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Nervos Cranianos

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Nervos 
Cranianos 
18 
Visão Geral do Capítulo 
Nervos Cranianos 
Componentes Funcionais dos Nervos Cranianos 
I. Nervo Olfatório 
Considerações Clínicas 
II. Nervo Óptico 
Considerações Clínicas 
III. Nervo Oculomotor 
Considerações Clínicas 
IV. Nervo Troclear 
Considerações Clínicas 
V. Nervo Trigêmeo 
Nervo Oftálmico V1 
Nervo Maxilar V2 
Nervo Mandibular V3 
Considerações Clínicas 
VI. Nervo Abducente 
Considerações Clínicas 
VII. Nervo Facial 
Considerações Clínicas 
VIII. Nervo Vestibulococlear 
Considerações Clínicas 
IX. Nervo Glossofaríngeo 
Considerações Clínicas 
X. Nervo Vago 
Considerações Clínicas 
XI. Nervo Acessório 
Considerações Clínicas 
XII. Nervo Hipoglosso 
Considerações Clínicas 
Termos-chave 
Componentes Funcionais dos Nervos Cranianos correspondem a sete 
componentes funcionais específicos conduzidos pelos nervos cranianos, incluindo 
componentes aferentes (sensitivos) e eferentes (motores).1 Embora cada um dos 
nervos cranianos possa transmitir um ou vários componentes funcionais, nenhum 
deles conduz todos os componentes; assim, cada nervo craniano possui componentes 
específicos que são responsáveis pela condução sensitiva (inputs), a partir dos 
receptores ou levam uma resposta (output) em seu componente motor (eferente). Um 
componente adicional, associado à propriocepção geral (PG), é comumente 
entendido, desde que não seja específico, como uma entrada sensitiva (input) dos 
músculos inervados pelos nervos cranianos. 
Componentes Motores: 
Eferente somático geral (ESG) representa a inervação motora dos músculos 
esqueléticos desenvolvidos a partir dos somitos. 
Eferente visceral geral (EVG) está relacionado com as fibras motoras que inervam a 
musculatura lisa, o músculo cardíaco e as glândulas. 
Eferente visceral especial (EVE) relaciona-se com as fibras motoras que inervam os 
músculos esqueléticos de origem branquiomérica (arcos faríngeos). 
Componentes Sensitivos: 
Aferente somático geral (ASG) representa as sensações (tato, pressão, temperatura, 
dor) cutâneas relativas à região anterior da face e lateral da cabeça.2 
Aferente visceral geral (AVG) relaciona-se com as sensações das vísceras, percebidas 
como pressão e/ou dor. 
Aferente somático especial (ASE) corresponde às sensações oriundas dos olhos 
(visão) e da orelha (audição e equilíbrio). 
Aferente visceral especial (AVE) representa as sensações viscerais relativas ao odor 
(olfação) e paladar (gosto). 
NERVOS CRANIANOS 
Doze pares de nervos cranianos se originam do encéfalo, emergem da sua 
superfície e passam através dos forames do crânio para serem distribuídos nas 
regiões da cabeça e do pescoço. Um desses nervos, o nervo vago, continua no 
interior do tórax e do abdome para inervar algumas das vísceras aí contidas. Os 
nervos cranianos são numerados e denominados em uma determinada 
sequência, por meio do uso de algarismos romanos, em uma progressão de 
rostral para caudal: 
I. Olfatório 
II. Óptico 
III. Oculomotor 
IV. Troclear 
V. Trigêmeo 
VI. Abducente 
VII. Facial 
VIII. Vestibulococlear 
IX. Glossofaríngeo 
X. Vago 
XI. Acessório 
XII. Hipoglosso 
Três figuras que apareceram anteriormente neste livro devem ser revistas para 
identificar os nervos cranianos emergindo do encéfalo (Figuras 17.3 e 17.4) e 
suas posições no assoalho da cavidade craniana (Figura 9.2). 
Como explicado anteriormente, os nervos periféricos consistem em vários 
tipos específicos de fibras, de acordo com as suas funções. Caracteristicamente, 
cada nervo periférico contém componentes somáticos e viscerais compostos de 
fibras aferentes e eferentes. 
Os nervos periféricos que emergem do encéfalo (conhecidos como nervos 
cranianos) são mais complexos do que aqueles que têm origem na medula 
espinal, uma vez que os nervos cranianos estão relacionados com as funções da 
audição, da visão, do olfato, do paladar, além da inervação especial dos 
músculos esqueléticos de origem branquiomérica. 
Os nervos cranianos, então, conduzem certos componentes, além dos 
componentes somático geral e visceral geral conduzidos pelos nervos espinais, 
designados como aferentes somáticos especiais: aferente visceral especial e 
eferente visceral especial. 
COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NERVOS CRANIANOS 
Aferente somático geral (ASG) – Funções de sensações gerais. Por exemplo, 
o nervo trigêmeo inerva a maior parte da pele e a túnica mucosa da face, 
enquanto os nervos glossofaríngeo e vago suprem a área da orelha externa com 
fibras de sensibilidade geral. 
Eferente somático geral (ESG) – Função motora geral para os músculos 
esqueléticos. Este grupo de fibras conduzido pelos nervos oculomotor, troclear, 
abducente e hipoglosso inerva a musculatura de origem somítica da cabeça. 
Aferente visceral geral (AVG) – Sensibilidade geral das vísceras presente nos 
nervos facial, glossofaríngeo e vago. 
Eferente visceral geral (EVG) – Função motora visceral (parassimpática) 
destinada às vísceras. Somente quatro nervos cranianos conduzem fibras 
parassimpáticas: oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago. 
Aferente somático especial (ASE) – Função sensitiva especial relacionada ao 
olho e à orelha. Os nervos cranianos que conduzem este componente são o 
nervo óptico e o nervo vestibulococlear. 
Aferente visceral especial (AVE) – Função sensitiva especial associada à 
função visceral. Este componente está relacionado aos sentidos especiais do 
olfato, conduzido pelo nervo olfatório; e paladar, conduzido pelos nervos facial, 
glossofaríngeo e vago. Uma forma que facilita a memorização a respeito da 
diferença entre os componentes ASE e AVE é que para as fibras AVE serem 
ativadas o material precisa estar dissolvido em líquidos (saliva ou muco). 
Eferente visceral especial (EVE) – Trata-se de um componente motor especial 
destinado aos músculos de origem branquiomérica (arcos faríngeos). Este 
componente é conduzido para os músculos pelos nervos associados aos arcos 
faríngeos: nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo, acessório (contribuições 
para o plexo faríngeo) e vago. 
Da mesma forma que ocorre com os nervos espinais, os corpos dos neurônios 
das fibras aferentes dos nervos cranianos estão localizados no gânglio sensitivo, 
fora da parte central do sistema nervoso, isto é, fora do encéfalo. O processo 
central desses neurônios passa pelos nervos cranianos e entra o encéfalo para 
terminar nos neurônios que enviam os impulsos para o processamento, a 
integração e a coordenação da informação, antes de iniciar a resposta motora 
que pode atingir ou não o nível da consciência. 
 
Quadro 18.1 Nervos Cranianos 
Nervo Componentes Corpos 
Celulares 
Distribuição Periférica Funções 
I Olfatório AVE Células do 
epitélio 
olfatório 
Filamentos do nervo 
olfatório 
Olfato 
II Óptico ASE Células 
ganglionares 
da retina 
Cones e bastonetes Visão 
III Oculomotor ESG Núcleo do III Músculo levantador da 
pálpebra; músculos 
Movimento 
dos olhos 
retos: superior, medial, 
inferior e oblíquo inferior 
 EVG Núcleo 
visceral do III 
(Edinger-
Westphal) 
Gânglio ciliar – Corpo 
ciliar – Músculo esfíncter 
da pupila 
Contração 
das pupilas e 
acomodação 
 PG Núcleo 
mesencefálico 
do V 
Músculos oculares Sentido 
cinestésico 
IV Troclear ESG Núcleo do IV Músculo oblíquo superior Movimentos 
oculares 
 PG Núcleo 
mesencefálico 
do V 
Músculo oblíquo superior Sentido 
cinestésico 
V Trigêmeo ASG Gânglio 
trigeminal 
Divisões: oftálmico, 
maxilar e mandibular 
para as mucosas e a 
pele da face e do crânio 
Sensibilidade 
geral 
 EVE Núcleo motor 
do V 
Músculos temporal, 
masseter, pterigóideos, 
ventre anterior do 
digástrico, milo-hióideo, 
tensor do véu palatino e 
tensor do tímpano 
Mastigação 
 PG Núcleo 
mesencefálico 
do V 
Músculos damastigação Sentido 
cinestésico 
VI abducente ESG Núcleo do VI Músculo reto lateral Movimentos 
dos olhos 
 PG Núcleo 
mesencefálico 
do V 
Músculo reto lateral Sentido 
cinestésico 
VII facial EVE Núcleo motor 
do VII 
Músculos da expressão 
facial, estapédio, estilo-
hióideo, ventre posterior 
do digástrico 
Expressão 
facial 
 EVG Núcleo 
salivatório 
Petroso maior – gânglio 
pterigopalatino – mucosa 
nasal, glândula lacrimal; 
corda do tímpano – 
nervo lingual, gânglio 
submandibular – 
glândulas sublingual, 
submandibular 
Secretor 
 AVE Gânglio 
geniculado 
Corda do tímpano – 
nervo lingual – botões 
gustativos dos dois 
terços anteriores da 
língua 
Paladar 
 AVG Gânglio 
geniculado 
Petroso maior, corda do 
tímpano 
Sensibilidade 
visceral 
 ASG Gânglio 
geniculado 
Ramo auricular – concha 
da orelha e mastoide 
Sensibilidade 
cutânea 
VIII 
Vestibulococlear 
ASE Gânglio 
espiral 
Órgão espiral (de Corti) Audição 
 PE Gânglio 
vestibular 
Órgão vestibular Equilíbrio 
IX 
Glossofaríngeo 
AVE Gânglio 
inferior do IX 
Ramo lingual – botões 
gustativos do terço 
posterior da língua, 
papilas circunvaladas 
Paladar 
 AVG Gânglio 
inferior do IX 
Nervo timpânico – orelha 
média, faringe, língua, 
seio carótico 
Sensibilidade 
visceral 
 EVG Núcleo 
salivatório 
Timpânico – petroso 
menor – gânglio ótico – 
auriculotemporal para a 
glândula parótida 
Secretor 
 ASG Gânglio 
inferior do IX 
Orelha externa Sensibilidade 
cutânea 
 EVE Núcleo 
ambíguo 
Músculo estilofaríngeo Deglutição 
X Vago EVG Núcleo 
posterior do X 
Nervos e plexos 
cardíacos, gânglios no 
coração; plexo e 
gânglios pulmonares, 
sistema respiratório; 
plexos esofágico, 
gástrico, celíaco; plexos 
mioentérico e 
submucoso – até o colo 
transverso 
Músculos 
lisos e 
glândulas 
 EVE Núcleo 
ambíguo 
Ramos faríngeos; nervos 
laríngeos superior, 
inferior 
Deglutição, 
fonação 
 AVG Gânglio 
inferior do X 
Todas as fibras de todos 
os ramos 
Sensibilidade 
visceral 
 AVE Gânglio 
inferior do X 
Ramos para epiglote, 
base da língua, botões 
gustativos 
Paladar 
 ASG Gânglio 
superior do X 
Ramos auriculares – 
concha da orelha e 
meato acústico externo 
Sensibilidade 
cutânea 
XI Acessório EVE Núcleo 
ambíguo 
Conexão com o vago – 
músculos da faringe e da 
laringe 
Deglutição, 
fonação 
 EVE (admitindo 
a origem 
branquiomérica) 
Parte superior 
da medula 
espinal – 
corno lateral 
Porção espinal – 
músculos 
esternocleidomastóideo, 
trapézio 
Movimentos 
da cabeça e 
do ombro 
XII Hipoglosso ESG Núcleo do XII Ramos para os músculos 
intrínsecos e extrínsecos 
da língua 
Movimentos 
da língua 
ASE, aferente somático especial; ASG, aferente somático geral; AVE, aferente visceral especial; AVG, 
aferente visceral geral; ESG, eferente somático geral; EVE, eferente visceral especial; EVG, eferente 
visceral geral; PE, propriocepção especial; PG, propriocepção geral. 
 
