptu-e-da-outras-providencias>. ACESSO EM 18 DE NOVEMBRO DE 2018. INCENTIVOS FISCAIS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL, ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO E ZONA FRANCA VERDE: AMOC – ALC – ZFV. Disponível em: < http://site.suframa.gov.br/assuntos/zfv/eventos/evento-3/02-apresentacao-01-06- 2016-incentivos-fiscais-alcs.pdf>. Acesso em 18 de novembro de 2018. RODRIGUES, A. B.; DUTRA, A. M. M.; TELES, A. M.; GOMES, A. S.; SIEBRA, B. C.; FREITAS, B. M. Projeto industrial- Polpa de frutas. Universidade Federal do Ceará, 2017. PARENTE, V. M.; OLIVEIRA, A. R.; COSTA, A. M. Projeto Potencialidades Regionais- Estudo de Viabilidade Econômica. Instituto Superior de Administração e Economia ISAE/Fundação Getúlio Vargas (FGV), 2003. CAMARGO, R. F. Entenda sobre a taxa mínima de atratividade: o que é, quando usar e porque pensar em TMA na hora de investir. Disponível em: <https://www.treasy.com.br/blog/taxa-minima-de-atratividade-tma/>. Acesso em 16 de novembro de 2018. 29 29 BARBOSA, A.; PINTO, B. F. M.; OLIVEIRA, R. Aplicação de métodos para análise de investimentos em um projeto no setor elétrico. Disponível em: <http://www.revistaintellectus.com.br/DownloadArtigo.ashx?codigo=15>. Acesso em 16 de novembro de 2018. MARTINS, C. Análise de Investimentos (Payback, VPL, TIR). Disponível em: <https://www.carlosmartins.com.br/_bizplan/bizplan24.htm>. Acesso em 16 de novembro de 2018. Silva, A.T.L.; Araújo, R.C.S.; Silva, D.F.; Costa, T.F.; Lemos, I.J.R.; Ribeiro, N.F.P. Elaboração de projeto de uma indústria de açaí para consolidar o aprendizado das etapas de processo de produção no ensino de engenharia química. Disponível em: <http://www.abq.org.br/cbq/2017/trabalhos/6/12378- 24039.html>. Acesso em 16 de novembro de 2018. SEBRAE. 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