Todas as conexões e o processamento do encéfalo são extremamente 
complexos e estão além do objetivo deste livro. Os leitores que desejarem mais 
informações a esse respeito são encaminhados a livros clássicos de 
neuroanatomia. 
Cada um dos 12 nervos cranianos é descrito nas seguintes seções, incluindo 
a informação da localização dos corpos celulares, os componentes conduzidos, 
as conexões com os outros nervos e, finalmente, a distribuição e a função. Um 
resumo dessa informação é apresentado no Quadro 18.1. 
I. NERVO OLFATÓRIO 
 Resumo. O componente AVE é a única modalidade conduzida pelo nervo olfatório. 
Os corpos celulares dos filamentos olfatórios, o nervo do olfato, são 
encontrados na mucosa olfatória acima da concha nasal superior. Os axônios do 
nervo olfatório passam através da lâmina cribriforme do etmoide e terminam 
no bulboolfatório, que é conectado ao cérebro pelo tratoolfatório, estritamente 
uma parte do cérebro (Figura 18.1 e Quadros 18.1 e 18.5). 
II. NERVO ÓPTICO 
 Resumo. O componente ASE é o único conduzido pelo nervo óptico. 
Os corpos celulares do nervo óptico, o nervo da visão, estão localizados na 
camada ganglionar da retina. Os axônios dessas células são reunidos em feixes 
que deixam o bulbo do olho como nervo óptico, passando posteriormente, 
através da órbita, pelo canal óptico. Aqui os axônios do nervo óptico de um lado 
se unem com os axônios do nervo óptico do lado oposto, formando 
o quiasma óptico. O trato óptico continua, a partir do quiasma óptico, para 
entrar na base do cérebro, contornando o pedúnculo cerebral (Figura 18.2 e 
Quadros 18.1 e18.5). 
Considerações Clínicas 
Anosmia 
Durante o desenvolvimento embrionário da cabeça e do pescoço podem ocorrer várias 
malformações congênitas. Algumas delas já foram descritas no Capítulo 5 e o leitor deve voltar 
àquela seção. 
Anosmia é o resultado da perda unilateral do olfato por lesão no epitélio olfatório ou no nervo 
olfatório, causando a perda do sentido do olfato do mesmo lado da lesão. 
III. NERVO OCULOMOTOR 
 Resumo. Os componentes ESG, EVG e PG (propriocepção geral dos músculos 
extrínsecos do bulbo do olho para a sensação cinestésica) são as modalidades 
conduzidas pelo nervo oculomotor. 
O nervo oculomotor inerva a maior parte dos músculos extrínsecos do bulbo do 
olho, exceto os músculos oblíquo superior e reto lateral, por intermédio do 
componente eferente somático geral. Um grupo especializado de células 
nervosas motoras, no núcleo oculomotor, situado no interior do encéfalo, é 
chamado de núcleo acessório do nervo oculomotor (núcleo de Edinger-
Westphal). Os neurônios aí situados são pré-ganglionares parassimpáticos e 
suas fibras são destinadas ao gânglio ciliar no interior da órbita. As fibras pós-
ganglionares parassimpáticas saem do gânglio ciliar, passam pelos nervos 
ciliares curtos e se dirigem aos músculos ciliar e esfíncter da pupila, no interior 
do bulbo do olho (ver Quadro 18.2). 
O nervo oculomotor sai do encéfalo próximo à margem medial do pedúnculo 
cerebral, passando pelas margens livre e fixada do tentório do cerebelo e, então, 
segue na parede lateral do seio cavernoso para penetrar na fissura orbital 
superior para distribuição. No interior do seio cavernoso, fibras do plexo 
carótico se comunicam com o nervo oculomotor. Essas comunicações 
correspondem a fibras pós-ganglionares simpáticas originadas no gânglio 
cervical superior para o músculo dilatador da pupila, no interior do bulbo do 
olho. 
 
Figura 18.1 I. Nervo olfatório. 
 
Figura 18.2 II. Nervo óptico. Observe o cruzamento das fibras no quiasma 
óptico. 
Considerações Clínicas 
Miopia e Hipermetropia 
Alterações nas dimensões longitudinais do eixo óptico poderão ser responsáveis pela focalização 
das imagens na frente (miopia) ou atrás (hipermetropia) da retina. Isto é, em geral, provocado por 
alterações nos elementos de refração do olho, especialmente da córnea, que apresenta uma ligeira 
alteração na forma. Essas anormalidades podem ocorrer por uma alteração da dimensão do olho. 
Com frequência, ambos os processos ocorrem em função do envelhecimento do paciente. Essas 
condições podem ser diagnosticadas e tratadas com o uso de óculos apropriados que corrigem as 
alterações nas dimensões do eixo óptico. 
Esclerose Múltipla (EM) 
Esclerose múltipla é uma das doenças desmielinizantes que afeta o nervo óptico, mas não os 
demais nervos cranianos. Isto se deve ao fato de a mielina que envolve o nervo óptico ser produzida 
por outras células gliais que não a célula de Schwann, como ocorre com os outros nervos cranianos. 
Descolamento da Retina 
A retina é frouxamente ligada à tela corióidea do olho e fica fixada nessa posição pelo corpo vítreo. 
Traumatismos agudos aplicadosna órbita podem descolar a retina, causando um quadro de 
emergência clínica. O descolamento da retina pode levar à cegueira, mas a retina pode ser 
reposicionada por procedimento cirúrgico. 
Catarata 
Catarata é uma condição ligada à idade na qual a lente do olho perde a sua transparência e se torna 
opaca, levando a uma visão turva. É a maior causa de perda visual e cegueira em todo o mundo. 
Técnicas modernas permitem a colocação cirúrgica de lentes artificiais (plástico), recuperando a 
função visual. 
Presbiopia 
Presbiopia está associada ao envelhecimento. É o resultado da incapacidade do olho em focalizar 
objetos próximos (acomodação) que está relacionada com o fato de a lente se tornar mais elástica, 
não permitindo, assim, que a luz seja focalizada na retina. 
Quadro 18.2 Gânglios Parassimpáticos da Cabeça 
Pré-ganglionares 
Parassimpáticos 
 Pós-ganglionares 
Parassimpáticos 
Núcle
o de 
Orige
m 
Nervo 
Craniano 
de 
Origem 
Nervo 
com as 
Fibras 
Pré-
ganglion
ares 
Gânglio 
Parassimpátic
o 
Nervo 
Trigême
o de 
Associa
ção 
Nervos 
Terminais 
Alvo: 
Músculo
s Lisos, 
Glândula
s 
Núcleo 
visceral 
do III 
(Edinge
r-
Westph
al) 
Oculomoto
r III 
Sem 
nome 
Ciliar (EVG) Oftálmico 
(V1) 
Ciliares curtos 
do gânglio 
Músculo 
esfíncter 
da pupila, 
corpo 
ciliar 
Salivat
ório 
superio
r 
Facial VII Petroso 
maior 
Pterigopalatin
o(EVG) 
Maxilar 
(V2) 
Zigomaticote
mporal para o 
lacrimal de 
(V1) 
Glândula 
lacrimal 
Salivat
ório 
superio
r 
Facial VII Petroso 
maior 
Pterigopalatin
o(EVG) 
Maxilar 
(V2) 
Palatinos 
maior e 
menor; nasal 
posterossupe
rior, 
nasopalatino; 
alveolares 
superiores: 
anterior, 
médio, 
posterior 
Glândulas 
mucosas 
da 
cavidade 
nasal, 
seio 
maxilar e 
palato 
Salivat
ório 
superio
r 
Facial VII Corda do 
tímpano 
Submandibula
r(EVG) 
Mandibul
ar (V3) 
Lingual Glândulas 
submandi
bular e 
sublingual
, 
glândulas 
menores 
do soalho 
da boca 
Salivat
ório 
inferior 
Glossofarí
ngeo IX 
Petroso 
menor 
Ótico (EVG) Mandibul
ar (V3) 
Auriculotemp
oral 
Glândula 
parótida 
EVG, eferente visceral geral. 
Uma vez no interior da órbita, o nervo oculomotor se divide em superior e 
inferior para a inervação dos músculos extrínsecos do bulbo do olho. O gânglio 
ciliar está suspenso e fixado à divisão inferior da raiz motora parassimpática. 
Comunicações adicionais para o gânglio provêm do nervo nasociliar, um ramo 
da divisão oftálmica do nervo trigêmeo. Essas comunicações são 
exclusivamente sensitivas, passando através do gânglio com ou sem sinapses. 
Assim, essas fibras sensitivas alcançam o seu destino na órbita, por meio dos 
nervos ciliares curtos. Fibras pós-ganglionares simpáticas também podem 
conectar-se ao gânglio, da mesma forma que o nervo nasociliar; contudo, essas 
fibras simpáticas são destinadas ao músculo dilatador da pupila. As funções dos 
músculos intrínsecos do bulbo do olho foram detalhadas no Capítulo 10. 
Fibras proprioceptivas dos músculos extrínsecos do bulbo do olho são 
conduzidas pelo nervo oculomotor e, então, seguem para a divisão oftálmica do 
nervo trigêmeo para se juntar a ele na órbita, ou por meio de conexões enquanto 
passa pelas paredes do seio cavernoso. As terminações dessas fibras serão 
descritas na seção a respeito do nervo trigêmeo (Figura 18.3 e Quadros 18.1, 
18.2 e 18.5). 
Considerações Clínicas 
Lesão do Nervo Oculomotor 
Lesão do nervo oculomotor resultará em paralisia ipsilateral do bulbo do olho com dilatação da 
pupila e ptose palpebral. Além disso, o bulbo do olho ficará desviado para baixo e com incapacidade 
de mover-se para fora, para cima ou para baixo; adicionalmente, o reflexo pupilar estará ausente. 
 
Figura 18.3 III. Nervo oculomotor. IV. Nervo troclear. VI. Nervo abducente. 
Observe que os nervos troclear e abducente inervam um músculo cada. Note o 
gânglio ciliar e a distribuição das fibras pós-ganglionares parassimpáticas que 
emergem dele. 
IV. NERVO TROCLEAR 
 Resumo. O nervo troclear conduz os componentes funcionais ESG e PG (fibras 
proprioceptivas gerais para o músculo extrínseco do bulbo do olho para a função 
cinestésica). 
O nervo troclear, o mais delgado dos nervos cranianos, supre o músculo oblíquo 
superior do bulbo do olho, com inervação motora. É o único nervo craniano que 
se origina da face dorsal do tronco encefálico. Dali, ele passa ao redor do 
mesencéfalo para perfurar a dura-máter e, assim, entrar no seio cavernoso. 
Durante o trajeto na parede do seio cavernoso, o nervo troclear se comunica 
com o plexo carótico e com a divisão oftálmica do nervo trigêmeo. As fibras 
proprioceptivas do músculo oblíquo superior parecem comunicar-se com o 
nervo oftálmico nesse ponto. Em seguida, entra na órbita através da fissura 
orbital superior e termina no músculo oblíquo superior, provendo a sua 
inervação motora (Figura 18.3 e Quadros 18.1 e 18.5). 
V. NERVO TRIGÊMEO 
 Resumo. Os componentes ASG, EVE e PG (fibras proprioceptivas gerais para os 
músculos da mastigação para o sentido cinestésico) são as modalidades presentes no 
nervo trigêmeo. 
O nervo trigêmeo é o maior dos nervos cranianos e é responsável pela 
sensibilidade cutânea de grande parte da face, dos dentes e das estruturas de 
suporte, além das mucosas da cavidade nasal e da maior parte da porção anterior 
da cavidade oral. Provê, ainda, a inervação motora dos músculos da mastigação. 
Esse nervo emerge de duas raízes situadas na ponte. A mais larga, a raiz 
sensitiva, emerge lateralmente à raiz motora e contém os processos centrais dos 
neurônios cujos corpos celulares são encontrados no gânglio trigeminal, o 
gânglio sensitivo do nervo trigêmeo. O gânglio está localizado na cavidade 
trigeminal (cavo de Meckel), coberta pela dura-máter, deixando uma depressão 
nas proximidades do ápice da parte petrosa do temporal. Os processos 
periféricos dos neurônios sensitivos localizados em um gânglio achatado e com 
um formato de “meia-lua” são reunidos em três feixes. Esses feixes deixam o 
gânglio, constituindo as divisões oftálmica, maxilar e mandibular do nervo 
trigêmeo. A raiz motora segue abaixo do gânglio trigeminal, medialmente à raiz 
sensitiva, e deixa o crânio através do forame oval; em seguida, une-se à parte 
sensitiva para formar a divisão mandibular do nervo trigêmeo. Assim, a divisão 
mandibular é mista em suas funções. As divisões oftálmica e maxilar são 
exclusivamente sensitivas e deixam o crânio através da fissura orbital superior 
e do forame redondo, respectivamente. 
Considerações Clínicas 
Lesão do Nervo Troclear 
O nervo troclear provê a inervação motora apenas para o músculo oblíquo superior. Quando esse 
nervo craniano está lesado, o músculo oblíquo superior ipsilateral fica paralisado, provocando um 
desvio rotacional do bulbo do olho para fora, resultando em diplopia (visão dupla). 
Os quatro gânglios parassimpáticos da cabeça estão em íntima associação 
com o nervo trigêmeo, embora, funcionalmente, esses gânglios não sejam parte 
deste nervo. As fibras pós-ganglionares parassimpáticas, que se originam 
desses gânglios, são transmitidas às estruturas efetoras por meio dos ramos do 
nervo trigêmeo em sua distribuição. Os gânglios parassimpáticos, as fibras pré-
ganglionares e as divisões associadas do nervo trigêmeo estão listados no 
Quadro 18.2 (Figura 18.4 a Figura 18.7e Quadros 18.1 e 18.3 a 18.5). 
Nervo Oftálmico V1 
 Resumo. O componente ASG é a única modalidade encontrada na divisão 
oftálmica do nervo trigêmeo. 
O nervo oftálmico supre a glândula lacrimal e é responsável pela inervação 
sensitiva do bulbo e da túnica conjuntiva do olho, da pele da fronte e do nariz e 
da mucosa dos seios paranasais. O nervo oftálmico deixa a parte superior dogânglio trigeminal e, então, se posiciona na parede lateral do seio cavernoso e, 
em seguida, segue para a órbita (Figura 18.4 e Quadros 18.3 e 18.5). Ao longo 
desse trajeto, envia ramos tentoriais para suprir o tentório do cerebelo. 
Imediatamente antes de entrar na órbita, através da fissura orbital superior, o 
nervo se divide em três ramos: os nervos lacrimal, frontal e nasociliar. Em seu 
trajeto, o nervo oftálmico se conecta ao plexo carótico no seio cavernoso e a 
outros nervos cranianos situados no interior da órbita. Contudo, neste capítulo 
não discutiremos essas conexões. 
Nervo Lacrimal 
O nervo lacrimal, o menor dentre os ramos da divisão oftálmica, segue ao longo 
do músculo reto lateral e inerva a glândula lacrimal e a túnica conjuntiva 
adjacente. Em seguida, ele sai da órbita para inervar a pele da parte lateral da 
pálpebra superior (Figura 18.4). No interior da órbita, ele se comunica com o 
ramo zigomaticofacial do nervo zigomático, da divisão maxilar do nervo 
trigêmeo, que conduz fibras pós-ganglionares parassimpáticas comunicadas 
com o gânglio pterigopalatino. Essas fibras parassimpáticas chegam, então, à 
glândula lacrimal por intermédio do nervo lacrimal para prover a sua inervação 
secretora (ver Quadro 18.2). 
 
Figura 18.4 V. Nervo trigêmeo, divisão oftálmica. Observe as conexões com o 
gânglio ciliar a partir do nervo nasociliar. 
 
Figura 18.5 V. Nervo trigêmeo, divisão maxilar. 
 
Figura 18.6 Gânglio pterigopalatino e suas conexões. 
 
Figura 18.7 V. Nervo trigêmeo, divisão mandibular. Observe o corda do tímpano 
do nervo facial unindo-se ao nervo lingual. 
 
Nervo Frontal 
O nervo frontal é o maior ramo do nervo oftálmico e divide-se, imediatamente 
ao entrar na parte superior da órbita, em um pequeno ramo supratroclear e um 
ramo maior supraorbital. O primeiro nervo passa medialmente ao último, à 
medida que segue anteriormente acima do músculo levantador da pálpebra 
superior (Figura 18.4). O nervo supratroclear inclina-se para passar acima da 
tróclea do músculo oblíquo superior. Aqui ele fornece inervação sensitiva para 
a túnica conjuntiva e a pele da parte medial da pálpebra superior, antes de deixar 
a órbita para se dirigir para cima e suprir a pele da região frontal. O nervo 
supraorbital continua para a frente para sair da órbita na incisura supraorbital. 
No trajeto na incisura, ele envia ramos para o seio frontal. O nervo supre a 
sensibilidade da pálpebra superior, da região frontal e do couro cabeludo até 
aproximadamente a sutura lambdóidea. 
Nervo Nasociliar 
O nervo nasociliar entra na órbita entre o músculo reto lateral e o nervo 
oculomotor. Ele passa obliquamente sobre o nervo óptico em direção à parede 
medial da órbita, onde seus ramos terminais entram no forame etmoidal anterior 
(Figura 18.4). Antes de entrar nesse forame, o nervo nasociliar emite um ramo 
infratroclear, que segue anteriormente ao longo da parede medial da órbita e 
sai em sua margem medial. Ao longo desse trajeto, o ramo provê inervação 
sensitiva para a túnica conjuntiva, a pálpebra, o saco lacrimal, a carúncula 
lacrimal e a parte lateral do nariz. Ramos etmoidais anterior e posterior 
entram nos forames de mesmo nome para suprir os seios etmoidal, esfenoidal e 
frontal. O nervo etmoidal anterior continua através do etmoide para entrar na 
cavidade nasal. Ramos nasais internos se originam desse nervo e inervam a 
mucosa da cavidade nasal. O nervo etmoidal anterior segue anteriormente para 
sair da cavidade nasal na margem inferior do osso nasal como um ramo nasal 
externo, provendo a inervação sensitiva para a asa e o ápice do nariz. No 
interior da órbita o nervo nasociliar emite os nervos ciliares longos para o 
bulbo do olho à medida que cruza o nervo óptico. Outros ramos curtos passam 
pelo gânglio ciliar, estabelecendo associações com esse gânglio parassimpático. 
Os nervos ciliares longos e os filamentos que passam no gânglio e se dirigem 
ao bulbo do olho, como parte dos nervos ciliares curtos, são puramente 
sensitivos e destinados à iris e à córnea. As fibras pós-ganglionares simpáticas 
do plexo carótico se comunicam com o nervo oftálmico ao passar no seio 
cavernoso ou podem acompanhar os nervos ciliares longos ou, ainda, os curtos 
filamentos para o gânglio e dirigem-se ao bulbo do olho, por meio dos nervos 
ciliares curtos. Essas fibras pós-ganglionares simpáticas são destinadas ao 
músculo dilatador da pupila, no interior da íris. 
 
Quadro 18.3 Nervo Trigêmeo – Componentes Sensitivos 
Divisão 
do 
Nervo 
Trigêm
eo 
Compone
nte 
Funcional 
Ramo(s) do 
Nervo 
Forame 
de 
Passagem Gânglio/Nervo 
Parassimpátic
o Associado 
Região 
Suprida 
Oftálmic
o (V1) 
ASG Lacrimal Sai pela 
fissura 
orbital 
superior 
Zigomaticotemp
oral de V2, libera 
fibras pós-
ganglionares 
parassimpáticas 
do gânglio 
pterigopalatino 
(VII) para a 
glândula 
lacrimal (EVG) 
Glândula 
lacrimal, túnica 
conjuntiva 
adjacente, 
região lateral 
da pele relativa 
à pálpebra 
superior 
 Frontal Sai pela 
fissura 
orbital 
superior 
 
 Supratroclear Túnica 
conjuntiva e 
pele da porção 
medial do olho 
e pele da 
região frontal 
 Supraorbital Filamentos 
para o seio 
frontal, 
pálpebra 
superior, região 
frontal e couro 
cabeludo 
 Nasociliar Sai pela 
fissura 
orbital 
superior 
Gânglio ciliar 
(III) & 
possivelmente 
fibras pós-
ganglionares 
simpáticas do 
plexo carótico 
(EVG) (pós-
ganglionares 
simpáticas para 
o músculo 
dilatador da 
pupila) 
 
 Ciliar longo 
Etmoidal 
posterior 
 Olho, córnea 
Forame EP – 
seios frontal, 
esfenoidal, 
etmoidal 
 Etmoidal anterior Forame EA – 
seios frontal, 
esfenoidal, 
etmoidal 
 Nasal interno Mucosas 
 Nasal externo Asa e ápice do 
nariz 
 Infratroclear Túnica 
conjuntiva, 
pálpebra, 
carúncula e 
saco lacrimais, 
parte lateral do 
nariz 
Maxilar 
(V2) 
ASG Zigomático Sai pelo 
forame 
redondo 
Gânglio 
pterigopalatino 
(VII) libera fibras 
pós-
ganglionares 
parassimpáticas 
secretoras para 
o nervo 
zigomaticotemp
oral para 
distribuição ao 
nervo lacrimal 
para a glândula 
lacrimal (EVG) 
 
 Zigomaticofacial Pele da 
bochecha 
 Zigomaticotempo
ral 
 Libera fibras 
secretoras para 
o nervo lacrimal 
para a glândula 
lacrimal 
Pele da região 
temporal 
Maxilar 
(V2) 
ASG Pterigopalatino Esses nervos atuam como conexões funcionais 
para o gânglio pterigopalatino, permitindo a 
passagem de fibras pós-ganglionares 
parassimpáticas para o nervo zigomático e fibras 
sensitivas do maxilar através do gânglio como 
outros ramos do nervo maxilar 
 Orbital Entra na fissura 
orbital inferior 
 Periórbita, 
seios etmoidal 
e esfenoidal 
 Palatino maior Sai pelo forame 
palatino maior 
Gânglio 
pterigopalati
no (VII) 
libera fibras 
pós-
ganglionares 
parassimpáti
cas 
secretoras 
para 
glândulas 
salivares 
menores da 
cavidade 
nasal, 
faringe e 
palato (EVG) 
Palato mole 
adjacente, 
palato duro, 
gengiva, 
mucosa da 
região anterior 
até os dentes 
incisivos 
(conectado ao 
nasopalatino) 
 Palatino menor Sai pelo forame 
palatino menor 
Libera fibras 
secretoras 
para as 
Palato mole, 
tonsila e úvula 
(Muitas das 
aferentes 
glândulas do 
palato mole 
conectadas ao 
nervo facial) 
 Ramos nasais 
posterossuperi
ores 
Sai pelo forame 
esfenopalatino 
Libera fibras 
secretoras 
para as 
glândulas da 
cavidade 
nasal 
Cavidade nasal 
suprindo a 
mucosa das 
conchas 
superior e 
média, do 
septo nasal e 
do seio 
etmoidal. O 
tronco maior é 
o nasopalatino 
 Nasopalatino Sai pelo canal 
incisivo 
Libera fibras 
secretoras 
para as 
glândulas da 
cavidadenasal 
Entre o septo e 
a mucosa até a 
região dos 
incisivos. 
Inerva o palato 
anteriormente e 
lateralmente, 
até o nível dos 
dentes 
(conecta-se ao 
nervo palatino 
maior) 
 Ramos 
faríngeos 
Entra no canal 
palatovaginal 
Libera fibras 
secretoras 
para as 
glândulas da 
parte nasal 
da faringe e 
do seio 
esfenoidal 
Entra no canal 
palatovaginal. 
Inerva a 
mucosa da 
parte nasal da 
faringe até a 
tuba auditiva 
 Alveolar 
superior 
posteriora 
Entra no 
forame alveolar 
posterior ou 
superior 
 Algumas vezes 
ramificado. 
Passa sobre o 
túber da maxila 
para inervar a 
mucosa da 
bochecha e 
gengiva 
adjacente. 
Entra no 
forame alveolar 
superior 
posterior para 
se distribuir ao 
seio maxilar e 
às raízes dos 3 
dentes molares 
maxilares 
(exceto a raiz 
mesial bucal do 
primeiro molar) 
Maxilar 
(V2) 
ASG Infraorbital Este nervo é uma continuação do nervo maxilar 
no interior do assoalho da órbita, via fissura orbital 
inferior e saindo do crânio pelo forame infraorbital 
 Alveolar superior 
médioa 
 Parede lateral 
do seio maxilar, 
entra na raiz 
mesial bucal do 
primeiro dente 
pré-molar e de 
todas as raízes 
pré-molares 
 Alveolar superior 
anteriora 
 Parede anterior 
do seio maxilar, 
entra nas 
raízes dos 
dentes 
anteriores e 
ramos para o 
assoalho da 
cavidade nasal 
inervando o 
meato nasal 
inferior e a 
mucosa 
adjacente 
 Ramos 
palpebrais 
inferiores 
Sai pelo forame 
infraorbital 
 Pele e túnica 
conjuntiva da 
pálpebra 
inferior 
 Ramos nasais 
externos 
Sai pelo forame 
infraorbital 
 Pele da região 
lateral do nariz 
 Ramos labiais 
superiores 
Sai pelo forame 
infraorbital 
 Pele e mucosa 
do lábio 
superior 
Mandibul
ar (V3) 
ASG Raiz sensitiva Sai pelo forame 
oval 
Raízes motora e sensitiva se 
unem fora do crânio (forame 
oval) para formar um nervo 
misto. Alguns ramos são 
sensitivos, outros motores, 
enquanto a maior parte é mista 
 Do tronco: 
Meníngeo 
Recorrente 
Entra no 
forame 
espinhoso 
 Dura-máter e 
células 
mastóideas 
 Da divisão 
anterior: Bucal 
 Pele da 
bochecha 
sobre o 
músculo 
bucinador, 
atravessando 
este músculo 
para inervar a 
mucosa da 
boca e gengiva 
adjacente. 
(Pode se 
comunicar com 
o nervo facial 
para 
distribuição) 
 Ramos 
articulares para 
a ATM Do: nervo 
massetéricob 
 Articulação 
temporomandib
ular 
 Da divisão 
posterior: 
Lingual 
 Une-se ao 
corda do 
tímpano (VII) 
liberando as 
Os 2/3 
anteriores da 
língua com 
ASG e libera 
fibras (AVE) 
para o 
paladar dos 
2/3 
anteriores 
da língua e 
fibras pré-
ganglionares 
parassimpáti
cas para o 
gânglio 
submandibul
ar (VII); 
libera fibras 
pós-
ganglionares 
parassimpáti
cas para o 
gânglio 
sublingual, 
inervando as 
glândulas 
salivares 
menores do 
assoalho da 
boca (EVG) 
AVE (paladar) 
do nervo facial 
para os botões 
gustativos dos 
2/3 anteriores 
da língua. 
Fibras pós-
ganglionares 
parassimpática
s do gânglio 
submandibular 
passam 
diretamente à 
glândula 
submandibular. 
Aquelas 
destinadas à 
glândula 
sublingual e a 
outras 
glândulas 
menores 
entram na 
língua para 
distribuição 
glandular 
 Alveolar inferior Entra no 
forame da 
mandíbula 
 Dentes 
mandibulares e 
tecidos de 
suporte via 
plexo dental, 
duas 
terminações – 
o tronco 
principal 
continua até os 
dentes incisivos 
e outro terminal 
é o nervo 
mentual 
 Mentual Sai pelo forame 
mentual 
 Pele do mento, 
lábio inferior, 
além das 
superfícies 
mucosas 
 Auriculotempor
al 
 Gânglio 
ótico (IX) se 
comunica 
com fibras 
pós-
ganglionares 
parassimpáti
cas para 
distribuição 
à glândula 
parótida 
(EVG) 
Distribuição 
pelo nervo 
temporal 
superficial 
sobre a pele da 
região 
temporal. 
Ramos 
articulares para 
a ATM e fibras 
secretoras do 
gânglio ótico 
para a glândula 
parótida 
ASG, aferente somático geral; ATM, articulação temporomandibular; EVG, eferente visceral geral. 
aNervos alveolares superiores anterior, médio e posterior comunicam-se formando um plexo dental 
antes de inervar os dentes. 
bO nervo massetérico da divisão anterior é um nervo misto. Suas fibras sensitivas são os ramos 
articulares para a ATM. 
Quadro 18.4 Nervo Trigêmeo – Componentes Motores 
Divisão do 
Nervo 
Trigêmeo 
Componente 
Funcional 
Ramo do Nervo Músculos 
Inervados 
Mandibular 
(V3) 
EVE Raízes sensitivas e motoras do nervo trigêmeo 
saem pelo forame oval e, então, se unem para 
formar o tronco do nervo que se divide em ramos 
anterior e posterior. Alguns nervos são sensitivos e 
outros são motores e um outro grupo é misto. 
Somente os componentes motores serão 
apresentados 
 Do Tronco 
 Nervo para o músculo 
pterigóideo medial 
Nervo para o músculo tensor 
do tímpano 
Nervo para o músculo tensor 
do véu palatino 
Pterigóideo 
medial 
Tensor do 
tímpano 
Tensor do véu 
palatino 
 Da Divisão Anterior 
 Nervos temporais 
profundos(anterior e 
posterior) 
Nervo para o músculo 
pterigóideo lateral 
Nervo massetérico 
Temporal 
Pterigóideo 
lateral 
Masseter 
 Da Divisão Posterior 
 Nervo milo-hióideo 
Nervo para o ventre anterior do 
músculo digástrico 
Milo-hióideo 
Ventre anterior do 
digástrico 
EVE, eferente visceral especial. 
Nervo Maxilar V2 
 Resumo. A divisão maxilar do nervo trigêmeo possui apenas o componente ASG. 
O nervo maxilar, a segunda divisão do nervo trigêmeo, é puramente sensitivo e 
supre a pele lateral do nariz, das bochechas, das pálpebras, da parte média da 
face, a parte nasal da faringe, a tonsila, o palato, o seio maxilar, a gengiva, os 
dentes e as estruturas associadas da maxila. O nervo sai do crânio pelo forame 
redondo, após a passagem pela parte posterior do seio cavernoso. Do forame 
redondo, o nervo segue através da fossa pterigopalatina para entrar no assoalho 
da órbita, na altura da fissura orbital inferior. Nesse ponto ele passa a ser 
chamado de nervo infraorbital, entra no canal infraorbital e sai na face pelo 
forame infraorbital (Figuras 18.5 e 18.6 e Quadros 18.3 e18.5). 
Ao longo desse trajeto, o nervo maxilar provê vários ramos no interior do 
crânio, na fossa pterigopalatina, na órbita, bem como na face. No interior do 
crânio, ele emite o nervo meníngeo médio que inerva a dura-máter. Vários 
ramos também se originam do nervo à medida que ele atravessa a fossa 
pterigopalatina. 
Nervo Zigomático 
O nervo zigomático, o primeiro ramo que se origina do nervo maxilar, quando 
ele atravessa a fossa pterigopalatina, entra na órbita e divide-se nos nervos 
zigomaticofacial e zigomaticotemporal. Ambos os nervos entram no 
zigomático e saem dele através de forames de mesmo nome, na superfície 
externa da face (Figura 18.5). O nervo zigomaticofacial chega na face para 
prover a sensibilidade cutânea da bochecha. O nervo zigomaticotemporal sai na 
fossa temporal para se distribuir na pele da região lateral da área frontal. Antes 
de deixar a órbita, o nervo zigomaticotemporal emite um ramo para o nervo 
lacrimal. Essa comunicação corresponde a fibras pós-ganglionares 
parassimpáticas derivadas do VII nervo craniano e que passam pelo nervo 
zigomático, a partir do gânglio pterigopalatino (ver Quadro 18.2). O gânglio 
pterigopalatino está associado ao nervo maxilar, no interior da fossa 
pterigopalatina, estando conectado a ele por intermédio dos nervos 
pterigopalatinos (Figura 18.6). 
Nervos Pterigopalatinos 
Os nervos pterigopalatinos fazem parte do nervo maxilar e não do gânglio 
pterigopalatino, embora eles enviem comunicações funcionais com o gânglio, 
permitindo a passagem de fibraspós-ganglionares parassimpáticas do gânglio 
para o tronco do nervo, visando a sua distribuição na glândula lacrimal (Figura 
18.6 e Quadro 18.2). 
 
 
 
 
 
Quadro 18.5 Nervos Cranianos – Avaliação Clínica 
Nervo 
Craniano 
Componente 
Funcionala 
Abordagem Clínica Disfunção Percebida 
I Olfatório AVE Testa-se a capacidade do 
paciente em identificar 
diferentes odores (café, 
baunilha) com os olhos 
fechados. Cada lado é 
testado de forma 
independente. 
Lesão como fratura do etmoide 
pode resultar em anosmia 
(perda da sensibilidade 
olfatória). 
II Óptico ASE Tabelas são usadas para 
testar a acuidade visual. 
Os campos visuais são 
determinados 
examinando-se o 
paciente enquanto ele 
observa um objeto que se 
move de lateral para 
medial. O oftalmoscópio é 
usado para observar a 
retina, o disco do nervo 
óptico e os vasos 
sanguíneos. 
Lesão da retina, em geral, 
resulta em cegueira do lado 
afetado. A lesão além do 
quiasma óptico apresentará 
perda parcial da visão. 
III Oculomotor ESG Pede-se ao paciente que 
acompanhe, apenas com 
os olhos, o dedo do 
examinador que se move 
na vertical, medialmente 
e na horizontal. Observa-
se a convergência dos 
olhos. 
Lesão deste componente pode 
causar paralisia de todos os 
músculos extrínsecos do bulbo 
do olho, exceto o reto lateral e 
o oblíquo superior. A lesão 
produz estrabismo divergente 
e incapacidade de olhar 
verticalmente. A ptose 
palpebral também é 
identificada (queda da 
pálpebra). 
 EVG O paciente é examinado 
para testar o reflexo 
pupilar quando um feixe 
de luz é aplicado e 
retirado de cada olho. 
Observe e compare as 
constrições e dilatações 
no olho afetado e não 
afetado. 
Lesão deste componente 
produzirá perda do reflexo 
pupilar, pupilas dilatadas e 
perda da capacidade de ajuste 
de foco pela ação pupilar. 
IV Troclear ESG Análise deste nervo é 
realizada durante o teste 
do nervo oculomotor. 
Lesão deste nervo levará a 
visão dupla e incapacidade de 
rodar o olho inferolateralmente. 
V Trigêmeo 
Divisão 
oftálmica (V1) 
ASG Teste o reflexo 
corneopalpebral com um 
filamento de algodão. 
Toque com um alfinete a 
região frontal (dor), 
aplique estímulos com 
objetos quentes e frios 
(temperatura). 
Lesão desta divisão inibirá o 
reflexo corneopalpebral e 
reduzirá a sensibilidade sobre 
essa região (V1). 
Divisão maxilar 
(V2) 
ASG Teste a sensibilidade da 
área (V2) com o paciente 
de olhos fechados (tato), 
toque com um alfinete 
Lesão desta divisão reduzirá a 
sensibilidade sobre essa 
região (V2). 
(dor), aplique objetos 
quentes e frios 
(temperatura). 
Divisão 
mandibular (V3) 
ASG Teste a sensibilidade da 
área (V3) com o paciente 
de olhos fechados (tato), 
toque com um alfinete 
(dor), aplique objetos 
quentes e frios 
(temperatura). 
Lesão desta divisão reduzirá a 
sensibilidade sobre essa 
região (V3). 
Divisão 
mandibular (V3) 
EVE Peça que o paciente 
pressione os dentes, abra 
a boca e mova a 
mandíbula de um lado 
para o outro contra 
resistência. A força 
muscular do temporal e 
do masseter deverá ser 
comparada entre os dois 
lados por palpação. 
Lesão desta modalidade pode 
causar paralisia dos músculos 
da mastigação, provocando, 
assim, um desvio da 
mandíbula para o mesmo lado 
da lesão. 
VI Abducente ESG Análise deste nervo é 
realizada durante o teste 
do nervo oculomotor. 
Lesão deste nervo levará a 
visão dupla e paralisia do 
músculo reto lateral; assim, os 
olhos permanecerão rodados 
medialmente no lado afetado. 
VII Facial AVE Teste o paladar para o 
doce e salgado nos 2/3 
anteriores da língua. 
Lesão deste componente 
reduzirá ou abolirá a 
capacidade de sentir o gosto 
nos 2/3 anteriores da língua. 
 EVG Observe o 
lacrimejamento pela 
exposição a substâncias 
irritantes (amônia). 
Lesão deste componente 
reduzirá ou abolirá a 
capacidade de secretar 
lágrimas do lado afetado. A 
produção de muco na cavidade 
nasal e as secreções salivar 
das glândulas sublingual e 
submandibular são mais 
difíceis de avaliar. 
 EVE Observe a simetria da 
face ao pedir que o 
paciente feche os olhos, 
faça uma “careta”, sorria, 
assobie, franza as 
sobrancelhas. Olhe para 
o lado flácido e caído da 
face. 
Lesão deste componente, 
como ocorre no acidente 
vascular encefálico, causa 
paralisia dos músculos da 
expressão facial, que leva a 
um desvio da face e 
incapacidade de desenvolver 
as expressões faciais no lado 
afetado.3 
VIII 
Vestibulococlear 
Divisão Coclear 
ASE Teste com um diapasão 
as conduções aérea e 
óssea do som. 
Perda da audição pela 
condução aérea indica uma 
lesão ou doença da orelha 
média. Perda da condução 
óssea indica surdez 
neurossensorial. 
Divisão 
vestibular 
ASG (PE) Teste a marcha em linha 
reta, tonteiras. Observe a 
presença de nistagmo 
(movimentos oculares 
rápidos). 
Lesão da divisão vestibular 
provoca vertigem, náuseas, 
vômitos e movimentos 
incontroláveis dos olhos. 
IX 
Glossofaríngeo 
AVG Teste o reflexo de 
sufocamento e a 
deglutição, além da 
posição da úvula durante 
esse procedimento. Teste 
a sensibilidade tátil no 
terço posterior da língua.b 
Lesão deste componente 
reduzirá ou inibirá o reflexo do 
sufocamento e produzirá 
dificuldades na deglutição. 
Reduzirá ou inibirá, ainda, a 
sensibilidade geral no 1/3 
posterior da língua. A 
sensibilidade do corpo e do 
seio caróticos também ficará 
comprometida, podendo levar 
a alterações na pressão 
arterial e na pressão parcial de 
oxigênio da corrente 
sanguínea. 
 AVE Teste a discriminação 
dos sabores amargo e 
azedo no 1/3 posterior da 
língua e nas papilas 
circunvaladas. 
Lesão deste componente 
reduziria ou aboliria a 
capacidade do sentido do 
paladar no 1/3 posterior da 
língua e nas papilas 
circunvaladas. 
 EVG Observe o fluxo de saliva 
da glândula parótida 
Lesão deste componente 
reduziria ou aboliria a secreção 
de saliva pela glândula 
parótida. 
X Vagoc EVE Solicite que o paciente 
diga “aahhhh” para 
observar a elevação do 
palato mole, testar a 
deglutição e a fala. 
Lesão deste componente 
evitará que o palato mole seja 
elevado e criará dificuldades 
na deglutição e na fala. 
XI Acessóriod EVE Peça ao paciente que 
eleve os ombros e que 
rode a cabeça contra 
resistência. 
Lesão deste componente 
reduziria ou aboliria o 
movimento da cabeça e dos 
ombros. 
XII Hipoglosso ESG Peça que o paciente faça 
a protrusão e a retração 
da língua. 
Lesão deste nervo será 
acompanhada por um desvio 
da língua em direção ao lado 
afetado durante a sua 
protrusão e esse lado se 
apresentará retraído e 
enrugado. 
ASE, aferente somático especial; ASG, aferente somático geral; AVE, aferente visceral especial; ESG, 
eferente somático geral; EVE, eferente visceral especial; EVG, eferente visceral geral; PE, 
propriocepção especial. 
aObserve que alguns componentes associados a determinados nervos cranianos não foram 
representados neste quadro, porque algumas áreas da cabeça e do pescoço recebem inervação 
superposta de mais de um nervo craniano, dificultando, assim, a avaliação definitiva. Por exemplo, a 
área ao redor da concha da orelha e do meato acústico externo recebe inervação sensitiva de vários 
nervos cranianos, além de contribuições do plexo cervical, tornando a avaliação muito difícil. 
bComo existe uma íntima associação e conexões de fibras dos nervos glossofaríngeo, vago e 
acessório, há uma dificuldade de distinguir, na avaliação clínica, os componentes aferentes. Contudo, 
o reflexo de sufocamento é, em geral, considerado um teste definitivo para a identificação de uma 
lesão no nervo glossofaríngeo. 
cEmbora o nervo vago inerve estruturas viscerais no tórax e no abdome, o conteúdodeste quadro foi 
restrito a suas funções na cabeça e no pescoço. 
dAqui foi admitido que o componente EVE do nervo acessório que supre os músculos 
esternocleidomastóideo e trapézio se origine da raiz craniana do nervo acessório. Lembre-se de que 
o componente EVE do nervo vago também faz parte da raiz craniana do nervo acessório. Portanto, a 
lesão dessa raiz poderia afetar ambas as áreas supridas pelos nervos vago e acessório. 
3N.T.: O acidente vascular encefálico não é um bom exemplo, pois não há lesão do nervo facial nesses 
casos. Aí a lesão é central e se manifesta de forma diferente da lesão do nervo facial quanto aos 
músculos acometidos e quanto ao lado paralisado. 
Fibras pós-ganglionares parassimpáticas adicionais comunicam o gânglio 
pterigopalatino aos ramos do nervo maxilar e se destinam às glândulas do palato 
e da cavidade nasal, onde essas fibras parassimpáticas agem na função 
secretora. 
Existem vários ramos do nervo maxilar que parecem se originar do gânglio, 
mas, na verdade, são ramos dos dois nervos pterigopalatinos. Esses ramos 
emergem após os nervos pterigopalatinos terem passado através do gânglio. 
Esses ramos são: orbital, palatino, nasal superior posterior e faríngeo. 
Ramos Orbitais 
Os ramos orbitais entram na órbita para suprir a periórbita, as células etmoidais 
posteriores e o seio esfenoidal. 
Nervo Palatino Maior 
O nervo palatino maior deixa o gânglio e, com um trajeto descendente, entra no 
canal pterigopalatino para, finalmente, emergir no palato através do forame 
palatino maior (Figura 18.6). 
O nervo palatino maior inerva a margem anterior do palato mole, o palato 
duro, a gengiva e a mucosa dessa região, até, anteriormente, o limite dos dentes 
incisivos, onde ele se comunica com o nervo nasopalatino. 
Em seu trajeto descendente no canal pterigopalatino, os ramos nasais 
posteroinferiores são emitidos, inervando a concha nasal inferior e os meatos 
médio e inferior. 
O nervo palatino maior se divide, no interior do canal, para formar o nervo 
palatino menor, que sai em direção ao palato através de dois ou três forames 
de mesmo nome e que inerva o palato mole, a tonsila e a úvula (Figura 18.6). 
Grande parte da vias aferentes dessa região provém das comunicações do 
nervo facial com o nervo palatino menor, através do gânglio pterigopalatino, 
por intermédio do nervo petroso maior e do nervo do canal pterigóideo. Esses 
nervos serão descritos com o nervo facial. 
Ramos Nasais Posterossuperiores 
Os ramos nasais posterossuperiores entram na cavidade nasal através do forame 
esfenopalatino para suprir a mucosa que recobre as conchas superior e média, 
o septo nasal e o seio etmoidal (Figura 18.6). 
Um desses ramos, o nervo nasopalatino, é maior do que os demais e 
continua anteriormente entre o septo nasal e a camada mucosa para alcançar o 
canal incisivo, através do qual ele passa a se comunicar com o nervo do lado 
oposto (Figura 18.6). Ele inerva a parte anterior do palato até a cúspide do dente, 
posteriormente, e a sua área de inervação se superpõe com a área do nervo 
palatino maior. 
Ramo Faríngeo 
Um ramo faríngeo deixa a parte posterior do gânglio para entrar no canal 
palatovaginal. Ele inerva a mucosa e a parte nasal da faringe até a tuba auditiva 
(Figura 18.6). 
Nervo(s) Alveolar(es) Superior(es) Posterior(es) 
O(s) nervo(s) alveolar(es) superior(es) posterior(es) se origina(m) do tronco do 
nervo maxilar, no interior da fossa pterigopalatina (Figura 18.5). 
Este nervo, que pode apresentar mais de um ramo terminal, desce sobre o túber 
da maxila emitindo ramos para a mucosa da bochecha e da gengiva adjacente. 
O nervo alveolar superior posterior então entra nos forames de mesmo nome 
para inervar o seio maxilar e os dentes molares, com exceção da raiz mesobucal 
do primeiro molar. A inervação sensitiva dessa raiz é fornecida pelo nervo 
alveolar superior médio, que será descrito na próxima seção. 
Nervo Infraorbital 
Após atravessar a fossa pterigopalatina, o nervo maxilar entra no assoalho da 
órbita, tornando-se, assim, o nervo infraorbital (Figura 18.5). 
Após entrar na órbita, o nervo infraorbital emite o nervo alveolar superior 
médio na parede lateral do seio maxilar, que é inervada por ele. Ramos deste 
nervo penetram na raiz mesobucal do primeiro molar e em todas as raízes dos 
dentes pré-molares. 
Seguindo anteriormente, o nervo infraorbital emite um nervo alveolar 
superior anterior, pouco antes da sua saída do forame infraorbital. O nervo 
alveolar superior anterior supre a parte anterior do seio maxilar e as raízes dos 
dentes anteriores. Além disso, pequenos ramos desse nervo entram na cavidade 
nasal para inervar o seu assoalho, o meato inferior e a mucosa adjacente. 
Os nervos alveolares anterior, médio e posterior se interconectam, formando 
um plexo dental, antes de inervar os dentes maxilares. 
À medida que o nervo infraorbital sai do crânio pelo forame infraorbital ele 
emite os seguintes ramos principais: 
■Ramos palpebrais inferiores, que sobem até a pálpebra inferior. 
■Ramos nasais externos, inervando a parte lateral do nariz. 
■Ramos labiais superiores, inervando o lábio superior. 
Nervo Mandibular V3 
 Resumo. A divisão mandibular do nervo trigêmeo apresenta os componentes 
funcionais ASG, EVE e PG (fibras proprioceptivas gerais para o sentido cinestésico dos 
músculos da mastigação). 
O nervo mandibular, o maior dentre as três divisões do nervo trigêmeo, é a única 
divisão que contém ambos os componentes, sensitivo e motor. As fibras 
sensitivas inervam a pele da parte inferior da face, da bochecha, do lábio 
inferior, da concha da orelha, do meato acústico externo, da articulação 
temporomandibular e da região temporal. Esse componente sensitivo supre, 
ainda, a mucosa da bochecha, dos dois terços anteriores da língua, os dentes 
mandibulares e estruturas de suporte, a gengiva, as células mastóideas, a 
mandíbula e porções da dura-máter. 
O componente motor supre todos os músculos desenvolvidos do primeiro 
arco faríngeo: os músculos da mastigação, incluindo os músculos temporal, 
masseter, pterigóideos medial e lateral, bem como os músculos tensor do 
tímpano e tensor do véu palatino, o ventre anterior do músculo digástrico e o 
músculo milo-hióideo (Figura 18.7 e Quadros de 18.3 a 18.5). 
Como já descrito, as raízes sensitiva e motora não se unem antes de sair do 
crânio. Em vez disso, ambas as raízes passam através do forame oval e se unem 
na parte externa do crânio, formando o tronco mandibular. Este tronco é um 
nervo misto que logo se divide em um componente anterior, primariamente 
motor, e um grande componente posterior, que é principalmente sensitivo. 
Ao sair do forame oval e em contato profundo com o nervo mandibular 
encontramos o gânglio ótico. Embora esse gânglio parassimpático (ver Quadro 
18.2) esteja em íntima associação com o nervo mandibular, por meio do nervo 
para o músculo pterigóideo medial que passa através dele, as fibras pré-
ganglionares parassimpáticas que fazem sinapses no interior do gânglio 
derivam do nervo petroso menor, um ramo do nervo glossofaríngeo. 
As fibras pós-ganglionares desse gânglio são secretoras para a glândula 
parótida e usam o nervo auriculotemporal para a sua distribuição. O nervo 
mandibular possui vários ramos: alguns saem do tronco do nervo, outros da sua 
divisão anterior, enquanto outros da sua divisão posterior; eles serão descritos 
nesta ordem nas seções seguintes. 
Ramos do Tronco do Nervo Mandibular 
Dois ramos se originam do tronco do nervo mandibular: o nervo meníngeo 
recorrente o nervo pterigóideo medial. 
O nervo meníngeo recorrente sai do tronco do nervo mandibular e sobe em 
direção posterior para entrar no crânio, através do forame espinhoso, em 
companhia da artéria meníngea média. Esse nervo supre a dura-máter, enquanto 
algumas fibras inervam ascélulas mastóideas. 
O nervo pterigóideo medial se origina da parte posterior do tronco 
mandibular, passa através do gânglio ótico e, então, entra na superfície profunda 
do músculo pterigóideo medial, suprindo a sua inervação motora (Figura 18.7). 
Dois pequenos ramos se originam do nervo para o músculo pterigóideo 
medial: o nervo para o músculo tensor do tímpano, que penetra na cartilagem 
da tuba auditiva para suprir o músculo tensor do tímpano com inervação motora, 
e o nervo para o músculo tensor do véu palatino, que entra no músculo em 
sua região de origem, suprindo-o também com inervação motora. 
Ramos da Divisão Anterior do Nervo Mandibular 
O menor ramo da divisão anterior supre todos os demais músculos da 
mastigação com inervação motora (Figura 18.7). 
O nervo bucal é o único ramo da divisão anterior que é sensitivo. 
Originando-se dessa divisão temos os nervos temporais profundos, pterigóideo 
lateral, massetérico e bucal. 
Os nervos temporais profundos se originam da divisão anterior e 
ascendem, em geral, por meio dos ramos anterior e posterior, entre as duas 
cabeças do músculo pterigóideo lateral para entrar na superfície profunda do 
músculo temporal que eles inervam. Frequentemente, o ramo anterior se origina 
do nervo bucal, enquanto o ramo posterior pode se originar em comum com o 
nervo massetérico. 
O nervo pterigóideo lateral é muito curto e entra quase imediatamente na 
face profunda do músculo pterigóideo lateral, que é inervado por ele. Este nervo 
pode se originar do nervo bucal à medida que ele passa entre as duas cabeças 
do músculo pterigóideo lateral. 
O nervo massetérico passa acima do músculo pterigóideo lateral em seu 
trajeto para a incisura da mandíbula, que ele cruza para penetrar no músculo 
masseter, em companhia da artéria massetérica; ele emite ramos sensitivos para 
a articulação temporomandibular antes de entrar no músculo. 
A origem do nervo bucal (na clínica é comumente conhecido como nervo 
bucal longo) é variável. Ocasionalmente ele pode se originar, isoladamente, do 
gânglio trigeminal, chegando ao seu destino por um forame específico. 
Alternativamente, ele pode se originar do nervo alveolar inferior da divisão 
posterior. A descrição que se segue admite a origem do nervo bucal da divisão 
anterior. O nervo bucal ascende, passando entre as duas cabeças do músculo 
pterigóideo lateral. Aqui ele emite ramos para os músculos temporal e/ou 
pterigóideo lateral. Em seguida ele desce para se ramificar sobre o músculo 
bucinador, suprindo com inervação sensitiva a pele da bochecha. Outros ramos 
perfuram o músculo bucinador para prover a inervação sensitiva da mucosa 
bucal e da gengiva adjacente. O nervo bucal se comunica com o nervo facial, 
formando um plexo sobre o músculo bucinador, facilitando a distribuição dos 
dois nervos. Devemos lembrar que o nervo bucal é exclusivamente sensitivo e, 
por isso, não inerva o músculo bucinador (ver seção VII. Nervo Facial). 
Ramos da Divisão Posterior do Nervo Mandibular 
A divisão posterior do nervo mandibular possui uma função principalmente 
sensitiva, tendo apenas o nervo milo-hióideo como o único nervo motor. Os 
nervos que se originam dessa divisão do nervo mandibular são o lingual, o 
alveolar inferior e o auriculotemporal (Figura 18.7). 
O nervo lingual desce profundamente ao músculo pterigóideo lateral e, 
então, segue para a frente entre o músculo pterigóideo medial e a mandíbula, 
onde ele se une ao nervo corda do tímpano, um ramo do nervo facial. O nervo 
lingual então desce sobre os músculos constritor superior da faringe e 
estiloglosso para alcançar a face lateral da língua, adjacente ao músculo 
hioglosso. Aqui ele se posiciona entre este músculo e a glândula submandibular. 
O nervo segue em direção ao ápice da língua, ao longo do ducto 
submandibular, logo abaixo da mucosa. 
Fibras do nervo lingual, originadas do nervo trigêmeo, fornecem inervação 
sensitiva à mucosa dos dois terços da língua, a gengiva lingual e outras 
estruturas adjacentes. 
As fibras que comunicam o nervo lingual com o nervo facial, por meio do 
corda do tímpano, possuem duas funções: 
■Um grupo envia fibras sensitivas para o paladar, inervando os botões 
gustativos dos dois terços anteriores da língua; essas fibras são 
distribuídas pelo nervo lingual. 
■O outro grupo fornece as fibras pré-ganglionares parassimpáticas 
destinadas ao gânglio submandibular (ver Quadro 18.2). O gânglio está 
suspenso ao nervo lingual à medida que esse nervo passa entre o músculo 
hioglosso e a glândula submandibular. As fibras pré-ganglionares 
(contribuição do nervo corda do tímpano) deixam o nervo lingual para 
fazer sinapses nos corpos das células pós-ganglionares, no interior do 
gânglio. 
As fibras pós-ganglionares passam diretamente à glândula submandibular ou 
retornam ao nervo lingual para distribuição (fibras secretoras) na glândula 
sublingual e em outras glândulas salivares menores no assoalho da boca. 
O nervo alveolar inferior desce acompanhando, mas lateralmente a, o nervo 
lingual, juntamente com a artéria alveolar inferior, no seu trajeto em direção ao 
forame da mandíbula. 
O nervo milo-hióideo se origina do nervo alveolar inferior logo antes de este 
nervo entrar no forame da mandíbula. O nervo milo-hióideo desce no sulco 
milo-hióideo da mandíbula e então, entra no músculo milo-hióideo, provendo a 
sua inervação motora. Uma porção desse nervo continua na face superficial do 
músculo em direção ao ventre anterior do músculo digástrico, suprindo-o com 
inervação motora. 
Após a entrada no forame da mandíbula, o nervo alveolar inferior segue no 
interior do canal da mandíbula, formando um plexo dental que fornece 
inervação sensitiva aos dentes mandibulares e às estruturas de suporte. 
O nervo se divide em dois ramos terminais: o nervo mentual, que sai pelo 
forame mentual e provê inervação da pele do lábio inferior e do mento, bem 
como da mucosa do lábio inferior; o outro, o nervo incisivo, supre os dentes 
anteriores e as estruturas de suporte com inervação sensitiva. 
O nervo auriculotemporal se origina, em geral, de duas radículas que saem 
do tronco da divisão posterior. Uma radícula passa profundamente, enquanto a 
outra passa superficialmente à artéria meníngea média, formando uma alça ao 
seu redor, antes de a artéria entrar no forame espinhoso. As duas radículas se 
unem, formando o nervo auriculotemporal, que segue profundamente ao 
músculo pterigóideo lateral. Após emergir no colo da mandíbula, o nervo segue 
para cima, juntamente com a artéria temporal superficial, no interior da glândula 
parótida. Ele continua para cima, passando entre a concha da orelha e a 
articulação temporomandibular, saindo da glândula para passar lateralmente ao 
arco zigomático e, em seguida, enviar suas fibras com o nome de nervos 
temporais superficiais à pele da região temporal. 
Em seu trajeto, o nervo auriculotemporal envia ramos articulares para a 
articulação temporomandibular, ramos auriculares anteriores para a porção 
anterior da orelha externa, ramos para o meato acústico externo e ramos 
para a glândula parótida. Aqueles ramos para a glândula parótida são fibras 
pós-ganglionares cujos corpos celulares estão localizados no gânglio ótico. 
Essas fibras, responsáveis pela inervação secretora da glândula, estão 
comunicadas com as radículas do nervo auriculotemporal, ligadas ao gânglio 
ótico para distribuição na glândula parótida (ver Quadro 18.2). 
As fibras pré-ganglionares parassimpáticas para o gânglio ótico são 
fornecidas pelo ramo petroso menor do nervo glossofaríngeo. 
Embora o nervo auriculotemporal seja exclusivamente sensitivo, ele e o 
nervo facial comunicam-se livremente, próximo à glândula parótida, facilitando 
a distribuição de cada um dos nervos. 
VI. NERVO ABDUCENTE 
 Resumo. Os componentes ESG e PG (fibras proprioceptivas geraispara o sentido 
cinestésico dos músculos extrínsecos do bulbo do olho) são as modalidades conduzidas 
pelo nervo abducente. 
O nervo abducente se origina do encéfalo, entre a ponte e o bulbo. Em seu 
trajeto para a órbita, o nervo perfura a dura-máter que recobre o dorso da sela 
do esfenoide e entra no seio cavernoso, onde recebe conexões do plexo carótico. 
Após a entrada na fissura orbital superior, o nervo segue lateralmente ao 
músculo reto lateral que é suprido, assim, por inervação motora. Esta é a única 
função do nervo abducente (Figura 18.3 e Quadros 18.1 e 18.5). 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações Clínicas 
Lesão Unilateral da Raiz Motora do Nervo Trigêmeo4 
Lesão da raiz motora do nervo trigêmeo resultará em paralisia flácida e atrofia muscular ipsilaterais 
dos músculos da mastigação e de outros músculos que recebem suprimento motor da divisão 
mandibular do nervo trigêmeo. Adicionalmente, ocorrerá hiperacusia em uma das orelhas pela perda 
da função do músculo tensor do tímpano do mesmo lado. 
A perda do componente aferente somático geral, do mesmo lado, resultará em diminuição da 
sensibilidade das estruturas orofaciais e nasais. 
Nevralgia do Trigêmeo 
A nevralgia do trigêmeo (“tic doloroso”) é uma condição extremamente dolorosa e debilitante que 
acomete as fibras nociceptivas (de dor) do nervo trigêmeo, em geral de etiologia desconhecida, 
mas, ocasionalmente, pode estar associada a lesões cariosas dentais. A dor é comumente 
excruciante e sentida na face, dentes, gengivas, cavidade nasal e seios paranasais, bem como no 
meato acústico externo. Essas áreas são inervadas pelas divisões maxilar e mandibular do nervo 
trigêmeo e raramente afetam a região suprida pela divisão oftálmica do nervo trigêmeo. O 
tratamento varia desde a infiltração com álcool na divisão do nervo trigêmeo afetada até a seção 
cirúrgica do nervo trigêmeo no trajeto entre a ponte e o gânglio trigeminal. 
Considerações Clínicas 
Lesão do Nervo Abducente 
O nervo abducente provê inervação motora para o músculo reto lateral. Quando afetado, o músculo 
do mesmo lado da lesão ficará paralisado, levando a um desvio medial do bulbo do olho, resultando 
em diplopia (visão dupla). 
VII. NERVO FACIAL 
 Resumo. Os componentes EVE, EVG, AVE, AVG e ASG são as modalidades 
conduzidas pelo nervo facial. 
O nervo facial possui vários componentes funcionais, pois os seus ramos 
suprem as estruturas no interior do temporal, da região profunda da face, da 
cavidade oral e da região superficial da face. Os componentes conduzidos pelo 
nervo facial incluem: eferente visceral especial, eferente visceral geral, aferente 
visceral especial, aferente visceral geral e aferente somático geral (Figuras 18.8 
e 18.9 e Quadros 18.1, 18.2 e 18.5). 
Os componentes do nervo facial e suas distribuições são os seguintes (ver 
Figura 18.8 e Quadros 18.1, 18.2 e 18.5): 
■Componente motor visceral especial supre todos os músculos 
derivados do segundo arco faríngeo, incluindo os músculos da expressão 
facial, bucinador, platisma, do couro cabeludo e da concha da orelha, 
estapédio, ventre posterior do músculo digástrico e músculo estilo-
hióideo. 
■Componente sensitivo geral supre o meato acústico externo. 
■Componente sensitivo visceral supre o palato mole e uma parte da 
faringe. 
■Componente sensitivo especial está relacionado com o paladar dos 
dois terços anteriores da língua. 
■Componente parassimpático é responsável pela inervação secretora 
das glândulas lacrimais, nasais, palatinas, submandibular e sublingual 
(ver Quadro 18.2). 
 
Figura 18.8 VII. Nervo facial. 
O nervo possui duas raízes, uma grande raiz motora e uma pequena raiz 
sensitiva, denominada nervo intermédio, contendo as fibras sensitivas 
especiais para o paladar, as fibras parassimpáticas e as fibras sensitivas gerais. 
As duas raízes emergem do encéfalo entre a ponte e o pedúnculo cerebelar 
inferior. 
Essas raízes entram no meato acústico interno acompanhando o nervo 
vestibulococlear, mas separadas dele à medida que as duas raízes entram na 
parte petrosa do temporal em uma câmara conhecida como canal do nervo 
facial (Figura 18.9). 
Próximo à cavidade timpânica, o nervo facial assume, de forma abrupta, um 
trajeto curvilíneo para baixo para emergir do crânio através do forame 
mastóideo. Nessa curva, onde as duas raízes se unem, encontramos o gânglio 
geniculado, o gânglio sensitivo do nervo facial (Figura 18.8 e Quadro 18.1). 
Vários ramos se originam do nervo à medida que ele segue no interior do 
temporal, incluindo o nervo petroso maior, que sai do gânglio geniculado, o 
nervo para o músculo estapédio e o nervo corda do tímpano. 
Nervo Petroso Maior 
Originando-se do gânglio geniculado, encontramos o nervo petroso maior que 
conduz fibras pré-ganglionares parassimpáticas destinadas ao gânglio 
pterigopalatino, acompanhando as fibras sensitivas do palato mole e da faringe 
(Quadros 18.1 e 18.2). O nervo facial deixa a parte petrosa do temporal através 
do hiato do canal do nervo facial, próximo do forame lacerado, e, então, entra 
no canal pterigóideo (onde se localiza o nervo do canal pterigóideo), no 
esfenoide. Nesse ponto, ele se une ao nervo petroso profundo, composto por 
fibras pós-ganglionares simpáticas oriundas do plexo carótico, cujos corpos 
celulares estão localizados no gânglio cervical superior. Essa combinação de 
nervos, conhecida como nervo do canal pterigóideo (nervo vidiano), passa 
através do canal de mesmo nome no esfenoide para atingir a fossa 
pterigopalatina, onde ele se junta ao gânglio pterigopalatino. 
 
Figura 18.9 VIII. Nervo vestibulococlear. Observe o nervo intermédio e a porção 
motora do nervo facial acompanhando as divisões vestibular e coclear na orelha 
interna. 
Fibras parassimpáticas pré-ganglionares fazem sinapse com corpos celulares 
parassimpáticos pós-ganglionares localizados no gânglio pterigopalatino. 
As fibras desses neurônios pós-ganglionares parassimpáticos são enviadas 
aos ramos dos nervos da divisão maxilar do trigêmeo para distribuição na 
glândula lacrimal, bem como nas glândulas menores da cavidade nasal, da 
faringe e do palato. 
Os componentes simpáticos do nervo do canal pterigóideo não fazem 
sinapses no gânglio pterigopalatino; em vez disso, essas fibras pós-ganglionares 
são distribuídas da mesma forma que ocorre com as fibras pós-ganglionares 
parassimpáticas. 
As fibras parassimpáticas são secretoras, enquanto as fibras simpáticas são 
principalmente responsáveis pela vasoconstrição. 
Algumas fibras sensitivas viscerais oriundas do gânglio geniculado seguem 
junto com o nervo petroso maior para distribuição pelos ramos da divisão 
maxilar no nervo trigêmeo para as regiões do palato mole, por meio do nervo 
palatino menor. 
Nervo para o Músculo Estapédio 
O nervo para o músculo estapédio se origina do nervo facial à medida que ele 
desce através da cavidade timpânica, enviando fibras motoras para aquele 
músculo. 
Nervo Corda do Tímpano 
O nervo corda do tímpano se origina do tronco do nervo facial, antes de este 
tronco emergir pelo forame estilomastóideo. O nervo corda do tímpano segue 
no sentido cranial em um canal próprio, destacando-se do tronco do nervo facial 
e inclinando-se para passar acima da membrana timpânica, cruzando o cabo do 
martelo. Ele sai da cavidade do tímpano para entrar na fissura petrotimpânica 
e, então, emerge do crânio no nível da espinha do esfenoide. O nervo corda do 
tímpano, que pode receber conexão do gânglio ótico, se une ao ramo lingual da 
divisão mandibular do nervo trigêmeo para a sua distribuição. Ele contém fibras 
sensitivas especiais destinadas aos botões gustativos dos dois terços anteriores 
da língua e fibras pré-ganglionares parassimpáticas que se dirigem ao gânglio 
submandibular (ver Figuras 18.7 e 18.8 e Quadros 18.1 e 18.2). 
O gânglio submandibular, suspensopor curtos filamentos nervosos ao 
nervo lingual à medida que este nervo passa pelo músculo hioglosso, recebe as 
fibras pré-ganglionares parassimpáticas do nervo corda do tímpano por meio da 
raiz parassimpática (Figura 18.7). Fibras pós-ganglionares parassimpáticas do 
gânglio submandibular passam para a glândula submandibular ou retornam ao 
nervo lingual para serem distribuídas à glândula sublingual e às 
glândulas salivares menores no assoalho da boca, provendo-as com inervação 
secretora. A estimulação simpática das glândulas salivares é promovida pelas 
fibras pós-ganglionares simpáticas que acompanham as artérias que suprem as 
glândulas. Essa estimulação provoca, em geral, vasoconstrição. 
Após a origem do nervo corda do tímpano, o nervo facial sai do crânio através 
do forame estilomastóideo. Ali ele origina o nervo auricular posterior e os 
nervos para os músculos estilo-hióideo e o ventre posterior do músculo 
digástrico. Então ele segue para a região retromandibular para entrar na 
glândula parótida e formar o plexo parotídeo. 
Nervo Auricular Posterior 
Quando o nervo facial sai pelo forame mastóideo, ele dá origem ao nervo 
auricular posterior que segue superiormente entre a concha da orelha e o 
processo mastoide. Ele se divide nos ramos occipital e auricular, após 
estabelecer conexões com o ramo auricular do nervo vago e com os nervos 
auricular magno e occipital menor do plexo cervical. O ramo auricular supre a 
inervação motora do músculo auricular posterior da concha da orelha e alguns 
de seus músculos intrínsecos. O ramo occipital segue posteriormente para 
inervar o músculo occipital com fibras motoras (Figura 18.8). 
Nervo para o Ventre Posterior do Músculo Digástrico 
O nervo para o ventre posterior do músculo digástrico se origina do tronco do 
nervo facial, nas proximidades do forame mastóideo, e entra nesse músculo no 
ponto médio do ventre, fornecendo a sua inervação motora (Figura 18.8). 
Nervo para o Músculo Estilo-hióideo 
O nervo para o músculo estilo-hióideo se origina do nervo facial em uma 
disposição similar ou em comum com o nervo para o ventre posterior do 
músculo digástrico. O nervo para o músculo estilo-hióideo, então, entra no 
ponto médio desse ventre, conduzindo inervação motora (Figura 18.8). 
Plexo Parotídeo 
Após a entrada na glândula parótida, o nervo facial se divide nos 
ramos temporofacial e cervicofacial, que formam o plexo parotídeo. Daí ele 
envia ramos motores para os músculos da expressão facial. Esses ramos 
terminais são denominados de acordo com as regiões que eles suprem, 
geralmente emitindo cinco importantes ramos do plexo: temporal, zigomático, 
bucal, mandibular e cervical (Figura 18.8). O espaço deste livro não permite a 
repetição de descrições completas de cada ramo, contando apenas com o que 
foi referido aqui; de uma forma geral, os ramos do nervo facial inervam os 
músculos faciais na área de distribuição de cada um dos nervos. Ao leitor mais 
interessado recomenda-se voltar ao Capítulo 8 para uma discussão da 
distribuição dos ramos do plexo parotídeo. 
Observe que os ramos do nervo facial comunicam-se livremente com os 
ramos terminais do nervo trigêmeo. Essas comunicações, por exemplo, aquelas 
entre o nervo auriculotemporal e o nervo facial, aparentemente servem para 
facilitar a distribuição dos ramos sensitivos do nervo trigêmeo nas 
proximidades da face. 
VIII. NERVO VESTIBULOCOCLEAR 
 Resumo. Os componentes ASE e PE (propriocepção especial dentro da dinâmica 
vestibular para o equilíbrio do corpo) são as modalidades conduzidas pelo nervo 
vestibulococlear. 
O nervo da audição e do equilíbrio, o nervo vestibulococlear, é composto por 
dois conjuntos distintos de fibras. O nervo vestibular para o equilíbrio e 
o nervo coclear para a audição são reunidos em um nervo comum que entra no 
meato acústico interno juntamente com o nervo facial (Figura 18.9). 
Esses dois nervos cranianos se separam após a entrada no meato à medida 
que os componentes do nervo vestibulococlear se aproximam das suas áreas de 
suprimento na orelha interna. O nervo vestibulococlear se divide enviando o 
nervo coclear para a cóclea, orientada lateralmente, e o nervo vestibular para o 
órgão vestibular, orientado mais medialmente. 
Nervo Coclear 
Os prolongamentos periféricos do nervo coclear projetam-se até 
o órgão espiral (órgão de Corti), localizado no labirinto membranáceo, e seus 
corpos celulares estão localizados no gânglio espiral da cóclea, situado no 
modíolo da cóclea (Figura 18.9 e Quadros 18.1 e 18.5). Os prolongamentos 
centrais constituem a divisão coclear do nervo vestibulococlear e são 
responsáveis pelo sentido da audição. 
Nervo Vestibular 
Os corpos celulares do nervo vestibular estão localizados no gânglio 
vestibular, no interior do meato acústico interno do temporal. Os 
prolongamentos periféricos desses neurônios se dividem ao entrar no órgão 
vestibular, incluindo os três canais semicirculares. Os prolongamentos centrais 
constituem a divisão vestibular do nervo vestibulococlear, responsável pelo 
sentido do equilíbrio (Figura 18.9 e Quadros 18.1 e 18.5). 
 
 
 
Considerações Clínicas 
Paralisia de Bell 
Lesão do nervo facial (ou anestesia acidental nos procedimentos dentais) resulta em paralisia dos 
músculos do mesmo lado do nervo acometido. A lesão pode ocorrer durante os procedimentos 
cirúrgicos da glândula parótida, infecção da orelha média, ferimentos por arma branca ou lesões 
obstétricas pelo uso do fórceps. Paralisia dos músculos da expressão facial resulta em ptose 
palpebral (queda da pálpebra superior); depressão do ângulo da boca com escoamento da saliva; 
dificuldades na fala (envolvendo especialmente os sons labiais); perda do tônus muscular; e 
alterações fisionômicas. A paralisia de Bell afeta todos os músculos do mesmo lado, derivados do 
segundo arco faríngeo. Devido a este fato, os pacientes acometidos com paralisia de Bell 
apresentam hiperacusia, perda do reflexo corneopalpebral, bem como perda da sensação do 
paladar dos dois terços anteriores da língua. 
Considerações Clínicas 
Surdez de Condução 
A surdez de condução resulta de uma falha na condução das ondas sonoras da membrana 
timpânica, por meio da cadeia de ossículos, até a janela do vestíbulo, na cóclea. Condições que 
podem contribuir para a surdez de condução incluem a oclusão pelo cerume (“cera de ouvido”), 
perfuração da membrana timpânica, otite média (infecção da orelha média) e otosclerose, o 
crescimento excessivo de osso ao redor da janela do vestíbulo causando bloqueio ao movimento do 
estribo. 
Surdez Neurossensorial 
Surdez neurossensorial resulta de uma lesão nos nervos que transmitem os impulsos do órgão 
espiral (de Corti) até o cérebro. Outras causas incluem doenças, uso de drogas e exposição 
prolongada aos sons intensos. 
Doença de Ménière 
Doença de Ménière está relacionada ao excesso de líquido no ducto endolinfático afetando o 
mecanismo vestibular do nervo vestibulococlear. Essa doença é caracterizada por perda auditiva, 
vertigem, náuseas, zumbidos e vômitos. O tratamento pode ser realizado por meio de medicação 
mas, nos casos mais graves, um tratamento cirúrgico é recomendado. 
Otite Média 
A tuba auditiva permite a disseminação de infecções da cavidade nasal para o interior da orelha 
média. Essa condição (otite média) resulta de infecção aguda, mas pode estar associada à ruptura 
da membrana timpânica e/ou a infecção pode atingir as células mastóideas. Antibióticos podem ser 
usados no tratamento dessa condição. Obstruções da tuba auditiva podem levar, comumente, a 
infecções da orelha média, especialmente em crianças. 
Otosclerose 
Ocasionalmente, o estribo pode ficar imobilizado como resultado da deposição de osso ao redor da 
janela do vestíbulo. A condição, conhecida como otosclerose, é a maior causa de perda da 
audição, especialmente em adultos.

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